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Contribuição sindical

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Contribuição sindical, confederativa e assistencial 
Estes três institutos de direito coletivo do trabalho são sempre objeto de dúvida 
e confusão quanto à distinção de cada um deles entre muitas pessoas nas 
diversas áreas de atuação profissional. O intuito deste artigo é tentar esclarecer 
em linhas gerais a diferenciação entre eles com denominações simples, 
colacionando algumas jurisprudências interessantes acerca desta matéria. 
Contribuição sindical 
A contribuição sindical está estabelecida nos artigos 578 e seguintes do estatuto 
consolidado. Corresponde à contribuição prevista em lei, conforme preconiza a 
parte final do inciso IV do artigo 8 da Constituição Federal: 
A assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria 
profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da 
representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista 
em lei. 
Trata-se de uma contribuição compulsória, o que significa dizer que todos 
aqueles que pertencerem a uma categoria deverão realizar o pagamento desta 
contribuição, ainda que não sindicalizados. Diante desta obrigatoriedade, a 
contribuição sindical tem natureza jurídica de tributo, vez que independe da 
vontade dos empregados e empregadores, não estando, portanto, o seu 
pagamento, sujeito à anuência destes. Ela corresponde a um dia de trabalho 
para os empregados (artigo 580, inciso I da CLT). Para os empregadores, ela é 
calculada com base no capital da empresa (artigo 580, inciso III, da CLT) e para 
os trabalhadores autônomos e profissionais liberais, baseia-se num porcentual 
fixo (artigo 580, inciso II da CLT). 
Tem por objetivo favorecer os seus representados, promovendo o bem-estar dos 
associados, construindo sede social ou campestre com estruturas esportivas, 
festivas, promovendo assistência médica, odontológica, farmacêutica, hospitalar 
dentre outras. Paralelamente a isto, os sindicatos costumam firmar convênios 
com outros profissionais ou prestadores de serviços, oferecendo aos seus 
representados, serviços de saúde, odontologia, previdência privada, assessoria 
jurídica etc. 
Contribuição assistencial 
Também conhecida como taxa assistencial, encontra-se estabelecida no artigo 
513 da CLT. Geralmente prevista em convenção, acordo ou sentença normativa 
de dissídio coletivo, somente poderá será devida por aqueles que participam na 
condição de sócios ou associados de entidade sindical, conforme entendimento 
dominante de nossos tribunais. 
 Ela visa custear as atividades assistenciais do sindicato, principalmente pelo 
fato de o mesmo ter participado das negociações para obtenção de novas 
condições de trabalho para a categoria. Observa-se o que dispõe o precedente 
normativo 119 da SDC do C. TST: Precedente Normativo 119 – Contribuições 
sindicais - inobservância de preceitos constitucionais - Nova redação dada pela 
Seção de Dissídios Coletivos, em sessão de 02.06.1998 - Homologação Res. 
82/1998 - DJ 20.08.1998. 
 A Constituição da República, em seus artigos 5º, XX e 8º, V, assegura o direito 
de livre associação e sindicalização. É ofensiva a essa modalidade de liberdade 
cláusula constante de acordo, convenção coletiva ou sentença normativa 
estabelecendo contribuição em favor de entidade sindical a título de taxa para 
custeio do sistema confederativo, assistencial, revigoramento ou fortalecimento 
sindical e outras da mesma espécie, obrigando trabalhadores não sindicalizados. 
Sendo nulas as estipulações que inobservem tal restrição, tornam-se passíveis 
de devolução os valores irregularmente descontados. 
A decisão mencionada nos leva a crer que, com base no princípio da livre 
associação ou sindicalização previsto na Constituição Federal, o pagamento de 
tais contribuições não é obrigatório se os trabalhadores, empregadores e 
autônomos não forem associados ou sindicalizados, ainda que conste em 
cláusula de instrumento coletivo de trabalho. Veja as mais recentes decisões de 
nossos tribunais quanto ao assunto mencionado: 
Contribuição Assistencial - Convenção Coletiva - Cláusula Estipulando Desconto 
- Nulidade 
É nula de pleno direito cláusula de Convenção Coletiva que estipula desconto a 
título de contribuição assistencial, alcançando toda uma categoria profissional, 
em desrespeito ao art. 8º, inc. V, da CF e ao Precedente Normativo 74/TST (TRT- 
11ª R. - Ac. unân. 2.255 publ. no DJ de 9-9-96 - Ação Anulatória 2-Manaus/AM - 
Rel. Juiz David Alves de Mello Júnior; in ADCOAS 8152190). 
Sindicato - Contribuição Assistencial Patronal - Empresa Não Filiada - Cobrança 
- Ilegitimidade 
A contribuição assistencial patronal, ao contrário da contribuição sindical e 
federativa, tem natureza contratual, de modo que o seu pagamento somente se 
torna devido se a empresa for filiada à entidade sindical que pleiteia o seu 
pagamento, prevalecendo o princípio da liberdade de filiação sindical, previsto 
no art. 8º, V, da CF (TA-MG - Ac. unân. da 3ª Câm. Cív. julg. em 12-3-97 - Ap. 
231.327-3-Conselheiro Lafaiete - Rel. Juiz Kildare Carvalho; in ADCOAS 
8156647). 
Contribuição Assistencial - Compulsoriedade - Incompatibilidade Contribuição 
Assistencial Patronal. 
A natureza jurídica da contribuição assistencial não é compatível com a 
compulsoriedade do recolhimento, vez que não se trata de tributo decorrente de 
norma de ordem pública, observando-se o direito à livre associação e 
sindicalização - Constituição Federal, arts. 5.º, XX, e 8.º, V. É o que dispõem os 
Precedentes Normativos, em Dissídios Coletivos do C. TST 74 e 119, e a 
Orientação Jurisprudencial 17 da E. SDC do C. TST. (Acórdão TRT-15.ª R. - RO 
00674/2000-6, Recte.: Lino Rosan; Recdo.: Sindicato Rural de Maracaí - Origem: 
1.ª Vara do Trabalho de Assis, DJ de 02/05/2000, pág. 91). 
 Este entendimento tem sido adotado por nossos tribunais, considerando que o 
princípio da livre associação há de ser diuturnamente respeitado, que a liberdade 
de contribuição é mero corolário lógico do direito de associar-se ou não (artigo 
8.º, V, também da lei maior). Destarte, não cabe ao poder judiciário ou aos 
sindicatos criar contribuições a favor destes a serem pagas por todos os 
integrantes da categoria representada. 
Tal restrição justifica-se plenamente sob pena de permitir-se que os sindicatos, 
arbitrariamente, legislem em causa própria, mediante a instituição de descontos 
em seu favor. Assim, a contribuição assistencial não tem natureza de tributo, 
pois não é destinada ao estado e não é proveniente de lei, mas um desconto de 
natureza facultativa, convencional, estipulada pelas partes. 
 Contribuição confederativa 
A contribuição confederativa é muito confundida com a contribuição assistencial, 
porém totalmente distinta desta. A contribuição confederativa serve para custear 
o sistema confederativo da representação sindical patronal ou profissional, ou 
seja, para custear os sindicatos, federações e confederações da categoria 
profissional e econômica. 
Como tratada no artigo 8º, inciso IV da Constituição Federal, este tipo de 
contribuição somente poderá ser exigida dos filiados do sindicato respectivo 
(Súmula 666 do S. T. F.), não tendo, portanto, natureza tributária, vez que será 
instituída pela assembleia sindical e obrigará somente aos associados, conforme 
podemos verificar: 
 " Sindicato - Contribuições Assistenciais e Confederativas - Recolhimento 
Compulsório - Inadmissibilidade 
A natureza jurídica das contribuições assistencial e confederativa não é 
compatível com a compulsoriedade do recolhimento, vez que não se trata de 
tributo decorrente de norma de ordem pública, observando - se o direito à livre 
associação e sindicalização - CF, arts. 5.º, XX, e, 8.º, V. (TRT - 15.ª R. - Ac. unân. 
9.658 da 3.ª T. publ. no DJ de 28 - 3 - 2000 - RO 000116/99 - 4 - Botucatu/SP - 
Rel. Juiz Mauro Cesar Martinsde Souza; in ADCOAS 8180369)." 
Vale a pena ressaltar que as centrais sindicais, por não integrarem o sistema 
confederativo, como entidades formadas livremente pelos seus interessados, 
não são beneficiárias desta contribuição. Neste mesmo diapasão, também não 
são beneficiários da contribuição confederativa os conselhos federais e regionais 
fiscalizadores do exercício de profissionais liberais por serem pessoas jurídicas 
de direito público não pertencentes ao sistema confederativo. 
Tal contribuição será descontada em folha de pagamento dos empregados e, 
para os empregadores, a lei determinará um critério para a base de cálculo das 
categorias econômicas. Com a reforma trabalhista, tal contribuição tornou-se 
facultativa, dependendo de autorização do empregado para o referido desconto 
(artigos 545, 578, 579, 582, 583, 587 e 602 da CLT/2017). Com fundamento no 
princípio da liberdade sindical prevista no artigo 8 da Constituição, foi disposta, 
no artigo 579, a faculdade de tal contribuição. O desconto, ou melhor, qualquer 
desconto de contribuição sindical depende de prévia e expressa autorização do 
obreiro. Os empregadores não estão obrigados ao recolhimento. Também há a 
necessidade de prévia e expressa autorização para a realização do desconto 
sindical.

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