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Historia e Historiografia do Brasil Império 6

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HISTÓRIA E HISTORIOGRAFIA DO BRASIL IMPÉRIO: 
ROTEIRO DE ESTUDO - AULA 6 
Queda da Monarquia e Proclamação da República: 
Emília Viotti da Costa, Da Monarquia à República: “ a proclamação foi resultado 
das transformações que vinham acontecendo no país, e a queda da monarquia 
ocorreu pela inadequação das instituições vigentes até então, que estavam na 
contramão do desenvolvimento histórico do período e da nova estrutura 
socioeconômica do Brasil.” 
- Modernidade e desgaste da Monarquia: 
 As noções de modernidade e progresso começam a ganhar muita força nas 
últimas décadas do XIX  ciência, tecnologia, mudanças cotidianas, espaço de 
discussões políticas, urbanização, sanitarismo etc. 
 Positivismo de Auguste Comte  ideia que de que a sociedade evoluiria de 
modo linear, sempre rumo ao progresso. 
 Ou seja, o ideal de Modernidade conquistava corações e mentes e a 
Monarquia passou a ser enquadrada como o oposto disso, sempre como 
atrasada. A República seria a modernidade. 
 
- Separação Igreja e Estado: 
 Brasil era oficialmente um país católico e o chefe da Igreja no Brasil era o 
próprio imperador. 
 Questão religiosa  dois bispos quiseram proibir maçons de participarem da 
comunidade, imperador tira o veto, os bispos são preso e perdoados. 
 A associação entre estado e igreja começa a ser mal vista, era mais um sinal 
de atraso da monarquia. 
 
- Movimento Republicano: 
 Brasil teve ideais republicanos ao longo de sua história, porém, após a 
Independência e a consolidação da monarquia constitucional, as ideias 
republicanas perdem força. 
 O movimento passa a ter muita força a partir de 1870, principalmente, após a 
divulgação do Manifesto Republicano. 
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 Manifesto Republicano  publicado em 1870 no jornal A República, contou 
com 58 signatários, figuras importantes, é um racha do Partido Liberal. 
 Movimento Republicano passa a ganhar cada vez mais força, lembrando que 
não é um espaço homogêneo, é composto por diferentes segmentos sociais  
lembramos que a discussão política está intensa nesse contexto, abolição era 
uma pauta que diferenciava os integrantes. 
 Principal crítica  centralização do Estado, Poder Moderador fortemente 
criticado. Defesa da divisão dos poderes e maior representação das instituições 
políticas, sem centralização e sem cargos vitalícios. 
 Defesa do federalismo e da república federativa  proeminência das 
províncias. A ideia era de que um país tão diverso deveria dar autonomia às suas 
províncias. 
 Partido Republicano Paulista  1873, cafeicultores paulistas eram o setor 
mais dinâmico da economia e queriam se livrar nos entraves monárquicos e ter 
maior representação, defesa forte do federalismo. 
 Manifesto Republicano não diferenciava República de Democracia, a 
república era democrática. 
 
- Abolicionismo, abolição e a proclamação da República: 
 A abolição afetou fortemente a monarquia, pois a ligação entre o poder 
imperial e a escravidão era fortíssimo. 
 Porém, era um contexto complexo  monarquistas abolicionistas e apoio dos 
negros libertos ao poder imperial. 
 Movimento republicano também não era fechado na questão, 
necessariamente. Havia republicanos abolicionistas, um exemplo era Luís 
Gama: 
 
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Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_Gama#/media/File:Luiz_Gama.jpg 
 
 Quando a abolição ocorre, a Monarquia perde sua base de sustentação e 
seus últimos apoiadores, como os cafeicultores do vale da Paraíba. 
 Movimento abolicionista pressionou intensamente a monarquia com fortes 
críticas e diversas manifestações, o que abalou as estruturas 
monárquicas 
 
- Exército: 
 Ganha força principalmente após a Guerra do Paraguai 
 Começa a ter ideias diferentes da monarquia, como por exemplo, com 
relação à captura de escravos 
 Forte influência do positivismo, principalmente, na Escola Militar 
 Desejo dos milites de terem maior participação na vida política 
 
- Imprensa: 
 Imprensa foi responsável por fortes críticas e sátiras a Monarquia e, 
sobretudo, a D. Pedro II. 
 
Imigração: 
 
- Contexto histórico: 
 Década de 1870 – processos imigratórios que irão se consolidar no 
período republicano/produção do café em expansão 
 A Abertura dos Portos em 1808 é um evento que irá auxiliar nos fluxos 
imigratórios para o Brasil posteriormente 
 Década de 1880 – a intensidade nas imigrações aumenta 
consideravelmente 
 
- Haviam dois projetos de imigração definidos: 
1) Ocupação das terras (vazios demográficos) com pequenas 
propriedades; 
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2) Utilização da mão-de-obra dos imigrantes nas fazendas já existentes, 
principalmente por conta do fim do tráfico de escravos (1850); 
 
 Continuidade da imigração portuguesa, porém com destaque para o início 
da imigração alemã 
 Em termos de adaptação houveram dificuldades específicas em relação 
a imigração alemã, como a questão da religião (protestante) e as 
denúncias de maus tratos 
 Promulgação da lei de terras – lotes que poderiam ser comercializados 
 Entre 1881 e 1890, 106 mil imigrantes italianos vieram para o Brasil 
 São Paulo foi um dos estados que mais incentivou a imigração, pois 
necessitava da mão-de-obra advinda da mesma 
 É fundamental lembrar que os processos imigratórios aconteceram em 
ampla escala, na América como um todo 
 Também houveram fluxos imigratórios originários da China, em menor 
número 
 No final do Império surge o racismo científico, materializado em algumas 
pesquisas do período 
 
Urbanização: 
 
 Processo de urbanização se inicia no período do Império 
 A economia industrial que está em expansão nesse período, possui 
demandas específicas, como o escoamento da produção e da matéria-
prima, que colaboram com o desenvolvimento da urbanização 
 Boa parte da expansão das cidades se dá conforme o modelo europeu 
 A modernidade se efetiva nesse contexto, principalmente, em relação a 
mudanças nos costumes e no comportamento social 
 Noção de progresso associada com o desenvolvimento tecnológico como 
a iluminação pública (a gás ou querosene); estradas de ferro; navegação 
a vapor; etc...

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