Buscar

PAVIMENTOS DE BAIXO CUSTO PARA VIAS URBANAS


Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 194 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 194 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 194 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Pavimentos de Baixo Custo para Vias Urbanas 3
Pavimentos de Baixo Custo
para Vias Urbanas
4 Douglas F. Villibor e outros
Pavimentos de Baixo Custo para Vias Urbanas 5
Douglas Fadul Villibor
Job Shuji Nogami 
José Roberto Cincerre 
Paulo Roberto Miranda Serra
Alexandre Zuppolini Neto 
2ª Edição - Ampliada – 2009
Pavimentos de Baixo Custo
para Vias Urbanas
Bases Alternativas com Solos Lateríticos
Gestão de Manutenção de Vias Urbanas
6 Douglas F. Villibor e outros
© 2007 by Autores
Direção Geral
Henrique Villibor Flory
Supervisão Geral de Editoração
Benedita Aparecida Camargo
Coordenação Editorial
Rodrigo Silva Rojas
Diagramação
Rodrigo Silva Rojas
Capa
Wesley Silva
Revisão Ortográfica
Gelson da Costa
Revisão Técnica
Odilson Coimbra Fernandes e Débora Nogueira Targas
Proibida toda e qualquer reprodução desta edição por qualquer meio ou forma, seja ela eletrônica ou 
mecânica, fotocópia, gravação ou qualquer meio de reprodução, 
sem permissão expressa do editor.
Todos os direitos desta edição, em língua portuguesa, reservados à Editora Arte & Ciência
Editora Arte & Ciência
Rua dos Franceses, 91 – Morro dos Ingleses
São Paulo – SP - CEP 01329-010
Tel.: (011) 3258-3153
Na internet: http://www.arteciencia.com.br
Índices para catálogo sistemático
1. Pavimentação urbana 625.8
2. Pavimentos flexíveis: Emprego de base de solos lateríticos 625.85
3. Pavimentação: Vias urbanas: Tecnologia alternativa 625.85
4. Pavimentos: Construção: Aspectos econômicos 388.11
Pavimentos de Baixo Custo para Vias Urbanas
Douglas Fadul Villibor... [et al.] -- 2ª edição , São Paulo: Arte & Ciência, 2009.
196 p.: il.; 23cm
Bibliografia
Obra coletiva
ISBN - 978-85-61165-29-1
1. Pavimentação urbana. 2. Pavimentos flexíveis - Aspectos econômicos. 3. Bases de Solos 
lateríticos - Tecnologia do uso - Pavimentação urbana. 4. Pavimentação - Emprego de solos 
lateríticos. 5. Cidades e bairros - Pavimentação alternativa. I. Villibor, Douglas Fadul.
CDD - 625.8
- 625.85
- 388.11
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Acácio José Santa Rosa (CRB - 8/157)
Pavimentos de Baixo Custo para Vias Urbanas 7
Capítulo 1 
Introdução ...................................................................................11
Capítulo 2
Pavimentação Urbana: Histórico e Aspecto de seu Desenvolvimento .....15
Capítulo 3
Considerações sobre Solos Tropicais e Conceito de Pavimentos 
de Baixo Custo ............................................................................. 19
3.1. Considerações sobre solos tropicais .......................................... 19
3.2. Conceito de pavimentos de baixo custo ..................................... 23
3.3. Considerações para a utilização de Pavimentos com Solos Lateríticos .. 23
Capítulo 4
Metodologia MCT e suas Aplicações Práticas ..................................... 25
4.1. Apresentação da metodologia MCT ........................................... 25
4.2. Apresentação da metodologia MCT ............................................ 26
4.3. Aplicações práticas da Metodologia MCT ....................................... 37
Capítulo 5
Tecnologia do Uso de Solos Lateríticos em Pavimentação ................... 45
5.1. Estudos geotécnicos................................................................. 45
5.2. Aplicações da metodologia MCT em bases de pavimentos ............ 54
5.3. Imprimaduras asfálticas e revestimentos betuminosos ................ 87
Índice
8 Douglas F. Villibor e outros
Capítulo 6
Dimensionamento e Estudo Econômico de Pavimentos de Baixo Custo . 103
6.1. Dimensionamento de pavimentos de baixo custo....................... 103
6.2. Pavimentos de baixo custo .................................................... 115
Capítulo 7
Fundamentos para o Uso de Bases Alternativas ............................... 119
7.1 Introdução ........................................................................... 119
7.2 Perguntas e respostas ............................................................ 119
Capítulo 8
Gestão de Manutenção de Vias Urbanas ......................................... 167
8.1 Introdução ........................................................................... 167
8.2 Conceitos sobre Gerência de Pavimentos...................................... 168
8.3 Plano de Gestão de Manutenção de Pavimentos Urbanos ............. 170
8.4 Segmentos Experimentais ......................................................... 182
8.5 Considerações Finais ............................................................. 187
Referências Bibliográficas ....................................................... 191
Sobre os Autores ....................................................................... 195
Pavimentos de Baixo Custo para Vias Urbanas 9
Este livro é uma reprodução de parte do trabalho técnico “Pavimentos 
com Solos Lateríticos e Gestão de Manutenção de Vias Urbanas”, 
apresentado na 10ª Reunião Anual de Pavimentação Urbana da ABPv 
(Uberlândia – 2000). Foi suprimido o capítulo 7 original e foram feitas 
diversas atualizações com novas ilustrações e alguns exemplos. Além 
disso, foi inserido um novo capítulo, fundamental para um melhor 
entendimento do assunto. Esta versão não teve a participação do Engº 
Mauro Beligni, um dos autores do trabalho técnico referido.
Para a sua concepção foram utilizados conceitos do livro “Pavimentação 
de Baixo Custo com Solos Lateríticos”, de autoria dos Professores Doutores 
Job Shuji Nogami e Douglas Fadul Villibor (1995), bem como publicações 
apresentadas em diversos congressos e seminários pelos autores.
O avançado estágio atual dos estudos de solos tropicais para 
pavimentação só foi possível devido ao apoio institucional e permanente, 
por mais de duas décadas, do Departamento de Estradas e Rodagens do 
Estado de São Paulo (DER-SP) e das Escolas de Engenharia Politécnica e 
de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP). Foram fundamentais, 
ainda, os estudos de muitos colegas, professores das referidas escolas 
e engenheiros do DER – SP. Em especial, do já falecido, Engº Fernando 
Custódio Correia, um dos precursores da pavimentação de baixo custo 
com solos tropicais, e do Engº Salvador de Almeida. Por suas relevantes 
contribuições ao desenvolvimento dos pavimentos de baixo custo, ambos 
são homenageados neste livro.
São enfocados assuntos ligados ao desenvolvimento de uma tecnologia 
nacional, específica para solos lateríticos em ambientes tropicais, e suas 
Prefácio
10 Douglas F. Villibor e outros
aplicações práticas. Portanto, este trabalho tem como objetivo principal 
difundir, de uma maneira simplificada, a Metodologia MCT (Miniatura 
Compactada Tropical) em substituição às metodologias tradicionais de 
classificação de solos e escolha de materiais para uso em pavimentação. 
Outro objetivo é, também, apresentar os procedimentos construtivos e de 
controle tecnológico de bases executadas com solos lateríticos.
Pavimentos de Baixo Custo para Vias Urbanas 11
Capítulo 1
Introdução
O déficit de pavimentos urbanos é grande em quase todas as cidades 
brasileiras abrangendo desde vias principais de cidades de grande porte, até 
vias de circulação de distritos e conjuntos habitacionais. Citam-se no Estado 
de São Paulo, cidades altamente desenvolvidas como a cidade de São Paulo, 
com déficit de aproximadamente 20 milhões de m2, e o município de Guarulhos 
que, mesmo já tendo uma rede pavimentada de 2,7 milhões de m2, ainda 
necessita executar, pelo menos, mais 30% (800 mil m2).
Em outras regiões do país, a situação, quanto ao déficit de pavimentos 
urbanos, é ainda mais grave. Isso demonstra, portanto, a necessidade e a 
importância do desenvolvimento de uma tecnologia de pavimentação que 
minimize os custos de implantação de pavimentos urbanos. 
A abordagem tradicional da pavimentação,acrescida das considerações 
mais recentes quanto à fadiga, tem se mostrado viável para execução dos 
pavimentos das vias de maior tráfego. Já para ruas de pequena intensidade de 
tráfego, como em conjuntos habitacionais, pequenas comunidades e bairros 
periféricos, a pavimentação tradicional pode, em muitos casos, ter um custo 
que a torna inviável. Em contraposição uma pavimentação alternativa, com 
o uso, por exemplo, de solos lateríticos, ou seja, pavimento de baixo custo 
com estrutura que admita ser reforçada no futuro, representa uma proposta 
muito interessante.
O emprego da tecnologia de solos lateríticos em pavimentos urbanos, 
em regiões com ocorrência destes solos, vem crescendo nas últimas duas 
décadas, preponderantemente, para vias de tráfego de muito leve a médio.
Capítulo 1
12 Douglas F. Villibor e outros
O interesse pelo emprego desse tipo de solo, nos últimos anos, na 
pavimentação urbana se deve, principalmente, ao seu baixo custo em relação 
aos materiais convencionalmente empregados e, também, à ocorrência de 
solos lateríticos em grande escala no território brasileiro.
A grande maioria dos municípios de pequeno e médio porte executa 
pavimentos urbanos segundo a sua experiência, usando pequenas empresas, 
com poucos recursos para um controle tecnológico adequado e com algumas 
limitações quanto à execução de pavimentos diferenciados.
As cidades de grande porte adotam conceitos, quanto ao dimensionamento 
e emprego de materiais, baseados em procedimentos tradicionais similares 
aos adotados em organismos rodoviários nacionais que, por sua vez, são 
fundamentados em normas de organismos internacionais, principalmente em 
normas americanas, como ASTM e AASHTO (American Society for Testing and 
Materials; American Association of State Highway and Transportation Officials).
Segundo os princípios de dimensionamento de pavimentos norte 
americanos e europeus, as camadas da superestrutura do pavimento são 
executadas, quase que exclusivamente, com materiais pétreos devido 
à escassez de solos apropriados e às condições climáticas adversas —
congelamento no inverno e descongelamento na primavera — mantendo o 
subleito com umidade superior à obtida em ensaios laboratoriais. 
Naqueles locais, a adoção de materiais pétreos artificiais ou naturais, com 
um controle rigoroso quanto ao limite de liquidez e índice de plasticidade dos 
finos (material que passa na peneira de abertura 0,42 mm), é justificada pela 
necessidade de garantir uma drenagem adequada do pavimento durante o degelo 
e para absorver a expansibilidade da água, durante o congelamento no inverno.
No Brasil foram utilizados, até o final da década de 70, critérios similares 
aos desenvolvidos para países de clima frio e temperado, quanto aos 
procedimentos de estudo de materiais e dimensionamento de pavimentos. Os 
pavimentos assim projetados e executados, apesar de viáveis tecnicamente na 
maioria dos casos, podem acarretar custos mais elevados quando comparados 
com os não convencionais, que empregam camadas de solos lateríticos.
Portanto, o desenvolvimento de pavimentos regionalizados e com 
tecnologia nacional, é de suma importância, devido à grande extensão 
Pavimentos de Baixo Custo para Vias Urbanas 13
Capítulo 1
territorial, aos diferentes tipos de solos que ocorrem no país, às condições 
climáticas típicas de ambientes tropicais, ao grande déficit de pavimentos a 
serem implantados e, principalmente, à falta de recursos financeiros.
O objetivo desta obra é fornecer subsídios para o estudo de solos e 
materiais para a execução das diversas camadas de pavimentos de baixo 
custo com o emprego de solos lateríticos, incluindo técnicas construtivas 
das camadas de reforço, sub-base, base e revestimento. 
Para o estudo dos solos do subleito e camadas da estrutura do 
pavimento, serão adotados critérios de escolha e dosagem de acordo com 
a metodologia MCT, desenvolvida especialmente para solos tropicais. 
O dimensionamento da estrutura de pavimentos alternativos com o 
uso de solos lateríticos será baseado no método da Prefeitura Municipal de 
São Paulo (PMSP) para tráfego de muito leve a médio.
Neste trabalho serão abordados os seguintes assuntos:
- Pavimentação Urbana: Histór ico e Aspectos do seu 
Desenvolvimento.
- Considerações sobre Solos Tropicais e Conceito de Pavimentos de 
Baixo Custo.
- Metodologia MCT e suas Aplicações Práticas.
- Tecnologia do Uso de Solos Lateríticos em Pavimentação.
- Dimensionamento e Estudo Econômico de Pavimentos de Baixo 
Custo.
- Fundamentos para o Uso de Bases Alternativas.
14 Douglas F. Villibor e outros
Pavimentos de Baixo Custo para Vias Urbanas 15
Capítulo 2
Capítulo 2
Pavimentação Urbana: Histórico e Aspectos do seu 
Desenvolvimento
O emprego da tecnologia de pavimentos alternativos em municípios de 
pequeno e médio porte, praticamente não se generalizou nas últimas décadas 
pelo fato de muitas das prefeituras não disporem de serviços de engenharia 
eficientes e das técnicas não convencionais serem pouco difundidas em 
âmbito nacional. 
A preferência pelo uso de procedimentos para a escolha de materiais e 
de dimensionamento de pavimentos baseados em experiências internacionais 
é grande no Brasil, visto que as escolas de engenharia adotam, em seus 
cursos, conceitos baseados principalmente em normas de organismos 
rodoviários norte-americanos.
De maneira geral, as prefeituras vêm sempre executando pavimentos 
de um determinado tipo, com determinada técnica construtiva, demonstrando 
grande resistência à inovações, principalmente por falta de condições de 
adaptação tecnológica.
Além dessa resistência à inovação, algumas prefeituras têm contratos 
previamente feitos com fornecedores de pedra britada e oferecem, 
conseqüentemente, resistência ao uso de outros materiais para a execução 
de bases.
Nos municípios de pequeno e médio porte, normalmente, os pavimentos 
são construídos por pequenas empresas que têm poucas condições de 
16 Douglas F. Villibor e outros
adaptação à inovações tecnológicas em termos de processo construtivo e 
executam os pavimentos segundo sua experiência. 
Uma prática corrente consiste em jogar pedra britada sobre o subleito, 
rolar e completar o pavimento com pedra e asfalto. Já outras prefeituras 
com tecnologia mais apurada, constroem compactando o subleito, aplicando 
uma camada de pedra, uma bica corrida, ou macadame seco, e macadame 
betuminoso para travamento da superfície. 
Verifica-se que a qualidade dos serviços fica restrita ao maior ou menor 
cuidado quanto à escolha dos materiais, ao processo executivo e às condições 
de recebimento e controle dos serviços que normalmente são efetuados 
por profissionais que, em geral, não são engenheiros. Em muitos casos, a 
qualidade dos serviços fica restrita à experiência e ao zelo do encarregado 
da obra na condução dos serviços.
Em centros urbanos maiores, o controle tecnológico das obras é 
mais eficiente; porém, não se utilizam adequadamente, recursos naturais 
disponíveis, tais como solos lateríticos para camadas de pavimentos. Este fato 
pode estar associado à comodidade do uso de materiais pétreos, em função de 
alguns interesses econômicos. O emprego de materiais pétreos é, entretanto, 
uma solução onerosa para vias urbanas de tráfego muito leve ou leve.
Além do mencionado anteriormente, deve-se lembrar que é sempre mais 
fácil a justificativa do emprego de materiais cujo desempenho é garantido 
por normas e recomendações internacionais. Outro fato a ser considerado é 
o medo de reação contrária, por parte dos usuários e moradores, quando do 
emprego de outros materiais para a execução de pavimentos, porque eles 
poderiam ter a falsa impressão que os serviços não serão de boa qualidade.
As estruturas de pavimentos utilizadas em países de clima frio e 
temperado, se adotadas para vias urbanas em climatropical, seriam 
superdimensionadas em função do menor tráfego atuante, das diferentes 
condições ambientais e do tipo de solo do subleito.
Levando-se em consideração a extensão do território brasileiro, o grande 
déficit de pavimentos e a pouca disponibilidade de material pétreo em algumas 
regiões, torna-se imprescindível a utilização de materiais locais. Como solução 
alternativa foram empregadas, durante algumas décadas, bases de solo-
Pavimentos de Baixo Custo para Vias Urbanas 17
Capítulo 2
cimento que são de elevado custo, para a realidade econômica brasileira. A 
falta de recursos financeiros associada à necessidade de implantação rápida e 
em grande escala de rodovias e pavimentos urbanos, levaram à busca de novas 
alternativas visando a uma considerável redução nos custos dos pavimentos.
O melhor aproveitamento de solos locais em pavimentação aconteceu 
no Estado de São Paulo nos anos 50, quando foram constatados valores 
de capacidade de suporte (CBR) extremamente elevados para variedades 
argilo-arenosas e argilas. Esta observação estimulou o emprego de solos 
locais para as camadas de reforço, do subleito e sub-base. 
O comportamento altamente satisfatório destes pavimentos, levou à 
adoção daqueles materiais para bases de pavimentos, sendo executados 
gradativamente segmentos experimentais em rodovias e, no final da década 
de 60, em vias urbanas. Sobre a camada de base executada com solos locais, 
foram utilizados revestimentos delgados do tipo macadame betuminoso 
selado, na espessura de 4,0 cm, e tratamentos superficiais, reduzindo 
consideravelmente os custos de implantação.
O desempenho do pavimento em vias urbanas tem sido plenamente 
satisfatório, apesar de envolver materiais e espessuras considerados 
inadequados pelos procedimentos tradicionais.
No início da década de 70, diante do bom desempenho de bases 
executadas com solos locais, houve um incremento no emprego da tecnologia 
de pavimentação de baixo custo, por meio de um programa de estradas 
vicinais desenvolvido pelo DER/SP. Os solos locais utilizados para bases de 
pavimentos, muito freqüentes em grande parte do interior do Estado de São 
Paulo, são solos arenosos lateríticos de granulação fina, denominados Solos 
Arenosos Finos Lateríticos (SAFL).
O programa de estradas vicinais do DER/SP permitiu a observação in situ
do desempenho destes pavimentos. Ao longo de alguns anos forneceu dados 
tecnológicos importantes para o desenvolvimento de uma tecnologia voltada 
para o emprego de solos tropicais, utilizando-se ensaios convencionais. As 
técnicas empregadas foram aprimoradas com o passar do tempo e resultaram 
na atual metodologia MCT, que já se encontra implantada em vários órgãos 
rodoviários e prefeituras.
18 Douglas F. Villibor e outros
Atualmente, mais de 50 cidades paulistas e algumas cidades de 
outros Estados (Bahia, Paraná, Goiás, Mato Grosso do Sul e Acre), têm 
utilizado esta tecnologia de pavimentação urbana de baixo custo. Estima-
se em mais de 15 milhões de metros quadrados de pavimentos urbanos e 
em aproximadamente 20 mil quilômetros de rodovias vicinais, em todo o 
território nacional, construídos com bases de solos lateríticos.
A figura 1 apresenta a malha viária e os principais centros urbanos no 
Estado de São Paulo, que utilizam pavimentos com bases de SAFL.
FIGURA 1: Malha Viária e os principais Centros Urbanos do Estado de São Paulo com Pavimentos Utilizando 
Bases de SAFL.
Pavimentos de Baixo Custo para Vias Urbanas 19
Capítulo 3
Capítulo 3
Considerações sobre Solos Tropicais e Conceito de 
Pavimentos de Baixo Custo
3.1 Considerações Sobre Solos Tropicais 
Os solos das regiões tropicais apresentam uma série de peculiaridades 
decorrentes das condições ambientais sendo, portanto, necessário se 
conceituar os solos de Peculiaridades Tropicais, ou seja, os tipos genéticos 
de solos encontrados em regiões tropicais. 
Os seguintes solos são encontrados em regiões tropicais: lateríticos, 
saprolíticos e transportados. A figura 2 ilustra um perfil esquemático da 
ocorrência destes tipos de solos.
FIGURA 2: Perfil Esquemático de Ocorrência de Solos em Ambiente Tropical
20 Douglas F. Villibor e outros
3.1.1 Conceituação dos Solos Encontrados em Regiões Tropicais
Solos são materiais naturais não consolidados, isto é, constituídos 
de grãos separáveis por processos mecânicos e hidráulicos, de fácil 
dispersão em água, e que podem ser escavados com equipamentos 
comuns de terraplenagem (pá carregadeira, motoescavotransportadora 
etc.). Geralmente, os materiais constituintes da parte superficial da crosta 
terrestre e que não se enquadram na condição de solo, são considerados 
rochas, mesmo que isso contrarie as conceituações adotadas em geologia e 
em pedologia. O solo pode, também, apresentar-se como estrutura natural 
ou artificial. Terá estrutura artificial quando transportado e/ou compactado 
mecanicamente, em aterros, barragens de terra, reforços do subleito de 
pavimentos etc.
Dentro da classificação dos solos, aqueles que apresentam propriedades 
peculiares e de comportamento, são denominados de solos tropicais em 
decorrência da atuação de processo geológico e/ou pedológico típicos das 
regiões tropicais úmidas. Dentre os solos tropicais destacam-se duas grandes 
classes: os solos lateríticos e os solos saprolíticos.
Os solos lateríticos (later, do latim: tijolo) são solos superficiais, típicos 
das partes bem drenadas das regiões tropicais úmidas, resultantes de uma 
transformação da parte superior do subsolo pela atuação do intemperismo, 
por processo denominado laterização.
Várias peculiaridades associam-se ao processo de laterização sendo, as 
mais importantes do ponto de vista tecnológico, o enriquecimento no solo 
de óxidos hidratados de ferro e/ou alumínio e a permanência da caulinita 
como argilo-mineral predominante e quase sempre exclusivo. Estes minerais 
conferem aos solos de comportamento laterítico coloração típica: vermelho, 
amarelo, marrom e alaranjado. 
Os solos saprolíticos (sapro, do grego: podre) são aqueles que resultam 
da decomposição e/ou desagregação in situ da rocha matriz pela ação das 
intempéries (chuvas, insolação, geadas) e mantêm, de maneira nítida, a 
estrutura da rocha que lhe deu origem. São genuinamente residuais, isto é, 
derivam de uma rocha matriz, e as partículas que o constituem permanecem 
no mesmo lugar em que se encontravam em estado pétreo.
Pavimentos de Baixo Custo para Vias Urbanas 21
Capítulo 3
FIGURA 3: Corte Rodoviário, com Camada Laterítica Sobrejacente a uma Camada Saprolítica de Origem
Sedimentar, com as Correspondentes Microfábricas
Os solos saprolíticos constituem, portanto, a parte subjacente à 
camada de solo superficial laterítico (ou, eventualmente, de outro tipo de 
solo) aparecendo, na superfície do terreno, somente por causa de obras 
executadas pelo homem ou erosões. Estes solos são mais heterogêneos e 
constituídos por uma mineralogia complexa contendo minerais ainda em 
fase de decomposição. São designados também de solos residuais jovens, 
em contraste com os solos superficiais lateríticos, maduros.
Uma feição muito comum no horizonte superficial, ou no seu limite, é 
a presença de uma linha de seixos de espessuras variáveis (desde alguns 
centímetros até 1,5 m), delimitando o horizonte laterítico do saprolítico. As 
figuras 3 e 4 ilustram a ocorrência de solos lateríticos e saprolíticos.
Micro-estrutura do
Solo Laterítico
Solo Saprolítico
Micro-estrutura do
Solo Saprolítico
22 Douglas F. Villibor e outros
FIGURA 4: Perfil de Solo Saprolítico de Folhelho
 A figura 4 ilustra a ocorrência de um perfil de Solo Saprolítico em 
um corte rodoviário.
FIGURA 5: Ocorrência de Solos de Comportamento Laterítico no 
Território Brasileiro
SOLOS ARENOSOS DE
COMPORTAMENTO LATERÍTICO
SOLOS ARGILOSOS DE
COMPORTAMENTO LATERÍTICOPavimentos de Baixo Custo para Vias Urbanas 23
Capítulo 3
3.2 Conceito de Pavimentos de Baixo Custo
Um pavimento é considerado do tipo Baixo Custo, quando: 
- Utiliza bases constituídas de solos locais in natura, ou em misturas, 
com custos substancialmente inferiores às bases convencionais 
tais como: brita graduada, solo-cimento, macadame hidráulico ou 
macadame betuminoso;
- Utiliza revestimento betuminoso esbelto do tipo tratamento 
superficial ou concreto betuminoso usinado a quente, com espessura 
de, no máximo, 3,0 cm;
- É dimensionado para atender os tráfegos:
- Urbano, de muito leve a leve, de acordo com a classificação 
de vias apresentada no Capítulo 6;
- Rodoviário, com VDM inferior a 1500 veículos, com no máximo 
30% de veículos comerciais, e com N < 5 x 106 solicitações do 
eixo simples padrão de 80 kN -> sistema SI.
Nos pavimentos rodoviários há experiências com volumes superiores 
ao máximo especificado; no entanto, o uso dessas bases para rodovias de 
tráfego pesado somente poderá ser recomendado a partir dos resultados 
das pistas experimentais (faixas adicionais), já implantadas em alguns sub-
trechos de rodovias paulistas.
3.3 Considerações para a Utilização de Pavimentos com 
Solos Lateríticos
A condição para o uso de solos lateríticos de granulação fina como 
material para bases in natura, ou com misturas com agregados, é a sua 
ocorrência em área próxima às obras e condições ambientais adequadas. 
Segundo dados geológicos, pedológicos e climáticos disponíveis, essa 
condição ocorre em regiões de quase todos os estados brasileiros, conforme 
indicado na figura 5.
A grande maioria dos pavimentos executados com bases de solos 
lateríticos apresenta comportamento altamente satisfatório e localizam-se 
em regiões com os seguintes tipos climáticos, segundo Köppen:
24 Douglas F. Villibor e outros
- Cwa (quente com inverno seco).
- Aw (tropical com inverno seco).
- Cwb (temperado com inverno seco).
A precipitação pluviométrica anual nestas regiões situa-se entre 1000 
e 1800 mm, com temperatura média anual superior a 20 º C.
Algumas vias urbanas foram executadas com sucesso em regiões de 
clima equatorial com volume anual de chuvas superior a 2000 mm, por 
exemplo, na pavimentação de vias da cidade de Rio Branco - AC. Nesse caso, 
o pavimento acha-se confinado por guias e sarjetas e com revestimento 
constituído por concreto betuminoso usinado a quente executado sobre uma 
camada de proteção anticravamento de tratamento superficial simples. 
Para o emprego de solos lateríticos em pavimentos urbanos, tanto o 
projeto geométrico quanto o de drenagem devem atender às características 
técnicas apresentadas a seguir:
- Obrigatoriedade de execução de guias e sarjetas.
- Perfil longitudinal com declividade mínima de 1% e máxima de 8%.
- Seção transversal com declividade entre 3 a 4%.
- Exigência de execução do passeio, preferencialmente com 
revestimento em concreto, para evitar infiltração d’água por trás 
das guias e sarjetas.
- Execução de um sistema eficiente de captação de águas pluviais e 
servidas, evitando o acúmulo de água em pontos baixos.
- Execução de drenagem profunda para rebaixamento do lençol freático 
a, pelo menos, 1,50 m em relação à cota final de terraplenagem 
(CFT).
Pavimentos de Baixo Custo para Vias Urbanas 25
Capítulo 4
Capítulo 4
Metodologia MCT e Suas Aplicações Práticas
4.1 Considerações Iniciais
A metodologia tradicional apresenta uma série de limitações e 
deficiências para o estudo do uso de solos na pavimentação, desde os 
aspectos de classificação geotécnicas de solos até os critérios de escolha e 
dosagem de materiais para o emprego em bases.
Duas classificações tradicionais têm sido mais usadas para obras viárias: 
a HRB (Highway Research Board) – AASHTO (também adotada pela ASTM) 
e a USCS (“Unified Soil Classification System”). 
Estas classificações consideram fundamentais a granulometria, o limite 
de liquidez (LL) e o índice de plasticidade (IP). 
A classificação de solos HRB-AASHTO é a mais utilizada no meio 
rodoviário; porém classifica e hierarquiza os solos tropicais de maneira 
inapropriada. Assim, os solos que se classificam no grupo A-7-5, quando 
adequadamente compactados, podem se comportar como um ótimo subleito, 
caso laterítico, ou um péssimo subleito, caso saprolítico (baixa capacidade de 
suporte elevada resiliência e elevada expansão).
Outro exemplo são os solos do grupo A-4 com comportamento laterítico, 
utilizados com sucesso em bases de pavimentos. Em contrapartida, ocorrem 
freqüentemente muitos solos saprolíticos do mesmo grupo, que constituem 
péssimos subleitos. Na condição ótima de compactação da energia normal, eles 
26 Douglas F. Villibor e outros
podem apresentar um valor de CBR da ordem de 3%, quando saprolíticos e podem 
atingir valores de CBR superior a 30% (na mesma condição de compactação) e 
superior a 80% na energia intermediária, quando lateríticos. 
Tendo em vista, entre outras, as dificuldades e deficiências apontadas 
no uso das classificações tradicionais desenvolvidas para solos de clima frio e 
temperado, quando empregadas em solos de ambientes tropicais, Nogami e 
Villibor desenvolveram uma metodologia designada MCT, específica para solos 
compactados tropicais. 
A mesma baseia-se numa série de ensaios e procedimentos cujos 
resultados reproduzem as condições reais de camadas compactadas de solos 
tropicais, quando usadas em pavimentos, através das propriedades geotécnicas 
que espelham o comportamento in situ dessas camadas.
A metodologia, desenvolvida por Nogami e Villibor a partir da década 
de 70, deve-se principalmente aos seguintes fatores:
- Limitações dos procedimentos tradicionais para caracterizar e classificar os 
solos com base na granulometria e limites físicos (LL e IP). Tais índices são 
incapazes e insuficientes para distinguir os principais tipos de solos tropicais, 
de propriedades diversas, conhecidos como lateríticos e saprolíticos, 
inadequadamente designados em outros países, de “residuais”;
- Constatação experimental do bom desempenho de bases constituídas 
por solos lateríticos de granulação fina e por solo agregado com grande 
porcentagem de finos (passando, quase que integralmente na peneira 
de 0,42 mm de abertura), apesar de serem considerados inapropriados 
para base de pavimentos pelas sistemáticas tradicionais.
4.2 Apresentação da Metodologia MCT
A designação MCT (Miniatura Compactado Tropical) é proveniente da 
utilização, nos ensaios, de corpos de prova de dimensões reduzidas (corpos 
de prova com 50 mm de diâmetro) em solos tropicais compactados.
Esta Metodologia abrange dois grupos de ensaios a saber:
- Mini-CBR e associados;
- Mini-MCV e associados.
Pavimentos de Baixo Custo para Vias Urbanas 27
Capítulo 4
A partir dos ensaios de Mini-CBR e associados, pode-se obter as 
características dos solos apropriados para bases de pavimentos. Geralmente 
após a compactação dos corpos de prova, determina-se uma série de 
propriedades, tais como: capacidade de suporte (Mini-CBR), expansão, 
contração, infiltrabilidade, permeabilidade, etc.
Os ensaios Mini-MCV e associados fornecem parâmetros para a 
determinação dos coeficientes c’ e e’ que, por sua vez, permitem a classificação 
dos solos de acordo com a metodologia MCT, além de permitirem a determinação 
de todas as propriedades referidas nos ensaios Mini-CBR e associados.
As propriedades obtidas com uso do grupo de ensaios Mini-CBR e 
associados são determinadas em corpos de prova compactados com energia 
constante (normal ou intermediária), para vários teores de umidade.
Com relação ao grupo de ensaios Mini-MCV e associados, com exceção 
do ensaio de perda de massa por imersão, as demais propriedades são obtidas 
na Massa Específica Aparente sua máxima (MEASmax) para vários teores de 
umidade (variação da energia de compactação).O fluxograma 1 ilustra os diferentes grupos de ensaios da Metodologia MCT.
ENSAIOS ASSOCIADOS
Capacidade de Suporte Mini-CBR,
Expansão, Contração Infiltrabilidade,
Permeabilidade Penetração de Imprimadura
ENSAIO DE
COMPACTAÇÃO
Mini-Proctor
GRUPO DE ENSAIOS
Mini-CBR e
Associados
ENSAIO DE
PERDA DE
MASSA POR
IMERSÃO
ENSAIO DE
COMPACTAÇÃO
Mini-MCV
GRUPO DE ENSAIOS
Mini-MCV e
Associados
Mini-CBR
com
Penetrômetro
Mini-CBR
Convencional
Mini-MCV
Controle de
Umidade
GRUPO DE ENSAIOS
Ensaios
in situ
METODOLOGIA
MCT
FLUXOGRAMA 01: Grupos de Ensaios da Metodologia MCT
28 Douglas F. Villibor e outros
4.2.1 Ensaio de Compactação
O ensaio de compactação é um dos principais ensaios da Metodologia 
MCT pois, a partir de seus parâmetros básicos (umidade ótima e massa 
específica aparente seca máxima), moldam-se corpos de prova para a 
determinação de outras propriedades geotécnicas da Metodologia MCT.
O ensaio de compactação integrante da sistemática MCT, utiliza uma 
aparelhagem de dimensões reduzidas podendo ser efetuado por dois métodos 
distintos de compactação.
- Método Mini-Proctor:
Designado comumente de Mini-Proctor, em que se procura fixar 
uma determinada energia de compactação e, com essa energia (normal, 
intermediária ou modificada), compactar uma série de corpos de prova com 
diferentes teores de umidade. Com esse procedimento, determinam-se o 
teor ótimo de umidade e a MEASmax do material. 
- Método Mini-MCV:
Este ensaio foi desenvolvido para estudos de solos tropicais em 
dimensões reduzidas, por Nogami e Villibor em 1980 e denominado de Mini-
MCV. Foi baseado no método proposto por Parsons em 1976, conhecido como 
ensaio MCV (Moisture Condition Value).
Consiste na aplicação de energias crescentes, até se conseguir um 
aumento sensível de MEAS para vários teores de umidade, obtendo-se uma 
família de curvas de compactação. Essas curvas são denominadas de curvas 
de deformabilidade ou de Mini-MCV, pois, a partir delas pode-se determinar 
o valor dos Mini-MCV de cada uma das curvas.
Com a curva de deformabilidade correspondente ao Mini-MCV igual a 
10, obtém-se o coeficiente c’, utilizado na classificação geotécnica MCT.
O ensaio também pode ser utilizado no controle da compactação e na 
previsão da erodibilidade.
A figura 6 ilustra o equipamento, as características e procedimentos 
do ensaio e suas aplicações práticas:
Pavimentos de Baixo Custo para Vias Urbanas 29
Capítulo 4
FIGURA 6: Ensaio de Compactação
4.2.2 Ensaio de Capacidade de Suporte Mini-CBR
Esse ensaio, aliado aos ensaios de expansão e contração, gera 
resultados que possibilitam o dimensionamento de pavimentos e a escolha 
de solos para reforço do subleito, sub-bases, bases e acostamentos. O ensaio 
pode ser realizado com ou sem imersão e sobrecarga e, dependendo da 
finalidade para a qual o solo estudado será utilizado, emprega-se energia 
de compactação “normal”, “intermediária” ou “modificada”.
O ensaio Mini-CBRic com imersão (i) e sobrecarga (c) é realizado para 
se estudar o comportamento de solos do subleito ou solos de aterros.
30 Douglas F. Villibor e outros
Quando do estudo da capacidade de suporte de solos para bases, 
realiza-se o ensaio sem sobrecarga e sem imersão, pois bases de 
pavimentos econômicos não recebem camadas espessas de revestimento, 
ou seja, trabalham sem sobrecarga. Medidas do teor de umidade de bases 
em serviços por vários anos têm revelado que a condição não imersa 
é a mais representativa. Estudos revelam que mais de 95% das bases 
analisadas apresentam umidade de trabalho (umidade de equilíbrio) 
inferior, em torno de 20%, à umidade ótima de compactação quando de 
sua execução. O que demonstra ser desnecessária a execução do ensaio 
Mini-CBR em condições imersas.
A metodologia MCT contempla também um coeficiente empírico 
denominado relação RIS, definido pela relação Mini-CBRis/Mini-CBRhm para 
corpos de prova moldados na energia intermediária. O emprego da energia 
intermediária se deve ao fato de que, quando adotada a energia modificada, 
ocorre uma laminação da parte superficial da camada de base para alguns 
tipos de solos.
A relação RIS indica o quanto o solo perde de suporte após um longo 
período de exposição à água. Quanto maior for a RIS, melhor é o solo, 
havendo uma menor variação de suporte em contato com a água. Essa 
relação foi incorporada à Metodologia MCT, pois serve como indício do 
comportamento laterítico ou não do solo, sendo mais evidenciado em solos 
arenosos finos.
A figura 7 ilustra o equipamento, as características e procedimentos do 
Ensaio de Capacidade de Suporte Mini-CBR e suas aplicações práticas.
O ensaio Mini-CBR apresenta uma dispersão menor de valores de 
capacidade de suporte em relação ao ensaio convencional.
Pavimentos de Baixo Custo para Vias Urbanas 31
Capítulo 4
FIGURA 7: Ensaio de Capacidade de Suporte – Mini-CBR
O suporte Mini-CBR de camadas de solos compactados pode ser 
aferido, in situ, através do penectrômetro sulafricano e/ou da utilização 
de equipamentos portáteis acoplados a veículos (prensa Mini-CBR). Os 
resultados in situ apresentam valores de capacidade de suporte superiores 
aos obtidos nos corpos de prova moldados na umidade ótima em laboratório. 
Isso reforça a constatação de que as bases e camadas do substrato, em 
ambientes tropicais, trabalham numa umidade inferior à umidade ótima de 
compactação.
32 Douglas F. Villibor e outros
FIGURA 8: Penetrômetro com Soquete Mini-CBR para Determinação da Capacidade de Suporte In Situ.
4.2.3 Ensaio de Expansão
Esse ensaio tem como objetivo principal o conhecimento dos valores de 
expansão dos argilo-minerais constituintes dos solos finos, hierarquizando os 
solos para diversos usos em pavimentação. A figura 9 ilustra o equipamento 
para a medição da expansão.
A figura 8 ilustra o equipamento para a determinação da capacidade 
de suporte in situ, conhecido como penetrômetro, com soquete Mini-CBR.
Pavimentos de Baixo Custo para Vias Urbanas 33
Capítulo 4
FIGURA 9: Ensaio de Expansão
4.2.4 Ensaio de Contração
O objetivo deste ensaio é verificar a contração, intencional ou não, 
durante a fase construtiva e vida útil do pavimento, com o intuito de se 
evitar a propagação e reflexão de trincas na camada de revestimento. O 
ensaio visa a gerar informações relativas ao estado e ao comportamento de 
um pavimento após o período de cura ou secagem.
A figura 10 ilustra a aparelhagem, as características e procedimentos 
do ensaio e suas aplicações práticas.
34 Douglas F. Villibor e outros
 FIGURA 10: Ensaio de Contração
4.2.5 Ensaio de Infiltrabilidade
O ensaio tem como objetivo medir a velocidade e a quantidade de água 
que penetra em camadas de solo (bases), quando chove durante a fase de 
execução e/ou operação da rodovia. Estima aproximadamente quanto uma 
frente de umidade pode caminhar para dentro do pavimento a partir de 
uma valeta lateral não revestida e/ou através de locais de concentração e 
acúmulo d’água próximos ao acostamento. O ensaio serve como balizamento 
para se determinar a distância em que se deve encontrar a rodeira externa 
da pista em relação à borda do acostamento, para dimensionar sua largura, 
evitando assim a ocorrência de deformação.
Pavimentos de Baixo Custo para Vias Urbanas 35
Capítulo 4
FIGURA 11: Ensaio de Infiltrabilidade.
4.2.6 Ensaio de Permeabilidade
É utilizado para cálculos de escoamento de água em meio saturado, 
priorizando os solos para uso em camadas de base de pavimentos. A figura 
12 ilustra a aparelhagem e as características do ensaio.
A figura 11 ilustra a aparelhagem, as características e aplicações dos 
resultados.
36 Douglas F. Villibor e outros
FIGURA 12: Ensaio de Permeabilidade.
4.2.7 Ensaio de Perda de Massa por Imersão em Água
Desenvolvido para distinguiros solos tropicais com comportamento 
laterítico daqueles com comportamento não laterítico. É também utilizado 
para classificar os solos tropicais (Classificação MCT), sendo empregado para 
o cálculo do coeficiente e’.
A figura 13 ilustra a aparelhagem, características de ensaio e aplicações 
dos resultados.
Pavimentos de Baixo Custo para Vias Urbanas 37
Capítulo 4
FIGURA 13: Ensaio de Perda de Massa por Imersão em Água.
4.3 Aplicações Práticas da Metodologia MCT
As principais aplicações desta metodologia são:
- Classificação dos solos.
- Propriedades geotécnicas.
- Critérios de escolha e priorização de solos para bases.
- Dosagem de misturas com solos lateríticos.
- Dosagem de imprimaduras asfálticas.
Neste item serão abordadas a classificação e as propriedades 
geotécnicas dos solos lateríticos.
Os critérios de escolha e priorização de solos para bases, dosagem de 
misturas e imprimaduras asfálticas, serão enfocados no capítulo 5.
38 Douglas F. Villibor e outros
4.3.1 Classificação dos Solos com uso da Metodologia MCT
A classificação dos solos com uso da Metodologia MCT foi desenvolvida 
especialmente para o estudo de solos tropicais e baseada em propriedades 
mecânicas e hídricas obtidas de corpos de prova compactados de dimensões 
reduzidas. Essa classificação não utiliza a granulometria, o limite de liquidez e 
o índice de plasticidade, como acontece no caso das classificações geotécnicas 
tradicionais. Separa os solos tropicais em duas grandes classes: os de 
comportamento laterítico e os de comportamento não laterítico.
Os solos lateríticos e saprolíticos, segundo a classificação MCT, podem 
pertencer aos seguintes grupos:
- Solos de comportamento laterítico, designados pela letra 
L, sendo subdivididos em 3 grupos:
- LA - areia laterítica quartzosa.
- LA’ - solo arenoso laterítico.
- LG’ - solo argiloso laterítico.
- Solos de comportamento não laterítico (saprolítico), 
designados pela letra N, sendo subdivididos em 4 grupos:
- NA – areias, siltes e misturas de areias e siltes com predominância 
de grão de quartzo e/ou mica, não laterítico.
- NA’- misturas de areias quartzosas com finos de comportamento 
não laterítico (solo arenoso).
- NS’- solo siltoso não laterítico.
- NG’- solo argiloso não laterítico.
Para se classificar os solos lateríticos e saprolíticos, através da 
Metodologia MCT, utiliza-se o gráfico da figura 14, no qual a linha tracejada 
separa os solos de comportamento laterítico dos de comportamento não 
laterítico.
Pavimentos de Baixo Custo para Vias Urbanas 39
Capítulo 4
FIGURA 14: Classificação MCT
O gráfico foi elaborado a partir do conhecimento dos coeficientes c’ 
(eixo das abscissas) e e’ (eixo das ordenadas). O coeficiente c’, denominado 
de coeficiente de deformabilidade, é obtido com o ensaio Mini-MCV. O ensaio 
Mini-MCV, como já comentado, consiste na aplicação de energias crescentes 
(produzidas pelo aumento do número de golpes do soquete compactador) 
até que se atinja um valor máximo de densidade. Esse ensaio é de massa 
constante, fixada em 200 g de material.
Os resultados obtidos também podem ser utilizados no controle da 
compactação e na previsão da erodibilidade.
O coeficiente c’, para a classificação de solos, é obtido por meio do 
coeficiente angular da parte retilínea da curva de deformabilidade que mais 
se aproxima do valor Mini-MCV igual a 10.
Este coeficiente indica a argilosidade do solo, ou seja, um c’ elevado 
(acima de 1,5) caracteriza as argilas e solos argilosos, enquanto valores baixos 
(abaixo de 1,0) caracterizam as areias e os siltes não plásticos ou pouco 
coesivos. No intervalo entre 1,0 e 1,5 situam-se diversos tipos de solos, como 
areias siltosas, areias argilosas, argilas arenosas e argilas siltosas.
40 Douglas F. Villibor e outros
O coeficiente e’ é calculado a partir do coeficiente d’ (inclinação da 
parte retilínea do ramo seco da curva de compactação, correspondente 
a 12 golpes do ensaio de Mini-MCV) e da perda de massa por imersão Pi 
(porcentagem da massa desagregada em relação à massa total do ensaio 
quando submetida à imersão em água), expresso pela expressão:
 
Detalhes dos procedimentos de cálculo dos coeficientes c’ e e’, e ensaios 
associados, encontram-se no livro “Pavimentação de Baixo Custo com Solos 
Lateríticos” de Nogami e Villibor, 1995.
4.3.2 Propriedades Geotécnicas dos Solos
A Metodologia MCT apresenta uma série de ensaios que medem as 
propriedades mecânicas e hídricas dos solos, por meio de determinações 
em corpos de prova de dimensões reduzidas.
Os ensaios preconizados pela Metodologia MCT são utilizados para 
diversas finalidades:
- Estudo de solos para a utilização como bases de pavimentos.
- Estudo de erodibilidade dos solos com os ensaios de Mini-MCV e 
perda de suporte por imersão, etc.
Portanto, a Metodologia MCT é utilizada para diversas aplicações práticas 
e, para cada uma dessas aplicações, emprega-se um elenco de ensaios:
- Obtenção do suporte Mini-CBR e expansão, para a definição do 
universo do subleito para efeito de dimensionamento de um 
pavimento, quando o subleito é constituído por solos finos, ou seja, no 
máximo 5% de grãos retidos na peneira de abertura de 2,00 mm.
- Obtenção do suporte Mini-CBR, expansão, contração, relação RIS 
e sorção, para efeito de dosagem, por exemplo: mistura de argila 
laterítica com areia (ALA) para emprego como base de pavimento.
Pavimentos de Baixo Custo para Vias Urbanas 41
Capítulo 4
Os intervalos das propriedades mecânicas e hídricas admissíveis, para 
que bases executadas com solos lateríticos apresentem comportamento 
satisfatório, são os seguintes:
- Mini-CBR sem imersão ................ $ 40%
- Perda de suporte por imersão ...... # 50%
- Expansão, sem sobrecarga .......... < 0,3%
- Contração ............................. 0,1 a 0,5 %
- Coeficiente de sorção .................. 10-2 a 10-4 cm / min1/2
Nota: Intervalos de Propriedades Geotécnicas obtidos na Energia 
Intermediária do Mini-Proctor.
A tabela 1 ilustra as propriedades geotécnicas associadas com as 
propriedades físicas de camadas acabadas e seus principais problemas e 
defeitos construtivos.
ENSAIO E
DETERMINAÇÕES
PROPRIEDADES FÍSICAS
ASSOCIADAS
PROVÁVEIS DEFEITOS
Mini-CBR Capacidade de Suporte (Previsão)
- Deformação Excess iva
- Ruptura do Pavimento
Expansão Aumento de Volume com Teor de Umidade
- Deformação da Base
- Trincas da Capa
Coeficiente de Sucção
Capilar D’água
Velocidade de Penetração da Frente de
Umidade e Quantidade de Água Associada
a Penetração dessa Frente
- Amolecimento da Parte Superior da Base na Época
de Construção devido às Chuvas
- Amolecimento da Borda
- Drenabilidade Lenta e Problemas Construtivos
Associados
- Crescimento das Panelas
Permeabilidade Percolação da Água - Não Drenante
Contração Contração da Base
- Desagregação pelo Trâns ito de Serviço
- Trincas de Reflexão na Capa
- Entrada Excessiva D’água na Base e Suble ito
Compactação
Grau de Compactação do Material em
Relação a Umidade Ótima
- Deformação Excess iva
- Lamelas
- Ruptura do Pavimento
- Trincamentos Excess ivos
Penetração da Imprimadura
Espessura e Quantidade de Material
Betuminoso Penetrado
- Escorregamento da Camada de Rolamento
- Exsudação de Asfa lto na Superfície do Pavimento
Mini-CBR in s itu Capacidade (Rea l) de Suporte
- Deformação Excess iva
- Ruptura doPavimento
Razão: Mini -CBR na
Umidade de Moldagem /
Mini-CBR Após Imersão
Diminuição da Capacidade com Aumento
da Umidade
- Deformação da Base na Época de Construção
devido às Chuvas
- Deformação Excess iva na Borda do Pavimento
devido a Penetração Lateral da Água
- Ruptura do Pavimento em Capas Permeáveis
TABELA 1: Ensaios e Determinações da Metodologia MCT e Propriedades Físicas Associadas.
42 DouglasF. Villibor e outros
A tabela 2 ilustra valores das propriedades geotécnicas de sete solos 
de comportamento laterítico e de sete solos de comportamento não laterítico 
(saprolítico). As amostras foram numeradas com número ímpar, quando de 
natureza laterítica, e com número par, quando de natureza saprolítica.
Os valores das propriedades geotécnicas de alguns solos determinados 
com o emprego dos ensaios da Metodologia MCT revelaram a inaplicabilidade 
dos limites estipulados pelas classificações tradicionais de: 25% para o limite 
de liquidez (LL) e 6% para o Índice de Plasticidade (IP), para o caso de solos 
e condições ambientais tropicais. 
Alguns solos tropicais saprolíticos que apresentam baixo LL e baixo IP, 
(dentro dos limites tradicionais anteriormente referidos) expandem-se bastante 
quando compactados nas condições exigidas pelas normas rodoviárias e 
imersos em água. Isto acontece, sobretudo nos solos saprolíticos ricos em siltes 
caoliníticos e/ou micáceos.
Amostra Nº 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14
Grupo MCT LA NA LA’ NA’ LA’ NS ’ LG’ NS ’ LG’ NS ’ LG’ NS ’ LG’ NG’
Coeficientes c’ 0,50 0,35 0,80 1,00 1,36 0,80 1,84 0,60 1,82 1,10 1,70 1,30 1,76 1,70
e Índice para d’ 66 10 66 13 80 8 65 6 67 11 25 7 30 1
Classificação e ’ 1,31 2,68 1,02 1,27 0,63 1,81 0,96 1,81 0,79 1,66 0,93 1,80 0,94 1,63
MCT Pi (%) 196 280 75 50 50 260 50 260 20 280 00 300 15 250
Massa Esp. Apar. Máx.(g/cm3 ) 2,02 1,77 2,05 2,00 1,92 1,70 1,80 1,55 1,58 1,52 1,59 1,41 1,49 1,42
Umidade Ótima –Ho (%) 10,5 15,5 9,8 12,0 12,9 17,0 18,0 23,2 23,0 22,0 24,0 26,0 30,0 30,0
Mini-CBR
Sem imersão
(S I)
20 17 43 26 26 15 20 10 15 17 22 12 13 11
(%) (1)
Com imersão
(CI)
19 12 41 20 22 2 17 6 13 1 17 2 11 3
(CI) / (S I) 95 70 95 77 85 17 85 60 87 6 77 15 85 24
Expansão (%) 0,1 0,1 0,1 0,2 0,1 2,1 0,1 0,8 0,1 6,3 0,3 6,5 0,4 6,5
Contração (%) 0,2 0,2 0,2 0,3 0,2 1,1 1,0 0,8 1,8 0,5 1,5 0,5 5,1 2,0
Permeabilidade (Log k (cm/s )) -0,7 -4,1 -6,4 -6,7 -6,4 -5,6 -5,2 -5,4 -6,7 -6,1 -7,5 -5,7 -6,5 -7,2
Infiltração min))/(( cmLogs -2,7 -2,1 -2,5 -2,4 -2,1 -1,5 -2,0 -2,0 -2,0 -1,1 -2,2 -1,1 -2,5 -2,0
Pavimentos de Baixo Custo para Vias Urbanas 43
Capítulo 4
Muitos solos de comportamento laterítico, similares aos das amostras 
01, 03, 05 e 07 da tabela 2, são usados em bases de SAFL mesmo com 
IP e LL bem superiores aos recomendados para essa camada (IP ≤ 6% e 
LL ≤ 25%).
Pela análise da tabela 2 constata-se que pares de solos de um 
mesmo grupo da classificação HRB apresentam valores das propriedades 
mecânicas e hídricas bastante diferentes entre si, quando o esperado seria 
apresentarem propriedades similares. Por exemplo, os pares de amostras 
05 e 06 e 07 e 08, respectivamente de classificação A-4 e A-6, demonstram 
essas diferenças com solos de um mesmo grupo. Esse fato mostra que a 
classificação tradicional não é adequada para diferenciar solos tropicais de 
um mesmo grupo, quando apresentam formações genéticas distintas, como 
é o exemplo dos solos lateríticos e saprolíticos. 
Já os mesmos pares de solos, quando classificados pela MCT, acham-
se em grupos diferentes ou seja: 05 (LA’), 06 (NS’), 07 (LG’) e 08 (NS’), 
com valores de propriedades diferentes entre eles e compatíveis com seu 
real comportamento, quando usados como camada de base e para outras 
finalidades rodoviárias. Portanto, a classificação MCT tem uma abrangência 
mais ampla e mais realística, quando aplicada no Brasil, em relação à 
classificação tradicional ainda em uso.
TABELA 2: Principais Características Mecânicas e Hídricas dos Solos Lateríticos e Saprolíticos.
2,00 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100
0,42 98 55 73 96 99 92 95 100 99 99 99 100 99 100
% que Passa ,
Pene iras de
Abertura em
Milímetros 0,075 21 16 22 33 57 58 54 84 79 98 85 94 88 95
% de Argila – Φ (mm)<0,002 18 4 14 10 18 4 25 10 56 18 49 16 65 50
Limite de Liquidez (%) NP NP 26 25 30 32 38 38 45 46 54 56 83 88
Índice de Plas ticidade (%) NP NP 11 11 9 10 14 14 17 19 24 26 46 50
Índice de Grupo 0 0 0 0 4 5 5 10 11 13 16 18 20 20
H R B A-2-4 A-2-4 A-26 A-26 A-4 A-4 A-6 A-6 A-7-6 A-7-6 A-7-5 A-7-5 A-7-5 A-7-5
Classificação
U S C S SM SM SC SC CL CL CL CL ML ML MH MH MH CH
44 Douglas F. Villibor e outros
Pavimentos de Baixo Custo para Vias Urbanas 45
Capítulo 5
Capítulo 5
Tecnologia do Uso de Solos Lateríticos em 
Pavimentação
Neste capítulo serão enfocados os estudos geotécnicos dos materiais 
do subleito e de jazidas para uso em camadas de reforço do subleito, bem 
como aplicações da Metodologia MCT para o estudo de bases de pavimentos 
de baixo custo.
5.1 Estudos Geotécnicos 
O estudo para a obtenção das características geotécnicas dos solos do 
subleito e de jazidas para o emprego como camadas de reforço do subleito, 
sub-bases e bases, abrange as atividades ilustradas no fluxograma 2:
ni
i
i i
i
m
i
i
i i
m m
i m i
n im n
imin
m
n i
ni
i
i
n i n
i
n i
ni
i ni
m
m
ni
Fluxograma 2: Atividades Envolvidas nos Estudos Geotécnicos
46 Douglas F. Villibor e outros
A nomenclatura para identificação dos materiais no perfil dos solos 
será feita de acordo com o exposto a seguir.
Designação das frações dos Materiais
- Fração Pedregulho: grãos minerais que passam na peneira de 38 
mm, mas são retidos na de 2 mm de abertura nominal.
- Fração Solo: grãos minerais que passam na peneira de 2 mm de 
abertura nominal.
A fração deverá ser classificada de acordo com a “Classificação de Solos 
Tropicais segundo a Metodologia MCT – ME.54” da Prefeitura Municipal de 
São Paulo, e apresentar a seguinte nomenclatura:
- Classe de Comportamento Laterítico: designada pelo prefixo “L”, 
subdividida nos seguintes grupos:
- LA – Areia Laterítica.
- LA’ – Solo Arenoso Laterítico.
- LG’ – Solo Argiloso Laterítico.
- Classe de Comportamento Não Laterítico: designada pelo prefixo 
“N”, subdividida nos seguintes grupos:
- NA – Areia Não Laterítica.
- NA’ – Solo Arenoso Não Laterítico.
- NS’ – Solo Siltoso Não Laterítico.
- NG’ – Solo Argiloso Não Laterítico.
As propriedades típicas dos diversos grupos de solos da Metodologia 
MCT são apresentadas na figura 14 e detalhadas na tabela 3.
Pavimentos de Baixo Custo para Vias Urbanas 47
Capítulo 5
(1) q=quartzo, m=micas, k=caulinita
(2) Corpos de prova compactados na umidade ótima (hot), energia 
normal, com sobrecarga padrão quando pertinente.
TABELA 3: Propriedades Típicas dos Solos dos Grupos da MCT
Designação dos Materiais
- Quanto à Predominância das Frações: quando não houver fração 
retida na peneira de 2 mm, o material será designado simplesmente 
de solo.
- Solo com Pedregulho: quando a fração retida na peneira de 
2mm estiver compreendida entre 10% e 50%, a nomenclatura 
deverá ser acompanhada de indicação “com pedregulho”. Ex.: 
areia não laterítica com pedregulho.
- Pedregulho: quando a fração retida na peneira de 2mm for 
maior que 50%, a palavra “pedregulho” deve preceder a 
classificação do solo. Ex.: Pedregulho com solo siltoso não 
laterítico.
Propriedades Típicas dos Solos dos grupos da classificação MCT
Classes N- Solos de Comportamento "Não Laterítico"
L- Solos de Comportamento
“Laterítico”
Grupos
NA
Are ias
NA’
Arenosos
NS ’
S iltosos
NG’
Argilosos
LA
Are ias
LA’
Arenosos
LG’
Argilosos
Granulome-
trias
(Minera is )
Típicas
(1)
- are ias
- are ias
s iltosas
- s iltes
- are ias
s iltosas
- areias
argilosas
- s iltes
(k,m)
- s iltes
arenosos
e argilosos
- argilas
- argilas
arenosas
- argilas
s iltosas
- are ias
com
pouca
argila
- are ias
argilosas
- argilas
arenosas
- argilas
- argilas
arenosas
Muito a lto > 30
Alto 12-30
Médio 4-12
Mini-
CBR
sem
imersão
(%) Baix o < 4
Alto
a
Médio
Alto
Médio
aAlto
Alto Alto
Alto
a
Muito
Alto
Alto
Alta > 70
Média 40-70
C
a
p
.S
u
p
o
rt
e
(2
)
Pe rda de
Suporte
por
imersão
(%) Ba ixa <40
Média
a
Baixa
Baixa Alta Alta Ba ixa Baixa Baixa
Alta > 3
Média 0,5 – 3
Baixa Baixa Alta
Alta a
Média
Baixa Baixa BaixaExpansão
(%) (2)
Contração
(%) (2) Ba ixa < 0,5
Ba ixa a
Média
Baixa a
Média
Média
Alta a
Média
Baixa
Baixa a
Média
Média a
Alta
Alta > (-3)
Média (-3) a ( -5)
Permeabili-
dade
log (K (cm/s )) Ba ixa < (-6)
Média a
Alta
Ba ixa
Média a
Baixa
Baixa a
Média
Média a
Baixa
Baixa Baixa
Ip (%) LI (%)
Alta > 30 > 70
Média 7 – 30 30 – 70
P
la
st
ic
i-
d
a
d
e
Ba ixa < 7 < 30
Baixa
a
Média
Média
a
MP
Média
a
MP
Alta
MP
a
baixa
Baixa
a
Média
Média
a
Alta
48 Douglas F. Villibor e outros
- Quanto à Presença de Constituintes Especiais:
- Com mica: quando for observada a presença de mica, deverá 
ser anotada a indicação “com mica”. Ex.: solo siltoso não 
laterítico, com mica.
- Com matéria orgânica: quando for observada a presença 
de matéria orgânica, deverá ser anotada a indicação “com 
matéria orgânica”. Ex.: solo argiloso não laterítico, com 
matéria orgânica.
5.1.1 Estudos Geotécnicos dos Solos do Subleito
Os estudos dos solos do subleito objetivam a obtenção dos 
parâmetros geotécnicos do subleito, a partir de serviços de campo 
e laboratório. Esses serviços são complementados por serviços de 
escritório, que abrangem a elaboração de perfis geotécnicos com as 
características dos solos, indicações dos universos de solos para subleito 
e plano de exploração para jazidas.
5.1.1.1 Serviços de Campo e Laboratório
Os serviços de campo e laboratório envolvem o reconhecimento 
preliminar de campo, a amostragem sistemática e ensaios geotécnicos.
Os estudos preliminares de campo desempenham papel importante 
pelo fato de possibilitarem a obtenção de alguns parâmetros de maneira 
expedita, mediante o uso de procedimentos práticos e de equipamentos de 
fácil manuseio.
Com as informações disponíveis em mapas pedológicos, geológicos e 
geotécnicos, é feita uma vistoria in situ por profissionais especializados, com 
comprovada experiência na área, para a obtenção das seguintes informações 
básicas:
- Existência ou não de revestimento primário nas vias.
- Condições topográficas e aspectos ligados à drenagem superficial 
e profunda das vias em questão.
Pavimentos de Baixo Custo para Vias Urbanas 49
Capítulo 5
- Identificação expedita, táctil-visual, do subleito e das jazidas, 
para a verificação da mineralogia e granulometria dos solos, 
macroestrutura e cor etc.
A partir dessas informações e da identificação genética do material, serão 
programadas as fases de amostragem sistemática e ensaios geotécnicos.
A amostragem da via para fins geotécnicos será feita através de furos 
de sondagens com espaçamento máximo, entre dois furos consecutivos no 
sentido longitudinal, de 75 metros, devendo-se fazer furos intermediários, 
a cada 25 metros, para simples identificação táctil-visual dos materiais 
encontrados. Os furos e sondagens deverão ser locados com base nas 
informações obtidas no reconhecimento preliminar de campo.
As sondagens que servirão para reconhecimento (análise táctil-visual), 
coleta de amostras, traçado do perfil geotécnico do subleito e anotação 
da cota do nível d’água (se constatado), serão executadas com auxílio de 
equipamentos manuais (trado-espiral, cavadeira, pá etc.). A profundidade 
das sondagens, em relação ao greide de fundação do pavimento será de 1,50 
metro ou mais, no caso de ocorrência de solos imprestáveis (solos atípicos) 
sujeitos à remoção. Nesse caso, essa área de material impróprio deve ser 
delimitada e o projeto deverá dar um tratamento adequado a ela.
A amostragem das camadas representativas do revestimento primário 
e do subleito, visando à obtenção de suas características geotécnicas, será 
feita conforme descrito a seguir.
- Subleito Natural
Para esse procedimento, entende-se como subleito natural, no seu 
estado atual, o subleito sem presença de material pétreo lançado.
A coleta de amostras será no primeiro metro abaixo do greide 
de fundação do pavimento e deverá ser representativa das camadas 
encontradas.
50 Douglas F. Villibor e outros
- Subleito com Camada de Revestimento Primário
Quando as vias existentes apresentarem camada de revestimento 
primário em espessura superior a 10 cm, com materiais pétreos, escória 
ou entulho de boa qualidade, em porcentagem superior a 30% em 
peso (material retido na peneira de 2,00 mm), deverão ser coletadas 
amostras, separadamente, da camada de revestimento primário e das 
camadas do subleito até a profundidade de 1,00 metro abaixo do greide 
de fundação do pavimento.
A programação dos ensaios geotécnicos, tanto in situ quanto em 
laboratório, será baseada em informações obtidas no reconhecimento 
preliminar de campo e no levantamento topográfico (plani-altimétrico 
cadastral). Com esses dados o projetista poderá pré-definir o greide de 
implantação do pavimento e, portanto, prever a possibilidade de utilização 
de algumas camadas em suas condições locais.
Os ensaios geotécnicos, já descritos anteriormente, serão feitos para 
avaliar os materiais entre 0 e 1,00 metro abaixo do greide de fundação do 
pavimento, em duas camadas de aproximadamente 0,50 m. No caso dos 
ensaios laboratoriais, as amostras representativas dessas duas camadas, se 
identificadas como iguais (táctil-visual e granulometricamente), poderão ser 
ensaiadas em uma única amostra representativa do horizonte. 
5.1.1.2 Serviços de Escritório
Os serviços de escritório orientam a elaboração de documentos 
geotécnicos do projeto, constando de plantas e perfis e deverão conter 
estas informações:
- Características Geotécnicas:
- Identificação táctil-visual, incluindo a cor de cada camada.
- Classificação MCT da fração do solo que passa na peneira de 
2,00 mm.
- Massa específica aparente seca máxima.
- Teor de umidade ótima.
- Granulometria.
- Índice de suporte in situ, e moldado em laboratório.
Pavimentos de Baixo Custo para Vias Urbanas 51
Capítulo 5
- Indicações dos Universos de Solos
Os universos serão definidos, para efeito de dimensionamento, segundo 
um dos critérios:
- Por meio de intervalos de Índice de Suporte, Mini-CBR ou 
CBR, com Expansão # 2%:
U1: Solos com CBR ou Mini-CBR < 4%;
U2: Solos com 4% # CBR ou Mini-CBR < 8%;
U3: Solos com 8% # CBR ou Mini-CBR < 12%;
U4: Solos com CBR ou Mini-CBR $ 12%.
Opcionalmente poderá ser utilizada a classificação MCT, para a 
determinação dos universos de solos:
UL: Solos Lateríticos, pertencentes aos grupos LA’ e LG’, e com 
Mini-CBR $ 8%;
UN: Solos Saprolíticos, pertencentes aos grupos NS’ e NG’, e 
com Mini-CBR # 8%.
Os demais grupos da classificação MCT (NA’, NA, LA) devem ser 
estudados isoladamente. A figura 15 ilustra um perfil geotécnico do subleito 
de uma via urbana.
A distância entre os furos de sondagem, recomendadas para estudos 
geotécnicos em vias urbanas, é de 25 m.
Caso um quarteirão tenha menos que 75 m, deverão ser locados furos 
de sondagem e amostrados seus solos em, no mínimo, 3 locais.
52 Douglas F. Villibor e outros
FIGURA 15: Perfil Geotécnico do Subleito de uma Via Urbana
5.1.2 Estudos Geotécnicos de Jazidas
Os estudos para a obtenção das características geotécnicas dos solos de 
jazidas (áreas de empréstimos) são semelhantes aos dos solos do subleito, 
havendo apenas pequenas adaptações referentes a:
- Amostragem sistemática.
- Ensaios geotécnicos.
- Serviços de escritório.
5.1.2.1 Serviços de Campo e Laboratório 
(Amostragem Sistemática e Ensaios Geotécnicos)
O estudo geotécnico de jazidas para o uso em aterro, reforço do 
subleito,sub-base e base, será feito por métodos convencionais, com uma 
rede de poços de investigação espaçados, de 30 metros, nos dois sentidos, 
conforme ilustrado na figura 16. A dimensão poderá ser aumentada até 50 
metros, em função da área de empréstimo, desde que a malha estudada 
permita a caracterização adequada dos materiais ocorrentes.
Pavimentos de Baixo Custo para Vias Urbanas 53
Capítulo 5
FIGURA 16: Perfil Geotécnico de uma Jazida
As amostras deverão ser coletadas em dois níveis de profundidade, 
ou seja, de 0,5 m até 2,0 m e de 2,0 m até a cota final de exploração (ver 
figura 16).
Constarão do estudo geotécnico, no mínimo, 09 amostras representativas 
de cada camada do perfil de solo encontrado, que serão submetidas aos 
seguintes ensaios:
- Classificação MCT.
- Análise granulométrica em 50% das amostras, ou em furos 
alternados.
- Teor de umidade.
- Compactação Mini-Proctor na Energia Normal.
- Suporte CBR ou Mini-CBR, e expansão.
O ensaio Mini-CBR é empregado somente quando o material apresentar 
granulometria com 95% passando na peneira com malha de abertura nominal 
de 2,00 mm. Caso contrário, utiliza-se o CBR convencional.
54 Douglas F. Villibor e outros
5.1.2.2 Serviços de Escritório
Os serviços de escritório constam de elaboração de plantas, perfis e 
plano de exploração. Devem conter as informações indicadas na Figura 16, 
além dos dados relativos à análise granulométrica, capacidade de suporte 
CBR ou Mini-CBR, classificação MCT, teor de umidade, massa específica 
aparente seca máxima etc.
5.2 Aplicações da Metodologia MCT em Bases de 
Pavimentos
A Metodologia MCT permitiu o desenvolvimento de novos tipos de bases 
para pavimentos constituídas por solos tropicais considerados impróprios 
pelos critérios tradicionais desenvolvidos para climas frios e temperados.
Os materiais empregados em bases de pavimentos rodoviários e 
urbanos, para baixo volume de tráfego, podem ser solos lateríticos finos in
natura ou misturas desses com agregados naturais ou britados.
Os seguintes tipos de bases para pavimentos serão enfocados:
- Bases de Solo Arenoso Fino Laterítico (SAFL).
- Bases de Solo Argiloso Laterítico e Areia (ALA).
- Bases de Solo Laterítico e Agregado de Granulometria Descontínua 
(SLAD).
- Bases de Argila Laterítica.
5.2.1 Bases de Solo Arenoso Fino Laterítico (SAFL)
5.2.1.1 Considerações Iniciais
No território brasileiro existem vastas áreas cobertas por espesso manto 
de solos arenosos finos. O solos da parte superficial desse manto apresentam 
características próprias devido à atuação de processos pedológicos específicos 
designados genericamente de laterização. Muitos desses solos são jazidas 
naturais de solo arenoso fino laterítico (SAFL) apropriados para o emprego 
em bases de pavimentos.
Pavimentos de Baixo Custo para Vias Urbanas 55
Capítulo 5
No Estado de São Paulo, o uso rotineiro de bases de solo arenoso 
fino laterítico ocorreu após 1975. Entretanto a primeira utilização de solos 
lateríticos de granulação fina (argilosos ou arenosos) em camadas de 
pavimentos no Estado de São Paulo ocorreu ainda na década de 50, quando 
foram utilizados em camadas de reforço do subleito. 
Esse procedimento foi adotado diante do elevado valor de capacidade 
de suporte CBR apresentado por esses solos, apesar de possuírem outras 
características consideradas não muito favoráveis pelos procedimentos 
tradicionais de classificação dos solos. Portanto, de 1950 até 1975, esses 
solos in natura só eram usados em pavimentação como camadas de reforço 
do subleito ou sub-bases. 
Pelo fato de os solos constituintes dessas camadas se encontrarem 
confinados pela base e, eventualmente pela sub-base, não havia grande 
preocupação por parte do meio técnico quanto ao trincamento ou mesmo 
quanto à qualidade do acabamento da superfície dessas camadas. Para 
controle da qualidade dos subleitos e das sub-bases, limitava-se à obtenção 
de um grau de compactação que garantia um suporte, expresso em termos 
de CBR, especificado para a camada.
Para o caso do uso de solo arenoso fino laterítico em bases de pavimentos, 
outras características são decisivas para o seu sucesso, pois tais camadas 
praticamente não são confinadas, e recebem sobre si apenas um revestimento 
betuminoso esbelto, com espessura máxima de 3,0 cm. Mesmo assim, devem 
absorver os esforços provenientes da construção do revestimento, apresentar 
boa aderência à camada de revestimento, suportar os esforços verticais e 
horizontais provenientes do tráfego e resistir à ação das intempéries.
Há solos arenosos finos lateríticos para emprego em bases de pavimentos 
em 50% do Estado de São Paulo. Há grande ocorrência destes solos também 
nos Estados do Paraná, Goiás, Mato Grosso, Bahia e Minas Gerais.
Até a presente data, já foram executados aproximadamente 12.300 
km de rodovias vicinais com bases de solo arenoso fino laterítico. Desses, 
8.000 km apenas no Estado de São Paulo. Em termos de vias urbanas, já 
foram construídos mais de 12 milhões de m2 de bases de SAFL em todo o 
território nacional.
56 Douglas F. Villibor e outros
5.2.1.2 Pavimentos Urbanos com Base de Solo Arenoso 
Fino Laterítico 
Na tabela 4 estão relacionadas as principais cidades onde já foram 
executadas bases de SAFL, na espessura de 15,0 cm, ano de execução, bem 
como área construída com SAFL e grupo MCT desses solos.
TABELA 4: Cidades com Pavimentos de Bases de SAFL
5.2.1.3 Especificações dos SAFL para Bases 
de Pavimentos
As especificações do solo arenoso fino laterítico são fundamentadas 
em determinações de suas propriedades mecânicas e hídricas. Essas 
especificações impõem as seguintes condições para o emprego desses solos 
como base de pavimento:
- Composição granulométrica do solo tal que, 100% seja constituído 
por grãos que passem integralmente na peneira de abertura de 2,00 
mm ou que possua uma porcentagem de grãos de, no máximo, 5% 
retidos nessa peneira.
- Os solos devem pertencer à classe de solos de comportamento 
laterítico de acordo com a classificação MCT, ou seja, ser do tipo 
LA, LA´ ou LG´.
CIDADE
ANO
(in íc io de
execução)
CAMADA DE ROLAMENTO
ESPESSURA
ÁREA
(1000m2)
CLASSIFICAÇÃO
MCT
Rio Branco – AC 80 TSS + 4,0 cm CBUQ com laterita 300 LA’ – LG’
Rio Brilhante – MS 82 TSD 200 LA’ – LG’
Araraquara 82 Macadame Betuminoso 400 LA’ – LG’
Pres idente Prudente 82 TSD 1.500 LA’
Álvares Machado 82 TSD 300 LA’
Rosana 82 TSD 200 LA’
Araçatuba 84 TSD 400 LA’
Pres idente Prudente 84 TSD 200 LA’
Novo Horizonte 86 TST 50 LA’ – LG’
Barra Bonita 86 TSS + CBUQ 3,0 cm 65 LA
Lins 86 TSS + CBUQ 3,0 cm 120 LA’
Ibaté 87 Macadame Betuminoso 80 LA’
Pavimentos de Baixo Custo para Vias Urbanas 57
Capítulo 5
- Os solos devem apresentar propriedades mecânicas e hídricas dentro 
dos intervalos indicados na tabela 5, quando compactados na Energia 
Intermediária do Mini-Proctor. A curva granulométrica destes solos 
é descontínua e eles devem apresentar uma granulometria que se 
enquadre na faixa indicada na figura 17, servindo portanto esta 
faixa como orientação para o emprego desses solos como bases de 
pavimento.
PENEIRA (mm)
2,00 100
0,42 85 a 100
0,149 45 a 90
0,075 20 a 50
PORCENTAGEM QUE PASSA (%)
PROPRIEDADES INTERVALOS DE VALORES
Mini-CBR sem imersão ≥ 40%
RIS = 100 x Mini -CBR IS / Mini-CBR hm ≤ 50%
Expansão sem sobrecarga padrão ≤ 0,3%
Contração 0,1 a 0,5%
Coeficiente de Sorção 10-2 a 10-4 (cm/min1/2)
FIGURA 17: Faixa Granulométrica Recomendada para Bases de SAFL
TABELA 5: Valores Recomendados para Bases de SAFL.
Quando da construção de bases de SAFL constatou-se que alguns 
solos apresentavam uma série de problemas construtivos, enquanto outros 
não. A partir disso, dividiram-se os solos de comportamento laterítico em 4 
grupos de solos, localizados em áreas distintas do gráficoda classificação 
MCT, conforme ilustrado na figura 18.
58 Douglas F. Villibor e outros
FIGURA 18: Áreas no Gráfico da Classificação MCT dos SAFL utilizados em Bases de Pavimentos 
Para os solos de cada uma das áreas da figura 18 foram estudados 
detalhes da técnica construtiva mais adequada a fim de evitar qualquer 
defeito construtivo e minimizar o custo de construção.
5.2.1.4 Técnica Construtiva
A tabela 6 ilustra o Procedimento Construtivo e de Controle de Bases 
de SAFL e a figura 19 mostra seus detalhes construtivos.
Pavimentos de Baixo Custo para Vias Urbanas 59
Capítulo 5
CONTROLE DO SOLO
E DA BASE
PROCEDIMENTO CONSTRUTIVO SOLOS DAS ÁREAS I E II
Controle do Solo
a cada 100 m
- Granulometria: peneiras
0,42, 0,150 e 0,75 mm
- Mini-CBRhm
- Contração
Controle da Base
a cada 40 m
- Verificação do grau de
compactação ≥ 100% da
energia intermediária
- Verificação do teor de
umidade na fase de
compactação (hot ± 2%)
Recomendações gerais:
- Colocar o solo e pulverizá-lo, deixando a camada solta (colchão) na faixa de umidade de
projeto.
- Iniciar a compactação com rolo pé de carneiro pata longa, 6 passadas e se necessário,
complementá-la com rolo vibratório corrugado, dando no máximo 3 passadas.
- Preferencialmente não patrolar o solo para o ajuste de espessura da base durante o
processo de compactação, que deverá terminar quando o grau de compactação de
campo for ≥ ao de projeto.
- Após irrigá-la, efetuar o acabamento final da base com a motoniveladora, cortando a
numa espessura de 2 cm e também cortando as laterais. Executar a rolagem final com
rolo de pneu ou dar no máximo 1 passada com o rolo vibratório liso.
- Deixar a base perder umidade, por secagem, num período de 48 a 60 horas ou até a
ocorrência de trincas com largura de 2 mm.
- Colocar o solo e pulverizá-lo na faixa de umidade de projeto.
- Iniciar a compactação com rolo de pneu, 8 passadas e complementá-la, se necessário,
dando no máximo 1 passada com rolo liso vibratório.
- Não patrolar o solo para o ajuste de espessura da base durante o processo de
compactação.
- Acabamento final da base: após irrigá-la, efetuar o acabamento com a motoniveladora,
cortando numa espessura de 2 cm e também cortando as laterais, porém dando a
rolagem final com o rolo de pneu.
- Deixar a base perder umidade, por secagem, num período de 48 a 60 horas ou até a
ocorrência de trincas com largura de 2 mm.
1. Espessura mínima da base é de 12,5 cm e a máxima de 17,0 cm;
2. A uniformização do teor de umidade do colchão de solo para compactação deverá ser efetuada no final da
tarde e sua compactação deverá ser executada no período da manhã;
3. A imprimação da base deve ser precedida de uma leve irrigação.
PROCEDIMENTO CONSTRUTIVO SOLOS DAS ÁREAS III E IV
TABELA 6: Procedimento Construtivo e Controle Tecnológico da Base de SAFL
60 Douglas F. Villibor e outros
FIGURA 19: Detalhes Construtivos de Bases de SAFL
Abertura de Caixa e Melhoria do Subleito Lançamento da Camada
Compactação da Base Processo de Cura da Base
Preparação para Imprimadura Imprimadura da Base
Pavimentos de Baixo Custo para Vias Urbanas 61
Capítulo 5
5.2.1.5 Peculiaridades sobre o Comportamento de 
Pavimentos com Base de SAFL 
Algumas peculiaridades observadas durante a vida de serviço dos 
pavimentos executados com bases de solo arenoso fino laterítico são:
- Baixíssima incidência de ruptura da base, exceto em locais onde o 
lençol freático se encontra a menos de 1,0 m de profundidade e/ou 
em pontos de percolação de águas superficiais.
- Pequenas deflexões, geralmente entre 20 e 60 (1/100 mm).
- Pequenas deformações nas rodeiras, porém, sem trincamento do 
revestimento.
- Baixa contração por secagem ao ar nos solos da área II resultando 
em placas de dimensões aproximadas de 50 x 50 cm na base, 
consideradas ideais como padrão de trincamento. Os solos da área 
I apresentam contração média a elevada, que conduz à formação 
de placas da ordem de 30 x 30 cm.
- Excelente capacidade de receber compactação (solos das áreas 
I e II), alcançando facilmente o grau correspondente a 100% da 
MEASmax relativa à “energia intermediária”.
- Facilidade no acabamento da base e baixo desgaste superficial sob 
a ação do trânsito de serviço.
- Satisfatória receptividade à imprimadura, proporcionando uma boa 
aderência da camada de rolamento à base.
- Superfície e borda pouco susceptíveis ao amolecimento por 
umedecimento.
As peculiaridades mencionadas são relativas principalmente às áreas 
I e II da figura 18. Entretanto, cabe ressaltar que, quando da utilização de 
solos pertencentes às áreas III e IV, observa-se o seguinte:
- Dificuldade de aceitar compactação. O grau de compactação atinge valores 
entre 93 e 97% da MEASmax relativa à “energia intermediária”.
- Propensão para formação de “lamelas” na construção.
- Dificuldade no acabamento da base, principalmente sob ação do 
tráfego de construção.
- Superfície e borda da base muito susceptíveis ao amolecimento 
por absorção excessiva de umidade. Problemas de erodibilidade 
62 Douglas F. Villibor e outros
nas bordas quando sujeitas à ação d’água em segmentos onde não 
existem guias e sarjetas e/ou proteção lateral.
5.2.1.6 Considerações sobre Defeitos no Pavimento 
devido às Deficiências da Técnica Construtiva
Os principais defeitos incidentes em pavimentos com bases de SAFL 
decorrem de algumas deficiências no processo executivo e da interface base/
revestimento. Estão indicados nos fluxogramas 3 e 4 respectivamente.
CAUSA
Lamela
Construtiva
Solo
Inapropriado
Deficiência de
Drenagem
Deficiência de
Compactação
OCORRÊNCIA EVOLUÇÃO SERVIÇO
Recalque
da
Base
Reparo da
Base
Correção do
Revestimento
Desagregração ou
Soltura do
Revestimento
Deformação
Excessiva da Base
Trincamento do
Revestimento
PR
O
C
ES
SO
EX
EC
U
TI
V
O
D
A
B
A
SE
CAUSA
Imprimadura
em Base Úmida
OCORRÊNCIA EVOLUÇÃO SERVIÇO
IN
TE
RF
A
C
E
B
A
SE
-R
EV
ES
TI
M
EN
TO
Falta de
Imprimadura
Imprimadura sobre
Superfície com Pó
Lamela
Construtiva
Exsudação de
Material Betuminoso
Cravamento
do Agregado
Exsudação por
Cravamento
Escorregamento
do Revestimento
Desagregação ou
Soltura do
Revestimento
Correção da
Exsudação
Remendo do
Revestimento
Repardo da
Base
Buraco ou
Panela
FLUXOGRAMA 3: Evolução dos Defeitos em Função do Processo Construtivo da Base
FLUXOGRAMA 4: Evolução dos Defeitos em Função da Interface Base / Revestimento
Pavimentos de Baixo Custo para Vias Urbanas 63
Capítulo 5
Dentre as ocorrências mencionadas, os defeitos que mais afetam a 
vida de um pavimento com base de SAFL são:
- Lamelas superficiais: decorrentes de pequenos aterros para acerto de 
greide, quando do acabamento, e de supercompactação superficial 
da camada, mais incidente em solos pouco coesivos.
- Falta de imprimadura impermeabilizante ou taxa insuficiente, que 
não confere a coesão necessária na superfície da base, acarretando 
cravamento do agregado do revestimento na base.
- Escolha inadequada do solo, por exemplo, com baixa capacidade 
de suporte, levando conseqüentemente a recalques e deformações 
excessivas, ou utilização de solos não coesivos ocasionando 
escorregamentos do revestimento.
5.2.2 Bases de Misturas de Solo Argiloso Laterítico 
e Areia (ALA)
5.2.2.1 Considerações Iniciais
Em muitas regiões do território brasileiro existem solos lateríticos finos 
in natura, que não apresentam características adequadas para seu emprego 
como bases de pavimentos. No entanto, esses solos, quando misturados entre 
si ou com areias, poderão fornecer materiais adequados com comportamento 
semelhante ao de um solo arenoso fino laterítico.
Dois tipos de misturas podem ser efetuadas para a utilização

Continue navegando