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AULA_12_ADM I

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FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA
Vice-Reitoria de Ensino de Graduação – VREGRAD 
 Divisão de Assuntos Pedagógicos – DAP 
	
	Código e Nome da Disciplina J589– DIREITO ADMINISTRATIVO I
	Créditos Teórico / Prático 4,0
	
	
	Curso DIREITO
	Centro CCJ
	Segundas e Quartas
19h00min – 20h40min
21h00min – 22h40min
Terças e Quintas
09h30min – 11h10min 
	Professor: João Marcelo Rego Magalhães
	Aula 12
	UNIDADE IV – ATO ADMINISTRATIVO
ATO ADMINISTRATIVO
Fatos e atos administrativos 
Requisitos de validade dos atos administrativos: competência, objeto, forma, motivo e finalidade
Motivação dos atos administrativos
Classificação quanto ao conteúdo e quanto à forma
Atributos do ato administrativo
Mérito do ato administrativo
Atos vinculados e discricionários
Desfazimento do ato administrativo – anulação, revogação e cassação
Convalidação do ato administrativo 
Abuso de poder no ato administrativo
Ato administrativo e controle realizado pelo Poder Judiciário 
1. Fatos e atos administrativos
Os atos administrativos são espécie do gênero ato jurídico.
Segundo Hely Lopes ato administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da Administração que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria.
Para Celso Antônio Bandeira de Mello: ato administrativo é a declaração do Estado (ou de quem lhe faça as vezes), no exercício de prerrogativas públicas, manifestada mediante providências jurídicas complementares da lei a título de lhe dar cumprimento, e sujeitas a controle de legitimidade por órgão jurisdicional.
No exercício da atividade pública geral 3 distintas categoria de atos podem ser reconhecidas:
a) atos legislativos;
b) atos judiciais;
c) atos administrativos.
Embora estes últimos sejam típicos do Poder Executivo, não podemos deixar de citar que o Legislativo e o Judiciário também editam atos administrativos no exercício de suas gestões internas.
Por sua vez, fato administrativo é toda materialização da função administrativa; consubstancia o exercício material da atividade administrativa em si. Decorre sempre de um ato administrativo, de uma decisão ou determinação administrativa, mas com esta não se confunde.
2. Requisitos de validade dos atos administrativos: competência, objeto, forma, motivo e finalidade
Os requisitos (ou elementos) de validade do ato administrativo são assim denominados pois o ato praticado em descordo com o que a lei estabeleça para cada requisito será um ato nulo.
Os requisitos são: 
Competência;
Objeto;
Forma;
Motivo;
Finalidade.
Vale destacar que competência, forma e finalidade são requisitos inteiramente vinculados, qualquer que seja o ato praticado (vinculado ou discricionário), enquanto objeto e motivo podem ser requisitos vinculados ou discricionários, a depender do ato praticado (vinculado ou discricionário).
2.1. Competência
A competência é o poder legal conferido ao agente público para o desempenho específico das atribuições de seu cargo.
Celso Antônio Bandeira de Mello enumera as seguintes características da competência:
a) é de exercício obrigatório para os órgãos e agentes públicos;
b) é irrenunciável; não obstante, o exercício da competência pode ser parcial e temporariamente delegado, desde que atendidos os requisitos legais. A delegação, todavia, não implica renúncia à competência;
c) é intransferível, sendo válidas as considerações acima;
d) é imodificável pela vontade do agente;
e) é imprescritível, pois o não exercício da competência, não importa por quanto tempo, não a extingue.
Parte de doutrina aponta ainda como característica a improrrogabilidade, ou seja, o fato de exercer competência que não foi lhe foi atribuída, não faz com o agente passe a ser considerado competente.
O requisito competência, quando esta é exercida além dos limites estabelecidos na lei, dá lugar a uma das modalidade de abuso de poder, denominada de excesso de poder (a outra é o desvio de poder, relacionada com o desrespeito ao requisito finalidade). Ocorre excesso de poder quando o agente administrativo, embora competente para a prática do ato, ultrapassa suas atribuições legais, seja agindo patentemente além do que a lei permite, seja procurando burlar os limites legais para exorbitar de suas atribuições.
A professora Maria Sylvia Di Pietro aponta, ao lado do excesso de poder, 2 outros vícios relacionados ao requisito competência: a usurpação de função e a “função de fato”.
A usurpação de função é crime, e o usurpador é alguém que não foi por nenhuma forma investido em cargo, emprego ou função pública.
No caso da “função de fato” a pessoa foi investida no cargo, emprego ou função, mas há alguma irregularidade em sua investidura ou algum impedimento legal para a prática de ato administrativo. Como exemplos
A delegação de competências foi devidamente estudada quando tratamos do poder hierárquico, mas não custa lembrar que a Lei 9.784/99, em seu art. 14, estabeleceu as regras a serem observadas no caso de delegação de competências.
2.2. Objeto 
O objeto do ato administrativo identifica-se com seu próprio conteúdo, por meio do qual a Administração manifesta sua vontade, ou atesta simplesmente situações preexistentes. Pode-se dizer que o objeto do ato administrativo é a própria alteração no mundo jurídico que o ato provoca.
Nos atos vinculados, a um motivo corresponde um único objeto; verificado o motivo, a prática do ato é obrigatória.
Nos atos discricionários, há liberdade de valoração do motivo e, como resultado, escolha do objeto, dentre os possíveis, autorizados na lei; o ato só será praticado se e quando a Administração considerá-lo oportuno e conveniente.
A doutrina afirma que nos atos vinculados o objeto e o motivo (que será adiante estudado) são vinculados, ao passo que nos atos discricionários, tais requisitos são discricionários.
Portanto, são os requisitos objeto e motivo que permitem verificar se o ato é vinculado ou discricionário.
Nos atos discricionários o binômio objeto-motivo determina o denominado mérito administrativo, que é o poder conferido por lei ao agente público para que ele decida sobre a oportunidade e a conveniência de praticar determinado ato discricionário. Só há mérito administrativo nos atos discricionários.
2.3. Forma 
Forma é o revestimento exteriorizador do ato administrativo, consistindo, segundo Hely Lopes, requisito vinculado e imprescindível à validade do ato. Todo ato administrativo é, em princípio, formal, e a forma exigida pela lei quase sempre é a escrita.
Apesar da doutrina tradicional insistir que a forma é elemento vinculado do ato administrativo, a Lei 9.784/99 (art. 22) afirma que os atos de processos administrativos não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir.
A verdade é que normalmente a lei determina a forma do ato, e quase sempre escrita, repita-se; apenas excepcionalmente admitem-se ordens não-escritas, como por exemplo: ordens verbais de um superior ao subordinado, apitos e sinais luminosos na condução do trânsito, cartazes e placas que contém uma determinação da Administração (proibido fumar ou proibido estacionar) etc.
Uma última observação deve ser feita: a regra expressa do art. 22 da Lei 9.784/99 deve ser interpretado no sentido de se evitar o formalismo exagerado, ou seja, deve o administrador ater-se ao interesse público e à forma estritamente necessária para atingi-lo, evitando dar maior importância às formas e aos formalismo do que aos resultados efetivamente visados.
2.4. Motivo
O motivo ou causa é a situação de direito e de fato que determina ou autoriza a realizaçãodo ato administrativo, ou, dito de outra forma, é o pressuposto fático e jurídico (ou normativo) que enseja a prática do ato. O motivo pode vir expresso na lei como condição sempre determinante da prática do ato ou pode a lei deixar ao administrador a avaliação quanto à existência do motivo e a valoração quanto à oportunidade e conveniência da prática do ato.
Quando o ato é vinculado, a lei descreve, completa e objetivamente, a situação de fato que, uma vez ocorrida, determina, obrigatoriamente, a prática de determinado ato administrativo cujo conteúdo deverá ser exatamente o especificado em lei.
O motivo não deve ser confundido com a motivação do ato administrativo. O motivo é a situação de fato e de direito que fundamenta a prática do ato. A motivação, por sua vez, vem a ser a exposição dos motivos que determinaram a prática do ato, a exteriorização dos motivos que levaram a Administração a praticar o ato, a declaração escrita desses motivos.
O fundamento da exigência de motivação dos atos administrativos é o princípio da publicidade. A motivação apenas está expressamente exigida no caso de atos administrativos praticados pelo Poder Judiciário, conforme art. 93. X da CF, entretanto, a doutrina majoritária tem caminhado no sentido de exigir a motivação de todos os atos administrativos. A Lei 9.784/99, ao cuidar do processo administrativo no âmbito federal, não exigiu a motivação de todos os atos, mas fez uma lista de atos que exigem motivação que, por sua amplitude, permite-nos concluir que a grande maioria dos atos administrativos exige sim uma exposição de motivos para sua prática (a motivação passa a ser a regra geral).
Vejamos o conteúdo do art. 50 da Lei 9.784/99:
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.
...
Devemos ainda destacar 2 pontos sobre a motivação dos atos administrativos: 1) existem atos tipicamente discricionários que não exigem qualquer forma de motivação, tais como a nomeação e exoneração de ocupante para cargo em comissão; 2) nos caso em que a motivação é obrigatória, sua não-realização significa vício do ato administrativo por desrespeito ao requisito da forma.
2.5. Finalidade
A finalidade é um dos requisitos vinculados dos atos administrativos (ao lado da competência e da forma) e é idêntica para todo e qualquer ato, vale dizer, o fim almejado por qualquer ato administrativo é o interesse público.
Dito de outra forma, não existe qualquer liberdade do administrador, e a busca do fim diverso do estabelecido em lei implica nulidade do ato por desvio de poder (ou desvio de finalidade). Além de ser uma forma de abuso de poder (na modalidade desvio de poder) a violação do requisito finalidade desrespeita ainda os princípios da impessoalidade e da moralidade, expressos no art. 37 da CF.
A forma clássica de ofensa ao requisito finalidade é a prática de atos não dirigidos à satisfação do interesse público, como, por exemplo, a desapropriação pelo Estado de certa propriedade que pertence a um inimigo político do governante ou a concessão de vantagens apenas a servidores protegidos. Outra forma de desrespeito é o desatendimento da específica finalidade da lei tendo em vista a satisfação de interesses pessoais, o que se dá, por exemplo, quando o instituto da remoção é usado não por necessidade do serviço, mas para que servidor de hierarquia superior puna um subordinado que é seu desafeto.
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