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Rochas sedimentares Dinâmica externa Prof. Pedro Rosa pasrosa@ufmg.br Universidade Federal de Minas Gerais Departamento de Geologia GEL065 - Petrografia Belo Horizonte Abril de 2019 7 O ciclo das rochas O ciclo das rochas O ciclo das rochas Dinâmica externa do planeta • Acionada pela energia solar • Processos de intemperismo, erosão e transporte • Tende a aplainar a superfície Interface entre camadas fluidas e camada sólida: troca de energia e matéria Modificado de Skinner et al., 2004 Ambientes sedimentares O que é sedimento? Sedis (latim) = assento, deposição Sedimento = o que é passível de se depositar ou que se depositou Pressupõe movimento, transporte. Foz do Rio Doce com lama da Samarco Tipos de sedimento Clásticos: fragmentos de rocha preexistentes fisicamente transportados Químicos: íons e moléculas dissolvidos na água Processos sedimentares Agentes da dinâmica externa INTEMPERISMO Intemperismo • Processos que modificam as rochas originais ao aflorar na superfície da terra, por conta da exposição à ação da atmosfera, hidrosfera e biosfera. • Origem dos solos – intemperismo das rochas da crosta continental e pedogênese. • Destino: erosão, transporte e sedimentação (parte do ciclo geológico) Bourotte C. Intemperismo Bourotte C. Físico Químico Intemperismo físico Todos os processos que causam desagregação mecânica das rochas separação dos grãos minerais fragmentação dos grãos minerais Material coeso → material fraturado, friável, incoerente Intemperismo físico Fatores: Variações de temperatura • Congelamento de água Cristalização de sais Alívio de pressão Crescimento de raízes Variação de temperatura Sol Gelo Intemperismo físico Juntas de alívio Bourotte C. Fraturas Cristalização de sais Biológico Angkor Wat, Camboja Intemperismo químico Condições superficiais são diferentes das condições que os minerais se formaram temperatura Pressão H2O, O2, pH Ocorrem reações para formação de minerais mais estáveis em superfície Principal agente: água pH ácido (CO2 atm e ácidos orgânicos) Intemperismo químico Intemperismo químico Terreno kárstico Principal agente = ÁGUA da chuva por infiltração e percolação nas rochas. Com CO2 (+ ácidos orgânicos) • ácida + em contato com solo • enriquecimento em CO2 • mais ácida ! • aumento do seu poder de ataque dos minerais. a Os cristais de quartzo, feldspato e minerais ferro-magnesianos são desagregados do granito pelo intemperismo. Bourotte C. Oxidação Granito sã Granito intemperizado Granito muito intemperizado (arena granítica) Rocha dura, coesa. Quartzo, feldspatos, micas Rocha friável. Minerais salhentes, Perda do brilho Mudança de cor Grãos de quartzo, Feldspato alterado, argilominerais Fragmentos de rocha alterada Granito sãGranito alterado A maioria das rochas são constituídas pelos seguintes elementos químicosCrosta continental (%) O 41 Si 28 Al 14 Fe 4.7 Ca 3.9 K 2.3 Na 2.2 Mg 1.9 Nutrientes – solúveis Pouco solúveis – principais constituintes dos minerais secundários: argilas, óxidos e hidróxidos de Fe e Al Condições de formação dos minerais secundários Minerais Feldspatos Micas Minerais Fe-Mg Magnetita Quartzo Produtos sólidos Argilominerais Argilominerais Argilominerais e goetita Goetita Quartzo Íons em solução Na+, K+ e Ca2+ K+ Mg2+ Não se altera + + + Partículas detríticas Nutrientes Sedimentos bioquímicos e químicos Minerais secundários e sedimentos Alteração dos minerais silicáticos Estabilidade dos minerais ao intemperismo Série de Bowen Fatores de controle do intemperismo Agentes geológicos Ice peaks of the Himalayas, desert sand dunes and the River Yarlung Tsangpo (Brahmaputra), Tibet https://www.flickr.com/photos/reurinkjan/6478318929 Ambientes sedimentares Erosão Processos de retirada dos produtos do intemperismo de uma área de produção (área fonte) até uma área de deposição. Ocorre por: Gravidade: as rochas alteradas são destabilizadas e se deslocam sob o efeito da gravidade (deslizamento, queda de blocos, escorregamentos, etc) Um agente num espaço circunscrito: riacho, rio, geleira, vento Tamanho das partículas: granulometria Grau de arredondamento Erosão e transporte gravitacional fluvial eólico glacial Gravitacional Queda de blocos Deslizamentos Corridas de massa Fluvial Cataratas do Iguaçú Rio Negro e Solimões Rio Colorado, EUA The elevation at which a stream ends by entering a large standing body of water, such as a lake or ocean Nível de base Nível de base Transporte fluvial Transporte pela água sob três formas em função do diâmetro das partículas: • Carga de fundo – por tração e/ou rolamento no fundo • Em suspensão • Em solução Carga de fundo (>0,5 mm: seixos, cascalho, areia grossa) Em suspensão (0,5mm-0,5μm: areias médias e finas, silte, argila) Em solução (<0,5 μm: íons, colóides e microagregados argilosos) Ânions (HCO3 -, SO4 2-, Cl-) e Cátions (Ca2+, Mg2+, Na+, K+), sílica Responsável pela turbidez das águas Armadilhamento em lagos, planícies aluviais… Precipitações possíveis Partículas detríticas Partículas num fluxo de água Glacial Bourotte C. Antes Durante Depois Morena Mediana Morena Lateral Erosão glacial • Alto poder erosivo • Abrasão • Remoção de blocos • Ação da água de degelo • Polimento glacial, sulcos, estrias, fraturas em crescentes, rochas moutonnées, clastos estriados Erosão Fraturas Ação da água de degelo Polimento da superfície Crevasses Roche moutonnée Eólico • Partículas transportadas pelo vento esculpam rochas e superfícies • Erosão diferencial: ação sobre rochas onde alternam camadas de durezas diferentes • Yardang (forma alongada esculpida pelo vento e orientada na mesma direção preferencial do vento) Seixos podem ser facetados: VENTIFACTOS Desert rock carved by drifting sand (aeolian abrasion) in Traina Sinkhole (karst depression) AOI 2 north-west of Khor Al Adaid. Southern Qatar, January 23, 2015 Os elementos maiores pouco (ou não) movimentados pelo vento são bombardeados pelas partículas mais finas que os erodem (CORRASÃO/ABRASÃO) e vão sendo polidas. Transporte eólico • A quantidade de material que o vento carrega depende da velocidade do vento e do tamanho das partículas • Pode carregar grãos de tamanho areia (tração e saltação) a argila (suspensão). 260 milhões de toneladas de poeira por ano! Deposição Pantanal Ambientes sedimentares Tamanho das partículas: granulometria Depósitos fluviais Depósitos fluviais Vale em V, sedimentos grossos Diminuição do gradiente, vales mais largos Fase juvenil Fase de maturidade Fase senil Amplos vales e extensas planíces de inundação EROSÃO DEPOSIÇÃOErosão ≈ sedimentação Delta do Mississipi Leque aluvial Dunas e marcas onduladasformam-se no leito do rio Estratificação cruzada https://www.youtube.com/watch?v=KYvWwbEi0A0 Estratificação cruzada Depósitos eólicos • O vento retira partículas, as deslocam sobre distâncias de alguns m a dezenas de km (tempestades de areia ou de poeira) e as deposita produzindo acumulações sedimentares. • A transferência de materiais pelo vento é essencialmente relacionado com as condições climáticas e a vegetação. • Zonas áridas e com muito vento (desertos, litoral), transporte rápido e acumulação móveis e provisórias • DUNAS Dunas Dunas (grandes depósitos) decamétricas a quilométricas cuja altura pode ultrapassar 100m, assimétrica. Bourotte C. Estratificação cruzada Vários tipos de dunas... Parabólica Estrela Transversal Barcana Vento moderado unidirecional, fornecimento de areia limitado Ventos freqüentes e direção constante, quantidade de areia abundante, perpendicular ao sentido preferencial do vento Ventos fortes Areia abundante, velocidade constante mas direção variável http://ngm.nationalgeographic.com/2012/11/sand-dunes/steinmetz-photography http://ngm.nationalgeographic.com/2012/11/sand-dunes/steinmetz-photography#/06-sahara-seif-dune-670.jpg Deflação Processo pelo qual fortes ventos gradualmente rebaixam o terreno pela remoção da areia seca e de partículas finas A retirada de grandes quantidades de partículas finas (DEFLAÇÃO) concentra partículas mais grossas formando pavimentos cascalhosos Pavimento desértico do Deserto de Sonora, Arizona Depósitos glaciais Os depósitos em ambiente glacial ocorre na frente da geleira e mais longe a jusante sob o controle das águas de degelo. • Crescimento da geleira: acumulação • Retração glacial: ablação • Balanço de massa: acumulação – ablação • O movimento do gelo permite manter um equilíbrio, o fluxo leva o excesso anual para fora do limite das neves persistentes, em zona onde a fusão ocorre no verão ou em zonas onde é possível o desprendimento de fragmentos da geleira. Características gerais dos depósitos glaciais - tills • Classificação granulométrica pobre: blocos (vários m3), seixos, areias, partículas finas (silte e argila) • Estruturas sedimentares raras: o gelo não promove a triagem das partículas; depósitos sem organização e muito mal selecionados • partículas de litologia muito variada • Sedimentos imaturos Till: depósito formado diretamente pelas geleiras. Constitui sedimento inconsolidado, não selecionado, constituído por fragmentos de rocha (de tamanhos variados – matacão a grânulos) envoltos por matriz argila/silte/areia. Depósitos fluvio-glaciais Bloco Errático https://www.youtube.com/watch?v=fbDD0FkH2Ik
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