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Estudo dirigido relativo aos capítulos 5 e 4 do livro: LESSA, Sérgio; TONET, Ivo. Introdução à filosofia de Marx. 2. ed. São Paulo: Expressão Popular, 2011. Disponível aqui no BB. 1. Qual a tese central do materialismo Mecanicista? “De que tudo é matéria inclusive as próprias ideias” 2. Qual a relação histórica social que produz a afirmação materialista de que tudo é matéria? O materialismo mecanicista prevê que as condições materiais da vida em oposição as ideias, têm papel central no desenvolvimento humano. Para ele, a história é regida por leis imutáveis e inevitáveis aos seres humanos, desse modo, é a chamada ‘natureza humana’ que estrutura todos os processos sociais. As pessoas dependem da natureza, portanto antigamente as pessoas dependiam muito da natureza, tudo girava em torno dela, dependiam da safra, se chovia ou não, pois não tinham toda mecanismos de armazenar a comida, compreendendo assim que tudo era matéria. 3. Qual principal debilidade do Materialismo Mecanicista? Por não reconhecerem o papel ativo das ideias sobre o desenvolvimento humano, não compreendiam que a história é um processo e não conseguiam explicar o desenvolvimento humano a partir de seu pressuposto fundamental. Assim havia dificuldade em explicar ou desconsiderar o papel das ideias. 4. Qual a principal tese do Idealismo? “Reconhecimento do papel ativo, decisivo das ideias e da consciência humana na história.” Mesmo assim não nega a existência da matéria. 5. Quais fatores sociais e históricos se articulam à afirmação idealista da prioridade da ideia em relação à matéria? O fator histórico que levou o surgimento do idealismo foi a organização econômica e social da época anterior a revolução francesa e industrial, no qual a classe dominante controlava e administrava os meios de produção. Com isso o modo de vida das pessoas modificou, suas relações sociais foram afetadas. Esse fato gerou a ilusão de que a atividade intelectual ou as ideias eram as responsáveis pela existência das sociedades e da vida social. Portanto sendo uma dualidade entre a ideia do trabalho braçal e o trabalho intelectual. 6. Qual a principal debilidade do Idealismo? “Não perceberem o peso determinante da vida social objetiva sobre as concepções de mundo.” 7. Qual a tese central do Materialismo Histórico-Dialético? O mundo dos homens nem é pura ideia, nem é pura matéria, mas sim uma síntese de ideia e matéria que apenas poderia existir a partir da transformação da realidade, conforme um projeto ideado na consciência.” 8. Como a tese central do Materialismo Histórico-Dialético pode ser considerada uma superação do Materialismo Mecanicista e do Idealismo? Para Marx sem ideias não existem ações que possam transformar a realidade material, e sem ações as ideias não se materializam. O materialismo possibilita compreender a base material das ideias e, ao mesmo tempo, a força material das ideias na reprodução social. Através das forças produtivas que Marx conseguiu elaborar essa nova concepção e superar as outras. 9. Explique a afirmação materialista histórica-dialética da prioridade da matéria em relação à ideia, explicitando sua diferenciação em relação à tese Materialista de que tudo é matéria. São as condições materiais que possibilitam o surgimento das ideias e não ao contrário, a natureza é anterior a consciência. Esta concepção se diferencia do materialismo mecanicista pois o materialismo histórico-dialético prevê uma síntese entre matéria e ideia na qual a matéria vem antes e a ideia depois, mas isso não quer dizer que a matéria é mais importante. A ideia seria um desenvolvimento mais tardio da matéria. Portanto a matéria não é tudo. 10. Qual a implicação ou possíveis impactos da tese materialista histórica- dialética na teorização das Psicologias e da Psicologia Social? O método materialista histórico dialético é uma ferramenta de análise da sociedade muito importante que possibilita uma visão mais ampla da história, pois relaciona os diversos aspectos que influenciam o indivíduo. Ele se aplica muito bem a psicologia por conta de mostrar que os fatores sociais e históricos podem determinar o comportamento de um sujeito. Portanto, o materialismo histórico-dialético ao analisar as condições materiais, sociais, econômicas, políticas, históricas e culturais propiciou o avanço das Psicologias e principalmente da Psicologia Social, influenciando o trabalho de grandes psicólogos como Wallon e Vygotsky. 11. Qual a implicação da cisão cartesiana na produção do conhecimento? Descartes por não conseguir provar empiricamente a consciência decidiu separar o ser humano entre o material e o imaterial, afirmando que a ciência se ocuparia em estudar o biológico (corpo) e a filosofia o imaterial (mente). Esta afirmação mudou de forma drástica o rumo de toda produção de conhecimento, principalmente da psicologia, pois o ser humano começou a ser visto como um relógio e os cientistas deveriam fazer experimentos em laboratórios para buscar regularidades e leis implícitas do comportamento humano. Toda e qualquer menção ou referência a consciência e mente deveria ser descartada, por conta de não ser possível provar de forma empírica. 12. Qual a relação entre a asserção cartesiana, cogito ergo sum, e a Psicologia? A principal relação entre eles é o fato de que a psicologia tem como base as suas teorias individualistas, dando ênfase nas relações e produções de conhecimento individual. Isso vem da influência da asserção cartesiana vindo dos postulados de Descartes do cogito ergo sum (“penso, logo existo”) que buscava um conhecimento mais científico e racional, dando destaque no EU, no indivíduo. Acarretando na rejeição dos estudos conhecidos na época como coletivos e sociais, impactando na visão sobre a Psicologia Social. 13. Que tipo de Psicologia e Psicologia Social se produziu nas sombras do cogito cartesiano? A psicologia social, embasada no cogito cartesiano, se relaciona com uma psicologia individualista, com ênfase no EU enquanto indivíduo (unidade), onde o social não existe, nessa visão, o ''social'' era similar a ''grupo'' assim sendo, a soma de indivíduos. Tendo isso em vista, no final do séc. XIX e início do séc. XX, houve uma tentativa de criação de uma psicologia “coletiva”, das massas e da cultura. Porém, a força de individualismo cartesiano se sobressaiu em relação ao coletivo, social ou cultural, passando a ser assimilado com o irracional, enquanto, o individual seria o racional. Wundt escreveu dez volumes do que intitulou Psicologia Social, porém, foi ignorado. Esta sofria então tentativas de sua formação, muitos teóricos tinham dificuldade de juntar os estudos do social com o individual, alguns buscavam então quebrar essas separações, mas como já dito, havia um impedimento muito grande de vingar tais reflexões. Estudo dirigido relativo ao texto: LANE, Silvia T. Maurer. A psicologia social e uma nova concepção do homem para a psicologia. IN LANE, Silvia T. Maurer; CODO, Wanderley. Psicologia social: o homem em movimento. 14. ed. São Paulo: Brasiliense, 2012. 14. Caracterize e diferencie as Psicologias Sociais produzidas nos EUA e na Europa, no período pós Segunda Guerra Mundial. As psicologias produzidas nos estados unidos se caracterizam por suas bases materialistas e pragmáticas que visavam uma reconstrução objetiva da sociedade destruída até então pela guerra. Como também, por seus experimentos em laboratórios, que buscavam definir padrões do comportamento humano com base na concepção de estimulo-resposta.Já na Europa por conta de um Zeitgeist diferente, as teorias com raízes Idealistas eram amplamente difundidas em especial fenomenologia, na qual os pensadores buscavam entender o mundo concreto a partir da manifestação dos fenômenos com a intenção de evitar uma possível 3º guerra mundial. 15. Explique como e porque se constituiu uma "crise" do conhecimento psicossocial em meados da década de 60. A psicologia social na década de 60 ainda não tinha uma base concreta e formada, apresentando dificuldades em conseguir prever ou explicar o comportamento social humano. A américa do norte era criticada por ainda apresentar teorias baseadas em circunstâncias histórias e sociais próprias, representando a ideologia dominante da época e lugar, afirmando que certos comportamentos são naturais o por isso não é possível altera-los, ignorando o fato de que o ser humano é fruto de uma construção sócio histórica. Por conta da impossibilidade de conseguir prever ou explicar o comportamento social humano ocorreu uma crise na Psicologia social. A principal crítica era de que as análises produzidas até então somente reproduziam a ideologia dominante, afirmando que certos comportamentos são naturais o por isso não é possível altera-los, ignorando o fato de que o ser humano é fruto de uma construção sócio histórica. 16. Quais os caminhos encontrados para superar a "crise" na Psicologia Social? Um dos caminhos encontrados foi repensar as teorias até então feitas que não consideravam o meio social como um fator de influência no comportamento. A desconstrução do humano biológico foi fundamental neste processo, visto que, o homem é um animal social e histórico, produto do meio em que vive, seu corpo é somente sua base material, um invólucro, torna-se humano somente quando esta casca é preenchida por cultura e linguagem, ambas construções históricas. Por exemplo na teoria da lei de aprendizagem, começa a se perguntar como o meio externo interfere na aprendizagem, entendendo como e por que tais reforços ou estímulos ajudam ou atrapalham nesse processo e o motivo para que certas coisas são aprendidas e outras não. 17. Qual a importância de considerarmos as dimensões e as condições históricas e sociais do ser humano no processo de constituição e produção das teorias e práticas psicológicas? Ao criar teorias psicológicas sem considerar o contexto social e cultural do ser humano elimina o fato de que haja influências externas no comportamento. O grande erro foi ignorar o papel do indivíduo como agente da própria história e considerar que certas atitudes não estão sob influência da cultura e por fim afirmar que estes são atos próprios e “naturais” do ser. Desta maneira foram criadas leis e teorias universais que perpetuam a ideologia dominante vigente. A utilização do materialismo histórico e dialético garantiu a psicologia social ferramentas epistemológicas capazes de embasar analises desde contexto sócio econômico até realidade cotidiana dos sujeitos. Pois a meta é conhecer o indivíduo no conjunto de suas relações sociais, tanto naquilo que lhe é específico como naquilo em que ele é manifestação grupal e social. Estudo dirigido relativo ao texto: LANE, Silvia T. Maurer. A psicologia social e uma nova concepção do homem para a psicologia. IN LANE, Silvia T. Maurer; CODO, Wanderley. Psicologia social: o homem em movimento. 14. ed. São Paulo: Brasiliense, 2012. p.10-19 18. Segundo as reflexões apresentadas pela autora, por meio de quais sinais podemos identificar o caráter ideológico presente em teorias das ciências sociais e humanas e em especial na Psicologia? A desconsideração da Psicologia em geral, de que o ser humano é um produto histórico social, é que a torna uma ciência que reproduziu a ideologia dominante de uma sociedade, impedindo a emergência das contradições e a transformação social. Tal como, Skinner, que se preocupava com os comportamentos humanos sem considerar os fatores externos que podem influencia-los, como por exemplo nas leis de aprendizado. Em que não via essas relações como resultados de impactos sócio históricos de um corpo social. Restando pensar como e porque certos comportamentos são reforçados e outros punidos dentro de uma sociedade. Assim, acabamos tendo a ideia de que essas leis são imutáveis. Quando os autores se ocupam apenas com a análise quantitativa do comportamento humana sem relaciona-lo com os aspectos sociais e históricos, existe uma tendência de considerar estes comportamentos como intrínsecos ao ser humano, esta concepção acaba fortalecendo e dando legitimidade cientifica as estruturas sociais e de produção vigentes. Por exemplo, Wundt entendia o homem como máquina e em seu laboratório procurava descrever objetivamente o comportamento humano na forma de causa e efeito se esquecendo dos fatores históricos. Esta concepção do homem como relógio deu alicerce a diversas teorias eugênicas que buscavam em seus experimentos o homem perfeito (raça ariana) e todos o que não se encaixassem a esse modelo mecanicamente sem defeitos deveria ser exterminado. 19. Quais os dois fatos fundamentais elencados pela autora e que nos possibilitam problematizar as teorias “tradicionais” da Psicologia e da Psicologia Social? São apontados dois fatos fundamentais para o conhecimento do Indivíduo: 1) o homem não sobrevive a não ser em relação com outros homens, desde o seu nascimento (mesmo antes) o homem está inserido num grupo social; 2) a sua participação, as suas ações, por estar em grupo, dependem fundamentalmente da aquisição da linguagem que preexiste ao indivíduo como código produzido historicamente pela sua sociedade, mas que ele apreende na sua relação específica com outros indivíduos, se a língua traz em seu código significados, para o indivíduo as palavras terão um sentido pessoal decorrente da relação entre pensamento e ação, mediadas pelos outros significativos. O resgate destes dois fatos empíricos permite ao psicólogo social se aprofundar na análise do indivíduo concreto, considerando a imbricação entre relações grupais, linguagem, pensamento e ações na definição de características fundamentais para a análise psicossocial. 20. Qual a importância do processo de conscientização em relação à reprodução ideológica que nos constitui enquanto indivíduos, grupos, instituições e sociedade? Através da Psicologia social que recuperaram o pensamento do indivíduo na interação da sua história, e a história da sociedade, não só como um ser biológico ou social. A ideologia então, se cristaliza nas instituições, assim o homem era reprodutor da vida social, e se enquadrando em grupos, que compõem a sociedade, pois os indivíduos sempre estão um em contato com o outro, que forma a interação social e, consequentemente, a sociedade. Portanto, a conscientização levou a um crescimento de ideias e de compreensão do indivíduo, pois foi necessário a mediação ideológica, como valores, e ideias tidas como verdadeiras para que fosse reproduzido as relações sociais, que eram necessárias para a manutenção das relações de produção. É importante para não sermos apenas reprodutores de normas e padrões sociais sem nem ao menos questiona-las. A consciência da reprodução ideológica permite ao indivíduo formar um conhecimento de si mesmo, levando a uma consciência social. A partir do momento que passa a ser grupal, leva a uma consciência de classe, que implica na compreensão das controvérsias que acontece na sociedade, fazendo-se participantes das mudanças histórico- sociais. A partir da interação com o grupoo indivíduo adquire consciência do papel que exerce na sociedade e das contradições históricas e sociais que compartilha com o coletivo, ao perceber que estas controvérsias são fruto do modo de produção da vida material, o grupo adquire consciência de classe e se mobiliza a fim de superar tais dificuldades. 21. Metodologicamente a adoção do materialismo histórico dialético com fundamento teórico e epistemológico da Psicologia social implica na consideração da impossibilidade de uma “neutralidade” e/ou “imparcialidade” na construção da práxis psicológica. Sendo assim, explique como essa impossibilidade é pensada sob a ótica da autora. A partir de um enfoque fundamentalmente interdisciplinar o pesquisador- produto-histórico parte de uma visão de mundo e do homem necessariamente comprometida. O homem é produto e produtor social, portanto não existe de fato uma neutralidade, pois o sujeito carrega em si as relações sociais que o constituíram, assim como sua própria visão acerca do mundo é parcial. Sendo assim, não há possibilidade de se gerar um conhecimento “neutro”. 22. Lane (2012) a firma que “toda Psicologia é Social”. Explique a afirmação da autora. Sabemos que o ser humano é constituído a partir da relação com o outro, ou seja, seu ser, seus comportamentos e sua subjetividade se constituíram a partir dessa relação, não podendo ser dissociados. Sendo assim, não se pode conhecer qualquer comportamento humano isolando-o, sem seu contexto social. A psicologia social tem por objetivo conhecer o indivíduo no conjunto de suas relações sociais, ao entender o indivíduo devemos levar em consideração sua vivência e, portanto, suas relações sociais, sendo assim, toda psicologia seria social.
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