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REVISÃO PARA A PROVA DE DOENÇAS INFECCIOSAS 2º BIMESTRE

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REVISÃO PARA A PROVA DE DOENÇAS INFECCIOSAS 2º BIMESTRE
NOME DA DOENÇA: Panleucopenia felina (sinônimos: enterite infecciosa felina, cinomose dos gatos, Parvovirose dos gatos)
INTRODUÇÃO: É uma doença viral, aguda, altamente contagiosa que acomete felídeos domésticos e silvestres;
ETIOLOGIA: O agente etiológico é o PVF (parvovirus felino), vírus de DNA fita simples, esférico e não envelopado (conferindo alta resistência ao ambiente) tem tropismo por células em divisão sendo as principais, as células do intestino, tecido hematopoético e cerebelo (o que justifica a manifestação gastrintestinal, alteração hematológicas e distúrbios neurológicos e visuais);
EPIDEMIOLOGIA: Vírus de distribuição mundial, é capaz de causar doença grave e fatal em todos os felídeos. Também é capaz de infectar texugos, lontras, guaxinins, martas e raposas. Todos os felídeos suscetíveis são expostos e infectados durante o 1º ano de vida. Filhotes que adquirem anticorpos transferidos pelo colostro são protegidos até os 3 meses de idade, e em casos excepcionais, até 20 semanas. 
Sua principal via de transmissão é a oro-fecal. O PVF é eliminado em todas as secreções corpóreas durante a fase ativa da doença, principalmente pela urina e fezes dos animais acometidos (período de 2-3 semanas). A transmissão transplacentária também pode ocorrer, resultando na infecção dos fetos e o desenvolvimento da síndrome cerebelar dos neonatos. O contagio através dos fômites também é possível devido à alta resistência deste vírus no ambiente.
A prevalência da doença varia conforme a proporção de gato imunizados na população, a virulência do agente e a ocorrência de doenças bacterianas intestinais secundarias nos animais acometidos. Vale lembrar que os felinos adultos geralmente desenvolvem uma infecção mais branda muitas vezes assintomática. A mortalidade também varia da imunização e cepas, além de quantidade de animais no ambiente. 10-90%;
INFECÇÃO: Pode ser sistêmica (replicação inicia-se nos tecidos linfoides da orofaringe, 18-24h depois a infecção oral ou intranasal, com a viremia se dando entre o 2º e o 7º dia e as alterações patológicas são inicialmente observadas nos tecidos de alta divisão celular) do trato digestório ( as células epiteliais que compõem as criptas de lieberkuhn são alvo da replicação do vírus no IDelgado. A porção proximal do jejuno e a região terminal do íleo são as que apresentam lesões mais extensas. O quadro de enterite é causado pela lesão das vilosidades intestinais que se tornam mais curtas, levando a má absorção e aumento da permeabilidade) Infecção do tecido linfoide e medula óssea (O PVF induz necrose seguida de proliferação no tecido linfoide, nas placas de peyer, nos linfonodos, no timo e no baço. A Involução e degeneração do timo são descritos em gatos SPF e felinos livres de patógenos infectados até 9 semanas de idade. A apoptose celular que ocorre nas infecções pelo vírus, contribui para a expansão do dano tecidual nos órgãos linfoides e no TGI); Infecções secundárias, infecções em femeas gestantes, miocardites, cardiomiopatias e infecção no SNC;
PATOGENIA: O vírus penetra pela orofaringe e se replica inicialmente no tecido linfoide faríngeo. Em seguida, ocorre a viremia livre ou associada a células, disseminando o vírus a outros órgãos e tecidos via corrente sanguínea, os sinais clínicos que se desenvolvem a partir dai estão relacionados com a presença de receptores específicos e ciclo celular. A replicação dos parvovirus ocorre apenas no núcleo das células em divisão, uma vez que o genoma desses agentes não codifica a enzima DNA polimerase, necessária para a conversão do DNA viral de fita simples em dupla fita linear. Em animais adultos, os locais de infecção preferenciais incluem o tecido linfoide, a medula óssea e as criptas ou glândulas da mucosa intestinal. Na fase pré-natal tardia ou neonatal inicial, a infecção pode resultar em lesões no tecido linfoide e na medula óssea, porém o local mais afetado é o SNC, incluindo cérebro, cerebelo, retina e nervo ótico.
SINAIS CLINICOS: O período de incubação da doença varia de 1 a 10 dias, sendo em geral de 4 a 5 dias, a gravidade da doença varia dos indivíduos, desde a forma subclínica até a forma hiperaguda ou fatal, semelhante a uma intoxicação, no entanto o numero de gatos que manifestam a forma clinica da doença é menor do que a quantidade de animais infectados pelo vírus;
Infecção subclínica: Ocorre em animais adultos, e de forma geral, não é diagnosticada.
Infecção Hiperaguda: Ocorre mais comumente em filhotes não vacinados e é caracterizada por grave depressão, coma (choque séptico), e morte súbita, em muitos casos em menos de 12horas. O animal pode apresentar êmese, mas normalmente o óbito ocorre antes da diarreia e desidratação terem se desenvolvido. A mortalidade se aproxima de 100% nesses casos, principalmente em animais entre 2 e 5 meses de idade.
Infecção aguda: Os principais sinais clínicos incluem febre (40ºC ou superior), protusão da terceira pálpebra, depressão, anorexia e vômitos amarelados frequentes, independentemente da alimentação. Diarreia ocorre com menor frequência, sendo tardia, e em geral fétida, pastosa ou liquida, podendo apresentar estrias fibrinosas. O animal pode desenvolver grave desidratação e, muitas vezes assume uma postura típica (como se fosse comer ou beber, colocando sua cabeça sobre o pote de alimento ou permanecendo encurvado, com a cabeça apoiada no chão ou entre seus membros torácicos). Percebemos espessamento intestinal, desconforto e linfadenomegalia mesentérica. Em casos mais graves podemos observar ulcerações orais, hematoquezia, icterícia ou sinais de coagulopatia (petequeias e equimoses) secundários à coagulação intravascular disseminada e à endotoxemia. Se o gato sobreviver aos primeiros 5 dias da doença e as complicações não se desenvolverem (infecções bacterianas secundárias, enterite crônica), a recuperação ocorrerá rapidamente. Em geral serão necessárias varias semanas para que o animal readquira seu peso e condição corporal.
DIAGNOSTICO: A anamnese é muito importante, especialmente quanto à idade do animal (jovens mais suscetíveis), vacinação, contato com outro animal doente ou outros gatos nas duas ultimas semanas (em gatis, hospitais ou centros de adoção);
O diagnostico clinico da panleucopenia felina é estabelecido, em geral, com base nas manifestações clinicas e na presença de leucopenia. A contagem de leucócitos diminui consideravelmente, sobretudo na fase mais aguda da infecção (4-6º dia), quando podem ser encontrados valores entre 50 e 3000 células/mcL. Esta característica, porém, não é patognomônica da infecção pelo PFV. A intensidade da leucopenia em geral acompanha a gravidade da doença. Inicialmente, desenvolve-se neutropenia, uma vez que os neutrófilos são exsudados para o lúmen intestinal e, logo a seguir, ocorre leucopenia como consequência da supressão da medula óssea. Cerca de 5 dias após o aparecimento dos sinais clínicos, ocorre um efeito rebote dramático no número de leucócitos, muitas vezes excedendo o limite superior de referência. Anemia persistente, não regenerativa e associada a leucopenia é mais compatível com a infecção pelo vírus da leucemia felina. A azotemia pré-renal pode ser frequentemente observada nos casos em que ocorre desidratação intensa, sendo mínimo o comprometimento renal.
Diagnostico definitivo pode ser realizado por teste de hemaglutinação, testes sorológicos (ELISA , HI), PCR das fezes e sangue ou sobrenadante de cultura celular, Isolamento viral pois o PVF produz corpúsculos de inclusão intracelular do tipo Cowdry A, em populações suscetíveis de células jovens (em geral os corpúsculos surgem 1 a 2 dias após inoculação, persistem durante 3-5 dias e desaparecem gradualmente ao longo do tempo); [O vírus pode ser isolado de fragmentos de baço, timo, íleo e dos linfonodos mesentéricos];
Diagnostico diferencial: intoxicação, parasitismo intestinal maciço, toxoplasmose aguda, corpos estranhos no TGI (especialmente perfurantes), abcessos ou granulomasmesentéricos, leucemia felina, septicemia bacteriana aguda (salmonelose) e linfoma;
TRATAMENTO: Os principais objetivos do tratamento são restaurar e manter o equilíbrio hidroeletrolítico; minimizar as perdas contínuas de líquidos e possibilitar a recuperação do epitélio intestinal; e prevenir infecções secundárias. A terapia de suporte apropriada e os cuidados intensivos propiciam o controle do quadro sintomático, até que o animal recupere seus mecanismos de defesa; os animais deem se manter em jejum para minimizar a frequência dos episódios de vômitos e reduzir a atividade mitótica intestinal, diminuindo a replicação do vírus.
O uso de antieméticos é indicado nos casos mais graves; A transfusão de plasma ou sangue total é recomendada em gatos com anemia intensa, hipotensão ou hipoproteinemia. Se forem observadas trombocitopenia e coagulopatia, poderão ser administradas simultaneamente, baixas doses de heparina. 
Para prevenir infecções secundárias é interessante realizar ATBterapia de amplo espectro por via parenteral.
Todos os gatos com panleucopenia felina devem ser suplementados por via parenteral com vitamina B, em virtude da prolongada anorexia. O uso de estimulantes do apetite pode ser benéfico em animais anoréxicos e que não apresentam êmese; e realizar retorno gradual da alimentação;
O prognostico da doença é desfavorável, é interessante fazer hemogramas frequentes (a cada 2 dias) ... 
PROFILAXIA: Isolamento dos animais doentes, limpeza e desinfecção do ambiente com hipoclorito de sódio 6% formaldeído 4% e gluteraldeido 1% por 10 minutos; Vazio sanitário, e imunização ativa;
Vacinação com vacina inativada ou atenuada (tríplice felina: parvovirus, Herpesvirus e calicivirus) ou quadrupla ou quíntupla... com esquema de vacinação com 60 dias de vida, 90 dias 120 dias e reforço anual;
NOME DA DOENÇA: Peritonite Infecciosa Felina (PIF)
INTRODUÇÃO: Infecção entérica onipresente nos gatos, que, em alguns casos, acarreta vasculite imunomediada altamente fatal e infecção imunomediada;
ETIOLOGIA: Coronavirus felino (CoVF) Possui envoltório nuclear e RNA unifilamentar; possuem dois sorotipos: 1-coronavirus felino (que causa enterites somente) 2- Coronavirus felino mutante que causa a PIF; (os dois tem capacidade de causar PIF, porém é mais prevalente o CoVF-II);
EPIDEMIOLOGIA: O vírus da PIF rivaliza com o vírus da Panleucopenia felina em relação a causa de morte de gatos; está diretamente relacionado ao método atual de criação de felinos (eles estão cada vez mais dentro das casas, expostos a maiores quantidades de patógenos presentes pelas fezes, que seriam enterrados em ambientes externos em outras situações); A popularidade e o aumento resultante na criação de raças puras, levam a perda da proteção imune associada a diversidade genética e ao vigor hibrido; Gatos de abrigos são mais suscetíveis à infecção viral; Filhotes até 2 anos de idade são mais suscetíveis a infecção por PIF, com um segundo pico após os 10 anos de idade; Doenças concomitantes, estresse, cirurgias são também fatores contribuintes para a infecção por PIF;
INFECÇÃO: 
PATOGENIA: O vírus é encontrado nas fezes após o segundo dia pós infecção, acredita-se que a replicação primaria ocorra após ingestão nas células epiteliais do intestino delgado, mas no caso da excreção viral o vírus está localizado na junção ileocólica, a eliminação do vírus pode durar de 2 a 3 meses (mas pode liberar por anos, até a morte);[Os portadores do CoVF raramente desenvolvem PIF]; Gatos portadores crônicos da doença mantém condições de saúde adequadas, mas alguns desenvolvem diarreia crônica de elevada intensidade e incontinência fecal na velhice; A transmissão então é orofecal, muitas vezes por contatos acidentais com fômites infectados e dejetos em bandejas de fezes contaminadas; A incidência é enorme (cerca de 90% dos animais que entram em contato apresentam anticorpos de soroconversão). Existe também transmissão transplacentária; pode também ser eliminado pela saliva por horas-dias;
SINAIS CLINICOS: A maioria das infecções são subclínicas, quando o vírus infecta os gatos pela primeira vez, estes podem desenvolver episódios breves de sinais no trato respiratório superior ou diarreia, em alguns casos essa diarreia pode ser extremamente grave; 
Na PIF efusiva, o curso geral clinico em geral é agudo; é caracterizada por serosite fibrinosa e por efusões abdominais e/ou pleurais. Clinicamente os felinos examinados na fase inicial apresentam febre não responsiva aos antimicrobianos, atingindo temperaturas entre 39,5 e 41ºC com duração de 2-5 semanas. Uma investigação diagnostica minuciosa é necessária em virtude da ausência de sinais localizados.
A PIF não efusiva se caracteriza por reações inflamatórias granulomatosas e necrose em órgãos abdominais, olhos, SNC, pele e lesões na cavidade torácica;
	PIF efusiva
	PIF não efusiva
	Febre não responsiva aos antimicrobianos
Anorexia
Inatividade
Perda de peso
Diarreia crônica
Vômitos
Efusão abdominal com distensão do abdome progressiva e indolor
Efusão pleural
Dispneia
Insuficiência respiratória
Desidratação
Mucosas hipocoradas ou ictéricas
	Sinais gerais
	
	Febre, pleurite, pneumonia, perda de peso crônica, polidipsia, poliúria, hepatomegalia e icterícia
	
	Lesões neurológicas
	
	Paresia dos membros posteriores, ataxia, nistagmo, mudanças comportamentais, paralisia e convulsões
	
	Lesões oculares
	
	Uveíte anterior exsudativa, hifema, precipitados fibrinosos e coriorretinite
	
	Lesões cutâneas
	
	Nódulos múltiplos, flebite dérmica piogranulomatosa necrosante e fragilidade dérmica
DIAGNOSTICO: O diagnostico baseia-se no histórico, nos sinais clínicos e no grande risco de exposição dos felinos ao Coronavirus, tendo como auxilio exames complementares, podendo ser o histopatológico e a imunohistoquimica das lesões dos órgãos obtidos por biopsia ou, eventualmente, da necrópsia.
Alguns achados hematológicos recorrentes são, anomia normocítica não regenerativa leve ou moderada, leucocitose neutrofilica, linfopenia, e trombocitopenia e os valores séricos de proteína plasmática geralmente estão elevados (refletindo hiperglobulinemia);
O teste de Rivalta é um método simples, barato e pode ser realizado na rotina clinica para diferenciar exsudatos de transudatos e ajudar no diagnostico de PIF; Exames radiológicos e ultrassonografia ajudam na detecção de fusão abdominal e pleural.
Diagnostico sorológicos podem auxiliar no diagnostico, se interpretado com cuidado.
O diagnostico molecular por RT-PCR é altamente sensível e especifico para identificar o FoCV, no entanto não possibilita firmar diagnóstico definitivo de PIF;
Diagnostico presuntivo é o mais realizado na maioria dos casos;
Diferencial: Devem ser considerados doenças dos gatos que levam a febre crônica, linfadenopatia, efusões abdominais ou pleurais, uveítes e alterações no SNC (toxoplasmose, infecções fúngicas, neoplasias e retroviroses);
TRATAMENTO: Não existe protocolo terapêutico bem-sucedido em gatos com PIF. Alguns se beneficiam com tratamento sintomático, principalmente animais de boa condição física. No geral recomenda-se o uso de anti-inflamatórios, fármacos imunossupressores e imunomoduladores. Visando reduzir os efeitos da formação de anticorpos, imunocomplexos e inflamação imunomediada na PIF.
Fluidoterapia, suporte nutricional, antioxidantes e vitaminas são indicados como terapia de suporte. Reavaliação clinica do felino a cada 2 semanas é indicado. Caso o animal não apresente melhora e seu quadro piore, recomenda-se eutanásia.
O prognostico da PIF é reservado à desfavorável, pois a doença costuma ser progressiva e fatal.
PROFILAXIA: São baseados em medidas gerais e especificas (vacinas)
Medidas gerais: Desinfecção de gaiolas ambientes e fômites, com hipoclorito de sódio (água sanitária) na concentração final de 0,175%. Evitar criação de muitos animais em gatis e abrigos, como a adoção de animais de locais endêmicos.
Vacinação não é comercializada no Brasil, e não é indicadapara todos os gatos pois é com vírus atenuado e sensível ao calor. (vacina intranasal);
NOME DA DOENÇA: Leucemia Felina - FeLV
INTRODUÇÃO: Doença infectocontagiosa causada por um retrovírus, o vírus da leucemia felina, resulta em uma ampla gama de síndromes clinicas, incluindo neoplasias linfo ou Mieloproliferativas, doenças degenerativas, citopenias, síndrome de imunodeficiência e confecções, como a micoplasmose hemotropica e a peritonite infecciosa felina. 
ETIOLOGIA: Vírus envelopado constituído por duas fitas de DNA fita simples, seu envelope viral é lipossolúvel, tornando-o sensível a desinfetantes, sabão calor e dessecação. É rapidamente inativado em temperatura ambiente, com umidade adequada é capaz de sobreviver de 24-48h; de modo geral não é um vírus citopático, e é liberado da célula infectada por um mecanismo de brotamento na membrana celular, momento em que os antígenos de histocompatibilidade do hospedeiro podem ser incorporados pelo envelope viral.
EPIDEMIOLOGIA: A transmissão horizontal responde pela quase totalidade dos casos de leucemia felina. Ocorre primariamente por meio da saliva, na qual a concentração do vírus é mais alta do que no plasma. Os gatos virêmicos eliminam constantemente o vírus; A concentração na saliva e no sangue, dos gatos sadios virêmicos é tão ala quanto nos gatos doentes. A mútua lambedura e o habito de compartilhar fontes de água e alimentos resultam efetivamente na transmissão da infecção. A transmissão vertical, da mãe para os filhotes, também pode ocorrer nos felinos virêmicos. Os neonatos podem ser infectados por via transplacentária, por lambeduras ou leite materno. A infecção intrauterina pode resultar em reabsorção fetal, aborto e morte neonatal; é pouco provável que ocorra a disseminação do vírus por urina, fezes e vetores hematófagos, embora os vírus encontrem-se distribuídos em diversos tecidos, fluidos orgânicos e secreções;
A resistência à infecção depende da idade, sendo os filhotes mais suscetíveis a infecção. O numero de felinos com viremia persistente diminui com a idade, ao mesmo tempo em que aumenta o numero de felinos com anticorpos anti-FeLV (isso se deve aos fatores intrínsecos ao hospedeiro.
INFECÇÃO: Infecção abortiva: Felinos imunocompetentes são capazes de interromper a infecção viral por meio da resposta imune humoral e celulares eficazes (abortando a infecção);
Infecção regressiva: A replicação e viremia acometem antes ou pouco após a infecção medular. Após a infecção oronasal, ocorre a infecção das células mononucleares e viremia primaria, com a disseminação do vírus para o tecido linfoide, glândula salivar e medula óssea. Muitos gatos são capazes de interromper a viremia, logo após a infecção medular, com o desenvolvimento de uma imunidade sólida. Equivocadamente esses gatos podem ser considerados livres da infecção. Uma vez infectada a medula, a probabilidade de elimina-la torna-se menor, ainda que a viremia cesse.
Infecção progressiva: Infecção não é contida, e ocorre extensa replicação viral inicialmente nos tecidos linfoides, depois na medula, nas mucosas e no epitélio glandular. A viremia persiste por longo período (16 semanas, sendo persistente). A maioria dos gatos desenvolve infecção relacionadas com o FeLV no período de 3 anos.
PATOGENIA: A evolução e desfecho da infecção é variável (depende de vários fatores comuns); Após infecção oronasal o vírus se replica no tecido linfoide local. Os felinos imunocompetentes são capazes de restringir a infecção desenvolvendo altos títulos de anticorpos neutralizantes. Eles correspondem a cerca de 30% dos animais infectados. Se a resposta imune ocorrer rapidamente, o vírus não atinge o tecido mieloide e a infecção é debelada antes de ocorrer a viremia. Se a produção de Ac. For mais tardia, ocorre viremia transitória, cuja a duração varia de dias, semanas ou meses (em geral 4-6 semanas). Entretanto se as células epiteliais forem infectadas, a viremia se tornará persistente. A fase de infecção medular que ocorre de 4-8 semanas após a exposição, e de extrema importância, pois é nela que ocorre a latência viral em cerca de um terço dos indivíduos, que manterão a infecção ao longo da vida, a depender da resposta imune.
SINAIS CLINICOS: Pode resultar em diversas doenças e síndromes clinicas. A prevalência de neoplasias hematopoiéticas, mielossupressão e doenças infecciosas é maior em locais onde existem felinos infectados pelo FeLV do que na população em geral. Enquanto a sobrevida dos felinos virêmicos mantidos em locais de elevada densidade populacional é de 2-3 anos no máximo, os felinos em mesma condições isoladas é muito maior. As doenças e as síndromes associadas à infecção pelo FeLV podem ser agrupadas em neoplasias induzidas, síndromes de supressão medular, imunossupressão, doenças imunomediadas, e outras síndromes, incluindo distúrbios reprodutivos, síndrome de definhamento de filhotes e neuropatias.
Neoplasias podem ser: linfoproliferativas, Mieloproliferativas, Mielodisplasias, Fibrossarcomas, múltiplos Osteocondromas, neuroblastomas malignos hiperplasia dos queratinócitos.
Síndromes de supressão da medula podem ser: distúrbios hematopoiéticos, particularmente citopenias por supressão medular, anemia regenerativa ou não regenerativa, neutropenia persistente, transitória ou cíclica, síndrome panleucopenia-simile, anormalidades quantitativas e qualitativas das plaquetas e anemia aplásica (pancitopenia)
DIAGNOSTICO: O diagnostico da infecção pelo FeLV é estabelecido por meio de métodos diretos de detecção do vírus ou de seus antígenos, ou ainda pela detecção do DNA proviral ou RNA viral no sangue periférico. Os testes de IFI e o ELISA/ICGA são os mais utilizados no diagnostico da infecção. Ambos detectam a proteína p27. PCR é um método mais sensível e pode ser coletado de diversos materiais (sangue, medula e tecido). Isolamento viral é impraticável na rotina clínica;
	Critérios para a indicação do teste de antígenos*
	Todos os gatos devem ser submetidos ao teste da detecção de antígenos do FeLV (teste ELISA) pelo menos uma vez na vida:
-Gatos doentes (ainda que tenham apresentado resultados negativos no passado)
-Gatos recém adquiridos, filhotes e adultos, principalmente de origem desconhecida
-Gatos expostos recentemente em contato com gato FeLV positivo
-Gatos altamente expostos ao risco de infecção: por exemplo, aqueles com acesso ao ambiente externo em locais onde há alta [ ] de felinos na vizinhança
	Interpretação dos resultados
	ELISA negativo: ausência de viremia. Não exclui infecção recente, infecção latente ou exposição previa. Reteste após 8 semanas
ELISA positivo: indica viremia transitória ou persistente. Retestar após 8 semanas (IFI ou ELISA)
IFI negativo e ELISA negativo: animal não infectado
IFI positivo: viremia e persistência da infecção
IFI positivo e ELISA negativo: falso-negativo (ELISA) ou falso-positivo (IFI)
ELISA e IFI negativos em gatos previamente positivos ao teste ELISA: infecção regressiva
	Indicação dos testes moleculares
	Suspeita de infecção regressiva (sangue periférico ou medula óssea) 
Diagnostico post mortem, realizando-se a pesquisa de material genético em fragmentos de tumor, tecidos e da medula óssea
** a vacinação previa contra leucemia felina não interfere no resultado do teste ou da PCR.
Prognostico bom para felinos imunocompetentes e reservado para os que apresentam viremia resistente.
TRATAMENTO: As diferentes afecções e infecções oportunistas decorrentes da atuação do vírus devem ser tratadas isoladamente, com medidas especificas direcionadas aos agentes oportunistas ou alterações neoplásicas em questão, bem como tratamento de suporte, anti-inflamatórios, analgésicos, Fluidoterapia e terapia nutricional. Cuidados especiais devem ser tomados em relação a medicamentos mielossupressivos, como griseofulvina, cloranfenicol e sulfas. Transfusão de sangue são necessárias p/ pacientes com anemias intensas.
Uso de terapia imunomoduladora e antiviral é indicada.
Vacinação é indicada, mas não interferena infecção já instalada, e nem evita que o gato infectado, virêmicos, atue como fonte de infecção.
PROFILAXIA: A leucemia é considerada uma doença de grupos de animais, que se transmite horizontalmente via contagio direto. 
Isolar felinos infectados ou suspeitos.
Limpeza de ambiente e fômites.
Acompanhamento profissional dos animais suspeitos e infectados.
NOME DA DOENÇA: Sindrome da imunodeficiência dos felinos FIV
INTRODUÇÃO: Considerada a AIDS felina é uma síndrome dos felinos domésticos, causada pelo vírus da imunodeficiência (FIV) é caracterizada pelo eventual declínio de linfócitos T periféricos CD4+ e associada a outras alterações imunológicas, resulta no desenvolvimento da síndrome de imunodeficiência. A disfunção imunológica torna o animal suscetível a infecções secundárias e condições mórbidas debilitantes, resultando, alguns anos depois, no óbito do felino infectado.
ETIOLOGIA: O FIV é um membro da família dos retrovírus, ao qual também pertence o HIV humano. É constituído por duas fitas simples de RNA não complementares, idênticas.
EPIDEMIOLOGIA: O FIV é naturalmente transmitido por inoculação parenteral do vírus presente na saliva ou no sangue, por meio da mordedura ou feridas resultantes de brigas. Pode ser transmitida por via SC, IV, IM, IP, VO, IVaginal ou IRetal. Gatos na fase inicial transmitem o vírus mais facilmente que gatos na fase terminal da doença; Transfusão sanguínea de sangue sem teste, é uma importante via de transmissão da doença; Felinos de qualquer faixa etária são sucetiveis, não existem predisposições sexuais, mas mesmo assim, 2/3 dos animais infectados são machos (provavelmente pelas brigas);
INFECÇÃO: A idade do animal no momento da infecção, a carga viral e a via de infecção, bem como as características do inóculo – partículas virais livres ou associadas a células – refletem na cinética vira, na progressão da infecção, no desenvolvimento do quaro clinico e na magnitude da resposta imunológica do hospedeiro. 
PATOGENIA: A replicação viral ocorre nas células-alvo dos órgãos linfoides e de outros tecidos ricos em células linfoides após a entrada do agente infeccioso no organismo hospedeiro. O FIV pode infectar uma ampla variedade de células in vitro ou in vivo, a depender do tipo ou subtipo infectante. O pico de carga viral ocorre entre 8 -12 semanas após inicio da infecção. A vigorosa resposta imune do hospedeiro reduz sobremaneira a carga viral circulante, porém é ineficaz na depuração completa da infecção. Em geral os Ac contra FIV tornam-se detectáveis de 2-4 semanas. Após a infecção aguda, ocorre a fase de viremia inaparente.
SINAIS CLINICOS: A infecção pelo FIV progride lentamente, sendo reconhecidos diversos estágios clínicos, à semelhança da infecção pelo HIV em humanos.
	Estagio clinico
	Duração 
	Alterações imunológicas e clinicas
	I
	2-5 semanas
	Fase aguda, pico da viremia
Formação de anticorpos, febre
	II
	Meses a anos
	Fase assintomática, diminuição progressiva de linfócitos T CD4+
	III
	Meses a anos
	Linfadenomegalia generalizada e progressiva
	IV
	Meses a anos
	ARC – Complexo clinico relacionado com a AIDS – infecções oportunistas
	V
	Meses a anos
	Profunda depleção do CD4+; disfunções imunológicas; síndrome relacionada com a imunodeficiência
	VI
	Meses a anos
	Miscelânea de doenças; neoplasias, doenças imunomediadas, doenças oculares
Estomatite, gengivite, Diarreia (sem identificação de patógeno entérico) Doenças oculares (menos frequentes), Sinais de comprometimento do SNC (alteração de comportamento), Síndrome de depauperamento (perda de peso e perda de condições orgânicas);
DIAGNOSTICO: Nenhuma das alterações observadas é patognomônica da infecção;
Fase aguda pode ser encontrada neutropenia e linfopenia. Podem apresentar citopenias variáveis (anemia, linfopenia, trombocitopenia); 
Teste sorológicos podem ajudar a detectar FIV como o ELISA.
A PCR é sensível e confiável para detecção; Mas variantes virais podem existir, depende do primer utilizado.
TRATAMENTO: Tratamentos dos felinos infectados são praticamente as mesmas descritas para a infecção pelo FeLV.
Mas podem incluir antiviral AZT, corretores de citopenias, agentes para tratamentos da estomatite, e imunomodulador Interferon;
Realização de exame clinico periódico anual, quimioterapia atb ou atf p/ infecções secundárias, limpeza periódica de dentes para casos de estomatite, correção de anemias subjacentes com eritropoietina injetável, Esterilização de machos e femeas infectados pelo FIV, Vacinação (mas nunca a felinos infectados pelo FIV pois podem ser prejudiciais);
PROFILAXIA: Vacinação não é garantia de proteção pelo FIV, separação de felinos, castração, limpeza de ambiente, e contenção dos felinos é a melhor solução;
NOME DA DOENÇA: Rinotraqueite Viral felina (Herpesvirus felino tipo 1) bordetella bronchisseptica e chlamudophila felis também podem ser agentes secundarios
INTRODUÇÃO: Doença respiratória de felinos causada por vírus.
ETIOLOGIA: Herpesvirus felino do tipo 1 com DNA , vírus envelopado com poucas cepas variáveis.
EPIDEMIOLOGIA: Prevalencia em gatis e filhotes, eliminado por secreções orais, nasais e oculares nas 1-3 semanas após a infecção, pode ter transmissão direta, por fômites ou ambiente ou transplacentária. Pode ficar em estado de latência no animal no gânglio trigêmeo, mas pode ser reativado por imunossupressão, estresse ou outras doenças, é eliminado após uma semana de reativação e dura em media mais 1-2 semanas.
PATOGENIA: Porta de entrada do vírus é oro-nasal ou conjuntival, tem replicação no epitélio mucosanal, conjuntival, nasofaringe e tonsilas, e tem eliminação viral de 24 horas até 3 semanas após a infecção. Ocorre necrose multifocal dos epiteliso, infiltrado neutrofilico, destruição ossea dos turbinados nasais. Na replicação córnea, ocorre ceratite superficial, e após 48h ocorre ceratite profunda seguida de desmentocele (ulceração corneana profunda); a recuperação se dá entre 10-20 dias e a latência viral, o vírus se propaga pelos nervos sensoriais e neurônios.
SINAIS CLINICOS: Periodo de incubação dura de 2-6 dias, ocorre apatia, anorexia, espirros acentuados, febre, secreção ocular e nasal, salivação em excesso e conjuntivite com hipertermia e Edemaciação, secreções oculonasais mucopurulentas são características, e em casos severos ocorre dispneia e febre. Também há causas de secreções permanentes nos cornetos: rinite bacteriana, osteomielite, sinusite e conjuntivite.
DIAGNOSTICO: Diagnostico presuntivo pode ser dado pelo histórico do animal e sinais clínicos dos patógenos, Diagnostico laboratorial pode ser dado pela coleta das secreções, e realização de isolamento viral, imunofluorescência, ELISA, PCR e sorologia pareada.
TRATAMENTO: suporte, e estimulo de alimentação com cobalamina, diazepan. Desobstrução nasal por nebulização e fenilefrina.
Utilização de mucoliticos, ATBterapia parenteral, e antivirais.
Em casos severos necessária a hospitalização do paciente, Fluidoterapia e sonda nasogástrica em casos de anorexia prolongada.
PROFILAXIA: Vacinação de tríplice ou quíntupla. 
Limpeza ambiental, vazio sanitários, quarentena de animais sem vacina, isolamento dos infectados ou com histórico da doença
NOME DA DOENÇA: Calicivirose Viral Felina - CFV
INTRODUÇÃO: Vírus causador do complexo respiratório felino
ETIOLOGIA: Vírus calicivirus felino (CFV), não envelopado, RNA fita simples, com grande número de cepas – mas 1 sorotipo.
EPIDEMIOLOGIA: Transmissão igual do FHV-1; mas depende do estado do portador, podendo ter sua eliminação durando por meses ou anos, maioria dos gatos tem eliminação por 30 dias, 50% eliminação por 75 dias e a minoria por toda a vida.
PATOGENIA: Replicação viral principalmente na cavidade oral e sistema respiratório, lesões na cavidade oral (com vesículas seguidas de ulceras na língua e no palato) com recuperação das primeiras lesões em 2-3 semanas.
SINAIS CLINICOS: Úlceras na cavidade oral, dor e hipersalivação, apatia, depressão, anorexia, [febre, espirros,conjuntivite e secreção oculonasal são menos frequentes em comparação com o FHV-1];
DIAGNOSTICO: Diagnostico presuntivo pode ser dado pelo histórico do animal e sinais clínicos dos patógenos, Diagnostico laboratorial pode ser dado pela coleta das secreções, e realização de isolamento viral, imunofluorescência, ELISA, PCR e sorologia pareada.
TRATAMENTO: Suporte, e estimulo de alimentação com cobalamina, diazepan. Desobstrução nasal por nebulização e fenilefrina.
Utilização de mucoliticos, ATBterapia parenteral, e antivirais.
Em casos severos necessária a hospitalização do paciente, Fluidoterapia e sonda nasogástrica em casos de anorexia prolongada.
PROFILAXIA: Vacinação de tríplice ou quíntupla. 
Limpeza ambiental, vazio sanitários, quarentena de animais sem vacina, isolamento dos infectados ou com histórico da doença

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