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Rochas sedimentares Diagênese e classificação Prof. Pedro Rosa pasrosa@ufmg.br Universidade Federal de Minas Gerais Departamento de Geologia GEL065 - Petrografia Belo Horizonte Maio de 2019 9 Varvito O ciclo das rochas O que é sedimento? Sedis (latim) = assento, deposição Sedimento = o que é passível de se depositar ou que se depositou Pressupõe movimento, transporte. Foz do Rio Doce com lama da Samarco Tipos de sedimento Clásticos: fragmentos de rocha preexistentes fisicamente transportados Químicos: íons e moléculas dissolvidos na água Processos sedimentares Ambientes sedimentares Sedimentos clásticos Granulometria Classificação granulométrica dos sedimentos Grau de seleção Grãos bem selecionadosGrãos mal selecionados Grau de seleção Grau de seleção Distribuição granulométrica de alguns tipos de sedimentos mais comuns mud = lama; mudflow = fluxo de lama; glacial till = depósito de geleira; loess = sed. fino eólico; outwash = dep. de degelo; scree = dep. de blocos Grau de arredondamento Es fe ri ci d ad e Grau de arredondamento Maturidade Maturidade Características das rochas Gênese: processos envolvidos na geração Mineralogia: espécies, composição e teores Textura: relação entre os cristais (e vidro) presentes Estrutura: relações em maior escala de setores da rocha 1 cm Diagênese (litificação) Processo geológico de baixa temperatura que converte um sedimento inconsolidado (clástico, químico ou biogênico) em rocha sedimentar. Os processos geológicos associados podem ser: • físicos: compactação, redução do espaço / porosidade; • químicos: desidratação, recristalização dos minerais, cristalização de novos minerais, deposição de cimento químico nos poros. Diagênese Diagênese Fig. 8.11 Fig.8.11 Compactação Ocorre quando os sedimentos sofre uma pressão exercida pelo peso das camadas depositadas acima. Dois efeitos são observados: Mudança no empacotamento entre grãos Quebra ou deformação de grãos individuais Redução da porosidade e do volume geral da rocha Perda de água (nos poros) Aumento da densidade Dissolução A compactação pode levar a dissolução, que pode ocorrer sem ou com efeito significativo da pressão de soterramento. Pelo efeito da percolação de soluções pós-deposicionais Afeta a morfologia do contato entre os grãos Cimentação Processo de fechamento de poros, espaços e fissuras da rocha pela precipitação e/ou cristalização de minerais. • Os cimentos mais comuns são silicosos, carbonáticos e férricos. Cimentação Clastos Matriz + Cimento (material entre os grãos) Cimentação Padrões de Cimentação Recristalização Modificação da mineralogia e textura cristalina de componentes sedimentares pela ação de soluções intersticiais em condições de soterramento. Classificação A classificação das rochas sedimentares leva em consideração: - composição química e mineralógica - tamanho dos grãos (granulometria) - características texturais A classificação com base na origem distingue: - as rochas sedimentares clásticas (ou detríticas) - as rochas sedimentares químicas - as rochas sedimentares biogênicas - as rochas sedimentares vulcanoclásticas Classificação de rochas sedimentares Origem sedimentar: presença de estratificação presença de estruturas sedimentares presença de fósseis presença de grãos/clastos (transporte) minerais sedimentares (glauconita, chamosita) 4 grupos principais: Rochas terrígenas (siliciclásticas) Rochas bioquímicas Biogênicas/orgânicas Precipitados químicos Vulcanoclásticas Ruditos conglom., brechas Arenitos Lutitos (Pelitos) Calcários/dolomitos Cherts Fosforitos Jaspilitos Evaporitos Lahars Arenitos tufáceos Ruditos Clastos grandes conglomerado (g.,s.,b.,m.) brecha com ou sem matriz Arenitos (psamitos) grãos entre 2,0–0,062mm c/ estratificação e estruturas sedimentares Pelitos (lutitos) grão fino < 0,062mm e constituído por argilo-minerais e quartzo (tamanho silte) Estratificação em siltitos e argilitos. Estruturas sedimentares em siltitos Rochas terrígenas (clásticas/siliciclásticas) ou detríticas. São constituídas por grãos detríticos (quartzo, feldspatos, argilo- minerais e fragmentos de rocha) Classificação granulométrica dos sedimentos Rochas terrígenas / siliciclásticas Fatores de classificação Textural (granulometria): Rudito (Psefito), Arenito (Psamito), Lutito (Pelito) Proporção de matriz, arredondamento. Mineralógica (proporção QFL – quartzo, feldspato, fragmento de rochas) Quartzo-arenito, Arenito feldspático (arcósio), Arenito lítico Diversidade composicional Geométrica (estura sedimentar) Fissilidade Folhelho Ritmicidade Ritmito Rochas terrígenas / siliciclásticas Mineralogia: Quartzo (35 a 50%) Feldspatos (5 a 15%) Fragmentos de rochas (5 a 15%) Argilo-minerais (25 a 35%) Minerais pesados (0,5%) Calcita Opala, calcedônia Minerais autigênicos Sulfatos (gipsita, barita) Rochas terrígenas / siliciclásticas Componentes das rochas terrígenas: Arcabouço Matriz Cimento fração clástica principal, que dá nome à rocha material clástico mais fino (intersticial) material precipitado (ortoquímico) formado em estágio diagenético (pós- deposicional) Constituintes principais em rochas clásticas Ruditos Granulometria maior que areia (>2 mm) Arcabouço - grânulo, seixo, calhau, matacão Forma, tipo, petrologia Rocha fonte Mecanismo de transporte Ambiente de sedimentação Depende Quantidade de matriz Ortoconglomerado suportado pelo clasto Paraconglomocerado suportado pela matriz Ruditos Arredondamento dos seixos é um bom índice do grau de maturidade do conglomerado. Arredondamento dos clastos do arcabouço CONGLOMERADO BRECHA Ortoconglomerado Ortoconglomerado Paraconglomerado Ruditos Geometria de corpos conglomeráticos Leque – forma de cunha, próximo de escarpas. Lenticular – preenche paleocanal (descontínuos). Forma em lençol – pouco espessos e contínuos Arenitos Areias litificadas (2 – 0,062mm) Eliminação de minerais instáveis; Concentração de minerais estáveis; Reconstrução de proveniência, tectônica, clima, tipo de transporte, tempo e duração do transporte, ambiente deposicional, condições físico-químicas da diagênese. Arenitos Petrologia/petrografia de arenitos: Mineralogia: minerais detríticos e químicos (cimento). Textura: arredondamento, granulometria, seleção. Estruturas sedimentares: indicam processos deposicionais. Estruturas sedimentares (hidrodinâmicas) Estratificação cruzada Hummocky Marca de corrente Estratificação gradacional Marca de onda Marca de sola Estruturas deformacionais Sobrecarga, escape de fluidos, etc. Estruturas biogênicas Pistas, pegadas e tubos → atividade orgânica, icnofósseis Estruturas químicas Concreções Classificação mineralógica dos arenitos Classificação petrográfica dos arenitos Arenitos Descrição dos arenitos mais frequentes: Arenito ortoquartzítico (Quartzo-arenitos) • >95% grãos de quartzo • Alto grau de arredondamento • Excelente seleção granulométrica • Maturidade textural e mineralógica • Geralmente marinhos (origem multicíclica) ou eólicos (eficiente agente transportador) Arenitos feldspáticos (arcosianos) • >25% grãos de feldspatos• Seleção pobre; arredondamento variável • Coloração rósea/branca • Deposição rápida próximo de fonte granítica. Ambiente árido. Arenitos Descrição dos arenitos mais frequentes: Arenito lítico • >25% grãos de fragmentos de rochas (sedimentares / ígneas / metamórficas), tamanho areia. • Pouco transporte; leque aluvial Arenitos Descrição dos arenitos mais frequentes: Wackes (grauvacas) • Arenitos de cor cinza, ricos em matriz argilosa (>15%) Mal selecionado. • Arcabouço: quartzo, feldspatos, fragmentos líticos. Grãos angulosos com pouca seleção. • Pouco transporte; fluxos de alta viscosidade Arenitos Descrição dos arenitos mais frequentes: Pelitos Granulometria muito fina SILTE (0,062-0,004 mm) ARGILA ( < 0,004 mm) Tipos: Argilito – rocha maciça, argila litificada Folhelho – rocha argilosa com fissilidade (é o mais abundante) Lamito – silte, argila e areia fina Siltito – silte litificado Ritmito – rocha laminada, com alternância granulométrica Mineralogia: quartzo (silte), argilo-minerais (caulinita, montmorilonita, ilita, etc.) carbonatos, matéria orgânica, óxidos de ferro, pirita, etc. Microscópio Difratometria de raio-x MEV Classificação petrográfica dos pelitos Pelitos Pelitos Tipos de pelitos mais comuns: Folhelho: quartzoso, micáceo, clorítico, cauliníco Folhelho carbonoso (folhelho negro): 0,1 a 15% conteúdo orgânico baixo O2 Folhelho silicoso Folhelho calcítico / carbonático FOLHELHO CONGLOMERADO ARENITO Ambientes de Deposição Química / Bioquímica Águas limpas – sem grande contribuição clástica de rios ou vulcões; Águas rasas e quentes água rasa facilita o desenvolvimento de organismos pela penetração da luz do sol o carbonato precipita em água rasa e é dissolvido em água profunda Bacias restritas – aumento de salinidade e precipitação de sais Plataformas carbonáticas Plataformas carbonáticas Bioquímicas / biogênicas e orgânicas Calcários: > 50% CaCO3 e reagem com HCl (10%) ----------------------------------------------------------------------------------------------- Dolomitos: > 50% CaMg(CO3) 2 e não reagem com HCl (10%) frio. ----------------------------------------------------------------------------------------------- Cherts: rocha silicosa, microcristalina. ----------------------------------------------------------------------------------------------- Fosforitos: fragmentos e/ou nódulos fosfáticos de granulometria variável. ----------------------------------------------------------------------------------------------- Sedimentos orgânicos: turfa → linhito → carvão (teor de C) Rochas carbonáticas Ocorrência: 25 a 35% das seções estratigráficas em bacias sedimentares. CARBONATOS Calcita Dolomita • Rocha química • Rocha bioquímica, edifícios • Rocha clástica (calcirrudito, calcarenito) • Cimento de rochas detríticas bioconstruidos bioinduzidos Textura em rochas carbonáticas Granulação dos cristais Recristalização diagenética, com obliteração da textura primária. Aloquímicos Oólitos (<2mm) e pisólitos (>2mm), com estrutura interna Bioclastos (fósseis) – materiais esqueletais, algas, Foraminíferos, corais, braquiópodes, etc. Intraclastos – fragmentos de sedimentos carbonáticos Pellets – partículas pequenas (até 0,1mm), ovóides, sem estrutura interna. Ortoquímicos Micrito - calcita microcristalina Típica de calcários afaníticos (calcilutitos) Águas tranqüilas – vasa / lama calcária Matriz deposicional ou singenética Calcita espática – calcita cristalina grosseira (0,02 a 0,1 mm), com limites entre cristais. Ocorre como cimento, que preenche espaços porosos e interstícios entre oólitos, fósseis, intraclastos e pellets. Classificação dos calcários Carvão mineral, turfa Coquina – Calcário coquífero Calcário recifal Estromatólitos Oóides Chert Precipitados químicos Sedimento formado por precipitação de íons dissolvidos na água, por alteração no pH, Eh, solubilidade. Evaporitos → gipsita, anidrita, halita, silvinita, carnalita. • São formados por precipitação química a partir da evaporação da água salgada. Jaspilitos → sedimentos químicos com chert + hidróxidos de ferro. Depósitos evaporíticos Jaspilito Sedimentos vulcanoclásticos São compostos por material vulcânico (cinzas, bombas, vidro vulcânico) e material epiclástico (quartzo, argilo-minerais). Lahars: avalanche de material piroclástico no flanco de vulcões Fluxo piroclástico Lascar, Chile Sinabung, Indonésia h tt p s: // w w w .y o u tu b e. co m /w at ch ?v =4 Tc 0 -6 zV x2 w
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