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Introdução
A Constituição é a base da pirâmide das leis que regula a vida de um povo. Desde a Independência reino Português, em 07 de setembro de 1822, o Brasil já teve as seguintes Constituições: 1824, 1891, 1934, 1937, 1946, 1967 (com a emenda de 1969), e a atual de 1988.
A legítima Constituição deve ter entre suas normas, não só os interesses inerentes aos fatores de poder, mas também, elementos de ordem política, social e econômica, positivados através do reconhecimento e da garantia dos princípios fundamentais, para resguardar seus cidadãos de toda sorte de abusos ou injustiças.Mas, nem sempre é isso o que acontece.
O presente estudo tem por finalidade investigar o processo histórico de criação e de formação das Constituições brasileiras, objetivando ainda, verificar como se desenvolveu ao longo deste tempo, a partir da nossa primeira Constituição (1824), o direito constitucional brasileiro e sua principais características.
 
Constituições Brasileiras
Uma constituição é a lei suprema de um País – daí a denominação Carta Magna. Trata-se de um documento que contém o conjunto de regras de governo, estabelecendo o ordenamento jurídico de uma nação.
O Brasil, ao longo de sua história, já teve sete constituições, sendo a mais recente a promulgada em 1988 e que está em vigor.
1ª - Constituição de 1824 (Brasil Império)
A afirmação da independência foi o grande desafio do monarca no início de seu reinado. A organização do Estado Nacional e a criação das instituições políticas e administrativas visavam à efetivação de um país autônomo. Para tanto, D. Pedro 1º convocou a primeira Assembleia Constituinte para elaborar um projeto constitucional que estabelecesse parâmetros de organização política para o país.
Os componentes da Assembleia, todos membros da elite agrária brasileira, elaboraram um projeto de acordo com os seus interesses de classes sociais. O poder seria dividido em três: Legislativo, Executivo e Judiciário, seguindo o modelo liberal francês. O Poder Executivo, de exercício do monarca, estaria subordinado ao Legislativo, composto pela elite agrária.
O voto seria censitário, isto é, vinculado à renda medida pela quantidade de farinha de mandioca produzida pelos produtores rurais. Utilizar a farinha de mandioca como medida de riqueza tem sua lógica numa sociedade predominantemente rural e agrária, que tem esse como seu alimento básico. A produção em maior ou menor escala era proporcional ao tamanho da propriedade de cada um. Como a quantia de farinha exigida para alguém se candidatar a algum cargo ou ter direito ao voto era grande, somente a elite agrária preenchia a exigência. Dessa forma, os latifundiários pretendiam predominar no Legislativo, controlando D. Pedro 1º e reduzindo o seu poder.
Além do voto censitário, a Constituição da Mandioca tinha características xenofóbicas. Nenhum estrangeiro poderia participar da política nacional. O monarca, de origem portuguesa, sentiu-se diretamente atingido e, numa demonstração de força e poder, ordenou a dissolução da Assembleia Constituinte, pondo fim aos anseios da elite agrária de controlá-lo.
Em 1824, D. Pedro 1º outorgou a primeira Constituição Brasileira, inspirada na Constituição da Mandioca, porém, com as correções que ele considerava necessárias. O direito ao voto continuaria censitário até a proclamação da República, privilegiando a elite agrária e excluindo os demais. No entanto, criava um quarto poder, o Moderador, de exercício exclusivo do chefe de Estado, que se sobreporia aos demais, caracterizando o autoritarismo político que marcou o Império brasileiro.
O que ficou determinado pela Constituição de 1824:
- O Brasil seguiria o regime político monárquico, sendo que o poder seria transmitido de forma hereditária. 
- O poder moderador, exercido pelo imperador, estava acima dos outros poderes. Através deste poder, o imperador poderia controlar e regular os outros poderes. Assim, o imperador tinha o poder absoluto sobre todas as esferas do governo brasileiro.
- Voto censitário, ou seja, para poder votar e se candidatar a pessoa deveria comprovar determinada renda.
- Estabeleceu os quatro poderes: executivo, legislativo, judiciário e moderador.
- Estabeleceu a Igreja Católica como religião oficial do Brasil. A Igreja ficou subordinada ao Estado.
- Criação do Conselho de Estado, composto por conselheiros escolhidos pelo imperador.
- Poder executivo exercido pelo imperador e ministros de Estado.
- Deputados e senadores seriam os responsáveis pela elaboração das leis do país, que seriam executadas pelo poder executivo.
- Manutenção da divisão territorial nacional em províncias.
- O imperador tinha o direito de não responder na justiça por seus atos.
- Estabelecimento de garantias e direitos individuais. 
2ª - Constituição de 1891 (Brasil República)
A Constituição de 1891 inaugurou a orientação da República no Brasil. Foi publicada no dia 24 de fevereiro daquele ano e vigorou até 1932. Foi a diretriz do período chamado como República Velha, comandada por oligarquias latifundiárias, com uma economia profundamente baseada no café e dominada pelos estados de São Paulo e Minas Gerais.
Os grupos oligárquicos vão garantir a dominação política no país, através do coronelismo, do voto do cabresto, da política dos governadores e da política de valorização do café.
Após a proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, houve mudanças significativas no sistema político e econômico do país, com a abolição do trabalho escravo, a ampliação da indústria, o deslocamento de pessoas do meio rural para centros urbanos e também o surgimento da inflação. Outra mudança foi o abandono do modelo do parlamentarismo franco-britânico, em proveito do presidencialismo norte-americano. 
Buscando uma natureza laica, a Constituição de 1891 estabeleceu a separação entre a Igreja e o Estado. Paralelamente, a criação do casamento civil, do atestado de óbito e da certidão de nascimento afastava a permanência de antigas funções públicas antigamente reservadas aos membros do clero católico. Tais ações aparentavam o surgimento da liberdade religiosa no país. Contudo, por diversas vezes, as autoridades republicanas censuraram as manifestações religiosas de natureza afro-brasileira.
Principais características da Constituição de 1891
- Implantação da república federativa, com governo central de vinte estados membros.
- Estabelecimento de uma relativa e limitada autonomia para os estados.
- Grande parte do poder concentrado no governo federal (poder executivo).
- Divisão dos poderes em três: executivo (presidente da república, governadores, prefeitos), legislativo (deputados federais e estaduais, senadores e vereadores) e judiciário (juízes, promotores, etc).
- Estabelecimento do voto universal masculino. Ou seja, somente os homens poderiam votar. Além das mulheres, não podiam votar: menores de 21 anos, mendigos, padres, soldados e analfabetos.
Direitos dos cidadãos e educação
No tocante aos direitos dos cidadãos, a Constituição determinava que:
- Todos eram iguais perante a lei.
- Ninguém poderia ser obrigado a fazer ou deixar de fazer algo, senão em virtude da lei.
- Liberdade de culto religioso.
- Estabelecimento do ensino leigo em estabelecimentos públicos.
- Extinção de privilégios relacionados ao nascimento ou títulos de nobreza adquiridos na época da monarquia.
- Liberdade de reunião e associação, porém sem uso de armas.
- Garantia de liberdade de imprensa e expressão de opiniões. Não estabelece censura, porém cada pessoa fica responsável por abusos cometidos.
- Liberdade de exercício de qualquer profissão industrial, moral e intelectual.
- Liberdade para entrar e sair do país com seus bens, exceto em tempos de guerras.
3ª - Constituição de 1934 (Segunda República) 
O Brasil passou, durante quatro anos, por um governo provisório quando terminou a Revolução de 30. A constituição de 1891 e a República Velha foram extintas, e tenentes buscavam construir uma nova república. Júlio Prestes, presidente eleito em 1930, foi impedidode tomar posse, tornando em 3 de novembro de 1930 Getúlio Vargas o Presidente do Brasil.
Getúlio Vargas instituiu a nomeação de interventores de confiança nos estados do Brasil, principalmente naqueles onde havia forte oposição ao seu governo. Diante dessas medidas e da insatisfação da população, em 1932 as tropas de São Paulo lutaram contra as forças do Exército Brasileiro durante a Revolução Constitucionalista de 1932. O estado exigiu, diante da preocupação com a questão do regime político, as eleições para a Assembleia Constituinte.
Presidido por Getúlio Vargas, o país realiza nova Assembleia Constituinte, instalada em novembro de 1933. A Constituição, de 16 de julho de 1934, traz a marca getulista das diretrizes sociais e adota as seguintes medidas: maior poder ao governo federal; voto obrigatório e secreto a partir dos 18 anos, com direito de voto às mulheres, mas mantendo proibição do voto aos mendigos e analfabetos; criação da Justiça Eleitoral e da Justiça do Trabalho; criação de leis trabalhistas, instituindo jornada de trabalho de oito horas diárias, repouso semanal e férias remuneradas; mandado de segurança e ação popular.
Essa Constituição sofreu três emendas em dezembro de 1935, destinadas a reforçar a segurança do Estado e as atribuições do Poder Executivo, para coibir, segundo o texto, "movimento subversivo das instituições políticas e sociais".  
As características da constituição de 1934
Entre as principais características da Constituição de 1934, estão os seguintes tópicos:
Possibilidade de nacionalização das empresas estrangeiras, e o estabelecimento do monopólio estatal sobre determinadas indústrias;
Previu a criação da Justiça do Trabalho e da Justiça Eleitoral;
Instituição do voto secreto e obrigatório para maiores de 18 anos, além de estipular o voto feminino;
Proibição da distinção salarial devido ao sexo, idade, nacionalidade ou estado civil;
O primeiro presidente da República, de acordo com a determinação de disposições transitórias, seria eleito pelo voto indireto da Assembleia Constituinte;
Direito de educação para todos;
Obrigatoriedade e gratuidade do ensino primário – mesmo que para adultos;
O ensino religioso facultativo, sendo respeitada a confissão do aluno;
Liberdade de ensino e garantia da cátedra.
Apesar de conceder direitos de natureza democrática, essa mesma constituição mostrava seu lado autoritário ao determinar que as novas leis eleitorais não valessem para escolha do novo presidente. Dessa forma, Getúlio Vargas foi indiretamente eleito por meio da escolha dos membros da Assembléia Constituinte – em sua maioria aliada ao presidente – que estabeleceram um mandato de mais quatro anos
4ª - Constituição de 1937 (Estado Novo)
Em 10 de novembro de 1937, Getúlio Vargas revogou a Constituição de 1934, dissolveu o Congresso e outorgou ao país, sem qualquer consulta prévia, a Carta Constitucional do Estado Novo, de inspiração fascista, com a supressão dos partidos políticos e concentração de poder nas mãos do chefe supremo do Executivo. Essa Carta é datada de 10 de novembro de 1937.
O golpe de Estado, do qual ela resultou, foi justificado pelo Plano Cohen que levantava uma possível ameaça comunista. Rompendo com as anteriores, a Constituição de 1937 tinha um caráter centralista e autoritário, influenciada pela Constituição autoritária da Polônia e sendo apelidada, por isso, de Polaca, deu início à Ditadura Vargas.  
A Constituição de 1937 atendeu aos interesses de grupos políticos dominantes e daqueles que se firmaram como aliados, corroborando para a consolidação do domínio destas classes. Portanto, a principal característica dessa carta política era a concentração de poderes sob o domínio do presidente Getúlio Vargas. De conteúdo eminentemente centralizador, condicionou ao chefe do Executivo a delegação dos interventores, os quais, por seu turno, escolhiam os representantes municipais.
O apogeu do governo centralizador de Vargas sucedeu-se com o regime do Estado Novo. Nesse período, os direitos políticos foram extirpados, os órgãos legiferantes no âmbito federal, estadual e municipal foram fechados, criando-se departamentos administrativos e interventorias. As políticas de governo, tais como as relacionadas com os setores de petróleo e siderurgia, tiveram ampla colaboração, mormente dos militares.
O vínculo que o Estado Novo apresentou com o fascismo se deve ao fato de aquele apresentar como características um Estado rijo, interventor, centralizador, propulsor de políticas públicas cujo fundamento era criar condições necessárias para o crescimento econômico, desenvolvimento do país e racionalização do Estado.
Nesse diapasão, pode-se destacar dentre os principais dispositivos da Constituição de 1937:
1. Aboliu-se a invocação ao nome de Deus;
2. Concentração de poderes ao chefe do Executivo;
3. Determinou-se eleições indiretas para presidente, cujo mandato será de seis anos;
4. O Senado Federal passou a ser denominado de Conselho Federal;
5. Restringiu a autonomia dos Estados-Membros;
6. Criou a técnica do estado de emergência;
7. Os órgãos legiferantes foram dissolvidos;
8. Foi estabelecida a pena de morte;
9. Extinguiu-se o federalismo;
10. Suprimiu-se o liberalismo;
11. Retirou-se o direito de greve do trabalhador;
12. O Governo tinha a prerrogativa de expungir funcionários opositores do regime;
13. Mandato presidencial prorrogado até a realização de um plebiscito, o que nunca se realizou;
14. Extirpou-se os partidos políticos e a liberdade de imprensa, vigorando a censura prévia;
15. Modelo externo: Ditaduras fascistas;
16. Possibilitou que o Presidente da Republica interferisse nas decisões do Judiciário, pois lhe possibilitava submeter à apreciação do Parlamento as leis declaradas inconstitucionais, podendo o Parlamento desconstituir esta declaração e inconstitucionalidade através de dois terços de seus membros;
17. Restringiu os direitos individuais e desconstitucionalizou o instituto da ação popular  e o mandado de segurança.
O exercício dessa Constituição foi inconstante. A decomposição dos órgãos legislativos e a sua índole centralizadora converteram-na em um texto entorpecido e inerte em vários dispositivos.
5ª - Constituição de 1946
Com o ingresso do Brasil na II Guerrra Mundial ao lado dos aliados, a continuidade do Estado Novo ficou comprometida. A posição brasileira contrária ao regime ditatorial nazi-fascista pôs em xeque, isto é, tornou vulnerável a própria conservação do governo despótico no Brasil. Com a ilegitimidade do Estado Novo, este entra em declínio e finda-se em 1945. Após a queda de Vargas e da Ditadura, encetou-se um período de redemocratização, haja vista a necessidade de um novo ordenamento constitucional. 
Essa Constituição, datada de 18 de setembro de 1946, retomou a linha democrática de 1934 e foi promulgada de forma legal, após as deliberações do Congresso recém-eleito, que assumiu as tarefas de Assembleia Nacional Constituinte.
A nova Carta apresentava como principais tópicos:
1. O bicameralismo é reinstituído;
2. Reestabelecimento do cargo de Vice-Presidente da República;
3. Ampliação dos poderes da União, diminuindo os poderes dos Estados;
4. A propriedade foi regulada a função social, possibilitando a desapropriação por interesse social (art. 141, § 16º);
5. Admissão de título atinente à família, à cultura e à educação;
6. Instituiu-se a Justiça do Trabalho e o Tribunal Federal de Recursos;
7. Introdução de mandato presidencial de cinco anos (quinqüênio);
8. Proteção da propriedade privada e do latifúndio;
9. Garantia de direito a greve e de livre associação sindical;
10. Assegura a liberdade de expressão e opinião;
11. Estabelece-se o equilíbrio entre os poderes;
12. Constitucionalizou-se o mandado de segurança para proteger direito líqüido e certo não amparado por habeas corpus e a a ação popular (art. 141);
Além desses dispositivos, também foram inseridos: a igualdade de todos perante a lei; a inviolabilidade do sigilo de correspondência; a inviolabilidade da casacomo asilo do indivíduo; a prisão só em flagrante delito ou por ordem escrita de autoridade competente e a garantia ampla de defesa do acusado.
6ª - Constituição de 1967 (Regime Militar) 
O contexto predominante nessa época era o autoritarismo e a política da chamada segurança nacional, que visava combater inimigos internos ao regime, rotulados de subversivos. Instalado em 1964, o regime militar conservou o Congresso Nacional, mas dominava e controlava o Legislativo. Dessa forma, o Executivo encaminhou ao Congresso uma proposta de Constituição que foi aprovada pelos parlamentares e promulgada no dia 24 de janeiro de 1967. 
A chegada dos militares ao poder no ano de 1964 promoveu uma série de mudanças no cenário político brasileiro. Em um primeiro momento, os novos representantes instalados no governo priorizavam a contenção das oposições políticas por meio de Atos Institucionais que ignoravam completamente as diretrizes estabelecidas pela Constituição de 1946. 
Entre outras ações, a constituição responsabilizava diretamente o Executivo sobre questões que envolviam a administração pública e a segurança nacional. Nesse último aspecto, o regime militar compreendia que essa segurança envolvia qualquer tipo de ação que fosse contra a visão política e social do país. Seguindo tal conceito, o governo empreendeu a criação de mecanismos capazes de controlar os meios de comunicação e qualquer outra manifestação ligada à vida cultural do país por meio da criação da Lei de Imprensa e da Lei de Segurança Nacional. 
Com relação às eleições presidenciais, a nova ordem buscou oferecer uma aparência democrática onde o Congresso seria responsável por decidir que ocuparia o posto máximo do governo. Contudo, esse seria um mecanismo superficial que teria a função de acobertar o poder de decisão dos altos escalões militares que resolviam o problema da sucessão presidencial. Na verdade, o Congresso apenas confirmava uma decisão interna previamente definida pelos militares. 
Além dessas ações, a Constituição de 1967 materializava o regime de exceção dos militares por meio de outras medidas acessórias. A lei defendia o uso da pena de morte para qualquer crime ligado à segurança nacional, retirava qualquer direito dos trabalhadores de promoverem greves ou organizarem sindicatos e lançava as bases necessárias para outras leis que instituiriam a censura e o banimento dos cidadãos. 
Vigorando durante todo o restante do regime, a constituição de 1967 era o dispositivo máximo responsável por trazer ao campo da legalidade todos os atos de natureza antidemocrática. Paralelamente, o novo texto jurídico ainda contou com a decretação do Ato Institucional n° 5, que ampliava os já tão dilatados poderes políticos dos militares. Esta constituição ficou vigente até 1988, quando os congressistas voltaram a discutir outra constituição.
As principais medidas do texto constitucional são as seguintes:
1. Estribou todo o arcabouço de poder na Segurança Nacional;
2. Aumentou os poderes da União e do Poder Executivo em conflito com os interesses dos demais Poderes;
3. Ocorreu reformulação do sistema tributário nacional;
4. É conferido ao Poder Executivo o condão de legislar em matéria de orçamento e segurança;
5. Ação de suspensão de direitos políticos e individuais (art. 151. Aquele que abusar dos direitos individuais previstos nos §§ 8º, 23, 27 e 28);
6. Eleição indireta para Presidente da República;
7. Instituiu-se a pena de morte para crimes de segurança nacional;
8. Abre margem para posterior imposição de leis de censura e banimento;
9. Aniquilou a autonomia dos Municípios;
10. Autorização para expropriação.
EMENDA CONSTITUCIONAL N.1 DE 1969 (EDITADA EM 17/10/1969)
A Emenda Constitucional n. 1, introduziu as seguintes alterações:
1. Aumento do mandato presidencial para cinco anos (qüinqüênio);
2. Determina eleições indiretas para a função de governador de Estado;
3. Extirpação das imunidades parlamentares.
Além dessas alterações, o governo estabeleceu a Lei de Segurança Nacional, que tornava adstrita as liberdades civis, e a Lei de Imprensa que institua o órgão da Censura Federal.
ATOS INSTITUCIONAIS
Digno de nota, os Atos Institucionais (AIs) foram tão importantes quanto a própria Constituição de 1967 para a História constitucional brasileira. Ao todo, foram dezessete Atos Institucionais, mas destacaremos os seguintes:
Ato Institucional – 1
Poder de alterar a Constituição; cassar mandatos e suspender políticos; estabelecia eleições indiretas para presidência da República.
Ato Institucional – 2
Determinou eleição indireta para presidência da República; extinguiu todos os partidos políticos; ampliou o número de ministros do STF; intervenção nos Estados.
Ato Institucional – 3
Determinava eleições indiretas para governador e vice-governador e nomeação de prefeitos pelos governadores.
Ato Institucional – 4
Invitou o Congresso Nacional para a votação e promulgação do Projeto de Constituição.
Ato Institucional – 5
Fechamento do Congresso Nacional; cassação dos mandatos eletivos; suspensão dos direitos políticos e liberdades individuais; proibição de manifestações públicas; ao Poder Executivo foi dada a prerrogativa de legiferar sobre todos os temas.
7ª - Constituição de 1988 (Constituição Cidadã)
Em 27 de novembro de 1985, por meio da emenda constitucional 26, foi convocada a Assembleia Nacional Constituinte com a finalidade de elaborar novo texto constitucional para expressar a realidade social pela qual passava o país, que vivia um processo de redemocratização após o término do regime militar. 
Em 5 de outubro de 1988, com transmissão ao vivo pela imprensa televisionada brasileira, a nova Lei Maior foi promulgada. Contendo 245 artigos na parte permanente e 73 no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, as principais características dessa Constituição são:
1. Assegura princípios fundamentais ínsitos à necessidade humana, servindo de fulcro o princípio da dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º a 4º);
2. Instituiu-se o Superior Tribunal de Justiça, substituindo o Tribunal Federal de Recursos;
3. Estabeleceu o mandado de segurança coletivo (CF, art. 5º, LXX), mandado de injunção (CF, art. 5º, LXXI) e habeas data (CF, art. 5º, LXXII).
4. Reforma eleitoral, estabelecendo a faculdade de exercício do direito do voto aos analfabetos e brasileiros maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
5. A propriedade atenderá a sua função social (CF, art. 5º, XXIII);
6. Repúdio ao racismo, passando a ser crime inafiançável (CF, art. 4º, VIII);
7. Assegura aos índios a posse permanente de suas terras;
8. Assenta novos direitos trabalhistas (CF, art. 7º).
Por todos os avanços que podemos verificar na Constituição de 1988, o deputado Ulisses Guimarães, o qual presidiu a Assembléia Constituinte, a denominou de Constituição-cidadã. É interessante destacar também que, com base no art. 64 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, exemplares da Constituição do Brasil foram distribuídos por todo o país. Por fim, em 1993, ocorreu um plebiscito sobre a forma e sistema de governo. Nessa ocasião, o povo brasileiro (a grande maioria sem discernimento sobre o assunto), decidiu pela manutenção da república presidencialista.
Conclusão
Podemos notar que na história do Brasil, a maioria das Constituições sempre refletiu somente os fatores de poder. Como exemplo, temos a Constituição de 1824, que instituiu o Poder Moderador, o qual concedia amplos e quase que totais poderes ao Imperador, mas possuía poucos direitos individuais. A Carta Magna de 1937 somente refletia os interesses do Estado Novo, ditadura imposta por Getúlio Vargas, já que seu texto possuía caráter claramente fascista e autoritário, com desrespeito completo à tripartição dos poderes, tendo ainda, instituído a pena de morte para os crimes políticos. Não estava assente com a vontade popular. Privilegiava o poder de uma pessoa,  o Presidente da República, em detrimento de toda a população. Não exprimia a vontade popular e não possuíao reconhecimento de preservação dos direitos fundamentais em seu bojo.
Outro exemplo de Constituição baseada somente nos fatores de poder é a Carta de 1967, instituída pelo Governo da Ditadura Militar. Esta, reforçou os poderes do governo, mais precisamente  os poderes do Presidente da República, reduziu a autonomia individual e permitiu a suspensão de direitos e garantias constitucionais. Durou somente enquanto houve a ditadura, enquanto o regime encontrava-se no poder. 
Chegamos à inevitável conclusão que as Constituições, especialmente as outorgadas (como as CFs brasileiras de 1824, 1937 e 1967), assim como as demais regras que regem uma sociedade, não podem ser o reflexo somente dos fatores de poder, sob o risco de serem institutos temporários, que privilegiam a minoria e que necessitam de modificações permanentes, ocasionando incerteza jurídica.
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 difere de todas as demais Constituições existentes no Brasil, em razão de sua índole humanitária. Por isso mesmo, é classificada quanto aos direitos fundamentais, por atentar ao princípio de solidariedade e aos direitos humanos. Como Estado democrático de direito tem como fundamentos: a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político.
Bibliografia
Conteúdo disponível em: http://www.brasil.gov.br/governo/2012/04/constituicoes-anteriores 
Acesso 13/11.
Conteúdo disponível em: http://www12.senado.leg.br/noticias/entenda-o-assunto/constituicoes-brasileiras 
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Conteúdo disponível em: http://veja.abril.com.br/multimidia/infograficos/as-sete-constituicoes-da-historia-do-brasil 
Acesso 13/11.
Conteúdo disponível em: http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/reeleicao-farinha-e-historia-constituicao-da-mandioca-e-a-politica-brasileira.htm 
Acesso 13/11.
Conteúdo disponível em: http://www.historiadobrasil.net/brasil_monarquia/constituicao_1824.htm 
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Conteúdo disponível em: http://www.historiadobrasil.net/brasil_republicano/constituicao_1891.htm 
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Conteúdo disponível em: http://www.estudopratico.com.br/constituicao-de-1934/ 
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Conteúdo disponível em: http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=artigos_leitura_pdf&artigo_id=4037 
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Conteúdo disponível em: http://www.mundoeducacao.com/historiadobrasil/constituicao-1967.htm 
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