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Doenças Cardiovasculares e Fatores de Risco

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1 
Bioquímica Clínica II 
 
DOENÇAS CARDIOVASCULARES: afetam 
o coração e artérias, acarretando AVC, 
IAM, arritmias, isquemias ou angina. A 
principal característica das DCVs é a 
aterosclerose, que é o acúmulo de placas 
de gordura nos vasos sanguíneos. Como os 
órgãos são oxigenados pelas artérias, a 
redução do fluxo sanguíneo pela 
aterosclerose gera isquemia. Em 2017, foi 
responsável pela mote de 17,7 milhões de 
pessoas, sendo 31% de todas as mortes 
em nível global. Cerca de 6% das vítimas 
são homens com idade média de 56 anos. 
O Brasil está entre os 10 países com o 
maior índice de morte por DCVs. 
FATORES DE RISCO PARA DCVs: 
 
LIPÍDEOS: são compostos solúveis em 
solventes orgânicos, mas insolúveis em 
água. Possuem ligações carbono-
hidrogênio não polares e produzem ácidos 
 
graxos ou álcoois complexos após a 
hidrólise. Podem conter grupos fosforil, 
amino, sulfuril e hidroxil, conferindo 
características anfipáticas. São 
precursores de hormônios, componentes 
estruturais das membranas celulares, 
auxiliam no processo de digestão e 
servem como fonte de energia. 
Encontram-se principalmente no plasma 
(ácidos graxos), tecido adiposo 
(triglicerídeos) e membranas biológica 
(fosfolipídios). 
TIPOS DE LIPÍDEOS 
i) COLESTEROL: são precursores de 
hormônios esteroides, ácidos biliares e 
vitamina D. É componente essencial das 
membranas celulares, além de fazer 
parte da biossíntese de ácidos nucleicos. 
Cerca de 300 a 450mg de colesterol 
são ingeridos por dia na dieta 
americana, mas apenas cerca de 30 a 
60% dele é absorvido. Para ser 
absorvido, o colesterol precisa estar na 
sua forma livre, após a lise pela 
Colesterol Esterase presente no 
intestino delgado e pâncreas. 
Tabagismo Hipertensão Estresse 
Diabetes Obesidade Dislipidemias 
 
2 
Antes de ser absorvido, o 
colesterol é primeiro emulsificado pela 
ação de ácidos e sais biliares, que agem 
como detergentes formando micelas 
mistas compostas por colesterol não-
esterificado (livre), ácidos graxos, 
glicerídeos, fosfolipídios e ácidos biliares 
conjugados. A síntese do colesterol se 
dá em 70% por produção endógena, que 
possui influência genética x dieta, a 
partir de pelo menos 3 moléculas de 
acetil-CoA através da cascata da HMG-
CoA. 
O processo de síntese se dá em 
três etapas, sendo a segunda fase 
limitante do processo. 
FASE 1: A acetil-CoA se converte em 
mevalonato. 
FASE 2: O mevalonato é convertido a 
lanosterol após reações sucessivas. É 
nessa fase que agem as estatinas, que 
inibem a HMG-CoA redutase, 
responsável por transformar a HMG-CoA 
em ácido mevalônico. 
FASE 3: O lanosterol é então convertido, 
após algumas etapas, em colesterol. 
 A esterificação do colesterol se 
dá tanto de forma intracelular, quando 
há excesso de colesterol, ele é 
armazenado esterificado na forma de 
gotas lipídicas que reduzem sua 
citotoxicidade, quanto de forma 
extracelular, onde o colesterol das 
lipoproteínas (HDL) é esterificado e 
migra para o interior da lipoproteína. 
 O colesterol é catabolizado na 
síntese de hormônios importantes, 
sendo que cerca de 1/3 da produção 
diária é convertida em ácidos biliares. 
 
ii) ÁCIDOS GRAXOS: são ácidos 
monocarboxilicos de cadeia normal que 
possuem fórmula geral RCOOH, onde R 
é uma cadeia alquil saturada ou 
insaturada. 
São classificados quando ao 
tamanho da cadeia (Cadeia Curta 2-4 
átomos de carbono, Cadeia Média 6-10 
átomos de carbono, e Cadeia Longa 12-
16 átomos de carbono) e quanto ao seu 
grau de insaturação (Saturados ou 
Insaturados, monoinsaturados ou poli-
insaturados). 
O catabolismo de ácidos graxos 
gera acetil-CoA através de uma beta 
oxidação, com produção de energia. A 
acetil-CoA se condensa com o 
oxaloacetato, oriundo do metabolismo 
de carboidratos, e entra no ciclo de 
Krebs, onde produz ATP. Entretanto, na 
falta do oxaloacetato, a Acetil-CoA não 
mais se condensa com o composto e 
passa a se acumular e o organismo a 
processa por uma via alternativa nas 
mitocôndrias, gerando corpos cetônicos. 
A cetose é revertida pela administração 
de insulina. 
 
iii) ACILGLICERÓIS: são conhecidos 
também como ésteres de glicerol e é a 
junção do glicerol (álcool de 3C) com 
ácidos graxos. 
 
3 
Monoacilglicerol: formado por glicerol e 
uma molécula de ácido graxo 
(monoglicerídeo) 
Diacilglicerol: formado por glicerol e 
duas moléculas de ácido graxo 
(diglicerídeos). 
Triacilglicerol: formado por glicerol e 
três moléculas de ácido graxo 
(triglicerídeos). 
OBS: os TRIGLICERÍDEOS constituem 
95% da gordura de armazenamento, é a 
forma predominante de ésteres de 
glicerol encontrados no plasma. Para ser 
absorvido, os triglicerídeos sofrem ação 
de lipases pancreáticas e intestinais, 
dando origem a monoglicerídeo + 
glicerol + ácidos graxos, que são então 
absorvidos pelo intestino e 
transportadas por lipoproteínas. 
 
LIPOPROTEÍNAS: são complexos 
macromoleculares envolvidos no 
transporte de lipídeos no organismo, 
formados por um núcleo hidrofóbico, 
onde se encontram os triglicerídeos, 
antioxidantes e vitaminas lipossolúveis, e 
uma camada externa hidrofílica, 
constituída de colesterol livre, 
fosfolipídios e apolipoproteínas 
(ativadores ou inibidores de enzimas 
envolvidas no metabolismo lipídico). Tem 
como função manter a integridade 
estrutural do complexo lipoproteico, 
facilitar a captação da lipoproteína 
funcionando como ligantes para 
receptores de superfície celular, além 
de modular a atividade das enzimas que 
agem nas lipoproteínas. 
 
 
ENZIMAS IMPORTANTES NO 
METABOLISMO LIPOPROTEICO 
 
APOLIPOPROTEÍNAS: é a fração 
proteica da lipoproteína 
FRAÇÃO FUNÇÃO 
Apo A-I Ativa LCAT 
Apo B-100 
Reconhecimento 
receptor LDL 
Apo B-48 
Reconhecimento 
receptor Qm 
Apo C-II Ativa LPL 
Apo C-III Inibe Apo C-II 
Apo E Captação IDL 
Apo (a) 
 
 
 
LPL 
• Lipoproteína Lipase 
• Hidrolisa os triglicerídeos 
LCAT 
• Lecitina Colesterol Acil Transferase 
• Esterifica o colesterol livre 
CEPT 
• Proteína de Transferencia de Ésteres de Colesterol 
• Tranfere TG do LDL em troca de ésteres de 
colesterol da HDL 
• 3-hidroxi-3-metil-glutaril CoA Redutase 
• Reguladora da síntese de colesterol 
intracelular 
 
4 
LOCALIZAÇÃO DAS 
APOLIPOPROTEÍNAS 
LIPOPROTEÍNA APOLIPOPROTEÍNA 
Quilomícrons A-I, C-I, C-II, C-III 
VLDL 
B-100, C-I, C-II, C-III, 
E 
IDL B-100, E 
LDL B-100, E 
HDL A-I, A-II 
Lp (a) (a), B-100 
 
QUILOMÍCRONS: tem como função o 
transporte de lipídeos oriundos da dieta. 
Após as ações das enzimas intestinais, 
os triglicerídeos são convertidos a 
colesterol livre + ácidos graxos, que são 
absorvidos pelos enterócitos do 
intestino e armazenados nos Qm, com o 
acréscimo de apoB-48, apoC-II e apoE 
e vão para a corrente sanguínea. São 
então catabolizados pela enzima LPL, e 
os Qm remanescente são armazenados 
no fígado em forma de gotas lipídicas, 
servido como fonte de energia, 
acondicionados com apoB-100 para 
formar o VLDL. 
 
LIPOPROTEÍNA DE MUITO BAIXA 
DENSIDADE (VLDL): tem como função 
transportar os TG do fígado para os 
tecidos periféricos, carreando 
principalmente os TG endógenos. 
 LPL LPL 
VLDL IDL LDL fígado 
 TG TG 
 (Para o sangue periférico) 
 
LIPOPROTEÍNA DE BAIXA 
DENSIDADE (LDL): no fígado, o LDL é 
conjugado a ApoB-100 e captado pelos 
hepatócitos, tendo como destino a 
produção de sais biliares, reutilização 
para secreção de lipoproteínas ou 
excreção na bile. Já nas celulas 
periféricas, o colesterol da LDL é 
captado e utilizado na composição das 
membranas celulares, armazenado em 
gotas lipidicas intracelulares ou 
carregado pela via de transporte reverso 
do colesterol. O excesso de colesterolintracelular inibe a expressão do 
receptor de LDL e inibe a HMG-CoA 
redutase. 
LIPOPROTEÍNA DE ALTA DENSIDADE 
(HDL): chamado de colesterol bom, o 
HDL captura o colesterol que é 
esterificado pela LCAT na presença de 
ApoA-I. Uma vez esterificado, o 
colesterol migra para o centro da HDL, 
ficando indisponível e evitando sua 
oxidação. Chegando ao fígado, o 
colesterol é removido e a HDL retorna 
para a circulação. 
 
DISLIPIDEMIAS 
DEFINIÇÃO: são modificações no 
metabolismo de lipídeos que 
desencadeiam alterações nas 
concentrações de lipoproteína 
plasmática em consequencia de fatores 
genéticos e/ou ambientais, favorecendo 
o desenvolvimento de aterosclesoe e 
doenças crônico-degenerativas. 
 
5 
ATEROSCLEROSE: é uma doença 
inflamatória crônica caracterizada pela 
formação de ateromas dentro dos vasos 
sanguíneos. Os ateromas são placas 
compostas, especialmente, por lipidios e 
tecido fibroso, que se formam na 
parede dos vasos. O processo se inicia 
com um dano celular no endotélio do 
vaso causade por uma disfunção da 
celula endotelial, comum no alcoolismo, 
tabagismo e diabetes, por onde o LDL 
entra na camada intima e oxida. Há a 
expressão de moléclas de adesão e 
ligação de monócitos no vaso, que é 
ativado e transformado em macrófago. 
O macrófago por sua vez captura o LDL 
oxidado, formando celulas espumosas 
que se acumulam no endotélio e 
causando necrose celular. Citocinas 
secretadas pelo endotélio e macrófagos 
estumulam as células da musculatura 
lisa a migrarem e se replicarem, 
formando uma capa fibrosaa placa de 
ateroma. Macrófagos ativos secretam 
enzimas que enfraquecem a capa da 
placa, expondo a matriz às plaquetas e 
formando trombos. Tem como 
complicações AVC, infarto agudo do 
miocárdio e angioplastia. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS 
HIPERLIPIDEMIAS 
Fredrickson 
TIPO I: Hiperlipidemia exógena causada 
pela deficiencia de lipoproteína lipase. 
Há aumento da concentração de Qm e 
soro com sobrenadante cremoso. 
TIPO IIa: Hiperlipidemia familiar 
causada pela deficiência no receptor de 
LDL, gerando um aumento na 
concentração de LDL e soro de 
aparencia transparente. 
TIPO IIb: Hiperlipidemia combinada 
causada pelo aumento da síntese de 
apoB, gerando um aumento nas 
concentrações de VLDL e LDL e soro de 
aparencia turvada. 
TIPO III: Hiperlipidemia remanescente, 
causada pela deficiencia de apoE, 
levando a um aumento na concentração 
de IDL e soro de aparencia turvada. 
TIPO IV: Hiperlipidemia endógena, 
causada pela deficiencia de LPL e 
apoC-II, gerando aumento na 
concentração de VLDL e soro turvado. 
TIPO V: Hiperlipidemia mista, causada 
pela deficiencia de LPL e apoC-II, 
havendo aumento na concentração de 
Qm e VLDL e soro com camada 
superior cremosa e inferior turva. 
 
Classificação laboratorial 
Hipercolesterolemia isolada: aumento 
isolado de c-LDL 
Hipertrigliceridemia isolada: aumento 
isolado de triglicerídeos, aumentado 
VLDL ou Qm. 
Hiperlipidemia mista: aumento de TG + 
CT ou aumento de c-LDL. 
Colesterol HDL baixo: diminuição isolada 
de HDL ou diminuição de HDL + 
aumento de c-LDL ou TG. 
 
 
 
6 
ELETROFORESE DE LIPOPROTEÍNAS 
Verifica-se a migração das lipopoteínas 
em um determinado gel durante a 
aplicação de uma diferença de 
potencial. Não é um teste de rotina, pois 
alguns parametros de determinação 
mais simples como colesterol total, TG, 
HDL e LDL substituem a eletroforese. 
 β pré-β α 
 
Qm LDL IDL VLDL HDL 
 
VALORES DE REFERÊNCIA 
Colesterol Total: ótimo <200mg/dL, 
limítrofe 200-239mg/dL e elevado 
>240mg/dL. 
Triglicerídeos: ótimo <150mg/dL, 
limítrofe 150-200mg/dL e elevado 
>200mg/dL. 
Colesterol LDL: desejável <100mg/dL, 
aceitável 100-129mg/dL, limítrofe 130-
159mg/dL e elevado >160mg/dL. 
Colesterol HDL: baixo <40mg/dL e 
elevado >60mg/dL.. 
 
AVALIAÇÃO LABORATORIAL 
Variáveis Pré-analíticas 
I. Variabilidade biológica: os 
componentes do perfil lipídico sofrem 
flutuações ao longo do tempo, 
caracterizando a variabilidade biológica 
intraindividual. As variações médias em 
indivíduos saudáveis, em termos de 
Coeficiente de Variação, podems er 
resumidas em CT, HDL-C e LDL-C cerca 
de 10% e para os TG, cerca de 25%. 
II. Duração do Jejum: a padronização 
para a coleta recomenda jejum de 12 a 
14h. Intervalos maiores ou menores 
podem interferir nos resultados. 
III. Postura durante a coleta: é 
recomendável que a punção venosa seja 
realizada com o paciente sentado pelo 
menos por 10 a 15min para evitar 
variações ortoestáticas da volemia e 
garantir a consistência entre as 
dosagens. 
IV. Duração do Torniquete: após 1 
minuto de torniquete pode haver 
hemoconcentração e, com relação ao 
perfil lipídico, ocorrer aumento de cerca 
de 5% no CT. Este efeito pode chegar a 
10 a 15% com durações superioses a 
5min. Visando minimizar o “efeito 
torniquete”, este deverá ser desfeito tão 
logo a agulha penetre na veia. 
PERFIL LIPÍDICO: é formado pelos 
triglicerídeos, colesterol total e frações 
(HDL, LDL, VDL). 
FÓRMULA DE FRIEDEWALD: 
CT = LDL + HDL + VLDL 
VLDL = TG/5 
 
NOVOS BIOMARCADORES: 
ApoA-I e B: tem maior poder 
discriminatório pois apresentam menores 
variações analíticas que CT, HDL e LDL. 
PCR ultrassensível: proteína de fase 
aguda sintetizada pelo fígado; processos 
inflamatórios.

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