Buscar

Análise_das_Demonstrações_Contábeis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ESTRUTURA E ANÁLISE 
DE DEMONSTRAÇÕES 
CONTÁBEIS 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Edenise Aparecida dos Anjos 
 
 
ESTRUTURA E ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
 
CONVERSA INICIAL 
Esta aula tem como objetivo a análise de demonstrações contábeis, 
iniciaremos aos estudos com uma abordagem sobre as demonstrações 
contábeis e estrutura, em consonância com os pronunciamentos técnicos, CPC 
00 e CPC 26, a Lei 6.404/76 (Lei das sociedades por ações) no Tema 1, na 
sequência dando continuidade aos estudos da análise das demonstrações 
serão abordados os seguintes temas: 
 Tema 2 – Análise Horizontal e Vertical 
 Tema 3 – Análise de Liquidez e Endividamento, 
 Tema 4 – Análise de Rentabilidade e Lucratividade 
 Tema 5 – Análise do Ciclo operacional e Financeiro. 
 
CONTEXTUALIZANDO 
A Análise das demonstrações contábeis é um elemento fundamental 
para o sucesso do processo decisório de investidores, analistas, credores, 
gestores, dentre outros. Desse modo, não basta haver um conjunto de 
demonstrações que evidenciam a situação patrimonial, econômica e financeira 
de uma entidade, é necessário que os dados extraídos das demonstrações 
contábeis sejam comparados com medidas de performance organizacional ou 
setoriais para a avaliação do desempenho passado e também a realização de 
projeções de resultados futuros (Borinelli & Pimentel, 2010). 
Assim, para que se possa aproveitar ao máximo os benefícios do 
processo de análise demonstrações contábeis e financeira, são fundamentais 
para, primeiramente, estabelecer os objetivos da análise, preparar os dados e 
fazer uma visão geral das demonstrações. 
 
TEMA 1 – Estrutura e Análise das Demonstrações Contábeis 
As demonstrações contábeis representam um canal de informação da 
empresa com seus usuários, relatam a posição financeira (balanço 
patrimonial), desempenho (demonstração do resultado) e fluxos de caixa de 
uma entidade (CPC 26). Neste entendimento as demonstrações contábeis têm 
como objetivo geral, gerar informações para atender uma ampla gama de 
usuários. A luz dessas considerações, Rios e Marion (2017) discorrem que 
 
 
3 
embora determinados grupos de usuários tenham necessidades de 
informações especificas, as demonstrações contábeis devem ser elaboradas 
para atender as necessidades comuns da maioria dos usuários. 
A elaboração e apresentação das Demonstrações contábeis são 
calcadas pelos pronunciamentos técnicos do Comitê de Pronunciamentos 
Contábeis, o qual apresenta a “Estrutura Conceitual básica para Elaboração e 
Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro contemplada no CPC00 e 
apresentação do conjunto de demonstrações contábeis – CPC 26. 
As demonstrações contábeis elaboradas de acordo com o CPC 00 
(estrutura conceitual básica) devem fornecer informações uteis para a tomada 
de decisões econômicas e avaliações por parte dos usuários (internos e 
externos), não tendo como proposito o atendimento de usuários específicos 
(Adriano, 2018). Neste entendimento, as demonstrações contábeis elaboradas 
de acordo com a estrutura conceitual auxiliam os seus usuários para a tomada 
de decisão para: 
 
 
A estrutura conceitual básica – CPC 00, aborda ainda os conceitos, 
objetivos e características dos relatórios contábeis. Assim como a definição, 
reconhecimento, mensuração dos elementos que compõe os demonstrativos. 
a) o objetivo da elaboração e divulgação de relatório contábil-financeiro; 
b) as características qualitativas da informação contábil-financeira útil; 
•A administração da entidade quanto a responsabilidade que lhe tenha 
conferido e quanto à qualidade de seu desempenho e de sua 
prestação de compras;
•A capacidade de a entidade pagar seus empregados e proporcionar-
lhes outros beneficios;
•A segurança quanto a recuperação dos recursos financeiros 
emprestados a entidade;
AVALIAR
•Quando, comprar, manter ou vender instrumentos Patrimonais
DECIDIR
•Políticas tributarias;
•a distribuição de lucros e dividendos;
DETERMINAR
•e usar estatistica de renda nacional;
ELABORAR
•as atividades da entidade
REGULAMENTAR
 
 
4 
c) a definição, o reconhecimento e a mensuração dos elementos a partir dos 
quais as 
d) demonstrações contábeis são elaboradas; e 
e) os conceitos de capital e de manutenção de capital. 
Portanto, as demonstrações contábeis devem ser elaboradas de acordo 
com as orientações dos pronunciamentos técnicos e da estrutura conceitual 
básica, com base no modelo de custo histórico, e no conceito da manutenção 
do capital financeiro nominal. Entretanto, Adriano(2018) assevera que outros 
modelos e conceitos podem ser considerados mais apropriados para atingir o 
objetivo de proporcionar informações que sejam úteis para tomada de decisões 
econômicas, embora não haja presentemente consenso nesse sentido. 
 No contexto brasileiro, a elaboração, apresentação e divulgação das 
demonstrações contábeis, são regidas pela Lei º 6.404/76 (Lei das Sociedades 
Anônimas), Lei nº 10.406/2002 (Novo Código Civil) e pelos Pronunciamento 
técnicos, emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), a 
exemplo da convergência a normas internacionais de contabilidade. 
Para Assaf Neto e Lima (2012), “as demonstrações contábeis 
equivalem a um conjunto de informações apuradas e divulgadas pelas 
empresas, revelando os vários resultados de seu desempenho em um 
exercício social.” Neste entendimento, o CPC, em seu pronunciamento 
técnico CPC 26 apresenta os principais elementos que devem apresentados e 
que proporcionam informação da entidade acerca do seguinte: a) ativos; b) 
passivos; c) patrimônio líquido; d) receitas e despesas, incluindo ganhos e 
perdas; e) alterações no capital próprio mediante integralizações dos 
proprietários e distribuições a eles; e f) fluxos de caixa 
O pronunciamento técnico CPC 26, trata ainda das regras para 
apresentação do conjunto de demonstrações de contábeis, sendo composto 
por: 
a) Balanço Patrimonial ao final do período – BP 
b) Demonstração do Resultado do período – DRE 
c) Demonstração do Resultado Abrangente do período – DRA 
d) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido do período – DMPL 
e) Demonstração dos Fluxos de Caixa do período – DFC 
f) Demonstração do Valor Adicionado do período – DVA, se exigido legalmente ou 
por algum órgão regulador ou mesmo se apresentada voluntariamente 
 
 
5 
g) Notas Explicativas – NE, compreendendo as políticas contábeis significativas e 
outras informações elucidativas 
h) Informações comparativas com o período anterior 
i) Balanço Patrimonial do início do período mais antigo, comparativamente 
apresentado, quando a entidade aplicar uma política contábil retrospectivamente 
ou proceder à reapresentação retrospectiva de itens das demonstrações 
contábeis, ou quando proceder à reclassificação de itens de suas demonstrações 
contábeis 
 
Na sequência apresenta-se os conceitos e/ou definição de cada uma 
das demonstrações. 
 
1.1 Balanço Patrimonial (BP) 
O Balanço patrimonial é um dos mais importantes relatórios contábeis, 
retrata a estática patrimonial e trata do estudo e evidenciação da estrutura 
patrimonial – elementos e valores – em um dado período de tempo, ou seja 
representa uma foto do patrimônio da entidade em determinado momento. É o 
único relatório contábil estático do conjunto de demonstrações, todos os 
demais integram a dinâmica patrimonial. 
O BP representa quantitativamente e qualitativamente o patrimônio de 
uma entidade, evidencia o conjunto de bens, direitos, obrigações e patrimônio e 
contas. Desse modo, o balanço patrimonial é composto por três elementos 
básicos:Quadro 1. Elementos do Balanço Patrimonial 
BALANÇO PATRIMONIAL 
Ativo Passivo 
 Patrimônio Líquido 
Fonte: CPC00 
 
 Ativo: compreende os recursos utilizados por uma entidade, e dos 
quais se esperam benefício econômicos futuros (bens e direitos). 
 Passivo: Compreende as exigibilidades e obrigações (obrigações) 
 Patrimônio Líquido: Representa a diferença entre ativo e passivo, ou 
seja o valor líquido da empresa. 
Assim, a equação patrimonial é representada na figura 1, no qual o 
patrimônio líquido é o valor residual da diferença do ativo e passivo: 
 
 
 
 
6 
Patrimônio Líquido = Ativo – Passivo 
 
 
Figura 1. Equação Patrimonial 
Quanto à disposição das contas contábeis no balanço, estas são 
padronizadas de acordo com a natureza de cada conta. São classificadas de 
modo ordenado e uniforme, para que os usuários possam analisar, interpretar e 
tomar decisões acerca da situação patrimonial e financeira de uma entidade 
(Martins, Gelbcke, Santos & Iudícibus, 2013). A Lei 6.404/76, por meio dos 
artigos 178 a 182 define como deve ser a disposição de tais contas. Para 
melhor entender essas classificações, as ativos e passivos são segregados em 
grupo de contas: 
Quadro 2. Estrutura Sintética do BP 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE 
ATIVO NÃO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE 
Realizável a Longo Prazo 
Investimentos 
Imobilizado 
Intangível 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Capital Social 
Reservas de Capital 
Ajustes de Avaliação Patrimonial 
Reservas de Lucros 
Ações em Tesouraria 
Prejuízos Acumulados 
Fonte: Martins, Gelbcke, Santos e Iudicibus (2013) 
 
Na estrutura do balanço patrimonial, o ATIVO posiciona-se do lado 
esquerdo, segmentado em dois grandes grupos, no primeiro grupo, o Ativo 
Circulante, onde são apresentadas as contas que serão conversíveis em 
disponibilidades (dinheiro) mais rapidamente, por exemplo: caixa, bancos, 
contas a receber, estoques e assim sucessivamente. Já no grupo do Ativo não 
circulante são classificadas as contas de longo prazo, com conversão em 
disponibilidades de longo prazo (entende-se como longo prazo, o que inicia-se 
 
 
7 
a partir do mês subsequente ao do término do exercício seguinte), como por 
exemplo, investimentos, imobilizados e intangível. 
O PASSIVO, disposto do lado direito do balanço patrimonial, é dividido em 
dois grupos, Passivo circulante, neste grupo são classificadas primeiramente as 
contas cuja exigibilidade (obrigação/dívidas) ocorre antes, por exemplo, 
pagamento de fornecedores, salários, impostos e assim sucessivamente. E no 
grupo de Passivo Não Circulante, são enquadradas as obrigações 
(exigibilidades) com prazo estendido para pagamento, ou seja dividas de longo 
prazo, como por exemplo: Empréstimos e financiamentos. 
Ainda do lado direito do balanço patrimonial, tem-se Patrimônio líquido, 
composto por obrigações não exigíveis, uma vez que representa os recursos 
provenientes dos sócios, divididos em capital e reservas de capital. 
O CPC 26, segue o padrão das normas internacionais de contabilidade, 
estabelecendo ordem e critérios para apresentação das contas do balanço patrimonial, 
determinando ainda que seja observada a legislação brasileira pertinente. 
 
1.2 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) 
A demonstração do resultado, pode ser considerado como o principal 
relatório contábil, do ponto de vista de analistas e gestores, pois evidencia 
como o lucro ou prejuízo é formado e a eficiência da entidade em gerar 
resultados (Borinelli & Pimentel, 2010). A Lei nº 6.404/76 define o conteúdo da 
Demonstração do Resultado (DR), e a ordem que esta deve ser apresentada. 
Assim a DR, deve apresentar detalhadamente de forma dedutiva, as 
receitas, despesas, ganhos e perdas, definindo claramente como o resultado 
líquido é formado. As receitas e despesas devem ser apropriadas ao período 
em função de sua inocorrência e vinculação das receitas com a despesas, 
pelo regime de competência. No que tange a classificação das contas e a 
apresentação da demonstração do resultado, deve incluir as seguintes rubricas 
(CPC 26), além das receitas: 
i. custo dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos; 
ii. lucro bruto; 
iii. despesas com vendas, gerais, administrativas e outras despesas e 
receitas operacionais; 
iv. resultado antes das receitas e despesas financeiras; 
v. resultado antes dos tributos sobre o lucro; 
vi. resultado líquido do período. 
 
 
 
8 
Neste entendimento, a Demonstração do resultado é um resumo 
ordenado de receitas e despesas de um exercício social, apresentada 
verticalmente deduzindo primeiramente as receitas brutas de vendas e ou 
serviços, e na sequência subtraem-se os custos, as despesas até atingirmos o 
resultado do exercício que pode ser lucro ou prejuízo, o quadro 3, apresenta a 
estrutura proposta da pela Lei 6.404/76. 
Quadro 3. Demonstração de Resultado do Exercício. 
DEMONSTRAÇÕES DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 
Faturamento por venda e serviços prestados 
(-) Deduções da receita, abatimentos e impostos 
(=) Receita líquida de vendas e serviços prestados 
(-) Custos dos produtos vendidos e serviços prestados 
(=) Lucro bruto 
(-) Despesas com vendas 
(-) Despesas gerais e administrativas 
(-) Outras despesas 
(+) Outras receitas 
(-) Resultado financeiro líquido 
(+/-) Resultados com Coligadas e Controladas em Conjunto 
(=) Resultado antes dos tributos sobre o lucro 
(-) Despesas de imposto de renda e contribuição social 
(=) Lucro ou prejuízo líquido do exercício 
Fonte: Martins, Gelbcke, Santos e Iudicibus (2010) 
A maioria das empresas apuram seus resultados – confrontando receitas 
e despesas – pelo menos uma vez ao ano, no entanto as empresas devem se 
ater a legislação à que estão submetidas, como é o caso das sociedades por 
ações que precisam apurar e apresentar resultados trimestralmente. Ademais, 
a demonstração de resultados do ponto de vista dos proprietários e acionistas, 
é um dos mais importantes relatórios contábeis, peça chave, para avaliar o 
retorno do capital investido e o desempenho da empresa (Borinelli &Pimentel, 
2010). 
1.3 Demonstração do Resultados Abrangente (DRA) 
A demonstração do resultado do exercício evidencia os resultados 
decorrentes do funcionamento da entidade, normalmente em um período de 12 
meses, ou um exercício social. No entanto pode existir a influência de eventos 
passados que afetam o patrimônio líquido das empresas, que devem ser 
mensurados e reconhecidos, todavia estes eventos devem ser evidenciados 
separadamente da demonstração do resultado. Neste sentido o CPC 26, 
determina a adoção de duas Demonstrações a saber: 
 
 
9 
• Demonstração de resultado: deve apresentar todos os itens de receitas e 
despesas realizados dentro do período (exercício vigente) 
• Demonstração de resultados abrangentes: As variações do patrimônio 
líquido decorrente de reservas de reavaliação, ajustes de instrumentos 
financeiros, variações cambiais, entre outros, que poderão transitar no futuro 
pelo resultado do período, devem ser apresentados separadamente. 
As normas internacionais de contabilidade permitem que a DRA seja 
apresentada juntamente com a DRE, no entanto Brasil, o Comitê de 
pronunciamentos determina que seja apresentado separadamente, utilizando 
como base o Lucro líquido do exercício, conforme apresentado no quadro a 
seguir: 
Quadro 4. Modelo de DRA 
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE 20x1 20x2 
Lucro Líquido do Período 
Parcela dos sócios da Controladora 
Parcela dos não controladores 
Ajustes Instrumentos Financeiros 
Tributoss/Ajustes Instrumentos Financeiros 
Equiv. Patrim. s/Ganhos Abrangentes de Colig. 
Ajustes de Conversão do Período 
Tributos s/Ajustes de Conversão do Período 
Outros Resultados Abrangentes Antes Reclas. 
Ajustes de Instrum. Financ. Reclassif. p/Result. 
Outros Resultados Abrangentes 
Parcela dos sócios da Controladora 
Parcela dos não controladores 
Resultado Abrangente Total 
Parcela dos Sócios da Controladora 
Parcela dos não controladores 
Fonte: Martins, et al. (2013) 
 
Portanto, a demonstração do resultado abrangente (DRA) pode ser 
definida, como: “A mutação que ocorre no patrimônio líquido durante um 
período que resulta de transações e outros eventos que não derivados de 
transações com sócios na sua qualidade de proprietário (Martins et al., 2013)”. 
Em síntese, a DRA é o resultado do exercício acrescido de ganhos ou perdas e 
pode ser apresentada separadamente ou dentro da demonstração das 
mutações do patrimônio líquido. 
 
1.4 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) 
A Demonstração das mutações do Patrimônio líquido (DMPL) é uma 
demonstração dinâmica, que evidencia as movimentações internas ocorridas 
 
 
10 
com, lucros, prejuízos, integralizações de capital, dividendos, reservas, ajustes 
de avaliação patrimonial, entre outros, que integram o patrimônio líquido. É 
complementar ao Balanço Patrimonial e fortemente relacionada com a 
Demonstração do Resultado, uma vez que a apuração do resultado do período 
é transferida para o Patrimônio líquido da entidade (Borinelli & Pimentel 2010; 
Silva, 2017). 
A elaboração e apresentação é proposta pelo CPC 26, o qual estabelece 
os requisitos gerais e diretrizes para estrutura e conteúdo mínimo para a 
apresentação da DMPL. O CPC 26, item 106, dispõe sobre a estrutura da 
DMPL, esta deve conter informações em colunas, disposto na íntegra abaixo: 
a) o resultado abrangente do período, apresentando separadamente o montante 
total atribuível aos proprietários da entidade controladora e o montante 
correspondente à participação de não controladores; 
b) para cada componente do patrimônio líquido, os efeitos da aplicação 
retrospectiva ou da reapresentação retrospectiva, reconhecidos de acordo 
com o Pronunciamento Técnico CPC 23 – Políticas Contábeis, Mudança de 
Estimativa e Retificação de Erro; 
c) para cada componente do patrimônio líquido, a conciliação do saldo no início 
e no final do período, demonstrando-se separadamente (no mínimo) as 
mutações decorrentes: 
(i) do resultado líquido; 
(ii) de cada item dos outros resultados abrangentes; e 
(iii) de transações com os proprietários realizadas na condição de 
proprietário, 
Ainda de acordo com o pronunciamento, deverá ser emitida em notas 
explicativas, o montante de dividendos reconhecidos como distribuição aos 
proprietários durante o período e o respectivo montante dos dividendos por 
ação. Todas as contas ou itens que afetam ou não o patrimônio, mas com 
movimentações entre as contas, devem ser inseridas respeitando o nível de 
detalhamento exigido por esta demonstração (ver quadro 5). 
Quadro 5. Exemplos de contas que afetam e não afetam o Patrimônio Total 
AFETAM NÃO AFETAM 
 Acréscimo pelo lucro ou redução 
pelo prejuízo do exercício; 
 Redução por dividendos; 
 Acréscimo por reavaliação; 
 Redução ou acréscimo por outros 
resultados abrangentes; 
 Ajuste de avaliação patrimonial 
 Redução por gastos na emissão 
de ações, entre outras; 
 
 Aumento de capital com utilização de lucros e 
reservas; 
 Apropriações do lucro do exercício, por meio da 
conta de lucros acumulados para formação de 
reservas, como reserva legal, reserva de lucros a 
realizar, reserva para contingencia e outras; 
 Reversões de reservas patrimoniais para a conta de 
lucros e prejuízos acumulados (conta transitória); 
 Compensação de prejuízos com reservas, entre 
outras. 
Fonte: Martins et al, 2013): 
 
 
11 
Conforme o exposto pelo CPC 26, item 110, as alterações no patrimônio 
líquido da entidade entre duas datas de balanço, devem refletir o aumento ou 
redução nos seus ativos líquidos durante o período, assim como a 
demonstração dos resultados abrangentes. Sua estrutura pode ser 
apresentada em dois agrupamentos: 
 Transações de capital com os sócios - tais como integralizações de 
capital, reaquisições de instrumentos de capital próprio da entidade e 
distribuição de dividendos e dos custos relacionados com tais ações. 
 Resultados abrangentes - abrangendo três componentes básico: 
o Resultado líquido do período 
o Outros resultados abrangentes 
o Reclassificações para o resultado 
Diante do exposto, a DMPL deve proporcionar informações aos usuários 
das demonstrações contábeis, uma base para avaliar a capacidade da 
entidade gerar capital próprio, assim como as necessidades de captação de 
capital, além de proporcionar subsídios para o estabelecimento de políticas de 
dividendos e destinação de resultados. 
 
1.5 Demonstração dos Fluxos de Caixa 
A demonstração do fluxo de caixa (DFC) é uma demonstração dinâmica, 
que possui por objetivo evidenciar resumidamente todas as variações ocorridas 
na conta caixa e equivalentes de caixa em um determinado período. Além de 
evidenciar as origens de todas as entradas, assim como a destinação de todos 
os recursos do período (Borinelli &Pimentel, 2010). Desse modo, permite aos 
usuários das demonstrações contábeis uma base para avaliar a capacidade da 
entidade de gerar caixa e equivalentes de caixa, assim como a necessidade de 
incremento de fluxo de caixa. 
O Pronunciamento Técnico CPC 03 – Demonstração dos Fluxos de 
Caixa, define os requisitos para a apresentação da demonstração dos fluxos de 
caixa e respectivas divulgações, orientando que a análise desta demonstração 
não deve ser elaborada isoladamente. 
 Assim, as informações da DFC, devem ser analisadas em conjunto com 
as demais demonstrações e permitem aos usuários avaliarem: a) A capacidade 
da empresa gerar fluxos futuros de caixa líquido; b) Capacidade de pagamento; 
c) Liquidez e solvência; d) Conversão de lucro em caixa; e) Desempenho 
 
 
12 
operacional; f) Posição financeira da empresa, quanto as transações de 
investimentos e financiamentos. 
Os termos utilizados para elaboração da DFC são: 
Termos Definições 
Caixa  Compreende numerário em espécie e depósitos bancários disponíveis. 
Equivalentes de 
caixa 
 São aplicações financeiras de curto prazo, de alta liquidez, que são 
prontamente conversíveis em montante conhecido de caixa e que estão 
sujeitas a um insignificante risco de mudança de valor. 
Fluxos de caixa  são as entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa. 
Atividades 
operacionais 
 são as principais atividades geradoras de receita da entidade e outras 
atividades que não são de investimento e tampouco de financiamento. 
Atividades de 
investimento 
 são os referentes à aquisição e à venda de ativos de longo prazo e de 
outros investimentos não incluídos nos equivalentes de caixa. 
Atividades de 
financiamento 
 são aquelas que resultam em mudanças no tamanho e na composição 
do capital próprio e no capital de terceiros da entidade. 
A classificação proposta na estrutura para a elaboração da DFC segue a 
natureza das transações devolvidas pelas entidades. A orientação do CPC 03, 
determina que a apresentação da DFC deve apresentar os fluxos de caixa do 
período, classificado por: 
 Atividades Operacionais – Evidencia o efeito no caixa derivados das 
operações que geram receitas e despesas, por exemplo: Compra, venda, 
estoques, mostra a eficiência da empresa em gerar e consumir caixa, 
considerandoapenas as entradas e saídas de caixa. Exemplo transações 
operacionais: recebimentos de clientes em decorrência de vendas de 
produtos produzidos, mercadorias e/ou serviços prestados (a vista ou a 
prazo), Pagamentos de fornecedores, salários e impostos. 
 Atividades de Investimento – Evidencia as atividades que possuem a 
finalidade de gerar lucros e fluxos de caixa no futuro. Somente desembolsos 
que resultam em ativo reconhecido nas demonstrações contábeis são 
passíveis de classificação como atividades de investimento. Exemplos: 
Venda e aquisição de imobilizado, participações em outras empresas, 
contratos futuros a termo, de opções, swap. 
 Atividades de Financiamento – Evidenciam as transações derivadas da 
relação dos fornecedores de capital e seus proprietários, acionistas, bem 
como da capacidade que a empresa possui de utilizar recursos externos 
(capital de terceiros) para financiar sua atividade operacionais. 
Entende-se que a evidenciação das movimentações segregadas por 
atividades, permite aos usuários avaliar o impacto de tais atividades na 
dinâmica patrimonial. 
 
 
 
13 
1.5.1 Métodos de elaboração da DFC 
Quanto a elaboração e apresentação da DFC, são propostos dois 
métodos, o primeiro é conhecido como método direto e o segundo método 
indireto (CPC03). O método direto, Explicita as entradas e saídas brutas de 
dinheiro dos principais componentes das atividades operacionais, tais como 
recebimentos e pagamentos, o saldo final das operações expressa o volume 
líquido de caixa provido ou consumido pelas transações em determinado 
período. Já o método indireto, faz a conciliação entre o lucro líquido apurado 
no período e o caixa gerado pelas operações, conhecido também pelo método 
da conciliação. 
 
1.5.2 Técnica de elaboração 
 Para a elaboração da DFC, faz-se necessário uma análise detalhada do 
conjunto de demonstrações, essencialmente o balanço patrimonial e a 
demonstração do resultado para identificar quais as transações que afetaram o 
caixa por atividades, conforme exposto no quadro 6 por exemplo.. 
Quadro 6. Exemplos de transações que que afetam o caixa 
ATIVIDADES TRANSAÇÕES 
 Que aumentam o caixa Que diminuem o caixa 
O
P
E
R
A
C
IO
N
A
IS
 
 Vendas de mercadorias ou 
prestação de serviços à vista; 
 Recebimentos de seguradores de 
prêmios e sinistros. 
 Recebimentos de royalties, 
honorários, comissões. 
 Recebimento de juros provenientes 
de empréstimos concedidos ou 
aplicações financeiras. 
 
 Compra de serviços, matéria-prima ou 
mercadorias com pagamento a vista. 
 Pagamentos diversos aos fornecedores 
de mercadorias, matéria-prima e serviços. 
 Pagamentos de salários e benefícios de 
empregados. 
 Recolhimentos de impostos e 
contribuições ao governo. 
 Adiantamento a fornecedores de 
mercadorias e serviços. 
 Pagamento de juros 
IN
V
E
S
T
IM
E
N
T
O
  Recebimento, a vista, de venda de 
qualquer ativo de longo prazo 
(investimento, imobilizado, 
intangível) 
 Recebimento por liquidação de 
adiantamento ou empréstimos 
feitos a terceiros (desde que não 
seja instituição financeira) 
 Compra de investimentos em outras 
empresas. 
 Aquisição de ativo imobilizado que será 
utilizado na atividade fim. 
 Adiantamentos de caixa e empréstimos 
feitos a terceiros (desde que não seja 
instituição financeira) 
F
IN
A
N
C
IA
M
E
N
T
O
  Recebimento referente a emissão 
de ações e/ou debentures. 
 Recebimentos referente a 
empréstimos bancários. 
 Aporte Integralização) de capital 
por parte dos acionistas, em 
dinheiro. 
 Pagamento aos financiadores da 
empresa, podendo ser: 
 Amortização de empréstimos; 
 Dividendos e/ou juros sobre o capital 
próprio; 
 Qualquer outro tipo de saída de caixa 
para devolver o dinheiro aos 
financiadores da empresa. 
Fonte: Borinelli e Pimentel (2010) 
 
 
14 
 
1.6 Demonstração do Valor Adicionado (DVA) 
A DVA é uma demonstração contábil que evidencia, por meio de 
informações econômicas sobre as transações de uma entidade, o valor e a 
composição da riqueza criada (ou gerada) pela entidade, bem como a maneira 
que foi distribuída entre os elementos que contribuíram para a geração dessa 
riqueza, tais como empregados, financiadores, acionistas, governo e outros, 
bem como a parcela da riqueza não distribuída (Martins et al. 2010). 
Para orientar a elaboração e divulgação da DVA, o Comitê de 
pronunciamentos contábeis, emitiu o pronunciamento técnico CPC 09 – 
Demonstração do Valor Adicionado. Sua elaboração deve levar em conta ainda 
o Pronunciamento Conceitual Básico – CPC00 e seus dados são obtidos são 
na maioria oriundos da Demonstração do Resultado. 
No que tange a apresentação da DVA, de acordo com o CPC09 (item 5-6), 
está deve proporcionar aos usuários das demonstrações contábeis 
informações relativas à riqueza criada pela entidade em determinado período 
e a forma como tais riquezas foram distribuídas. 
Assim, o valor adicionado compreende a riqueza criada pela empresa de 
forma geral, medida pela diferença entre o valor das vendas e os insumos 
adquiridos de terceiros. Inclui também o valor adicionado recebido em 
transferência, ou seja, produzido por terceiros e transferido à entidade. 
A distribuição da riqueza criada deve ser detalhada, minimamente, da 
seguinte forma: a) pessoal e encargos; b) impostos, taxas e contribuições; c) 
juros e aluguéis; d) juros sobre o capital próprio (JCP) e dividendos; e) lucros 
retidos/prejuízos do exercício. 
Embora os dados para elaboração da DVA sejam extraídos em sua 
maioria da Demonstração do Resultado, são demonstrações distintas, a 
diferença consiste no dato de que a DR está voltada para evidenciar como o 
resultado é formado e a remuneração de apenas um agente que contribui para 
a geração de riqueza: sócio, proprietário ou acionista. Ao passo que a DVA 
demonstra como a riqueza foi gerada e detalha como foram remunerados os 
diversos fatores de produção que participaram da geração de tal riqueza 
(Borinelli & Pimentel 2010). As informações disponibilizadas nesta 
demonstração são importantes para: 
 
 
15 
 Analisar a capacidade de geração de geração de valor e a forma de 
distribuição das riquezas de cada empresa; 
 Permitir a análise do desempenho econômico da empresa. 
 Auxiliar no cálculo do PIB e de indicadores sociais. 
 Fornecer informações sobre os benefícios (remunerações) obtidos por 
cada um dos fatores de produção (trabalhadores e financiadores – 
acionistas ou credores) e governo. 
 Auxiliar a empresa a informar sua contribuição na formação da 
riqueza à região, estado, país, etc. em que se encontra instalada. 
A DVA é composta por duas partes a saber, na primeira, informa a 
riqueza produzida pela organização, medida pela diferença entre o valor das 
vendas e os insumos adquiridos de terceiros e valores recebidos em 
transferência, ou seja, produzido por terceiros e transferido à entidade (CPC 
09, item 9). 
Parte 1. Riqueza Produzida 
Elementos Descrição 
Receitas 
 inclui os valores dos tributos incidentes sobre essas receitas (por 
exemplo, ICMS, IPI, PIS e COFINS), ou seja, corresponde ao ingresso 
bruto ou faturamento bruto. 
Outras receitas 
 da mesma forma que o item anterior, inclui os tributos incidentes sobre 
essas receitas. 
Provisão para créditos de 
liquidação duvidosa 
 se houver uma constituição dessa reserva, tal valor deve ser deduzido 
da riqueza, uma vez que representa um valor de venda que não foi 
recebido, no entanto se houver reversão, o valor deve ser somado a 
riqueza. 
Insumos 
 Compreendem os insumos adquiridos deterceiros como matérias 
primas, embalagens, materiais diversos, mercadorias, energia, 
serviços, entre outros, inclusive os impostos sobre os valores de 
aquisição. 
Perda e recuperação de 
valores de ativos 
 inclui valores relativos a ajustes por avaliação a valor de mercado de 
estoques, imobilizados, investimentos etc. Devem ser incluídos os 
valores reconhecidos no resultado do período, tanto na constituição 
quanto na reversão de provisão para perdas de desvalorização de 
ativos. 
Depreciação, amortização 
e exaustão 
 os valores de depreciação, amortização e exaustão são deduzidos no 
cálculo do valor adicionado por representarem consumo de recurso de 
terceiros, como é o caso, por exemplo, do consumo do serviço (ou 
vida útil) de uma máquina. 
Riqueza recebida em 
transferência 
 Nesse item serão incluídas as receitas e resultados gerados por 
outras entidades e transferidas na forma de resultado de equivalência 
patrimonial, receitas financeiras, dividendos de investimentos 
avaliados ao custo, alugueis, royalties, direitos de franquias etc. 
Fonte: (CPC 09; Borinelli & Pimentel 2010). 
Na segunda parte, deve evidenciar de forma detalhada a distribuição da 
riqueza entre os agentes: 
Parte 2. Distribuição da Riqueza entre os agentes. 
Pessoal e encargos 
Referem-se aos gastos realizados com remuneração e encargos 
de recursos humanos (força de trabalho), representados por 
salários, férias, décimos terceiro, honorários, benefícios e 
encargos sociais e fundo de garantia. 
Governo 
Referem-se aos pagamentos de impostos, taxas e contribuições 
incidentes sobre receita, lucro e patrimônio. Trata-se da 
remuneração pela estrutura social e política e econômica que 
gera condições de operações no meio ambiente. 
Remuneração de capital 
de terceiros 
Remuneração dos agentes que financiam a empresa, 
disponibilizando recursos em forma de empréstimo e 
 
 
16 
financiamentos. São representados por juros, despesas 
financeiras, variações cambiais, aluguéis, despesas com 
arrendamento operacional, royalties, franquia, direitos autorais, 
etc. 
Remuneração do capital 
próprio 
 Representado pela remuneração os sócios (acionistas, 
quotistas), por meio de juros sobre o capital próprio, dividendos, 
como também lucros ou prejuízos retidos. 
Fonte: (CPC 09; Borinelli & Pimentel 2010). 
O CPC 09, propõe 3 modelos e orientação para elaboração e 
apresentação da DVA, o quadro a seguir apresenta o modelo genérico. 
 
Modelo I - Demonstração do Valor Adicionado – EMPRESAS EM GERAL 
DESCRIÇÃO 
 
20X1 
 
20X2 
1 – RECEITAS 
 
1.1) Vendas de mercadorias, produtos e serviços 
 
1.2) Outras receitas 
 
1.3) Receitas relativas à construção de ativos próprios 
 
1.4) Provisão para créditos de liquidação duvidosa – Reversão / (Constituição) 
 
2 - INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui os valores dos 
impostos – ICMS, IPI, PIS e COFINS) 
2.1) Custos dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos 
 
2.2) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros 
 
2.3) Perda / Recuperação de valores ativos 
 
2.4) Outras (especificar) 
 
3 - VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2) 
 
4 - DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO 
 
5 - VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4) 
 
6 - VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA 
 
6.1) Resultado de equivalência patrimonial 
 
6.2) Receitas financeiras 
 
6.3) Outras 
 
7 - VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6) 
 
8 - DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO (*) 
 
8.1) Pessoal 
8.1.1 – Remuneração direta 
8.1.2 – Benefícios 
8.1.3 – F.G.T.S 
8.2) Impostos, taxas e contribuições 
8.2.1 – Federais 
8.2.2 – Estaduais 
8.2.3 – Municipais 
8.3) Remuneração de capitais de terceiros 
8.3.1 – Juros 
8.3.2 – Aluguéis 
8.3.3 – Outras 
8.4) Remuneração de Capitais Próprios 
8.4.1 – Juros sobre o Capital Próprio 
8.4.2 – Dividendos 
8.4.3 – Lucros retidos / Prejuízo do exercício 
8.4.4 – Participação dos não-controladores nos lucros retidos (só p/ 
consolidação) 
 
 
Para finalizar, importante ressaltar que a DVA é um dos componentes do 
Balanço Social e tem por finalidade evidenciar a riqueza criada pela entidade e 
 
 
17 
sua distribuição, durante determinado período. Do ponto de vista econômico, o 
conceito de valor adicionado é utilizado para o cálculo do PIB (produto interno 
bruto), que representa a soma de todos os bens e serviços finais produzidos 
em determinada região, durante um período de tempo. Corresponde ao valor 
da riqueza gerada no país, por meio da produção e elaboração de estoques e 
não considera os efeitos da venda dos produtos. Existem, todavia, diferenças 
temporais entre os modelos contábil e econômico no cálculo do valor 
adicionado. 
 
1.7 Notas explicativas 
De acordo com Martins et al. (2013) um dos grandes desafios da contabilidade, 
relacionado a evidenciação dos demonstrativos contábeis, consistem no 
dimensionamento da quantidade e principalmente da qualidade das informações que 
atendam às necessidades dos usuários, principalmente os externos. 
Neste contexto, as notas explicativas são componentes importantes das 
demonstrações contábeis, tornando-se parte integrante das mesmas. Podem ser 
expressas tanto de forma descritiva, como em quadros analíticos ou englobar outras 
demonstrações contábeis, tanto quanto forem necessárias ao melhor e maior 
esclarecimento dos resultados e da situação financeira da empresa (Martins, et al. 
2013). Assim as notas explicativas devem (CPC 26): 
 
As notas explicativas devem ser apresentadas, tanto quanto seja 
praticável, de forma sistemática, a entidade deve considerar os efeitos sobre a 
compreensibilidade e comparabilidade das suas demonstrações contábeis 
(CPC 26, item 113-114, alterado pela Revisão CPC 08). A ordem e o 
agrupamento sistemático das notas explicativas incluem: 
• informação acerca da base para a elaboração das demonstrações contábeis e
das políticas contábeis específicas utilizadas, de acordo com os itens 117 a
124;
APRESENTAR
•a informação requerida pelos Pronunciamentos Técnicos, Orientações e
Interpretações do CPC que não tenha sido apresentada nas demonstrações
contábeis; e
DIVULGAR
• informação adicional que não tenha sido apresentada nas demonstrações
contábeis, mas que seja relevante para sua compreensão.
PROVER
 
 
18 
 
Desse modo, as notas explicativas executam um papel importante para 
a elucidação das políticas e normas contábeis aplicadas na elaboração das 
demonstrações contábeis, além de prover informações adicionais que não 
tenham sido contempladas e que são relevantes para sua compreensão. 
 
1.8 Preparando as Demonstrações contábeis para Análise 
Antes de adentrarmos ao conteúdo das técnicas de análise das 
demonstrações contábeis, é importante entender que as análises possuem 
dentro de suas possibilidades algumas limitações. De acordo com Iudícibus 
(2017) mais aponta problemas a serem investigados do que soluções. Para 
isso, é necessário atentar para os seguintes detalhes: 
a) Os registros contábeis da empresa devem ser mantidos com esmero para 
que as informações sejam produzidas com fidedignidade e sejam úteis para 
tomada de decisão; 
b) Recomenda-se que os relatórios financeiros sejam auditados por auditor 
independente ou, pelo menos, tenha havido uma minuciosa revisão por 
parte da auditoria interna; 
c) Cuidado na utilização de valores extraídos de balanços iniciais e finais, 
principalmente na área de contas a receber e estoques, pois muitas vezes 
tais contas, nas datas de balanço, não são representativas das médias reais 
de período; 
d) os demonstrativosobjetos de análise devem ser corrigidos tendo em vista 
as variações do poder aquisitivo da moeda. Para fins gerenciais e de 
análises esta necessidade não pode ser descartada (analisaremos este 
problema, em detalhe, em capítulo especial); 
•destaque para as áreas de atividades que a entidade considera mais
relevantes para a compreensão do seu desempenho financeiro e da posição
financeira, como agrupar informações sobre determinadas atividades
operacionais;
DAR
• informações sobre contas mensuradas de forma semelhante, como os ativos
mensurados ao valor justo; ou
AGRUPAR
•a ordem das contas das demonstrações do resultado e de outros resultados
abrangentes e do balanço patrimonial, tais como: Declaração de
conformidade, Orientações e Interpretações do CPC; Políticas contábeis, além
de outras informaçoes quanto a passivos contingentes e divulgações não
financeiras.
SEGUIR
 
 
19 
e) a análise de balanços limitada a apenas um exercício é muito pouco 
reveladora, salvo em casos de quocientes de significação imediata. 
Adicionalmente, é necessário comparar nossos quocientes e tendências 
com: 
 quocientes dos concorrentes; 
 metas previamente estabelecidas pela administração (quocientes-
padrão). 
Diante deste contexto, para análise das demonstrações contábeis, Silva 
(2017) propõe as seguintes etapas: 
 
Etapa 1 – Coleta de dados: Ter demonstrações de pelo menos 3 períodos para 
análise, bem como os dados referentes ao saldo de algumas contas do Balanço 
Patrimonial que antecede ao mais antigo a ser analisado (Contas a Receber de 
Clientes, Estoques, Fornecedores e total do Ativo), pois esses valores serão utilizados 
para o cálculo dos indicadores de rotatividade/atividade (giro de estoque, contas a 
receber e contas a pagar). Informações relevantes sobre os negócios. 
Etapa 2 – Conferência dos dados coletados: analista deve observar se dispõe de 
todas as peças contábeis do período a ser analisado e se elas atendem aos requisitos 
mínimos de qualidade: confiabilidade, abrangência, objetividade e oportunidade. 
Etapa 3 – Preparação dos dados para análise: padronização e uniformização das 
demonstrações, com o objetivo de adequar as informações, considerando que 
invariavelmente a análise das demonstrações de uma empresa sempre é realizada de 
forma comparativa com outra empresa do mesmo segmento econômico. Os objetivos 
da padronização possibilitam a: 
• Comparabilidade 
• Simplificação. 
• Adequação aos objetivos da análise. 
• Precisão na classificação das contas. 
• Descoberta de erros. 
• Intimidade do analista com as demonstrações contábeis. 
Etapa 4 – Processamento dos dados: Nesta etapa inicia-se as análises, vertical e 
horizontal do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício. E na 
sequência, o analista deverá apurar os indicadores de atividade, de liquidez, de 
rentabilidade e análise da necessidade do capital de giro, para que possa confrontá-
Coleta de 
dados
Conferencia 
dos dados 
coletados
Preparação 
dos dados 
para análise
Processame
nto dos 
dados
Análise dos 
dados
Elaboração 
do relatório 
ou parecer
 
 
20 
los com o histórico da empresa e com o de empresas da sua região ou segmento 
econômico, conforme abordado no 
Etapa 5 - Análise dos dados: Nesta etapa o analista deve buscar informações 
adicionais para a análise comparativa dos indicadores apurados, da empresa e de 
seus concorrentes e do segmento de atuação para poder inferir se os resultados 
apresentados são favoráveis ou desfavoráveis a organização, quanto ao desempenho 
econômico e financeiro. 
Etapa 6 – Elaboração do relatório ou parecer: E finalmente nesta etapa, são 
elaborados a partir das informações coletadas no decorrer do processo de análise e, 
depois das devidas ponderações, o relatório ou parecer opinativo quanto à situação 
econômica, financeira e patrimonial da empresa objeto da análise. 
 
1.9 Análise das Demonstrações Contábeis 
A análise das demonstrações contábeis visa fundamentalmente ao 
estudo do desempenho e econômico-financeiro de uma empresa em 
determinado período passado, para diagnosticar sua posição atual e produzir 
resultados que sirvam para base para a previsão de tendências futuras (Assf 
Neto & Lima, 2012). Possibilitam a avaliação dos reflexos que as decisões 
financeiras tomadas por uma empresa, determinam sua liquidez, estrutura 
patrimonial e rentabilidade. 
A análise por meio de índices possibilita a comparação temporal, como 
forma de se avaliar de maneira dinâmica e o desempenho da empresa, assim 
como a comparação setorial, por meio do confronto do resultado da empresa 
com seus concorrentes (média de mercado, setor de atividade). 
Os principais indicadores para a análise das demonstrações contábeis 
serão apresentados a seguir. 
 
TEMA 2 –ANÁLISE HORIZONTAL E VERTICAL 
A análise horizontal e vertical consiste em uma das técnicas mais 
simples e ao mesmo tempo mais importantes para acompanhar a riqueza das 
informações, destaca as informações mais importantes do Balanço Patrimonial 
e das Demonstrações Contábeis, relatando a dinâmica patrimonial. 
Para Silva (2017), a processo de análise horizontal e vertical será mais 
adequado se realizado através do agrupamento das contas, dando preferência 
à demonstração apenas das contas mais relevantes dentro dos respectivos 
grupos patrimoniais ou de resultado. 
 
 
21 
Neste entendimento, o objetivo será identificar o peso de determinada 
conta em relação ao total do Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido, ou na sua 
participação na composição do resultado, e a evolução dessas participações ao 
longo dos exercícios. Nas demais demonstrações contábeis o conceito de 
agrupamento de contas também deverá ser observado dentro das respectivas 
estruturas (Silva, 2017). 
 
2.1 Análise Horizontal 
A finalidade principal da análise horizontal é apontar o crescimento de 
itens dos Balanços e das Demonstrações de Resultados, através dos períodos, 
a fim de caracterizar tendências. É um processo que permite uma análise 
temporal, para verificar individualmente a evolução de cada conta ou grupos de 
contas por meio de números índices. 
Inicialmente é necessário estabelecer uma data-base, normalmente a 
demonstração mais antiga, que terá o valor índice 100. Para encontrar os 
valores dos próximos anos, efetuamos a regra de três para cada ano, 
relacionado com a data-base (Martins, Miranda & Diniz, 2018). A metodologia 
de cálculo, consiste em considerar todas as contas dos anos mais distante 
como “ano base” 100%, e para cada conta, calcular primeiramente o número 
índice: Dividir o valor/saldo da conta do período mais recente pelo do período 
mais distante, diminuir 1 e multiplicar por 100, para encontrar o percentual de 
variação (Silva, 2017). 
𝐹ó𝑟𝑚𝑢𝑙𝑎 = 
𝐴𝑛𝑜 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑖𝑛𝑡𝑒 (𝑎𝑛𝑜1)
𝐴𝑛𝑜 𝑏𝑎𝑠𝑒 (𝑎𝑛𝑜 0)
− 1𝑥100 
𝐹ó𝑟𝑚𝑢𝑙𝑎 = 
($ 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙 − $ 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑎𝑛𝑡𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟)
$ 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑎𝑛𝑡𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟
 
Exemplo: BALANÇO PATRIMONIAL 
CIA EXEMPLO S/A 
ATIVO 31/12/X0 31/12/X1 
AH% (X0-
X1) 31/12/X2 
AH% (X1-
X2) 
ATIVO CIRCULANTE 169.000 285.800 69,11% 321.786 12,59% 
ATIVO NÃO CIRCULANTE 250.000 301.700 20,68% 360.720 19,56% 
Realizável Longo Prazo 35.200 68.720 95,23% 
Imobilizado 250.000 266.500 6,60% 292.000 9,57% 
TOTAL ATIVO 419.000 587.500 40,21% 682.506 16,17% 
PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
PASSIVO CIRCULANTE 84.000 170.644 103,15% 160.637 -5,86% 
PASSIVO NÃO CIRCULANTE 35.000 30.000 -14,29% 30.000 0,00% 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 300.000 386.856 28,95% 491.869 27,15% 
TOTAL PASSIVO + PL 419.000587.500 40,21% 682.506 16,17% 
 
 
22 
 
Exemplo: cálculo da AH da Conta Ativo Circulante 
𝐹ó𝑟𝑚𝑢𝑙𝑎 = 
($ 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙 − $ 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑎𝑛𝑡𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟)
$ 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑎𝑛𝑡𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟
 
𝐴𝑛𝑜 𝑋1 =
285.800 − 169.000
169.000
= 69,11 
𝐴𝑛𝑜 𝑋2 =
321.786 − 285.800
285.800
= 12,59% 
A partir do cálculo pode-se observar que houve um decrescimento das 
contas do ativo circulante de 56,52% (69,11% - 12,59%) do ano X2 em 
comparação com o Ano X1. A análise horizontal permite avaliar a evolução de 
uma conta ou de um grupo de contas ao longo de períodos sucessivos. Para 
Silva (2017), a análise horizontal considera os efeitos, no entanto, dificilmente 
revela as causas das mudanças, podendo ser evolutiva ou retrospectiva. 
No entanto para Assaf Neto e Lima (2012), há situações críticas, que na 
prática pode ser encontrada na análise da evolução horizontal, que demandam 
parcimônia na análise dos números-índices. No exemplo da conta do ativo 
circulante, a variação dos números-índices (X1-69,11% e X2-12,59%) são 
positivos quando comparado isoladamente, no entanto podem ocorrer 
variações negativas. Desse modo para que não comprometa a avaliação de 
períodos futuros, as análises devem considerar as variações de sinais, assim 
sugere-se a adoção de um número índice na base negativa igual a (-100) o que 
permitiria maior facilidade na interpretação do crescimento verificado. 
O quadro 5 apresenta um resumo das formulas, significado e como 
interpretar os resultados: 
Quadro 7. Formulas Análise Horizontal 
ÍNDICE FÓRMULA SIGNIFICADO INTERPRETAÇÃO 
1. AH no 
ano anterior 
($ 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙 − $ 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑎𝑛𝑡𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟)
$ 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑎𝑛𝑡𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟
 
% de crescimento ou 
decrescimento do 
elemento do elemento 
em relação ao ano 
anterior 
O crescimento ou 
decrescimento do 
elemento foi de “x%”, 
em relação ao ano 
anterior. 
2. AH ano-
base 
($ 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙 − $ 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑏𝑎𝑠𝑒)
$ 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑏𝑎𝑠𝑒
 
% de crescimento ou 
decrescimento do 
elemento do elemento 
em relação ao ano base 
da análise. 
O crescimento ou 
decrescimento do 
elemento foi de “x%”, 
em relação ao ano 
base. 
3. AH 
período 
($ 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙 − $ 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙)
$ 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
 
% de crescimento ou 
decrescimento do 
elemento do elemento 
em relação ao período 
todo da análise. 
O crescimento ou 
decrescimento do 
elemento no período 
todo foi de “x%”. 
Fonte: Borinelli e Pimentel (2010) 
 
 
23 
2.2 Análise vertical (AV) 
A análise vertical concentra-se na verificação da estrutura de 
composição dos itens dos demonstrativos e sua evolução no tempo, tal qual a 
AH permite a avaliação de tendências. Constitui um processo comparativo, por 
meio de valores afins ou relacionáveis. 
De acordo com Assaf Neto e Lima (2012) ao trabalhar com valores 
relativos, na hipótese de os valores estarem expressos em moeda da data de 
levantamento das demonstrações, a análise vertical produz as mesmas 
interpretações, quer se trabalhe em bases nominais, quer em bases reais. Para 
auxiliar na operacionalização da AV, o quadro 6 apresenta as fórmulas, 
significado e a interpretação dos resultados. 
 
Quadro 8. Fórmulas Análise Vertical 
ÍNDICE FÓRMULA SIGNIFICADO INTERPRETAÇÃO 
1. AV Ativo 
𝐸𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙
 
% de participação do 
elemento do Ativo em 
relação ao Ativo Total. 
A participação do Elemento 
do Ativo sobre o Ativo Total 
é de “x%” 
2. AV 
Passivo 
𝐸𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑜𝑢 𝑃𝐿
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 + 𝑃𝐿 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙
 
% de participação do 
elemento do Passivo ou 
PL (Patrimônio Líquido) 
em relação ao Passivo 
+ PL Total. 
A Participação do Elemento 
do Passivo ou PL sobre o 
Passivo Total + PL Total é 
de “x%”. 
3. AV 
Resultado 
𝐸𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙
 
% de participação do 
elemento do Resultado 
em relação à Receita 
Líquida Total. 
A participação do elemento 
do Resultado sobre à 
Receita Líquida Total é de 
“x%”. 
Fonte: Borinelli e Pimentel (2010) 
 
Para melhor exemplificar como a análise vertical deve ser realizado, o 
Balanço patrimônio al considere o Balanço Patrimonial da Cia Exemplo S/A: 
Quadro 9. Análise Vertical do Balanço Patrimonial 
BALANÇO PATRIMONIAL 
CIA EXEMPLO S/A 
ATIVO 31/12/X0 AV 31/12/X1 AV 31/12/X2 AV 
ATIVO CIRCULANTE 169.000 40,33% 285.800 48,65% 321.786 47,15% 
ATIVO NÃO CIRCULANTE 250.000 59,67% 301.700 51,35% 360.720 52,85% 
Realizável Longo Prazo 0,00% 35.200 5,99% 68.720 10,07% 
Imobilizado 250.000 59,67% 266.500 45,36% 292.000 42,78% 
TOTAL ATIVO 419.000 100,00% 587.500 100,00% 682.506 100,00% 
 
PASSIVO E PATRIMÔNIO 
LÍQUIDO 
PASSIVO CIRCULANTE 84.000 20,05% 170.644 29,05% 160.637 23,54% 
PASSIVO NÃO CIRCULANTE 35.000 8,35% 30.000 5,11% 30.000 4,40% 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 300.000 71,60% 386.856 65,85% 491.869 72,07% 
TOTAL PASSIVO + PL 419.000 100,00% 587.500 100,00% 682.506 100,00% 
 
 
 
24 
Partindo dos dados apresentados no Balanço Patrimonial, nos exercícios 
X0, X1 e X2, verifica-se que o ativo circulante representa 40,33% do Ativo Total 
no Ano X0, os quais evoluíram a 48,65% em X1 e decresce para 47,15% em 
X2. Assim, analisa-se todas contas partindo do elemento representativo, no 
entanto na DRE considera-se como base a Receita Líquida, conforme expresso 
no quadro abaixo. 
Quadro 10. Análise Vertical da Demonstração do Resultado 
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO 
CIA EXEMPLO S/A 
 
X1 AV X2 AV 
RECEITAS BRUTAS 360.000 111% 450.000 111% 
(-) Impostos e deduções sobre Vendas - 36.000 -11% - 45.000 -11% 
RECEITA LÍQUIDA 324.000 100% 405.000 100% 
(-) Custo da Mercadoria Vendida - 105.000 -32,41% - 149.000 -36,79% 
(=) LUCRO BRUTO 219.000 67,59% 256.000 63,21% 
(-) Despesas Operacionais - 29.000 -8,95% - 29.000 -7,16% 
Despesas com vendas - 14.000 -4,32% - 14.000 -3,46% 
Despesas administrativas - 15.000 -4,63% - 15.000 -3,70% 
(=) LUCRO OPERACIONAL ANTES DO 
RESULTADO FINANCEIRO 190.000 58,64% 227.000 56,05% 
(+) Receitas Financeiras 8.000 2,47% 8.800 2,17% 
(-) Despesas Financeiras - 10.000 -3,09% - 8.500 -2,10% 
(=) LUCRO OPERACIONAL ANTES DO 
IRPJ/CSLL 188.000 58,02% 227.300 56,12% 
(-) Provisão para IRPJ/CSLL - 63.920 -19,73% - 77.282 -19,08% 
(=) LUCRO LÍQUIDO 124.080 38,30% 150.018 37,04% 
 
Neste entendimento, cada elemento da DRE é analisado em função da 
sua Receita Líquida, assim impostos e deduções sobre vendas representa 11% 
da Receita líquida assim como os Custos da Mercadora Vendida em X1 
corresponde a 32, 41% e em X2 36,79%, representando um crescimento de X1 
para X2 em função do volume de vendas. 
Em síntese, as análises vertical e horizontal individualmente são 
importantes, no entanto são insuficientes, assim sugere-se que sejam 
analisadas em conjunto. 
 
TEMA 3 – ANÁLISE DE LIQUIDEZ E ENDIVIDAMENTO 
 A análise horizontal e vertical permitem analisar a relevância de um item 
contábil dentro do grupo de que faz parte e o comportamento ao longo de um 
período de tempo. No entanto, uma boa análise, envolve mais do que 
investigar números isolados, envolve a análise das relações entre os grupos 
diferentes de contas e de demonstrações. Neste contexto, apresenta-se a 
análise por índices, para a referida análise, Matarazzo (2008) apresenta os 
 
 
25 
seguintes índices: (i) LiquidezSeca; (ii) Liquidez Corrente e (iii) Liquidez Geral 
e Assaf Neto (2006) acrescenta também o (iv) Índice de Liquidez Imediata. 
 Neste entendimento, as análises por meio de indicadores de liquidez, 
evidenciam a situação financeira de uma empresa frente aos compromissos 
financeiros assumidos, possibilitando ainda uma visão macro da situação 
econômico-financeira da entidade (Martins, Diniz & Miranda, 2017). Na 
sequência apresenta-se para estudo os indicadores de liquidez e rentabilidade. 
 
 3.1 Índices de Liquidez 
 Os índices de liquidez visam medir a capacidade de pagamento (folga 
financeira) de uma empresa. Assim, a análise por meio de índices apresenta a 
situação financeira de uma empresa, face a seus compromissos financeiros e a 
capacidade de arcar suas dívidas assumidas, o que, em última instância, 
sinaliza a condição de sua própria continuidade, solvência e saúde financeira 
(Martins, Miranda & Diniz, 2017). 
 No ambiente profissional, especialmente em empresas industriais e 
comerciais é comum associar o termo liquidez ao índice de liquidez corrente, o 
qual representa a relação entre os ativos e passivos de curto prazo (Borinelli & 
Pimentel, 2010). Dessa forma apresenta-se os quatro principais indicadores de 
liquidez, liquidez corrente, liquidez seca, liquidez imediata e liquidez geral, que 
são os justamente os índices mais utilizados. 
Índice de Liquidez Geral – mede a capacidade de pagamento geral da 
empresa (curtos e longo prazos), analisa quanto a empresa possui no ativo 
circulante e realizável a longo prazo (investimentos realizáveis a curto e longo 
prazos) para cada $1,00 de dívida com terceiros (dívida geral). Assim se um 
índice de liquidez for de 1,25 significa dizer que a empresa consegue, no longo 
prazo, pagar todas as suas dívidas e ainda lhe sobra $0,25 de folga, a cada 
$1,00 pago. Esse índice sugere que a situação é satisfatória, pois há uma 
margem de segurança (Borinelli & Pimentel, 2010). 
𝐿𝐺 = 
 
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 + 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑟𝑒𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑣𝑒𝑙 𝑙𝑜𝑛𝑔𝑜 𝑝𝑟𝑎𝑧𝑜
 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 + 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑁ã𝑜 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
 
Índice de Liquidez Corrente – Mede a relação existente entre o ativo 
circulante e o passivo circulante (curto prazo), desconsiderando os ativos de 
longo prazo pois estes podem comprometer a interpretação de liquidez da 
empresa. A liquidez corrente é a medida mais popular de liquidez, implica na 
 
 
26 
margem de folga para manobras de prazos visando equilibrar as entradas e 
saídas de caixa. 
Neste entendimento, quanto maiores os recursos, maior essa margem, 
maior a segurança da empresa, melhor a situação financeira, assim se a 
liquidez corrente for superior a 1,0 este indica a existência de capital circulante 
líquido positivo, se inferior, pressupõe a existência de capital de giro negativo 
(Assaf Neto & Lima, 2012). 
𝐿𝐶 =
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
 
Índice de Liquidez Seca – Este índice se assemelha a liquidez corrente 
no entanto, devido à natureza das contas estoques estes são excluídos do 
cálculo, haja vista que, ainda que estes façam parte do ativo circulante, não se 
tem plena certeza do tempo de realização, assim como as despesas pagas 
antecipadamente, pelo fato de serem direitos de uso e não de recebimento em 
dinheiro (Borinelli & Pimentel, 2010). O quadro 11 evidencia as diferenças entre 
a liquidez seca versus liquidez corrente. 
𝐿𝑆 =
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 − 𝑒𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠 − 𝑑𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝑠 𝑝𝑎𝑔𝑎𝑠 𝑎𝑛𝑡𝑒𝑐𝑖𝑝𝑎𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 + 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑁ã𝑜 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
 
O índice da liquidez seca revela o percentual das dívidas de curto prazo 
que pode ser resgatado mediante o uso de ativos circulante de maior liquidez. 
Assim se o índice de liquidez seca for igual a 1,10 entende-se que, para cada $ 
1,00 de dívidas circulantes (curto prazo), a empresa mantém $1,10 de ativos 
monetários circulantes, principalmente caixa, aplicações financeiras a receber. 
Quadro 11. Liquidez seca X Liquidez Corrente 
Índice Nível ALTA BAIXA 
Liquidez 
Seca 
 
ALTA 
Situação financeira boa 
Situação financeira em principio 
satisfatória, 
Mas atenuada pela boa liquidez seca. 
Em certos casos pode até ser considerada 
razoável. 
BAIXA 
Situação financeira em principio 
satisfatória. 
A baixa liquidez seca não indica 
necessariamente comprometimento da 
situação financeira. Em certos casos pode 
ser sintoma de excessivos estoques 
“encalhados”. 
Situação financeira insatisfatória 
Fonte: Borinelli e Pimentel (2010) 
Conforme exposto, as características da liquidez seca em detrimento a 
liquidez corrente, representa um quadro onde é possível refinar o grau de 
excelência da situação financeira. 
Índice de Liquidez Imediata – Determina a relação existente entre o 
disponível e o passivo circulante, reflete a porcentagens das dívidas de curto 
 
 
27 
prazo, que pode ser saldada imediatamente pela empresa por suas 
disponibilidades de caixa. 
𝐿𝐼 =
𝐷𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
 
O quadro 9 apresenta, os índices, fórmula e a modo de interpretação de 
cada um dos indicadores. 
Quadro 12. Indicadores de liquidez 
Índice Fórmula Indica 
Interpretaçã
o 
Liquidez 
Geral 
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒+𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑟𝑒𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎𝑣𝑒𝑙 
𝑙𝑜𝑛𝑔𝑜 𝑝𝑟𝑎𝑧𝑜
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒+𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜
 𝑁ã𝑜 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
 
 
Proporção entre os bens e direitos de 
curto e longo prazos e as obrigações 
totais com terceiros. 
Quanto maior, 
melhor 
Liquidez 
corrente 
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
 
Proporção entre os bens e direitos 
apenas de curto prazo e as obrigações 
de curto prazo com terceiros. 
Quanto maior, 
melhor 
Liquidez 
seca 
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒−𝑒𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠−
𝑑𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝑠 𝑝𝑎𝑔𝑎𝑠 𝑎𝑛𝑡𝑒𝑐𝑖𝑝𝑎𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒+𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜
 𝑁ã𝑜 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
 
Semelhante à liquidez corrente, porém 
no ativo circulante, são excluídos os 
estoques e os direitos que não se 
converterão em caixa. 
Quanto maior, 
melhor 
Liquidez 
imediata 
𝐷𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
 
Proporção entre as disponibilidades e 
as obrigações de curto prazo com 
terceiros. 
Quanto maior, 
melhor 
Fonte: Borinelli e Pimentel (2010) 
 
 Neste entendimento, os indicadores de liquidez refletem a saúde 
financeira e capacidade de pagamento da empresa no curto prazo, no entanto 
devem ser analisados em conjuntos com outros indicadores de endividamento 
e rentabilidade. 
 
3.2 Índices de Estrutura de capital e Endividamento 
Esses indicadores, evidenciam a situação patrimonial da entidade, para 
aferir a composição (estrutura) das fontes passivas de recursos, assim como 
fornecem elementos para avaliar o grau de comprometimento financeiro de 
uma empresa. Os principais indicadores de estrutura e endividamento estão 
expostos no quadro 11 e descritos a seguir: 
Participação de capital de terceiros – Neste indicador, encontram-se 
relacionados os dois blocos componentes das fontes de recursos que a 
empresa possui: capital de terceiros e capital próprio, da sua análise é possível 
se detectar quanto a empresa tomou de capital de terceiros para cada $100 de 
capital próprio investido. 
𝑃𝐶𝑇 =
𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑟𝑐𝑒𝑖𝑟𝑜
𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
 
ou 
 
 
28 
𝑃𝐶𝑇 =
𝐸𝑥𝑖𝑔í𝑣𝑒𝑙 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 (𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 + 𝐸𝑥𝑖𝑔𝑖𝑣𝑒𝑙𝑎 𝑙𝑜𝑛𝑔𝑜 𝑝𝑟𝑎𝑧𝑜)
𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
 
A comparação do endividamento é efetuada pelo exigível total, de 
acordo com suas partes (passivo circulante + passivo não circulante) divididos 
pelo total do patrimônio líquido. Desse modo, a relação indica, que para cada 
uma das formas de cálculo, quanto a empresa possui de recursos de terceiros 
para cada unidade monetária aplicada de capital próprio. Um índice superior a 
1 denota maior grau de dependência financeira da empresa em relação aos 
recursos de terceiros. 
De acordo com Martins, Miranda e Diniz (2018) um parâmetro para se 
avaliar o índice de endividamento é a média do setor no qual a empresa está 
inserida. 
Composição de endividamento – Consiste em identificar que 
percentual das obrigações totais da firma corresponde a dívidas de curto prazo, 
para calculá-lo utiliza-se a seguinte fórmula (Borinelli & Pimentel, 2010). Assim 
quanto menor for este índice, melhor. 
𝐶𝐸 = 
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑟𝑐𝑒𝑖𝑟𝑜𝑠
 
Neste entendimento, para analisar a solvência de uma entidade, é 
importante conhecer os prazos de vencimentos de suas dívidas. Nesse sentido, 
o índice de composição do endividamento revela quanto da dívida total 
(passivo circulante + passivo não circulante) com terceiros é exigível no curto 
prazo (passivo circulante) (Martins, Miranda & Diniz, 2018). 
Endividamento Geral – Este índice também conhecido como 
dependência financeira, mede a porcentagem dos recursos totais da empresa 
(ativo total) que se encontra financiada por capital de terceiros (Assaf Neto & 
Lima, 2012). 
𝐸𝐺 =
𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑟𝑐𝑒𝑖𝑟𝑜𝑠
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜
 
ou 
𝐸𝐺 =
𝐸𝑥𝑖𝑔í𝑣𝑒𝑙 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 (𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 + 𝐸𝑥𝑖𝑔í𝑣𝑒𝑙 𝑎 𝑙𝑜𝑛𝑔𝑜 𝑝𝑟𝑎𝑧𝑜)
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜
 
Imobilização do Patrimônio Líquido – Este índice evidencia a parcela 
do capital próprio que está investida em ativos de baixa liquidez (ativos 
imobilizados, investimentos ou ativos intangíveis), ou seja, ativos não 
circulantes deduzidos dos ativos realizáveis a longo prazo (Martins, Miranda & 
Diniz, 2018). 
 
 
29 
𝐼𝑀𝑂𝐵 − 𝑃𝐿 =
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑃𝑒𝑟𝑚𝑎𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒
𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
 
Neste entendimento, conforme Martins, Miranda e Diniz (2018), quanto 
maior os recursos próprios a empresa investir em ativos de baixa liquidez 
(imobilizado, investimentos e intangíveis) menos sobrará para investir em 
Ativos Circulantes, consequentemente, terá que financiar as aplicações de 
curto prazo com recursos de terceiros. Assim, recomenda-se que a empresa 
financie suas atividades operacionais com recursos próprios, minimizando 
dependência de capital de terceiros e, consequentemente, o risco. 
Imobilização dos Recursos não correntes – Este índice mostra o 
percentual de recursos de longo prazo aplicados nos grupos de ativos de 
menor liquidez (imobilizado, investimentos e intangível). 
𝐼𝑀𝑂𝐵 =
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑃𝑒𝑟𝑚𝑎𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒
𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 + 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑛ã𝑜 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
 
Particularmente, este índice, concentra-se no fato de que os elementos 
do ativo permanente possuem vida útil que pode variar de 5 até 50 anos. Assim 
os Índices de imobilização de recursos não correntes, superiores a 1,0 
significam que a entidade está imobilizando recursos de curto prazo (passivo 
circulante), o que é um sinal de desequilíbrio financeiro (Assaf Neto & Lima 
2012). Entretanto de acordo com Martins, Miranda e Diniz (2018), a parcela de 
recursos não correntes que financia o Ativo Circulante é o Capital Circulante 
Líquido (CCL), que representa a parcela das aplicações de curto prazo que são 
financiadas por recursos de longo prazo, portanto, são “folga financeira. 
Quadro 13. Indicadores de Estrutura e Endividamento 
Índice Fórmula Indica Interpretação 
Participação de 
capital de 
terceiros 
𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑟𝑐𝑒𝑖𝑟𝑜
𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
 
Quanto a empresa obteve de 
capital de terceiros em relação ao 
capital próprio. 
Geralmente 
quanto menor, 
melhor 
Composição de 
endividamento 
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑟𝑐𝑒𝑖𝑟𝑜𝑠
 
 
Quanto a empresa possui de 
dívidas de curto prazo em relação 
ao total de dívidas. 
Geralmente 
quanto menor, 
melhor 
Endividamento 
Geral 
𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑟𝑐𝑒𝑖𝑟𝑜𝑠
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜
 
A dependência do capital de 
terceiros no financiamento da 
empresa 
Geralmente 
quanto menor, 
melhor 
Imobilização do 
Patrimônio 
líquido 
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑃𝑒𝑟𝑚𝑎𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒
𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
 
Quanto a empresa aplicou no 
ativo permanente (imobilizado) 
para $100 do patrimônio líquido. 
Geralmente 
quanto menor, 
melhor 
Imobilização 
dos Recursos 
não correntes 
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑃𝑒𝑟𝑚𝑎𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒
𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 +
𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑛ã𝑜 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒
 
Qual o percentual de recursos não 
correntes destinados ao Ativo 
permanente (imobilizado) 
Geralmente 
quanto menor, 
melhor 
Fonte: Borinelli e Pimentel (2010) 
 
 
 
30 
TEMA 4 – ANÁLISE DE RENTABILIDADE E LUCRATIVIDADE 
Os índices de lucratividade e rentabilidade procuram evidenciar qual foi 
a rentabilidade dos capitais investidos na empresa e a lucratividade (resultado) 
das operações realizadas por uma organização, revelando a capacidade para 
gerir seus ativos e o potencial de proporcionar resultados. Portanto, na análise 
de lucratividade e rentabilidade, é importante que os lucros estejam 
relacionados com valores que possam expressar a magnitude desses 
resultados e o desempenho das atividades da firma (Borinelli & Pimentel, 
2010). 
 
4.1 Índices de Lucratividade e rentabilidade 
Os índices de rentabilidade, relacionam os resultados obtidos pela 
empresa com algum valor que expresse a dimensão relativa do mesmo, ou 
seja, valor de vendas, ativo total, patrimônio líquido ou ativo operacional 
(Iudícibus, 2017). Já os índices de lucratividade relacionam números obtidos 
na Demonstração do resultado entre si, como por exemplo, lucro com vendas, 
já a rentabilidade relaciona números obtidos na Demonstração do resultado, 
com números do balanço patrimonial (Borinelli & Pimentel, 2010). 
A seguir são apresentados alguns dos indicadores mais usando para 
análise e no quadro 12 um resumo das formulas e como deve ser interpretado. 
Giro do ativo - Esse índice compara as vendas da empresa com o seu 
investimento. É estabelecida uma relação entre as vendas líquidas e o ativo da 
entidade. Ou seja, esse índice indica quanto a empresa vendeu para cada real 
investido. Quanto mais a empresa conseguir girar o seu ativo, melhores serão 
os resultados (Martins, Miranda & Diniz, 2018). 
𝐺𝐴 =
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑀é𝑑𝑖𝑜
 
Margem Líquida – Evidencia a parcela das vendas transformadas em 
lucro líquido. Em outras palavras é o percentual residual das empresas, depois 
de deduzidas todos os custos e despesas. Pode ser obtido na análise vertical 
da Demonstração do resultado. 
𝑀𝐿 =
(𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑋100)
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎
 
Rentabilidade do Ativo (ROA) - Este indicado mede quanto a empresa 
obtém de lucro para $100,00 de investimento total, é visto como uma medida 
de potencial de geração de lucro por parte da empresa. 
 
 
31 
𝑅𝑂𝐴 = 
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜𝑋100
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑀𝑒𝑑𝑖𝑜
 
Rentabilidade do patrimônio Líquido (ROE)- Este índice demonstra o 
retorno sobre o patrimônio líquido expressa os resultados alcançados pela 
administraçãoda empresa na gestão dos recursos próprios e de terceiros, em 
benefício dos acionistas (Iudícibus, 2017). Ou seja, verifica o retorno obtido 
pelos acionistas considerando a estrutura de capital utilizada pela entidade em 
determinado período. 
𝑅𝑂𝐸 = 
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑋 100
𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜
 
O quadro a seguir apresenta um resumo dos índices relatados. 
 
Quadro 14. Índices de Lucratividade e Rentabilidade 
Índice Fórmula Indica Interpretação 
Giro do ativo 
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑀é𝑑𝑖𝑜
 
Quanto a empresa vendeu em 
relação ao seu investimento 
total 
Quanto maior, 
melhor 
Margem Líquida 
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎
 
O percentual de lucro que a 
sociedade obteve em relação 
às suas vendas 
Quanto maior, 
melhor 
Rentabilidade do Ativo 
(ROA) 
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑀𝑒𝑑𝑖𝑜
 
Quanto a empresa lucrou em 
relação ao seu investimento 
total. 
Quanto maior, 
melhor 
Rentabilidade do 
patrimônio Líquido 
(ROE) 
𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑀é𝑑𝑖𝑜
 
Representa o rendimento do 
capital próprio. 
Quanto maior, 
melhor 
Fonte: Borinelli e Pimentel (2010) 
 
TEMA 5 – ANÁLISE DO CICLO OPERACIONAL 
Os índices de atividade, também chamados de índices do ciclo 
operacional, permitem que seja analisado o desempenho operacional da 
empresa e suas necessidades de investimento em giro (Assaf Neto e Lima, 
2012). Medem a eficiência da empresa em administrar seus ativos e passivos 
de curto prazo, mostram se o montante alocado de recursos de cada ativo ou 
passivo está de acordo com os níveis de produção e vendas, bem como a 
relação com a políticas de prazos médios de pagamento e recebimentos. 
A análise dos prazos médios permite a análise do ciclo operacional e 
financeiro da empresa, são “elementos fundamentais para a determinação de 
estratégias empresariais, tanto comerciais quanto financeiras, geralmente vitais 
para a determinação do fracasso ou do sucesso de uma empresa” (Matarazzo, 
2010, p. 260). Consistem em expressar relacionamentos dinâmicos – daí a 
denominação de indicadores de atividade (giro) – que acabam, direta ou 
indiretamente, influindo diretamente na posição de liquidez e rentabilidade. 
 
 
32 
 
5.1 Índices de Gestão ou Indicadores de Atividades - Giro 
Estes índices representam a velocidade com que elementos patrimoniais 
se renovam durante determinado período de tempo. Por sua natureza, têm 
seus resultados normalmente apresentados em dias, meses ou períodos 
maiores, fracionários de um ano. Envolvem elementos do balanço patrimonial e 
do demonstrativo de resultados, simultaneamente para os cálculos dos prazos 
médios de pagamentos e recebimentos, giro de estoques e vendas e o ciclo 
operacional, compondo os ciclos operacionais e financeiros. 
PMRE (Prazo médio de Renovação de estoques) - este índice 
procura (mensurado pelo custo das vendas) representa quantas vezes o 
estoque se “renovou” em função das vendas. Assim, uma empresa que vendeu 
mercadorias (ou produtos) que custaram $ 100.000 e que manteve um estoque 
médio durante o período de $ 20.000 terá um prazo médio de 72 dias, Isto 
significa que o estoque demora, em média, 72 dias para ser vendido, se o 
período for anual. 
𝑃𝑀𝑅𝐸 = 
𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠 𝑋 360
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑎𝑠 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠
 
𝑃𝑀𝑅𝐸 = 
𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑑𝑜𝑠 𝑋 360
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑎𝑠 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠
 
O Estoque Médio é obtido pela soma do Estoque Total do ano anterior com 
Estoque Total do ano em curso, dividido por dois. 
Pontos a serem considerados na análise: 
- Alto índice de rotação: também pode ser sinal de baixo investimento 
em estoques, o que pode acarretar a perda de vendas e consequente redução 
nos lucros, apesar de redução nos investimentos ser necessária à sua 
manutenção (armazenagem e seguros). 
- Baixo índice de rotação: a baixa rotação pode estar sinalizando um 
investimento excessivo nos estoques, incorrendo muito provavelmente em 
aumento nos seus custos com manutenção (armazenagem e seguros). 
 
PMRV (Prazo médio de Recebimentos de vendas) - Esse indicador 
mostra quantos dias ou meses, em média, a empresa leva para receber suas 
vendas. Cabe lembrar que o volume de duplicatas a receber de uma empresa 
decorre do montante de suas vendas a prazo e dos prazos concedidos. 
 
 
33 
No cálculo, devemos usar a Média de Duplicatas a Receber quando 
ocorrer discrepância significativa entre os dois saldos. A Média de Duplicatas a 
Receber é obtida pela soma dos saldos de Duplicatas a Receber do ano 
anterior com os do ano em curso, dividido por dois. 
𝑃𝑀𝑅𝑉 = 
Duplicatas a Receber (ou média dos periodos) 𝑋 360
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠
 
PMPC (Prazo médio de pagamentos de compras) - Esse indicador 
mostra quantos dias ou meses, em média, a empresa leva para quitar suas 
dívidas junto aos seus fornecedores. Sendo assim, o prazo médio para 
pagamento das compras deverá ser superior aos prazos concedidos aos 
clientes, de forma a permitir a manutenção de um adequado nível de liquidez. 
No cálculo devemos usar a Média de Fornecedores quando ocorrer 
discrepância significativa entre os dois saldos. A Média de Fornecedores é 
obtida pela soma dos saldos de Fornecedores do ano anterior com o do ano 
em curso, dividido por dois. 
𝑃𝑀𝑃𝐶 =
𝐹𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑒𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠 (𝑜𝑢 𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑜𝑠 𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑑𝑜𝑠)𝑋 360
𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎𝑠 ∗∗
 
Para facilitar cálculos, considerar custos das mercadorias vendidas como proxy 
para compras ou utilizar CMV= estoque inicial +compras –estoque final 
 
Quadro 15. Indicadores de Atividades 
Índice Fórmula Indica Interpretação 
PMRE 
(Prazo médio de 
Renovação de 
estoques) 
𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒𝑠 
 (𝑜𝑢 𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑜𝑠 𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑑𝑜)𝑋 360
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑎𝑠 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠
 
Quantos dias, em média a 
empresa leva para vender 
seus estoques 
Quanto menor, 
melhor 
PMRV 
(Prazo médio de 
Recebimentos de 
vendas) 
Duplicatas a Receber 
(ou média dos periodos) 𝑋 360
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠
 
Quantos dias, em média a 
empresas leva para 
receber dos seus clientes 
Quanto menor, 
melhor 
PMPC 
(Prazo médio de 
pagamentos de 
compras) 
𝐹𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑒𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠
 (𝑜𝑢 𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑜𝑠 𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑑𝑜𝑠)𝑋 360
𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎𝑠 ∗
 
Quantos dias, em média a 
empresa leva para pagar 
seus fornecedores 
Quanto maior, 
melhor 
(*) Para facilitar cálculos, considerar custos das mercadorias vendidas como proxy para compras 
ou utilizar CMV= estoque inicial +compras –estoque final 
Fonte: Borinelli e Pimentel (2010) 
 
5.2 Ciclo operacional e Ciclo Financeiro 
Correspondem as etapas de giro das atividades, abrangendo o ciclo 
econômico (atividades operacionais) e o financeiro, que correspondem as 
entradas e saídas de recursos financeiros do caixa. Esse conceito tem o 
objetivo de proporcionar uma visão do tempo gasto pela entidade em cada fase 
 
 
34 
do processo produtivo, bem como o volume de capital necessário para suportar 
financeiramente o prazo envolvido entre a aquisição da mercadoria e o 
recebimento da venda. 
5.2.1 Ciclo operacional 
Confrontando os prazos médios para realizar monetariamente as vendas 
com o prazo médio que se tem para pagamento das compras de matérias-
primas ou mercadorias a fornecedores, consegue-se detectar se a empresa 
está operando com superávit ou déficit financeiro em seu ciclo operacional. 
Este ciclo tem início com a recepção dos materiais (ou mercadorias para 
revenda) e termina com a entrada

Outros materiais