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Morte e Alterações Cadavéricas Morte é a ruptura do equilíbrio biológico e físico químicos. O estudo da morte é a tanatologia. Para saber há quanto tempo o animal morreu o termo designado é cronatonatognose. A perda de consciência, desaparecimento da motilidade, presença de rigidez musculas, parada dos movimentos respiratórios, parada do coração, perda de reflexos a estímulos, ausência de sensações táteis, térmicas e dolorosas e parada das funções cerebrais são características da morte. As alterações cadavéricas devem ser bem conhecidas pelo Médico veterinário, para que ele saiba diferenciar as transformações após a morte das lesões que ocorreram durante a vida. Fatores que influenciam o aparecimento imediato ou tardio das alterações cadavéricas Alteração da temperatura do ambiente – quanto mais alta, mais rápidas as alterações. Tem que congelar imediatamente para inibir a ação das enzimas lisossômicas e a proliferação bacteriana Tamanho do animal – quanto maior mais difícil de resfriar Estado nutricional – quanto mais glicogênio muscular, mais tempo demora pro rigor mortis se instalar. Quanto mais bem alimentado, maior e mais gordo, maior dissipação de calor e menor velocidade da instalação das alterações Cobertura tegumentar – pelo, lã, gordura são isolamento térmico fazendo que as alterações surjam mais rápido. Causa mortis – doença que causa hipertermia e mais gasto energético favorecem o aparecimento das alterações ex.: tétano, chumbinho 1.Alterações não transformativas Cadáver sem modificações a) Imediatas Morte somática - parada dos movimentos respiratórios, parada do coração, perda de reflexos a estímulos, ausência de sensações táteis, térmicas e dolorosas e parada das funções cerebrais - encefalograma (não existe na med vet). b) Tardias Evento decorrente da autólise Morte celular – lesão celular Com a privação de oxigênio (hipóxia) afeta a respiração aeróbica e posteriormente a produção de ATP, que desencadeia em uma falha difusa dos sistemas celulares. A função da bomba de sódio e potássio que é localizada na membrana plasmática é reduzida, pois depende de energia, esta deficiência promove acúmulo de sódio para o interior da célula, com saída de potássio para o meio extracelular. Diante disso, ocorre a entrada de água na célula e ela sofre tumefação celular (degeneração hidrópica). – lesão reversível. Primeira organela afetadas: reticulo endoplasmático, segunda: mitocôndrias. Com a persistência da privação de oxigênio, há lesões extensas das membranas plasmáticas e perfurações. Estas alterações bioquímicas no interior da célula leva a ativação das enzimas lisossômicas, com efeitos celulares prejudiciais. A partir disso os lisossomos apresentam tumefação, lesão de membrana e extravasamento as enzimas lisossômicas para o citoplasma da célula e ativação delas pelo aumento do cálcio intracelular, desencadeando a digestão enzimática dos componentes celulares – autólise – e a morte da célula por necrose. – lesão irreversível. Com a autólise, os conteúdos extravasados são reconhecidos como corpos estranhos, que desencadeia no organismo uma reação inflamatória (em vida). 2. Alterações cadavéricas transformativas Alterações do estado geral do cadáver Heterólise/Putrefação/Decomposição – causadores das alterações transformativas Heterolise – destruição do tecido por bactérias da microbiota Timpanismo/meteorismo – acumulo de gás / fermentação / inchaço (devido a heterólise)– em vida causa alterações circulatórias (fígado e baço ficam pálidos – infarto branco - e as alças intestinais congestas e avermelhadas) Pseudo prolapso retal – no ante mortem tem alterações circulatórias, mas no post mortem não tem: acontece devido o aumento na pressão intra-abdominal. Pseudo melanose – manchas esverdeadas ou verde acinzentadas próximo ao trato gastrointestinal e na parede intestinal. Ocorre pela degradação do conteúdo gastrointestinal, que libera acido sulfídrico que associado ao ferro da hemoglobina origina a sulfametahemoglobina que é responsável pela coloração verde. Deslocamento, torção e ruptura das vísceras – torção gástrica – líquido vermelho é encontrado devido a congestão – alteração circulatória foi em vida. Enfisema cadavérico – presença de gás que forma bolhas no subcutâneo e no parênquima dos órgãos que tem capsula. Crepitação – O gás é oriundo da decomposição dos tecidos pela proliferação das bactérias putrefativas. Maceração – ocorre em tecidos moles, é o desprendimento das mucosas em geral. Rumen é um órgão precoce, mesmo sem putrefação já se desprende – mediado pelas enzimas proteolíticas. Coliquação – é a liquefação das vísceras, elas ficam sem formato (amorfas) – mediado pelas enzimas proteolíticas - medula adrenal é precoce, fica liquida logo em seguida da morte do animal. Redução esquelética – degradação dos ossos, dentes, chifres, unhas e cascos. 3. Alterações cadavéricas não transformativas Algor mortis – perda de temperatura, a parada do metabolismo e a perda das fontes de energia faz o organismo parar de produzir calor. É perceptível 3 a 4 horas após a morte. Diminui 1ºC por hora Livor mortis – perda do tônus das vênulas e capilares – manchas cadavéricas que iniciam rosas e ficam roxas. Hipostase cadavérica – acomodação do sangue para o lado de decúbito do cadáver, pois o sangue segue a força da gravidade, somente onde não é ponto de apoio fica avermelhado. Ocorre até 5h após o óbito. livor ≠ hemorragia. Livor: ao comprimir o órgão ele demora a voltar a cor normal. Hemorragia: ao comprimir o órgão, a cor normal retorna imediatamente. Hematoma: hemorragia interna - roxo ► verde ► acastanhado ► amarelo ►normal Hemorragia – extravasamento de sangue de dentro do vaso (pode ser externa e interna) – encontra hemossiderina Hipostase – acumulo de sangue dentro dos vasos, as células também ficam com sangue – acontece no morto Hemorragia cadavérica – sangue no meio extravascular e células sem sangue – histopatológica Rigor mortis – contração muscular devido a falta de ATP (pontes de ligação entre actina e miosina mantém o musculo contraído). Aparece 2 – 4 horas após a morte e desaparece após 12-24h – acaba quando as pontes se desfazem por degradação. Inicia no coração e diafragma, cabeça, e pescoço, membros anteriores, tronco e membros posteriores e se desfaz na mesma ordem – acontece autólise das pontes de actina e miosina Coagulação do sangue – coagulo no sistema cardiorrespiratório, principalmente no coração esquerdo Coágulo ≠ trombo Trombo: lesão da túnica intima, alteração o fluxo sanguíneo e hipercoagulabilidade decorrentes da ativação da cascata de coagulação – acontece em vida – seco, inelástico, friável (quebra fácil), aderido aos vasos ou no coração Coágulo: nunca está aderido, gelatinoso, elástico, liso, brilhante, úmido. Coágulo cruóriocos – vermelho – rico em hemácia Coágulo lardáceos – amarelo – anemia – rico em fibrina Embebição pela hemoglobina – decorrente da hemólise de eritrócitos nos vasos sanguíneos. A hemoglobina liberada entra e a parede dos vasos fica permeável aos líquidos. Devido a isso, os tecidos ao redor dos vasos e do endocárdio ficam embebidos com um líquido avermelhado. Embeição biliar – vazamento de bile pela parede autolisada da vesícula biliar (sofre autólise muito rápido), corando de ver/verde amarelado os tecidos próximos (fígado, estomago e alças intestinais)
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