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1 1 CHAVE PARA INDENTIFICAÇÃO DOS MINERAIS PESADOS COMUNS NÃO OPACOS ABREVIAÇÕES USUAIS: B - birrefringência C - cor R - índice de refração +1A - uniaxial positivo -1A - uniaxial negativo XXX - muito freqüente XX - freqüente X - raro 1. ISOTRÓPICOS C. Incolor ou levemente avermelhado, figuras gravadas, relevo muito forte (R:1,72 a 1,94). Granada XX,confusão possível com espinélio. 2. ANISOTRÓPICOS 2.1. COLORIDO 2.1.1. Azul P. incolor -azul (p. forte e inverso), -1a, bem arredondado ou alongado. Clivagem: não visível, extinção reta, elongação negativa, B média, relevo médio: turmalina XXX, confusões possíveis com piroxênios, anfibólios e certas estaurolitas. P. Azul-violeta, 2vx baixo: extinção oblíqua (ângulo pequeno): glaucofano X, confusões possíveis com turmalina, crossita, riebeckita. C. Azul, amarelo-marrom, raramente incolor, relevo muito forte (2,19 a 2,56), B forte, variável (0,046 - 0,0 e 0,46 - 088), -1a, extinção reta, elongação negativa, cristais autígenos retangulares às vezes freqüentes, formas octaédricas, cristais freqüentemente meio amarelos ou meio azuis: anatásio X. Confusões possíveis com coríndon, rutilo e carborundum. 2.1.2. Verde P verde-claro e verde escuro, -1a, etc. turmalina XXX. P. amarelo-esverdeado e verde-azulado, 2Vx alto, extinção oblíqua, elongação positiva, relevo médio, B média : actinolita X, hornblenda X. Confusão possível com tremolita. P. Fraco, C marrom-verde, 2Vz médio, extinção oblíqua, elongação negativa: piroxênio X. P. Fraco, C incolor a verde-claro, 2v alto, B alta, extinção reta, a identificação é difícil: olivina X, confusão com diopsídio, augita e epidoto. P e C fracas (vert pistache).Freqüentemente tem aparência agregada, relevo forte (1,71 - 1,80). B média a forte: grãos de 80 a 160 µm apresentam cores verdes e vermelhas muito características da terceira ordem, eloganção positiva ou negativa, -2a, freqüentemente emergência de um eixo ótico (do plano 001), dispersão forte (r > v): epidoto XX. Confusão possível com diopsídio, augita, zoisíta e clinozoisíta. P. Verde-claro e verde-escuro, placas, B médio, relevo médio (1,56-1,70), elongação positiva, -2a (2v= 0-25o), freqüentemente pseudo-uniaxial, biotita XX confusões possíveis com lepidolita e flogopita. P. Incolor a verde-claro e verde-azulado, placas, B muito baixa, freqüentemente anômala, extinção reta e fracamente oblíqua (clinocloro) elongação positiva ou negativa, aspecto micáceo: clorita XXX; confusão possível com biotita verde (raios-x). 2 2 2.1.3. Marrom P. .. Marrom a quase opaco, -1a, etc; turmalina XXX. P. Marrom-médio e marrom - escuro , 2Vx alto, extinção oblíqua (15 - 25o)etc; hornblenda X. Confusão possível com actinolita, augita e turmalina. P. Marrom - claro e marrom-escuro, placas, B médio, elongação positiva, etc: biotita XX. P. Azul, amarelado-marrom, raramente incolor, relevo muito forte (2,49-2,56), -1a, extinção reta, elongação negativa, cristais autígenos retangulares às vezes freqüentes, formas octaédricas, cristais freqüentemente amarelados e meio azuis: anatásio X. Possível confusão com córindon, rutilo e carborundum. 2.1.4. Amarelo. P. Amarelo-claro e amarelo-médio, relevo forte (1,74 - 1,76), B fraca (teintes chaudes), +2a, grãos freqüentemente angulares, bordas assemelhando-se a cristas de galo, extinção reta: estaurolita XX. Possível Confusão com turmalina e rutilo. P. Fraco, C marrom-amarelado/ marrom-avermelhado, B muito alta, relevo muito alto (2,6 - 2,9), extinção reta, +1a, grãos prismáticos: rutilo XX. Confusões possíveis com zircões coloridos e cassiterita. P. Muito fraco à nulo, relevo muito forte (1,77 - 1,85), B forte (0,046 - 0,051), elongação negativa, +2a: monazita X. Confusão possível com zircão, epidoto, xenotima, rutilo e titanita. P Amarelo-âmbar a marrom, relevo forte (2,58 - 2,74), B muito forte (0,117 - 0,158), freqüentemente cores anômalas (azul violeta ou vermelho alaranjado), +2a, dispersão muito forte, grãos geralmente estriados: brookita X. Confusões possíveis com rutilo e titanita. 2.1.5. Vermelho. P. Fraco, C marrom avermelhada, etc: rutilo XX. P. Incolor-rosa, B baixa, relevo médio (1,63 - 1,65), -2a (2v=73 - 86o), inclusões pretas, elongação negativa, B fraca: andaluzita X. Confusões possíveis com quartzo, hiperstênio, cianita e topázio. 2.2. Incolor. 2.2.1. B muito baixa. -1a, relevo baixo a médio (1,62-1,67), extinção reta, elongação negativa, ausência de clivagem:apatita XXX. Confusões possíveis com quartzo, sillimanita, zoisita e vesuvianita. Relevo médio a forte (1,64 - 1,65), extinção reta, elongação positiva ou negativa, +2a, B muito fraca (C índigo azul): zoisita X. 2.2.2. B baixa (quartzo) a média. Relevo médio (1,64- 1,65), B (0,009 - 0,012),+2a (2Vz = 35 a 37 graus), clivagem (001) perfeita, (210) muito boa, (010) boa,coloração de flamme. Barita XX. Confusões possíveis com celestita, albita, gipsita e calcita. Relevo fraco a médio (1,67 - 1,57) , B forte (0,044), extinção reta, +2a, (2Vz = 42o), clivagem retangular: anidrita X. Confusões possíveis com andaluzita, hiperstênio e clinozoisita. Relevo forte (1,71-1,73), B fraca (0,017), extinção oblíqua, -2a (2Vx =82o), clivagem retangular: cianita XX. Confusões possíveis com andaluzita, hiperstênio, clinozoisita. 2.2.3. B média (-0,02 - 0,05) para alta (0,1). Relevo forte (1,71 - 1,80), B (0,019 - 0,046), -2a (2Vx = 90 - 74o), etc.: epidoto XX. Relevo muito forte (1,92 - 2,02), B muito forte (0,045 - 0,055), +1a, elongação positiva, extinção reta, grãos arredondados ou prismáticos: zircão XXX. Confusões possíveis com cassiterita, xenotima e monazita. Relevo forte, B forte (0,038 - 0,048), extinção reta, etc. Grãos arredondados: olivina X. Relevo muito forte (1,84 - 2,1), B muito forte (0,1 - 0,16), freqüentemente cor anômala (azul) devido a dispersão forte, em geral todos os eixos em figura conoscópica, +2a, forma de toit: titanita X. Confusões possíveis com cassiterita e monazita. 2.2.4. B muito alta Relevo muito forte (1,84 - 2,1), B muito alta (0,1 - 0,16), freqüentemente a extinção não é total, com C anômala em luz não polarizada devido a dispersão forte, "forme in toit": titanita X. Relevo forte e variável, B (0,17), -1a, extinção reta: calcita XX, teste com alizarina. Confusão possível com outros carbonatos. Dolomita quase como calcita (reação negativa com alizarina). 3 3 SEQUÊNCIA PARA O APRENDIZADO DA IDENTIFICAÇÃO DE MINERAIS PESADOS TRANSPARENTES MAIS COMUNS MEIO: Fixação no Bálsamo (índice=1,56) I - MINERAIS ISOTRÓPICOS a) Relevo alto negativo: Fluorita b) Relevo alto positivo: Granadas do grupo da almandina. c) Relevo muito alto positivo: Granadas do Grupo das andradita d) Relevo altíssimo: Perovskita II - MINERAIS ANISOTRÓPICOS a) Relevo baixo (1,60-1,65): Clorita, tremolita, biotita, topázio, andaluzita, barita, apatita e hornblenda. b) Relevo médio (1,65 - 1,70): Calcita, enstatita, turmalina, sillimanita, diopsídio, dumortierita, hiperstênio, olivina. c) Relevo alto (1,70-1,77): Cloritóide, cianita, augita, epidoto (zoisita e clinozoisita), estaurolita, epidoto (pistacita), corindon. d) Relevo muito alto (1,8 - 2,0): Monazita, titanita, zircão e cassiterita. e) Relevo altíssimo (2,5 - 2,9): Anatásio, brookita e rutilo. P R I N C I P A I S M I N E R A I S P E S A D O S ANATÁSIO (TiO2) SISTEMA: TETRAGONAL FORMA: Predominantemente tabular, raramente bipiramidal, segundo KUKHARENKO o anatásio tabular é característico deuma formação secundária à custa de outros minerais titaníferos sob condições hidrotermais. Segundo TROGER este tipo forma-se sob condições hídricas enquanto que o anatásio bipiramidal é um produto hidrotermal. CLIVAGEM: Boa segundo (001) e (111). COR: Incolor, muitas vezes amarelado ou azulado até azul metálico, os cristais podem também aparecer quase opacos. PESO ESPECÍFICO: 3,82 - 3,97. DADOS ÓPTICOS: índice da refração muito elevado, No= 2,561 - 2,562; relevo muito elevado; birrefrigêngia elevada. Delta=0,073 uniaxial negativo, extinção reta, elongação negativa. IDENTIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS NOS SEDIMENTOS Cristais individuais, livres, são muito raros. As neoformações autigênicas predominantes (tabulares) desenvolvem-se de dentro para fora no rutilo, biotita, ilmenita e no leucoxênio, ou então, substituem completamente estes minerais. Quase sempre são cristais tabulares idiomórficos. São sobretudo característicos o elevadíssimo relevo, a alta birrefringência e a forma tabular. Cristais grandes mostram boas figuras de interferência. O anatásio é normalmente raro nas rochas sedimentares. Verifica-se um grande enriquecimento em anatásio autigênico nos processos de intemperismo intenso. RESISTÊNCIA : Diante do intemperismo superficial, bastante estável. Na maioria dos casos é diagenético. OCORRÊNCIA: O anatásio é um óxido de titânio de baixa temperatura. Às temperaturas mais elevadas forma-se rutilo. Não é um mineral guia. Ocorre como acessório em rochas ígneas e metamórficas. Forma- se sobretudo, sob condições hidrotermais e a custa de silicatos titaníferos (biotita, augita, hornblenda, titanita, ilmenita, etc..). Muito característico é a neoformação do anatásio durante a diagênese. SEMELHANÇAS MINERAIS E POSSIBILIDADES DE DIFERENCIAÇÃO: Pode-se confundir eventualmente com o rutilo, a brookita, a titanita, o zircão, a cassiterita, o xenotimo e finalmente com grãos de carborundum. O rutilo, o zircão, a cassiterita e o xenotimo são uniaxiais positivos, a brookita e a titanita são biaxiais. Com maior frequência é confundida com o produto sintético 4 4 carborundum. Grãos de carborundum podem, ocasionalmente, contaminar as lâminas de minerais pesados na sala de preparação das mesmas. Também as areias de rios contêm, freqüentemente, carborundum proveniente de industrias e oficinas que trabalham com metais. O carborundum é uniaxial positivo e apresenta uma baixa birrefrigência. ANDALUZITA Al2SiO5 SISTEMA : Ortorrômbico. FORMA : Em parte colunar pseudotetragonal, nos sedimentos geralmente com bordas irregulares. CLIVAGEM : Moderada segundo (110). COR : Incolor como vidro e manchado com tons róseos, freqüentemente também preenchido por muitas inclusões escuras; as variedades coloridas apresentam um pleocroísmo nítido que varia de incolor até rosa ou vermelho sangue. PESO ESPECÍFICO : 3,13 - 3,16. DADOS ÓPTICOS : Relevo médio, nx = 1,629 - 1,640; ny = 1,633 - 1,644; nz = 1,638 - 1, 651; birrefrigência baixa, delta = 0,009 - 1,011; biaxial negativo, extinção reta e elongação negativa. IDENTIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS NOS SEDIMENTOS A correta determinação ótica da andalusita é difícil, contudo o pleocroísmo, as inclusões negras, o baixo índice de refração e a baixa birrefigência são geralmente características suficientes para determina-la. Os grãos nos sedimentos apresentam freqüentemente bordas irregulares. RESISTÊNCIA: A andalusita é um mineral não muito estável. Do mesmo modo que a cianita aparece predominantemente nos sedimentos terciários e quartenários. OCORRÊNCIA: A andalusita é um mineral típico de metamorfismo de contato. Encontra-se também na mesozona, na facies andalusita-sillimanita (pressão baixa). É instável na catazona (substituição por sillimanita ou cianita) e falta na epizona. SEMELHANÇAS MINERAIS E POSSIBILIDADES DE DIFERENCIAÇÃO Pode-se confundir com o quartzo (mas este é uniaxial), com o hiperstênio (mas este tem uma elongação positiva) com a cianita (mas esta apresenta extinção obliqua e tem 2 clivagens perpendiculares entre si), com a sillimanita (sobretudo se essa não aparece com suas formas comuns fibrosas. Contudo a sillimanita tem elongação positiva) e com o topázio (mas este é biaxial positivo com um pequeno ângulo 2V). APATITA Ca5(PO4)3(F,Cl,OH) SISTEMA : Hexagonal. FORMA : Colunar, prismática-longa, prismática-curta, prismática- bipiramidal e ovóide. CLIVAGEM : Freqüentemente fraturada segundo (0001). COR : Incolor, as vezes fracamente colorida; lilás, azul, amarelo ou esverdeado, devido a inclusões fortemente manchada e quase opaca. PESO ESPECíFICO : 3,1 - 3,35. DADOS ÓPTICOS: n = médio no = 1,629 - 1,667. ne= 1,624 - 1,666, relevo médio. Birrefrigência muito baixa igual a 0,001 - 0,005; uniaxial negativo ocasionalmente biaxial anormal, elongação negativa, extinção reta, as vezes grãos compostos anormais. IDENTIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS NOS SEDIMENTOS A apatita tem, em comparação com os outros minerais pesados, um índice de refração (relevo) baixo a médio e, sobretudo, uma birrefrigência muito baixa. Com nicoís cruzados e com a superposição da placa de quartzo mostra-se amarela (posição de subtração) e azulada (posição de adição). Observa-se em muitos grãos com fraca mas distinta figura de interferência com o centro do cruzamento dos eixos ou então a passagem dos mesmos. Raras vezes a apatita pode ser anormalmente biaxial. Encontra-se nas rochas 5 5 sedimentares grãos prismáticos curtos e longos, irregularmente fragmentados e, muito comumente, arredondados sob a forma de esferas e/ou elipsóides. As formas e também as cores permitem diferenciar os grãos em vários tipos e são importantes para estudos estratigráficos e paleogeográficos. Verifica-se que a apatita é rapidamente arredondada com o transporte pois encontra-se nas proximidades das rochas fontes como grãos bem arredondados. Sedimentos ricos em apatita indicam deposição sob condições climáticas áridas ou semi-áridas, visto que sob climas úmidos, quentes ou tropicais é rapidamente destruída na área fonte. Figuras de ataque químico aparecem perpendicularmente em locais onde dominaram condições intempéricas (arcósios caulinitizados, etc.). RESISTÊNCIA: A apatita sendo relativamente pouco estável é muito sensível ao ambiente químico. É mais sensível para meios ácidos que a granada. Na presença de íons de Ca a salubridade da apatita é menor. Portanto cimentos carbonáticos protegem-na do intemperismo superficial. Durante a diagênese a apatita é bastante estável. OCORRÊNCIA: A apatita está presente em quase todas as rochas magmáticas, é um mineral freqüente em granito pegmatíticos. Ocorre também em rochas metamórficas (gnaisses, mármore, etc..). Em sedimentos a apatita pode ser de origem orgânica, terrígena e diagenética (agulhas idiomórficas em rochas evaporíticas). SEMELHANÇA MINERAL E POSSIBILIDADES DE DIFERENCIAÇÃO: Encontram-se dificuldades para a determinação da apatita se esta ocorre sob a forma de cripto a microcristais. Possíveis confusões com quartzo, sillimanita, zoisita e topázio. O quartzo tem relevo mais fraco, é uniaxial positivo e tem uma bir- refrigência mais forte. A sillimanita é geralmente fibrosa, tem elongação positiva e um a birrefrigência mais forte. A zoisita apresenta um relevo bem mais forte e uma dispersão elevada. O topázio mostra elevado relevo e birrefrigência alta. Em todo caso pode-se preparar lâminas de comparação: Uma lâmina normal e a outra com grãos tratados durante 5 minutos com HCl (dissolução da apatita). Uma outra possibilidade de diferenciação é o teste microquímico do fosfato. ANFIBÓLIOS E PIROXÊNIOS GENERALIDADES: Os membros individuais das famílias dos anfibólios e piroxênios são normalmente,muito difíceis de serem determinados opticamente. Assim, a identificação das espécies, nas lâminas de minerais pesados, muitas vezes não é possível. Na tabela abaixo (TROGER,1989) encontra-se algumas importantes características de anfibólios e piroxênios. Piroxênio Anfibólio Contorno (forma) Octogonal Hexagonal Clivagem: (110) boa (110) perfeita ângulo de Clivagem 87 - 88 124 - 52 Cores Principais A maioria incolor A maioria nitida- ou pálido (exceto mente colorida. aegerina). Pleocroísmo: Geralmente fraco Geralmente forte. Caráter óptico: A maioria positivo Geralmente negativo (menos hiperstênio, (menos pargasita, or- aegirinaugita e ae- toanfibólios ricos em girina). Fe cummingtonita) Ângulo de Extinção Geralmente 35 - 50o Geralmente 10 - 30o exceto: alcalipiroxênios (exceto: álcali-anfibó- lios e alguns outros). As semelhanças entre os valores dos índices de refração e da birrefrigência dificultam na diferenciação entre estes minerais. As características mais importantes na identificação são: o ângulo de clivagem, as cores próprias, o pleocroísmo e as diferentes extinções oblíquas. Os anfibólios se apresentam, em geral, em forma de prismas ou menos alongados, mostrando freqüentemente terminações denteadas. Todos os anfibólios têm elongação positiva menos a riebeckita e a arfvedsonita. Os piroxênios se apresentam geralmente sob forma de prismas curtos. A ocorrência de piroxênios nas rochas sedimentares é 6 6 muito rara, devido a baixa resistência deste mineral diante do intemperismo e durante a diagênese. Nos sedimentos paleozóicos e mesozóicos quase sempre está ausente, nos sedimentos terciários e quaternários ocorre mais freqüentemente. Ao contrário, os anfibólios são encontrados desde o paleozóico e mesozóico, e sobretudo, freqüentemente nos sedimentos cenozóicos. BARITA BaSO4 SISTEMA: Ortorrômbico FORMA: Tabular e prismática, muitas vezes irregular. CLIVAGEM: Muito boa segundo (001), boa segundo (010). COR: Incolor, algumas vezes levemente azul ou amarelado. PESO ESPECÍFICO: 4,5. DADOS ÓPTICOS: Relevo médio, nx = 1,365, ny = 1,648; birrefrigência baixa, delta = 0,012; biaxial positivo, 2V = 36-38 graus; elongação positiva. IDENTIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS NOS SEDIMENTOS O relevo médio, a baixa birrefrigência e a coloração de "flamme" são características para a identificação da barita. Geralmente, os grãos contém muitas inclusões escuras (óxido de ferro). São, as vezes, irregularmente limitadas por estruturas tipo "crista de galo". A presença de barita nos sedimentos é muito variável. Geralmente é rara, todavia, pode ser abundante em certas regiões e pode até chegar a ser o mineral predominante da fração não magnética. Nas rochas sedimentares a barita é sempre autigênica e a sua proveniência detrítica pode ser, em geral, excluída. OCORRÊNCIA EM ROCHAS PRIMÁRIAS A barita pode ocorrer mais freqüentemente em veios hidrotermais de baixa e média temperatura. É conhecida junto com sulfetos e em calcários alterados por metassomatismo. A barita ocorre, também, sob forma de concreções e acumulações nos sedimentos argilosos e arenosos ricos em hidróxidos de Fe e Mn. Forma, às vezes, cimento em rochas detríticas. SEMELHANÇAS MINERAIS E POSSIBILIDADES DE DIFERENCIAÇÃO A confusão possível existe com a celestita, mas esta (peso específico = 2,98) tem birrefrigência mais baixa e 2V = 51o. A celestita, no entanto, em comparação a barita, é mais difícil de ser encontrada. CIANITA - Al2SiO5 SISTEMA : Triclínico. FORMA : Colunar-prismática, tabular, com contornos irregulares. CLIVAGEM : Perfeita segundo (100), boa segundo (010), fratura "fibrosa" segundo (001), clivagens (010) e (001) perpendiculares entre si. COR : Incolor, raramente um pouco azulada, nos grãos mais espessos, fraco pleocroismo. PESO ESPECÍFICO : 3,6 - 3,7. DADOS ÓPTICOS : n= médio, nx = 1,713; ny = 1,720 - 1,722; nz = 1,727 - 1,729, relevo médio; birrefrigência baixa = 0,017 - 0,016; biaxial negativo, elongação positiva; extinção obliqua; sobre (001) 27 - 32 graus, sobre (010) 5-8 graus, sobre (001) 0 - 2 graus. IDENTIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS NOS SEDIMENTOS São características as formas colunares-tabulares, o relevo médio, as clivagens perpendiculares, a baixa birrefrigência e a extinção obliqua. Esta mais abundante na fração grosseira da areia do que na fração fina. As formas bem arredondadas são raras. RESISTÊNCIA: Moderadamente estável, mais estável durante o intemperismo do que na diagênese. 7 7 OCORRÊNCIA: Abundante em rochas metamórficas de facies almandina-anfibolito. Está freqüentemente associada ao rutilo, estaurolita, almandina, como também ao coríndon. Encontra-se ainda em granulitos e eclogitos. SEMELHANÇAS MINERAIS E POSSIBILIDADES DE DIFERENCIAÇÃO Confunde-se sobretudo com o hiperstênio e a clinozoisita, os quais mostram índice de refração e birrefrigência aproximadamente iguais aos da cianita. Nestes casos deve-se observar a extinção oblíqua e outras características ópticas. Outros minerais semelhantes à cianita são a andaluzita e a sillimanita. A andaluzita tem índice de refração mais baixo e está freqüentemente caracterizada por manchas róseas. A sillimanita tem índice de refração mais baixo, birrefrigência mais alta e é biaxial positiva EPIDOTO Ca2 (AlFe) Al [O/OH/SiO4/Si3O7] SISTEMA : Monoclinico. FORMA : Colunar longo, em forma de bastão acicular, freqüentemente extinção paralelamente ao comprimento do prisma; nos sedimentos os grãos apresentam geralmente bordas irregulares. CLIVAGEM : Perfeita segundo (001), boa segundo (100). COR: Verde-amarelado; verde-pistache é característico para epidoto; pleocroísmo fraco de verde-amarelado a incolor conforme o conteúdo de Fe. PESO ESPECÍFICO : 3,38 - 3,5. DADOS ÓPTICOS: índice de refração médio nx = 1,714 - 1,728; ny = 1,722 - 1, 758 e nz = 1,29 - 1,776; relevo e birrefrigência elevados, delta = 0,015 - 0,048 biaxial negativo; elongação negativa ou positiva. IDENTIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS NOS SEDIMENTOS Os elementos diagnósticos são a cor verde pistache e o pleocroísmo fraco, as cores vivas (verde, rosa) de interferência e o relevo médio à forte. Freqüentemente os grãos mostram, como figura de interferência, uma faixa escura semelhante a uma agulha de bússola que desloca-se no sentido anti-horário. RESISTÊNCIA : O epidoto é moderadamente estável. OCORRÊNCIA: O epidoto é um mineral muito importante na epi e mesozona. Ocorre também como produto de metamorfismo de contato. Nos magmatitos forma-se por alteração autohidrotermal a partir de piroxênio, anfibólio ou plagioclásio. Durante a diaftorese o epidoto forma-se à custa dos plagioclásios ricos em componentes anortíticos (saussuritização).SEMELHANÇAS MINERAIS E POSSIBILIDADES DE DIFERÊNCIAÇÃO Confunde-se muito frequentemente com o diopsídio, a augita, zoisíta e a clinoisíta, no caso dos grãos arredondados o epidoto pode ser confundido também com a monazita pois os dois minerais podem apresentar cores semelhantes. O controle da absorção pelo espectroscópio de pupila facilita a diferenciação. O diopsidio e a augita tem uma extinção muito oblíqua, são biaxiais positivos e sua cor verde é bastante diferente. A zoisíta e a clinozoisíta são menos coloridas e apresentam uma birrefrigência mais fraca. Geralmente o epidoto é reconhecível por sua cor anômala de interferência. ESTAUROLITA Al4Fe+2 (SiO4)2(OH) SISTEMA: Ortorrômbico. FORMA: Prismática curta, a elongada geminações, nos sedimentos geralmente grãos de forma irregular com típica estrutura em "crista de galo". CLIVAGEM: Raramente visível. COR: Marrom-amarelado a avermelhado; pleocróico desde quase incolor a marrom-amarelado e amarelo. PESO ESPECÍFICO: 3,65 - 3,83. 8 8 DADOS ÓPTICOS: n = Médio a elevado, nx= 1,739 - 1,747; ny = 1,745 - 1,753; nz = 1,752 - 1,762; relevo médio a elevado; birrefrigência alta delta = 0,013 - 0,015; cores de interferência amarelo e vermelho (teintes chaudes). Biaxial positivo. IDENTIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS NOS SEDIMENTOS São característicos o pleocroísmo, as cores próprias, o relevo médio a elevado e as cores vivas (vermelho brasa) de interferência. Nos sedimentos aluvionares, terciários e plistocênicos, ocorrem grãos parcialmente idiomórficos ou pouco arredondados. Nas rochas sedimentares mais antigas a estaurolita é encontrada sempre com formas irregulares (angulares) e frequentemente dentilhada (estrutura semelhante à crista de galo). São também relativamente frequentes nos cristais maiores, inclusões de quartzo, turmalina e rutilo. RESISTÊNCIA: Elevado enriquecimento sob intenso intemperismo superficial. OCORRÊNCIA: Nas rochas metamórficas da subfacies almandina - estaurolita da mesozona, sendo instável na catazona. Como produto do metamorfismo de contato, forma-se na auréola dos maciços plutônicos em grande profundidade. Associado à granada, cianita e também à andaluzita, magnetita, sillimanita e cordierita. Nos sedimentos a estaurolita encontra-se frequentemente junto à cianita. SEMELHANÇAS MINERAIS E POSSIBILIDADES DE DIFERENCIAÇÃO Confunde-se com mais freqüência com o epidoto; este é todavia, fracamente colorido em tons amarelados - esverdeados, os quais faltam na estaurolita. Confusões possíveis também com a turmalina e o rutilo. A turmalina, entretanto, tem uma birrefrigência mais alta, um relevo mais fraco e um pleocroísmo mais intenso. O rutilo possui um relevo mais elevado e especialmente uma birrefrigência muito mais elevada (As cores de interferência não mudam quando está superposta a placa de quartzo). FLUORITA CaF2 SISTEMA: Cúbico. HÁBITO: Cristais cúbicos as vezes octaédricos isométricos. CLIVAGEM: Perfeita segundo (111). COR: Incolor, rosa-verde pálido, azul pálido, violeta pálido. A cor violeta provém da radiação radioativa devido aos elementos U e T, incorporados na estrutura cristalina. PESO ESPECÍFICO: 3,18. DADOS ÓPTICOS: n = 1,434, relevo negativo, isotrópico. IDENTIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS NOS SEDIMENTOS. Relevo negativo e isotrópico, fluorescência eventual, clivagem perfeita segundo (111). Frequentemente fragmentos nos sedimentos. Os grãos rolados são raros. OCORRÊNCIA: Encontra-se raramente nas rochas, é acessório em rochas eruptivas, ocorre também em pegmatitos e veios hidrotermais, assim como, em produtos de metassomatismo de contato.A fluorita sinsedimentar-diagenética pode ocorrer em dolomitos e em calcários. SEMELHANÇAS MINERAIS E POSSIBILIDADES DE DIFERENCIAÇÃO É possível confundi-la com a opala mas esta não apresenta clivagem nem formas geométricas; com o corindon, mas este tem um relevo mais forte e não é isotrópico; com as granadas, mas estas tem um relevo mais forte. GRUPO DA GRANADA R3(2+) Z2(3+) [Si4]3 R (2+) = Fe, Ca, Mg, Z(3+) = Al, Fe, Cr. SISTEMA: Cúbico - hexaoctaédrico FORMA: Idiomórfica, dodecaédrica, icositetraédrica, grãos irregulares, angulares, raramente arredondados 9 9 CLIVAGEM: Ruim, normalmente fragmentar e estilhaçada COR: Em geral incolor, rosa claro, vermelho, os membros da série piralspita apresentam preferencialmente cores róseas PESO ESPECÍFICO (D), ÍNDICE DE REFRAÇÃO (n(Na)), COMPRIMENTO DA SELA (A(0)) Série Espessartita D n(Na) a(0) Piropo Mg(3)Al(2) (Sio(4))3 3.58 l.7l4 ll.46 Espessartita Mn(3)Al(2)(SiO(4))3 4.19 l.800 ll.62 Almandina Fe(3)Al(2)(SiO(3)) 4.32 1.830 11.53 Série Ugrandita Uvarovita Ca(3)Cr2SiO4) 3 3.49 1.87 11.97 Grossularia Ca(3)Al(2)(SiO(4))3 3.59 1.73 11.85 Andradita Ca(3)Fe(2)(SiO(4))3 3.86 1.887 12.04 DADOS ÓPTICOS: n= alto (Vide tabela), relevo forte, isotrópico, mas com freqüência é fracamente birrefringente, biaxial negativo devido as deformações cristalinas IDENTIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS NOS SEDIMENTOS: São importantes o forte relevo e a isotropia. Em geral os grãos são fragmentados de bordas irregulares, incolores, rosa claro ou vermelho. Muito raramente são arredondados. A superfície das granadas é freqüentemente corroída e aparecem cavidades triangulares ordenadamente dispostas em relação aos rombododecaedros. São ainda comuns restos de grãos, em forma de esqueletos. Em virtude da dificuldade encontrada na determinação do índice de refração, os diferentes tipos são normalmente reunidos sob a denominação genérica de Granada. No caso de lâminas muito ricas neste mineral recomenda-se a determinação das variedades predominantes através de difratometria de raios-x (vide tabela). Os membros mais freqüentes nos sedimentos são a almandina (freqüentemente de coloração vermelha) e a espessartita. Localmente ocorrem também os outros tipos. DIFRATOMETRIA DE RAIOS-X (REFLEXÃO MAIS FORTE) PIROPO: 2,88(60); 2.58(100); 1,60(60); 1,54(100); 1.07 ANG. (70). ESPESSARTIRA: 2,60(100); 1,61(60); 1,55(80); 1,27(60); 1,08 (100) ALMANDINA: 4,04 (30); 2,87(40); 2,57(100); 1,60(40); 1,54 ANG. (50). VAROVITA: 3,00(70); 2,68(100); 2,45(55); 1,60 ANG. (60) GROSSULÁRIA: 2,96(80); 2,65(100); 1,92(70); 1,65(80); 1,58A(90) ANDRADITA: 3,02(60); 2,70(100); 2,46(45); 1,96(25); 1,61 A(60) RESISTÊNCIA: Minerais pouco estáveis nas condições de intemperismo, mais estáveis durante a diagênese. Esta diferença pode ser explicada pelo ambiente mais ácido do intemperismo. A alteração experimenta pH diferentes e mostra pouca resistência de Granada a pH baixo (5,6) e resistência grande a pH alto (10,6). Cimentos carbonáticos nos arenitos protegem a granada da destruição. Verifica-se uma grande discrepância no conteúdo de granadas entre amostras de superfície e amostras de testemunhos de sondagens. 10 10 OCORRÊNCIAS: Em geral abundantes nas rochas metamórficas especialmente nas das meso e catazona. Como mineral do metamorfismo de contato ocorre nas rochas carbonáticas (freqüentemente grandita). É mais raro nas rochas magmáticas. Freqüentemente é bastante encontrada nos pegmatitos graníticos. Outras condições de formação são os ambientes pegmatítico-pneumatolíticos e pneumatolíticos-hidrotermais. SEMELHANÇAS MINERAIS E POSSIBILIDADE DE DIFERENCIAÇÃO Os membros do grupo da Granadapodem ser confundidos com o espinélio, a fluorita, o diamante, etc. O espinélio tem em geral hábito octaédrico e apresenta coloração esverdeada. A fluorita tem um relevo muito baixo (n=1,434) e o diamante, ao contrário, um relevo muito elevado (n=2,419). MONAZITA (Ce, La, Th) PO4 SISTEMA: Monoclínico FORMA: Tabular, muitas vezes alongada na direção do eixo-C. Nos sedimentos a monazita é geralmente bem arredondada (ovóide ou elipsóide). Às vezes as formas cristalinas são ainda reconhecidas. CLIVAGEM: Boa segundo (001), moderada segundo (100). COR: Amarelo ou amarelo-amarronzado, alaranjado e incolor em grãos finos. O pleocroísmo é muito fraco nos tons amarelados. PESO ESPECÍFICO: 5,0 - 5,3. DADOS ÓPTICOS: Relevo muito forte, nx = 1.774 - 1.800; ny = 1,777 - 1,.801; nz = 1.825 - 1.849; birrefringência forte, igual = 0,051 - 0,049; biaxial positivo, extinção muito fracamente obliqua, elongação negativa. INDENTIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS NOS SEDIMENTOS: A maioria dos grãos é bem arredondada, com cores próprias amareladas e com fraco pleocroísmo do amarelo claro ao amarelo esverdeado. Além disso, são características para a monazita, as bordas escuras dos grãos (produto de alteração) e inclusões também escuras. Muitas vezes a determinação óptica segura deste mineral é difícil. A aplicação de um espectroscópio ocular facilita o reconhecimento da monazita (duas bandas de absorção). RESISTÊNCIA: A monazita é um mineral relativamente estável. Durante o intemperismo forma-se uma película marginal goetítica escura (TROGER 1969). OCORRÊNCIA: Encontra-se como mineral acessório em granitos, quartzo-monzonitos, sienitos e pegmatitos como também em xistos, gnaisses e charnockitos se estes forem penetrados por pegmatitos. Como a monazita é bastante resistente está presente em muitos solos, areias e arenitos, associada ao zircão. Localmente a monazita pode ser enriquecida em placers, p.e. no sul da Índia e na costa brasileira. SEMELHANÇAS MINERAIS E POSSIBILIDADE DE DIFERENCIAÇÃO: A monazita pode ser confundida com o zircão e a xenotima, estes dois minerais são uniaxiais e incolores. Os membros da série epidoto são opticamente negativos e com 2v grande. Além disso, o epidoto possui uma cor mais intensa. RUTILO TiO2 SISTEMA : Tetragonal. FORMA : Freqüentemente grãos prismáticos mais ou menos alongados e estriados segundo ao comprimento (eixo C). Ocorrem, não raramente, geminações na forma de cotovelo e coração. CLIVAGEM : Boa segundo (110) e média (100). COR : Vermelho, marrom -avermelhado, amarelo; muitas vezes praticamente opaco nos grãos espessos; o pleocroísmo é geralmente fraco variando de marrom - avermelhado a marrom ou amarelo. PESO ESPECÍFICO: 4,18 - 4,25. 11 11 DADOS ÓPTICOS : Relevo extremamente alto; o rutilo tem o mais alto índice de refração dos minerais pesados, no = 2,609 - 2,616, ne = 2,895 - 2,903, birrefringência muito forte, delta = 0,286 - 0,287; uniaxial positivo, extinção reta, elongação positiva, dispersão forte. IDENTIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS NOS SEDIMENTOS Os elementos diagnósticos são do índice de refração extremamente elevado, a birrefringência elevada, suas cores geralmente muito intensas como vermelho, marrom-avermelhado, mas também alguma vezes amarelado e a forma dos grãos (prismática, alongada com contornos arredondados). Boas figuras de interferência são raras. Com elevado conteúdo de Fe (nigrin) o rutilo mostra-se quase opaco (observação com a luz convergente). Nos sedimentos o rutilo pode ser um mineral bastante abundante associado freqüentemente à turmalina e ao zircão. RESISTÊNCIA: É extremamente estável na diagênese e sob o intemperismo superficial. OCORRÊNCIA: O rutilo ocorre em diversas rochas, sobretudo em rochas metamórficas (filitos, quartzitos, mica xistos, gnaisses, granulitos, anfibólitos, eclogitos, etc..). Ocorre também em granitos e veios pegmatíticos. SEMELHANÇAS MINERAIS E POSSIBILIDADES DE DIFERENCIAÇÃO A cassiterita, o anatásio e o zircão são uniaxiais e tem uma birrefrigência menor. A cassiterita tem uma cor marrom, porém de tom diferente. A titanita e a monazita apresentam cores mais claras. Outros minerais semelhantes são a brookita (dispersão forte dos eixos), a hematita, a lepidocrocita e a goetita. Os três últimos minerais possuem todavia um tom vermelho diferente. Uma diferenciação segura pode ser realizada pela difração de raios-X. SILIMANITA Al2Si O5 SISTEMA : Ortorrômbico. FORMA : Prismas estriados, colunar, as vezes colunas fibrosas (variedade fibrolita). CLIVAGEM : Boa segundo (010). COR: Normalmente incolor ou levemente colorido: verde, azul, acinzentado até amarronzado. PESO ESPECÍFICO: 3,24. DADOS ÓPTICOS : Relevo médio, nx = 1,657 - 1,660; ny = 1,654 - 1,661; nz = 1,677 - 1,682; birrefringência média, delta = 0,0020 - 0,022, cores de polarização verde e rosea; biaxial negativo, 2V = 21 - 30o; extinção reta; elongação positiva; dispersão forte. IDENTIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS NOS SEDIMENTOS As principais características da sillimanita são: o aspecto fibroso (nem sempre presente), a elongação positiva, 2V relativamente pequeno e as cores típicas de polarização (verde e rosa). A silimanita é um mineral freqüente nos sedimentos e está geralmente associada a outros silicatos de metamorfismo. OCORRÊNCIAS EM ROCHAS PRIMÁRIAS A silimanita é um mineral típico de rochas metamórficas (metamorfismo regional) de meso e catazona. Pode ser associada com granada, cordierita, cianita, andaluzita, etc. SEMELHANÇAS MINERAIS E POSSIBILIDADES DE DIFERENCIAÇÃO Minerais semelhantes são cianita, apatita, tremolita e zoisita. A cianita tem relevo mais forte, clivagem perpendicular e extinção oblíqua. A andaluzita nunca é fibrosa, apresenta birrefringência mais baixa e elongação negativa. A apatita é uniaxial e tem birrefringência extremamente baixa. A tremolita tem extinção inclinada. A zoisita finalmente, não apresenta estrutura fibrosa e tem um relevo mais forte. TURMALINA Na(Mg, Fe+2Mn, Li,Al)3Al6 (BO3)Si6O18(OH)4 SISTEMA: Trigonal (ditrigonal-piramidal) FORMA: Colunar, prismática. 12 12 CLIVAGEM: Não visível, muito ruim. COR: Marrom, marrom-esverdeado, marrom-amarelado, verde marrom -escuro, azul (indicolita), raramente rosa. O pleocroísmo é muito intenso e inverso. PESO ESPECÍFICO: 3,00 - 3,25. DADOS ÓPTICOS: n=médio, no=1,639-1,692, nE=1,620-1657; relevo médio; birrefringência média = 0,019- 0,035; uniaxial negativo, extinção reta, elongação negativa. IDENTIFICAÇÃO E CCARACTERÍSTICAS NOS SEDIMENTOS: A Turmalina ocorre sob a forma de pequenas colunas prismáticas, fragmentos irregulares e, freqüentemente com grãos bem arredondados, geralmente apresenta-se bem límpidas. Os principais elementos diagnósticos são o pleocroísmo muito forte e inverso, as cores, a ausência da clivagem, a limpidez, a extinção reta e a figura de interferência (uniaxial negativa). São freqüentes boas figuras de interferência mais ou menos inclinadas em relação ao eixo ótico, as quais mostram a passagem dos eixos da figura e, ocasionalmente o cruzamento destes. Nem sempre as turmalinas são detríticas, encontram-se também cristais autigênicos. Em arenitos formam-se crescimentos secundários colunares sobre turmalinas detríticas. Em calcários encontram-se turmalinas longas e prismáticas com pequenos núcleos detríticos. Turmalinas autigênicas são particularmente freqüentes em rochas evaporíticas. Em lâminas nas quais a turmalina é muito abundante, a contagem dos tipos de cores e formas pode contribuir a resolver problemas estratigráficos e paleogeográficos. Ao contrário do zircão a turmalina é freqüentemente mais abundante na fração grosseira do que na fração fina das areias. RESISTÊNCIA: Mineralmuito resistente (ultra-estável). OCORRÊNCIA: A turmalina forma-se, acima de tudo, sob condições pegmatíticas - pneumatolíticas, em dioritos, sienitos e granitos quando estes são alterados pneumatolíticamente. É ausente nas rochas vulcânicas e é muito raro em ambiente hidrotermal. É presente também em rochas metamorfisadas (filitos, mica xistos, paragnaisses e mármores), provém da neoformação diagenética em sedimentos. SEMELHANÇAS MINERAIS E POSSIBILIDADES DE DIFERENCIAÇÃO: Confusão possível com a estaurolita, mas esta apresenta pleocroísmo menos intenso e birrefringência mais baixa, fora disso é biaxial. Existem também semelhanças com andaluzita, biotita, piroxênios e anfibólios. Andaluzita é biaxial e tem birrefringência mais baixa. Biotita não tem pleocroísmo inverso. Piroxênios e anfibólios possuem pleocroísmo menos intenso e normal, clivagens bem desenvolvidas e uma extinção obliqua. ZIRCÃO Zr SiO4 SISTEMA : Tetragonal. FORMA : Prismática curta e longa, e bipiramidal. CLIVAGEM : Pouco visível, indistinta segundo (110). COR : Em geral incolor, raramente amarelado ou rosa; o malacom apresenta freqüentemente uma cor marrom devido à dispersão de finas inclusões. PESO ESPECÍFICO : 4,6 - 4,7; - malacom 3,9 - 4,2. DADOS ÓPTICOS: índice de refração alto. Ne = 1,968 - 2,015, No = 1,968 - 1,960; relevo muito elevado; birrefringência muito elevada. = 0,045 – 0,055, uniaxial positivo, extinção reta elongação positiva; o malacom é isotrópico. IDENTIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS NOS SEDIMENTOS: O zircão pertence aos minerais pesados mais freqüentes nos sedimentos. É extraordinariamente estável e pode também muitas vezes ser redepositado, (grãos bem arredondados). O relevo muito forte, a alta birrefringência e, em geral, a forma prismática são característicos para sua identificação. Geralmente obtém-se péssimas figuras de interferência devido os cristais colunares situaram-se, normalmente, com eixo C paralelo à superfície das lâminas. Alguns zircões são ricos em inclusões minerais como magnetita, ilmenita, zircão, monazita, xenotima, rutilo, turmalina, cassiterita e/ou inclusões líquidas dispostas paralelamente ao eixo C. Através de sua própria irradiação radioativa, o zircão pode transformar-se metamiticamente em "malacom". Neste caso, o índice de refração atinge N = 1,826 e a birrefringência pode 13 13 alcançar delta = 0,000. O zoneamento é um fenômeno freqüente nos zircões é atribuído às variações de temperatura durante a sua formação. Nas lâminas ricas em zircão devem-se contar os diferentes tipos de forma e calcular a razão comprimento/largura; este tipo de análise é válido tanto para a determinação da proveniência do material, quanto para a resolução de problemas estratigráficos. Para zircões prismáticos longos, angulosos ou arredondados a razão comprimento/ largura (elongação) situa-se > 3,5, para prismáticos médios entre 1,5 e 3,5 e para prismáticos curtos < 1,5. Podemos agrupar os seguintes tipos: Prismáticos longos, não arredondados. Prismáticos longos, bem arredondados. Prismáticos curtos, pouco arredondados. Prismáticos curtos, bem arredondados até com formas de gotas; estes últimos podem ocorrer primariamente em rochas metamórficas, e sendo assim a sua forma não é indício de desgaste através de transporte. Zircões zonados. RESISTÊNCIA: O zircão é muito estável na diagênese e sob o intemperismo superficial. Somente sob condições de intemperismo muito intenso (laterítico) o zircão pode ser atacado. (CARROLL, 1953). OCORRÊNCIA E CARACTERÍSTICAS MORFOMÉTRICAS - MORFOLÓGICAS: O zircão é um mineral acessório da maioria das rochas eruptivas e metamórficas. O "malacom" encontra-se em granitos, pegmatitos e sienitos albitizados assim como rochas vulcânicas ultrabásicas alcalinas. Devido a sua resistência o zircão é muito freqüente em sedimentos. Geralmente é mais abundante na fração fina do que na fração grosseira das areias. Baseando-se nos estudos morfométricos e morfológicos foram obtidos os resultados seguintes: A elongação média dos zircões em um complexo rochoso varia pouco e é característico para o complexo. Zircões das rochas magmáticas tem geralmente uma elongação > 2,0. Zircões das rochas metamórficas e sedimentares têm uma elongação < 2,0. Forma, faces e cor dos zircões de um complexo rochoso variam pouco. Rochas de gênese similar mostram formas similares dos zircões. Zircões das rochas intrusivas apresentam freqüentemente cristais euedrais. Zircões de sedimentos têm formas arredondadas ou fraturadas, formas bem arredondadas são características para grãos retrabalhados (reciclagem). Zircões de rochas metamórficas apresentam freqüentemente partes opacas causadas por um núcleo. Formas arredondadas podem ser encontradas tipicamente nos granulitos. Inclusões de gás e líquido em zircões indicam a formação inicial nas rochas eruptivas. SEMELHANÇAS MINERAIS E POSSIBILIDADES DE DIFERENCIAÇÃO: A monazita e a xenotima são dois minerais mais difíceis de se diferenciar do zircão. Em comparação com a xenotima, o zircão apresenta um relevo mais alto e uma birrefringência menor. Quanto a forma a xenotima apresenta cristais bipiramidais achatados. Apesar disso, uma diferenciação é difícil. A diferenciação entre zircão e a monazita é um pouco mais simples. A monazita é em geral amarelada, pleocróica (fraco) e sobre tudo, biaxial positiva. Dissolve-se em HCl concentrado (tempo de tratamento 30 minutos) ou aparece pelo menos fortemente atacada após tratamento em HCl. Em comparação com o zircão a monazita e a xenotima tem bandas de absorção no campo espectral visível. Uma outra confusão possível existe com a cassiterita. Esta possui um relevo mais alto e também uma birrefringência mais elevada do que o zircão.
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