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Metodologia da pesquisa em Direito
Aula 4: O problema científico: a problematização do tema. A
construção de hipóteses e as questões norteadoras.
Apresentação
Nesta aula, estudaremos a maneira como a escolha do tema se transforma na
formulação de um problema científico. Investigaremos os critérios que auxiliam a
construção do problema a partir de variáveis e a formulação de hipóteses. Este é o
momento crucial de todo o planejamento de sua pesquisa.
Objetivos
Formular de maneira lógica e coerente um problema científico para sua
pesquisa;
Reconhecer os critérios para avaliar um problema na pesquisa científica;
Identificar os conceitos de variável e hipótese.
O problema científico: A
problematização do tema
Quando realizamos uma pesquisa, não basta delimitar o tema a um objeto de
pesquisa, mas deve-se identificar em seguida um problema específico que
será analisado no trabalho. Problematizar é outro desafio após a escolha do
tema, mas configura passo importante para o estudo. Quando
problematizamos explicitamos a dificuldade que pretendemos resolver.
É neste ponto que a problematização se relaciona diretamente com o foco do
trabalho, no que se refere ao tema selecionado. É a pergunta a ser respondida
ao final, pois um tema pode abranger problemas distintos. Por isso, se o
estudante não delimitar claramente o problema – o enfoque – terá
dificuldades em organizar a pesquisa e a redação.
 Jovem adulta realiza pesquisa em computador. Fonte: Rawpixel.com/Shutterstock
Para dar maior clareza, deve-se formular o
problema como um questionamento, encerrando
a frase com um ponto de interrogação. O
trabalho pretenderá, portanto, responder àquele
questionamento específico.

Assim como a descrição de um tema, sua delimitação, a
explicação de um objetivo, seja ele real ou específico, a
formulação do problema é imprescindível à pesquisa. O
mesmo deve ter as seguintes características: clareza,
objetividade, concisão e especificidade, evitando,
assim, formulações genéricas que lembrem um
questionário qualquer, em que não se consiga um
desenvolvimento mais profundo.
KAHLMEYER-MERTENS, 2007, p. 39
Com a formulação do problema como uma pergunta, deve-se esclarecer para
o próprio estudante qual é o foco central do trabalho, o que se saberá quando
a pesquisa for concluída. Podemos denominar de questão-problema, pergunta
de partida ou questão norteadora da pesquisa.
Os dicionários definem o termo problema como obstáculo, contratempo,
dificuldade que desafia a capacidade de solucionar de alguém. Também
mencionam: situação difícil, conflito, pessoa, coisa ou situação incômoda,
preocupante. E problema científico como assunto controverso, ainda não
satisfatoriamente respondido, em qualquer campo do conhecimento, e que
pode ser objeto de pesquisas científicas ou discussões acadêmicas. Dizendo
de outro modo, questão não solvida e que é objeto de discussão, em qualquer
domínio do conhecimento.
Problematizar significa (MARTINS, 2005, p. 137):
1
Transformar o assunto e problema, pois assim se torna pesquisável de modo a
poder produzir respostas específicas.
2
Identificar no tema escolhido alguma dificuldade teórica ou prática, para a
qual se deve encontrar uma solução.
3
Descobrir no assunto uma situação controvertida, passível de discussão.
Descobrir no assunto uma situação
controvertida, passível de
discussão
Não são problemas científicos
Segundo Antônio Carlos Gil (2010, p. 8-9), nem todo problema é passível de
tratamento científico! Vamos começar observando o que não pode ser
considerado um problema científico e as razões dessa negativa. Deve-se
indagar se o problema formulado se enquadra na categoria de problema
científico. Portanto, não são problemas científicos aqueles que expressam o
sentido de problemas ou questões de engenharia.
 Deve-se indagar se o problema formulado se
enquadra na categoria de problema científico.
Fonte: Shutterstock
Essa denominação foi criada por Fred Kerlinger (1980 apud Gil, 2010) porque
denotam a preocupação em como fazer algo de maneira eficiente. Em nada se
relaciona com a faculdade de engenharia, mas com construção, criação,
execução de algo em que se utilize engenho e arte. Nas palavras de Antônio
Carlos Gil (2010, p. 8), não indagam como são as coisas, suas causas e
consequências, mas indagam acerca de como fazer as coisas.

Exemplo
Exemplo: 
“Como fazer para melhorar os transportes urbanos?” 
“Como aumentar a produtividade no trabalho?”
Outra categoria que não configura um problema científico são os
problemas de valor. Estes são aqueles que indagam se algo é bom ou
mau, desejável ou indesejável, certo ou errado, melhor ou pior, se algo
deve ou não ser feito (GIL, 2010, p.9). Aqui, também, não há a
possibilidade de uma investigação nos moldes próprios da ciência.
Estamos no terreno da subjetividade.
Exemplo: 
“Os pais devem dar palmadas nos filhos?” 
“Qual a melhor técnica para a propaganda?”
Como formular um problema científico?

Deve-se tomar como ponto de partida uma proposição
que poderá ser testada, verificada. Há critérios para
isso. Preste atenção em alguns!
Gil, 2010, p. 10
O problema deve ser claro e preciso:
1
Não deve ser formulado de maneira vaga.
2
Os termos usados devem ser adequados.
3
Deve ser solucionável.
4
Deve apresentar objetividade.
5
Não pode conduzir a julgamentos morais (considerações subjetivas).

Exemplo
Um bom exemplo para uma questão que prescinde de clareza é a
seguinte pergunta: “Como funciona a mente?” ou “Os cavalos possuem
inteligência?” Não são problemas solucionáveis, porque ambíguos, vagos
ou apresentam uma linguagem do senso comum (GIL, 2010).
Imagine a seguinte questão: “os moradores dos grandes centros são
melhores que os do campo?” Estamos diante de julgamentos morais, no
campo da subjetividade, inviabilizando uma possível investigação
científica.
O problema deve ser delimitado a uma dimensão viável:
• A delimitação do problema está relacionada com os meios disponíveis para
investigação. 
• Delimitar significa impor limites, objetivar e restringir.

Dica
Após delimitar o tema procure ler o que os autores falam sobre ele e
anote como problematizaram o tema. Observe como levantaram
questões norteadoras da pesquisa, bem como responderam a essas
questões formuladas. Eis um bom exercício para ajudá-lo na
problematização de um tema. Pesquisa alguma poderá prescindir de uma
boa problematização!
Não se preocupe, porque formular um problema científico nada mais é do que
aperfeiçoar, isto é, estruturar com mais detalhes o objeto da pesquisa. Temos
que evitar questões demasiado gerais, tais como (SAMPIERI; COLLADO;
LUCIO, 2006, p. 36-37):
“Por que alguns casamentos duram mais que outros?”
“As pessoas que se submetem à psicoterapia mudam com o tempo?”
“Os empresários se comprometem mais com suas empresas que os
funcionários?”
“Como estão relacionados os meios de comunicação de massa com o voto?”
De fato, a maneira como foram formuladas dá margem à
grande quantidade de dúvidas. Como poderei investigá-
las? É melhor que sejam precisas.
O problema deve conter variáveis

Um problema é de natureza científica quando envolve
variáveis que podem ser tidas como testáveis, que
podem ser observadas e manipuladas, enfim,
verificadas na realidade ou em seu meio. O que
entendemos por variáveis? Uma variável é uma
propriedade que pode variar e, por conseguinte é
suscetível de medição e observação.
SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2006, p. 121.
Podemos pensar em alguns exemplos de variáveis: sexo, atributos físicos,
tipos de personalidade, uma situação, um tipo de motivação, produtividade de
determinado tipo de objeto, eficiência em procedimentos, eficácia de
determinada medida, dentre outros.
O termo variável é o dos mais utilizadosna linguagem acadêmica. Seu
objetivo é o de conferir maior precisão aos enunciados científicos, sejam
hipóteses, teorias, leis, princípios ou generalizações. O conceito de variável
refere-se a tudo aquilo que pode assumir diferentes valores ou diferentes
aspectos, segundo os casos particulares ou as circunstâncias (GIL, 2002,
p.36). Assim, adquirem valor para a pesquisa científica quando se relacionam
com outras variáveis possibilitando a formulação de uma teoria ou hipótese. É
preciso definir conceitualmente as variáveis que integram o problema
científico (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2006, p. 121).
1
Exemplo 1
“Em que medida a escolaridade determina a preferência político-partidária?” 
 
Aqui, temos duas variáveis relacionando-se:
escolaridade;
preferência político-partidária.
2
Exemplo 2
“Os alunos de Administração são mais conservadores que os de ciência
sociais.” 
 
Aqui temos duas variáveis relacionando-se:
curso;
conservadorismo.
3
Exemplo 3
“A classe social da mãe influencia no tempo de amamentação dos filhos.” 
 
Aqui, temos duas variáveis relacionando-se:
classe social;
tempo de amamentação.
As variáveis podem ser:
Independentes
São aquelas que influenciam, determinam ou afetam outra variável. São
percebidas como a condição ou a causa para certo resultado, efeito ou
consequência.
Exemplo: 
“Se dermos pancada no joelho (variável independente) dobrado de um
indivíduo, sua perna esticará”.
Dependentes
Consistem nos valores a serem explicados ou descobertos, em virtude de
serem influenciados, determinados ou afetados pela variável independente.
Exemplo: 
“Se dermos uma pancada no joelho dobrado de um indivíduo, sua perna
esticará (variável dependente)”.
Intervenientes
São aquelas que numa sequência causal, se colocam entre a variável
independente e a dependente, tendo como função ampliar, diminuir ou anular
a influência de uma sobre a outra.
Exemplo: 
“A liderança autoritária (variável interveniente, pois interfere na relação entre
a variável independente e a dependente) influencia na motivação dos
colaboradores.”
Hipóteses: de onde surgem?
Quando formulamos um problema científico refletimos sobre possíveis
respostas para o problema proposto. Essa resposta provisória é a hipótese do
trabalho.

As hipóteses indicam o que estamos buscando ou
tentando provar e se definem como tentativas de
explicações do fenômeno pesquisado.
SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2006, p. 118.
A hipótese é a ideia que o trabalho se propõe a apresentar. Advertem alguns
autores que nem todas as pesquisas suscitam hipóteses, dependerá da área
de saber e o do estudo proposto, porque em muitas situações, principalmente
em pesquisas exploratórias não será possível a formulação de hipóteses antes
da coleta de dados.
 Jovens estudam em biblioteca. Fonte: Jacob Lund/Shutterstock
Exemplo: 
Problema: O índice de câncer pulmonar é maior
entre fumantes? 
Hipótese: O índice de câncer pulmonar é maior
entre os fumantes do que os não fumantes.
Como se percebe no exemplo acima, as hipóteses podem ou não ser
comprovadas ao final de uma pesquisa. Ela difere de uma afirmação de fato,
porque não estamos certos de sua comprovação antes do término da
pesquisa. Inicialmente, há uma tentativa de resposta à pergunta. Observa-se
que:

A pesquisa científica, as hipóteses são proposições
quanto às relações entre duas ou mais variáveis e se
fundamentam em conhecimento organizado e
sistematizado. As hipóteses podem ser maios ou menos
gerais ou precisas, e envolver duas ou mais variáveis,
mas em todo caso são apenas proposições sujeitas à
comprovação empírica.
SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2006, p. 120.
Exemplo: 
“Quanto maior a autoestima, haverá menor
medo de sucesso”.
Quais os critérios que devem ser observados
na formulação de hipóteses?
01
As hipóteses devem referir-se a uma situação real.
02
As variáveis da hipótese devem ser compreensíveis.
03
A relação entre variáveis propostas na hipótese deve ser clara e verossímil.
04
A relação entre as variáveis deve ser observável e mensurável.
05
As hipóteses devem estar relacionadas às técnicas disponíveis para comprová-
las.
(SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2006, p. 124).
Atividade
Agora que você já estudou como formular um problema científico,
com base nos critérios sugeridos, realize a seguinte tarefa: 
 
1. Formule a primeira versão do problema científico de sua pesquisa como
uma pergunta de partida. 
2. Certifique-se se foram respeitados os critérios para formulação de um
problema científico. 
3. Separe e defina conceitualmente as variáveis que integram a sua pergunta
de partida. 
4.Toda problematização possibilita uma resposta provisória, formule-a como
uma hipótese.
Referências
BARRAL, Welber O. Metodologia da pesquisa jurídica. 4. ed. Belo Horizonte: Del Rey,
2010.
BELL, Judith. Projeto de pesquisa: guia para pesquisadores iniciantes em educação,
saúde e ciências sociais. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.
BOAVENTURA, E. M. Metodologia da pesquisa. São Paulo: Atlas, 2009.
CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A.; SILVA, Roberto da. Metodologia científica. 6.
ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
SAMPIERI, Roberto H.; COLLADO, Carlos F.; LUCIO Pilar B. Metodologia da pesquisa.
3. ed. São Paulo: McGraw-Hill, 2006.
Próximos Passos
• Determinação dos objetivos e construção da justificativa da pesquisa.
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