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Interpretação e Integração ied

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Interpretação das normas 
Corrente descritiva ou declaratória: é uma espécie de interpretação puramente de descobrimento, um 
ato de conhecimento, uma mera descrição do enunciado legal. A interpretação descritiva/declaratória 
acredita no sentido literal do texto legal. A norma seria produzida pelo legislador ao imprimir o texto 
da lei e caberia ao intérprete apenas a reprodução fiel desse sentido. 
Corrente construtivista: aqui defende-se que o texto jurídico não necessariamente é igual à norma 
jurídica. Percebeu-se que a norma jurídica é fruto de uma reconstrução de significado de textos e 
elementos não textuais feita pelo intérprete. É uma interpretação lógico-argumentativa. 
Conceito básico: estabelecer o sentido da norma e fixar o seu alcance. 
Interpretação do artigo 53 da CF/88: “Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, 
por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos”. Nesse caso, os deputados e senadores serão imunes 
dentro dos locais oficiais de exercício de sua função e fora deles, quando estiverem executando 
atividades relacionadas ao seu cargo (como discurso para eleitores). Haverá responsabilização quando 
o indivíduo não estiver representando a figura de deputado ou senador, mas sim se configurando 
como uma pessoa comum (situação de ofender um garçom). Vale relembrar que em se tratando de 
ATOS, sempre haverá a responsabilização, pois fazendo um interpretação bem literal, o artigo protege 
apenas opiniões, pensamentos e votos. 
-Métodos de interpretação 
Quanto à natureza: 
• Literal ou gramatical: toma como ponto de partida o significado e alcance de cada palavra da 
norma jurídica. É calcada no pé da letra. É muito utilizada. 
• Lógico-sistemática: busca descobrir o sentido e alcance da norma considerando o sistema 
jurídico e não a norma isoladamente. Busca compreendê-la como parte integrante de um todo 
em conexão com as outras normas que com ela se articulam logicamente. 
• Histórica: indaga acerca das condições de meio e de momento da elaboração da norma 
jurídica, bem como das causas passadas que levaram à ação do legislador. Analisar o porquê 
daquela norma ter sido criada dentro do contexto social. 
• Teleológica: busca analisar o fim que a norma jurídica visa servir ou tutelar. Está de acordo 
com o artigo 5° da LINDB. 
• Consequencialista: considera as consequências da decisão. 
Quanto ao resultado: 
• Extensiva: intérprete conclui que o alcance da norma é mais amplo do que indicam os seus 
termos. Nesse caso afirma-se que o legislador escreveu menos do que queria dizer. O 
intérprete, alargando o campo de incidência da norma, irá aplicá-la em situações não previstas 
expressamente em sua letra, mas que se encontram implicitamente nela incluída. 
• Restritiva: aquela em que o intérprete restringe o sentido da norma ou limita a sua incidência, 
para concluir que o legislador escreveu mais do que queria dizer. Assim, o intérprete diminui 
a amplitude das palavras. 
Questão para fixação: 
Sobre a interpretação jurídica, julgue os itens abaixo e assinale a sequência correta: 
I- A interpretação extensiva é uma das formas utilizada pelo mecanismo de integração 
normativa por analogia. 
II- A interpretação sistemática de uma norma implica a adequação da lei ao contexto da 
sociedade e aos fatos sociais. 
III- A interpretação histórica tem por objetivo adaptar o sentido ou a finalidade da norma às 
novas exigências sociais, em atenção às demandas do bem comum. 
IV- A interpretação teleológica consiste na análise da norma de forma contextual, com a 
comparação entre os dispositivos do próprio texto legal e outros diplomas normativos. 
A) F – F – F – F 
B) F – V – V – V 
C) F – V – F – V 
D) V – F – V – F 
E) V – V – F – F 
Resposta: Letra A. Análise dos erros dos itens: 
I- A analogia é um recurso diferente da interpretação extensiva. Analogia é meio de 
integração. 
II- Conceito de interpretação histórica. 
III- Conceito de interpretação teleológica. 
IV- Conceito de interpretação sistemática. 
 
Integração das normas 
Desenvolvimento da sociedade Modificação das relações sociais Surgimento de novos 
conflitos, que em alguns casos podem não estar regulamentados por norma. 
Existem muitas discussões sobre o ordenamento jurídico possuir completude ou ter falhas/lacunas. 
Maria Helena Diniz, por exemplo, chega a conclusão de que o Direito sempre é lacunoso, mas é 
também, ao mesmo tempo, sem lacunas. 
Conceito básico: Preenchimento de lacunas. 
As lacunas podem ser classificadas em três tipos: 
• Lacuna normativa: quando há a ausência de norma jurídica que regulamente diretamente um 
determinado caso concreto. 
• Lacuna ontológica: quando há a norma, no entanto ela não corresponde mais aos fatos sociais. 
• Lacuna axiológica: quando há a norma, mas, se aplicada, terá resultados insatisfatórios e 
injustos. 
OBS: quando a expressão lacuna vier isolada, sem nenhuma especificação, no contexto de alguma 
questão, por exemplo, costuma, em regra, estar se tratando de lacuna normativa. 
 
LACUNA NORMATIVA 
É caracterizada por dois processos: 
• Autointegração: é a hipótese em que uma norma integrante do próprio ordenamento jurídico 
soluciona a lacuna. Ex.: Analogia. 
• Heterointegração: a lacuna é suprida com fontes diversas da lei. Ex.: Costumes. 
Artigo 4° da LINDB - Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os 
costumes e os princípios gerais de direito. 
OBS: a doutrina clássica defende que essa ordem deve ser seguida pelo juiz. Já a doutrina moderna 
defende que o juiz não está preso a qualquer ordem, podendo, inclusive, aplicar livremente o meio 
que produzir melhor resultado. 
1- Analogia 
Aplicar em caso concreto não regulamentado norma relativa a caso semelhante. 
 Caso X regulamentado Norma Y 
 Semelhante 
 Caso Z por analogia Norma Y 
 (lei omissa) 
Temo um caso X, regulamentado por norma Y, e um caso Z, com lei omissa, na qual, por ser 
semelhante a X, aplica-se analogia e utiliza-se a mesma norma Y. 
A analogia pode ser dividida em duas espécies: 
• Analogia legis: uma única lei é utilizada. 
• Analogia juris: são utilizados elementos de um conjunto de normas. Ex.: União homoafetiva 
(na qual é utilizado todo o disciplinamento da união estável). 
Analogia e Interpretação extensiva são processos diferentes. 
A analogia não é ilimitada. Ex.: No direito penal e tributário – analogia in bonam partem (a favor da 
parte). 
2- Costumes 
Observância constante e espontânea de determinadas normas de comportamento na sociedade. 
Presença de dois elementos que os compõem: 
• Elemento objetivo: reiteração no tempo/uso continuado. 
• Elemento subjetivo: obrigatoriedade social. 
São classificados em três espécies: 
• Secundum legem (segundo a lei) – autorizado por lei, utilizado na aplicação da lei. Ex.: Art. 
113/CC. 
• Praeter legem (ao lado da lei) – utilizado na omissão da lei, consiste no verdadeiro método de 
integração pelos costumes. Ex.: Cheque pré-datado. 
• Contra legem (contra a lei) – se opõem a lei. Ex.: jogo do bicho (art. 58 da lei n° 3688/41). 
 
 
3- Princípios Gerais do Direito 
São as ideias fundamentais e basilares do Direito. Ou seja, são as regras gerais que orientam o 
entendimento de todo o ordenamento jurídico. Ex.: Princípio da preservação da família. 
Com o desenvolvimento do Direito, os princípios passaram a ser reconhecidos como verdadeiras 
normas. Sendo assim, deixaram de ser meras orientações morais para se tornarem comandos dotados 
de efetividade e juridicidade.Abordagem crítica – justamente por serem normas, os princípios não deveriam ser reduzidos como 
meros meios de integração de normas, mas sim já serem observados logo na confecção, interpretação 
e aplicação delas. Alguns doutrinadores chegam a observar que não existiria nem lacuna da lei, já que 
todos os casos poderiam ser regulamentados por princípios, vistos como normas. 
4- Equidade 
É a busca pelo ideal de justiça. Encontra fundamento no artigo 5° da LINDB. 
Só deve ser utilizada após esgotados todos os meios expressos no artigo 4° da LINDB (analogia, 
costumes e PGD) e quando tiver autorização legal. Ex.: Art. 6° da lei n° 9.099/95 
Pode ser classificada em dois tipos: 
• Equidade legal: o juiz pode optar por uma das soluções previstas na própria lei. Ex.: Art. 
1584/CC – escolher entre guarda compartilhada, unilateral ou atribuída a terceiro. 
• Equidade judicial: a lei atribui ao juiz o dever de aplicar a equidade, mas não estabelece 
soluções a serem escolhidas. Ex.: Art. 413/CC. 
Questão para fixação: 
Ano: 2015 Banca: FCC Órgão: TRT - 6ª Região (PE)Prova: FCC - 2015 - TRT - 6ª Região (PE) - 
Juiz do Trabalho Substituto 
De acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, na hierarquia, interpretação e 
integração da lei, 
A- a equidade constitui meio integrativo pelo qual se supre a lacuna da lei, empregando-se sempre 
que o juiz considerar a hipótese concreta como passível de sua aplicação nos autos. 
B- a interpretação autêntica é também denominada literal ou gramatical, atendo-se ao exame do 
texto normativo sob o ponto de vista semântico e linguístico. 
C- no que se refere aos princípios gerais de direito, estes encontram-se sempre implícitos no 
sistema jurídico, tratando-se de regras de natureza genérica que orientam sua compreensão na 
aplicação e integração das normas jurídicas. 
D- somente se aplica a interpretação extensiva da norma legal se não houver a possibilidade, 
primeiramente, de aplicação analógica da lei. 
E- nos mecanismos de integração do sistema jurídico, a analogia figura em primeiro lugar, 
consubstanciando-se no fundamento pelo qual a situações semelhantes deve-se aplicar a 
mesma regra de direito. 
Resposta: Letra E.

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