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CARACTERIZAÇÃO REGIONAL CÓPIA

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CARACTERIZAÇÃO REGIONAL
 5.1 CLIMA E METEREOLOGIA
 O clima possui ligações diretas com a formação dos ecossistemas, seja como fator limitador ou potencializador de formas de vida, como modelador do relevo pelos agentes de intemperismo e até com os hábitos e vida das populações humanas. Dentro do domínio tropical, outras áreas aparecem com marcante individualidade: São os planaltos e serras do Sudeste. Abrange o sul de Minas Gerais e do Espirito Santo e partes dos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, onde altitudes acima de 1.000 metros determinam condições especiais de clima (Ab’ Saber, 2003). É o chamado clima tropical de altitude, no qual as temperaturas médias anuais caem para menos de 18° C e a pluviosidade se acentua, sobretudo nas encostas litorâneas em posição de barlavento.
 O clima da região é classificado como tropical de altitude, segundo Köppen, (Cwb), apresentando altitudes acima de 500 metros determinam condições especiais de clima, apresenta temperatura amena, entre 18°C e 26°C, e amplitude térmica anual entre 7°C e 9°C.
 Este clima apresenta características térmica e de precipitação que são impostas pela atitude, correspondendo a um agravamento das condições climáticas das áreas envolventes. No verão, as temperaturas raramente ultrapassam os 30°C. O inverno e relativamente frio e a amplitude térmica anual não é muito elevada.
 A umidade relativa média do ar oscila anualmente entre 75 e 80%. Nos meses mas frios, a temperatura média mínima gira em torno de 14°C, enquanto que nos meses mais quentes a temperatura média máxima atinge 28°C, fazendo com que a média anual fique entre 21 e 22°C.
 Os períodos de chuvas e de estiagem são bem definidos na região. As chuvas são predominantes na primavera e no verão (outubro a março) e, durante o inverno, observe-se uma estabilidade atmosférica com quase total ausência de chuvas. O índice médio pluviométrico anual varia entre 1100 a 1500 mm, ocorrendo anualmente em média de 80 a 110 dias chuvosos. 
5.2 GEOLGIA E GEOMORFOLOGIA
 A constituição geológica do município de Santa Margarida é composta, em maior proporção, pelo Complexo Cristalino, com rochas datadas do Pré-Cambriano, constituídas por gnaisses diversos e migmatidos, variado grau de metamorfismo; em menor proporção por metassedimento, compreendendo quartzitos e mica xistos; de forma restrita aparecem formações sedimentares recentes, datadas do Terciário e Quaternário. Os depósitos quaternários ocorrem ao longo dos vales e vias fluviais formando os terraços e leitos maiores constituído por cascalhos, areias, siltes e argilas (BRASIL, 1970; BARUQUI, 1982; BRASIL, 1983).
O relevo mostra-se formas diversificadas, destacando-se áreas planas, onduladas e montanhosas; elevações de topos arredondados com vertentes convexas terminando em vales planos. A área estudada marcada por encostas íngremes, restringindo-se a colinas e vertentes convexas e côncavo-convexas.
Área estudada encontra-se inserida dentro da zona Oriental da Província Mantiqueira na qual predominam rochas gnássicas e granulícitas de médio a alto grau metamórfico que, por vezes, se encontram recobertas por depósitos aluvionares e coberturas detríticas lateríticas.
No complexo Mantiqueira prevalece uma sequência de gnaisses ortoderivados, de composições diversas, migmatizados ou não, com intercalações frequentes de anfibolitos e metagabros e eventuais enclaves tectônicos de quartzitos, xistos e rochas clacissilicáticas, de sequência supracrustais e rochas de alto grau metamórfico correlacionáveis com litologias agrupadas no Complexo Acaiaca.
Os litótipos deste complexo estão em contato a oeste com as sequências metavulcano-sedimentares do Supergrupo Rio das Velhas e gnaisses, metabasitos e metaultrabasitos do complexo de Santo Antonio de Pirapetinha; a leste-sudeste estão em contato com as sequências metavulcano-sedimentares do Grupo Dom Silvério; e em seu interior encontra-se corpos de granitoides gnaissificados: o Granitóide Diogo Vasconcelos, ao sul, e o Granitóide Córrego Taioba, ao norte, e uma estreita faixa de granulitos do Complexo Acaiaca, em sua parte central.
Neste complexo são identificadas três unidades unidades litológicas: uma mais extensa caracterizada por genaisses bandados com intercalações de anfíbios e metagabros ocupando a parte mais central da faixa; gnaisses bandados da unidade anterior migmatizados pelo aporte de material granítico injetado, nos limites ocidentais da faixa no curso médio do ribeirão do Turvo e no baixo curso do rio Gualaxo do Sul.
Biotita-Gnaisses Bandados – dominam amplamente o complexo.
Possuem caráter bimodal, dado pela alternância dos níveis de espessuras decimétricas a métricas, leuco (quartzo-feldspáicos, granulares, de composição granítica) e mesomelanocráticos (biotitítico-anfibólicos xistosos, de composição granodiorítica a tonalítica).
Os Anfibolitos estão frequentemente associados aos gnaisses acima descritos e ocorrem intercalados nos mesmos na forma de lentes e bandas, dimensões muito variadas, com espessura decimétricas até decamétricas. Os contatos com os gnaisses são nítidos bruscos e perfeitamente concordantes. São de cor negra e bem foliada. A granulação em geral é fina a média, dominando uma textura nematoblástica e eventualmente granoblástica.
Os metagabros são comuns são comuns e estão associados aos gnaisses na forma de corpos tabulares concordantes ou mesmo cortando-os como de algumas dezenas de metros de extensão. São de cor negra, granulação média a grossa, com contatos nítidos e bruscos com as encaixantes. Apresenta textura granoblástica e os constituintes minerais principais são o plagioclásio e hornblenda. A biotita, carbonato e epidoto são constituintes secundários mais comuns e os acessórios mais frequentes são a apatita, opacos e titanina.
Gnaisses Bondados Migmatizados – são constituídos dominantemente por biotita-anfibólio gnaisses bandados, semelhantes ao tipo dominante do Complexo com abundantes injeções graníticas concordantes, esbranquiçadas, que proporcionam à rocha uma textura migmatítica estromática muito característica. O conjunto mostra-se normalmente deformado, sendo frequentes variedades texturais desde protomiloníticase miloníticas. Onde as injeçõesgraníticas são mais significativas, formam frequentes porfíloblastos de feldspatos subidiomórficos a ocelares, esparsos. 
Os granitos quando preservado da deformação, tÊm estrutura maciça e porfroblastos de feldspatos tabulare, de até 4 cm, rosados em rochas fresca. Associado ao mesmo pode ocorrer uma variedade mas fina, de cor cinza. A injeção destes granitos é sin-transposição tangencial regional.
 Ocorrem ainda pelo menos dois tipos de aluviões, os recentes que ainda estão sendo trabalhados, de idade holoc~enica e terraços semiconsolidados de idade holocênica e terraços semiconsolidados de idade pleistocênica, que, por vezes, se misturam, nas encostas, com as coberturas detrito-laterísticas. Os terraços mais antigos foram trabalhados intensamente durante o ciclo do ouro restando, em vários locais, apenas morros pontiagudos isolados em meio a extensas várzeas que se encontram recobertas por pilhas de cascalho lavados na extração do ouro.
5.3 SOLO
 A classificação pedológica da região do município de Santa Margarida compreende, exclusivamente, o Latossolo Vermelho Amarelo distróficos – CETEC, 1983 e EMATER, 1993.
 Em Minas Gerais, os latossolos vermelhos amarelos distróficos predominam nas bacias dos rios Paraíba do Sul, Mucuri, Doce e Jequitinhonha, ocorrendo em relevo forte ondulado e sob vegetação de floresta. Ocupam grandes extensões nos divisores de água das bacias dos rios Doces e Para´´´´íba do Sul, apresentando fortes limitações para o processo de mecanização. Uma vez adubados e corrigidos, os latossolos vermelhos amarelos distróficos são aproveitados para horticultura, floricultura de clima temperado, pois ocorrem em regiões de altitde acima de, aproximadamente, 800 metros. Naslocalidades onde não ocorrem geadas, podem ser usadas para a cafeicultura e demais culturas perenes ou permanentes. Devido ao baixo teor de alumínio que apresentam,estes solos são aptos á formação de pastagens, principalmente, de capim colonião e gordura.
 Localmente são observados solos residuais maduros, homogêneos, de coloração vermelho-amarelada, com horizonte B latossólico, sendo possível observar pontualmente em alguns cortes de taludes na região sequência dos horizontes A-B-C. Solos aluvionares, frequentemente hidromórficos e de granolumetria varíavel ocorrem no fundo dos vales principais (rio Piranga) abaixo da cota 900 m, bem como solos elúvio-coluvionares podem ser observados em algumas vertentes de encostas; assentados diretamente sobre solos saprolíticos.
5.4 HIDROGRA
 O município de Santa Margarida localiza-se na região Hidrografica Costeira do Sudeste, onde está inserida a unidade hidrográfica da bacia do rio Doce, ocupando uma área de 87.229 km² (ANA, 2002). A unidade possui uma vazão média de 13,0L/s/km², chegando abastecer 70% da população da região. O instituto de Gestão das Águas de Minas Gerais-IGAM, AINDA ENGLOBA A REGIÃO DE ESTUDO NA Unidade de Planejamento Hídrico denominado DO1- Nascente do rio Piranga até confluência com o rio Piracicaba.
 Os recursos hídricos da região apresentam uma disponibilidade medida em 370m³/s para uma demanda de 4 m³ /s para uso urbanos, rurais e industriais; evidenciando a abundância dos recursos hídricos da região, onde a demanda é quase 10 vezes inferior á disponibilidade hídrica da bacia do rio Doce.
 Entre os principais eventos hidrológicos que acontecem nessa bacia, os mais críticos são as enchentes que ocorrem nas áreas sujeitas ás inundações, os esgotos e enfluentes domésticos-industrias.
A propriedade onde será exercida a atividade tem um padrão de drenagem do tipo dentrítica com formações de canais 1° ordem intermitente e 2°/3°/4° ordens perenes. Observam-se canais de drenagens efêmeros em encostas de maior declividade. Os cursos d’água perenes apresentam vazões moderadas, aumentando drasticamente no período chuvoso. São observadas nas proximidades do leito menor dos córregos que cortama propriedade, áreas sujeitas a encharcamentos e /ou inundações eventuais compostas por vegetação predominante herbácea, localmente hidromórfica (brejo), com algumas árvores e arbustos isolados ou agrupados pontualmente.
5.5 FLORA
 O estudo de caracterização do meio biótico da área foi realizado com objetivo de identificar a caracterizar a flora e fauna na região de entorno da propriedade denominado sitio Bom Jardim.
5.5.1.COBERTURA VEGETAL REGIONAL
 De acordo com a classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 1991), o município de Carmo da Cachoeira se encontra dentro de área originalmente dominada pela Floresta Estacional Semidecidual, mas que hoje apresenta o predomínio de Vegetação Secundária e de Atividade Agrária.
 A Floresta Estacional Semidecidual está condicionada á estacionalidade climática, marcada pela alternância de épocas de chuvas no verão, seguidas por estiagens acentuadas no inverno. Neste tipo de vegetação o percentual de árvores que perdem as folhas no período seco, no conjunto florestal, se situa entre 20 a 50%.
 Vegetação secundária é uma formação provocada pela ação antrópica, onde houve intervenção humana para uso da terra, descaracterizando a vegetação original, com posterior abandono do uso, gerando uma reação de nova colonização.
 As atividades agrárias são caracterizadas pelo cultivo de cultivo de culturas cíclicas para diversos fins, incluindo as pastagens e cafezais.
5.5.2.COBERTURA VEGETAL LOCAL
 A propriedade possui área total mensurada de 49,7434 hectares. Nela e encontrada uma área de mata com características de Floresta Estacional Semidecidualde em estágio médio e avançado de regenaração e /ou virgem.
 Nela se observa um dossel esparso e heterogêneo, com pouca diversidade de espécies arbustivas e herbácea, se destacando com pouca diversidade de espécies arbóreas, se destacando o Vernonanthura (assapeixe), angico (anadenanthera sp.) e exemplares dispersos de outras espécies, entre elas a embaúba (cecropia hololeuca), o araticum(Annoma cacans), os aspectos (casearia ssp.) e o jacaré (piptadenia gonoachantha). A mata é fechada em seu interior e com algum acúmulo de serrapilhera, onde as árvores dominantes alcançam altura entre 10 e 15 metros. No total a área com essa formação recobre 35,0749 hectares. As demais formações são: cafezais que representa 0,2973 hectares e eucalipto que recobre uma área de 14,1635 hectares e por estradas e gramíneas com 0,2077 hectares. 
5.6 FAUNA
 Considerando-se que a ocupação antrópica alterou significantemente a cobertura vegetal da região, pode-se afirmar que a fauna primitiva já se encontra descaracterizada e confinada a áreas naturais remanescentes. A presença de animais no campo é muito difícil de ser constatada, principalmente, a de maior porte como mamíferos.
MASTOFAUNA- O levantamento dos mamíferos foi realizado através de indícios da presença do animal na região, como pegadas, excretas, vocalizações, tocas, informações de moradores nas proximidades e pesquisa bibliográfica. O quadro a seguir lista algumas espécies existentes na região.
Quadro1: Levantamento de mamíferos na região de interesse.
Aviafauna- O grupo das aves é de grande importância como indicadoras da qualidade ambiental, a região apresenta uma avifauna rica e diversificada. Para a identificação das aves usou de observação direta com auxílio de binóculo, vocalizações, informações de moradores e pesquisa bibliográfica. No quadro estão listadas as principais espécies existentes no entorno do empreendimento.
Quadro2:
Hepetofaibuna- O grupo dos répteis e representado, principalmente, por serpentes e lagartos que se adaptam facilmente a áreas alteradas .Como é difícil a sua visualização em campo os dados foram obtidos a partir de informações de moradores e pesquisas bibliográficas.
Quadro3:Répteis presentes na região de interesse.
Ictiofauna- A qualidade da água dos rios e córregos da região em termos gerais apresenta problemas que estão associados a processos erosivos das margens dos rios, das áreas mineradas e dos solos desprotegidos, acentuados durante a estação chuvosa. A retirada da cobertura vegetal para dar lugar a áreas de pastagens, a má utilização do solo e o rápido aparecimento de erosões são principais problemas ambientais observados na bacia do rio Piranga a qual o município de Santa Margarida está enquadrado, a mesma, vem sofrendo como processo de assoreamento do seu leito, além de receber lixos e efluentes industriais e domésticos, provocando redução na ictiofauna desde bacia.
 No quadro a seguir, estão listadas algumas espécies de peixes encontrados na bacia do rio Piranga, segundo informações de moradores da região.
QUADRo3: espécie de peixes encontradas na região
INVERTEBRADOS- A classe Insecta apresenta bastante rica e extremamente diversificada. A ordem Hymenoptera tem seus principais representantes os pertencentes às famílias Formicidas (formigas) estando presente a formiga saúva (Atta sp.). 
 6.ANÁLISE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

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