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3 Contratos administrativos
3.1. Contratos da Administração -sentido amplo – todos os contratos celebrados pela Adm. Pública
3.1.1. Divergências doutrinárias: 1ª corrente – nega a existência; 2ª corrente – todos os contratos celebrados pela AP são contratos administrativos; 3ª corrente – espécie do gênero contratos contendo cláusulas exorbitantes do direito comum.
Conceito: Maria Sylvia “ajuste que a Adm. Pública, nessa qualidade celebra com pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, para a consecução de fins públicos, segundo regime de direito público” p. 251
Convênios – ajustes firmados entre duas pessoas de direito público – nesse caso não existe supremacia de uma das partes
Direito Positivo – Art. 22, XXVII e art. 37, XXI, da CF – Lei 8666/93 – Lei 8883/94 – Lei 8987/95 – Lei 9637/98 – Lei 9790/99 – Lei 11079/2004 – Lei 11107/2005- Lei 12232/2010
3.2. Peculiaridades
- presença da Administração Pública como Poder Público – condição necessária, mas não suficiente;
-finalidade pública;
-obediência a forma prescrita em lei - formalismo;
-procedimento legal;
-natureza de contrato de adesão;
- comutatividade – equivalência entre as obrigações;
- bilateralidade;
-natureza intuitu personae – personalíssimo – não absoluto – art. 64 §2º, Lei 8666/93;
-presença de cláusulas exorbitantes – assemelham-se aos contatos de adesão. Mais importantes: 1) exigência de garantia – caução em dinheiro ou títulos da dívida pública – seguro garanti e fiança bancária; 2) alteração unilateral do contrato – modificações qualitativas – art. 65, I, a, Lei 8666/93 ou quantitativas – art. 65, I, b da Lei 8666/93; 3) manutenção do equilíbrio econômico financeiro (relação entre custo e remuneração) 4) inoponibilidade da exceção do contrato não cumprido – art. 78, XV, Lei 8666/93; 5) rescisão unilateral – art. 78, Lei 8666/93; 6) fiscalização - - permitida a contratação de terceiro para fiscalizar – art. 67, Lei 8666/93 – falta de fiscalização das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora, a entidades da Adm. Passam a responder subsidiariamente pelos encargos não recolhidos (Súmula 331, do TST); 7) aplicação de penalidades – art. 87, Lei 8666/93; 8) ocupação provisória – art. 58, V, da Lei 8666/93 
-mutabilidade – admite modificação unilateral
3.3.Interpretação – favorável ao interesse público primário – interesse da coletividade – presunção de legitimidade – interpretação restritiva das vantagens conferidas ao particular
3.4.Formalização – art. 60, parágrafo único da Lei 8666/93 – Regra – forma escrita – publicação resumida do contrato e aditivos na imprensa oficial 
3.5. Equilíbrio Econômico Financeiro – Cláusula de Reajuste (atualização monetária – perdas inflacionárias ou majoração dos insumos) ou Revisão (alteração do valor efetivo da tarifa – independe de previsão contratual)
- Circunstâncias que autorizam a Revisão: a) alteração unilateral do contrato – art. 65, § 1º e 4º Lei 8666/93); b) fato do príncipe – acontecimento externo e de natureza geral; c) fato da Administração – ação ou omissão da Adm. contratante- comportamento irregular do contratante, que retarda ou impede a execução do contrato; d) álea econômica – teoria da imprevisão – acontecimento externo de natureza econômica e estranho a vontade das partes – imprevisível e inevitável, causador de significativo desequilíbrio; e) sujeições imprevistas ou interferências imprevistas; f) agravos econômicos resultantes da inadimplência da Administração. 
3.6. Rescisão – art. 79, Lei 8666/93
- Amigável ou judicial – hipóteses art. 78, incisos XIII a XVI, Lei 8666/93 – fatos da Administração
- Unilateral pela Adm. Pública – art. 78, I a XI e XVIII – falta do contratado – 
 - art. 78, XII – por motivo de interesse público
3.7. Duração e execução – art. 57, da Lei 8666/93 prazo adstrito a vigência dos respectivos créditos orçamentários, com exceções – previsão no Plano Plurianual, serviços contínuos, aluguel de equipamentos e utilização de programas de informática quando há dispêndio de recursos públicos.
3.8. Modalidades de Contratos Administrativos
1) Concessão de Serviços Públicos: Maria Sylvia define a concessão como o contrato administrativo pelo qual a Administração confere ao particular a execução remunerada de serviço público ou de obra pública, ou lhe concede o uso de bem público, para que o explore por sua conta e risco, pelo prazo e nas condições regulamentares e contratuais.
		A concessão pode ser para empresa particular ou outorgada a empresa estatal. No primeiro caso, o Poder Público transfere a execução do serviço e conserva a titularidade. Já as empresa públicas, criadas por lei, adquirem o direito à prestação do serviço.
	Características da concessão: a) só existe concessão de serviço público quando se trata de serviço próprio do estado; b) o poder concedente só transfere a execução, continuando titular do serviço; c) a concessão tem de ser feita através de licitação (art. 175, CF) sempre; d) o concessionário executa o serviço em seu próprio nome e corre os riscos do empreendimento; e) a tarifa tem a natureza de preço público e é fixada pelo poder concedente. A política tarifária será objeto de lei; f) a responsabilidade por danos causados pela concessionária é objetiva (art. 37, § 6o, CF); g) encampação é a rescisão unilateral da concessão. A lei 8.666/93 não utiliza esta expressão, mas prevê a hipótese nos artigos 79, §2o, e 78, XII. A razão é o interesse público, devidamente justificado. A indenização é obrigatória, se houver prejuízo ao particular; h) a rescisão unilateral, por motivo de inadimplemento é denominada de caducidade ou decadência. Não cabe indenização ao particular e estará ele sujeito às penalidades previstas (art. 78, da Lei 8.666/93). No cumprimento irregular, é suficiente a imperícia, imprudência ou negligência. Deve ser grave e o contratado deve mostrar-se inabilitado para a execução. Na lentidão, o contratado deve ser previamente advertido. O inc. IV configura a violação do personalismo do contrato (o contrato administrativo é intuitu personae). No caso da associação com terceiros, a lei quer evitar procedimentos fraudatórios da competição licitatória.
2) Concessão x Permissão: Importa distinguir as duas figuras. A permissão não tem natureza contratual. É ato unilateral, discricionário e precário, mas depende de licitação (art. 175, CF). Seu objeto é a execução de serviço público, continuando a titularidade com o Poder Público. O permissionário sujeita-se às condições estabelecidas pela Administração. Como ato precário, pode ser alterado ou revogado a qualquer momento, por motivo de interesse público.
	As permissões com prazo desnaturam o instituto e a revogação antes do prazo sujeita a Administração à indenização.
	Celso Antônio, sobre as permissões a prazo certo, diz que seu uso entre nós tem sido desnaturado. Têm surgido leis que prevêem outorga de permissão para serviços cujo desempenho implica investimento de considerável monta (p.ex: transporte rodoviário coletivo). Em sendo precária a permissão, o permissionário fica em situação de instabilidade perigosa, pois os valores econômicos em jogo são de grande monta. É bem de ver que o uso da permissão em tais casos incentiva a corrupção, porque, de um lado, enseja pressões indevidas, fáceis de se fazer sobre quem não tenha garantia nenhuma de segurança quanto à permanência do vínculo e, de outro, porque o sujeito que não é assistido por direito algum recorre a quaisquer meios para obter o que não se quer lhe dar de direito.
	Há outros contratos administrativos citados pelos doutrinadores. São menos freqüentes e não são expressamente nominados no programa do concurso.
3) Concessão de obra pública: É o contrato administrativo pelo qual o poder público transfere a outrem a execução de uma obra, para que a execute por sua conta e risco, mediante remuneração paga pelo administrado, pelo prazo e condições estabelecidos no contrato. Ex.: construção de estradacom direito de cobrar pedágio.
	Hoje se reconhece a existência desse contrato, como modalidade autônoma em relação a concessão de serviço público. Isto ocorre principalmente na medida em que se aceita a possibilidade de que o concessionário seja retribuído, não por meio de exploração de obra, após sua conclusão, mas por meio de contribuição de melhoria.
	Em qualquer caso, não é a administração que remunera o concessionário pela construção da obra; serão os futuros usuários, por meio de contribuição de melhoria ou por meio de tarifas fixadas pelo poder concedente.
	A vantagem desse tipo de contrato é a possibilidade que tem a Administração Pública de realizar obras e prestar serviços sem dispêndio de capital.
4.1) Concessão de uso: Contrato administrativo onde a Administração faculta ao particular a utilização privativa de bem público, para que a exerça conforme a sua destinação. Sua natureza é a de contrato de direito público, sinalagmático, oneroso ou gratuito, comutativo e realizado intuito personae. Exige licitação (art. 2o, Lei 8.666/93).
	É instituto empregado, preferentemente à permissão, nos casos em que a utilização do bem público objetiva o exercício de atividades de utilidade pública de maior vulto e, por isso mesmo, mais onerosas para o concessionário. 
4.2) Permissão de Uso: é o ato administrativo unilateral, discricionário e precário, gratuito ou oneroso, pelo qual a Administração Pública faculta a utilização privativa de bem público, para fins de interesse público. Pode recair sobre bens públicos de qualquer espécie.
	Maria Sylvia ensina, quanto à licitação, que não é, em regra, necessária, a não ser que leis específicas sobre determinadas matérias o exijam, como ocorre no caso da permissão para instalação de bancas nas feiras livres. É verdade que a Lei 8.666/93, no art. 2o, inclui a permissão entre os ajustes que, quando contratados com terceiros, serão necessariamente precedidos de licitação. Tem-se, no entanto, que entender a norma em seus devidos termos. Em primeiro lugar, deve-se atentar para o fato de que a Constituição Federal, no art. 175, parágrafo único, I, refere-se a permissão de serviço público como contrato; talvez por isso se justifique a norma do art. 2o da Lei 8.666/93. Em segundo lugar, deve-se considerar também que este dispositivo, ao mencionar os vários tipos de ajustes em que a licitação é obrigatória, acrescenta a expressão quando contratados com terceiros, o que faz supor a existência de um contrato. Além disso, a permissão de uso, embora seja ato unilateral, portanto excluído da abrangência do art. 2o, às vezes assume a forma contratual, com características iguais ou semelhantes à concessão de uso; é o que ocorre na permissão qualificada, com prazo estabelecido. Neste caso, a licitação torna-se obrigatória.
4.3) Autorização de uso: é o ato administrativo unilateral e discricionário, pelo qual a administração consente, a título precário, que o particular se utilize de bem público com exclusividade. A utilização não é conferida com vistas à utilidade pública, mas no interesse privado do utente. Aliás, essa é uma das características que distingue a autorização da permissão e da concessão. Dispensa licitação e autorização legislativa e não cria para o usuário um dever de utilização, mas simples faculdade.
	A fixação de prazo tira à autorização o caráter de precariedade, conferindo ao uso privativo certo grau de estabilidade; vincula a Administração à obediência do prazo e cria, para o particular, direito público subjetivo ao exercício da utilização até o termo final previamente fixado; em conseqüência, se razões de interesse público obrigarem à revogação extemporânea, ficará o poder público na contingência de ter de pagar indenização ao particular, para compensar o sacrifício de seu direito. Manifesta é a inconveniência de estipulação de prazo nas autorizações.
5) Contratos de obra pública e de prestação de serviços: Lei 8.666/93, art. 6o, I e II, define o que é obra e o que é serviço. Em caso de notória especialização, pode ser contratado sem licitação (atenção – distinção entre serviços comuns e técnico-profissionais). Ver art. 25, II, Lei das Licitações. Os contratos de obra pública podem ser feitos sob empreitada – empreitada por preço global, por preço unitário, empreitada integral (todas as etapas) , tarefa (mão de obra para pequenos trabalhos) Ver art. 6o, VIII, Lei 8.666/93. No caso de obra pública é necessário o projeto básico aprovado antes da licitação e o projeto executivo.
8) Contrato de Fornecimento: Lei 8.666/93, artigos 15 e 16 (compras). Fornecimento é compra vinculada ao contrato.
9) Contrato de gestão – acordo operacional firmado entre a Adm. e organizações sociais ou agências executivas, para fixar metas de desempenho, permitindo melhor controle de resultados – fomento e execução de atividades relativas às áreas de ensino, pesquisa, desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente, cultura e saúde – lei 9637/98
10) Termo de Parceria – instrumento firmado entre Poder Público e OSCIP – vínculo de cooperação, fomento e execução de atividades de interesse público L. 9790/99
11) Parceiras Público-privadas – L. 11079/2004 – repartição objetiva dos riscos entre estado e investidor particular- concessão administrativa (usuária do serviço é a Adm. Pública – serviço ut universi) e patrocinada (tarifa cobrada do usuário + contraprestação pecuniária paga pelo parceiro público)

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