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962-1946-1-SM escavacao

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UNIVERSIDADE DO PLANALTO CATARINENSE 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
FABIANO MEDEIROS 
 
 
 
COMPARATIVO ENTRE PROJETOS, NORMATIZAÇÃO E 
EXECUÇÃO DE FUNDAÇÕES 
 
 
 
 
 
 
 
LAGES (SC) 
2012
 
FABIANO MEDEIROS 
 
 
 
COMPARATIVO ENTRE PROJETOS, NORMATIZAÇÃO E 
EXECUÇÃO DE FUNDAÇÕES 
 
 
 
 
Trabalho de Estágio Curricular 
Supervisionado apresentado à 
Coordenação do Curso de Engenharia 
Civil da Universidade do Planalto 
Catarinense – UNIPLAC – como 
requisito necessário para obtenção do 
grau de Bacharel em Engenharia Civil. 
 
 
 
Orientação: Profº. Maurício César Brun 
orientador de conteúdo, 
Engenheiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
LAGES (SC) 
2012 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico a meus pais e a minha esposa, 
por todo apoio e paciência a mim 
dispensados por eles. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agradeço a meus professores, pelo 
constante apoio e dedicação a nós 
dispensados, na gratificante caminhada 
pela estrada do conhecimento. Em 
especial, ao meu Orientador, Maurício 
César Brun, pela disponibilização de seu 
tempo e experiência. 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
Figura 1 - Projeto Estacas Residência .................................................................................................... 19	
  
Figura 2 - Gabarito da Obra ................................................................................................................... 20	
  
Figura 3 - Estacas ................................................................................................................................... 21	
  
Figura 4 - Identificação das Estacas ....................................................................................................... 22	
  
Figura 5 - Estrutura de Cravaçao de Estacas .......................................................................................... 23	
  
Figura 6 - Estacas Cravadas ................................................................................................................... 24	
  
Figura 7 - Madeira para Proteção da Estaca Durante a Cravação .......................................................... 25	
  
Figura 8 - Diferença de Altura das Estacas ............................................................................................ 26	
  
Figura 9 - Estacas Arrasadas .................................................................................................................. 27	
  
Figura 10 - Projeto Sapatas do Edifício de 14 Pavimentos .................................................................... 28	
  
Figura 11 - Escavação da Sapata de Divisa ............................................................................................ 29	
  
Figura 12 - Perfil Lateral do Terreno Escavado ..................................................................................... 30	
  
Figura 13 - Formas das Sapatas .............................................................................................................. 31	
  
Figura 14 - Lastro de Concreto .............................................................................................................. 32	
  
Figura 15 - Malha Inferior das Sapatas .................................................................................................. 33	
  
Figura 16 - Amarração do Arranque do Pilar ......................................................................................... 34	
  
Figura 17 - Reforço da Fixação do Arranque do Pilar ........................................................................... 34	
  
Figura 18 - Vigas de Equilíbrio .............................................................................................................. 35	
  
Figura 19 - Problemas de Escavação da Viga de Equilíbrio .................................................................. 36	
  
Figura 20 - Água Acumulada nas Formas das Sapatas .......................................................................... 37	
  
Figura 21 - Limpeza das Formas das Sapatas ........................................................................................ 38	
  
Figura 22 - Equipamento Utilizado para Bombear o Concreto .............................................................. 39	
  
Figura 23 - Controle de Acionamento de Equipamento de Bombeamento ............................................ 39	
  
Figura 24 - Concretagem da Sapata ....................................................................................................... 40	
  
Figura 25 - Vibrador Mecânico para Concreto ...................................................................................... 41	
  
Figura 26 - Adensamento do Concreto .................................................................................................. 42	
  
6 
 
 
SUMÁRIO 
1	
  Introdução	
  ...........................................................................................................................................................	
  7	
  1.1	
  Apresentação	
  .....................................................................................................................................................................	
  7	
  1.2	
  Descrição	
  do	
  problema	
  .................................................................................................................................................	
  8	
  1.3	
  Justificativa	
  .........................................................................................................................................................................	
  9	
  1.4	
  Objetivo	
  geral	
  ..................................................................................................................................................................	
  10	
  1.5	
  Objetivos	
  específicos	
  ....................................................................................................................................................	
  10	
  
2	
  Revisão	
  Bibliográfica	
  .....................................................................................................................................	
  12	
  2.1	
  História	
  das	
  Fundações	
  ...............................................................................................................................................	
  12	
  2.2	
  Natureza	
  dos	
  Solos	
  ........................................................................................................................................................	
  13	
  2.3	
  Concepção	
  de	
  Fundações	
  ...........................................................................................................................................	
  13	
  2.4	
  Fundações	
  Superficiais	
  ...............................................................................................................................................	
  14	
  2.5	
  Fundações	
  Profundas	
  ..................................................................................................................................................	
  14	
  
3	
  Metodologia	
  .......................................................................................................................................................	
  16	
  
4	
  Relatório	
  Fotográfico	
  .....................................................................................................................................	
  18	
  4.1	
  Residência	
  Unifamiliar	
  ................................................................................................................................................18	
  4.1.1	
  Locação	
  da	
  Obra	
  ........................................................................................................................................................................	
  20	
  4.1.2	
  Estacas	
  ...........................................................................................................................................................................................	
  21	
  4.1.3	
  Cravação	
  das	
  Estacas	
  ...............................................................................................................................................................	
  22	
  4.1.4	
  Cota	
  de	
  Arrasamento	
  ...............................................................................................................................................................	
  25	
  4.1.5	
  Blocos	
  de	
  Coroamento	
  ............................................................................................................................................................	
  26	
  4.2	
  Edifício	
  de	
  14	
  Pavimentos	
  .........................................................................................................................................	
  27	
  4.2.1	
  Escavações	
  ...................................................................................................................................................................................	
  29	
  4.2.2	
  Formas	
  ...........................................................................................................................................................................................	
  30	
  4.2.3	
  Lastro	
  .............................................................................................................................................................................................	
  31	
  4.2.4	
  Armação	
  ........................................................................................................................................................................................	
  32	
  4.2.5	
  Concretagem	
  ...............................................................................................................................................................................	
  36	
  
5	
  Conclusão	
  ...........................................................................................................................................................	
  43	
  
Referências	
  Bibliográficas	
  ...................................................................................................................	
  44	
  
Bibliografia	
  Complementar	
  ................................................................................................................	
  45	
  
 
 
 
7 
 
1 INTRODUÇÃO 
1.1 Apresentação 
Assim como em todas as áreas do conhecimento e do desenvolvimento do ser 
humano, também na construção civil, tudo se inicia em uma Base eficiente, está aqui 
denominada como Fundação. 
Para que possamos ter uma obra que atenda todas as nossas expectativas, ela deve 
ter como base uma boa fundação. E para a definição dessa, existem alguns aspectos e 
particularidades que devemos conhecer e estudar. Dentre estes podemos destacar, a origem 
e formação geológica do terreno a ser utilizado, as características dos materiais que 
compõem este terreno, os tipos de fundações possíveis de serem executadas neste local, as 
ferramentas ou maquinários disponíveis para o desenvolvimento dos trabalhos, o nível do 
lençol freático na região, dentre outros aspectos. 
Através de métodos de investigação geológica, teremos uma noção inicial do tipo 
de formação do terreno em que vamos executar nossa fundação. Este conhecimento será 
desenvolvido através da técnica de amostragem, que consiste basicamente em coletar 
quantidades definidas do nossos terreno, em lugares pré-determinados para teste de 
laboratório. As sondagens e métodos geofísicos são outras técnicas utilizadas para este 
mesmo fim. 
Com os métodos supra citados, determinamos quais as características dos 
materiais presentes em nosso local de estudo. Que dependendo de serem predominante 
arenosos ou argilosos, irão influenciar diretamente em nossas fundações. 
De posse desses dados, devem serem analisadas os tipos de fundações, que 
podemos desenvolver. Levando também em consideração, as ferramentas e maquinários 
8 
 
disponíveis para a execução dos serviços, uma vez que, não poderemos utilizar 
equipamentos de alta complexidade e custo elevado em pequenas construções, o que 
inviabilizaria financeiramente a mesma. 
Desta forma, para a otimização de todos os tipos de obras desenvolvidas pelas 
construção civil, temos que realizar os estudos necessários nas áreas pertinentes e 
desenvolver na melhor técnica e pratica nossas fundações. 
1.2 Descrição do problema 
Tendo em vista que, a algumas décadas a concentração populacional nas cidades, 
e especificamente em algumas regiões das mesmas, vem aumentado e influenciando no 
desejo de grande parte das pessoas, por habitarem essas localidades, a construção civil, 
seguindo esta tendência, tem desenvolvido técnicas para a construção de condomínios 
verticais, que ocupam uma menor área superficial e atendem a um maior numero de 
moradores. 
Para o desenvolvimento deste tipo de obras, o ramo da construção civil, tem 
constantemente aprimorado suas técnicas com relação ao que conhecemos como fundações. 
O solo abaixo da edificação suporta uma certa carga por área do mesmo, em obras 
predominantemente verticais de grande vulto, este terreno recebe muito mais peso, do que 
se compara com apenas uma residência unifamiliar, por exemplo, em consequência temos 
que estudar e analisar com maior precisão as propriedades deste solo, para conforma-lo a 
carga a ser suportada. 
Outra característica tão importante quanto a supra citada, é o fato da distribuição 
das cargas pela superfície do terreno estar bem dimensionada, para não ocorrer inclinações 
indesejáveis na edificação, em razão de um dos lados de nossa fundação estar bem firme no 
solo, enquanto a outra não ter sustentação esperada para o peso da mesma. 
 
 
 
9 
 
1.3 Justificativa 
Sendo a residência, um lugar onde o ser humano deseja construir sua identidade, e 
desenvolver sua intimidade e da sua família, assim como em seu trabalho ter a tranquilidade 
para realizar suas atividades em segurança, não pode ficar alheio a instabilidades ou falta de 
resistência do solo abaixo de si. 
Como existem inúmeros fatores que influenciam nas características do solo, para 
que o mesmo possa servir de suporte para a construção que ali será posteriormente 
implantada, cada um desses fatores devem ser levados em consideração tendo em vista a 
otimização da edificação. De acordo com Caputo ( 2008, p. 171 ): “ Além da caracterização 
do tipo de materiais, tem grande influencia sobre a estabilidade das obras a estratificação 
dos terrenos”. Estratificação esta que podemos definir como, o modo com que as faixas ou 
concentração dos diferentes materiais que compõe o solo estão distribuídas. Podendo ser 
paralelas, irregulares, em forma de cunha, inclinadas, dentre outras. 
Devido aos moradores darem privilegio a algumas regiões das cidades em relações 
as outras, o custo destas áreas são consideravelmente altos, como consequência, procura-se 
aproveitar o máximo da superfície disponível para a implantação da obra. Com isso, surge 
mais uma variável a ser considerada na execução da fundação, quando a mesma depende da 
remoção de terra junto aos limites dos terrenos vizinhos, devemos nos precaver em relação a 
estabilidade das obras já existentes nos mesmos.Mesmo após sua conclusão a obra pode sofrer influencias como é o caso dos 
recalques. Segundo Maciel Filho ( 2007, p. 242 ): 
 
“ Recalques são definidos como sendo movimentos verticais de uma estrutura, 
provocados pelo peso próprio ou pela deformação do subsolo por outro agente. 
Efeito de bombeamento de água em escavações próximas, efeito do rebaixamento 
generalizado do lençol freático”. 
 
Atualmente, existe um grande desenvolvimento tecnológico em máquinas e 
equipamentos a serem empregados na execução de fundações. No entanto, há muitas 
variáveis a serem consideradas para a utilização dos mesmos. A disponibilidade deste 
10 
 
maquinário na região da obra, o custo relativo a valor final da edificação que não deve ser 
exorbitante, um bate estaca pode causar rachaduras em construções vizinhas. Então, a 
consideração destes e outros fatores desde a fase de projeto irão proporcionar a obra a mais 
adequada fundação e sua execução. 
1.4 Objetivo geral 
Este trabalho tem como escopo principal, observar, analisar, estudar e descrever, 
as praticas e tipos de fundações mais utilizadas nas construções correntes em nossa região, 
de edifícios verticais de vários pavimentos, assim como em residências unifamiliares, em 
diferentes tipos de formações do solo. Procurando desta forma, auxiliar no processo 
decisório relativo ao método de execução e ao melhor tipo de fundação a ser escolhido para 
cada edificação especificamente. 
1.5 Objetivos específicos 
De forma a lograr êxito na perseguição do objetivo principal do presente trabalho, 
será realizado o desenvolvimento dos seguintes itens: 
 
a) Desenvolver uma pesquisa bibliográfica, tendo como escopo principal, 
auferir os dados, relativos as propriedades físicas que interferem no solo, no 
que se relaciona a execução da fundação; 
b) Analisar os projetos, com o objetivo de auferir se os mesmo, oferecem um 
nível de detalhamento satisfatório para que, os colaboradores na execução 
da obra, possam realizar os serviços com a maior fidelidade possível ao que 
foi proposto pelo projetista; 
c) Fazer um comparativo com a literatura que servirá de base para o presente 
trabalho, se a solução adotada, é a mais indicada a partir da análise das 
características do solo aonde a obra será implantada; 
11 
 
d) Realizar uma pesquisa de mercado na região, sobre a viabilidade técnica e 
econômica, da implementação de inovações tecnológicas relativas a 
maquinários que otimizem a execução das fundações; 
e) Comparar os procedimentos utilizados pelos colaboradores na execução do 
trabalho diário durante a obra, e aqueles preconizados pelas normas 
técnicas, relativos aos métodos e a segurança. 
12 
 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
2.1 História das Fundações 
Quando o ser humano passou a tornar-se mais sedentário, seu hábito de morar em 
cavernas, foi igualmente sendo modificado. As primeiras residências construídas pelo 
homem, que tem-se registros, eram em madeira, material este que, por apresentar um baixo 
peso, não solicitava demasiadamente o solo, fato pelo qual não temos registros de fundações 
nesta época. 
Com o desenvolvimento do tijolo cerâmico, assim como pelo uso de pedras na 
confecção de edificações, as mesmas apresentavam com frequência um afundamento em 
relação ao terreno, por terem cargas maiores do que as que poderiam ser suportadas, assim 
começaram as primeiras experiências relativas as fundações. 
Inicialmente passou-se a utilizar estas próprias ruinas, de construções que 
afundaram pelo seu elevado peso, para servirem como fundações de obras de maior vulto. 
O primeiro avanço considerável no histórico das fundações, foi trazido pelos 
Romanos, que fizeram o uso de estruturas em forma de arco de abóboda para a sustentação 
de suas obras. Posteriormente, também descobriram uma mistura a base de pozolana, que 
futuramente seria conhecido como cimento, com a qual desenvolveram o concreto, 
resultando em um grande salto na eficiência das fundações. 
Não obstante, outra grande contribuição na área deixada pelos Romanos, foi a 
implementação de ensecadeiras, tais estruturas eram compostas por troncos de madeiras, 
preenchidos entre eles por materiais argilosos, com o objetivo de desviar a água do solo 
abaixo da construção, evitando assim o assoreamento do mesmo, o que causaria a 
diminuição da sua resistência e o colapso da edificação. 
 
13 
 
2.2 Natureza dos Solos 
Os solos são compostos basicamente de partículas solidas, água ou outro líquido, e 
ar. Estas partículas geralmente se encontram livres para se deslocarem, e grande parte das 
características do solo quanto a resistência e coesão, depende diretamente dos movimentos 
das partículas solidas umas em relação as outras. 
Uma das mais importantes características que diferenciam os tipos de solos, é o 
tamanho das partículas que os compõe, podendo serem encontrados grãos perceptíveis a 
olho nu, como em solos compostos por areia, e outros tão finos que quando em contato com 
a água passam a formar uma pasta. 
Outra forte influencia que pode ser constata nas características do solo, se baseia 
na constituição mineralógica do mesmo. A partir do mineral que deu origem ao terreno em 
estudo, temos como definir que diretrizes devem ser seguidas na definição de nossa 
fundação. 
2.3 Concepção de Fundações 
A concepção da fundação de uma obra, ainda na fase de projeto, deve ser realizada 
levando-se em consideração vários fatores. O levantamento topográfico da área a ser 
utilizada é de grande importância, para a definição dos níveis do terreno, e a altura de cada 
parte da fundação em relação ao mesmo. 
Uma investigação criteriosa do subsolo, é de suma importância para o 
levantamento dos dados geológicos-geotécnicos. Deve-se também ser considerado, o 
sistema estrutural que será implantado, no objetivo de determinar as ações das cargas sobre 
a fundação. 
Para um bom projeto, o estudo da influencia das ações nas fundações se faz 
essencial. Estas ações podem ser dinâmicas, como é o caso de pessoas, veículos, ventos, 
colisões contra a estrutura, fogo, etc. Ou estáticas, no caso do peso próprio da edificação, os 
empuxos de terra sob a mesma, e a influencia da água. 
14 
 
2.4 Fundações Superficiais 
Fundações superficiais ou rasas, são aquelas que se apoiam diretamente sobre o 
solo onde serão implantadas, sem a necessidade de consideráveis perfurações, apenas a 
retirada da camada superficial do terreno. 
Blocos de fundação são um dos exemplos, caracterizados por apresentarem uma 
considerável altura, geralmente em formato de tronco de cone, são construídos de concreto 
simples, tendo como sua função a resistência a compressão. 
Já as sapatas, se destacam por apresentarem uma altura bem inferior se 
comparadas aos blocos de fundação, uma vez que apresentam em sua constituição, o 
concreto armado, o que lhe confere, além da resistência a compressão, uma bom suporte a 
tração. 
Outro método de fundação rasa adotada em edificações é denominado de Radier, 
que consiste basicamente de um elemento único, distribuído por toda a base da construção, 
que suporta e dissipa a carga de todos os pilares. Por ser um só elemento, apresenta altura 
ainda menor que o exemplo anteriormente citado. 
2.5 Fundações Profundas 
As fundações profundas podem ser caracterizadas pela sua maior superfície de 
com o solo que deverá suportar as cargas da edificação. Por uma menor resistência do solo, 
ou pelo alto índice de peso a ser descarregado nas fundações, a utilização de fundações 
profundas se faz necessária para suprir as solicitações exigidas. 
Estacas são os elementos de um tipo de fundação profunda, que se caracteriza, por 
distribuiras cargas nelas descarregadas pela estrutura, tanto na sua ponta, como em sua 
superfície lateral, o que aumenta sua eficiência uma vez que esta área geralmente apresenta 
valores elevados. 
As estacas podem serem pré-fabricadas, e posteriormente, cravadas no terreno 
aonde servirão de fundação, ou serem escavados os nichos e concretadas diretamente no 
local. 
15 
 
Outro elemento que faz parte deste tipo de fundações é conhecido como Tubulão. 
Que consiste em desenvolver a escavação do terreno auxiliado por escoras cilíndricas, que 
mantém firmes as paredes do local, afim de chegar a profundidade estipulada em projeto, 
para o alargamento e execução de sua base. Podendo serem executados a céu aberto, ou em 
receptáculos fechados com ar comprimido. 
16 
 
3 METODOLOGIA 
Este trabalho será desenvolvido por meio de pesquisas bibliográficas, coleta e 
catalogação de resultados já elaborados em trabalhos anteriores, de forma a comparar a 
literatura existente, com as práticas mais comuns desenvolvidas nas obras correntes em 
nossa região. 
Inicialmente, será desenvolvida uma criteriosa pesquisa bibliográfica para a 
obtenção de dados relativos a estudos e literatura na área de fundações. Essa, terá como 
objetivo a catalogação de dados já existentes, para fundamentação de posterior analise 
comparativa. 
Os sistemas de fundações que serão considerados, na parte das superficiais ou 
rasas, são os de sapatas e o de blocos, nos casos em que a analise anterior das características 
do terreno a ser trabalhado permitam a execução com eficiência e segurança das mesmas. 
Quando o suporte oferecido pelo solo, não for suficiente para as soluções supra 
citadas, será estudada e desenvolvida a explanação da solução em fundações profundas, por 
estacas pré-fabricadas ou moldadas no local. 
As condicionantes relativas ao projeto e execução de fundações nas obras, serão 
buscadas na literatura, e norteadas pela NBR 6122/2010. 
As propriedades características, assim como as demais informações pertinentes ao 
estudo em pauta, no que tange as rochas e solos, serão extraídas da NBR 6502/95. 
Assim como os ensaios SPT executados para a definição do tipo de fundação a ser 
executa na obra, será verificada sua conformidade com o preconizado pela norma NBR 
6484/2001. 
De posse dos resultados obtidos, através da bibliografia e acompanhamentos em 
campo, será feita uma analise comparativa para demonstrar, dentro dos parâmetros 
17 
 
analisados, qual o nível de conformidade encontramos entre projetos, normatização técnica 
e execução em obra. 
 
 
 
18 
 
4 RELATÓRIO FOTOGRÁFICO 
Em reunião realizada junto a diretoria da empresa, foi tomada a decisão de realizar 
o estágio em campo, através do acompanhamento da execução dos serviços de fundação em 
duas obras, nas quais o projeto foi elaborado pela JotaJ Construtora e Incorporadora. 
A primeira obra, trata-se de uma edificação unifamiliar de alto padrão, localizada 
no Bairro Sagrado Coração de Jesus, com aproximadamente 400 metros quadrados de área 
construída, com dois pavimentos, terá como base para sua fundação a utilização de estacas 
pré-moldadas de concreto. 
A segunda obra que iremos abordar no presente relatório, é uma edificação 
multifamiliar, situada no Bairro Frei Rogério, trata-se de um edifício de 14 pavimentos, no 
qual, sua base será desenvolvida com a execução de sapatas em sua fundação. 
4.1 Residência Unifamiliar 
A obra em questão trata-se de uma residência unifamiliar de alto padrão, com 
aproximadamente 400 metros quadrados de área construídas, distribuídos em dois 
pavimentos, por ser uma edificação de altura relativamente baixa, com seu peso total bem 
distribuído no solo, não existe a necessidade de soluções com alto grau de aprimoramento. 
Optou-se pela escolha de estacas de concreto, devido a altura do aterro executado 
no terreno, e por estar em uma região que apresenta presença de solo mole nas camadas 
superficiais. 
 
19 
 
Figura 1 - Projeto Estacas Residência 
 
Fonte: JotaJ Construtora e Incorporadora 
20 
 
4.1.1 Locação da Obra 
Recomenda-se que o terreno se encontre limpo e terraplenado com base nas cotas 
de nível em que serão executadas as fundações. Para delimitação da obra deve ser executado 
um gabarito em madeira, a partir de referencias do aferidas no terreno, com o auxilio de um 
trena metálica e linha de náilon. Os pontaletes que servirão de base para o gabarito, devem 
obrigatoriamente estar bem fixados ao solo, para que não ocorra deslocamento dos mesmos. 
Estes precisam estar alinhados e aprumados, na sequência serão fixados perfis de madeira 
na parte interna dos pontaletes afim de ser delimitado o perímetro da obra, recomenda-se 
que os mesmos estejam entre 1 m e 1,5 m do solo e sejam pintados de braço para melhor 
visualização. 
Figura 2 - Gabarito da Obra 
 
Fonte: Próprio autor 
 
Observou-se que a limpeza do terreno não foi a ideal, porém não implicou de 
forma significativa em nenhuma consequência negativa para a obra. Quando a execução do 
gabarito, alguns itens recomendados em norma e literatura, não foram executados, como é o 
caso da altura dos perfis de madeira e pintura das mesmas, contudo o modelo executado 
21 
 
atendeu satisfatoriamente a função para a qual foi designado. 
4.1.2 Estacas 
Foram utilizadas estacas pré-fabricadas de concreto armado, com seção quadrada 
de 16 centímetros de aresta, e comprimento de 6 metros, por entender que era a método 
mais apropriado para as características do terreno, e considerando a facilidade de execução 
do mesmo. 
Pelas características do solo, a função das estacas no local será desempenhada 
tanto pelo atrito lateral das mesmas com o solo, assim como pela sua resistência de ponta. 
Figura 3 - Estacas 
 
Fonte: Próprio autor 
 
As estacas de pré-fabricadas devem ser de concreto armado ou protendido, para 
que as mesmas possam suportar tanto as solicitações a que são submetidas em sua função 
principal de sustentação da edificação que será realizada sobre elas, assim como as 
solicitações de transporte, que precisa ser executado com cuidado para se evitar trincas, e 
armazenamento das mesmas. 
22 
 
Figura 4 - Identificação das Estacas 
 
Fonte: Próprio autor 
 
É necessário que a ponta da estaca de concreto armado, numa distância igual a 
duas vezes o seu lado, tenha sua armadura duplicada, devido aos esforços críticos que a 
mesma está sujeita durante a cravação. 
4.1.3 Cravação das Estacas 
A cravação de estacas pré-moldadas de concreto armado pode ser feita, dentre 
outros métodos, por percussão. A escolha deve ter como base as características do solo, as 
dimensões e tipo da estaca, assim como as particularidades do projeto e vizinhança aonde 
estão sendo executadas. 
Neste método o peso ideal do martelo, volume com o qual se aplica golpes pela 
ação da gravidade sobre o mesmo para a cravação da estaca, deve ser igual a duas vezes o 
peso da estaca. 
Para o levantamento e posicionamento das estacas, deverão ser utilizados seus 
apoios, afim de serem evitados esforços laterais que podem ocasionar seu fissuramento. A 
23 
 
locação da estacas no local determinado em projeto deve ser obrigatoriamente acompanhada 
por profissional habilitado da construtora que está prestando o serviço. Anteriormente a 
execução dos primeiros golpes do martelo de percussão sobre a face superior da estaca, a 
mesma deverá ser envolvida por um cabo ligado a máquina, por motivo de segurança. 
Assim como é necessário o uso de um material com propriedades elásticas, geralmente 
madeira, entre a cabeça da estaca e o molde de metal que será colocado sobre ela parareceber o impacto do martelo, para que a mesma não tenha suas características afetadas 
durante a cravação. 
Como base para finalizar a cravação de cada estaca utiliza-se o ponto de nega, 
distância máxima de deslocamento vertical da estaca em dez golpes consecutivos, que deve 
ser determinada em projeto de acordo com as características do solo. 
Figura 5 - Estrutura de Cravaçao de Estacas 
 
Fonte: Próprio autor 
 
Para a obra em questão, optou pelo método de cravação por percussão, tendo o 
martelo seu movimento ascendente proporcionado por um motor a óleo diesel e um 
conjunto de torre metálica, base de sustentação, assim como por cabos de aço e polias. E o 
descendente por ação da gravidade. 
24 
 
Durante a execução, foram constatados alguns procedimentos considerados 
altamente prejudiciais as estacas, para seu desempenho como elemento suporte da futura 
edificação que irá dar sustentação. 
Para o deslocamento do equipamento de percussão, utilizou-se como ponto de 
ancoragem de seus cabos de aço, estacas anteriormente cravadas no solo, o que pode 
ocasionar trincas e fissuras nas mesmas, uma vez que, são elas projetadas para suportar as 
cargas verticais a que serão submetidas, não tendo a resistência necessária para esses 
esforços erroneamente aplicados. Além disso, existe a possibilidade de prejudicar o 
alinhamento das estacas com esse tipo de esforços laterais. 
Figura 6 - Estacas Cravadas 
 
Fonte: Próprio autor 
 
Outro agravante observado durante a execução dos serviços, era o transporte da 
estacas do local aonde inicialmente estavam depositadas até a posição em que seriam 
cravadas. O mesmo foi realizado envolvendo o cabo de aço da estrutura de percussão a um 
único ponto da estaca, ocorrendo choques com o solo, assim como com a base do 
equipamento, o que pode ocasionar danos a estrutura da estaca. 
 
25 
 
Apenas em uma ocasião, e por um breve período de tempo, observou-se a 
presença do engenheiro da empresa prestadora do serviço de cravação de estacas, em 
desacordo do que é recomendado em norma. 
Figura 7 - Madeira para Proteção da Estaca Durante a Cravação 
 
Fonte: Próprio autor 
 
A utilização dos materiais suportes para proteção das estacas, assim como critérios 
de ponto de nega, altura do martelo, entre outros, foram executados de acordo com a 
normatização vigente. 
4.1.4 Cota de Arrasamento 
Após a cravação das estacas, devido a diferenças encontradas na base firme do 
solo, nas profundidades atingidas por elas, temos diversas alturas de estacas acima do 
terreno, ou em alguns casos, abaixo dele. Uma vez que temos um nível determinado como 
cota de arrasamento, em que a altura da face superior de todas as estacas devem estar, 
procede-se ao arrasamento das mesmas quando acima deste nível, e faz-se um complemento 
se estiver abaixo. 
26 
 
Figura 8 - Diferença de Altura das Estacas 
 
Fonte: Próprio autor 
 
Devido ao comprimento das estacas escolhidas para esta obra ser maior que a 
profundidade necessária, todas sofreram o processo de arrasamento, sempre tomando-se o 
cuidado na execução do mesmo, em golpear a estaca na posição vertical ou levemente 
inclinada, para evitar problemas causados por sua falta de resistência lateral. 
4.1.5 Blocos de Coroamento 
São estruturas executas para distribuir de forma igualitária, o peso de vigas e 
pilares em um conjunto de estacas. Trata-se de um bloco de concreto que promove a ligação 
de estacas cravadas até uma determinada distância. 
Na realização do arrasamento, para nivelamento conforme projeto, deve-se deixar 
um comprimento mínimo da estaca acima do nível, para que possa existir a transmissão de 
esforços do bloco de coroamento até as estacas. 
 
27 
 
Figura 9 - Estacas Arrasadas 
 
Fonte: Próprio autor 
 
Após esta etapa, realizou-se a escavação no entorno dos pares de estacas, para 
execução das formas, e posterior concretagem dos blocos de coroamento. 
4.2 Edifício de 14 Pavimentos 
Trata-se de um condomínio vertical de 14 pavimentos, com área construída de 
aproximadamente 600 metros quadrados no primeiro pavimento. Este edifício contará com 
uma sala comercial no andar térreo, que será construído com pé direito duplo, e os demais 
pavimentos serão destinados a apartamentos residenciais. 
Sendo uma obra de grande porte, e como característica principal de construções 
verticalizadas, teremos um peso elevado aplicado a uma porção relativamente pequena de 
solo, o que irá exigir uma solução mais aprimorada que a do caso anteriormente citado no 
presente relatório. 
Devido as características do solo encontrado no local, que apresenta um elevado 
suporte de carga por unidade de área, foi adotada como solução a execução de sapatas. 
28 
 
Figura 10 - Projeto Sapatas do Edifício de 14 Pavimentos 
 
Fonte: JotaJ Construtora e Incorporadora 
29 
 
4.2.1 Escavações 
Geralmente, não encontramos o terreno plano e no nível em que desejamos para a 
execução da obra, como consequência, devemos realizar as ações necessárias a satisfação de 
nossas expectativas. Dentre estas encontra-se a escavação, que consiste na retirada do solo 
para regularização do terreno e execução da fundações. 
Várias recomendações são feitas acerca destes serviços, em normas e literaturas 
específicas, entre a mais importantes encontra-se a prevenção a danos que podem ser 
causados em terrenos vizinhos, uma vez que, estamos retirando uma porção de terra que 
dava suporte aos lotes adjacentes, podemos ter o colapso de sua estrutura se o mesmo não 
for firme o suficiente. Neste caso existe a necessidade da execução de estruturas de 
contenção. 
Figura 11 - Escavação da Sapata de Divisa 
 
Fonte: Próprio autor 
30 
 
A escavação da obra em questão foi executada, em sua maior parte, com o auxilio 
de equipamento mecânico, um escavadeira hidráulica, por apresentar um solo bastante 
compacto e de difícil remoção para trabalhos manuais. Decorrente do tipo de solo 
encontrado, pode-se constatar que não foi necessária a execução de métodos para a 
contenção dos terrenos vizinhos, pelo fato de termos resistência suficiente para não sofrer 
uma forte influência da perda de suporte lateral. 
Figura 12 - Perfil Lateral do Terreno Escavado 
 
Fonte: Próprio autor 
 
4.2.2 Formas 
Para a delimitação das dimensões das sapatas, é necessário a execução de forma, 
geralmente em madeira. A norma recomenda que o área escavada tenha no mínimo, 20 
centímetros a mais em cada lado da sapata, para a execução e posterior retirada das formas 
após a cura do concreto. 
Pelas características altamente favoráveis do solo, para realização do tipo de 
fundação escolhida, em inúmeros locais não houve a necessidade de execução de formas, 
31 
 
pelo fato de as paredes formadas na escavação atenderem as necessidades requeridas. 
Figura 13 - Formas das Sapatas 
 
Fonte: Próprio autor 
 
No entanto, nos locais aonde se mostrou necessária a execução das formas, as 
mesmas foram realizadas de acordo com o preconizado em norma. Tomando-se especial 
cuidado em relação a ancoragem, para suportar o grande volume de concreto a ser utilizado 
na execução das sapatas. 
4.2.3 Lastro 
Após a realização das escavações e montagem das formas que envolverão as 
sapatas, deve-se proceder a execução do lastro, uma camada de aproximadamente cinco 
centímetros de concreto simples, este não necessita apresentar grande resistência. O lastro 
tem como função principal, a regularização da base aonde será executada a sapata, assim 
como promover certo grau de isolamento entre o concreto e o solo, evitando elevadas perdas 
e água e contaminações causadoras de patologias nas sapatas.32 
 
Figura 14 - Lastro de Concreto 
 
Fonte: Próprio autor 
 
A elevada resistência do solo, trouxe a necessidade de utilização do lastro em sua 
função principal de regularização, por termos um terreno bastante firme e estratificado, o 
que dificultou o nivelamento do mesmo, uma vez que, durante a remoção do solo, as 
camadas fissuravam em pontos diferentes, resultando em vários degraus na fundo das 
sapatas. 
4.2.4 Armação 
As funções das sapatas como elementos de fundação são, resistir a compressão, 
tração e flexão. A primeira é desempenhada majoritariamente pelo concreto, sendo 
necessária a utilização da armação para a satisfação das outras duas. 
Considerando que a maior parte das sapatas da obra em questão, tem dimensões 
significativas, o volume e diâmetro do aço a ser utilizado nestas é bem elevado. Podemos 
aferir que as malhas tem uma grande quantidade de barras de aço, e um pequeno 
espaçamento entre elas, para suportar o enorme peso que será descarregado pela edificação. 
33 
 
Fato que também influenciou na parte executiva, tendo que a montagem e amarração das 
mesmas ser executadas no local de destino, uma vez que o transporte desta estrutura da área 
de montagem seria um complicador em função de suas dimensões e peso próprio. 
Figura 15 - Malha Inferior das Sapatas 
 
Fonte: Próprio autor 
 
4.2.4.1 Espera para os Pilares 
Na busca por obter-se a ligação necessária entre a estrutura do edifício e sua 
fundação, para que as cargas possam ser lançadas no solo, um elemento deve estar fixado no 
interior da sapata, esta função é desempenhada pelos pilares. 
Devido a significativa importância deste elemento para a estrutura da edificação, 
foram criteriosamente seguidas as recomendações normativas para execução dos serviços. A 
espera dos pilares deve ser fixada a malha de aço do fundo das sapatas, e posteriormente 
quando houver, as vigas de equilíbrio, respeitando-se o alinhamento vertical, para que não 
ocorram discrepâncias horizontais no topo dos pilares. 
 
34 
 
Figura 16 - Amarração do Arranque do Pilar 
 
Fonte: Próprio autor 
 
Para a garantia do alinhamento, foram acrescidas barras transversais, amarradas 
aos pilares e fixadas no solo, com o objetivo de evitar que durante o lançamento do concreto 
a estrutura fosse afetada. 
Figura 17 - Reforço da Fixação do Arranque do Pilar 
 
Fonte: Próprio autor 
35 
 
4.2.4.2 Vigas de Equilíbrio 
Fundações com cargas excêntricas, como é o das sapatas de divisa, e daquelas em 
que o pilar não está posicionado no centro da mesma, devem utilizar vigas de equilíbrio, que 
são pontos de ligação de concreto armado entre sapatas, para a transmissão de carga para as 
sapatas adjacentes. 
Figura 18 - Vigas de Equilíbrio 
 
Fonte: Próprio autor 
 
Constatou-se em alguns casos, devido a imprecisão nas escavações executadas, 
que a armadura encontrava-se muito próxima da parede, o que resulta na falta do 
cobrimento de concreto necessário para a proteção da mesma. 
 
36 
 
Figura 19 - Problemas de Escavação da Viga de Equilíbrio 
 
Fonte: Próprio autor 
 
4.2.5 Concretagem 
Um elemento de fundamental importância para a confecção das sapatas é o 
concreto, que compõe-se em mistura de cimento, agregado graúdo, agregado miúdo e água, 
e quando necessário faz-se a utilização de aditivos. É ele que proporcionará a fundação sua 
resistência a compressão. 
Por ser uma mistura, que atinge suas propriedades inerentes ao objetivo para o 
qual está sendo utilizada, através de reações químicas, exige alguns cuidados especiais para 
a sua aplicação. 
4.2.5.1 Influências Climáticas 
Certos cuidados devem ser tomados em relação as condições climáticas, segundo 
normatização, como a não realização dos serviços em temperaturas abaixo de cinco ou 
acima de quarenta graus centigrados, e velocidade do vento acima de 60 metros por 
37 
 
segundo. Outro precaução a ser tomada, refere-se a chuva durante o lançamento do 
concreto, e ao acúmulo de água nas formas antes da execução do procedimento de 
preenchimento das sapatas. 
Figura 20 - Água Acumulada nas Formas das Sapatas 
 
Fonte: Próprio autor 
 
Em decorrência de uma grande precipitação de chuva ocorrida dias após a 
montagem das formas e concretagem do lastro, foi necessária a utilização de uma bomba de 
sucção para remoção desta água, tendo em vista que a mesma teria influência negativa nas 
características do concreto, alterando a relação água/cimento, que é fundamental para a 
qualidade desse. 
4.2.5.2 Limpeza do Local 
O interior da forma, assim como uma faixa ao redor de suas bordas, devem estar 
livres de materiais que possam causar patologias conhecidas como bicheiras nas sapatas, 
que trata-se de termos um material estranho a composição do concreto armado, resultando 
em pontos de fraqueza na estrutura. 
38 
 
Figura 21 - Limpeza das Formas das Sapatas 
 
Fonte: Próprio autor 
 
Procedeu-se a limpeza de acordo com as instruções normativas, afim de evitar que 
quaisquer resíduos inadequados comprometessem a integridade das sapatas. 
4.2.5.3 Lançamento do Concreto 
Cada finalidade para a qual o concreto é utilizado, exige uma resistência especifica 
do mesmo, e está influencia diretamente em suas características principais como 
consistência e fluidez, entre outras. Para a obtenção de uma maior resistência do concreto, 
deve-se reduzir a relação água/cimento, o que interfere diretamente em suas características, 
diminuindo sua trabalhabilidade. 
Devido ao elevado volume de concreto a ser utilizado na fundação, sua confecção 
no local se tornou inviável economicamente, pela dificuldade de obter-se a qualidade 
requerida do concreto sem a utilização de uma central de controle, que seria um custo 
exorbitante para a obra em questão. O que levou a compra do concreto de uma empresa 
especializada na produção e distribuição desse. 
39 
 
Figura 22 - Equipamento Utilizado para Bombear o Concreto 
 
Fonte: Próprio autor 
 
Com base nas características da obra, a solução mais viável para o lançamento do 
concreto em seu local de destino, foi através da utilização de um veiculo que possui uma 
bomba hidráulica para a execução do serviço. 
Figura 23 - Controle de Acionamento de Equipamento de Bombeamento 
 
Fonte: Próprio autor 
40 
 
A lança, que é a estrutura metálica que direciona a mangueira na qual o concreto é 
transportado, é controlada por um dispositivo remoto, que possibilita ao operador uma 
liberdade com relação a sua posição de trabalho. 
Ao utilizar-se este tipo de mecanismo para o lançamento do concreto, algumas 
características do mesmo precisam ser alteradas, porém, não podemos diminuir sua 
resistência. Para a satisfação destes objetivos, faz-se o uso de aditivos plastificantes para 
concreto, que aumentam sua fluidez sem prejuízo de suas outras propriedades. 
Figura 24 - Concretagem da Sapata 
 
Fonte: Próprio autor 
 
Foram utilizadas guias em madeira, fixadas junto a armação dos pilares, com o 
objetivo de servir de base visual do topo das sapatas, assim como para verificação do seu 
nivelamento. 
4.2.5.4 Adensamento 
Durante o processo de mistura do concreto, e posteriormente em seu lançamento, 
grande quantidade de ar é incorporada de forma indesejada ao volume do elemento que está 
41 
 
sendo preenchido, neste caso, as sapatas. Em consequência temos espaços vazios, que 
resultarão futuramente em uma resistência menor daquela sapata, do que foi solicitado em 
projeto. 
Para a realização do adensamento do concreto das sapatas, foi utilizado um 
vibrador mecânico, que é um dispositivo que contém uma carga excêntrica acopladaem seu 
eixo interino, provando vibrações quando em funcionamento. 
Figura 25 - Vibrador Mecânico para Concreto 
 
Fonte: Próprio autor 
 
Recomenda-se que o adensamento seja realizado com a introdução e retirada do 
vibrador no elemento, sempre na posição vertical. Procedimento não seguido na obra em 
razão das dimensões das sapatas, e pela falta de um extensor adequado para auxiliar no 
correto posicionamento do vibrador. 
 
42 
 
Figura 26 - Adensamento do Concreto 
 
Fonte: Próprio autor 
 
43 
 
5 CONCLUSÃO 
Pôde-se constatar que existe um certo distanciamento entre projeto, normatização 
e execução no canteiro de obra. Decorrentes principalmente da falta de uma maior 
especialização dos trabalhadores, assim como do deficiente acompanhamento do engenheiro 
responsável pela execução da obra. 
Na Residência Unifamiliar, detectou-se um número maior de procedimentos em 
desacordo com a norma, em decorrência de tratar-se de um método de trabalho bem 
rudimentar, ainda muito utilizado, pelo seu baixo custo e facilidade de execução se 
comparado a outros que apresentam a mesma eficiência. 
No Edifício de 14 Pavimentos, houve uma sincronia maior com os procedimentos 
preconizados pelas normas vigentes. Resultado de um maior controle humano exercido 
sobre os procedimentos realizados, assim como pela participação de empresas prestadoras 
de serviços específicos, especialização está que reflete em uma maior qualidade dos 
produtos por elas fornecidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
CAPUTO, Homero Pinto, Mecânica dos Solos e Suas Aplicações, volume 2, 6a edição, Rio 
de Janeiro, LTC, 2008. 
 
FILHO, Carlos Leite Maciel, Introdução à Geologia de Engenharia, 3a edição, Santa 
Maria, UFSM, 2007. 
 
CHING, Francis D. K., Técnicas de Construção Ilustradas, 4a edição, Porto Alegre, 
Bookman, 2010. 
 
HACHICH, Waldemar, et al., Fundações, Teoria e Prática, 2a edição, São Paulo, PINI, 
1998. 
YAZIGI, Walid, A Técnica de Edificar, 8ª edição, São Paulo, PINI, 2007. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 14931 – Execução de 
estruturas de Concreto - Procedimento, Rio de Janeiro, 2004. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 6122 – Projeto e 
execução de fundações, Rio de Janeiro, 2010. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 6502 – Rochas e solos, 
Rio de Janeiro, 1995. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 6484 – Solo – Sondagens 
para simples reconhecimento SPT – Método de Ensaio, Rio de Janeiro, 2001.

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