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O QUE É A IGREJA EMERGENTE
A igreja emergente é uma nova tendência eclesiológica que visa atender às demandas das pessoas com pensamento pós-moderno. Entende-se por pós-modernidade um movimento cultural que, via de regra, rejeita os principais valores do modernismo, caracterizados por absolutização de princípios universais desenvolvidos durante a época do Iluminismo. A origem da pós-modernidade se deu nas primeiras décadas do século XX, mas teve seu maior impacto percebido somente nas últimas décadas. Seus principais agentes disseminadores têm sido a mídia, o cinema, a televisão e a internet. A pós-modernidade é um novo jeito de ser. É uma nova cultura que desafia o jeito tradicional de ser igreja.
A ORIGEM DO TERMO
A expressão "igreja emergente" vem da ideia de emergir. Os cristãos emergentes emergiram do judaísmo; os mártires e apologistas da fé cristã emergiram dos cristãos primitivos; os cristãos celtas emergiram do cristianismo paroquial romano; o cristianismo medieval emergiu do caos da Idade Média; o cristianismo moderno emergiu do cristianismo medieval; os protestantes emergiram dos cristãos católicos; o cristianismo pós-protestante emergiu do cristianismo pós-moderno; e as igrejas emergentes emergiram do cristianismo pós-moderno.
OS QUESTIONAMENTOS
A igreja emergente não nega uma verdade absoluta, mas questiona a forma de se chegar a essa verdade. Também questiona a ortodoxia do cristianismo atual e aponta que a igreja sabe que precisa mudar, mas nem sempre muda no tempo certo e na hora certa. Os emergentes têm como foco a produção de discípulos de Jesus, o desenvolvimento de um coração missionário, a valorização do reino e das pessoas. Nesse sentido, não se dá tanto valor ao prédio onde a igreja se reúne nem ao levantamento financeiro, já que o foco é cumprir primeiramente a missão de Jesus designada no texto de Mateus 5.13-16. O movimento caracteriza-se por balizar-se na igreja do primeiro século, já que esta tinha a mentalidade de alcançar e envolver a cultura da época e alcançar as novas gerações. Neste aspecto, a igreja emergente visa repensar metodologias e mudar a mentalidade da igreja atual. Assim, é preciso reexaminar tudo o que se fez até agora.
ÊNFASES E DESAFIOS
Existem três ênfases principais da igreja emergente: propagar a fé em Cristo, ganhar a sociedade e ter boa reputação. Na prática, isso implica em um constante repensar da liderança, uma constante formação espiritual, uma constante discussão da sua forma de missão, uma constante discussão da sua forma de evangelismo, uma constante discussão do jeito de cultuar e adorar a Deus. Além disso, é preciso a compreensão de uma mudança perene e constante associada a uma disposição para quebrar paradigmas, disposição para construir e reconstruir igrejas e reconhecer a importância do amor fraternal, da comunhão, do partir do pão e das orações.
OS PRINCIPAIS OBJETIVOS
A igreja emergente possui diversos e variados objetivos. Aqui destacamos o de compreender o mundo pós-moderno, o de comprometer-se com as pessoas pós-modernas e o de apontar para essas pessoas a solução. Destacamos também a busca por novas maneiras de comunicação do evangelho, tendo como foco atingir a geração atual e as futuras. Outro objetivo é o de comunicar o evangelho bíblico de maneira entendível. As Escrituras devem ser entendíveis pela cultura atual. É preciso saber fazer a leitura do mundo e apontar as soluções bíblicas.
AS IMPLICAÇÕES DO MOVIMENTO
O movimento emergente se caracteriza por redefinir a missão da igreja constantemente para bem atender às necessidades de seu tempo. A igreja deve estar atenta ao compasso dos tempos, mas permanecer firmada na rocha. Precisa reconhecer os seus erros e antagonismos, preservar princípios e redefinir estratégias.
Em suma, a igreja deve estar sempre em constante reforma, pois a sociedade está em constante evolução.
AS FORMAS DE FUNCIONAMENTO
A igreja emergente se pauta em três práticas bastante comuns: são cristocêntricas, não fazem distinção entre o sagrado e o profano e enfatizam a vida comunitária. Dessas práticas principais derivam-se outras auxiliares: receber os de fora, servir com generosidade, praticar uma liturgia celebrativa e criativa e liderar com o corpo de Cristo. Sobre o aspecto da identificação com Cristo, a igreja deve tê-lo como exemplo. Neste sentido, o cristão não deve apenas ter experiências com Cristo, mas uma vivência com ele. É preciso viver como Jesus vivia, o que implica incluir os excluídos, desafiar autoridades políticas e religiosas, além de viver de maneira humilde e simples. Faz-se necessário valorizar o serviço cristão ao invés de se praticar o serviço por interesse próprio. Igrejas emergentes também caminham na contramão do triunfalismo.
O SAGRADO E O PROFANO
Quando falamos de assuntos eclesiológicos, quase sempre se levanta a questão da dualidade entre o que é sagrado e o que é profano. Para a igreja emergente, essa dualidade não existe. A vida é uma só. Não há como viver uma vida eclesiástica e outra secular. Não existe esta bipolaridade, não se pode viver uma vida dentro da igreja e outra vida totalmente diferente fora da igreja. O cristão não deve ter dupla personalidade nem fazer distinção entre o secular e o mundano ou entre o gospel e o mundano. Aliás, existe muita coisa considerada secular que é muito boa, e há muita coisa considerada gospel que não é boa. O desafio do cristão é perceber o que é bom e o que é ruim dentro da cultura em que vive e decidir por realizar aquilo que agrada ao coração de Deus. O fato é que Deus está em todo o lugar, seja dentro da igreja ou fora dela. Deus vê o que fazemos a todo tempo.
AS QUATRO VERTENTES DA IGREJA EMERGENTE
A igreja emergente está basicamente subdivida em quatro principais vertentes. São elas: os emergentes evangélicos; os emergentes evangélicos da igreja nos lares; os emergentes evangélicos reformados; e os evangélicos liberais.
Os emergentes evangélicos possuem um culto atraente aos que têm aversão aos evangélicos e dão um novo enfoque para missões e para a vida da igreja. Já os evangélicos da igreja nos lares defendem encontros familiares semanais para comunhão e/ou estudo bíblico. Eles são adeptos da interação entre seus membros. Os emergentes evangélicos reformados são mais conservadores e discordam da teologia liberal. Possuem uma liderança mais centralizada. Os emergentes evangélicos liberais são mais informais e representa o grupo mais questionado dentre os emergentes. São flexíveis na liturgia e na teologia e criticam a forma institucionalizada da igreja.
A igreja orgânica e a emergente
A igreja orgânica não é um modelo de igreja, mas um conceito de igreja. Neil Donald Cole aponta três princípios de abordagem da pregação paulina presentes na igreja orgânica: a) O evangelho deve ser recebido pessoalmente: ele precisa causar uma transformação na vida e na alma do seu receptor; b) O evangelho deve ser repetido facilmente: ele deve ser repetido com facilidade a ponto de ser explicado num guardanapo de papel; c) O evangelho deve ser reproduzido estrategicamente: ele precisa ser reproduzido de forma estratégica e multiplicadora sem deixar de levar em conta o contexto em que está inserido.
A igreja orgânica
Definir o que vem a ser uma igreja orgânica é um grande desafio. Pode-se dizer que ela é uma igreja comunal, viva e pulsante, dinâmica, participante e cristocêntrica. Assim, ela possui várias similaridades com a igreja emergente. Tal qual a igreja emergente, a igreja orgânica não é um modelo, não adota modelos e sabe que não existe um modelo perfeito. Ela acredita na visão neotestamentária e possui forte ênfase nos relacionamentos. Outro fator preponderante na igreja orgânica é o seu investimento no ministério leigo. Via de regra, não existem cargos, funções, estatutos, regimentos ou clérigos. Também valoriza os encontros celulares. O alimento e o pastoreio são feitos por meio das células e/ou grupos familiares. Cada membro é um ministro da igreja e exerce o sacerdócio universal. A atuação dos leigos évalorizada e o clero não é remunerado. Os recursos são aplicados no desenvolvimento missionário e na ação social.
A VISÃO ORGÂNICA
A igreja orgânica não faz uso do evangelismo formal. Não realiza, por exemplo, campanhas evangelísticas. Ela enfatiza o evangelismo como estilo de vida e valoriza a reunião nos lares. Visa crescer por intermédio dos relacionamentos e crê que é preciso atrair pessoas porque pessoas atraem mais pessoas. A ideia é que a igreja seja um organismo vivo e não uma organização imutável. Propõe uma igreja não estática, mas dinâmica. Acredita que as pessoas não vão à igreja, elas são a igreja. Elas não precisam de espaços grandes para reunir a igreja, a igreja pode ser reunir nas casas, em auditórios, em chácaras, em templos, em restaurantes etc.
OBJETIVOS ORGÂNICOS
O foco da igreja orgânica é ter Cristo corporativamente. A igreja não está focada em um espaço físico, não está focada na frequência. Administrativamente, não há ênfase no planejamento anual e no calendário anual. O processo decisório é caseiro e, via de regra, as decisões são unânimes porque são tomadas por poucas pessoas. No que diz respeito aos dons espirituais, entende que os dons são funções e não são ofícios, e que eles surgem com o tempo, de forma natural e orgânica. Podem haver vários pastores e presbíteros, e estes são vistos como cuidadores do rebanho e possuem dom do pastoreio. Em relação ao reconhecimento pastoral, os pastores podem não ser necessariamente ordenados ao ministério pastoral, mas são reconhecidos pelo seu amor e integridade.
O QUE NÃO É UMA IGREJA ORGÂNICA
Uma igreja orgânica não é uma mini-igreja. Não é exclusivista. Nem sempre é em células. Não é uma igreja multiplicadora. Não é uma igreja com estrutura hierárquica pequena. Não faz miniculto. Não entende que só os seus membros são salvos, pois todos somos irmãos em Cristo. Não é organizada especificamente em grupos pequenos ou células familiares. Não enfatiza o crescimento numérico. Não multiplica igrejas.
A PÓS-MODERNIDADE
A pós-modernidade é uma linha de pensar que possui algumas tendências particulares, a saber: o misticismo; o relativismo; o existencialismo; o pluralismo; e o predomínio das artes. A pós-modernidade acaba trazendo para os cristãos atuais um grande desafio, pois a igreja atual precisa ser relevante dentro desta cultura e moldar a sua teologia e também a sua eclesiologia para que a geração de pós-modernos possa ser alcançada pelo evangelho de Jesus Cristo. Infelizmente, a grande verdade é que a tradição 
evangélica foi moldada para atender a cultura da modernidade, e não se preparou como deveria para atender às demandas da pós-modernidade, que é uma evolução da modernidade. O desafio da igreja histórica, no entanto, é não ser naftalínica e não estar descompassada com a nova geração. Ela precisa se remodelar como igreja. A proposta emergente, por sinal, é a de tornar a mensagem evangélica bíblica relevante para este tempo.
OS LÍDERES DO MOVIMENTO
Quando falamos de igreja emergente, também precisamos tecer comentários a respeito de seus principais líderes e pensadores. Via de regra, a maioria deles tem origens muito parecidas: são, em sua maioria, advindos de igrejas conservadoras, tradicionais, evangelicais ou até mesmo fundamentalistas. Dentre os principais líderes do movimento, destacamos Mike Yaconelli, Spencer Burke, Brian McLaren, Chuck Smith e Frederica Mathewes. Mike Yaconelli, que nasceu em 1942 e faleceu em 2003 em um acidente de carro, foi pastor de uma pequena comunidade cristã na Califórnia e focou seu ministério em alcançar a juventude. Spencer Burke foi pastor auxiliar durante dezoito anos na megaigreja Marines Church, também na Califórnia, mas acabou pedindo demissão e tornou-se uma das mais conhecidas figuras defensoras da igreja emergente. Chuck Smith, que nasceu em 1927 e viveu até o ano de 2003, é fundador da Calvary Church, na Califórnia.
PROTESTOS DO MOVIMENTO
O movimento da igreja emergente é marcado pela similaridade de protestos oriundos dos seus líderes. Os principais protestos são com relação a algumas práticas da igreja conservadora, bem como em relação a alguns argumentos do modernismo, e há aqueles que também são contra ao movimento da megaigreja. Com relação ao protesto contra o evangelicalismo tradicional, os emergentes (em linhas gerais) não condenam a igreja institucionalizada, bem como a filiação denominacional e o ativismo. Alguns deles também apontam como ponto negativo a construção de cultos preparados e a hipocrisia. Também protestam contra o modernismo e o seu excesso de dogmas, estereótipos, confessionalismo e religiosidade. Em relação às ideias pós-modernas, posicionam-se contra o consumismo desenfreado, a ganância pelo ideal de sucesso e o individualismo sem restrições. Já os que protestam contra a megaigreja o fazem por discordar do seu pragmatismo exagerado.
O DESAFIO CONTEMPORÂNEO
Algumas coisas jamais devem ser mudadas, enquanto outras necessitam de alterações constantes. Na verdade, os princípios bíblicos para a igreja são imutáveis, mas os métodos a serem utilizados variam de geração para geração. Em se tratando do desafio da igreja contemporânea (contemporâneo denota “do mesmo tempo”, “que não dura para sempre”), pode-se dizer que a cultura humana está em constante transformação, e por isso a igreja precisa ser eficaz no momento específico em que atua. O contemporâneo de hoje não será o de amanhã. O que é contemporâneo para esta década poderá ser obsoleto para a próxima. É notável que os ciclos de mudança estão cada vez mais curtos. Antigamente dizia-se que a cultura de uma geração mudava a cada trinta ou cinquenta anos. Hoje esse tempo de transição pode variar de três a cinco anos. Tudo muda mais rapidamente. A tecnologia muda, a mídia muda, os estilos mudam e a igreja também deve mudar.

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