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6º F PROFESSORA FINATTI EF06HI09 prof. FINATTI 19/08/2020 HABILIDADE ef06hi09 OBJETIVO Discutir os motivos pelos quais a civilização romana é considerada como Antiguidade Clássica, tendo em vista o seu legado na tradição ocidental. Discutir o conceito de Antiguidade Clássica – Oriente e Ocidente, seu alcance e limite na tradição ocidental, assim como os impactos políticos, sociais e econômicos sobre outras sociedades e culturas. CONTEUDO ROMA ANTIGA – A REPÚBLICA ROMANA – bloco 7 MATERIAS DE PESQUISA Acessar link: Sites para pesquisar https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/roma-antiga---republica-a-organizacao-do-governo- republicano-de-roma.htm Leitura obrigatória: este material apresenta todo conteúdo necessário – inclusive atividades Slide Vídeos Google Classroom: CÓDIGO ki2v5ip Google Classroom: CÓDIGO 2w7ockf (SED) ATIVIDADE A SER DESENVOLVIDA: 1- Faça a leitura dos materiais indicados e dos textos produzidos 2- Leia o conteúdo deste arquivo ANTES DE REALIZAR A ATIVIDADE 3- Responda ao questionário no final deste arquivo. A ATIVIDADE DEVE SER ENVIADA PARA progiselefinatti@gmail.com // EE. Prof. João Silva ROTEIRO PARA ATIVIDADES A DISTÂNCIA DISCIPLINA HISTÓRIA PROFESSOR (A) RESPONSÁ- VEL GISELE FINATTI PERÍODO DA ATIVIDADE ENTREGAR ATÉ ATÉ 14/09/2020 SÉRIE 6os ANO F Whatsapp (11)991929905 Email progiselefinatti@gmail.com https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/roma-antiga---republica-a-organizacao-do-governo-republicano-de-roma.htm https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/roma-antiga---republica-a-organizacao-do-governo-republicano-de-roma.htm mailto:PROGISELEFINATTI@gmail.com 6º F PROFESSORA FINATTI EF06HI09 prof. FINATTI 19/08/2020 A REPÚBLICA ROMANA A república romana foi o período da Roma antiga que sucedeu o período da monarquia romana, tendo sido marcado por sua organização política: a república. Essa organização política consistia na forma de um governo sem a centralização do poder nas mãos de um só homem, contrário ao que ocorria antes, no período monárquico. A Roma republicana tinha uma estrutura política que se consolidava com seus cargos magistrais, cujos representantes eram escolhidos em assembleias com forte influência do Senado, que exer- cia praticamente o controle do governo de Roma durante a república. Esse período extenso, de quase 5 séculos, também é marcado pelo seu desenvolvimento rumo à grande fase do império romano. Durante a república romana, houve um grande desenvolvimento econômico e militar, além de social e cultural. Destacam-se, assim, as guerras púnicas e o domínio sob o Mar Mediterrâneo, que foram fatores cruciais para o desenvolvimento da república de Roma. Para entendermos como se desenrolou esse capítulo da história da Roma antiga, primeiro deve- mos entender como se deu a transição da monarquia para a república. Da monarquia para a República A cidade de Roma surgiu na península italiana, acredita-se que durante o século VII a.C., a partir da necessidade da criação de uma fortificação militar para a defesa dos povos que habitavam a região central dessa península das invasões dos povos que viviam na sua porção norte, os etrus- cos. Assim, às margens do Rio Tibre e no Monte Palatino, foi erguida a cidade de Roma, por Rô- mulo e Remo, segundo a lenda. Rômulo se tornou o primeiro rei de Roma após matar o seu irmão, Remo, por conta da disputa pelo trono, iniciando, assim, a monarquia romana. Durante este período, foram escassos os do- cumentos, então parte do que se sabe é baseado em relatos mitológicos. Contudo, é certo que essa monarquia existiu. O declínio desse período inicia-se com a dominação de Roma pelos etruscos, que deu início à dinastia dos reis etruscos, que começaram a se distanciar da elite romana, os patrícios, e, por consequência, também do Senado, que começou a perder os seus privilégios. 6º F PROFESSORA FINATTI EF06HI09 prof. FINATTI 19/08/2020 Assim, durante o reinado de Tarquínio, o soberbo, o Senado articulou uma revolta que sufocou o monarca, estabelecendo uma nova organização política, desvinculada da concentração de pode- res nas mãos de um único homem: a república. A república romana: características e organização Com a chegada da república romana, extingue-se a figura do rei e é estabelecido um sistema no qual o poder era dividido entre os magistrados (entre eles, destacam-se cônsules e tribunos da plebe), o Senado e, posteriormente, o conselho da plebe. Todos possuíam funções específicas, contudo, existia uma certa concentração de poder e maior privilégio para os senadores. Vamos entender melhor a organização política da república romana: Os cargos magistrais Os cargos magistrais eram cargos públicos do governo. Esses cargos eram definidos através de assembleias, que eram compostas apenas pela elite romana, os patrícios, e pelo Senado. Somente a partir das reivindicações sociais da plebe (povo comum), foi possível que esta camada da sociedade tivesse os seus próprios representantes e a sua própria assembleia. Os cargos magistrais eram: Consul: O cônsul era o maior cargo da magistratura romana. Os dois cônsules eram eleitos por decisão popular, na assembleia centuriata, e tinham um mandato de 1 ano. O cargo tinha como responsabilidade a administração do governo e do poder executivo. Os cônsules também deti- nham poder sob o exército. Pretores: Eram cargos que também eram eleitos durante as assembleias centuriatas. Os Pretores exerciam o poder judiciário, responsável pelo exercício da justiça. Uma figura que se assemelha ao juíz dos dias de hoje. Censores: Responsáveis pelo por realizar censos demográficos e econômicos na cidade e pela organização de eleições. Também eram responsáveis por conservar os costumes morais roma- nos na sociedade. Edil e Questor: Ambos eram eleitos pela assembléia tribal, uma assembléia composta pelo povo urbano e pelo rural. O Edil era um cargo que tinha como responsabilidade a preservação dos bens públicos, do policiamento e até pela gestão de jogos e eventos. Já o Questor, era o respon- sável pela cobrança de impostos e atuava como uma espécie de tesoureiro. 6º F PROFESSORA FINATTI EF06HI09 prof. FINATTI 19/08/2020 Tribunos da plebe: Eram representantes políticos da plebe. Era uma oposição plebeia ao Senado, mas com muito menos influência e poder. Entretanto, com a crise da república, alguns tribunos se tornaram mais populares e chegaram até a se tornar cônsules. O Senado O Senado romano era um conselho político formado apenas por patrícios, sendo o cargo de senador vitalício. Eles eram a autoridade máxima do governo republicano, que, através dos magistrados, exerciam o controle sobre o governo e a política, tanto interna quanto ex- terna. Tinham muitos privilégios e alto status social. Possuíam até o poder de estabelecer um ditador provisório, caso os cônsules desvi- assem dos seus interesses. As assembleias romanas As assembleias eram espaços nos quais eram debatidas e votadas as políticas e as leis da república e eram eleitos os magistrados. Assembleia Centuriata: Era a assembléia mais importante. Nela eram escolhidos os car- gos de cônsules, pretores e censores. Também nessa assembleia, eram votadas as leis. A as- sembléia centuriata era composta por romanos que compunham as centúrias, que eram uma divisão do exército. Participavam das centúrias os romanos que se armavam para a guerra com o sua própria riqueza e não pelo subsídio do governo. Assim, os patrícios possuíam mais centúrias na assembleia, ainda que os plebeus fossem maiores em número, por conta das su- as riquezas. Assembleia Curiata: Ligada a assuntos religiosos. Assembleia tribal: Era composta por tribos, que eram uma divisão territorial do território romano. Essas tribos decidiam sobre a eleição dos edis e dos questores. Conselho da plebe: Também conhecidacomo assembleia da plebe, era uma assembleia com- posta apenas por plebeus.. O conselho da plebe elegia os tribunos da plebe, que eram uma opo- sição plebeia ao senado, mas com muito menos influência e poder. Essa assembleia surgiu com o fortalecimento da plebe, após as suas reivindicações sociais durante o período da república. Vamos adentrar agora na história da república romana. 6º F PROFESSORA FINATTI EF06HI09 prof. FINATTI 19/08/2020 As revoltas sociais Não há dúvidas de que a república romana foi um go- verno aristocrático, no qual o poder ficava depositado nas mãos da nobreza patrícia e do Senado romano. Contudo, vemos que a plebe teve o seu espaço políti- co durante esse período, mas nem sempre foi assim. Em 509 a.C. a plebe não possuía nenhum espaço po- lítico na república, ficando a mercê do interesse patrí- cio e de suas decisões. Contudo, isso mudou em 494 a.C. com a chamada revolta do monte sagrado. Nesse episódio da história romana, Roma se encontrava em guerra com povos vizinhos e muito do exército era composto pela plebe. Assim, os plebeus organizam uma revolta se negando a lutar a guerra e caminham em direção ao monte aventino, onde eles tinham o intuito de deixar Roma. Isso acaba abalando as estruturas da república, já que, além de uma grande força do exército, os plebeus eram a principal mão de obra na época. Ao final dessa revolta, o Senado escutou as reivindicações dos plebeus, que passaram a ter um conselho e cargos públicos próprios de representação política, os tribunos da plebe. A partir disso, durante os séculos da república, houve diversas reivindicações populares. Desta- cam-se: Acessibilidade às leis: em 450 a.C., foram escritas e pregadas ao fórum romano, para que todos pudessem ter acesso, 12 tábuas que continham as leis que regiam a república. Antes desta data, as leis eram manipuladas pelos patrícios ao seu favor, sendo eles os únicos com acesso às leis. Entretanto, isso mudou com a pressão da plebe. Lei Canuleia: Escrita em 445 a.C., acabava com a proibição dos casamentos de diferentes clas- ses, como entre plebeus e patrícios. Lei Licínia: Uma das maiores queixas da plebe era o endividamento com os patrícios, que levava à escravização dos plebeus. Após reivindicações populares, a plebe conseguiu abolir a escravi- zação por endividamento em 366 a.C. EXPANSÃO ROMANA: AS GUERRAS PÚNICAS E O MARE NOSTRUM A expansão romana durante a república co- meçou, primeiramente, com a conquista total da península itálica. Necessitando de uma saída para o mar, Roma vê a Sicília como um território estratégico e, assim, passa a disputar o domínio da ilha com Cartago, que na época era uma de suas províncias. 6º F PROFESSORA FINATTI EF06HI09 prof. FINATTI 19/08/2020 Roma e Cartago começam uma série de conflitos que vão durar mais de um século - as guerras púnicas, nas quais Roma obteve a vitória definitiva após destruir por completo Cartago, salgando as suas terras e escravizando o seu povo. Após as guerras púnicas, Roma assume o controle sobre o Mar Mediterrâneo, passando a se re- ferir a ele como mare nostrum, nosso mar em latim. O controle sobre o mediterrâneo foi uma das consequências da expansão romana. Houve, neste período, a mudança da mão de obra principal de Roma, que deixou de ser compos- ta por plebeus e passou a ser formada por escravos, por conta da grande quantidade de povos escravizados pelos romanos vindos da guerra. Isso fez com que houvesse um aumento do poder patrício, por possibilitar a criação de latifúndios de mão de obra escrava, o que levou à marginali- zação da plebe e a um grande deslocamento de plebeus do campo para as cidades. Em meio à pobreza e à miséria da plebe, surge uma nova classe social de comerciantes, que, mesmo fora da nobreza, começa a exercer influência política devido às suas riquezas. Também por conta da expansão territorial romana, o exército se desenvolve e os generais pas- sam a ganhar mais notoriedade e influência política. É importante destacarmos que houve um grande aumento na desigualdade social dentro de Ro- ma, assim como o surgimento de novas classes sociais influentes e com poder político. Esses fatores foram os primeiros indícios da crise republicana iniciada no século II a.C. A crise e a queda da república Com a crescente miséria e pobreza dos plebeus, cresceram as pressões populares em cima dos governantes. Aliado a isso, temos a disputa do poder político por conta das novas figuras influen- tes na política romana, como destacado acima. Isso levou a um enfraquecimento do Senado e a uma instabilidade política. Nesse contexto, dois irmãos propuseram uma mudança no cenário de miséria em Roma. A partir de 133 a.C., os irmãos Graco, Tibério e Caio, que eram tribunos da plebe, sugeriram uma reforma agrária para amenizar a miséria, assim como a diminuição no preço do trigo, no intuito de ameni- zar a fome em Roma. Essas propostas não foram bem recebidas pelo Senado e pelos patrícios, que assassinaram os dois irmãos. Tibério foi morto em 133 a.C. e Caio em 122 a.C. Suas mortes causaram uma insa- tisfação da plebe que acabou por deixar o clima mais instável politicamente. Posteriormente a esse episódio, em 62 a.C., Júlio César foi eleito cônsul com Pompeu. Assim, formando uma aliança com Crasso e Pompeu por baixo dos panos do Senado, Júlio César forma o primeiro triunvirato, que o levou a tomar o controle da Gália, onde teve um grande sucesso mili- tar, conseguindo muitos escravos e riquezas para Roma. Temendo um golpe contra sua posição privilegiada, o Senado começa a se aliar com Pompeu, após a morte de Crasso, enquanto Júlio César se encontrava na Gália. Numa tentativa de diminuir os poderes de Júlio César, o Senado nomeia Pompeu o único cônsul. Em retaliação, Júlio César invade Roma com seu exército, provocando uma guerra civil entre ele e Pompeu. Essa termina em 48 a.C. com a derrota de Pompeu e sua fuga para o Egito, onde ele é morto pelo rei Ptolomeu XIII. Assim, em 47 a.C., Júlio César se torna o primeiro líder autocrático de Roma, com o título de di- tador, centralizando os poderes em sua figura. Contudo, seu governo é breve: Júlio César é as- sassinado a facadas dentro do Denado por senadores, em 44 a.C., numa tentativa de recuperar os seus privilégios políticos. 6º F PROFESSORA FINATTI EF06HI09 prof. FINATTI 19/08/2020 A tentativa do Senado foi falha, já que Júlio César havia conquistado o apoio do povo e aproxi- mado o exército ao poder político. Assim, após a sua morte, são membros do exército que assu- mem as diretrizes de Roma, dando origem ao segundo triunvirato, composto por Otávio, Lépido e Marco Antônio. Otávio era herdeiro e sobrinho de Júlio César. O segundo triunvirato subjugou as forças do Senado, perseguindo aqueles que conspiraram con- tra César. Após isso, houve uma disputa pelo poder entre os três. Neste contexto, Otávio derrotou Lépido e depois entrou em conflito com Marco Antônio, que bus- cou se aliar com Cleópatra no Egito, o que não foi uma atitude muito popular. Otávio se aprovei- tou disso e organizou um grande exército para derrotar Marco Antônio e Cleópatra. No fim, com a pressão de Otávio, Marco Antônio e Cleópatra se suicidam em 31 a.C. Otávio, então, assumiu o controle de Roma, centralizando todos os poderes em suas mãos, e se autointitulou Augusto, em 27 a.C., que significa o escolhido dos deuses, dando início à era impe- rial e marcando o fim da república romana O DIREITO ROMANO O direito Romano foi um conjunto de normas, regras jurídicas, vigentes em Roma e nos terri- tórios submissos, desde sua fundação de Ro- ma mais ou menos em 754/753 a.(século VIII a.C), até a morte de Justiniano (século VI d.C). Alguns autores entendem que o período a ser estudado tem término com a morte de Justinia- no em 5645 d.C. Durante estes quase 13 sécu- los, muitas foram as mudanças políticas, soci- ais e econômicas. Com estas mudanças, resul- ta a evoluçãoe as crises de direitos. Características do Direito Romano: *A proteção do indivíduo: O indivíduo romano ele estava protegido pelas leis Romanas. O estado dava ao indivíduo proteção total como direito de contraditório, ser ouvido pelo tribunal, isso não acontecia com os outros povos que normalmente eram julgados pelo próprio povo. No exemplo de Jesus, pelo fato dele ser judeu foi condenado pelo povo, caso fosse romano ele teria o direito do contraditório ser ouvido no tribunal e fazer sua defesa. *Autonomia das Famílias: As famílias tinham autonomia para gerenciar suas próprias vidas. O estado não interferia na vida familiar, estando o indivíduo protegido pelo “Pater” que era a autori- dade maior e ele tinha poder sobre a vida e sobre a morte das pessoas e o estado não interferia. *Prestígio e poder do Pater família: está ligado a autonomia das famílias. O pater família era o chefe daquela família cabia a ele proteger os indivíduos que estavam sobre a sua família de todas as formas possíveis, mas também cabia a ele o direito sobre a vida e sobre a morte das pessoas, o poder dele era incontestável. A família morava na vila que era formada por várias pessoas mesmo não sendo do próprio sangue eles estavam sobre proteção do pater família. * Valorização da palavra empenhada: A palavra tinha que ser cumprida, origina hoje em nosso direito o que chamamos de boa-fé; a boa-fé nada mais é do que a palavra empenhada. No direito era chamado de fídea. 6º F PROFESSORA FINATTI EF06HI09 prof. FINATTI 19/08/2020 A REPÚBLICA E SUAS INSTITUIÇÕES POLITICAS Realeza vitalícia, porém não hereditária e eletiva, ou seja, dependia da escolha da assembleia. Os romanos decidiram pulverizar o poder executivo para as mãos de muitos, com mandatos cur- tos, um ano, na maior parte dos casos, assim evitando que alguém pudesse ter um poder exacer- bado nas mãos. Somente o Senado era vitalício. Devido à temporalidade do mandato executivo face à vitalicieda- de do Senado, coube a este ultimo a autoridade permanente, tornando-se o centro do Governo. A autoridade do governo cabia, portanto, aos magistrados ordinários e aos magistrados extraordi- nários. a) Magistrados Ordinários eram permanentes e eram eleitos anualmente (Cônsules, Pretores, Edis, Questores). b) Magistrados Extraordinários como os Censores, eram temporários e somente eram escolhidos quando havia necessidade. CURSUS HONORUM O Cursus Honorum, ou caminho de Honra, era uma escala de cargos que deviam ser alcançados sucessivamente, a saber: primeiro devia-se alcançar a questura e depois a edilidade, a pretura e o consulado. No século I a.C., ficou estabelecida uma idade mínima para o desempenho de cada uma dessas magistraturas: 31 anos para a questura, 37 anos para a edilidade, 40 anos para a pretura e 43 anos para o consulado. Os Questores eram os guardiões do tesouro; pagava o exército e os funcionários do governo, coletava impostos e era a principal autoridade depois do governador da província. Os Edis eram responsáveis pela manutenção da ordem pública; supervisionavam o comércio, o mercado e as provisões de água e alimentos, ocupando-se também de vários encargos públicos. Os Pretores cuidavam da administração da Justiça, mas não era juiz. Eram dois tipos: - Pretor Urbano cuidava de questões envolvendo apenas romanos na cidade. 6º F PROFESSORA FINATTI EF06HI09 prof. FINATTI 19/08/2020 - Pretor Peregrino cuidava de questões de justiça no campo e aquelas envolvendo estrangeiros. A partir da Lei Aebutia (séc. II a.C.), que modificou o processo, os pretores tiveram aumentado mais ainda seus poderes discricionários, visto que, a partir de então, eles podiam fixar os limites da contenda e dar instruções ao juiz particular em como este deveria proceder. Os Cônsules eram sempre em numero de dois. Comandavam o exército, presidiam o senado e os Comícios, representavam a cidade em cerimônias religiosas e em questões administrativas. Embora os Censores não fizessem parte do Cursus Honorum, era um cargo cobiçado como um dos mais respeitados da República e, geralmente, só era ocupado por cidadãos respeitadíssimos e que já tivessem ocupado o cargo de Cônsul. Primeiro Triunvirato Ante o crescente prestígio de Júlio, Crasso e Pompeu viram-se obrigados a aceitar sua presença no poder, criando uma fórmula chamada de Triunvirato, ilegal e não prevista na composição insti- tucional da República.A morte de Crasso, em 53 a.C., fez com que a oposição entre Pompeu, direto representante dos interesses da aristocracia patrícia, e Júlio ficasse explícita. O fortalecimento militar de Júlio, que acabara de derrotar definitivamente os gauleses, fez com que o Senado passasse a temer suas ambições políticas. Por isso, numa tentativa de detê-lo, em 49 a.C. Pompeu foi nomeado cônsul único pelo Senado. Ao mesmo tempo, chamou Júlio de volta a Roma, numa clara manobra para esvaziar seu poder militar. ronunciando a famosa frase Alea jacta est ("A sorte está lançada"), Caio Júlio entrou em Roma à frente de seus exércitos, configurando um inegável golpe de Estado. Aclamado pela população e pelas tropas que deveriam defender Roma, Júlio se impôs ao Senado. Abalado pelo prestígio po- pular de Júlio, Pompeu fugiu para a Grécia, onde foi derrotado em 48 a.C.O amplo prestígio popu- lar e militar de Júlio obrigou o Senado a se curvar diante dele. A concessão do título de César, que lhe dava formalmente o poder ditatorial, foi a prova mais concreta desse recuo senatori- al.Entretanto, tal recuo não se manifestou de modo concreto. Os quatro anos da ditadura de Júlio César foram marcados por crescentes atritos com o Senado. Tais atritos nasciam de sua origem pobre, ainda que aristocrática, e, principalmente, da percep- ção que os senadores tinham do real projeto político de César: instalar um regime monárquico, fortemente apoiado no Exército; regime no qual, inevitavelmente, o Senado teria sua importância restringida. Paralelamente, César buscava ampliar sua base de apoio junto ao Exército, cercando-se cada vez mais de seus generais, principalmente Marco Antônio, e afastando gradativamente o Senado das decisões. Também as conquistas militares, como as da Hispânia e do Egito, aumentaram ainda mais sua popularidade, ampliando a necessidade de o Senado conter a ameaça representada pelo herdei- ro de Mário. Isso foi obtido por meio do assassinato de Júlio César, perpetrado por um grupo de senadores ligados a Pompeu e, também, de senadores do próprio círculo íntimo de César. 6º F PROFESSORA FINATTI EF06HI09 prof. FINATTI 19/08/2020 Segundo Triunvirato Entretanto, a reação militar e popular que se seguiu ao assassinato de César deteve o projeto senatorial de restaurar o poder. Ao contrário do que pretendia o Senado, a morte do ditador teve o efeito de motivar a unidade do Exército e de transformá-lo em um real elemento de poder Assim, na prática, foi o Exército que assumiu o controle de Roma, o que pode ser facilmente ob- servado pela composição do governo que ascendeu logo a seguir, composto por Otávio, sobri- nho-neto e herdeiro de Júlio César, Lépido, antigo comandante das forças de cavalaria de César, e Marco Antônio, o general mais hábil do ditador assassinado. Foram eles que, em 43 a.C., for- maram o Segundo Triunvirato. A ascensão do Segundo Triunvirato ao poder sintetiza uma realidade: a República estava definiti- vamente superada, mesmo que ainda existisse formalmente. O título de cônsul, dado a Antônio e Otávio, era apenas uma tentativa de amparar legalmente um poder que, de fato, se centrava no Exército e não mais nas instituições republicanas. Em 33 a.C, Lépido foi afastado do poder e os domínios romanos foram divididos entre Antônio, que controlava as províncias orientais do Império, e Otávio, governando a Itália e as províncias ocidentais. Essa divisão do poder era apenas um prenúncio do conflito entre ambos. O conflito envolveuo Egito, então governado por Cleópatra, antiga amante e aliada de César (tendo inclusive gerado um filho deste). Foi com ela que Marco Antônio buscou aliar-se contra Otávio. A última guerra civil da República terminou em 31 a.C., com os suicídios de Antônio e Cleópatra, após a grande derrota de Ácio, na Grécia, e a vitória definitiva de Otávio, que trans- formou o Egito em sua província pessoal. O Principado Forjava-se assim um poder pessoal que pas- sava muito distante da autoridade formal do Senado. O uso da riqueza egípcia por Otávio permitiu-lhe financiar um exército poderoso, diretamente submetido a ele. Ao mesmo tem- po, parte da colheita egípcia foi seguidamente utilizada para a distribuição de trigo à plebe romana, o que concedeu a Otávio um amplo apoio popular. Diante de tal poder, o Senado se viu obrigado à submissão, concedendo a Otávio uma série de títulos. O primeiro deles foi o de Princeps Se- natus, ou Primeiro Senador, o que lhe permitia presidir o Senado. A simples concessão desse título já representa uma clara inversão na própria estrutura da Repú- blica. 6º F PROFESSORA FINATTI EF06HI09 prof. FINATTI 19/08/2020 A existência de um poder acima do Senado significava um passo decisivo no caminho da centra- lização do poder. Esse período, inclusive, é conhecido como Principado, dando a entender que já não é exatamente a forma republicana de governo que tem o poder em Roma. Os demais títulos recebidos por Otávio apenas confirmaram essa tendência: Imperator, ou Co- mandante-em-chefe do Exército; Tribuno da Plebe, que lhe dava o direito de falar em nome do povo nas reuniões do Senado; e Pontífice Máximo, que lhe concedia a chefia da religião oficial. Outro título, o de Procônsul, dava a ele a autoridade sobre as províncias do Império. O último e mais importante título de Otávio foi o de Augusto. Tal título não tem exatamente uma conotação política, mas, sim, religiosa. Seu significado, o de um soberano que se assemelha aos deuses, dava-lhe um poder acima do poder meramente terreno. Significava um poder absoluto, vitalício, bem como o direito de escolher seu sucessor. Esse título, por seu caráter formal, conso- lida a tendência que já se verificava: a do retorno de Roma à ordem monárquica, pondo fim, defi- nitivamente, à República - e dando início ao Alto Império A CRISE DA REPÚBLICA ROMANA Os séculos 2 e 1 a.C. são tidos como o período de crise da República romana. O modelo políti- co centrado na supremacia do Senado, en- quanto instrumento de poder da elite patrícia, sofreu uma forte contestação, fruto da ação de diferentes setores da sociedade: uma camada de comerciantes extremamente enriquecidos com a expansão de Roma; a massa de plebeus miseráveis e descontentes; e o enorme contin- gente de escravos. Assim, esses dois séculos foram marcados por uma imensa instabilidade política, na qual revoltas de escravos, guerras civis, ditaduras, tentativas de golpe e governos formalmente ilegais sucede- ram-se. As ditaduras de Mário e Sila foram uma mostra clara da incapacidade do Senado e das instituições formais da República em fazer frente às novas forças sociais em conflito - embora a ditadura fosse uma magistratura legal, prevista nas leis romanas como um instrumento excepcio- nal de governo Em meio a essa crise, formou-se uma aliança envolvendo Crasso e Pompeu, dois generais que se fizeram eleger cônsules em 62 a.C. Paralelamente, entretanto, crescia a fama de Caio Júlio, também general, que havia acabado de conquistar a Gália, detentor de um prestígio cada vez mais amplo junto à plebe romana - e, notadamente, junto ao Exército. Líder do chamado partido popular - uma entidade informal, mas que congregava os setores não ligados à velha aristocracia patrícia -, Júlio era sobrinho e herdeiro de Mário, ex-ditador, detentor de imensa fortuna e respeitado pelo Exército. Caio Júlio somou a esses elementos uma notável capacidade militar, responsável por inúmeros triunfos, tão caros à mentalidade expansionista ro- mana 6º F PROFESSORA FINATTI EF06HI09 prof. FINATTI 19/08/2020 A ditadura: a transição da República ao Império Romano O grande passo para um sistema político em que o poder se acumulasse nas mãos de uma única pessoa foi dado por Sila (diretos nos anos 82-79). A sistematização de Sila foi muito importante e uma das consequências que teve, e que influenciou em grande medida na política e no próprio final da República, radicou no fato de que concentrou todo o poder político nas mãos do Seno, algo que não aconteceu com o poder executivo. Isso fez com que o Senado tivesse que confiar o executivo a um homem forte, a um general que também fosse político. Os populares também queriam ocupar o poder provocando um fortaleci- mento do poder pessoal na hora de governar. O fortalecimento do personalismo conduziu aos triunviratos e às ditaduras de César ou Augusto, e representou fim da República e o princípio de uma nova etapa, o Império ESTRUTURA SOCIAL DURANTE A REPÚBLICA 6º F PROFESSORA FINATTI EF06HI09 prof. FINATTI 19/08/2020 ATIVIDADE PARA 14/09/2020 ATENÇÃO – DE PREFERÊNCIA ENVIE AS RESPOSTAS POR EMAIL, OU CLASSROOM SÓ IMPRIMA SE NÃO PUDER FAZER DE OUTRA FORMA PROF:_FINATTI_ TURMA: 6º ano F ALUNO:________________________________________________________________ QUESTÃO 1 Quais as diferenças entre a República Romana da Antiguidade e a República do Brasil atual? QUESTÃO 2 Quais eram as principais características da República Romana? QUESTÃO 3 A história da República Romana consistiu quase que totalmente em guerras que levaram à fundação do Impé- rio, mais de dois séculos depois. Neste sentido, é correto afirmar: A) Os longos períodos de guerra e de serviços militares forçaram os lavradores comuns a negligenciar o culti- vo do solo, gerando o endividamento e o crescimento das grandes propriedades; B) As duas principais classes deste período romano eram os patrícios e os plebeus. Os primeiros eram peque- nos agricultores, artesão e comerciantes e os segundos eram aristocratas ricos e grandes proprietários; C) A expansão imperialista de Roma foi marcada pelas constantes vitórias sobre os seus inimigos, merecendo destaque para a luta contra Cartago, localizada no Oriente Médio e com grande poderio marítimo; D) A expansão para além das fronteiras da Península Itálica, possibilitou que Roma levasse o seu modelo de democracia política com base social escravista para toda Bacia do Mediterrâneo; E) O período republicano da história política de Roma findou com o estabelecimento do Império liderado por Júlio César que se aliou ao grande império do Egito comandado pela princesa Cleópatra. QUESTÃO 4 Leia o texto a seguir: Foi a República Romana que primeiro uniu a grande propriedade agrícola com a escravidão em grupos no interior em maior escala. O advento da escravidão como um modo de produção organizado inaugurou – como na Grécia – a fase clássica que distinguia a civilização romana, o apogeu de seu poder e de sua cultura. Mas enquanto na Grécia isso havia coincidido com a estabilização da pequena agricultura e de um compacto corpo de cidadãos, em Roma foi sistematizado por uma aristocracia urbana a qual já gozava de um domínio social e econômico sobre a cidade. O resultado foi a nova instituição rural do latifundium escravo extensivo. A mão de obra para as enormes explorações que emergiam do século III a.C. em diante era abastecida pela espetacular série de campanhas que deu a Roma o poder sobre o mundo mediterrâneo. (ANDERSON, Perry. Passagens da antiguidade ao feudalismo. São Paulo: Brasiliense, 1995, p. 58.) Tendo como alvo a República Romana, assinale a alternativa correta. 6º F PROFESSORA FINATTI EF06HI09 prof. FINATTI 19/08/2020 A) A desestruturação agrária em Roma, que estabeleceu sistemas de latifúndios, beneficiou os grupos empo- brecidos, uma vez que estes podiam abandonar o campoe se estabelecer em cidades. B) As guerras constantes ajudaram as classes dominantes da Roma republicana a desviar a atenção dos pro- blemas fundiários derivados do latifundium nos séculos seguintes. C) Foi por meio da intervenção dos irmãos Graco que o problema da reforma agrária foi resolvido no século II, pois os poderes políticos foram transplantados ao senado e, assim, Roma viu mais um século de paz. D) Os tribunos da plebe tiveram um papel importante no processo da reforma agrária romana, possibilitando a transformação do modo de vida de maneira a permitir que todo pequeno agricultor transformasse sua propri- edade em um Domus. E) O domínio social e econômico das cidades provinha de delicada relação entre a manutenção de sistemas agrários em que a mão de obra escrava era aproveitada de forma esporádica e a utilização ocasional de gran- des extensões de terra. QUESTÃO 5 Considere as seguintes afirmativas que comparam o sistema republicano da Roma Antiga com o sistema repu- blicano brasileiro atual: 1. Uma das principais diferenças entre o sistema republicano moderno e o sistema republicano romano antigo refere-se à incorporação feita pelo sistema atual da divisão de poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), defendida por pensadores iluministas para conter regimes absolutistas. 2. O sistema republicano romano antigo constituiu uma representatividade ampla e igualitária para patrícios e plebeus, cujo modelo foi adotado pelos sistemas republicanos modernos, que inspiraram o modelo brasileiro. 3. O Senado vigente na república romana antiga era composto por membros vitalícios, que exerceram grande poder legislativo e executivo, e representou os interesses de uma parcela da população (os patrícios), enquan- to o Senado brasileiro atual pertence ao poder legislativo, sendo eleito por sufrágio universal direto para mandatos de tempo limitado. 4. Em ambos os casos, a república foi instituída para substituir uma monarquia e inicialmente conferiu poder a uma restrita parcela da população, em sua maioria proprietária de terras, deixando boa parte da população sem acesso direto à representatividade no poder. Assinale a alternativa correta. A) Somente a afirmativa 2 é verdadeira. B) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras. C) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras. D) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras. E) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras. 6º F PROFESSORA FINATTI EF06HI09 prof. FINATTI 19/08/2020 GABARITO – ROMA ANTIGA – REPÚBLICA ROMANA – BLOCO 7 1 2 3 4 5 Gisele Finatti Baraglio progiselefinatti@gmail.com Digitada para enviar por email. O aluno pode responder, scanear e reenvi- ar. Só imprima se não tiver outra forma mailto:proGiseleFinatti@gmail.com
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