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APEC – ASSOCIAÇÃO PIAUIENSE DE EDUCAÇÃO E CULTURA CESVALE – CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO VALE DO PARNAIBACOORDENAÇÃO DO CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO Prof.ª Ana Karina de Sousa Campelo ROMA E O DIREITO ROMANO 1. História de Roma: Surgimento de Roma: A origem da cidade de Roma pode situar-se espacialmente perto do monte Palatino, junto ao rio Tibre. A Roma Antiga foi uma civilização que se desenvolveu a partir da cidade-estado de Roma, fundada na península itálica durante o século VIII a.C. A origem étnica da cidade provém da fusão das tribos latinas e da aldeia de Germal com os sabinos de Viminal e o Quirinal, criando assim a Liga do Septimontium ou Septimoncial (Liga dos sete montes), uma confederação religiosa pré-urbana de clara influência etrusca, o poder hegemônico na península nesta época. O nome da cidade poderia remontar-se até a gens etrusca Ruma, apesar de existirem outras teorias a respeito. Há também uma explicação lendária para o surgimento de Roma no cenário mundial, que foi criado por Tito Lívio e também por Virgílio, um poeta romano. Segundo a lenda, o filho de Vênus, o príncipe Enéias, fugiu de sua cidade que havia sido destruída pelos gregos, chegou ao Lácio e se casou com uma filha de um rei latino. Eles tiveram filhos, Rômulo e Remo. As duas crianças foram jogadas no Tibre por Amúlio, rei de Alba Longa, mas uma bondosa loba os amamentou, e eles por fim foram encontrados por camponeses. Quando cresceram voltaram ao reino de Alba Longa e denunciaram o rei Amúlio. Em seguida fundaram Roma em 753a.C. Mas surgiu desentendimentos entre os dois irmãos, e em uma luta Rômulo matou seu irmão Remo e se tornou o primeiro rei de Roma. 1.2 Evolução histórica: A civilização romana é tipicamente inserida no grupo "Antiguidade Clássica", juntamente com a Grécia Antiga que muito inspirou a cultura deste povo. Roma contribuiu imensuravelmente para o desenvolvimento no Mundo Ocidental de várias áreas de estudo, como o direito, teoria militar, arte, literatura, arquitetura, linguística, e a sua história persiste como uma grande influência mundial, mesmo nos dias de hoje. Durante os seus doze séculos de existência, a civilização romana transitou da monarquia para uma república oligárquica até se tornar num vasto império que dominou a Europa Ocidental e ao redor de todo o mar Mediterrâneo através da conquista e assimilação cultural. No entanto, um rol de factores sócio-políticos iria agravando o seu declínio, e o império seria dividido em dois. A metade ocidental, onde estavam incluídas a Hispânia, a Gália e a Itália, entrou em colapso definitivo no século V e deu origem a vários reinos independentes; a metade oriental, governada a partir de Constantinopla passou a ser referida como Império Bizantino a partir de 476 d.C., data tradicional da queda de Roma e aproveitada pela historiografia para demarcar o início da Idade Média. 1.3 Divisão política: realeza, república e império: Monarquia A primeira forma de governo de Roma foi à monarquia também chamada de o período da realeza. A documentação do período monárquico de Roma encontrada até hoje, é muito precária, sendo, então, não tão conhecido quanto os períodos posteriores. Várias dessas anotações registram a sucessão de sete reis, começando com Rômulo em 753a.C., como representado nas obras de Virgílio (Eneida) e Tito Lívio (História de Roma). A região do Lácio foi habitada por povos variados. Dentre eles, os etruscos tiveram um papel importante história na Monarquia de Roma, já que vários dos reis tinham origem etrusca. O último rei de Roma foi Tarquínio, o Soberbo (534-509 a.C.), que em razão de seu desejo de reduzir a importância do Senado na vida política romana, acabou sendo expulso da cidade. Este foi o fim da Monarquia. Características: Durante esse período, o monarca (rei) acumulava as funções dos poderes executivo, judicial e religioso, e era auxiliado pelo Senado, ou Conselho de Anciãos, que acumulava o poder legislativo e de veto, decidindo aprovar, ou não, as leis criadas pelo rei. A realeza em Roma era vitalícia, porém eletiva e principalmente não hereditária. No período monárquico ou real, a sociedade romana estava dividida em três classes: Patrícios - cidadãos de Roma, possuidores de terra e gado, que constituíam a aristocracia; Plebeus - parcela da população que passara para o domínio romano durante as primeiras conquistas; eram livres, mas não participavam do Senado, nem podiam formar famílias legalmente reconhecidas; Clientes - indivíduos subordinados a alguma família patrícia, cumpridores de diversas obrigações econômicas, morais e religiosas. O patrício era seu patrono. Esse período teve dois setores importantes na política. São eles: Assembléia Curial, a qual elaborava e aprovava as leis, além de escolher os reis. Senado ou Conselho dos Anciões, o qual possuía o direito de aprovar ou não as leis que o rei elaborava. República Romana A República Romana (do latim respublica, 'bem comum') é o termo utilizado por convenção para definir o Estado romano e suas províncias desde o fim do Reino de Roma em 509 a.C. ao estabelecimento do Império Romano em 27 a.C. Durante o período republicano, Roma transformou-se de simples cidade-estado em um grande império, voltando-se inicialmente para a conquista da Itália e mais tarde para todo o mundo da orla do Mar Mediterrâneo. A expansão romana provocou profundas transformações na vida econômica, social e política de Roma. Nesse periodo somente o Senado permanecia vitalício e era o centro do governo tendo como função principal cuidar das questões externas. O poder executivo em Roma (republicana) era dividido entre os magistrados e cada qual tinha sua função específica. Esses magistrados eram: Cônsules – comandavam o exército, propunam leis, presidiam o Senado e os Comícios, representavam as cidades em cerimonias religiosas; Pretores – cuidavam da Jusiça; havia vários tipos de pretores, entre eles o pretor urbano, que cuidavam da cidade de Roma, e o pretor peregrino, que cuidava da zona rural e da relação com as comunidades estrangeiras. Edis – cuidavam fiscalmente da cidades, velavam pela segurança pública e pelo tráfego urbano, cuidavam dos jogos públicos. Questores – custodiavam o tesouro público, cobravam os devedores. Censores - eram responsáveis pelo Censo que era realizado de cinco em cinco anos. Império Romano Império Romano é a designação utilizada por convenção para referir o Estado romano nos séculos que se seguiram à reorganização política efetuada pelo primeiro imperador, César Augusto. A diferença entre Império e República está sobretudo na forma como os corpos governativos são instituídos. Pode-se definir como República um sistema de governo que leva em consideração os interesses dos cidadãos, estes elegem os seus representantes que irão governar a nação por um determinado período de tempo. No Império o governante, neste caso o imperador, é legitimado muitas vezes através de um golpe militar, ou de uma "suposta" descendência divina. Diferente da República, o cargo do governante do império é vitalício (só cessa com a morte do mesmo). Durante o império a figura principal do governo romano, era obviamente, o imperador, neste período as magistraturas republicanas subsitem, mas não tem mais força e importancia anterior, o consulado, é um cargo apenas honorífico; o Senado continua existindo com atribuições mais limitadas, todavia, atuando nos terrenos, legislativo, eleitoral e judicial. 2. Direito Romano Conceito - Direito romano é um termo histórico-jurídico que se refere, originalmente, ao conjunto de regras jurídicas observadas na cidade de Roma. Em termos gerais, a história do direito romano abarca mais de mil anos, desde a Lei das Doze Tábuas (Lex Duodecim Tabularum, em latim, 449 a.C.) até o Corpus Iuris Civilis por Justiniano (c. 530 d.C.). Divisão por período - os historiadores do direito costumam dividir o direito romano emfases. Um dos critérios empregados para tanto é o da evolução das instituições jurídicas romanas, segundo o qual o direito romano apresentaria grandes épocas: Época Arcaica (753 a.C. a 130 a.C.) Época Clássica (130 a.C. a 230) Época Pós-Clássica (230 a 530) Época Justiniana (530 a 565) Período Arcaico - Nesta fase, a mais arcaica, o Direito Romano era rudimentar, não havia deslanchado; só no período clássico iria se expandir. Nesta época, o Direito misturava-se muito com a religião, com o rei assumindo as funções militares, civis e religiosas. Os atos jurídicos eram cercados de misticismo, formalismo, rigidez. O mais importante marco desse período é a Lei das XII tabuas, essa legislação foi uma codificação de regras costumeiras e mesmo entrando rapidamente em desuso, foi chamada durante toda a História de Roma como fonte de todo o direito. Período Clássico - Nesta fase, o Direito Romano teve um desenvolvimento muito especial, à medida que a república vai se desenvolvendo, acontece à separação do Direto Romano da religião. Assim, as causa religiosas passam a ser de competência do Pontífice e os processos civis passam a ser atendidos pelo pretor, juiz e jurisconsulto. Período Pós-Clássico - Nesta fase, ocorre reversão no sentido de centralização da autoridade judiciária pelo imperador. Cria-se o Processo Extraordinário, o que acaba gerando um excesso de burocracia e a conseqüente decadência do Direito Romano. A centralização do poder na mão do imperador trouxe a corrupção ao Baixo Império. A decadência do Direito Romano no Baixo Império, chegou ao ponto da lei ser usada em nome do autoritarismo dos imperadores “Quod principi placuit legis habet vigorem” ( = Aquilo que agrada ao imperador tem força de lei). Período Justiniano - Pouco depois de assumir o poder, Justiniano percebeu a importância de salvaguardar a herança representada pelo direito romano e, em 528, nomeou comissão de dez membros (entre os quais Triboniano, ministro do imperador e jurisconsulto de grande mérito) para compilar as constituições imperiais vigentes (leis emanadas dos imperadores desde o governo do imperador Adriano). Triboniano, principal colaborador, era professor de direito da escola de Constantinopla. Ele cercou-se de juristas, professores e advogados, com os quais inicia enorme trabalho de compilação. Foi eficazmente auxiliado nessa missão por Teófilo, outro professor da mesma escola. Fontes do direito romano: Costume – A forma mais antiga de constituição do direito é o costume, consuetudo. Fides – cumprimento de um juramento; Pietas – o poder do pátrio familias; Gravitas – indicar que o homem era sério, compenetrado. Leis e plebiscitos – Tanto as leis privadas como públicas; provenientes do senado e dos comícios e os plebiscitos tinham força de lei. Lex – deliberação de vontade com efeito obrigatório. Lex data – senado. Lex rogata – comícios. Edito dos magistrados – os pretores publicavam os Edictas(editais) para tornar público as suas decisões; com os editos os pretores acabavam criando novas normas. Jurisconsultos – no princípio da sociedade romana somente os sacerdotes conheciam as normas jurídicas e somente eles a interpretavam, posteriormente esse papel ficou com os jurisconsultos, que indicavam as formas dos atos processuais aos magistrados e as partes, auxiliavam também na elaboração dos escritos jurídicos e emitiam pareceres. Senatus–consultos – eram as deliberações do senado mediante propostas dos magistrados. Constituições Imperiais – as decisões dos imperadores passaram a ser fontes do Direito. Edicta – deliberações de ordem geral. Mandata – instruções aos funcionários. Decreta – decisões proferidas em processo. Rescripta – respostas de casos jurídicos. REFERÊNCIA LAGES, Flávia. Roma e o Direito Romano in _____História do Direito Geral e Brasil. 7 edição. Lumens Juris. Rio de Janeiro. 2009.p. 77-118. � PAGE \* MERGEFORMAT �1�
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