Buscar

Direito Tributario

Prévia do material em texto

Outros livros do autor
publicados pela Atlas
•   Código Tributário Nacional 
comentado
•   Contabilidade tributária
•   Contabilidade tributária e societária 
para advogados
•   Direito de empresa no novo 
Código Civil
•   Direito tributário aplicado: impostos 
e contribuições das empresas
•   Fusões, aquisições, participações 
e outros instrumentos de 
gestão de negócios
•   Prática tributária da micro, 
pequena e média empresa
•  Simples Nacional
Láudio Camargo Fabretti foi advoga-
do (USP), contador (PUC-SP), especialista 
em Direito Tributário (PUC-SP), professor 
dos cursos de especialização da PUC-SP, da 
Escola Superior de Advocacia da OAB/SP e 
da Escola Paulista de Direito (EPD) e pro-
fessor visitante dos cursos de pós-gradua-
ção das Universidades Federais de Pernam-
buco e do Amazonas. Na PUC/SP foi chefe 
do Departamento de Contabilidade da 
Faculdade de Economia e Administração 
(FEA) por quatro mandatos, diretor por 
dois mandatos e diretor geral e fundador 
do Centro de Ciências Jurídicas, Econômi-
cas e Administrativas. Recebeu a medalha 
Frederico Herrmann Junior da Ordem do 
Mérito Contábil do CRC-SP. Advogado tri-
butarista e consultor jurídico contábil. Foi 
membro honorário do Instituto Brasileiro 
de Planejamento Tributário (IBPT).
Dilene Ramos Fabretti é advogada, 
com especialização e mestrado em Direito 
Tributário pela PUC-SP e professora de Di-
reito Tributário, Legislação Tributária, Pla-
nejamento Tributário e Direito Comercial 
na Faculdade de Economia, Administração 
e Ciências Contábeis da PUC-SP. Consul-
tora jurídica e advogada nas áreas de Direi-
to Tributário, Trabalhista e Previdenciário.
Este livro aborda em linguagem clara, objetiva e didática os temas fundamentais do Direito 
Tributário aplicáveis aos cursos de Administração e de Ciências Contábeis, aliados ao desenvol-
vimento prático por meio de casos e exercícios, cujas resoluções serão disponibilizadas para os 
professores na Internet.
Inclui um capítulo especial de planejamento tributário, fundamental para o desenvolvimento dos 
negócios das empresas em face da elevada carga tributária atual. Os últimos tópicos tratam objetiva-
mente da fiscalização (administração tributária) e das defesas fiscais do contribuinte.
O livro está atualizado com as novas disposições da Lei Complementar no 118/05, que adaptam as 
normas do Código Tributário Nacional às novas regras de recuperação judicial, extrajudicial e de 
falência, da Lei no 11.101/05.
Antes, são estudados os capítulos assim discriminados: Atividade financeira do Estado; Noções ele-
mentares de direito; Fontes do direito; Sistema Tributário Nacional; Limitações ao poder de tributar; 
Elementos do tributo; Conceito e elementos da obrigação tributária; Crédito tributário; Extinção 
do crédito tributário; Suspensão do crédito tributário; Exclusão do crédito tributário; Planejamento 
tributário; Administração tributária; Defesas fiscais do contribuinte.
Ao final traz um Roteiro de Estudo, que ressalta os pontos fundamentais da matéria e pode ser uti-
lizado por professores e alunos na preparação da avaliação final do curso.
APLICAÇÃO
Este livro objetiva suprir a dificuldade que geralmente os professores têm ao ministrar esta matéria 
nos cursos de Administração e de Ciências Contábeis, uma vez que as obras existentes de Direito 
Tributário destinam-se aos estudantes e operadores de Direito. Com base em experiência didática 
nessa área, os autores elaboraram texto em linguagem mais acessível e com aplicações práticas, que 
auxiliam tanto os professores quanto os alunos.
Direito
Tributário
Direito
Tributário
para os Cursos de
Administração e
Ciências Contábeis
para os Cursos de
Administração e
Ciências Contábeis
Láudio Camargo Fabretti
Dilene Ramos Fabretti
Láudio Camargo Fabretti
Dilene Ramos Fabretti
Direito
Tributário
para os Cursos de Administração e Ciências Contábeis D
ireito Tributário para os C
ursos de A
dm
inistração e C
iências C
ontábeis
Fabretti
www.EditoraAtlas.com.br
8a Edição
Revista e Atualizada com a
Lei Complementar no 118/05
6628.indd 1 18/05/2012 14:31:28
SÃO PAULO
EDITORA ATLAS S.A. – 2012
Láudio Camargo Fabretti
Portal Atlas
Direito Tributário para 
os cursos de Administração 
e Ciências Contábeis
Direito Tributário para os Cursos de Administração e Ciêcias Contábeis | Fabretti 2
Direito Tributário para os Cursos de 
Administração e Ciências Contábeis
RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS
CAPÍTULO 1 
ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO
I – Questões
1 – A contribuição social previdenciária (art. 195, inciso I, alínea a da CF), que incide sobre a folha de 
salários, arrecadada pelo INSS, é receita derivada da soberania do Estado, ou seja, obtida por imposição 
da lei. Essa imposição legal de prestação pecuniária compulsória é tributo (art. 3º, CTN). Portanto é 
receita tributária.
2 – As empresas de telefonia privatizadas são pessoas jurídicas de direito privado. Por essa razão cobram 
preço pelos seus serviços. Entretanto, esse preço depende de autorização do Estado, razão pela qual é 
classificado como tarifa.
O ICMS, incluso na conta, é tributo no gênero e imposto na espécie. Deve ser recolhido pela empresa 
de telefonia que é o contribuinte. Não obstante, como o imposto já está contido na conta, quem arca 
com a carga tributária é o consumidor, que é o contribuinte de fato, enquanto a empresa de telefonia é 
o contribuinte de direito. Em razão da repercussão do ICMS para o preço ou para a tarifa, ele também 
se classifica como imposto indireto.
3 – A concessionária de rodovia privatizada é pessoa jurídica de direito privado. Portanto, o pedágio por ela 
cobrado é tarifa. Logo, receita operacional da concessionária, ou seja, receita privada. 
Na rodovia não privatizada, portanto pública, o pedágio cobrado é taxa, portanto receita tributária.
II – Classificação de regência: 
As situações expostas nos itens 2, 4 e 6 são regidas pelo Direito Público, ou seja:
 2 – Lei de Diretrizes Orçamentárias;
 4 – incidência do ICMS em desembaraço aduaneiro;
 6 – locação de imóvel pertencente ao Município.
As situações descritas nos itens 1, 3, e 5 são regidas pelo Direito Privado, ou seja:
 1 – constituição de sociedades por quotas de responsabilidade limitada;
 3 – dissolução de sociedade conjugal;
 5 – contrato de locação firmado entre particulares.
Direito Tributário para os Cursos de Administração e Ciêcias Contábeis | Fabretti 3
CAPÍTULO 2
NOÇÕES ELEMENTARES DE DIREITO
1 – A venda de automóvel (bem econômico), seja a vista ou a prazo, é um negócio jurídico. Como tal, deve 
ser formalizado da maneira prevista na lei. No caso de venda a vista, se o vendedor for pessoa física, o 
documento que formaliza o negócio jurídico é o recibo; se pessoa jurídica, o documento é a nota fiscal/
fatura com a respectiva quitação. O motivo é que a propriedade de qualquer bem ou direito só pode ser 
provada por documento que atenda as formalidades da lei.
2 – A constituição de uma sociedade por quotas de responsabilidade limitada é formalizada pelo contrato 
social. O contrato é um negócio jurídico continuado. Exige a elaboração de instrumento escrito, cujas 
cláusulas regem todas as atividades dele decorrente. Esse contrato social deve conter os elementos es-
senciais para o seu fiel cumprimento. No caso, cite-se a título de exemplo: a qualificação dos sócios, a 
denominação da sociedade, sua sede, seus objetivos, sua duração (por tempo determinado ou indeter-
minado), seu capital social e a forma da sua integralização, a responsabilidade dos sócios, poderes de 
gerência, sucessão, eleição de foro etc.
3 – Os elementos de qualquer norma são: a hipótese, o mandamento e a sanção. A norma jurídica distin-gue-se das demais (éticas, morais, ou religiosas) por conter mais um elemento: a coerção, ou seja, a possi-
bilidade da imediata aplicação da sanção (penalidade) pelo Estado, até com o uso da força, se necessário.
4 – A venda de uma mercadoria a prazo vincula as partes, em uma relação jurídica obrigacional, com os 
seguintes elementos:
a) sujeito ativo/credor – o vendedor;
b) sujeito passivo/devedor – o comprador;
c) objeto – pagamento do preço de venda da mercadoria;
d) causa – a vontade das partes (direito privado).
5 – Direito Financeiro é o conjunto de princípios e normas jurídicas que regem a atividade financeira do 
Estado, ou seja, a receita, a gestão e a despesa.
 Direito Tributário é o conjunto de princípios e normas jurídicas que regem as relações jurídicas entre o 
Estado e o particular, relativas à instituição e arrecadação dos tributos.
Direito Tributário para os Cursos de Administração e Ciêcias Contábeis | Fabretti 4
CAPÍTULO 3 – p. 46 
FONTES DO DIREITO
1 – Projeto de emenda constitucional que pretenda alterar direitos e garantias individuais, não pode ser 
objeto de deliberação pelo Congresso Nacional. Trata-se de uma das cláusulas pétreas, enumeradas no 
art. 60, § 4º, inciso IV, da CF. Essas cláusulas são a garantia da manutenção do Estado de Direito, que 
se constitui por um pacto social, firmado pelos representantes do povo, consubstanciado na CF.
2 – As leis federais, estaduais e municipais são leis ordinárias, portanto da mesma hierarquia e, por essa 
razão, nenhuma pode alterar qualquer das outras. Vigoram apenas no espaço territorial de sua compe-
tência, definida na CF.
 A lei complementar tem caráter nacional. Sua função é complementar dispositivos constitucionais, 
como por exemplo, estabelecendo as normas gerais de direito financeiro e tributário. As leis ordinárias 
federais, estaduais e municipais ao serem elaboradas pelos respectivos legislativos, submetem-se à CF e 
à lei complementar. Esta não altera as leis ordinárias. Se vier a introduzir novas regras, deve fixar prazo 
para que as leis ordinárias adaptem-se às novas disposições.
 O processo legislativo está definido nos arts. 59 a 69 da CF.
3 – As instruções normativas da SRF pertencem à categoria de normas complementares das leis, tratados e 
decretos, definidas no art. 100 do CTN. São fontes secundárias do direito e portanto não podem inovar 
na ordem jurídica. Não podem ir além do que foi estabelecido pela lei, tratado ou decreto.
Direito Tributário para os Cursos de Administração e Ciêcias Contábeis | Fabretti 5
CAPÍTULO 4
SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
1 – O artigo 3º do CTN, define tributo como “toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo 
valor nela se possa exprimir”. Logo, desde que autorizado por lei do ente competente para arrecadá-lo, o 
tributo pode ser pago com a entrega de outros valores, desde que esses possam ser expressos em moeda. 
Foi citada no texto, como exemplo, a autorização legal para pagamento do INSS com Títulos da Dívida 
Agrária –TDA, até 31.12.1999 (art. 3º da Lei nº 9.711/98).
 Portanto, só a lei do ente competente para arrecadar o tributo é que pode autorizar o seu pagamento 
com bens ou valores, desde que esses possam ser expressos em moeda.
2 – O tributo é arrecadado, na forma prevista na lei que o instituiu, e tem como fato gerador uma atividade 
lícita. A multa é sanção de ato ilícito e portanto, penalidade.
 A multa não faz parte das receitas tributárias, mas das receitas diversas (Lei nº 4.320/64, anexo nº 3)
3 – Somente a CF pode distribuir a competência tributária entre os entes federados. Essa distribuição é 
feita, quanto aos impostos, nos arts. 153 (União), 155 (Estados e Distrito Federal), 156 (Municípios) e 
quanto às contribuições especiais, no art. 149 todos da CF.
4 – O tributo não vinculado é cobrado independentemente de qualquer atividade estatal específica, relativa 
ao contribuinte. Trata-se da espécie tributária definida como imposto no art. 16 de CTN. É de compe-
tência exclusiva de cada ente federado, nos termos dos arts. 153 a 156 da CF.
 O tributo vinculado só pode ser exigido se o poder público prestar algum serviço específico e divisível 
para o contribuinte ou pelo exercício de seu poder de polícia É a espécie tributária definida como taxa 
pelo art.77 do CTN. As taxas são de competência comum, ou seja, podem ser cobradas por qualquer 
dos entes federados, desde que prestem o serviço ou exerçam o seu poder de polícia, observadas as dis-
posições dos arts. 77 e 78 do CTN.
5 – Pela realização de obra da qual vai decorrer valorização dos imóveis situados ao seu redor, o ente fede-
rado que a realiza pode cobrar contribuição de melhoria, desde que observadas as disposições dos arts. 
81 e 82 do CTN. 
 No caso base, dividindo-se o custo da obra de R$ 8.300.000,00 pela área beneficiada de 2.000 metros 
quadrados, obtém-se a contribuição de melhoria de R$ 4,15 por metro quadrado. Esse valor será mul-
tiplicado pelo número de metros quadrados de cada imóvel beneficiado. Tome-se como exemplo o caso 
de um proprietário cujo imóvel tenha 300 metros quadrados de área:
 300 × R$ 4, 15 = R$ 1.245,00
Portanto a contribuição de melhoria referente a esse proprietário é de R$ 1.245,00
Direito Tributário para os Cursos de Administração e Ciêcias Contábeis | Fabretti 6
CAPÍTULO 5
LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
Exercícios 1 e 2: 
a) Quanto ao suposto aumento de alíquota por portaria, ele seria inconstitucional, uma vez que só poderia 
ser efetuado por lei (princípio da legalidade – art. 150, inciso I da CF). A lei que aumenta alíquota só 
pode vigorar a partir do exercício financeiro seguinte ao da edição da lei ( princípio da anterioridade – 
Art. 150, inciso III, alínea b da CF), no caso, só a partir de 2003. Também, o aumento de alíquota só 
para as editoras de livro fere o princípio da isonomia tributária – Art. 150, II da CF. 
O aumento de alíquota do IPI pode vigorar no mesmo exercício financeiro, por expressa disposição consti-
tucional (art. 153, § 1º, da CF). Não obstante, a lei não pode retroagir para anular obrigações acessórias já 
cumpridas, no caso as guias de recolhimento apresentadas no exercício fiscal anterior (princípio da irretroa 
tividade da lei –art. 5º, inciso XXXV da CF).
b) A competência tributária para instituir o imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza ,tanto 
em relação à pessoa física, como em relação à pessoa jurídica é da União (art. 153, inciso III da CF). 
c) O IPI é imposto, portanto tributo não vinculado. Classifica-se como tributo indireto pois é cobrado do 
consumidor. O industrial é mero depositário desse tributo. Ele acrescenta ao seu preço, em destacado 
na nota fiscal/fatura o valor do IPI. Se, após cobrá-lo do consumidor não o recolher à Receita Federal, 
comete o crime de depositário infiel (Lei nº 8.866/94).
 O critério para estabelecer sua alíquota é o da seletividade em função da essencialidade do produto, cujo 
fundamento legal é o art. 153 ,§ 3º, inciso I da CF.
 Esse critério tem por objetivo a justiça tributária, que só pode ser alcançada quando, no dizer dos clássi-
cos, “quem pode mais paga mais, quem pode menos paga menos e quem não pode não paga”. Assim os 
produtos considerados essenciais pela lei, devem ser isentos ou tributados por alíquotas menores do que 
os considerados supérfluos, que devem ser tributados com alíquotas mais elevadas.
3 – O suposto aumento do ISS não pode ser exigido no mesmo exercício financeiro, como já comentado 
na letra “a” dos exercícios 1 e 2.
 Os templos de qualquer culto gozam de imunidade tributária em relação ao seu patrimônio, renda e 
serviços relacionados com sua atividade essencial. Portanto suas cerimônias não podem ser tributadas 
pelo ISS (art. 150. inciso VI, alínea b, combinado com o § 4º do mesmo artigo, todos da CF).
 Mesmo que não houvesse a imunidade não é permitidodar tratamento desigual a contribuintes que se 
encontrem em situação equivalente (princípio da isonomia tributária – art.150, inciso II da CF)
 Da mesma forma a lei publicada em 06/02 não poderá retroagir para alcançar todo o exercício de 2002 
(princípio da irretroatividade da lei – art. 150, III, alínea a da CF).
Direito Tributário para os Cursos de Administração e Ciêcias Contábeis | Fabretti 7
CAPÍTULO 6 
ELEMENTOS DO TRIBUTO
1 – A propriedade de imóvel na zona urbana de qualquer município é fato gerador do Imposto sobre a Pro-
priedade Predial e Territorial Urbana – IPTU (art. 32 do CTN). Classifica-se o seu fato gerador como 
persistente, pois o direito de propriedade é um direito permanente, exercido da forma continuada no 
tempo. Para atender o princípio da anualidade da tributação, a ocorrência de seu fato gerador é deter-
minada por lei como sendo em 1º de janeiro de cada ano.
2 – A tabela do IRRF adota a alíquota progressiva, ou seja, à medida em que aumentam as faixas de renda, 
as alíquotas incidentes sobre elas também são elevadas. Quanto maior a faixa de renda, maior será a 
respectiva alíquota.
 O imposto a ser retido no caso do exercício, referente ao pagamento de remuneração a profissionais 
autônomos, que denominamos de A e B, é de:
 A – R$ 5.000.00 × 27,5 % – 525,19 = R$ 849,81
 B – R$ 1.800,00 × 15% – 197,05 = R$ 72,95
3 – Exemplos de fatos geradores:
a) Instantâneos – venda de imóveis = ITBI;
b) Periódicos: ICMS, ISS, COFINS, PIS, apuração mensal; IPI apuração decenal, exceto para microem-
presa (ME) e empresa de pequeno porte (EPP), cuja apuração é mensal:
c) Complexivos – IRPJ e CSL, cujas bases de cálculo são determinadas pelo lucro real, presumido 
ou arbitrado; IRPF, cuja base de cálculo é determinada pela renda líquida. Os fatos geradores 
complexivos estão sujeitos à declaração anual de ajuste.
Direito Tributário para os Cursos de Administração e Ciêcias Contábeis | Fabretti 8
CAPÍTULO 7
1 – A pessoa natural ou jurídica que adquire, a qualquer título (compra e venda, doação, dação em pa-
gamento) fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional e continua na 
exploração dessa atividade econômica, sob a mesma ou outra razão social ou firma individual, responde 
como sucessora pelos tributos devidos até a data da aquisição (art. 133 do CTN).
 No caso em exame pode-se concluir que:
a) como Benedito (vendedor) aposentou-se, Antônio assume a responsabilidade integral dos tribu-
tos devidos por Benedito até a data da compra (art. 133, inciso I do CTN).
b) O contrato firmado entre Antônio e Benedito é contrário à lei que determina a responsabilidade 
tributária do sucessor, e por essa razão não pode ser oposto ao Fisco. Cabe a Antônio cobrar judi-
cialmente de Benedito os tributos devidos até a data da compra. Antônio, antes de concretizar o 
negócio, deveria ter solicitado auditoria da escrituração contábil de Benedito, que por certo teria 
apontado as irregularidades fiscais existentes.
c) Os crimes fiscais apontados são: SONEGAÇÃO – a inserção de notas frias na escrituração con-
tábil, aumentado de forma artificial as despesas, reduzindo, em consequência o lucro e o IRPJ 
devidos e a existência de “caixa dois”; DESCAMINHO pela importação de mercadoria lícita sem 
o recolhimento dos tributos incidentes
d) O “caixa dois” representa a omissão de receitas, seja pelo recebimento do valor de venda de merca-
dorias sem nota ou pelo recebimento de qualquer rendimento, como por exemplo juros de mora 
cobrados pelo atraso no pagamento. Portanto, não foram pagos os tributos incidentes sobre a 
venda de bens (ICMS, IPI ), ou sobre serviços (ISS), bem como os incidentes sobre o faturamento 
(PIS, COFINS). Pela omissão dessas receitas, foi reduzido o lucro, e por via de consequências, os 
tributos incidentes sobre ele (IRPJ e CSL).
e) A responsabilidade pelos crimes fiscais é pessoal do agente e portanto intransferível (arts. 136/137 
do CTN). Por essa razão Antônio não pode ser indiciado nem penalizado pelos crimes fiscais. Não 
obstante, responderá pelos tributos sonegados por esses atos ilícitos. O IPI recolhido a menor, por 
erro de cálculo, ou seja, infração fiscal simples, não tipificada como crime, é de responsabilidade 
de Antônio ,bem como a multa e juros de mora.
f ) A instauração do inquérito policial pode ser evitada pela denúncia expontânea, com o pagamento 
do tributo devido e respectivos acréscimos (multa e juros de mora), na forma do art. 138 do CTN. 
Direito Tributário para os Cursos de Administração e Ciêcias Contábeis | Fabretti 9
CAPÍTULO 8
CRÉDITO TRIBUTÁRIO
O ICMS é tributo de competência estadual em que a lei determina que o seu lançamento deve ser efetua-
do pelo próprio contribuinte, ou seja, por autolançamento ou lançamento por homologação (art. 150 do 
CTN).
O prazo para sua homologação é de 5 anos contados a partir da realização do seu fato gerador pelo contri-
buinte (art. 150, § 4º do CTN). No caso, a contagem do prazo para a homologação iniciou-se em 1.3.1997 
e terminou em 28.2.2002 .Portanto o lançamento está homologado e não pode ser modificado. Se o con-
tribuinte efetuou o pagamento, o crédito tributário dele decorrente está extinto.
No caso, não cabe aos fiscais do município a fiscalização do ICMS.
Além do mais na data da visita, ou seja 10.3.2002, o lançamento já estava homologado por decurso de 
prazo, desde 28.2.2002. Portanto, o suposto AIIM não poderia ser lavrado por duas razões de direito: (a) 
incompetência dos fiscais do município em matéria de ICMS; (b) lançamento já homologado.
1 Henrique ao entregar sua declaração de ajuste anual de pessoa física, referente a 2002, efetuou um autolan-
çamento no qual apresentou seu crédito por IRPF recolhido a maior. A notificação de que a restituição 
do imposto de renda pago a maior naquele exercício está a sua disposição na Caixa Econômica Federal, 
representa a homologação expressa do seu autolançamento pela Receita Federal (art. 150 do CTN).
2 A empresa de José da Silva ao entregar a declaração de IRPJ, efetuou um autolançamento e constituiu o 
crédito tributário da Receita Federal em 30.4.1998. Portanto, o prazo para homologação tem seu termo 
inicial em 1.5.1998 e final em 30.4.2003 (art. 150, § 4º, do CTN). Portanto, na data da notificação, 
24.1.2002, o lançamento ainda não está homologado e pode ser modificado por lançamento de ofício 
da Receita Federal cobrando eventuais diferenças. Da notificação cabe recurso se o contribuinte não 
concordar com o valor das diferenças cobrado.
Direito Tributário para os Cursos de Administração e Ciêcias Contábeis | Fabretti 10
CAPÍTULO 9 
EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
1 – a) O pagamento do tributo tem o efeito jurídico de extinguir o crédito tributário (art. 156, inciso I do 
CTN).
 b) Os requisitos para que o pagamento seja considerado válido estão estabelecidos nos arts. 157 a 163 
do CTN. São os seguintes para que o pagamento seja considerado válido:
 tempo: o pagamento deve ser efetuado no vencimento, fixado em lei. Se efetuado após o vencimento 
deve ser acrescido de multa e juros moratórios;
 local: como regra geral o pagamento é efetuado na rede bancária autorizada; excepcionalmente na re-
partição do ente competente para arrecadar o tributo;
 forma: o pagamento em cheque e feito sob condição resolutiva, ou seja, o crédito tributário extingue- se 
pela compensação do cheque. Se este for devolvido, a Fazenda Pública irá executar o crédito tributário, 
que goza de privilégio e garantias e não o cheque.
2 – a) A natureza jurídica da diferença paga a maior por erro de cálculo é de pagamento indevido (art. 
165 do CTN).
 b) A empresa deve pedir restituição mediante processo administrativo ou judicial, no prazo máximo de 
5 anos da data do pagamento indevido (art. 168 do CTN).
3 – A importância paga a maior, ou seja, o indébitotributário, que no caso é federal, pode ser compensado 
mediante processo judicial com fundamento no art. 66 da Lei nº 8.383/91.
Direito Tributário para os Cursos de Administração e Ciêcias Contábeis | Fabretti 11
CAPÍTULO 10
SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
1 – Para suspender a exigência de crédito tributário, que embora notificado pela Receita Federal, a empresa 
entende não ser devido, esta deve impugnar esse lançamento pela via administrativa, com fundamento 
no Decreto nº 70.235/72 que rege os processos administrativos referente a créditos da União. Se preferir 
a via judicial, pode ajuizar Ação Anulatória de Ato Administrativo, com pedido de liminar ou tutela 
antecipada que suspenda a exigência do crédito tributário, com fundamento no art. 151, inciso V, do 
CTN. 
2 – Se o imposto é devido, mas seu valor é elevado e não pode ser pago de imediato, deve ser requerido o 
parcelamento do débito tributário, com fundamento no art. 151, inciso VI, do CTN.
3 – A moratória só pode ser concedida por lei do ente competente para arrecadar o tributo. Portanto, não 
cabe ao contribuinte qualquer iniciativa nesse sentido. Se for editada nova lei concedendo moratória, só 
então o contribuinte poderá requerer o benefício para si, com fundamento nessa lei. Os fundamentos 
legais da moratória estão dispostos no art. 151, inciso I, e nos arts. 152 a 155 do CTN.
Direito Tributário para os Cursos de Administração e Ciêcias Contábeis | Fabretti 12
CAPÍTULO 11
EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
a) A isenção concedida no caso sob exame, foi por prazo determinado de 5 anos, e condicionada à 
atividade econômica, no caso, empresas de consultoria de marketing, com prazo para instalação 
no município até 20.1.2002, empregando no mínimo 5 funcionários. Portanto isenção condicio-
nada e por prazo certo.
b) A empresa nº 1, não tem direito à isenção, porque não cumpriu a condição de contratar ,no mí-
nimo 5 funcionários;
A empresa nº 2 tem direito à isenção, porque cumpriu as condições da lei, ou seja, instalou-se em 
1º.3.2000, portanto dentro do prazo e com 20 funcionários. Tem direito a isenção até 1º.3.2005. 
A lei que revogou a isenção, editada em 20.11.2000, é posterior `a sua instalação e portanto não 
pode revogar isenção por prazo certo.
A empresa nº 3, desde que tenha cumprido as condições da lei, tem direito à isenção pois a lei 
posterior que a revogou não pode retroagir.
c) A isenção não dispensa o cumprimento de obrigações acessórias, conforme disposto no parágrafo 
único do art. 175 do CTN. No caso, a empresa esta obrigada à emissão dos documentos e a escri-
turação dos livros do ISS, bem como à documentação e escrituração dos livros contábeis e fiscais 
exigidos pela legislação do IRPJ.
Direito Tributário para os Cursos de Administração e Ciêcias Contábeis | Fabretti 13
CAPÍTULO 12
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
1 – No caso em exame, a emissão de nota fiscal por valor abaixo do real valor de venda da mercadoria, a 
entrada de mercadorias estrangeiras sem documentação sem pagamento dos tributos e a compra de imó-
vel de sócio por valor muito acima do valor de mercado são atos ilícitos classificados como evasão fiscal.
2 – As infrações indicadas no item 1 estão tipificadas como crime contra a ordem tributária (Lei nº 8.137/90).
3 – A autoridade administrativa pode desconsiderar esses negócios jurídicos, pois foram praticados com 
dissimulação. O fundamento jurídico está contido no parágrafo único do art. 116 do CTN, parágrafo 
esse acrescentado pela LC 104/01.
4 – No caso em exame não houve planejamento tributário. O que houve foi a prática de atos ilícitos que 
caracterizam a evasão fiscal. 
5 – A quebra do sigilo bancário desses contribuintes diretamente pela autoridade administrativa só pode 
ser feita a partir do ano calendário de 2001. Os exercícios anteriores à quebra de sigilo bancário devem 
ser autorizados pelo Poder Judiciário, com o devido processo legal, garantido o contraditório e a ampla 
defesa.
 O fundamento legal para a quebra do sigilo bancário pela autoridade administrativa é a LC nº 105/2001. 
Pelo princípio da irretroatividade da lei, só pode ser aplicada para os períodos que se iniciaram a partir 
de 2001 em diante.
Direito Tributário para os Cursos de Administração e Ciêcias Contábeis | Fabretti 14
CAPÍTULO 13
ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
1 – O procedimento está incorreto. Qualquer fiscalização procedida em estabelecimento de contribuinte, 
deve ser iniciada pela lavratura do termo de início de fiscalização em livro próprio ou, se este não está 
previsto na legislação do tributo a ser fiscalizado, em documento assinado pelo fiscal, cuja cópia deve ser 
entregue ao contribuinte.
 No citado termo, devem ser especificados os livros e documentos cuja exibição é exigida no curso da 
fiscalização. Não encontrando qualquer erro ou falta, os lançamento do período fiscalizado, devem ser 
homologados e lavrado o termo de encerramento da fiscalização.
2 – O imposto de renda pago pelo lucro presumido extingue a obrigação principal. Entretanto a obrigação 
acessória de manter livro caixa, com toda a movimentação financeira, inclusive bancária, em dia, não 
foi cumprida, o que enseja a aplicação de multa. O fundamento jurídico encontra-se nos §§ 2º e 3º do 
art. 113 do CTN.
 Portanto o procedimento da fiscalização está certo.
3 – O crédito tributário da Fazenda Pública goza da presunção de certeza e liquidez. Portanto, basta que 
a Fazenda Pública junte ao pedido de execução fiscal, a certidão da inscrição do débito do contribuinte 
na Dívida Pública.
Direito Tributário para os Cursos de Administração e Ciêcias Contábeis | Fabretti 15
CAPÍTULO 14 
DEFESAS FISCAIS DO CONTRIBUINTE
1 – Em 21.1.2002, data do AIIM da Fazenda do Estado, já havia ocorrido a decadência nos termo do art. 
173 do CTN, ou seja, 5 anos contados a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o 
lançamento poderia ter sido efetuado. No caso a decadência ocorreu em 31.12.2001. Portanto, deve 
ser elaborada a petição de impugnação do AIIM, com base no modelo apresentado à pág. 166, citando 
como fundamento legal, na exposição do Direito, a decadência disposta no art. 173 do Código Tribu-
tário Nacional.

Continue navegando