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0.2 Esboço de gráficos Nota 1. No estudo de sinais de f ′ e f ′′ podemos usar o seguinte fato que é uma consequência do Teorma do Valor Intermediário: se uma função g é contínua num intervalo aberto I (podendo este ser a reta toda ou uma semi-reta) e não existirem zeros de g em I, então o sinal de g não muda em I, para sabermos qual é o mesmo, basta tomarmos um valor de x qualquer em I, podemos escolher x de modo que o cálculo de g(x) seja simples. A seguir, esboçaremos os gráficos de algumas funções e, para tal, seguiremos sempre o mesmo roteiro. Exercício 6. Esboce o gráfico de f(x) = x4 + 4x3. Solução. Domínio: Como não foi especificado o domínio D d f , fica subentendido que ele é o maior subconjunto de R para o qual a regra x4 + 4x3 é válida, ou seja, D = R. Interseção com os eixos coordenados: A interseção com o eixo y cor- responde a fazermos x = 0, ou seja, se x = 0, y = f(0) = 0. Portanto ela ocorre em (0, 0). A interseção com o eixo x corresponde a fazermos y = 0, portanto, temos que resolver 0 = f(x) = x4+4x3 = x3(x+4), ou seja, x = 0 ou x = −4, o que corresponde aos pontos (0, 0) e (−4, 0). Simetrias: Note que f(x) = x4 + 4x3 é um polinômio onde aparecem potências par e ímpares, portanto não é nem para nem ímpar. Assíntotas: Note que lim x→±∞ (x4 + 4x3) = +∞, em particular, f não pode possuir valor máximo global. Regiões de crescimento de decrescimento de f : Note que f é derivável em todo o seu domínio, portanto o seus pontos críticos são os zeros de f ′(x). Mas f ′(x) = 4x3 + 12x2 = 4x2(x+ 3) = 0 se, e somente se, x = 0 ou x = −3, portanto estes são os únicos pontos críticos de f . Note que o sinal de f ′ é dado pelo sinal de x + 3, portanto, f ′(x) < 0 se x < −3 e f ′(x) > 0 se x > −3. Portanto, f é decrescente em (−∞,−3) e crescente em (3,∞). Portanto, pelo Teste da Derivada Primeira, em x = −3 4 temos um mínimo local, como f é derivável em todos os pontos e só tem um mínimo local, ele deve ser global. Portanto, f(−3) = −27 é valor mínimo global de f . Como f ′(x) não muda de sinal quando passamos por x = 0, este não nem máximo nem mínimo local. Concavidade: Note que f ′′(x) existe para todo x ∈ D e f ′′(x) = 12x2 + 24x = 12x(x+ 2) = 0, se, e somente se, x = 0 ou x = −2. Note que f ′′(x) > 0 em (−∞,−2) ∪ (0,∞) e f ′′(x) < 0 em (−2, 0), portanto, o gráfico é côncavo para cima em (−∞,−2) ∪ (0,∞) e côncavo para baixo em (−2, 0). Como a concavidade f muda ao passarmos pelos pontos x = −2 e x = 0, os pontos (0, 0) e (−2,−8) são pontos de inflexão do gráfico. Esboço do gráfico: - � - � � � � � � � � � � Figura 1: Gráfico de f(x) = x4 + 4x3. Exercício 7. Esboce o gráfico de f(x) = x x− 1 . Domínio: Como não foi especificado o domínio D de f , fica subentendido que ele é o maior subconjunto de R para o qual a regra xx−1 é válida, ou seja, D = {x ∈ R : x 6= 1} = R− {1}. Interseção com os eixos coordenados: Quando x = 0, temos y = 0, portanto a interseção do gráfico com o eixo dos y ocorre em (0, 0). Quando y = 0, temos 0 = f(x) = xx−1 , o que implica que x = 0, portanto a interseção do gráfico com o eixo dos x também ocorre em (0, 0). Simetrias: Note que o domínio de f não é simétrico em relação à origem, pois x = −1 está em D enquanto x = 1 não está em D, portanto enm faz sentido em falarmos se f é para ou ímpar. 5 Assíntotas: Note que lim x→1− x x− 1 = −∞ e lim x→1+ x x− 1 =∞, portanto a reta x = 1 é uma assíntota vertical. Além disso, não temos nem máximo nem mínimo globais. Por outro lado, lim x→±∞ x x− 1 = lim x→±∞ 1 1− 1/x = 1, portanto a reta y = 1 é uma assíntota horizontal. Regiões de crescimento de decrescimento de f : Note que f é derivável em todo o seu domínio e f ′(x) = x− 1− x (x− 1)2 = − 1 (x− 1)2 < 0, portanto f é sempre decrescente. Concavidade: Note que f ′′(x) existe para todo x ∈ D e f ′′(x) = 2 (x− 1)3 , portanto, f ′′(x) > 0 se x > 1 e nesta região o gráfico é côncavo para cima e f ′′(x) < 0 se x < 1 e nesta região o gráfico é côncavo para baixo. Note que ao passarmos por x = 1 o sinal de f ′′(x) muda, mas este não é um pnnto de inflexão, pois f sequer está definida em x = 1 (e por definição num ponto de inflexão f tem que ser contínua). Esboço do gráfico: - � � - � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � Figura 2: Gráfico de f(x) = xx−1 . 6 Exercício 8. Esboce o gráfico de f(x) = 1 x2 − 9 . Domínio: Como não foi especificado o domínio D de f , fica subentendido que ele é o maior subconjunto de R para o qual a regra 1x2−9 é válida, ou seja, D = {x ∈ R : x 6= ±3} = R− {−3, 3}. Interseção com os eixos coordenados: Quando x = 0, temos y = −1/9, portanto a interseção do gráfico com o eixo dos y ocorre em (0,−1/9). Quando y = 0, temos 0 = f(x) = 1x2−9 , que não tem solução, portanto não há interseção do gráfico com o eixo dos x. Simetrias: Note que o domínio de f é simétrico em relação à origem e f(−x) = f(x), para todo x ∈ D, portanto f é par. Assíntotas: Note que lim x→±3+ 1 x2 − 9 =∞ e lim x→±3− 1 x2 − 9 = −∞, portanto as retss x = ±3 são assíntotas verticais. Em particular, f não possui máximo nem mínimo globais. Por outro lado, lim x→±∞ 1 x2 − 9 = 0, portanto a reta y = 0 é uma assíntota horizontal. Regiões de crescimento de decrescimento de f : Note que f é derivável em todo o seu domínio e f ′(x) = −2x (x2 − 9)2 = 0, se, e somente se, x = 0. Portanto, x = 0 é o único ponto crítico de f . Note que o sinal de f ′ é o mesmo que o sinal de −x, portanto, f ′(x) > 0 se x < 0 e f ′(x) < 0 se x > 0, portanto, f é crescente se x < 0 e decrescente se x > 0 e pelo Teste da Derivada Primeira, x = 0 é um ponto de máximo local. Concavidade: Note que f ′′(x) existe para todo x ∈ D e f ′′(x) = 6(x2 + 3) (x2 − 9)3 , portanto, f ′′(x) > 0 nunca se anula e o seu sinal é o sinal de x2 − 9. Portanto, f ′′(x) < 0 se |x| < 3 e f ′′(x) > 0 se |x| > 3. Em paricular, o gráfico é côncavo 7 para cima em (−∞,−3)∪ (3,∞) e côncavo para baixo em (−3, 3). Note que ao passarmos por x = ±3 o sinal de f ′′(x) muda, mas estes pontos não são pontos de inflexão, pois f sequer está definida em x = ±3. Esboço do gráfico: - � - � � � - � � � � � � Figura 3: Gráfico de f(x) = 1x2−9 . 8 Exercício 9. Esboce o gráfico de f(x) = x+ 3x2/3 Solução. Domínio: Como não foi especificado o domínio D de f , fica subentendido que ele é o maior subconjunto de R para o qual a regra x + 3x2/3 é válida, ou seja, D = R. Interseção com os eixos coordenados: A interseção com o eixo y cor- responde a fazermos x = 0, ou seja, se x = 0, y = f(0) = 0. Portanto ela ocorre em (0, 0). A interseção com o eixo x corresponde a fazermos y = 0, portanto, temos que resolver 0 = f(x) = x + 3x2/3 = x2/3(3 + x1/3), ou seja, x = 0 ou x = −27, o que corresponde aos pontos (0, 0) e (−27, 0). Simetrias: Note que f(x) não é par nem ímpar (basta notar, por exemplo, que f(1) = 4 e f(−1) = 2, portanto, f(1) 6= ±f(−1)). Assíntotas: Como D = R, não temos assíntotas verticais. Por outro lado, lim x→±∞ (x+ 3x2/3) = lim x→±∞ x(1 + 3x−1/3) = ±∞, em particular, f não máximo nem mínimo globais. Regiões de crescimento de decrescimento de f : Note que f é derivável em todo o seu domínio, exceto em x = 0. Como x = 0 faz parte do domínio de f e f ′(0) não existe, então x = 0 é um ponto crítico de f . Os demais pontos críticos são zeros de f ′(x). Mas f ′(x) = 1 + 2 x1/3 = x1/3 + 2 x1/3 = 0, se, e somente se, x = −8, portanto os únicos pontos críticos de f são x = 0 e x = −8. Note que f ′(x) > 0 em (−∞,−8) ∪ (0,+∞) e f ′(x) < 0 em (−8, 0). Portanto f é crescente em (−∞,−8) ∪ (0,+∞) e decrescente em (−8, 0). Portanto, pelo Teste da Derivada Primeira, x = 0 é um mínimo locale x = −8 é um máximo local, e f(0) = 0 e f(−8) = 4, são valores mínimo e máximo locais de f . Concavidade: Note que f ′′(x) existe para todo x ∈ D, exceto em x = 0, e f ′′(x) = − 2 3 x−4/3 < 0, logo o gráfico tem concavidade voltada para baixo em todos os pontos. Esboço do gráfico: 9 - � � -� � - � � � � � Figura 4: Gráfico de f(x) = x+ 3x2/3. 10
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