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ATIVIDADE AVALIATIVA 1. Acerca do Inventário JUDICIAL faça considerações sobre os seguintes aspectos: conceituação, legitimidade para requerer, legitimidade concorrente, como ocorre a nomeação do inventariante e quais suas obrigações e os fatos que ensejariam a sua remoção de inventariante? O inventário judicial, disciplinado no Código de Processo Civil, é o procedimento pelo qual se faz um levantamento de todos os bens de determinada pessoa após sua morte, apurando quais os direitos e dívidas existentes em nome do ―de cujus” a fim de se chegar a herança líquida. Só será feito na modalidade Judicial quando houver testamento ou herdeiro incapaz. Para requerer tal instituto há um rol de legitimados, disposto no artigo 615 do CPC, segundo o qual o principal legitimado para promover o inventário até a nomeação do inventariante, é o administrador provisório do espólio que deverá instruí-lo com a certidão de óbito do autor da herança. Além deste, o artigo 616 do CPC enumera o rol de legitimados concorrentes para requerer o procedimento. Segundo tal diploma, podem ainda requerer o procedimento: o cônjuge ou companheiro sobreviviente; o herdeiro; o legatário; o testamentário, o cessionário do herdeiro ou do legatário; o credor do herdeiro, do legatário ou do autor da herança; o administrador judicial da falência do herdeiro, do legatário, do autor da herança, do cônjuge ou companheiro sobrevivente; o Ministério Público e a Fazenda Pública quando houver interesse. Uma vez ajuízado o pedido de abertura do inventário por quaisquer dos legitimados acima, o juiz após analizá-lo irá nomear um inventariante, a quem caberá administrar e representar ativa e passivamente o espólio, em juízo ou não. A nomeação deste deve seguir a ordem do artigo 617 do CPC vigente. Ademais, ao inventariante incumbe ainda prestar as primeiras declarações acerca dos dados do “de cujus” , do patrimônio por ele deixado, dos herdeiros; descrever os bens móveis e imóveis deixados pelo falecido; exibir em cartório os documentos relativos ao espólio; havendo certidão de testamento, deve juntá-la aos autos; deverá apresentar o saldo bancário do falecido; requerer declaração de insolvência e prestar contas de sua gestão sempre que requisitado ou quando deixar o cargo. O inventariante nomeado pode ser submetido a remoção nas situações elencadas no artigo 622 do CPC, de ofíco pelo juiz ou a requerimento de qualquer interessado quando: não prestar, no prazo estabelecido em lei as delarações acerca dos bens e herdeiros do “de cujus” ; se impedir o andamento regular do inventário ou apresentar dúvidas infundadas; se por sua culpa os bens do espólio se deteriorarem ou forem dilapdados; se não promover a defesa do espólio quando solicitado, deixar de cobrar dívidas e contribuir para o perecimento de direitos; se deixar de prestar contas ou ainda prestando-as, estas sejam julgadas ruins; se sonegar, desviar ou ocultar bens do espólio. Em quaisquer das situações acima descritas, o inventariante terá prazo para apresentar sua defesa e produzir provas, e a partir daí o juiz decidirá. Caso seja removido, deverá entregar imediatamente ao substituto os bens do espólio. 2. Acerca do Inventário EXTRAJUDICIAL comente sobre os pontos: A) Requisitos para que o inventário extrajudicial ocorra nos cartórios. B) Qual o local que pode ser aberto? C) É necessária a presença do advogado? Este pode ser comum as partes? O inventário extrajudicial pode ser feito por escritura pública em cartório, mas para tal é necessário observar alguns requisitos, a saber: todos os herdeiros devem ser maiores e capazes; todos devem estar de acordo em relação à divisão dos bens deixados pelo “de cujus”; não pode haver testamento; e, para que a escritura seja lavrada é indispensável a presença de advogado, que inclusive, poderá representar todas as partes. Na modalidade extrajudicial, o inventário pode ser feito em qualquer Cartório de Notas, não sendo utilizado como parâmetro a residência das partes, o local de situação dos bens ou do óbito do falecido, de modo que, independe disso. Sendo assim, as partes podem escolher livremente o tabelião de notas de sua confiança. Uma vez assinada, a escritura terá os mesmos efeitos do inventário, não sendo necessário homologação judicial e para que os herdeiros prossigam com a transferência dos bens para seus devidos nomes, deverão apresentar a escritura de inventário no Cartório de Registro de imóveis; se houver veículos, no DETRAN; nos bancos; caso hajam estabelecimentos comerciais, no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas ou na Junta Comercial. 3 – Comparando o inventário judicial com o extrajudicial há muito mais vantagens que desvantagens. Cite pelo menos duas VANTAGENS de ser realizar o inventário extrajudicial. O inventário extrajudicial será feito diretamente no cartório, por meio de escritura pública, e poderá ocorrer na hipótese em que inexistem testamento e interesses de incapaz, devendo os herdeiros estar de acordo quanto à divisão dos bens, bem como devidamente assistidos por advogado. As vantagens de se realizar o inventário extrajudicialmente é a celeridade e praticidade, haja vista que nesta modalidade o inventário é solucionado no ato da assinatura da escritura, bem como as partes são livres para escolher um tabelião de sua confiança, pois a escritura pública pode ser lavrada em qualquer Tabelião de Notas, independentemente do domicílio das partes, do local de situação dos bens ou do local do óbito do falecido, visto que neste procedimento não se aplicam as regras de competência do Código de Processo Civil. Outra vantagem também é a economia de gastos, uma vez que o recolhimento de taxas e custas é menor. Ademais, em tal procedimento há desjudicialização e desafogamento do judiciário. 4 – Sobre partilha, responda as letras abaixo: A) Quem tem direito a receber a partilha? E quais são suas espécies? Tem direito de receber a partilha os herdeiros. A partilha pode dar-se de duas formas: extrajudicial (ou amigável) e judicial. A partilha extrajudicial ou amigável somente poderá ocorrer na hipótese que todos os herdeiros são maiores e capazes, inexistindo qualquer conflito de interesses entre eles. Consoante o art. 2.015 do Código Civil, a partilha poderá ser feita por escritura pública, por termo nos autos do inventário ou por instrumento particular, homologado pelo juiz. Tal partilha pode ocorrer inter vivos, quando o ato é praticado em vida pelo titular do patrimônio e de seus herdeiros, com natureza de doação, não podendo prejudicar a legítima dos herdeiros necessários; ou post mortem, quando os interessados consentem com a divisão dos bens, por meio de escritura pública em cartório – dispensa homologação do juiz – ou por termo nos autos de um arrolamento sumário. Quanto a partilha judicial, está será obrigatória sempre que houver interesse de incapaz ou conflito entre os interessados, conforme o disposto no art. 2.016 do CC. B) Quais os bens podem ser partilhados? As dívidas entram na divisão? Na partilha se divide o acervo hereditário (composto por bens móveis e imóveis, créditos, débitos e quaisquer outros direitos de natureza patrimonial), entre os sucessores, com o estabelecimento e a consequente adjudicação do quinhão hereditário a cada um deles. O Art. 1.997 do Código Civil dispõe que: ―A herança responde pelo pagamento das dívidas do falecido; mas, feita a partilha, só respondem os herdeiros, cada qual em proporção da parte que na herança lhe coube‖. Desta forma, é facultado aos credoresdo espólio requerer ao juízo do inventário o pagamento das dívidas vencidas e exigíveis, bem como o ajuizamento de ação em face do espólio. No entanto, concluída a partilha, só caberá ação contra os beneficiários da herança, situação em que cada herdeiro responderá pelas dívidas deixadas pelo de cujus dentro das forças da herança e na proporção da parte que lhe coube. C) A sobrepartilha é uma modalidade em que uma nova partilha é feita por razão de algum bem não ter sido relacionado/partilhados no processo de inventário. Cite pelo menos dois exemplos. Trata-se, em verdade, de uma partilha fracionada e posterior, como decorrência de situações fáticas específicas que impossibilitaram a sua realização oportuna. Ocorrerá nos autos do inventário do autor da herança. O Art. 669 do Código de Processo Civil elenca as hipóteses de sobrepartilha, in verbis: Art. 669. São sujeitos à sobrepartilha os bens: I — sonegados; II — da herança descobertos após a partilha; III — litigiosos, assim como os de liquidação difícil ou morosa; IV — situados em lugar remoto da sede do juízo onde se processa o inventário. Parágrafo único. Os bens mencionados nos incisos III e IV serão reservados à sobrepartilha sob a guarda e a administração do mesmo ou de diverso inventariante, a consentimento da maioria dos herdeiros. Assim, busca-se com a sobrepartilha salvaguardar os interesses dos herdeiros, bem como garantir a celeridade processual.