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INVESTIMENTOS EM COLIGADAS E CONTROLADAS

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, CONTÁBEIS E ATUARIAIS
CIÊNCIAS CONTÁBEIS – DEPARTAMENTO DE CONTABILIDADE
INVESTIMENTOS EM COLIGADAS E CONTROLADAS
 AMANDA MANDARANO
 ISABELLA RIGHI
 RODRIGO SANTOS DA CRUZ
REGINALDO CARDOSO DA ROCHA
 VINÍCIUS BERNADO
 PROFESSOR NENA GERUZA
1º SEMESTRE/2018
SÃO PAULO – SP
DEFINIÇÃO DE INVESTIMENTO:
Aplicação de recursos com o objetivo de gerar rendimentos (lucro) para a empresa (de forma que esses bens e direitos não sejam destinados à manutenção das atividades normais da companhia).
 Um investimento, em termos económicos, é capital que se aplica com o intuito de obter rendimentos a prazo. Esta aplicação supõe uma escolha que resigna um benefício imediato por um futuro e, em geral, improvável.
Um investimento contempla três variáveis: o rendimento esperado (quanto se espera ganhar), o risco aceitado (que probabilidade há de obter o rendimento esperado) e o horizonte temporal (quando se irá obter lucros).
O investimento produtivo se realiza quando a taxa de lucro sobre o capital supera ou é pelo menos igual à taxa de juros ou quando os lucros sejam maiores ou iguais ao capital investido. O investimento bruto corresponde a todos os gastos realizados com bens de capital (máquinas e equipamentos) e formação de estoques. O investimento líquido exclui as despesas com manutenção e reposição de peças, depreciação de equipamentos e instalações. Como está diretamente ligado à compra de bens de capital e, portanto, à ampliação da capacidade produtiva, o investimento líquido mede com mais precisão o crescimento da economia.
Em finanças, "investimento" também pode referir-se à compra de ativos financeiros, como ações, letras de câmbios, entre outros, caracterizando o chamado investimento financeiro, que é uma área ligada às finanças pessoais.
OBJETIVO DO PRONUNCIAMENTO (CPC 18)
Estabelecer a contabilização de investimentos em coligadas e em controladas e definir os requisitos para a aplicação do método da equivalência patrimonial, custo ou valor justo.
Pronunciamento deve ser aplicado na contabilização dos investimentos em coligadas e em controladas. Contudo, ele não se aplica aos investimentos em coligadas mantidos por:
Organizações de capital de risco (como private equity e venture capital); 
Fundos mútuos, entidades fiduciárias e entidades similares, incluindo fundos de seguro vinculados a investimentos
Os quais devem ser mensurados pelo valor justo por meio do resultado, de acordo com os requisitos do Pronunciamento Técnico CPC 38 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração. Tais investimentos devem ser mensurados ao valor justo de acordo com os requisitos do citado Pronunciamento, com as mudanças no valor justo sendo reconhecidas no resultado do período em que ocorrerem. 
DEFINIÇÕES:
Coligada: é a entidade sobre a qual o investidor tem influência significativa, mas não tem controle. (Normalmente quando possui mais de 20% do capital votante).
Controlada: é a entidade na qual a controladora tem preponderância em suas deliberações sociais e de eleger a maioria de seus administradores.
Controle conjunto: é o compartilhamento do controle de negócio (que existe somente quando decisões sobre as atividades relevantes exigem o consentimento unânime das partes que compartilham o controle.)
Joint Venture: Empreendimento controlado em conjunto.
Influência significativa: é o poder de participar das decisões sobre políticas financeiras e operacionais de uma investida, mas sem que haja o controle individual ou conjunto dessas políticas.
CONTROLE SOBRE A INVESTIDA:
Controlada é a entidade, incluindo aquela não constituída sob a forma de sociedade tal como uma parceria, na qual a controladora, diretamente ou por meio de outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores.
A empresa controladora possui condição de “mandar” na outra empresa (controlada).
Quando da Obtenção de controle, deve ser reconhecida e mensurada de acordo com o CPC 15 (combinações de Negócios) e subsequentemente de acordo com o CPC 36 (Demonstrações Contábeis Consolidadas). Nos Balanços Individuais a avaliação é pelo método de Equivalência Patrimonial.
	
O Investimento em controlada/coligada deve ser contabilizado pelo método de equivalência patrimonial – exceto quando for classificado como “mantido para venda”.
A aplicação do método de equivalência patrimonial cessa quando a investidora perder a influência significativa ou o controle da investida.
INFLUÊNCIA
A existência de influência significativa por investidor geralmente é evidenciada por uma ou mais das seguintes formas:
Representação no conselho de administração ou na diretoria da investida.
Participação nos processos de elaboração de políticas, inclusive em decisões sobre dividendos e outras distribuições.
Operações materiais entre o investidor e a investida.
Intercâmbio de diretores ou gerentes.
Fornecimento de informação técnica essencial.
QUANDO PERDE INFLUÊNCIA?
A entidade perde a influência significativa sobre a investida quando ela perde o poder de participar nas decisões sobre as políticas financeiras e operacionais daquela investida. A perda da influência significativa pode ocorrer com ou sem uma mudança no nível de participação acionária absoluta ou relativa. Isso pode ocorrer, por exemplo, quando uma coligada se torna sujeita ao controle de governo, tribunal, órgão administrador ou entidade reguladora. Isso pode ocorrer também como resultado de acordo contratual
Aplicam-se à perda de controle de uma controlada, disciplinada nos itens 32 a 37 do Pronunciamento Técnico CPC 36 – Demonstrações Consolidadas, todas as disposições cabíveis deste Pronunciamento relativas à perda de influência significativa sobre a investida.
O que é a equivalência patrimonial?
É o método de contabilização por meio do qual o investimento é inicialmente reconhecido pelo custo e, a partir daí, é ajustado para refletir a alteração pós-aquisição na participação do investidor sobre os ativos líquidos da investida. 
As receitas ou as despesas do investidor incluem sua participação nos lucros ou prejuízos da investida,
E os outros resultados abrangentes do investidor incluem a sua participação em outros resultados abrangentes da investida.
 A influência é significativa?
A Investida e Investidora estão sob controle comum?
A investida é controlada?
EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL
Método de custo
 
 Não Não 
	 
 Sim Sim Sim
	equivalência Patrimonial
Investidora
Investida
Passivo
Valor contábil da participação societária
% participação no capital da investidora
Patrimônio líquido final
	Resultado de equivalência patrimonial
Diferença
A Essência da Equivalência Patrimonial
	
	Lucro líquido apurado
	% na participação
do capital
	Equivalência patrimonial
	Valor contábil inicial
	Valor contábil final
	Empresa A
	958.773
	15%
	143.816
	250.000
	393.816
	Empresa B
	1.402.928
	25%
	350.732
	820.000
	1.170.732
	Empresa C
	(172.150)
	40%(68.860)
	640.000
	571.140
	Empresa D
	138.698
	90%
	124.828
	380.000
	514.828
	Total
	
	
	550.516
	2.090.000
	2.640.516
MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL
Pelo método da equivalência patrimonial, um investimento em coligada e em controlada (neste caso, no balanço individual) deve ser inicialmente reconhecido pelo custo e o seu valor contábil será aumentado ou diminuído pelo reconhecimento da participação do investidor nos lucros ou prejuízos do período, gerados pela investida após a aquisição. A participação do investidor no lucro ou prejuízo do período da investida deve ser reconhecida no lucro ou prejuízo do período do investidor. As distribuições recebidas da investida reduzem o valor contábil do investimento. Ajustes no valor contábil do investimento também são necessários pelo reconhecimento da participação proporcional do investidor nas variações de saldo dos componentes dos outros resultados abrangentes da investida, reconhecidos diretamente em seu patrimônio líquido. Tais variações incluem aquelas decorrentes da reavaliação de ativos imobilizados, quando permitida legalmente, e das diferenças de conversão em moeda estrangeira, quando aplicável. A participação do investidor nessas mudanças deve ser reconhecida de forma reflexa, ou seja, em outros resultados abrangentes diretamente no patrimônio líquido do investidor (ver o Pronunciamento Técnico CPC 26 – Apresentação das Demonstrações Contábeis), e não no seu resultado.
Na existência de potenciais direitos de voto, a participação do investidor nos lucros ou prejuízos da investida e nas mudanças no patrimônio da investida deve ser determinada com base nas participações no controle acionário atual, e não deve refletir o possível exercício ou conversão dos potenciais direitos de voto.
CASOS EM QUE SE APLICA O MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA
O Artigo 248 da Lei 6.404/76 estabelece a adoção do Método na avaliação de investimentos em controladas, coligadas e em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum.
Portanto, quando um grupo empresarial composto por diversas controladas que detenham participações pequenas (menores de 10% do capital votante, por exemplo) independente de essas participações conferirem aos seus detentores influencia significativas ou não, pelo texto legal, como são controladas da controladora comum, o MEP deve ser aplicado.
	
NÃO SE APLICA O MÉTODO DE EQUIVALÊNCIA,
SE PERMITIDO LEGALMENTE:
O investimento em coligada e em controlada (neste caso, no balanço individual) deve ser contabilizado pelo método da equivalência patrimonial, exceto quando, e se permitido legalmente:
O Investimento for classificado como mantido para venda.
O Investidor é ele próprio uma controlada.
Os instrumentos patrimoniais ou instrumentos de dívida não são negociados publicamente.
O investidor não arquivou as demonstrações contábeis na CVM.
A controladora final ou qualquer controladora intermediária do investidor disponibiliza ao público suas demonstrações consolidadas em conformidade com os Pronunciamentos Técnicos do CPC.
Quando o investimento em coligada e em controlada, previamente classificado como mantido para venda, não mais atender os critérios necessários para essa classificação, ele deve ser contabilizado pelo método da equivalência patrimonial desde a data em que tiver sido inicialmente classificado como mantido para venda. As demonstrações contábeis do investidor, correspondentes aos períodos desde a classificação do investimento em coligada e em controlada como mantido para venda, devem ser adequadamente ajustadas.
	
MAIS VALIA E GOODWILL
Em função de o ágio fundamentado em rentabilidade futura (goodwill), integrar o valor contábil do investimento na coligada (não é reconhecido separadamente), ele não deve ser testado separadamente em relação ao seu valor recuperável. Em vez disso, o valor contábil total do investimento é que deve ser testado como um único ativo, em conformidade com o disposto no Pronunciamento Técnico CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos, pela comparação de seu valor contábil com seu valor recuperável (valor de venda líquido dos custos para vender ou valor em uso, dos dois o maior), sempre que os requisitos do Pronunciamento Técnico CPC 38 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração indicarem que o investimento possa estar afetado, ou seja, que indicarem alguma perda por redução ao seu valor recuperável. A perda por redução ao valor recuperável reconhecida nessas circunstâncias não deve ser alocada para qualquer ativo que constitui parte do valor contábil do investimento na coligada, incluindo o ágio fundamentado em rentabilidade futura (goodwill). Consequentemente, a reversão dessas perdas deve ser reconhecida de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 01, na medida do aumento subsequente no valor recuperável do investimento. Na determinação do valor em uso do investimento, a entidade deve estimar:
Sua participação no valor presente dos fluxos de caixa futuros que se espera seja gerada pela coligada, incluindo os fluxos de caixa das operações da coligada e o valor residual esperado com a alienação do investimento; 
O valor presente dos fluxos de caixa futuros esperados em função do recebimento de dividendos provenientes do investimento e o valor residual esperado com a alienação do investimento.
	
ÁGIO E DESÁGIO
	
A amortização do ágio ou do deságio computado por ocasião da aquisição do investimento poderá ser efetuada pela sociedade investidora com observância dos seguintes critérios:
 
Diferença entre o valor de mercado e o valor contábil dos bens do ativo da sociedade investida - a amortização será feita na proporção em que a realização dos bens for ocorrendo na sociedade coligada ou controlada através de depreciação, amortização ou exaustão, ou por baixa em decorrência de alienação ou de perecimento;
Expectativa de rentabilidade baseada em projeção do resultado de exercícios futuros - a amortização feita no prazo e na extensão das projeções que o determinaram ou quando houver baixa em decorrência de alienação ou de perecimento do investimento antes de haver terminado o prazo para amortização;
Fundo de comércio, intangíveis e outras razões econômicas - a amortização será feita no prazo estimado de utilização, de vigência ou de perda de substância ou quando houver baixa em decorrência de alienação ou de perecimento do investimento antes de haver terminado o prazo para amortização.
Saldo não amortizado do ágio ou do deságio
O saldo não amortizado do ágio ou do deságio deverá ser apresentado no ativo permanente, adicionado ou deduzido, respectivamente, do valor do investimento a que se referir.
Patrimônio líquido negativo da sociedade investida
Se, por ocasião da primeira avaliação do investimento pelo método de equivalência patrimonial, o patrimônio líquido da sociedade coligada ou controlada fosse negativo, o valor de aquisição do investimento seria contabilizado como ágio.
	
AJUSTES NA CONTA DE INVESTIMENTO
 Lucro ou Prejuízo do Exercício: É necessário fazer um ajuste na conta de receita ou despesa com Equivalência Patrimonial;
Dividendos distribuídos: redução na conta do investimento quando o dividendo for recebido;
Integralização de Capital: Aumento do valor de investimento
E SE OCORREREM TRANSAÇÕES ENTRE COLIGADAS E CONTROLADAS?
 	
 Para fins de equivalência patrimonial, as Investidas não controladas, por falta de preponderância da Investidora nas deliberações sociais e de poder para eleger a maioria dos administradores, são consideradas como entidades Independentes, não se justificando a eliminação dos lucros realizados na data do balanço das transações entre a investidora e a coligada, ou vice-versa. Considerando, porém, que há norma legalimpondo a eliminação dos lucros não realizados das transações entre a coligada e a investidora, o IBRACON aceita essa eliminação sem ressalva. Apesar da Incoerência da Lei em não requerer a eliminação dos lucros não realizados das transações entre a Investidora e a coligada, o IBRACON não a recomenda pelos motivos acima expostos.
0 IBRACON recomenda, contudo, que as notas às demonstrações contábeis indiquem o montante dos lucros não realizados, na data do balanço, das transações entre a controladora e suas controladas, uma vez que, segundo as concepções do IBRACON, a equivalência patrimonial controlada deve ser feita de forma a corresponder a uma consolidação dos resultados.
RECONHECIMENTO DE PREJUÍZO
Pela Equivalência, os prejuízos serão reconhecidos até o limite do investimento. Após reduzir a zero o saldo contábil de investimentos, e o “investimento” for mantido, as perdas adicionais serão contabilizadas no passivo em uma conta de provisão para perda de Investimento.
A parte não reconhecida nos prejuízos da coligada, tanto para o período quanto acumulado, caso o investidor tenha descontinuado o reconhecimento de sua participação nos prejuízos da coligada ou controlada
IMPAIRMENT
Após a aplicação do método da equivalência patrimonial, incluindo o reconhecimento dos prejuízos da coligada em conformidade com o disposto no item 29, o investidor deve aplicar os requisitos do Pronunciamento Técnico CPC 38 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração para determinar a necessidade de reconhecer alguma perda adicional por redução ao valor recuperável do investimento líquido total desse investidor na coligada. 
O investidor, em decorrência de sua participação na coligada, também deve aplicar os requisitos do Pronunciamento Técnico CPC 38 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração para determinar a existência de alguma perda adicional por redução ao valor recuperável (impairment) em itens que não fazem parte do investimento líquido nessa coligada e o valor dessa perda.
BIBLIOGRAFIA
IUDÍCIBUS, Sérgio de et al. Manual da Contabilidade Societária. São Paulo: Atlas, 2010
CPC – Comitê de Pronunciamento Contábeis: Pronunciamento Técnico CPC 18 – Investimento em controladas e coligadas
http://www.portaldecontabilidade.com.br/ibracon/pronunciamento06_04.htm

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