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Aula_01_-_Tomada_de_alimento

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
Curso de Graduação em Engenharia de Aquicultura
Profa. Dra. Aimê Rachel Magenta Magalhães Fisiologia de Animais Aquáticos Cultiváveis
AQI – 5204
Florianópolis 
2013.2
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Tomada de Alimento nos Animais Aquáticos
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Classificação de Younge (1928)  de acordo com o tamanho do alimento:
a) Ingestão de material particulado em suspensão;
b) Ingestão de grandes partículas de alimento;
c) Ingestão de líquidos;
d) Absorção direta de nutrientes.
Classificação de Morton (1967)  de acordo com a natureza do alimento:
a) Herbívoros e Onívoros: utilizam alimentos volumosos; 
b) Carnívoros: utilizam fontes concentradas de proteína animal; 
c) Filtradores e comedores de sedimento.
 
As espécies animais necessitam de órgãos especializados para captura do alimento (é por esses órgãos ou estruturas reconhecemos o hábito alimentar de cada uma delas).
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 Nos Porifera a água penetra no corpo através dos poros e cai no átrio; então suas células retiram oxigênio e capturam partículas alimentares presentes na água, ao mesmo tempo que eliminam resíduos metabólicos e gás carbônico.           
 As esponjas retiram da água detritos diversos e microorganismos, como protozoários e microalgas. O alimento assim obtido é digerido no interior das células.
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 Os Cnidaria obtêm alimento estendendo uma franja de tentáculos ao sabor da maré, à maneira de uma rede. Cada tentáculo é provido de células urticantes ou cnidoblastos, que liberam toxinas nos animais que vivem no plâncton. Uma vez paralisados, estes são conduzidos pelos tentáculos para a boca, a qual se localiza no topo do corpo peduncular, no centro da rede circular de tentáculos.
 As anêmonas quase não saem do lugar e, quando o fazem, movem-se suavemente. Em geral preferem fixar-se em locais de forte correnteza, pois aí podem capturar maior quantidade de alimento.
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 Os Cnidaria (=Coelenterata) possuem em seus tentáculos células urticantes (=cnidócitos = cnidoblastos. Essa células servem para a captura de alimentos e para a defesa do animal.
          
 Os cnidócitos, pequenas células na forma de um saco, possuem uma cápsula (nematocisto), dentro da qual se encontra um filamento enrolado, que serve para injetar uma substância urticante. Cada cnidócito possui um cílio (cnidocílio) que, ao ser tocado, dispara um filamento. A ação conjunta de muitos cnidócitos podem ferir um predador ou paralisar rapidamente uma pequena presa. Uma vez descarregado, o cnidócito é substituído.
           
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	Os corais, assim como as anêmonas, são animais pescadores (predadores) e praticam sua atividade estendendo na corrente os tentáculos em forma de galhos, produzindo uma estrutura em forma de rede com a qual capturam o plâncton. A captura propriamente dita é executada por minúsculas franjas de tentáculos circulares, que são funcionam como pequenas ventosas. 
 	Cada tentáculo de coral contém também cnidócitos ou células urticantes que são utilizadas para capturar alimento. 
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	Alguns Equinodermata como as estrelas-do-mar e os ouriços-do-mar são também excelentes pescadores, que utilizam estruturas corporais semelhantes a redes para capturar alimento. 
	 
	Animais móveis, os ofiuróides localizam-se em locais de correnteza e estendem os longos braços em forma de galhos na correnteza, formando uma "rede" de franjas finas através das quais só os seres muito minúsculos conseguem passar. Uma vez que seus braços são flexíveis, a captura é completada quando a presa cai nas malhas da "rede" e então é levada para a boca, no meio do disco central do animal. 
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	As holotúrias (pepinos-do-mar) são outros integrantes do clã dos equinodermos que empregam "redes" para prover seu sustento. Enquanto os ofiuróides se movem, os pepinos-do-mar quase não o fazem. Lentos para recolher alimento, eles estendem os tentáculos orais e/ou muco, formando uma rede que capturam o alimento que vem na correnteza. 	
	Cada braço é recoberto por uma mucosa, de modo que, quando o plâncton entra em contato com a rede, não podem se livrar mais. Uma vez que a holotúria tenha coletado uma quantidade suficiente de animais num tentáculo, leva esse braço à boca, localizada no centro do círculo de braços, e retira daí o alimento. 
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	A alimentação inclui, dependendo da espécie, um ou todos os seguintes mecanismos: alimentação saprofágica, alimentação de depósitos usando os pés ambulacrários e alimentação de suspensões usando os pés ambulacrários e filamentos mucosos estendidos entre os espinhos. 
	Estes métodos permitem a muitas espécies se alimentem sem abandonar seus refúgios protetores. A principal função dos pés ambulacrais é a de coleta e transporte de alimento. Alguns usam seus braços para formar um leque perpendicular à corrente de água e capturar zooplâncton com as pontas das ramificações dos braços.
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	A maior parte dos ouriços-do-mar alimenta-se raspando algas, organismos incrustantes e detritos de superfícies duras. O aparelho raspador (lanterna de Aristóteles) é um órgão complexo composto por numerosos ossículos, cinco dos quais funcionando como dentes.
	
	Se alimentam de plantas marinhas, pequenos organismos aquáticos e restos de animais mortos. Sua boca fica posicionada na superfície abdominal. 
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	Os Mollusca constituem um dos maiores filos animais e são encontrados no mar, na água doce e na terra. O órgão alimentar dos Gastropoda (maior classe do filo), denomina-se rádula.
	
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	A rádula dos moluscos, um cinturão de dentes quitinosos curvos sobre uma base cartilaginosa, funciona como um raspador na alimentação, embora tenha sido secundariamente modificada para outros tipos de alimentação em muitos moluscos.
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	Nos bivalves: o manto reveste as conchas internamente e delimita a cavidade do manto, que comunica com o exterior através de dois sifões (um para entrar água, o outro para sair);
	Na cavidade paleal existe um par de brânquias lamelares. 
	
	Alimentam-se de pequenas partículas que penetrem na cavidade do manto e que são transportadas para a boca.
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	A maior parte é comedora seletiva de depósitos utilizando 1 a 2 pares de palpos labiais para obter e transportar material depositado. 
	
	A grande maioria dos bivalves se alimenta por filtração. As brânquias foram usadas como filtro, para uma corrente de filtração e os cílios frontais foram empregados para o transporte vertical de partículas alimentares captadas. 
	As alterações necessárias para a condição lamelibrânquia envolveram o alongamento e dobramento do filamento branquial a fim de aumentar a superfície de filtração e a formação de sulcos alimentares para o transporte horizontal.
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	A ostra é um animal filtrador, capaz de ingerir partículas em suspensão na coluna d'água, como materiais orgânicos, inorgânicos e principalmente fitoplâncton.
	
	Os cílios branquiais produzem uma corrente de água até o interior do animal, enviando as partículas em suspensão até os filamentos branquiais, onde são retidas e levadas por batimentos ciliares até os palpos labiais.
	
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	Nos Cephalopoda a presa é dilacerada por um bico córneo e um par de glândulas de veneno (glândulas salivares modificadas). 
	
	A rádula funciona como uma língua, puxando pedaços de tecido despedaçados pelo bico para dentro. 
	A sua alimentação dá-se através da captação das presas com os tentáculos, e respectiva laceração com as mandíbulas e com a rádula. 
	
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	Crustacea
	Os crustacea constituem uma classe do filo dos artrópodes, animais invertebrados providos de apêndices articulados. Existem cerca de 33.000 espécies, quase todos aquáticos, nas mais variadas localizações e condições. 
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Neocaridina sp 
	O tórax ostenta uma série de apêndices,  uns relacionados com a alimentação e a captura do alimento, que recebem o nome
de maxilípedes, e outros  que servem à locomoção. Nos grupos mais evoluídos, os apêndices de locomoção denominam-se pereiópodes, e os abdominais, ausentes em muitos crustacea são os pleópodes, utilizados para nadar.
 
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	A alimentação dos crustacea é muito variada: distinguem-se espécies herbívoras, que se nutrem de algas e restos vegetais; filtradoras, que capturam pequenas partículas em suspensão na água; parasitas, que vivem às custas de outros organismos, como peixes ou invertebrados diversos; e carnívoras. 
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	Os apêndices dos crustacea são tipicamente birremes e, dependendo do grupo, adaptaram-se para muitas diferentes funções. 
	Na alimentação por filtração, cerdas muito próximas dos
	apêndices funcionam como filtro. 
	
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	As brânquias, que geralmente não existem apenas nas espécies muito pequenas, estão tipicamente associadas com os apêndices, mas a localização, o número e a forma variam muito.
European Lobster, Homarus gammarus.
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Tilápia Oreochromis niloticus
Manjuba Anchoviella lepidentostole
Carpa comum Cyprinus carpio
	Peixes
	Pequenas partículas alimentares:
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	Grandes partículas alimentares
	
	A forma alimentar do Pacu (Colossoma macropomum) tem base o tipo de dentição esmagadora/trituradora, enquanto que nas Piranhas é cortadora (dentes afiados triangulares, disposto em uma ou duas "fileiras"). 
	Peixe de hábito alimentar onívoro, come praticamente de tudo: folhas, frutos, caranguejos, pequenos  peixes e insetos. Devido à alimentação variada, ele é conhecido em algumas regiões do Pantanal como "Porco d' água". 
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	Matrinchã Brycon melanopterus (Cope, 1872).
	Dentes multicuspidados em 3 a 4 fileiras na maxila superior e 2 fileiras na mandíbula, sendo a fileira principal formada por dentes robustos e atrás da qual ocorre um par de
	dentes cônicos.
	Onívoro, alimenta-se de frutos, sementes, artrópodes.
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	Tambaqui: Piaractus mesopotamicus (Cuvier, 1818).
	
	Lábios grossos, dentes molariformes; possui rastros branquiais longos e fortes dentes molariformes, sendo uma característica anatômica singular que lhe permite alimentar-se tanto
	de zooplâncton quanto de frutos e sementes. consumir zooplâncton, sobretudo cladóceros, rotíferos, copépodes e larvas de insetos, que são muito abundantes nos lagos de várzea.
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	Traíra: Hoplias malabaricus (Bloch, 1794).
	Dentes cônicos e caniniformes, de diversos tamanhos e firmemente implantados em ambas as maxilas. É um dos peixes mais comuns do Brasil, ocorrendo em todas as bacias hidrográficas e em todo tipo de ambiente, inclusive em áreas poluídas.
	Carnívoro, alimentando-se de peixes e ocasionalmente de camarões e insetos aquáticos e as presas são engolidas inteiras. 
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	Curimatã: Prochilodus marggravii 
	boca em forma de ventosa, com lábios espessos, carnosos e eversíveis; numerosos dentes diminutos, móveis, espatulados e distribuídos em duas séries na frente e uma série na lateral dos lábios
	Os representantes dessa família tem hábito alimentar detritívoro, consumindo detritos, matéria orgânica particulada, algas e perifíton.
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Apaiari: Astronotus ocellatus 
Peixes onívoros, com forte tendência a carnívoros, alimenta-se basicamente de pequenos peixes, larvas de insetos e crustáceos, eventualmente frutos/sementes 
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	Peixes onívoros:
	
	A boca inferior e sem dentes e o focinho longo servem para conseguir os alimentos: larvas de insetos e outros invertebrados, inclusive camarões e moluscos, que vivem em meio aos detritos do fundo de rios e lagos.
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	Espadarte: Xiphias gladius
	Tem como principal característica, e que lhe dá nome, o prolongamento do maxilar superior em forma de bico, porém diferentemente dos marlins, e distinto por esse motivo, apresenta a extremidade achatada em forma de espada e não cilíndrida como no caso dos marlins.
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	Agulhão Bandeira: Istiophorus albicans
	Alimenta-se de vários organismos, desde peixes oceânicos, como dourados, atuns, peixe voador, e lulas, polvos e crustáceos. 
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	Marlim-branco: Tetrapturus albidus.
	Tem hábito alimentar carnívoro, com preferência por peixes e lulas. Gosta de dourados, atuns, bonitos, cavalinhas e peixes voadores, entre outros.
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	TUBARÕES
	
	Tubarão é o nome comum de cerca de 250 espécies de peixes pertencentes a diversas famílias e ordens da subclasse dos elasmobrânquios, classe dos Condricthies. 
	Alimentação e dentição:
 Cada espécie de tubarão possui um hábito alimentar específico e uma dentição também especializada para capturar um determinado tipo de alimento. Há tubarões que só se alimentam de peixes, enquanto outros preferem polvos ou ainda lagostas. Há também alguns tubarões que são planctófagos. 
	Os tubarões dispõem de 5 a 15 fileiras de dentes por trás dos dentes da frente de tal forma que os dentes que caem são imediatamente repostos pelos seguintes. Ao longo de sua vida, eles podem perder até 30.000 dentes. 
	
	Em média, um tubarão consome cerca de 2% do peso de seu corpo por dia.
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	A pele do tubarão é muito resistente e separada por diminutas escamas. Perto da boca, essas escamas se transformam em dentes de verdade. A dentadura é formada por seis ou sete fileiras paralelas de dentes (protegidas por dobras de mucosa), que perdem com freqüência ao cravá-los em suas presas, sendo logo substituídos por outros.
	Apesar da dentição, o tubarão engole a presa inteira, sem mastigar. Depois, o estômago se encarrega de rejeitar o que não é capaz de digerir. Os dentes servem só para segurar a vítima.
	
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	O tubarão-baleia 
	
	Animal filtrador que extrai plâncton e pequenos peixes das águas superficiais dos mares tropicais e subtropicais, deslizando sob a superfície. 
	
	
	É a maior espécie entre os peixes. Pode medir mais de 15 metros e pesar mais de 18 toneladas. 
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	Tubarão-branco
 
	O maior dos tubarões. Estritamente carnívoro, habita os mares e oceanos tropicais e temperados de todo o mundo. 
	Os tubarões-brancos utilizam os sentidos da audição, do olfato, da visão, do paladar e do tato (como a grande maioria dos animais), mas também sua percepção elétrica, para localizar as presas. 
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	Tubarão-martelo
	É talvez a mais reconhecível das 368 espécies vivas de tubarões. 
	
	A forma inusitada de sua cabeça permite-lhe realizar giros com mais facilidade que os outros tubarões e seus olhos e aberturas nasais, situados nos extremos laterais da cabeça, dão-lhe certa vantagem na localização das presas. 
	
	
Os tubarões-martelo vagam por mares quentes e temperados e se alimentam de arraias venenosas, peixes ósseos e invertebrados. 
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Um tubarão capturando seu alimento:
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Referências Bibliográficas
Hickman, C. Principios Integrados de zoologia. 2001.
Randall, D. et all. Fisiologia Animal. 2000.
Ruppert, Edward E.; Barnes, Robert D. Zoologia dos invertebrados. 6. ed. São Paulo: Roca, 1996. 1029p 
Igarashi, M. A. Ciência Animal Brasileira , v. 8, n. 2, p. 151-166, abr./jun. 2007
Igarashi, M. A. Aspectos biológicos e engorda de lagostas. Fortaleza: Gráfica Batista, 1995. 16 p.
Pesquisas no Site Google (artigos e fotografias)
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