Romantismo: 3ª geração Romântica

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Literatura 
 
 
 
 
ROMANTISMO: 3ª GERAÇÃO ROMÂNTICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Sumário 
 
Introdução ............................................................................................................................. 2 
 
Objetivos ............................................................................................................................... 2 
 
1.Romantismo – Terceira Geração ..................................................................................... 2 
1.1. Na Europa .................................................................................................................... 2 
1.2. No Brasil ...................................................................................................................... 4 
 
Exercícios ............................................................................................................................... 6 
 
Gabarito ................................................................................................................................. 7 
 
Resumo .................................................................................................................................. 7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Introdução 
Na apostila sobre Romantismo II, falamos sobre a primeira e a segunda 
gerações do Romantismo, compreendendo as características que distinguem uma 
da outra e sua influência no Brasil e na Europa. 
Nesta apostila, vamos abordar a terceira geração e as suas principais 
características no Brasil e na Europa, analisando alguns trechos das obras dos 
autores mais representativos deste movimento. 
Aproveitaremos para apontar como essa geração trava uma relação 
intertextual com a tradição do romantismo ao resgatar características da primeira 
geração romântica e, ao mesmo tempo apresenta marcas que rompem com o 
movimento estilístico anterior. 
Objetivos 
• Apresentar a terceira geração do Romantismo, características no Brasil e na 
Europa 
• Analisar trechos das obras dos principais autores. 
 
1. Romantismo – Terceira Geração 
1.1. Na Europa 
Na Europa da segunda metade do século XIX, já se iniciavam as primeiras 
manifestações de cunho realista-naturalista, indicando o começo do declínio do 
Romantismo e do Ultrarromantismo. O caos agora se encerra nos jogos de poder 
entre as classes, operários de um lado, e patrões, de outro. Tal configuração abre 
espaço para um ambiente de hostilidade entre as pessoas, tendo seu ápice em um 
individualismo exacerbado e sem limites. 
Victor Hugo, expoente do romantismo francês, é agora forte influência dos 
autores brasileiros. Um dos mais famosos romances de Hugo é “O Corcunda de 
Notre-Dame”. Quasímodo é um corcunda que cuida do toque dos sinos da catedral 
de Notre-Dame em Paris. De aspecto horrendo, apaixona-se pela cigana Esmeralda. 
O que vemos é um misto de horror e beleza, personificados em Quasímodo e em 
Esmeralda, além do amor impossível que parte do corcunda pela cigana. A seguir, 
um trecho da obra: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EXEMPLO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os portugueses testemunharam uma transição de valores que passou do 
apego ao Ultrarromantismo a um Romantismo sóbrio, culminando no que se 
convencionou chamar, posteriormente, de Realismo. Pinheiro Chagas, João de Deus 
e Júlio Dinis representam, respectivamente, cada uma dessas correntes. 
Vejamos o poema “Um Beijo”, de autoria de João de Deus: 
 
 
EXEMPLO! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Podemos ver o retorno aos valores medievais, os versos musicais, o 
sofrimento do eu lírico diante da mulher amada, que é inatingível. Todos esses 
aspectos revelam um poeta romântico, que sofre por amor e se desespera ao ser 
desprezado pela amada, mas ao mesmo tempo mais comedido que o 
ultrarromântico. 
“Seria o beijo 
Que te pedi, 
Dize, a razão 
(Outra não vejo) 
Por que perdi 
Tanta afeição? 
Fiz mal, confesso; 
Mas esse excesso, 
Se o cometi, 
Foi por paixão.” 
“A aclamação foi unânime. Uma multidão entrou na capela e 
fez com que saísse em triunfo o afortunado Papa dos Loucos, mas 
foi neste momento que a surpresa e a admiração atingiram o 
ápice. A careta era o próprio rosto, ou melhor, a pessoa toda era 
uma horrível careta: uma cabeça grande ouriçada de cabelos 
ruivos; entre os dois ombros, uma Corcunda enorme da qual o 
contragolpe se fazia sentir na parte frontal de seu corpo; um 
sistema de coxas e de pernas tão estranhamente tortas que se 
tocavam apenas por meio dos joelhos; pés grandes, mãos 
monstruosas e, apesar da deformidade, uma aparência formidável 
de vigor, agilidade e coragem. 
Poderíamos dizer que se tratava de um gigante que se partira, 
tendo sido mal colado. Assim era o Papa que os Loucos acabavam 
de escolher.” 
 
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A seguir, trecho do romance “As pupilas do senhor reitor”, de Júlio Dinis: 
 
EXEMPLO 
 
 
 
 
 
 
 
Neste trecho, vemos uma narração mais objetiva e próxima do real. A história 
trata de um lavrador que tinha dois filhos completamente diferentes física e 
moralmente. Um permanece no campo, e o outro é enviado à cidade para estudar 
medicina. Ao retornar, envolve-se com a noiva do irmão e os comentários maldosos 
se espalham pela aldeia. Ao final, tudo é resolvido pela ex-namorada do estudante e 
o padre (reitor) do lugar. 
 
 
1.2. No Brasil 
Após a fase de resgate nacionalista, da valorização da história do Brasil, os 
primeiros rumores do progresso começam a se fazer mais audíveis e, com ele, novos 
ventos vão trazer a expectativa de abolição da escravidão. É neste contexto que 
transcorre a terceira geração romântica no Brasil. 
A locomotiva anuncia a chegada de novos tempos, e a cultura do café, que se 
manteve até então, começa a perder força diante de uma nova ideologia 
progressista. A cultura urbana vai crescendo aos poucos, os valores democráticos 
florescem, cresce o repúdio ao senhor de escravos. A influência de Victor Hugo 
alcança nossos poetas. O marcante na Literatura fica por conta da Poesia de 
Libertação, cujos autores principais foram Castro Alves, Joaquim de Sousa Andrade 
Alves recria uma lírica de caráter erótico que envolve o leitor, sem culpas e 
sem pecados. A sedução pela máquina também é outro ponto marcante em sua 
obra. 
A seguir, um trecho do seu mais famoso poema "Navio Negreiro": 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A organização talhara Pedro para a vida de lavrador, e parecia 
apontá-lo para suceder ao pai no amanho das terras e na direção 
dos trabalhos agrícolas. [...] Daniel já tinha condições físicas e 
morais muito diferentes. Era o avesso do irmão e por isso incapaz 
de tomar o mesmo rumo de vida. Possuía uma constituição quase 
de mulher. Era alvo e louro, de voz efeminada, mãos estreitas e 
saúde vacilante”. 
 
 
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EXEMPLO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É visível, no trecho, a indignação do poeta contra a condição do negro no 
Brasil, chegando a desejar a vitória do inimigo sobre a nação à vergonha da condição 
dos escravos. Ao final, o apelo a Deus, o clamor pela piedade divina, que não parece 
ouvir o grito desesperado que continua a ecoar. 
Sousândrade, de espírito republicano, absorveu, nos Estados Unidos os 
efeitos da vida burguesa, o caos das cidades, as disputas políticas e os escândalos. 
Sonhava em ver, no Brasil, uma república livre e igualitária. A crítica do seu tempo 
não o considerou à altura dos melhores artistas, tendo sido rememorado somenteno século XX. A seguir, trecho do poema “O guesa errante”, de sua autoria: 
 
 
EXEMPLO 
 
 
 
 
 
O poema é baseado em uma lenda indígena, que narra o sacrifício de um 
adolescente em peregrinação. O guesa de Sousândrade encontra-se em Nova 
 “Existe um povo que a bandeira empresta 
Pra cobrir tanta infâmia e cobardia!... 
Auriverde pendão de minha terra, 
Que a brisa do Brasil beija e balança, 
Estandarte que a luz do sol encerra 
E as promessas divinas da esperança... 
Tu que, da liberdade após a guerra, 
Fôste hasteado dos heróis na lança, 
Antes te houvessem roto na batalha, 
Que servires a um povo de mortalha! [...] 
Deus! ó Deus! onde estás que não respondes? 
Em que mundo, em que estrela tu te escondes 
Embuçado nos céus? 
Há dois mil anos te mandei meu grito, 
Que embalde, desde então, corre o infinito. 
Onde estás, Senhor meu Deus? . . .” 
“Cândidos Incas! Quando já campeiam 
os heróis vencedores do inocente 
Índio nu; quando os templos s’incendeiam, 
Já sem virgens, sem ouro reluzente, 
Sem as sombras dos reis filhos de Manko, 
Viu-se ... (Que tinham feito? e pouco havia 
A fazer-se...)” 
 
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Iorque, às voltas com os empresários e especuladores de Wall Street. Vemos, na 
história, a inversão de papel do herói índio da primeira geração, agora envolto em 
um mundo de corrupção e caos urbano. 
 
DICA! 
 
 
Exercícios 
1. (CESGRANRIO-RJ) 
A São Paulo 
Pátria de heróis, berço de guerreiros, 
tu és o louro mais brilhante e puro, 
O mais belo florão dos Brasileiros! 
Foi no teu solo, em borbotões de sangue 
Que a fronte ergueram destemidos bravos, 
Gritando altivos ao quebrar dos ferros: 
Antes a morte que um viver de escravos! 
foi nos teus campos de mimosas flores, 
À voz das aves, ao soprar do norte, 
Que um rei potente às multidões curvadas 
Bradou soberbo – Independência ou morte! 
Foi de teu seio que surgiu, sublime, 
Trindade eterna de heroísmo e glória, 
Cujas estátuas, – cada vez mais belas, 
Dormem nos templos da Brasília história! 
Eu te saúdo, ó majestosa plaga. 
(Fagundes Varela, O estandarte auriverde) 
 
A escolha do tema e o gosto da eloquência e da oratória aproximam esse texto da 
poesia romântica de: 
 
a) Gonçalves Dias 
b) Castro Alves 
c) Álvares de Azevedo 
d) Casimiro de Abreu 
e) Sousândrade 
 
2. (FEI-SP) Assinale o item que contém somente características românticas: 
a) Subjetivismo, bucolismo, sentimentalismo. 
Sousândrade recebeu o título de "João Batista da poesia 
moderna" por Humberto de Campos, pelo mérito da obra 
“O guesa errante”. 
 
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b) Subjetivismo, nacionalismo, pastoralismo. 
c) Culto à natureza, nacionalismo, culto ao contraste. 
d) Conceitismo, liberdade de formas, cultismo. 
e) Nacionalismo, culto à natureza, liberdade de formas. 
Gabarito 
1. Resposta correta: Letra B, A escolha do tema e o gosto da eloquência e da 
oratória do poema se aproximam de Castro Alves, cuja produção constituía-se de 
temas grandiosos, com reverência à natureza e de linguagem enfática. 
 
2. Resposta correta: Letra E, vimos, no conjunto das aulas, o resgate do 
nacionalismo na primeira geração romântica, bem como o culto à natureza. A 
liberdade de formas é explorada em várias obras, tanto nacionais como 
internacionais. 
 
Resumo 
Na Europa pós 1850, iniciavam-se os primeiros registros realistas, indicando 
que o Romantismo e o Ultrarromantismo perdiam força. A divisão de classes é uma 
realidade, com a burguesia aumentando o seu poder econômico em detrimento do 
proletariado, cada vez mais explorado. 
O francês Victor Hugo influencia os escritores brasileiros, cujo romance O 
Corcunda de Notre-Dame alcança fama internacional. Em Portugal, destacam-se 
Pinheiro Chagas, João de Deus e Júlio Dinis, representantes de três momentos 
diferentes: o primeiro, de apego ao Ultrarromantismo; o segundo, marcado pela 
sobriedade romântica; e o terceiro, de caráter realista. 
No Brasil, depois do nacionalismo e da busca pelo passado, o progresso 
começa a se manifestar, e a abolição emerge como necessária e inevitável. Momento 
que marca a terceira geração romântica. A ideologia progressista e republicana 
enfraquece a aristocracia rural, a cultura urbana vai crescendo e emergem os valores 
democráticos. Victor Hugo é referência na Literatura. A produção literária assume 
viés libertário, cujos autores principais foram Castro Alves e Joaquim de Sousa 
Andrade. 
 
 
 
 
 
 
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Referências bibliográficas 
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