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Processo Eletrônico e Teoria Geral do Processo Eletrônico

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O	GEN	 |	 Grupo	 Editorial	 Nacional	 reúne	 as	 editoras	 Guanabara	 Koogan,	Santos,	 Roca,	 AC	 Farmacêutica,	 Forense,
Método,	LTC,	E.P.U.	e	Forense	Universitária,	que	publicam	nas	áreas	científica,	técnica	e	profissional.
Essas	empresas,	respeitadas	no	mercado	editorial,	construíram	catálogos	inigualáveis,	com	obras	que
têm	sido	decisivas	na	formação	acadêmica	e	no	aperfeiçoamento	de	várias	gerações	de	profissionais	e
de	 estudantes	 de	 Administração,	 Direito,	 Enfermagem,	 Engenharia,	 Fisioterapia,	 Medicina,
Odontologia,	 Educação	 Física	 e	 muitas	 outras	 ciências,	 tendo	 se	 tornado	 sinônimo	 de	 seriedade	 e
respeito.
Nossa	missão	é	prover	o	melhor	conteúdo	científico	e	distribuí-lo	de	maneira	flexível	e	conveniente,	a
preços	justos,	gerando	benefícios	e	servindo	a	autores,	docentes,	livreiros,	funcionários,	colaboradores
e	acionistas.	Nosso	comportamento	ético	incondicional	e	nossa	responsabilidade	social	e	ambiental	são
reforçados	pela	natureza	educacional	de	nossa	atividade,	sem	comprometer	o	crescimento	contínuo	e	a
rentabilidade	do	grupo.
A	EDITORA	FORENSE	se	responsabiliza	pelos	vícios	do	produto	no	que	concerne	à	sua	edição,	aí	compreendidas	a
impressão	e	a	apresentação,	a	fim	de	possibilitar	ao	consumidor	bem	manuseá-lo	e	lê-lo.	Os	vícios	relacionados	à
atualização	da	obra,	aos	conceitos	doutrinários,	às	concepções	ideológicas	e	referências	indevidas	são	de
responsabilidade	do	autor	e/ou	atualizador.
As	reclamações	devem	ser	feitas	até	noventa	dias	a	partir	da	compra	e	venda	com	nota	fiscal	(interpretação	do	art.	26
da	Lei	n.	8.078,	de	11.09.1990).
O	titular	cuja	obra	seja	fraudulentamente	reproduzida,	divulgada	ou	de	qualquer	forma	utilizada	poderá	requerer	a
apreensão	dos	exemplares	reproduzidos	ou	a	suspensão	da	divulgação,	sem	prejuízo	da	indenização	cabível	(art.	102
da	Lei	n.	9.610,	de	19.02.1998).	Quem	vender,	expuser	à	venda,	ocultar,	adquirir,	distribuir,	tiver	em	depósito	ou
utilizar	obra	ou	fonograma	reproduzidos	com	fraude,	com	a	fi	nalidade	de	vender,	obter	ganho,	vantagem,	proveito,
lucro	direto	ou	indireto,	para	si	ou	para	outrem,	será	solidariamente	responsável	com	o	contrafator,	nos	termos	dos
artigos	precedentes,	respondendo	como	contrafatores	o	importador	e	o	distribuidor	em	caso	de	reprodução	no	exterior
(art.	104	da	Lei	n.	9.610/98).
Direitos	exclusivos	para	o	Brasil	na	língua	portuguesa
Copyright	©	2012	by	EDITORA	FORENSE	LTDA.
Uma	editora	integrante	do	GEN	|	Grupo	Editorial	Nacional	Travessa	do	Ouvidor,	11	–	Térreo	e	6º	andar	–	20040-040	–
Rio	de	Janeiro	–	RJ
Tel.:	(0XX21)	3543-0770	–	Fax:	(0XX21)	3543-0896
forense@grupogen.com.br	|	www.grupogen.com.br
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apreensão	dos	exemplares	reproduzidos	ou	a	suspensão	da	divulgação,	sem	prejuízo	da	indenização	cabível	(art.	102
da	Lei	n.	9.610,	de	19.02.1998).
Quem	vender,	expuser	à	venda,	ocultar,	adquirir,	distribuir,	tiver	em	depósito	ou	utilizar	obra	ou	fonograma
reproduzidos	com	fraude,	com	a	finalidade	de	vender,	obter	ganho,	vantagem,	proveito,	lucro	direto	ou	indireto,	para
si	ou	para	outrem,	será	solidariamente	responsável	com	o	contrafator,	nos	termos	dos	artigos	precedentes,
respondendo	como	contrafatores	o	importador	e	o	distribuidor	em	caso	de	reprodução	no	exterior	(art.	104	da	Lei	n.
9.610/98).
Capa:	Rodrigo	Lippi
Produção:	TypoDigital
1ª	edição	–	2007/	2ª	edição	–	2008/	3ª	edição	–	2010/	4ª	edição	–	2012
07-0280
CIP	–	Brasil.	Catalogação	na	fonte.
Sindicato	Nacional	dos	Editores	de	Livros,	RJ.
Almeida	Filho,	José	Carlos	de	Araújo,	1967	–
Processo	eletrônico	e	teoria	geral	do	processo	eletrônico:	a	informação	judicial	no	Brasil	/	José	Carlos	de	Araújo
Almeida	Fiho.	–	4.	ed.	–	Rio	de	Janeiro	:	Forense,	2011.
Apêndices
Inclui	bibliografia
ISBN	978-85-309-3764-5
1.	Direito	e	informática.	2.	Direito	processual	–	Processamento	eletrônico	de	dados.	3.	Tecnologia	e	direito.	I.	Título.
CDU	347.9:004
À	minha	família,	sempre	presente	nas	ausências	provocadas
pelos	estudos	do	processo	e	das	novas	tecnologias.
Sem	ela,	não	seria	possível	concretizar	qualquer	obra.
Dedico	à	minha	mãe,	Rosa,	ao	meu	pai,	in	memoriam,
e	aos	meus	filhos	Lucas	e	José	Carlos	Neto.
	
“Créon: Desafias	tão	flagrantemente	minha	lei?
Antígona: Naturalmente!	 Pois	 que	 não	 foi	 Zeus	 quem	 a	 promulgou,	 nem	 encontrarás	 tal	 lei	 imposta	 pela	 Justiça	 aos	 homens.	 Nunca
acreditei	que	os	teus	éditos	tivessem	força	tal	que	pudessem	anular	as	leis	do	céu,	as	quais,	não	escritas	nem	proclamadas,	têm
uma	duração	eterna	e	uma	origem	para	além	do	nascimento	do	homem.”
(Sócrates,	Ética	a	Nicômaco)
Quando	trazemos,	em	uma	obra,	agradecimentos,	podemos	cometer	dois	graves	pecados:	omitir
nomes	 ou	 tornarmo-nos	 excessivamente	 cansativos.	 Mas	 o	 certo	 é	 que	 os	 agradecimentos	 aqui
expostos	são	verdadeiros	e	cada	pessoa	citada	teve	papel	decisivo	na	produção	desta	obra.
Por	esta	razão,	agradeço:
Aos	membros	do	Instituto	Brasileiro	de	Direito	Eletrônico	e	a	todos	os	estudantes	que	fizeram
parte	do	Grupo	de	Pesquisas	em	Direito	Eletrônico	e	Cidadania	–	CNPq	–	na	Universidade	Católica
de	 Petrópolis,	 incluindo	 os	 Jovens	 Talentos	 do	 ensino	 médio	 da	 rede	 pública,	 por	 intermédio	 de
projeto	da	FAPERJ.	Aos	estudantes	da	UFF,	que,	por	diversas	vezes,	mostraram-se	empenhados	em
discutir	os	 temas	processuais	na	seara	eletrônica,	especialmente	no	que	 tange	ao	monitoramento
eletrônico	de	presos.
Três	amigos	que	merecem	minha	admiração	e	o	agradecimento	pela	ajuda,	 sem	precedentes,
em	minhas	 pesquisas:	 Prof.	Hugo	 Lança,	 de	 Portugal,	 Prof.	 Dr.	 Fernando	Galindo,	 da	Espanha,	 e
Manuel	 David	Masseno.	 A	 pesquisa	 foi	 ampliada	 consideravelmente	 a	 partir	 dos	 contatos	 com	 a
Comunidade	Europeia.
À	Comissão	Permanente	de	Direito	da	Comunicação	e	 Informática	do	 Instituto	dos	Advogados
Brasileiros,	em	especial	ao	Prof.	Dr.	Flávio	Alves	Martins.
Aos	 Profs.	 e	 amigos	 Luiz	 e	 Tereza	 Wambier,	 Ada	 Pellegrini	 Grinover	 e	 José	 Miguel	 Garcia
Medina,	 pela	 disponibilidade	 de	 verdadeiros	Mestres	 do	 Direito,	 sempre	 atentos	 e	 dedicados	 ao
auxílio	de	quem	os	procura.
À	minha	querida	amiga,	Tia	Gigi	(Giselda	Hironaka),	um	agradecimento	por	momentos	especiais
no	Largo	de	São	Francisco.
Ao	Dr.	André	Gustavo	Bittencourt	Villella,	por	sua	amizade	e	encorajamento.
Ao	 amigo	 virtual,	 mas	 não	 menos	 querido,	 Rômulo	 de	 Araújo	 Mendes,	 um	 desbravador	 no
projeto	Sistema	Justiça	Moderna,	como	juiz	do	Distrito	Federal	e	Territórios.
Ao	querido	amigo	Décio	Góes.
Ao	meu	pai,	in	memoriam,	que	cultivou	em	mim	o	gosto	pelo	Direito	e	me	fez	ver	que	podemos
mudar	 alguma	 coisa	 no	 mundo,	 ainda	 que	 não	 consigamos	 mudar	 o	 mundo.	 À	 minha	 mãe,	 pela
presença	marcante	nos	momentos	decisivos	de	nossas	vidas.
Ao	 Exmo.	 Sr.	 Dr.	 Deputado	 José	 Eduardo	 Cardozo	 e	 à	 sua	 assessora	 Kelly,	 pela	 presteza	 em
atender	aos	reclamos	de	um	pesquisador.	O	agradecimento	se	faz	especial,	porque,	como	costumo
dizer,	mesmo	não	 sendo	eleitor	 de	São	Paulo,	 a	 dedicação	do	Deputado	avança	 fronteiras	 e	 deve
servir	de	exemplo	aos	nossos	políticos.
À	Editora	Forense,	em	especial	ao	Guilherme,	por	acreditar	neste	projeto	e	pela	coragem	em	ser
a	editora	que	mais	se	dedica	à	produção	do	Direito	Eletrônico.	E,	como	não	poderia	ser	diferente,	a
Francisco	Bilac	Pinto,	 que,	 ousando,	 ampliou	 a	 ideia	 desta	 obra,	 a	 partir	 de	 suas	 edições,	 com	a
possibilidade	de	tratarmos	de	legislações	“irmãs”	de	nosso	sistema.
“O	pensamento	Humano-tecnológico	não	é	apenas	uma
questão	de	bom-senso,	é	também	de	senso	de	negócios.”
	
KIM	VICENTE
Homens	e	Máquinas
Esta	obra	foi	concebida	por	meio	de	duas	escritas:	Comentários	à	Lei	do	Processo	Eletrônico	e
Teoria	Geral	do	Processo	Eletrônico.	Desta	forma,	compilamos	as	ideias	em	um	único	livro,a	fim	de
facilitar	o	operador	do	Direito	na	tarefa	de	desbravar	um	novo	cenário	processual	que	surge.	É	de
grande	importância	entender	que	a	informatização	altera	o	sistema	processual	e	não	é	apenas	uma
burocratização	informática.
Assim,	exortamos	as	pessoas	para	que	pensem	sobre	a	 realidade	existente	entre	o	mundo	da
eletrônica	e	o	da	pessoa	humana.	Charles	Chaplin	já	prenunciava:	“Não	sois	máquina!	Homens	é	o
que	sois.”
E	esta	é	a	realidade.	Não	podemos	entender	como	funciona	o	mundo	da	eletrônica	e	permitir
que	diversos	projetos	caminhem	–	notadamente	os	que	se	encontram	afeitos	à	área	jurídica	–,	sem
que	 tenhamos	 em	 mente	 a	 preocupação	 em	 garantirmos	 a	 dignidade	 da	 pessoa	 humana.	 As
máquinas	trabalham	por	nós,	mas,	espero,	jamais	consigam	contraporem-se	a	nós.	A	ideia	de	termos
um	 processo	 digital	 é	 extremamente	 salutar.	 Contudo,	 não	 podemos	 permitir	 que	 este	 Processo
Eletrônico	 encontre	 modificações	 a	 ponto	 de	 termos	 sentenças	 cartesianas,	 emitidas	 por	 um
computador.
A	 informatização	 do	 processo	 judicial	 no	 Brasil	 surge	 com	 o	 advento	 da	 Lei	 do	 Processo
Eletrônico,	 cujo	 projeto	 tramitou	no	Congresso	Nacional	 por	mais	 de	 cinco	 anos.	Não	bastasse	 a
longevidade	de	um	Projeto	de	Lei	tramitar	por	tantos	anos	no	Legislativo,	a	norma	nasce	antiquada
e	sem	atentar	para	princípios	basilares	do	Direito	Processual.
Não	 somente	 no	 campo	 do	 Direito	 Processual	 se	 apresenta	 ultrapassada	 a	 Lei	 do	 Processo
Eletrônico,	mas	no	campo	do	Direito	Eletrônico	e	da	própria	Informática	Jurídica.	As	experiências
vivenciadas	 em	 diversos	 Tribunais	 do	 Brasil,	 antes	 que	 houvesse	 uma	 regulamentação,	 sequer
foram	consideradas.	Ainda	que	consideradas	as	variáveis	em	questão,	pouco	do	que	se	vê	na	prática
foi	inserido	na	legislação	que	entra	em	vigor.	Fazemos	uma	ressalva	ao	relator	do	PL	na	Câmara,	o
Deputado	José	Eduardo	Cardozo,	que,	por	meio	de	hercúleo	esforço	procurou	consertar	o	que	não
tinha	mais	como	ser	consertado.
Contudo,	 a	 crítica	 não	 deve	 ser	 somente	 quanto	 a	 uma	 nova	 norma	 que	 parece	 nascer	 com
pequenas	 possibilidades	 de	 sua	 implantação,	 mas	 também	 devemos	 formular	 uma	 crítica	 às
reformas	processuais	que	vêm	sendo	realizadas	sem	uma	sistematização	necessária.
A	fertilidade	legislativa	está	se	apegando	ao	casuísmo,	pretendendo	transformar	o	processo	na
panaceia	 dos	males	 do	 Judiciário.	 Não	 será	 com	 leis	 que	mudaremos	 uma	 consciência	 política	 e
educacional	que	impera	no	nosso	país	desde	a	elite	dos	bacharéis	das	primeiras	décadas	do	século
XIX.	Não	serão	normas	editadas	sem	a	preocupação	de	um	processo	justo,	fácil	e	acessível	que	fará
com	que	o	Direito	à	Ação	seja	concretizado.
Sem	sistematização,	o	processo	tende	a	ser	formalista	ao	extremo,	e,	mesmo	em	termos	de	um
Processo	 Eletrônico,	 a	 burocracia	 que	 se	 implanta	 nos	mostra	 um	 quadro	 sem	 possibilidades	 de
adequação.	 De	 nada	 adianta	 traçarmos	 teorias	 sobre	 o	 princípio	 da	 instrumentalidade,	 se
continuarmos	 afeitos	 aos	 problemas	 do	 excessivo	 formalismo	 processual	 que	 vai	 e	 volta	 a	 cada
reforma.	Em	matéria	de	Processo	Eletrônico,	o	formalismo	é	a	decretação	de	sua	inviabilidade.	E	a
discussão,	 se	 se	 trata	de	processo	ou	procedimento,	não	é	mero	capricho	processualístico,	mas	o
temor	de	termos	legislações	estaduais	por	força	de	competência	concorrente.
O	 Relatório	 Final	 da	 Comissão	 Mista	 Especial	 para	 Regulamentação	 da	 Reforma	 do	 Poder
Judiciário	 e	 Promoção	 da	 Reforma	 Processual,1	 ao	 tratar	 da	 necessidade	 da	 reforma
infraconstitucional	e,	portanto,	envolver	a	matéria	processual,	assim	se	manifesta:
O	acesso	à	Justiça	tem	sido	uma	preocupação	mundial,	que	teve	como	um	de	seus	precursores
o	 saudoso	 professor	 italiano	Mauro	 Cappelletti,	 que,	 já	 na	 década	 de	 1970,	 defendia,	 com
razão,	 que	 a	 acessibilidade	 a	 todos	 ao	 sistema	 judiciário	 era	 pressuposto	 para	 o	 exercício
pleno	 da	 cidadania.	 Para	 isso,	 ele	 capitaneou	 o	 implemento	 de	 ondas	 renovatórias	 do
processo,	que	tiveram	poderosa	repercussão	no	mundo	inteiro,	o	que	não	excluiu	o	Brasil.
As	reformas	processuais	vêm	sendo	implementadas	em	nosso	sistema	desde	a	década	de	1990,
mais	 precisamente	 com	 o	 advento	 da	 Lei	 de	 Defesa	 do	 Consumidor,	 introduzindo	 importantes
aspectos	relativos	à	tutela	específica.	Não	foi	em	vão	o	parecer	da	Comissão,	que	assim	se	referiu
aos	grandes	Mestres	do	Processo:
Essas	duas	ondas	renovatórias,	assimiladas	e	trazidas	à	realidade	brasileira	por	estudiosos	do
quilate	 de	 José	 Carlos	 Barbosa	 Moreira,	 Ada	 Pellegrini	 Grinover,	 Cândido	 Rangel
Dinamarco,	 Arruda	 Alvim,	 Nelson	 Nery	 Junior,	 J.	 J.	 Calmon	 de	 Passos,	 Kazuo
Watanabe,	 Ovídio	 Baptista	 da	 Silva,	 Humberto	 Theodoro	 Júnior,	 Athos	 Gusmão
Carneiro	 e	 Sálvio	 de	 Figueiredo	 Teixeira,	 representaram	 notável	 avanço	 no	 sistema
processual	brasileiro,	através	de	elogiável	sintonia	entre	a	Academia	e	o	Poder	Legislativo.
Ainda	 que	 haja	 necessidade	 de	 mencionar	 os	 Professores	 Arruda	 Alvim,	 Luiz	 Rodrigues
Wambier,	 Teresa	 Arruda	 Alvim	 Wambier,	 Leonardo	 Greco,	 dentre	 tantos	 outros,	 o	 relatório	 nos
apresenta	 a	 preocupação	 de	 um	 equilíbrio	 entre	 a	 necessidade	 de	 implementação	 de	 normas
infraconstitucionais,	mas	sistematizadas,	como	se	depreende	com	a	seguinte	afirmação:	“Por	força
dessa	constatação	é	que	não	podemos	emprestar	apoio	a	propostas	que,	a	pretexto	de	acelerar	a
entrega	da	prestação	 jurisdicional,	acabam	por	cercear	o	acesso	do	cidadão	à	 Justiça	ou	rompem
com	pilares	do	Estado	Democrático	de	Direito,	como	os	princípios	da	legalidade,	isonomia	e	respeito
à	coisa	julgada.”
Esta	 a	 preocupação	 em	 traçar	 breves	 linhas	 antes	 de	 adentrarmos	 ao	 estudo	 do	 Processo
Eletrônico	 institucionalizado	 no	 Brasil.	 Até	 mesmo	 porque,	 do	 relatório	 da	 Comissão	 Mista,	 se
verifica	a	preocupação	com	a	quantidade	de	projetos	conflitantes	entre	si.2
Entendemos,	 assim,	 que	 a	 análise	 do	 Processo	 Eletrônico	 deva	 ser	 realizada	 dentro	 de	 uma
sistemática	 processual	 coerente,	 sob	 pena	 de	 termos	 conflitos	 das	 mais	 variadas	 espécies,	 até
mesmo	em	termos	de	conceituação,	uma	vez	que	entendemos	tratar-se	de	procedimento	e	não	de
processo	a	informatização	judicial.
Este	o	objetivo	da	obra:	trazer	à	baila	questões	relevantes	que	estão	sendo	introduzidas	com	a
nova	 Lei	 e	 pretender	 implementar	 dispositivos	 que	 possam	 ser	 alterados,	 com	 o	 objetivo	 de,
finalmente,	almejarmos	o	futuro	sem	o	temor	do	desperdício	processual	e	a	morte	da	terceira	onda
de	Cappelletti.
A	 morosidade	 do	 Judiciário,	 aliada	 às	 novas	 tecnologias	 da	 informação,	 impulsiona	 o	 Direito
Processual	 para	 a	 era	 da	 informática.	 Antes,	 os	 computadores	 no	 sistema	 judicial	 brasileiro	 não
passavam	de	máquinas	de	escrever	sofisticadas,	com	alguns	bancos	de	dados	e	um	sistema	precário
de	 informação	 pela	 Internet.	 A	 realidade	 não	mudou	muito,	mas	 a	 idealização	 de	 um	 andamento
eletrônico	do	processo	se	apresenta	como	um	grande	avanço.
Desde	o	ano	de	1991,	com	a	promulgação	da	Lei	no	8.245,	o	legislador	já	se	encontrava	atento
às	modernas	tecnologias	de	comunicação,	fazendo	inserir,	no	art.	58,	IV,	a	possibilidade	de	citação
por	meio	do	 fac-símile.	 Em	1999,	 admitíamos	 dar	 um	grande	 salto	 no	 sistema	 processual,	 com	 a
edição	da	Lei	do	Fax.	Trata-se	da	Lei	no	9.800/1999,	permitindo	a	transmissão	de	peças	processuais
por	meio	 do	 aludido	 sistema	 ou	 similar.	Ocorre,	 contudo,	 que	 o	 anacronismo	 jurisprudencial	 não
admitiu	 o	 e-mail	 como	 similar	 ao	 fax	 e,	 mais	 que	 isto,	 o	 Superior	 Tribunal	 de	 Justiça	 procurou
minimizar	os	efeitos	que	a	referida	Lei	possuía.	Entendemos,	como	fruto	desta	obra,	que	a	Lei	do
Fax	não	deva	ser	suprimida,	mas	alterada	–	e	já	existe	projeto	de	lei	neste	sentido	–	parapermitir	a
transmissão,	também,	por	correio	eletrônico	(e-mail).
As	partes,	ao	transmitirem	peças	por	meio	de	fac-símile,	possuem	cinco	dias	para	o	protocolo	do
original.	A	jurisprudência	caminha	no	sentido	de	entender	que	o	prazo	não	se	suspende,	tampouco
se	 interrompe.	 Em	 outras	 palavras,	 protocolada	 a	 petição	 por	 qualquer	meio	 eletrônico,	 além	da
parte	garantir	 a	 integridade	do	documento,	 a	 ser	 cotejado	 com	o	original,	 não	desconta	o	dia	de
envio,	por	certo	que	o	prazo	transcorre	a	partir	da	transmissão.
As	regras	gerais	de	cômputo	dos	prazos	não	passam	a	valer	quando	da	transmissão,	porque	o
dies	a	quo	é	inserido	nesta	contagem.
Superadas	estas	primeiras	etapas	do	que	seria	hoje	a	informatização	judicial,	em	2001,	temos	a
edição	da	Lei	no	10.259,	 instituindo	os	 Juizados	Especiais	Federais	e,	desta	 forma,	garantindo	um
processo	totalmente	eletrônico	–	como	ocorre,	por	meio	das	diversas	portarias,	no	Tribunal	Regional
Federal	da	4ª	Região	(Estados	do	Sul	do	Brasil).
Para	os	mais	 céticos,	que	admitiam	o	computador	apenas	como	uma	máquina	de	escrever	de
luxo	–	e	aqui	vale	a	 lembrança	que,	em	1939,	as	vozes	contra	a	 inserção	da	máquina	de	escrever
para	 a	 transcrição	 dos	 atos	 processuais	 provocaram	grandes	 represálias	 –,	 podemos	 afirmar	 que
inexiste	retorno	nesta	nova	fase	do	processo:	a	informatização	judicial	de	todo	o	sistema	nacional.
Jamais	obrigatório.	Pelo	menos	por	enquanto.
Contudo,	como	analisaremos	na	presente	obra,	será	necessário	ultrapassar	diversos	obstáculos.
O	 primeiro	 deles,	 não	mais	 fácil	 ou	mais	 difícil,	 será	 a	 superação	 da	 repulsa	 que	 o	 computador
provoca	na	maioria	das	pessoas.
Entendemos	a	repulsa	à	informática	e	justificamos:	muitos	articulistas,	talvez	para	valorizarem
seus	 conhecimentos,	 apegam-se	 demais	 a	 termos	 próprios	 da	 informática.	 Há	 um	 tecnicismo
exacerbado	ao	tratar	do	Direito	Eletrônico,	adotando-se	uma	terminologia	que	não	nos	é	afeita.	A
redação	deste	livro	procurou	minimizar	esta	linguagem	mais	técnica	da	informática,	trazendo	para
o	jurista	a	posição	doutrinária	multidisciplinar,	mas	sem	a	adoção	de	um	linguajar	próprio	daqueles
que	se	utilizam	da	informática,	e,	na	maioria	das	vezes,	em	inglês.	Sejamos	honestos	com	o	nosso
público	acadêmico,	passando	a	escrever	de	forma	simples	e	sem	o	tecnicismo	exagerado,	que	acaba
por	provocar	total	desconhecimento	do	que	se	pretende	ensinar	e,	mais,	gerando	a	repulsa	à	qual
nos	referimos.
No	 entanto,	 por	meio	 de	 diversas	 palestras	 proferidas	 sobre	 processo	 eletrônico,	 a	 ideia	 que
passa,	 em	 primeiro	 lugar,	 nestas	 pessoas	 que	 têm	 aversão	 à	 informática,	 é	 a	 de	 que	 o	 processo
eletrônico	não	é	seguro.	Esta	questão	deve	ser	superada,	porque	a	pergunta	que	eu	sempre	faço	é	a
seguinte:	–	Sabem	por	que	os	contadores	usam	caneta	tinteiro?
A	 resposta	 é	 a	 de	 que	 são	 tradicionalistas.	 Contudo,	 com	 certeza,	 trata-se	 de	 uma	 resposta
equivocada.	 A	 resposta	 que	 dou	 é	 a	mais	 simples	 possível:	 –	 A	 caneta	 tinteiro	 é	 a	mais	 fácil	 de
provocar	 adulterações,	 porque	 basta	 um	 simples	 pedaço	 de	 algodão	 com	 uma	 gotícula	 de	 água
sanitária,	que	tudo	quanto	se	escreveu	desaparece	sem	qualquer	vestígio.
Em	 termos	 de	 informática,	 os	 vestígios	 de	 adulteração	 são	 visíveis	 e	 deixam	 suas	 marcas,
denominadas	logs.	Quanto	à	integridade	do	documento	eletrônico,	que	será	toda	a	base	do	sistema
informatizado,	a	mesma	se	verifica	por	meio	das	assinaturas	digitais.	A	assinatura	digital,	à	menor
das	alterações,	como,	por	exemplo,	trocar	a	letra	“a”	pela	letra	“i”,	fará	que	a	mesma	desapareça	e,
então,	 teremos	 a	 prova	 de	 uma	 adulteração	 no	 documento	 que	 foi	 gerado	 e	 transmitido.
Relativamente	 à	 segurança	 dos	 sistemas,	 a	 norma	 ISO/ABNT	 27001/2006	 prevê	 diversos
mecanismos	 para	 garantir	 a	 segurança	 e	 integridade	 das	 transmissões	 eletrônicas.	 Fugimos	 um
pouco	da	dogmática	de	uma	obra	jurídica,	 inserindo	imagens	para	a	perfeita	compreensão	do	que
tratamos.	Como	os	leitores	poderão	observar,	trocamos	a	linguagem	informática	–	o	informatiquês	–
pela	 imagem,	 que	 é	 mais	 fácil	 de	 ser	 assimilada.	 Entendemos	 que	 assim	 estamos	 sendo	 mais
didáticos	neste	novo	cenário.
No	 que	 se	 refere	 propriamente	 ao	 processo,	 alguns	 princípios,	 ao	 menos	 neste	 início	 de
informatização	no	Brasil,	deverão	ser	relativizados,	porque	o	vazamento	de	informações	é	um	fator
que	deve	ser	pensado	por	todos	os	Tribunais	e	podemos	garantir	ser	possível	 identificar	qualquer
processo	por	meio	de	simples	comandos	de	 informática.	Não	tratamos,	aqui,	dos	hackers,	mas	de
violação	de	informação.
Um	processo,	por	exemplo,	pode	 ser	 inserido	 nos	motores	de	busca	da	 Internet	 com	a	maior
facilidade,	prejudicando	o	Direito	à	Personalidade.	Quanto	a	este	ponto,	precisaremos	estudar	uma
fórmula	para	 relativizar	a	publicidade	dos	atos	processuais,	até	que	nossos	sistemas	demonstrem
ser	 eficazes.	 Mas	 não	 podemos,	 por	 outro	 lado,	 permitir	 que	 inexista	 publicidade	 dos	 atos
processuais.	 Um	 capítulo	 é	 dedicado	 a	 este	 tema,	 tão	 polêmico,	 controvertido	 e	 com	 diversos
contornos	constitucionais.
Um	exemplo	do	que	afirmamos	encontra	 respaldo	no	Tribunal	Superior	do	Trabalho	que,	por
meio	 de	 resolução,	 aconselhou	 –	 e	 acabou	 sendo	 base	 de	 toda	 uma	 estrutura	 informatizada	 na
Justiça	do	Trabalho	–	a	não	 inserção	na	busca	de	processos	por	nome	das	partes,	do	reclamante.
Isto	porque	os	empregadores	faziam	buscas	nos	sistemas	e	o	resultado	era	a	não	contratação	de	um
possível	candidato	a	emprego	que	havia	ajuizado	reclamação	contra	determinada	empresa.
Questões	 como	 estas,	 uma	 vez	 que	 nosso	 processo	 caminha,	 cada	 vez	 mais,	 para	 sua
constitucionalização	 e	 princípios	 como	 os	 da	 proporcionalidade	 e	 razoabilidade,	 vêm	 sendo
empregadas;	 é	 preciso	 estudar	 a	 informática,	 aliada	 ao	 direito,	 com	 forte	 apego	 em	 questões
sociológicas	e	filosóficas.
Os	 institutos	 gerais	 da	 Teoria	 Geral	 do	 Processo	 não	 são	 desprezados	 nesta	 obra.	 Nossa
proposta,	ao	contrário,	é	que	toda	uma	sistematização	processual	se	adapte	a	uma	nova	realidade	–
o	processo	eletrônico.
E	é	este	o	objetivo	desta	obra.
E	esperamos	que	o	debate	se	amplie	e	não	se	encerre	com	os	novos	conceitos.	Aliás,	será	com	a
adoção	 de	 novos	 conceitos	 que	 se	 proporcionarão	 críticas	 e	 amplos	 debates	 acadêmicos	 para
atingirmos	a	maturidade	de	um	processo	eletrônico	justo	e	célere.
Finalmente,	 devemos	 fazer	 uma	 ressalva	 para	 o	 leitor.	 Este	 estudo	 traz	 conceitos	 da	 Teoria
Geral	do	Processo,	mas	não	de	forma	exaustiva.	A	análise	realizada	na	presente	obra	é	um	substrato
e	complemento	para	as	obras	clássicas	de	Teoria	Geral	do	Processo,	adequadas	à	sistematização	de
informatização	 que	 está	 sendo	 implantada	 no	 Brasil.	 Não	 pretendemos	 esgotar	 a	 leitura	 dos
clássicos	 da	 Teoria	 Geral	 do	 Processo,	 mas	 inserir	 um	 plus	 em	 toda	 a	 sistemática	 processual
brasileira,	 com	 ideias	 e	 propostas	 novas,	mas	 sempre	 atentos	 à	 base	 do	processo	 civil	 pátrio.	Ao
final	 da	 mesma,	 inserimos,	 para	 melhor	 compreensão,	 algumas	 decisões	 relativas	 ao	 Direito
Eletrônico	e	textos	que	complementam	a	exposição	havida	no	livro.
Esperamos	as	críticas	acadêmicas	para	o	aprimoramento	da	ciência	processual.
José	Carlos	de	Araújo	Almeida	Filho
Rio	de	Janeiro,	outubro	de	2006.
jcaaf@dgaf.com.br
1 	 Documento	 elaborado	 pela	 referida	 Comissão,	 datado	 de	 dezembro	 de	 2005,	 assinado	 pelo	 Deputado	 José
Eduardo	 Cardozo	 (Presidente),	 pela	 Deputada	 Zulaiê	 Cobra	 (Vice-Presidente)	 e	 pelo	 Senador	 José	 Jorge
(Relator).
2 	 “Embora	existam	outros	projetos	a	merecer	 tratamento	prioritário,	 como	 já	dissemos,	 o	 elevado	número	de
proposições	 legislativas	em	 tramitação	–	muitas	delas	conflitantes	entre	 si	 –,	 e	aespecificidade	da	matéria,
que	não	pode	ser	tratada	por	quem	não	conhece	profundamente	o	tema,	nos	conduzem	à	conclusão	de	que	é
fundamental,	 neste	momento,	 para	 que	 a	Reforma	Processual	 seja	 concluída	 com	 êxito,	 que	 sejam	 criadas
Comissões	 de	 análise	 e	 sistematização	 das	 propostas,	 de	modo	 que	 os	 efeitos	 da	 quebra	 de	 harmonia	 dos
Códigos	de	Processo	Civil	e	Penal	sejam	minimizados.”
Comemoremos,	estudiosos	do	processo	eletrônico,	o	lançamento	da	4ª	edição	do	livro	Processo
Eletrônico	e	Teoria	Geral	do	Processo	Eletrônico	–	A	Informatização	Judicial	do	Brasil,	do	professor,
processualista	 e	 advogado	 José	 Carlos	 de	 Araújo	 Almeida	 Filho.	 A	 cada	 edição,	 a	 obra	 fica	mais
completa	e	apurada,	fruto	não	só	da	permanente	pesquisa	que	a	mente	aguda	e	investigativa	de	seu
autor	lhe	impõe,	mas	também	das	observações	e	ponderações	feitas	ao	longo	do	tempo	pelos	demais
especialistas	do	Direito	Processual	Eletrônico.
O	 processo	 virtual	 não	 nasceu	 na	 Academia,	muito	 ao	 contrário,	 surgiu	 da	 realidade	 forense
como	 forma	de	abreviar	a	burocracia	do	processo	 judicial	e	combater	a	morosidade	da	prestação
jurisdicional.	 O	 livro	 do	 Professor	 José	 Carlos	 é	 a	 primeira	 obra	 que	 deu	 um	 trato	 sistemático	 à
matéria	do	ponto	de	vista	teórico,	enquadrando-a	como	disciplina	própria	do	Direito	Processual.
Sem	 se	 esquecer	 das	 noções	 básicas	 e	 indispensáveis	 para	 descortinar	 o	 tema,	 que	 é	muito
árido	para	os	juristas	não	iniciados	em	informática,	o	livro	dedica-se,	principalmente,	ao	estudo	das
implicações	do	processo	virtual	na	Teoria	Geral	do	Processo	e	às	mudanças	que	o	uso	da	tecnologia
na	 operacionalização	 da	 Justiça	 está	 provocando	 no	 pensamento	 dos	 juristas	 e	 operadores	 do
Direito.
Isso	 não	 significa	 dizer	 que	 concordamos	 com	 tudo	 o	 que	 está	 escrito,	 ao	 contrário,	 calam
profundas	 divergências	 sobre	 diversos	 aspectos,	 certamente	 em	 virtude	 da	 longa	 distância	 que
permeia	a	teoria	e	a	prática	ou	o	ideal	e	a	realidade.
O	 certo,	 entretanto,	 é	 que	 há	 quase	 duas	 décadas	 vem	 sendo	 realizadas	 reformas	 no	 plano
legislativo	 para	 dar	 efetividade	 e	 combater	 a	 morosidade	 incrustada	 no	 Poder	 Judiciário,	 sem,
contudo,	atingir	seus	objetivos.	Estamos	agora	às	vésperas	da	entrada	em	vigor	de	um	novo	Código
de	Processo	Civil,	que	promete,	mais	uma	vez,	debelar	a	morosidade	processual,	entretanto	passou
ao	 largo	 das	 novas	 técnicas	 de	 registro,	 comunicação	 e	 andamento	 de	 atos	 e	 documentos
processuais.	 Já	 a	 ação	 silenciosa	 e	 unida	 de	muitos	 operadores	 do	 direito,	 advogados	 privados	 e
públicos,	 defensores	 públicos,	 magistrados	 e	 representantes	 do	 Ministério	 Público,	 longe	 das
universidades,	dos	embates	do	Congresso	Nacional	e	dos	holofotes	da	mídia,	muitas	vezes	abrindo
mão	 de	 suas	 prerrogativas	 processuais	 e	 avançando	 sobre	 os	 institutos	 tradicionais	 do	 Direito
Processual	 ou	mesmo	 sobre	 a	 lei	 formal,	 é	 que	 vem	 produzindo	 os	 resultados	mais	 palpáveis	 na
efetiva	modernização	da	prestação	jurisdicional	e	aproximando	a	Justiça	do	povo.
Neste	livro,	o	Professor	José	Carlos	conseguiu	identificar	com	felicidade	e	maestria	os	reflexos
que	 o	 processo	 virtual	 está	 causando	na	prática	 judicial	 e	 as	 alterações	positivas	 no	pensamento
jurídico,	razão	por	que	é	uma	obra	indispensável	para	leitura	e	consulta	de	todos	os	interessados	na
efetividade	da	aplicação	do	Direito.
Sérgio	Tejada	Garcia
Juiz	Federal	na	4ª	Região	e	atualmente	convocado
como	juiz	auxiliar	da	Presidência	do	TRF	da	4ª	Região.
É	 com	 verdadeiro	 prazer	 que	 apresento	 ao	 público	 o	 livro	 de	 José	 Carlos	 de	 Araújo	 Almeida
Filho,	Teoria	Geral	do	Processo	Eletrônico.3	Assunto	novo,	que	está	na	ordem	do	dia,	e	tratado	de
maneira	clara,	sem	termos	técnicos	da	 informática	que	frequentemente	resultam	herméticos	para
os	operadores	do	Direito,	obedecendo	aos	critérios	científicos	próprios	da	Teoria	Geral	do	Processo.
Na	 sociedade	 hodierna,	 que	 é	 a	 sociedade	 da	 informação,	 o	 Direito	 transforma-se	 para	 se
adequar	à	globalização	do	conhecimento.	E	essa	transformação	já	se	inicia	também	no	Brasil.
Na	 parte	 introdutória,	 o	 Autor	 define	 direito	 eletrônico	 –	 designação	 que	 prefere,
fundamentadamente,	à	de	direito	da	 informática.	Relata,	depois,	a	evolução	da	matéria	no	direito
brasileiro,	com	importantes	referências	legislativas,	talvez	não	conhecidas	de	todos,	e	com	notícias
dos	projetos	de	lei	já	em	andamento	no	Congresso	Nacional.
Como	toda	boa	obra	de	Teoria	Geral	do	Processo,	o	autor	não	descura	os	aspectos	científicos
das	grandes	categorias	da	disciplina,	analisando-as	à	 luz	do	direito	eletrônico	para	adaptar,	onde
necessário,	os	institutos	fundamentais	–	jurisdição,	ação,	processo	e	procedimento.
Em	relação	à	jurisdição,	preconiza	a	criação	de	outra	espécie	de	jurisdição	–	a	eletrônica	–,	para
a	qual	sustenta	estar	o	Brasil	pronto,	advogando,	enquanto	isso	não	acontece,	a	instituição	de	varas
especializadas.
Os	princípios	inerentes	à	jurisdição	são	revisitados,	debruçando-se	o	Autor,	por	exemplo,	sobre
o	 princípio	 da	 aderência	 ao	 território,	 em	 que	 defende	 a	 necessária	 ampliação	 da
extraterritorialidade,	dada	a	alocação	dos	instrumentos	próprios	da	Internet	em	diversos	países.
As	condições	da	ação	são	examinadas	à	luz	das	exigências	do	processo	eletrônico,	recebendo	a
ampliação	necessária	à	sua	adequação	ao	mesmo.	Assim	faz	com	a	possibilidade	 jurídica	e	com	a
legitimação.
Embora	 reconheça	 inexistir	 no	 Brasil,	 até	 o	 momento,	 um	 verdadeiro	 processo	 eletrônico,
havendo	 apenas	 procedimentos	 eletrônicos,	 enfrenta	 a	 questão	 da	 ampliação	 da	 categoria	 da
capacidade	 processual	 (a	 capacidade	 de	 estar	 em	 juízo),	 demonstrando	 que	 a	 existência	 de
assinatura	eletrônica	e	de	certificação	dos	documentos	constituem	nova	modalidade	da	legitimação
ad	processum.	Em	relação	aos	princípios	do	processo,	que	também	devem	ser	adaptados,	sustenta,
por	exemplo,	a	necessidade	de	restrições	do	princípio	da	publicidade,	exacerbada	quando	os	atos
processuais	 são	 praticados	 por	 meio	 eletrônico,	 contrapondo-lhe	 o	 direito	 à	 intimidade	 e	 o	 que
denomina	 “direito	 ao	 esquecimento”,	 a	 serem	 equilibrados,	 pela	 teoria	 da	 proporcionalidade,	 em
relação	à	publicidade.
Nos	 procedimentos	 eletrônicos,	 já	 existentes	 entre	 nós,	 além	 de	 trazer	 importantes	 notícias
sobre	 a	 possibilidade	 de	 utilizá-los	 desde	 logo,	 a	 grande	 preocupação	 do	 Autor	 é	 com	 sua
confiabilidade	e	segurança.	E	aqui	se	inserem	exemplos	práticos	sobre	o	uso	dos	equipamentos	da
informática	para	a	prática	de	atos	processuais	pela	 via	eletrônica,	que	 já	 são	uma	 realidade.	Um
capítulo	 específico	 é	 dedicado	 à	 assinatura	 eletrônica,	 fator	 essencial	 para	 a	 confiabilidade	 e
segurança.
A	 obra,	 alimentada	 pelo	 objetivo	 de	 o	 processo	 eletrônico	 tornar-se	 uma	 nova	 alternativa	 na
busca	incessante	da	celeridade	e	da	economia	processuais,	não	só	é	pioneira	no	Brasil,	como	abre
novos	 caminhos	 para	 a	 consolidação	 de	 uma	 disciplina	 processual	 aderente	 às	 exigências	 deste
início	de	milênio.	Certamente	despertará	curiosidade	e	interesse.	E,	como	o	autor	deseja,	servirá	de
estímulo	 para	 que	 outros	 estudos	 venham	 a	 lume,	 trazendo	 contribuições	 doutrinárias	 e
incrementando	 a	 prática	 do	 processo	 eletrônico,	 além	 de	 ajudar	 na	 elaboração	 de	 leis	 mais
perfeitas,	de	que	o	Brasil	precisa.
Mais	um	desafio	para	o	processualista!
Ada	Pellegrini	Grinover
3 	N.A.	Como	mencionado	na	nota	do	autor,	 foram	escritas	duas	obras:	Teoria	Geral	do	Processo	Eletrônico	 e
Comentários	à	Lei	do	Processo	Eletrônico.	A	seu	fim	de	facilitar	o	operador	do	Direito,	entendemos	prudente
unificar	as	obras,	facilitando	o	seu	manuseio.	A	apresentação	da	Profª.	Ada	Pellegrini	Grinover	fora	formuladana	obra	TGP,	mas	não	se	perde	no	contexto	desta	que	se	apresenta	mais	completa	e	com	enormes	subsídios	ao
leitor	que	busca	compreender	esta	nova	sistemática	processual.
Com	muita	 satisfação	 e	 alegria	 aceitamos	 o	 convite	 formulado	 pelo	 Professor	 José	 Carlos	 de
Araújo	Almeida	Filho	para	fazer	a	apresentação	deste	seu	trabalho.	Nosso	contacto	inicial	foi	numa
das	Jornadas	de	Direito	Processual	Civil,	eventos	magistralmente	dirigidos	pelo	Instituto	Brasileiro
de	Direito	Processual,	sob	as	firmes	e	competentes	batutas	da	Professora	Ada	Pellegrini	Grinover	e
do	incansável	Professor	Petrônio	Calmon.	De	lá	para	cá,	o	contacto	acadêmico	se	transformou	numa
grande	e	valiosa	(para	mim,	ao	menos)	amizade.
Professor	 José	 Carlos	 dispensa	 maiores	 apresentações.	 Seu	 profícuo	 trabalho	 docente	 e	 no
exercício	da	advocacia	são	alguns	de	seus	grandes	referenciais.	Sua	paixão	pelo	estudo	do	direito,
notadamente	 do	 direito	 processual,	 nos	 tempos	 da	 Internet,	 de	 que	 é,	 também,	 profundo
conhecedor,	fazem	dele	um	verdadeiro	precursor,	um	desbravador	de	caminhos.
Neste	 trabalho,	 o	 Professor	 José	 Carlos	 se	 propõe	 (e	 disso	 se	 desincumbe	 com	 absoluta
tranquilidade),	 logo	 na	 introdução,	 a	 analisar	 as	 relações	 entre	 direito	 eletrônico	 e	 informática
jurídica.	 Nesta	 análise,	 que	 é	 o	 início	 de	 seu	 trabalho,	 vai	 fundo,	 fazendo	 acurada	 análise	 de
conceitos,	criticando	o	uso	indevido	de	uns	e	outros,	além	de	analisar	a	Emenda	Constitucional	45,
de	 fins	 de	 2004	 (Reforma	 do	 Judiciário),	 inclusive	 do	 ponto	 de	 vista	 das	 perspectivas	 que	 se
apresentam	à	sociedade	e	aos	operadores	do	Direito.
Tendo	como	ponto	de	partida	esses	conceitos,	analisa	com	profundidade	a	temática	central	de
seu	 trabalho	acadêmico,	que	 trata	do	processo	eletrônico.	 Para	 tanto,	 examina	minuciosamente	a
necessidade	e	a	precariedade	do	uso	dos	meios	eletrônicos	no	processo	judicial,	a	possibilidade	de
realização	de	atos	processuais	por	meios	eletrônicos,	assim	como	sua	comunicação,	pelos	mesmos
mecanismos	tecnologicamente	apropriados	e	comprovadamente	eficientes,	tanto	no	processo	civil,
quanto	no	processo	penal	e	no	processo	do	trabalho.
Escolheu	um	 tema	difícil,	 sem	dúvida.	Novo,	diria.	De	difícil	 trato,	porque	não	permite,	 como
regra,	 que	 do	 fenômeno	 autopoiético	 se	 sirva,	 eis	 que	 nem	 doutrina,	 nem	 jurisprudência	 dele
tratam,	até	aqui.	Contudo,	não	era	de	se	esperar	opção	em	outra	direção	de	alguém	que	se	propõe,
sem	medo,	a	desbravar	um	campo	ainda	tão	incipiente	entre	nós.
Sua	 contribuição	 ao	 estudo	 (e,	 por	 certo,	 à	 futura	 consolidação)	 deste	 vasto	 e	 intrincado
conjunto	de	mecanismos	relativo	ao	processo	eletrônico,	por	certo	será	objeto	de	muitas	críticas	e
ponderações.	 Talvez	 algumas	 –	 a	maior	 parte	 –	 de	 suas	 ideias	 vinguem;	 talvez	 outras	 –	 poucas	 –
sejam	relegadas	ao	plano	do	esquecimento,	até	mesmo	como	fruto	da	virulenta	incompreensão	de
que	 costumam	 ser	 vítimas	 aqueles	 que	 se	 propõem	 a	 inovar.	 Isso	 faz	 parte	 da	 rotina	 dos
desbravadores.	 E	 para	 ambas	 as	 hipóteses	 está	 perfeitamente	 preparado,	 pessoal	 e
intelectualmente,	o	Professor	José	Carlos	de	Araújo	Almeida	Filho.
Com	 seu	 trabalho,	 ganha	 a	 sociedade	 brasileira,	 ganham	 os	 estudiosos	 do	 processo	 civil,
ganham	os	operadores	do	Direito.
Curitiba,	fevereiro	de	2006
Luiz	Rodrigues	Wambier
Apresentar	 uma	 obra	 jurídica,	 sobretudo	 pelo	 seu	 ineditismo,	 por	 ser	 uma	 honraria	 para	 o
apresentante,	 impõe-lhe	 o	 dever	 de	 cercar-se	 dos	 indispensáveis	 cuidados	 diante	 do	 universo	 de
pesquisadores	de	inovações.
Antecedida	 pelas	 autorizadas	 apresentações	 dos	 consagrados	 processualistas,	 Ada	 Pellegrini
Grinover	e	Luiz	Rodrigues	Wambier,	a	responsabilidade	do	apresentador	parece	abrandada,	posto
que	se	trate	de	texto	ousado	e	polêmico,	no	dizer	do	eminente	Prof.	Wambier.
Enquanto	o	direito	eletrônico,	assim	chamado	pelo	Prof.	José	Carlos,	não	tenha	alcançado	ainda
a	tradição	consagradora,	o	conspícuo	autor	desta	obra	já	é	considerado	um	experiente	no	ofício	de
escrever	sobre	a	matéria.
Inicia	seu	trabalho	versando	sobre	a	Sociedade	da	Informação	e	os	problemas	dela	decorrentes.
Embora	 os	 conceitos	 da	 Sociedade	 venham	 mudando,	 a	 concepção	 de	 uma	 sociedade
permanente	 informativa	 não	 pode	 ser	 rejeitada,	 ante	 o	 convívio	 que	 as	 máquinas	 podem
proporcionar.
As	máquinas	 serão	 sempre	 operadas	 pelos	 homens,	 que	 só	 se	 dispensarão	 com	 a	 criação	 de
programas	por	eles	imaginados.
Hoje	a	comunidade	é	formada	por	homens	e	máquinas.
Para	 a	 maioria,	 que	 não	 está	 acostumada	 às	 máquinas	 e	 à	 enormidade	 de	 funções	 do
computador,	 já	se	apresenta	difícil	entender	este	mundo	paralelo	criado	pela	Informática.	Quando
se	 tenta	 conciliar	 a	 Informática	 com	 o	 Direito,	 admite-se	 que	 a	 confusão	 e	 a	 desinformação
aumentem.
Ampliando	estas	 ideias,	o	Prof.	 José	Carlos	 traz	em	sua	obra	desde	as	concepções	básicas	do
que	 se	 entende	 por	 Informática	 Jurídica	 até	 o	modus	 operandi	 da	 Lei.	 A	 ousadia	 com	 que	 trata
determinados	 temas	 poderá,	 como	 prefacia	 o	 Prof.	 Luiz	 Wambier,	 ser	 objeto	 de	 disputas.	 No
entanto,	certamente,	o	Prof.	José	Carlos	está	preparado	para	os	inevitáveis	embates,	porque	ousou
produzir	uma	obra	no	alvorecer	de	uma	legislação.
A	 questão	 enfática	 em	 seu	 livro	 é	 a	 distinção	 entre	 processo	 eletrônico	 e	 procedimento
eletrônico.	De	logo,	o	Prof.	José	Carlos	apresenta	uma	enorme	preocupação	diante	da	possibilidade
de	 inaplicabilidade	 da	 lei.	 Uma	 lei	 sem	 efetividade	 é	 como	 uma	 lei	 não	 escrita.	 Se	 se	 adotar	 o
processo	eletrônico	como	processo,	as	questões	jurisdicionais	encontrarão	grandes	problemas.	Por
outro	 lado,	 se	 se	 tratar	 como	 procedimento,	 ter-se-á,	 como	 o	 autor	 afirma,	 o	 inconveniente	 do
retrocesso	“aos	velhos	tempos	dos	Códigos	de	Processo	Civil	estaduais”.	Um	exagero	a	afirmação,
mas	na	prática	 a	 situação	poderá	 revelar	diversas	 formas	de	 regulamentação	da	Lei	 do	Processo
Eletrônico,	seja	por	disposição	dos	Tribunais,	seja	por	Leis	estaduais.
Creio	ser	este	o	maior	problema	a	ser	enfrentado	com	a	norma	que	se	apresenta	e	chega	com
anos	 de	 atraso.	 A	 necessidade	 de	 agilizar	 o	 processo	 está	 trazendo	 um	mecanicismo	 às	 normas
processuais	que	pode	ser	tão	saudável	quanto	danoso.
No	Direito	Processual	Penal,	 renego	o	 interrogatório	do	acusado	por	videoconferência,	ou	on-
line.	Nos	demais	seguimentos	do	Direito	Processual,	admito	ser	impossível	uma	citação	eletrônica	e,
como	 assevera	 o	 autor,	muito	menos	 por	e-mail.	 As	 ficções	 criadas	 pela	 Lei,	 como	 as	 intimações
pessoais,	também	devem	ser	vistas	com	cuidado,	porque,	não	raras	vezes,	os	sistemas	dos	Tribunais
se	encontram	inoperantes,	não	se	esquecendo	dos	demais	problemas,	como	quedas	de	luz	etc.,	que
impossibilitam	o	uso	da	máquina	pelos	advogados.	E	como	provar	que	o	evento	ocorreu,	diante	da
perda	de	um	prazo?
São	 questões	 complexas,	 apresentadas	 por	 uma	 Lei	 que	 não	 visualizou	 as	 intempéries	 pelas
quais	os	advogados	passam.
Aconselhamos	que	o	leitor	se	aprofunde	nas	ideias	e	em	especial	no	que	diz	respeito	ao	ousado
tema	 proposto:	 a	 relativização	 do	 princípio	 da	 publicidade,	 que	 poderá	 ser	 de	 grande	 valia	 no
processo	(ou	procedimento)	eletrônico,	a	fim	de	salvaguardar	a	intimidade	e	a	vida	privada,	além	da
dignidade	da	pessoa	humana.
Décio	Meirelles	Góes
Professor	e	Desembargador	(aposentado)
do	Tribunal	de	Justiça	do	Estado	do	Rio	de	Janeiro
Advogado.
A	eficiência	do	sistema	de	prestação	jurisdicional	é	uma	questão	de	grande	relevância	para	os
Estados	capitalistas	modernos.	No	plano	axiológico,	a	atividade	judicial,	dentro	do	clássico	modelo
dos	denominados	“Estados	de	Direito”	e	da	ideologia	dominante	nos	nossos	tempos,	é	fundamental
paraque	a	violação	a	direitos	 individuais	e	coletivos	seja	reparada	e,	por	conseguinte,	a	“justiça”
seja	 imposta	 coativamente	 aos	 transgressores	 da	 ordem	 legal.	 No	 plano	 econômico,	 a
previsibilidade	das	decisões	judiciais	e	a	rapidez	nas	soluções	dos	conflitos	de	interesses	(lides)	são
peças	 fundamentais	para	o	 fornecimento	da	 indispensável	 segurança	para	o	desenvolvimento	das
relações	negociais.
Parece	 óbvio,	 portanto,	 que	 o	mau	 funcionamento	 da	máquina	 judiciária	 do	 Estado	 deva	 ser
visto,	 nas	 democracias	 modernas,	 como	 um	 problema	 grave	 e	 central,	 como	 um	 verdadeiro	 e
terrível	obstáculo	ao	desenvolvimento	social,	econômico	e	da	própria	cidadania.
Embora	o	conhecimento	de	um	problema	seja	o	primeiro	passo	para	a	sua	efetiva	solução,	em
nosso	país,	o	conhecimento	da	absoluta	ineficiência	do	nosso	sistema	de	prestação	jurisdicional	não
tem	gerado	grandes	 resultados.	Morosidade,	dificuldade	de	acesso	especialmente	para	os	 setores
mais	pobres	da	população,	 falta	de	 transparência	decisória	em	questões	administrativas	 internas,
existência	de	focos	de	corrupção	de	difícil	eliminação,	decisões	contraditórias	gerando	um	elevado
grau	 de	 incerteza	 e	 insegurança	 jurídica,	 estrutura	 orgânica	 e	 atuação	 funcional	 marcadas	 pela
ausência	 de	 racionalidade	 e	 de	modernidade,	 são	 realidades	 reconhecidas	 e	 admitidas,	 há	muito
tempo,	como	inerentes	ao	funcionamento	da	nossa	máquina	judiciária.
Devemos	 então	 nos	 perguntar	 as	 razões	 pelas	 quais	 este	 problema	 existe	 e,	 apesar	 de
reconhecida	a	sua	existência,	por	que	persiste	intocado	através	dos	tempos.	Afinal,	por	que	será	tão
difícil	empreender-se	uma	ampla	e	radical	reforma	do	nosso	sistema	de	prestação	jurisdicional,	se
existe	consenso	absoluto	em	relação	à	sua	acentuada	ineficiência?
É	bem	verdade	que,	nos	dias	atuais,	algumas	medidas	concretas	foram	tomadas	pelo	Ministério
da	Justiça,	e	com	apoio	integral	da	Presidência	da	República,	na	busca	desta	reforma.	Alguns	passos
importantes	foram	dados.	A	criação,	em	âmbito	federal,	da	Secretaria	Especial	da	Reforma	do	Poder
Judiciário,	a	realização	de	um	concreto	pacto	de	Estado	entre	os	três	Poderes	para	a	reformulação
do	 nosso	 sistema	 jurisdicional,	 a	 aprovação	 da	 Emenda	 Constitucional	 45,	 após	 décadas	 de
tramitação	no	Congresso	Nacional,	a	criação	de	uma	Comissão	Especial,	integrada	por	deputados	e
senadores,	 com	 o	 objetivo	 de	 elaborar	 os	 projetos	 de	 lei	 que	 implementem	 as	 mudanças
constitucionais	 aprovadas,	 a	 apresentação	 e	 o	 aprimoramento	 de	 vários	 projetos	 de	 lei	 que
modificam	o	nosso	vigente	direito	processual	civil	e	penal,	são	demonstrações	 inequívocas	de	que
alguns	avanços	ocorreram	e	de	que	há	vontade	política	para	que	esse	quadro	seja	alterado.
No	 entanto,	 reconhecidamente,	 ainda	 muito	 pouco	 foi	 feito.	 Os	 principais	 problemas	 ainda
permanecem	 inatacados,	 para	 o	 desconforto	 pleno	 e	 –	 por	 que	 não	 dizer	 –	 frustração	 da	 grande
maioria	dos	denominados	“operadores	do	Direito”.	Por	quê?
Reformar	um	sistema	de	poder	é	sempre	uma	tarefa	difícil.	Normalmente,	por	costume	ou	por
conveniência,	 os	 agentes	 que	 com	ele	 interagem	costumam	não	 aceitar	 pacificamente	mudanças.
Sem	dúvida,	em	questões	relacionadas	com	o	poder	é	sempre	mais	confortável	e	rápido	criar	do	que
reformar.
Por	 esta	 e	 outras	 razões,	 ouso	dizer	 que	 a	 reforma	do	nosso	Poder	 Judiciário	 (expressão	que
normalmente	é	utilizada,	de	forma	imprecisa,	para	rotular	a	reforma	do	nosso	sistema	de	prestação
jurisdicional)	é	hoje,	para	a	sociedade	brasileira,	a	mais	difícil	de	ser	obtida.
A	primeira	razão	diz	respeito	à	mais	absoluta	falta	de	pressão	social	concreta	e	objetiva	sobre	o
caminho	 que	 esta	 reforma	 deva	 seguir.	 Há,	 sem	 dúvida,	 consenso	 quanto	 à	 necessidade	 da	 sua
realização.	Mas	qual	o	 caminho	a	 ser	 seguido?	Como	deverá	 ser	o	 sistema	reformado?	Dentre	as
centenas	 de	 propostas	 e	 teses,	 quais	 as	 melhores?	 Qual	 engloba	 efetivamente	 o	 apoio	 da	maior
parte	da	sociedade	brasileira?
Não	 há	 resposta.	 De	 fato,	 a	 voz	 da	 maioria	 da	 sociedade	 brasileira,	 nesta	 matéria,	 é
rigorosamente	desconhecida.	Não	há	pressão	social	ou	popular	que	diga	concretamente	aos	nossos
legisladores	 “façam	 isso”	 ou	 “não	 façam	 aquilo”.	 Todos	 querem	 a	 reforma,	 sabem	 da	 sua
necessidade,	 mas	 não	 se	 consegue,	 de	 modo	 minimamente	 uniforme	 ou	 com	 densidade	 social,
sugerir	o	caminho	a	ser	seguido.
A	bem	da	verdade,	é	forçoso	reconhecer	que	existe	um	grande	e	profundo	fosso	que	separa	o
mundo	 jurídico	 do	mundo	 comum	 dos	 cidadãos.	 Com	 exceção	 dos	 iniciados	 na	 “arte	 do	 direito”,
poucos	 conseguem	 entender	 os	 institutos,	 a	 sofisticada	 terminologia,	 os	 complexos	 meandros
processuais	 pelos	 quais	 se	 realizam	 as	 operações	 jurídicas	 cotidianas.	 O	 universo	 em	 que	 se
consagram	direitos	e	deveres	dos	cidadãos	é	incompreensível	para	esses	mesmos	cidadãos.
Pergunte-se	 a	 um	 trabalhador	 comum	 qual	 a	 sua	 opinião	 sobre	 a	 elevação	 da	 idade	 ou	 do
período	 de	 contribuição	 para	 a	 obtenção	 da	 aposentadoria,	 no	 bojo	 das	 discussões	 sobre	 uma
reforma	 previdenciária.	 Por	 mais	 desinformado	 sobre	 a	 matéria	 que	 seja,	 ele	 terá	 condição	 de
entender	 o	 que	 se	 discute,	 informar-se	 a	 respeito,	 e	 debatê-la	 com	 um	 aceitável	 grau	 de
profundidade,	para	fins	de	manter,	reformular	ou	formar	a	sua	opinião	a	respeito.	Com	isso,	poderá
posicionar-se	individualmente,	no	seu	sindicato,	ou	mesmo	em	um	movimento	de	massas,	a	respeito
de	alguma	proposta	existente	que	seja	do	seu	agrado	ou	não.
Mas	pergunte-se	agora	a	este	mesmo	trabalhador	o	que	ele	acha	da	proposta	de	supressão	dos
embargos	de	declaração	no	processo	civil,	ou	qual	a	sua	efetiva	opinião	acerca	da	eliminação	dos
efeitos	suspensivos	da	apelação,	com	ressalva	apenas	dos	casos	em	que	se	reconheça	na	pretensão
do	autor,	apesar	dos	fundamentos	da	sentença,	a	permanência	do	fumus	boni	iuris	e	do	periculum	in
mora.	 Provavelmente,	 mesmo	 que	 muito	 letrado	 seja,	 o	 trabalhador	 leigo	 em	 assuntos	 jurídicos
encarará	com	olhos	esbugalhados	aquele	que	lhe	dirige	a	pergunta	e	reagirá	do	mesmo	modo	que
reagiria	 um	 advogado	 se	 perguntado	 sobre	 alguma	 intricada	 questão	 técnica	 de	 astrofísica.	 Não
terá	 uma	 opinião,	 e	 nem	mesmo	 saberá	 percorrer	minimamente	 os	 caminhos	 necessários	 para	 a
formação	de	uma	resposta	apropriada	a	respeito.
O	universo	do	direito	é	um	universo	hermético,	fechado,	quase	intransponível	para	os	humanos
mortais	 que	 nas	 suas	 vidas	 recebem	 as	 consequências	 e	 as	 intempéries	 da	 sua	 existência.	 Como
certa	 vez	 disse	 um	 trabalhador	 ao	 assistir	 ao	 julgamento	 de	 um	 litígio	 em	que	 era	 parte	 em	um
Tribunal	Superior:	 “perdi,	 não	 entendi	 nada,	mas	 foi	 justo	 porque	 eles	 devem	 saber	 o	 que	 estão
julgando	com	aquele	palavrório	todo”.
Não	 é	momento	 de	 debatermos	 aqui	 as	 causas	 desse	 fenômeno,	 nem	 de	 demonstrarmos	 que
uma	tal	 realidade	 facilita	 imensamente	o	exercício	do	poder	que	sustenta	as	normas	 jurídicas	e	a
existência	de	mecanismos	ideológicos	de	legitimação	do	direito,	na	medida	em	que	propiciam	que	o
“inconformismo	com	o	injusto”	se	transforme	em	“conformismo	com	o	decisum	de	uma	sentença”.
Mas,	ao	revés,	vem	a	caso	demonstrar	que	esse	fosso	que	separa	o	direito	das	pessoas	a	quem	ele
se	 aplica	 dificulta	 ou	mesmo	 inibe	 a	 discussão	 ampla	 e	 o	 posicionamento	 da	 sociedade	 sobre	 os
rumos	que	deve	seguir	a	denominada	Reforma	do	Poder	 Judiciário.	É	 impossível	 imaginar-se	uma
passeata,	 um	 comício	 em	 praça	 pública,	 por	 exemplo,	 motivado	 pelas	 teses	 da	 aprovação	 ou	 da
rejeição	 da	 proposta	 de	 que	 o	 Supremo	 Tribunal	 Federal	 possa	 editar	 “súmulas	 vinculantes”.	 A
compreensão	média	da	sociedade	está	a	anos	luz	da	possibilidade	de	entendimento	do	queseja	este
instituto,	ou	do	que	seja	a	quase	totalidade	dos	assuntos	debatidos	em	relação	a	esta	reforma.
Logo,	 toda	 a	 discussão	 sobre	 os	 caminhos	 que	 deve	 tomar	 a	 Reforma	 do	 Poder	 Judiciário	 é
refém	 dos	 iniciados	 no	 mundo	 do	 direito,	 ou	 seja,	 dos	 seus	 “operadores”.	 Dela,	 leigos	 não
participam.	 E	 disso	 nasce	 a	 segunda	 razão	 pela	 qual	 entendemos	 que	 esta	 reforma	 é
indiscutivelmente	a	mais	difícil	de	ser	empreendida	nos	tempos	atuais:	o	corporativismo.
O	 espírito	 de	 corpo	 é	 uma	 realidade	 em	 qualquer	 organismo	 ou	 atividade	 profissional.	 Em
alguns	 casos,	 contudo,	 ele	 supera	 o	 limite	 do	 razoável.	 Entre	 as	 diferentes	 carreiras	 do	 mundo
jurídico,	 a	 exemplo	do	que	 ocorre	 com	médicos	 e	 políticos,	 ele	 é	 extremamente	 exacerbado.	 Isso
tem	 dificultado,	 e	 muito,	 o	 encontrar	 de	 caminhos	 comuns,	 ou	 de	 uma	 afirmação	 majoritária
expressiva	para	a	 indicação	do	 caminho	a	 ser	 seguido	na	 reforma	do	nosso	 sistema	 jurisdicional.
Com	 honrosas	 e	 poucas	 exceções,	 normalmente,	 juízes,	 promotores	 de	 justiça,	 advogados,
delegados	de	polícia,	pensam	esta	reforma	tendo	por	referência	os	seus	privilégios	profissionais	e
funcionais,	os	seus	status,	as	suas	cargas	de	trabalho,	os	seus	mercados,	os	seus	ganhos,	as	suas
garantias	 de	 emprego,	 e	 não	 o	 aprimoramento	 da	 prestação	 do	 serviço	 público	 judiciário.	 Na
formulação,	na	aprovação	e	na	rejeição	de	teses,	quase	sempre,	o	corporativismo	tem	prevalecido
sobre	as	necessidades	do	Estado;	e	os	interesses	privados	de	cada	corporação,	sobre	os	interesses
públicos.
Com	isso,	naufraga	a	hipótese	de	que	ao	menos	os	operadores	do	direito	poderiam	pressionar
ou	apontar	ao	legislador,	com	grande	dose	de	uniformidade,	o	caminho	a	ser	seguido.	A	sociedade
não	opina,	os	homens	e	mulheres	que	atuam	no	mundo	do	direito	divergem,	e	o	Legislativo,	 sem
rumo	delineado	a	seguir,	permanece	inerte.
Finalmente,	uma	terceira	e	última	razão	deve	ser	ainda	apontada.	Os	operadores	do	direito,	em
geral,	 tendem	 a	 ser	 demasiadamente	 conservadores.	 A	 formação	 dogmática	 que	 recebem	 nas
faculdades	de	direito,	o	desenvolvimento	radicalizado	do	pensamento	lógico	que	exercitam	nas	suas
exegeses	e	nas	suas	argumentações	forenses,	em	que	tudo	se	extrai	de	premissas	maiores	já	dadas
(a	 lei),	eliminam	a	priori	a	 ideia	de	movimento	e,	portanto,	de	mudança.	Salvo	na	obra	de	alguns
jusfilósofos,	o	pensamento	dialético	–	método	de	conhecimento	que	tem	a	percepção	do	movimento
como	regra	–	parece	ser	estranho	ao	habitual	mundo	em	que	laboram	e	vivem	juristas	e	operadores
do	direito.
Assim,	além	de	ser	o	direito	um	instrumento	de	poder,	e,	portanto,	“em	si”,	um	instrumento	de
conservação	das	relações	sociais,	a	formação	daqueles	que	atuam	no	sistema	judiciário	tende	a	lhes
desenvolver	um	espírito	naturalmente	conservador,	paralisante	mesmo,	no	que	tange	a	mudanças.
Em	geral,	os	que	atuam	no	campo	jurídico,	ao	contrário	dos	poetas,	costumam	ter	receio	de	navegar
por	mares	nunca	d’antes	navegados.	Donde	reformar,	mudar,	ousar,	correr	o	risco	do	novo,	destruir
para	reconstruir	melhor,	não	é	trilha	em	que	de	hábito	sigam	à	vontade	os	operadores	do	direito.
É,	portanto,	nesse	contexto	de	preocupações,	óbices	e	tormentas,	que	devemos	ler	a	obra	que,
neste	instante,	tenho	a	honra	de	prefaciar.	Por	mais	incrível	que	pareça,	em	pleno	século	XXI,	com
exceção	de	algumas	raras	ilhas	de	modernidade,	o	sistema	judiciário	brasileiro	ainda	apresenta	um
nível	paupérrimo	de	 informatização.	Em	um	momento	da	história	em	que	crianças	de	 tenra	 idade
realizam	pesquisas	escolares	pela	rede	mundial	de	computadores,	nossos	autos	processuais	ainda
são	amarrados	em	capas	de	cartolina	com	linhas	provavelmente	semelhantes	àquelas	com	que	Pero
Vaz	de	Caminha	amarrou	a	carta	que	endereçou	ao	rei	de	Portugal.	Enquanto	transações	bancárias
são	feitas	a	distância	por	um	simples	teclar	de	computadores,	petições	iniciais	são	protocoladas	com
carimbos	 ou	 antigas	 máquinas	 de	 registro	 cartorial.	 Enquanto	 um	 advogado	 pode	 carregar	 toda
legislação	brasileira	em	um	pequeno	disco	e	acessar	o	seu	conteúdo	em	um	computador	portátil	até
mesmo	dentro	de	um	avião	em	voo,	transportar	um	processo	judicial	significa	carregar	centenas	ou
milhares	 de	 páginas	 de	 papel,	 nas	 quais	 poderão	 ser	 encontrados	 mais	 espaços	 destinados	 a
carimbos	do	que	a	palavras	arroladas	em	arrazoados	jurídicos.
Informatizar,	em	dimensão	máxima,	o	nosso	sistema	de	prestação	jurisdicional	passa	a	ser	assim
um	 imperativo	 inadiável,	 indispensável	 para	 a	 solução	 de	 boa	 parte	 dos	 problemas	 que	 hoje
vivenciamos	 na	 aplicação	 do	 direito.	 Teorizar	 sobre	 este	 nascente	 cenário,	 debater	 sobre	 as
implicações	jurídicas	e	novas	realidades	conceituais	que	esta	nova	modalidade	de	interação	social
propicia	passa	a	ser	um	dos	grandes	desafios	da	modernidade.
Donde	podemos	afirmar	agora,	com	absoluta	segurança,	que	a	obra	Teoria	Geral	do	Processo
Eletrônico,4	 escrita	 pelo	 ilustre	 professor	 e	 processualista	 José	 Carlos	 de	 Araújo	 Almeida	 Filho,
aborda	aquele	que	pode	ser	um	dos	grandes	saltos	positivos	e	de	qualidade	da	reforma	do	nosso
sistema	 jurisdicional.	 Com	 a	 instituição	 dos	 denominados	 “processos	 eletrônicos”	 ou	 “virtuais”,
certamente,	de	maior	rapidez,	de	maior	acessibilidade,	e	de	maior	eficiência,	será	dotada	a	nossa
máquina	judiciária.
Evidencia-se,	com	isso,	a	relevância	do	estudo	processual	que	temos	diante	de	nós.	Revelando
seus	 robustos	 conhecimentos	 processuais,	 o	 autor	 consegue	 reunir	 em	 sua	 obra	 duas	 grandes
virtudes	que	raramente	coexistem	nos	trabalhos	acadêmicos.	A	primeira,	a	profundidade	de	análise.
A	segunda,	a	dimensão	didática,	em	muito	facilitada	pela	não	utilização	da	linguagem	emaranhada
do	complexo	mundo	técnico	da	informática.	Partindo	de	sólido	embasamento	filosófico	e	de	madura
compreensão	 da	 nossa	 realidade	 histórica,	 José	 Carlos	 de	 Almeida	 Filho	 desenvolve	 com
clarividência	 pioneira	 o	 estudo	 das	 principais	 categorias	 jurídicas	 que	 dizem	 respeito	 ao	 tema.
Apresenta	definições,	formula	conceitos,	considera	a	aplicação	de	princípios	às	novas	realidades	da
informática,	elaborando	uma	fascinante	análise	teórico-processual	dessa	nova	realidade.
Tenha,	 assim,	 o	 leitor	 a	 certeza	 de	 que,	 ao	 se	 debruçar	 sobre	 as	 páginas	 deste	 livro,	 estará
trazendo	 para	 o	 seu	 conhecimento	 intelectual	 uma	 obra	 que	 será,	 sem	 dúvida,	 um	 marco	 na
literatura	 jurídica	 nacional.	 Muitos,	 com	 certeza,	 de	 hoje	 em	 diante,	 seguirão	 as	 suas	 pegadas,
debaterão	e	criticarão	as	suas	conclusões,	aprofundarão	seus	ensinamentos.	Poderão	até,	em	certos
casos,	 quando	 lastreados	 em	 sólidos	 e	 eruditos	 conhecimentos	 e	 em	 análise	 esmerada	 e	 arguta,
igualar-se	a	ela	em	profundidade.	Mas	 jamais	dela	encobrirão	o	brilho	histórico	 inaugural	do	seu
pioneirismo,	 do	 seu	 singrar	 por	mares	 anteriormente	 nunca	 navegados,	 e	 do	 seu	 desbravamento
inovador.	Nisto	reside	o	seu	grande	mérito	e	a	sua	grande	virtude.
Deputado	Federal	José	Eduardo	Cardozo
Professor	da	PUC/SP	e	relator	do	PL	do	Processo	Eletrônico.
4 	N.A.	Como	na	apresentação	da	Prof.ª	Dr.ª	Ada	Pellegrini	Grinover,	o	prefácio	do	Dep.	José	Eduardo	Cardozo
teve	 como	 base	 a	 obra	TGP	Eletrônico,	 ampliado,	 agora,	 com	 uma	 obra	 mais	 completa,	 sem	 desnaturar	 a
Teoria	Geral	do	Processo.
ABREVIATURAS
AgReg Agravo	Regimental
AJUFE Associação	dos	Juízes	Federais
CCITT Commité	 Consultatif	 International	 de	 Telegraphique	 et	 Telephonique	 (International	 Consultative	 Committee	 on
Telecommunications	and	Telegraphy)
CLT Consolidação	das	Leis	do	Trabalho
CNPJ Cadastro	Nacional	de	Pessoas	Jurídicas
CNPq Conselho	Nacional	de	Desenvolvimento	Científico	e	de	Pesquisa
CPC Código	de	Processo	Civil
CPF Cadastro	de	Pessoas	Físicas
CPP Código	de	ProcessoPenal
ERESP Embargos	de	Divergência	em	Recurso	Especial
INSS Instituto	Nacional	de	Seguridade	Social
MP Medida	Provisória
OAB Ordem	dos	Advogados	do	Brasil
OMPI Organização	Mundial	de	Propriedade	Intelectual
ONU Organização	das	Nações	Unidas
PGE Procuradoria-Geral	do	Estado
PL Projeto	de	Lei
PLS Projeto	de	Lei	do	Senado
SMS Short	Message	Service	(mensagens	instantâneas	e	pequenas)
SSL Secure	Socket	Layer	(protocolo	desenvolvido	para	elevar	a	segurança	dos	dados	transmitidos	pela	Internet)
STF Supremo	Tribunal	Federal
STJ Superior	Tribunal	de	Justiça
TRF Tribunal	Regional	Federal
TJRJ Tribunal	de	Justiça	do	Estado	do	Rio	de	Janeiro
TERMOS	TÉCNICOS
AC Autoridade	Certificadora
Autoridade	Certificadora Entidade	 idônea	 autorizada	 a	 emitir,	 renovar	 e	 cancelar
certificados	 digitais.	 É	 responsável	 pela	 administração	 das
chaves	públicas.5
Bit A	 menor	 unidade	 de	 medida	 de	 armazenamento	 de	 dados
informatizados.
BLOG	(ou	WEB	BOG) [Ing.	 Acrôn.	 Web	 (Teia)	 +	 log	 (Registro)]	 Serviço
desenvolvido	 pelo	 norte-americano	 Evan	 Williams,
proprietário	da	Pyra	Labs.	Baseia-se	num	software	 chamado
blogger,	que	permite	transformar	um	site	num	diário	digital,
para	 o	 registro	 de	 relatos	 do	 cotidiano	 de	 seu	proprietário.
Essa	modalidade	de	website	 caiu	 rapidamente	no	gosto	dos
usuários	da	Internet,	devido,	principalmente,	à	sua	facilidade
de	criação	e	atualização	de	seu	conteúdo,	mesmo	para	quem
não	 domina	 a	 linguagem	 HTML.	 Por	 conta	 desse	 sucesso,
está	se	transformando	num	canal	de	expressão	individual	na
Web,	 deixando	 de	 ser	 usado	 apenas	 como	 um	 diário,	 para
oferecer	 conteúdos	 especializados	 nos	 mais	 diversos
assuntos.	O	mesmo	que	blog.6
Byte Um	conjunto	de	8	bits.
Cracker Indivíduo	que	tenta	acessar	computadores	ou	sistemas,	sem
autorização,	de	forma	ilegal	e	normalmente	prejudicial.
Criptografia [Gr.	 Kryptos	 =	 oculto;	 graphe	 =	 escrita]	 (Escrita	 oculta).
Sistema	 de	 codificação	 e	 decodificação	 de	 dados	 bits,	 por
meio	 de	 algoritmos	 matemáticos,	 usado	 com	 objetivo	 de
garantir	 o	 sigilo	 do	 registro	 de	 informações	 pessoais	 e
financeiras	na	Internet.7
Download Transferência	 de	 dados,	 usualmente	 entre	 o	 servidor	 e	 o
computador	pessoal.
E-mail Serviço	 de	 correio	 eletrônico,	 utilizado	 na	 Internet.
Electronic	Mail.
Extranet Rede	 corporativa	 baseada	 nos	 protocolos	 da	 Internet	 e	 no
sistema	 público	 de	 telecomunicações	 para	 transferência	 de
dados,	de	modo	seguro,	entre	uma	empresa	e	suas	 filais	ou
seus	 clientes,	 com	 a	 finalidade	 de	 estabelecer	 transações
comerciais.8
FAX	(ou	fac-símile) Aparelho	 utilizado	 para	 envio	 ponto-a-ponto,	 através	 de
impulsos	 elétricos	 e/ou	 eletromagnéticos,	 para	 transmissão
de	documentos.
Gigabyte [De	 Giga	 +	 byte].	 Múltiplo	 do	 byte	 igual	 a	 230	 ou
1.073.741.824	 bytes.	 Com	 frequência,	 é	 usado	 como
equivalente	a	um	bilhão	de	bytes.	Simb.	GB.9
Hacker Os	 hackers	 utilizam	 o	 seu	 conhecimento	 para	 melhorar
softwares	de	forma	legal	e	são,	geralmente,	confundidos	com
os	 crackers.	 Eventualmente,	 utilizam	 os	 conhecimentos	 em
informática	 para	 violarem	 sistemas	 ou	 exercerem	 outras
atividades	ilegais.
HASH Um	hash	é	uma	sequência	de	letras	ou	números	geradas	por
um	 algoritmo	 de	hashing.	 Essa	 sequência	 busca	 identificar
um	 arquivo	 ou	 informação	 unicamente.	 Por	 exemplo,	 um	e-
mail,	uma	senha,	uma	chave	ou	mesmo	um	arquivo.	Ele	é	um
método	para	transformar	dados	de	tal	forma	que	o	resultado
seja	 (quase)	 exclusivo.	 Além	 disso,	 funções	 usadas	 em
criptografia	garantem	que	não	é	possível	a	partir	de	um	valor
de	hash	retornar	à	informação	original.10
ICP-Brasil É	um	conjunto	de	 técnicas,	práticas	e	procedimentos,	a	 ser
implementado	pelas	organizações	governamentais	e	privadas
brasileiras	 com	 o	 objetivo	 de	 estabelecer	 os	 fundamentos
técnicos	 e	 metodológicos	 de	 um	 sistema	 de	 certificação
digital	baseado	em	chave	pública.11
Internet O	mesmo	que	rede	mundial	de	computadores.
Intranet Sistema	 de	 acesso	 interno,	 através	 de	 redes.	 Pode	 haver
acesso	 remoto,	 ou	 seja,	 adotando-se	 nome	 de	 usuário	 e
senha,	 é	possível	 acessar	o	 conteúdo	da	 rede	 sem	que	haja
necessidade	 de	 estar	 presente	 no	 local.	 Em	 termos	 mais
simples,	uma	Internet	privada.
Lammer Forma	 pejorativa,	 no	 jargão	 dos	 hackers,	 para	 designar	 o
indivíduo	que	se	passa	por	hacker,	sem,	no	entanto,	possuir
qualquer	conhecimento	mais	profundo	de	Informática.
Link Conexões	entre	informações.
Login Nome	de	acesso.	Processo	para	 identificação	de	um	usuário
em	um	sistema.
Logout Processo	de	desconexão	de	um	sistema	on-line.
Mainframes Designação	dada	aos	antigos	computadores	de	grandes	porte
e	desempenho.
MP3 Extensão	 de	 arquivo.	 Trata-se	 de	 arquivo	 de	 som	 (voz,
música	etc.)
Plataforma	Lattes Sistema	de	coleta	de	dados	de	pesquisas	do	CNPq.
Portal O	mesmo	que	um	sítio	na	Internet.	Ex.:	Portal	do	Tribunal	de
Justiça.
Provedor Empresa	 ou	 organização	 que	 oferece	 conexão	 e	 serviços
Internet.
Robôs 1.	 Máquina,	 autômato	 de	 aspecto	 humano,	 capaz	 de	 se
movimentar	e	de	agir;	2.	Mecanismo	comandado	por	controle
automático.12
Scanner Hardware	utilizado	para	cópia	digital	de	imagens.
Servidor Programa	que	é	executado	normalmente	nos	“hosts”13	e	que
recebe	e	envia	dados	solicitados	por	programas	“clientes”.
Sítios	(ou	sites) Conjunto	 das	 páginas	 e	 informações	 de	 uma	 empresa	 ou
pessoa	na	Internet,	associado	a	um	nó	da	rede.	Endereço	de
um	servidor	na	rede	Internet.
SMS Short	 message	 service	 –	 “torpedos”.	 Serviço	 de	mensagem
curta.
Software Programa	de	computador.
Software	livre Programa	 de	 computador	 com	 código-fonte	 aberto.	 Não
confundir	com	programa	de	computador	gratuito.
SPAM Spam	 é	 o	 termo	 usado	 para	 se	 referir	 aos	 e-mails	 não
solicitados,	 que	 geralmente	 são	 enviados	 para	 um	 grande
número	 de	 pessoas.	 Quando	 o	 conteúdo	 é	 exclusivamente
comercial,	 este	 tipo	 de	 mensagem	 também	 é	 referenciada
como	UCE	(do	inglês	Unsolicited	Commercial	E-mail).14
Terabyte Equivale	a	1.024	GB	(1TB).	Analogamente	a	uma	unidade	de
medida,	 o	 byte	 e	 seus	 múltiplos	 operam	 como
quantificadores	de	uma	massa	de	dados	em	um	computador
ou	 sistema	 computacional.	 O	 tebibyte	 é	 o	 correspondente
binário	 do	 terabyte,	 representando	 a	 quantidade	 de
999.501.334.220.456	 bytes	 ou	 930	 gibibytes.15	 Vide,
posteriormente	 a	 este	 glossário,	 tabela	 fornecida	 pela
Wikipédia.
Upload Transferência	 de	 arquivos	 do	 computador	 pessoal	 para	 um
servidor	de	rede.
WMA Vide	MP3.
Múltiplos	do	byte
Prefixo	binário	(IEC) Prefixo	do	SI
Nome Símbolo Múltiplo Nome Símbolo Múltiplo
byte B 20 byte B 100
kibibyte	(quilobyte) KiB 210 Kilobyte kB 103
mebibyte
(megabyte)
MiB 220 megabyte MB 106
gibibyte	(gigabyte) GiB 230 gigabyte GB 109
tebibyte	(terabyte) TiB 240 terabyte TB 1012
pebibyte	(petabyte) PiB 250 petabyte PB 1015
exbibyte	(exabyte) EiB 260 exabyte EB 1018
zebibyte
(zettabyte)
ZiB 270 zettabyte ZB 1021
yobibyte
(yottabyte)
YiB 280 yottabyte YB 1024
5 	Obtido	por	meio	eletrônico.	Disponível	em:	<http://www.lcobol.com.br>.
6 	Idem.
7 	Ibidem.
8 	Ibidem.
9 	Ibidem.
10 	Disponível	em:	<http://pt.wikipedia.org/wiki/Hash>.
11 	Idem.	Disponível	em:	<http://www.icpbrasil.gov.br/>.
12 	Dicionário	Eletrônico	Houaiss,	versão	2009.3.
13 	Computador	ligado	a	uma	rede	ou	à	Internet,	acessível	por	conexões	que	permitem	o	acesso	de	“clientes”	a
informações.
14 	Disponível	em:	<http://cartilha.cert.br/spam/sec1.html#sec1>.
15 	Disponível	em:	<http://pt.wikipedia.org/wiki/Terabyte>.
PARTE	I
I.	Sociedade,	Sociedade	da	Informação	e	Direito
I.1.	Existe	Sociedade	sem	Estado?
I.1.1.	A	Ideia	de	Sociedade	e	aSociedade	da	Informação
I.1.2.	A	Quebra	das	Barreiras	Geofísicas	sem	Guerra	–	A	Verdadeira	Quebra	de	Paradigma	e
a	Necessidade	de	Enfrentamento	pelo	Direito.	Uma	Nova	Sociedade	da	Informação
I.2.	A	Possibilidade	de	Inefi	cácia	das	Decisões	Judiciais	diante	do	Direito	Material
I.3.	A	Função	do	Direito	Processual	e	o	Acesso	à	Justiça	–	Uma	Visão	diante	da	Concretização	do
Processo	Eletrônico
I.3.1.	A	Terceira	Onda	de	Cappelletti	e	o	Acesso	à	Justiça	através	do	Processo	Eletrônico
I.4.	O	Processo	Eletrônico	como	Forma	de	Solucionar	Confl	itos	da	Era	Eletrônica
II.	O	Direito	e	as	Novas	Tecnologias
II.1.	A	Adoção	de	Meios	Eletrônicos	no	Brasil
II.1.1.	Breve	Retrospectiva	no	Processo	Civil
II.1.2.	Breve	Retrospectiva	no	Processo	Penal
II.1.3.	Breve	Retrospectiva	no	Processo	do	Trabalho
II.1.4.	Breve	Retrospectiva	no	Processo	Administrativo
III.	Poder	–	Intervenção	Estatal	–	Jurisdição
III.1.	A	Ideia	de	Poder
III.2.	A	Intervenção	Estatal
IV.	Direito	Material	Eletrônico	e	Direito	Processual
IV.1.	Defi	nição	de	Direito	Eletrônico
IV.1.1.	Direito	da	Informática	ou	Direito	Eletrônico?
IV.1.2.	A	Emenda	Constitucional	45/2004	e	o	Direito	Eletrônico
IV.2.	O	Direito	Processual
V.	Jurisdição
V.1.	Uma	Nova	Sistematização	da	Jurisdição
V.1.1.	Justificando	a	Ideia	de	uma	Nova	Jurisdição
V.2.	Princípios	Inerentes	à	Jurisdição	–	Aplicação	ao	Processo	Eletrônico
V.2.1.	Princípio	da	Investidura
V.2.2.	Princípio	da	Aderência	ao	Território
V.2.3.	Princípio	da	Indelegabilidade
V.2.4.	Princípio	da	Inevitabilidade
V.2.5.	Princípio	da	Inafastabilidade
V.2.6.	Princípio	do	Juiz	Natural
V.2.7.	Princípio	da	Inércia	Judicante
V.3.	Outros	Princípios	Processuais
V.3.1.	Princípio	do	Devido	Processo	Legal
V.3.2.	Princípio	da	Imparcialidade	do	Juiz
V.3.3.	Princípio	da	Igualdade
V.3.4.	Princípios	do	Contraditório	e	da	Ampla	Defesa
V.3.5.	Princípio	da	Ação
V.3.6.	Princípios	da	Disponibilidade	e	Indisponibilidade
V.3.7.	Princípios	do	Dispositivo	e	da	Livre	Investigação	das	Provas
V.3.7.1.	Ressalva	ao	Princípio	–	Necessidade	de	Aprofunda​mento	na	Prova.	Direito
Processual	Penal
V.3.8.	Princípio	da	Oralidade	–	Sua	Posição	no	Processo	Eletrônico
V.3.9.	Princípio	da	Motivação	das	Decisões	Judiciais
V.3.10.	Princípio	da	Publicidade.	Necessidade	de	Relativização
V.3.11.	Princípio	da	Lealdade	Processual
V.3.12.	Princípios	da	Instrumentalidade	e	da	Economia	Processual	–	Visão	Geral	sobre	o
Processo	Eletrônico
V.3.13.	Princípio	do	Duplo	Grau	de	Jurisdição
VI.	Competência
VI.1.	Competência	Absoluta	e	Relativa.	Algumas	Considerações
VI.1.1.	Competência	de	Foro
VI.1.2.	Competência	de	Juízo
VI.1.3.	Proposta	de	Lege	Ferenda
VII.	Ação	–	Processo	–	Lide
VII.1.	Conceito	de	Ação
VII.1.1.	Consideração	Importante	acerca	do	Processo	Eletrônico
VII.2.	Condições	da	Ação
VII.2.1.	Possibilidade	Jurídica	do	Pedido
VII.2.2.	Interesse	de	Agir
VII.2.3.	Legitimidade	Ad	Causam
VIII.	Processo	e	Procedimento
VIII.1.	As	Infl	uências	no	Processo	Eletrônico
VIII.2.	O	Procedimento	Eletrônico
VIII.3.	Os	Tipos	de	Processo
VIII.3.1.	O	Processo	de	Conhecimento	e	o	Procedimento	Eletrônico
VIII.3.2.	O	Processo	Cautelar	e	o	Procedimento	Eletrônico
VIII.3.3.	O	Processo	de	Execução	e	o	Procedimento	Eletrônico
IX.	Pressupostos	Processuais	–	Mais	Um?
IX.1.	Pressupostos	Processuais	de	Existência
IX.2.	Pressupostos	Processuais	de	Validade
IX.3.	Pressupostos	Negativos
X.	Atos	Processuais	e	Princípio	da	Instrumentalidade.	A	Teoria	da	Deformalização
Defendida	por	Cândido	Rangel	Dinamarco	e	o	Processo	Eletrônico
X.1.	Atos	Processuais.	Conceito
X.1.1.	Atos	Judiciais
X.1.2.	Atos	dos	Auxiliares	da	Justiça
X.1.3.	Atos	das	Partes
X.2.	Deformalização	do	Processo.	A	Posição	do	Prof.	Cândido	Rangel	Dinamarco
X.3.	A	Informatização	Judicial	no	PLS	166/2010	e	os	Atos	Processuais
X.4.	Uma	Nova	Concepção	acerca	da	Natureza	Jurídica	dos	Atos	Processuais
XI.	Assinatura	Digital.	Um	Importante	Elemento	no	Processo	Eletrônico.	E	uma	Polêmica
PARTE	II
XII.	A	Inserção	do	Processo	Eletrônico
XII.1.	O	Projeto	de	Lei	do	Processo	Eletrônico
XII.2.	Da	Informatização	do	Processo	Judicial
XII.2.1.	O	Uso	dos	Meios	Eletrônicos
XII.2.1.1.	Art.	1º
XII.3.	Documento	Eletrônico	e	Ato	Processual
XII.4.	Aplicação	ao	Processo	Civil,	do	Trabalho	e	Penal
XII.4.1.	Definições	Legais
XII.4.2.	A	Transmissão	Eletrônica
XII.4.3.	Art.	2º
XIII.	Os	Atos	e	os	Prazos	Processuais
XIII.1.	Art.	3º
XIII.2.	O	Desperdício	Legislativo	e	a	Possibilidade	de	Redução	dos	Prazos	da	Fazenda
XIII.3.	Para	uma	Idealização	dos	Atos	Processuais	por	Meios	Eletrônicos
XIII.3.1.	As	Nulidades	no	Processo	Eletrônico
XIII.3.2.	A	Privacidade	do	Cidadão	diante	do	Processo	Eletrônico
XIV.	Comunicação	dos	Atos	Processuais
XIV.1.	Art.	4º
XIV.2.	A	Intimação	das	Partes	e	a	Incoerência	do	Texto	Legal
XIV.2.1.	Art.	5º
XIV.2.2.	As	Formas	de	Comunicação	dos	Atos	no	Processo	Eletrônico
XIV.3.	Arts.	5º	a	7º
XIV.3.1.	As	Intimações	no	Processo	Eletrônico
XIV.4.	As	Citações	no	Processo	Eletrônico
XV.	As	Cartas	por	Meio	Eletrônico
XV.1.	As	Precatórias	por	Meio	Eletrônico
XV.1.1.	Uma	Ideia	para	o	Modus	Operandi	das	Precatórias	On-Line
XVI.	O	Processo	Eletrônico
XVI.1.	Arts.	8º	a	13
XVI.2.	Comunicação	dos	Atos	Processuais	–	Repetição	do	Capítulo	II	da	Lei	do	Processo
Eletrônico.	A	Intervenção	de	Terceiros	não	Prevista
XVI.3.	A	Insegurança	dos	Sistemas	de	Informação	em	Rede.	Novamente	a	Questão	da	Citação
XVI.4.	Distribuição,	Digitalização	de	Documentos	e	Conservação	dos	Autos
XVI.5.	Documentação	Eletrônica,	Armazenamento	de	Dados	e	Segredo	de	Justiça
XVI.6.	Art.	11
XVI.7.	Art.	12
XVI.7.1.	A	Redação	do	§	2º	e	a	Confusão	Desdobrada	no	§	3º
XVI.8.	O	Art.	13
XVII.	A	Parte	Final	da	Lei	–	Disposições	Finais
XVII.1.	Art.	14
XVII.2.	Art.	15
XVII.3.	Art.	16
XVII.4.	Art.	17	(Vetado)
XVII.5.	Art.	18
XVII.6.	Art.	19
XVII.7.	Art.	20
XVII.8.	Art.	21	(Vetado)
XVII.9.	Art.	22	–	Vacatio	Legis
PARTE	III
XVIII.	As	Reformas	do	CPC	–	Processo	de	Execução	e	os	Meios	Eletrônicos.	O	PLS
166/2010	(ou	Novo	CPC)
XVIII.1.	Art.	655-A	–	CPC	–	Requisição	de	Informações	de	Ativos
XVIII.2.	Art.	659	–	CPC	–	Penhora	e	Averbação	por	Meio	Eletrônico
XVIII.3.	Art.	685-C	–	CPC	–	Alienação	por	Iniciativa	do	Credor
XVIII.4.	Art.	687	–	CPC	–	Comunicações	por	Meios	Eletrônicos
XVIII.5.	Art.	689-A	–	CPC	–	Os	Procedimentos	dos	Arts.	686	e	689
XVIII.6.	O	PLS	166/2010	–	O	Novo	CPC
XIX.	As	Regulamentações	do	CNJ	e	do	TST
XX.	O	Monitoramento	Eletrônico	dos	Presos:	Uma	Análise	do	Sistema	Pátrio	e	do	Sistema
Português.	Propostas	para	uma	Regulamentação	do	Monitoramento	Eletrônico	dos
Presos
XX.1.	O	Monitoramento	Eletrônico	como	Forma	de	se	Integrar	às	Regras	Mínimas	da	ONU.
Debate	sobre	a	Transferência	de	Responsabilidade	do	Estado	para	a	Família
XX.2.	O	Sistema	Português	como	Forma	de	uma	Política	de	Monitoramento.	Análise	do	Direito
Comparado
XX.3.	Violência	Doméstica	e	Monitoramento	Eletrônico	de	Presos.	Prática	Adotada	em	Portugal	e
Esperança	de	Adoção	no	Brasil
XXI.	A	Postura	da	Ordem	dos	Advogados	do	Brasil	Contra	a	Informatização	Judicial
XXI.1.	As	Adis
XXII.	O	Processo	Eletrônico	não	Desumaniza	a	Relação
XXII.1.	Humano,	Demasiadamente	Eletrônico.	Eletrônico,	Demasiadamente	Humano
XXII.2.	A	Humanização	através	dos	Meios	Cibernéticos.	Necessidade	de	Conscientização
XXII.3.	Efetividade	do	Processo	através	dos	Canais	Informáticos.	Ampliação	da	Humanização	do
Processo
XXII.4.	Por	uma	Política	Internacional	de	Conscientização
XXII.5.	Conclusões
Considerações	Finais
Posfácio
Bibliografia
ADENDO
Adendo	I	–	Decisão	Proferida	em	Sede	de	Habeas	Corpus
Adendo	II	–	Sítio	de	Editor	que	Viola	Decisão	do	Supremo	Tribunal	Federal	e	Comercializa
Obras	com	Conteúdos	Racista	e	Antissemita
II.1.	Relação	de	Livros	Vendidos,	ainda	que	Proibidos
Adendo	III	–	Pacto	Republicano	em	Favor	de	um	Judiciário	mais	Rápido	e	Republicano
III.1.	Implementação	da	Reforma	Constitucionaldo	Judiciário
III.2.	Reforma	do	Sistema	Recursal	e	dos	Procedimentos
III.3.	Defensoria	Pública	e	Acesso	à	Justiça
III.4.	Juizados	Especiais	e	Justiça	Itinerante
III.5.	Execução	Fiscal
III.6.	Precatórios
III.7.	Graves	Violações	contra	Direitos	Humanos
III.8.	Informatização
III.9.	Produção	de	Dados	e	Indicadores	Estatísticos
III.10.	Coerência	entre	a	Atuação	Administrativa	e	as	Orientações	Jurisprudenciais	já	Pacifi	cadas
III.11.	Incentivo	à	Aplicação	das	Penas	Alternativas
Adendo	IV	–	Íntegra	da	Decisão	Proferida	em	Sede	de	Mandado	de	Segurança	–
Determinação	de	Utilização	do	E-Proc–	TRF	da	4ª	Região
Adendo	V	–	Termo	de	Ajustamento	de	Conduta
Adendo	VI	–	Partes	do	E-mail	do	Juiz	Sérgio	Tejada
Adendo	VII	–	Primer	Congreso	Judicial:	“POR	UNA	PROPUESTA	DE	JUSTICIA	PARA	EL
SIGLO	XXI”
Introdución
I.	El	Exhorto	por	Medio	Electrónico
II.	La	Necessidad	de	Seguridad	y	Firma	Digital	Avanzada	y	una	Defi	nición	del	Documento
Electrónico
III.	Una	Propuesta	para	una	Política	Efi	caz	en	el	Mercosur
IV.	Conclusiones	y	Recomendaciones
Referencia	Bibliográfica
Adendo	VIII	–	Propostas	para	uma	Execução	por	Meio	Eletrônico
TEXTOS
Texto	I	–	Visita	ao	Brasil	de	Leandro	Despouy,	Relator	Especial	da	Comissão	de	Direitos
Humanos	das	Nações	Unidas	sobre	a	Independência	dos	Juízes	e	Advogados
I.1.	Agradecimentos	e	Dados	Gerais	sobre	a	Visita
I.2.	Aspectos	Gerais	e	Especifi	cidades	Regionais
I.3.	A	Reforma
I.4.	Experiências	Positivas
I.5.	Recomendações
Texto	II	–	Mensagens	Trocadas	entre	os	Professores	Fernando	Galindo,	José	Carlos	de
Araújo	Almeida	Filho	e	o	Juiz	Rômulo	de	Araújo	Mendes
Texto	III	–	O	Estado	como	Superparte	no	Processo
III.1.	Introdução
III.2.	O	Estado	e	o	Conceito	de	Estado	Democrático	de	Direito	a	partir	de	um	Princípio	Iluminista
III.2.1.	O	Estado	Medieval
III.2.2.	O	Poder	nas	Mãos	do	Soberano
III.2.3.	As	Corporações	de	Ofício
III.2.4.	Críticas	ao	Corporativismo
III.3.	O	Princípio	da	Isonomia
III.3.1.	A	Necessidade	dos	Desiguais
III.3.2.	O	Estado	é	Desigual
III.4.	O	Estado	como	Superparte	no	Processo	Civil
III.4.1.	O	Processo	Civil	Constitucional
III.4.2.	O	Princípio	da	Igualdade	em	Matéria	Processual
III.4.3.	A	Posição	do	Supremo	Tribunal	Federal
III.4.4.	Os	Juizados	Especiais	Federais	e	a	Inexistência	da	Norma	Protetiva	Concedida	ao
Estado
III.5.	Conclusão
III.6.	Bibliografi	a
JURISPRUDÊNCIA
Decisão	do	STJ	–	Publicidade	de	Atos	na	Internet
Furto	e	Internet	–	Competência
Pedofilia.	Competência
Competência.	Internet.	Banco	do	Brasil.	Justiça	Estadual
Competência.	Marca.	INPI
Código	de	Defesa	do	Consumidor.	Alegação	de	Hipossuficiência
Conflito	de	Competência.	Local	do	Crime.	E-mail
Sabotagem	Informática
Interrogatório	On-line
PARECER
Parecer	sobre	Intimação	Eletrônica
I.	Considerações	Preliminares
I.1.	O	Sistema	Eletrônico
I.2.	Os	Juizados	Especiais	Federais
I.3.	Meios	Eletrônicos	nos	Juizados	Especiais
I.4.	O	Princípio	da	Instrumentalidade	do	Processo
II.	Mérito	do	Estudo
II.1.	Citações/Intimações	Eletrônicas	nos	Juizados	Especiais	Federais
II.2.	Substituição	do	Livro	de	Sentença	por	Arquivo	em	Meio	Eletrônico
III.	Anexo
III.1.	Estrutura
III.2.	Procedimentos
IV.	Dos	Livros	Cartorários
Nota	da	Editora:	o	Acordo	Ortográfico	foi	aplicado	integralmente	nesta	obra.
SOCIEDADE,	SOCIEDADE	DA	INFORMAÇÃO	E	DIREITO
I.1.	EXISTE	SOCIEDADE	SEM	ESTADO?
A	questão	central	que	move	toda	uma	nova	concepção	de	sociedade,	ainda	que	admitida	como
sociedade	da	informação	tecnológica,	e	que	servirá	de	base	para	nosso	estudo,	nos	parece	distante
de	soluções.	A	ideia	de	Estado	se	encontra	fortemente	marcada	há	séculos	e	os	teóricos	do	direito
não	conseguem,	ainda,	dissociar	o	conceito	de	sociedade	do	Estado.
Para	que	se	conceba	Estado,	e,	por	conseguinte,	sociedade,	necessitamos	de	território,	nação	e
povo.	O	Direito	Processual	possui	como	seu	fim	a	pacificação	da	sociedade,	através	da	aplicação	do
direito	ao	caso	em	concreto	(jurisdição).	Mas	estamos	vivenciando	uma	nova	fase	que	nos	perturba
profundamente:	a	ideia	de	uma	sociedade,	devidamente	hierarquizada,	mas	sem	as	características
de	nação	e	território.	Temos	povo,	se	admitirmos	pessoas	unidas	em	torno	de	algo	em	comum,	mas
não	temos	nação	e	soberania.
Estamos	 no	 território	 virtual,	 com	 quebras	 de	 barreiras	 geofísicas	 (através	 da	 informática)	 e
comunicações	 velozes,	 quase	 que	 imediatas.	 Um	 território	 sem	 ideia	 de	 poder	 central,	 mas	 com
hierarquia	em	sua	estrutura	que,	estranhamente,	 foi	aceita	pelo	mundo	 inteiro.	Trata-se	do	poder
geral	 da	 Internet,	 ou	 ICANN.1	 Pierre	Lèvy,2	 no	 ano	 de	 1998,	 pretendendo	 criar	 em	 uma	 de	 suas
obras	uma	cultura	para	o	século	XXI,	afirmava	que:
O	mais	alto	grau	do	tempo	real	concerne	às	organizações.	Ateliês	flexíveis	aos	groupwares,	as	redes	digitais
permitem,	de	pouco	tempo	para	cá,	uma	relativa	desmaterialização	das	estruturas	organizacionais.	Última
desterritorialização:	os	organogramas,	os	procedimentos	de	produção,	as	arquiteturas	administrativas	são
transferidos	para	os	softwares	e,	assim,	mobilizados	flexibilizados.	A	empresa	virtual	adapta-se	em	tempo
real	 às	 transformações	 do	mercado.	 Aproximamo-nos	 aqui	 das	 paragens	 do	Espaço	 do	 saber.	Mas	 não	 o
atingiremos	 acelerando	 mais	 ainda.	 É	 preciso	 que	 um	 salto	 qualitativo.	 Outras	 velocidades,	 outras
intensidades	animam	os	intelectuais	coletivos.
A	 ICANN,	 por	 sua	 vez,	 proporciona	 esta	 desmaterialização	 e	 desterritorialização	 preconizada
por	Lèvy	e	promove	parcerias	com	governos	de	todo	o	mundo	a	fim	de	controlar	a	rede	mundial	de
computadores	–	através	de	tratados	–,	estando	fortemente	hierarquizada	e	com	poder	de	controle
sobre	todos	os	domínios	existentes	no	mundo:3
Dentro	da	estrutura	da	ICANN,	governos	e	organizações	de	tratados	internacionais	trabalham	em	parcerias
com	empresas,	entidades	e	indivíduos	altamente	qualificados,	envolvidos	no	desenvolvimento	e	manutenção
da	 Internet	 global.	 A	 inovação	 e	 o	 crescimento	 contínuos	 da	 Internet	 criam	 novos	 desafios	 para	 a
manutenção	da	estabilidade.	Nesse	 trabalho	conjunto,	os	participantes	da	 ICANN	 lidam	com	as	questões
diretamente	 ligadas	 à	 missão	 de	 coordenação	 técnica	 da	 ICANN.	 Fiel	 ao	 princípio	 de	 total
autorregulamentação	 em	 uma	 economia	 de	 alta	 tecnologia,	 a	 ICANN	 é,	 talvez,	 o	 exemplo	 máximo	 de
trabalho	em	equipe,	dado	pelos	vários	membros	da	comunidade	que	compõe	a	Internet.
A	 ICANN	 é	 administrada	 por	 uma	 diretoria	 internacional	 diversificada,	 que	 supervisiona	 o	 processo	 de
desenvolvimento	de	políticas.	O	presidente	da	 ICANN	administra	uma	equipe	 internacional	que	opera	de
três	 continentes,	 garantindo	 que	 a	 ICANN	 cumpra	 seu	 compromisso	 operacional	 com	 a	 comunidade	 da
Internet.
Projetado	para	atender	às	exigências	das	tecnologias	e	economias	em	constante	mudança,	esse	processo	de
desenvolvimento	 de	 políticas,	 flexível	 e	 de	 implementação	 imediata,	 é	 ditado	 pelas	 três	 organizações	 de
suporte	 (Supporting	 Organizations).	 Os	 comitês	 consultivos	 (Advisory	 Committees)	 de	 organizações	 de
usuários	individuais	e	comunidades	técnicas	colaboram	com	as	organizações	de	suporte	para	criar	políticas
adequadas	e	 eficazes.	Mais	de	oitenta	governos	prestam	à	Diretoria	um	serviço	 constante	de	assessoria,
através	do	Comitê	Consultivo	Governamental	(Governmental	Advisory	Committee).
Enfrentamos,	diante	desta	concepção,	uma	questão	entre	legalidade	e	legitimidade.	Se	por	um
lado	temos	uma	estrutura	mundial,	com	hierarquia,	governabilidade	(no	sentido	lato)	e	ideias	afins,
admitimos	 que	 possuíssem	 uma	 legitimidade.	 Mas	 poderíamos	 adotar	 o	 pensamento	 de	 haver
legalidade	neste	sistema?
A	ideia	de	legitimidade	se	apresenta	patente	diante	da	aceitação	geral	por	parte	dos	usuários	da
Internet,	mas	não	admitimos	que	houvesse	 legalidade	no	procedimento,	se	analisarmos	a	questão
pela	concepção

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