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Resumo Hematologia A2 Lucas Silva 1.0 Fisiologia da Coagulação A) Hemostasia - Conjunto de mecanismos que faz o sangue permaneça fluido dentro dos vasos - Solidificando quando ocorre lesão vascular e depois removendo o trombo hemostático - A todo momento deve haver homeostasia, que é o equilíbrio entre os mecanismos de coagulação e anti-coagulação, para que o organismo não sofra: - Fenômenos trombóticos - Hemorragia - Sistema hemostático - Vasos sanguíneos (células endoteliais) - Plaquetas - Sistema coagulação - Sistema fibrinolítico - Anticoagulantes naturais - Quando temos uma lesão vascular, a primeira coisa que acontece é a vasoconstrição, o vaso se contrai para evitar que o sangue extravase. - Na maioria das vezes esse mecanismo não é suficiente, havendo exposição do subendotélio na luz do vaso daí começa a agregação plaquetária que forma primeiro tampão hemostático. - Por cima dessa rolha plaquetária começa a formar a rede de fibrina. Acontece tudo ao mesmo tempo - Endotélio Vascular - Produz e secreta várias substâncias que controlam a adesão e agregação plaquetária, a coagulação e a fibrinólise - Controla Tônus muscular - Controla fluxo sanguíneo - Substância de Origem Endotelial que participa da regulação da hemostasia A) Antitrombóticos B) Pró Trombótico - Fator de Von Willebrand - Tanto favorece a função plaquetária, quanto faz o transporte do fator VIII da cascata de coagulaçã. Na doença de Von Wille, em que essa substância não é ativada de maneira adequada, o paciente não consegue ter o fator VIII para a formação da trombina, e com isso sofre com sangramentos frequentes. Antitrombóticos Função Prostaciclina (PGI 2) Antiagregante plaquetário e vasodilatador Óxido Nítrico Antiagregante plaquetário e vasodilatador Trombomodulina Receptor da trombina com ativação da proteína C t-PA Ativação do sistema fibrinolítico Inibidor do fator tecidual Retroalimentação negativa da coagulação Pró Trombótico Função Fator ativador de plaquetas (PAF) Agregação plaquetária Fator de Von Willebrand Adesão plaquetária e transporte do fator VIII PAI 1 Inibição do sistema fibrinolítico Fator tecidual Desencadeamento dos mecanismos de coagulação 1/2019 Página � de �1 22 Lucas - Resumo Hematologia - Prostaciclina B) Plaquetas - Pequenos fragmentos citoplasmáticos dos megacariócitos da medula óssea que embora anucleados, atuam como células com elevada atividade bioquímica - Sua meia vida plaquetária é de 7 - 10 dias - Quando faz uso de antiplaquetário temos que esperar esse tempo se for preciso realizar por exemplo procedimento cirúrgico, para que novas plaquetas sejam formadas. - Estrutura plaquetária: - Forma discóide, membrana plasmática : receptores glicoprotéicos, sistema canalicular aberto, sistema tubular denso, grânulos alfa, grânulos densos - Constituição química da membrana plaquetária: - lípides (fosfolípides, colesterol e glicolípides); proteínas (glicoproteínas); carboidratos; - Reguladores da atividade plaquetária - Protaglandinas, cálcio, nucleotídeos cíclicos (c-AMP) - Funções das plaquetas: Adesão, agregação, secreção, atividade pró coagulante (leva a sangramento) mesmo que a quantidade esteja normal - Prostaciclina - As glicoproteínas de membrana plaquetária são receptores de adesão e agregação plaquetária. As principais são: A) GP Ib/IX/V - Receptor do fator de von willebrand B) GP Ia/IIa - Receptor de colágeno C) GP IIb/IIa - Receptorde fibrinogênio - A redução na síntese dessas glicoproteínas gera doenças que cursam com sangramento (epistaxe, sangramento intestinal, fluxo menstrual aumentado) - Exemplo doença de Von Willebrand, Trombastenia de Glanzmann C) Sistema de Coagulação - Sistema da coagulação é uma sequência de reações enzimáticas que converte um grupo de pro-enzimas plasmáticas nas suas formas ativas - A enzima final deste processo é a TROMBINA, que transforma o fibrinogênio solúvel em polímeros insolúveis de fibrina - Participam das reações enzimáticas : - Fatores da coagulação: glicoproteínas (maior parte produzida no fígado) - Íons Ca++ - Fosfolípides presentes nas membranas das células e nos tecidos - Na SAF (síndrome anti fosfolípide) há formação de anticorpos contra esses fosfolípides da membrana, e por isso o paciente tem maior tendência a fenômenos trombóticos) C.1) Trombina - Ativação plaquetária - Conversão do fibrinogênio em fibrina - Mecanismos de retroalimentação de amplificação da coagulação - Ativação do sistema fibrinolítico Célula endotelial ↓ Fosfolípides (membranas) ↓ Fosfolipase Ácido aracdônico ↓ Cicloxigenase Endoperóxicos Cíclicos (PGH2) ↓ Prostaciclina sintetase Prostaciclina (PGI2) ↓ Efeito: Vasodilatação Inibe a agregação plaquetária Plaqueta ativada ↓ Fosfolípides (membrana) ↓ Fosfolipase Ácido aracdônico ↓ Cicloxigenase Endoperóxidos cíclicos (PGH2/PGG2) ↓ Tromboxane sintetase Troboxane A2 (TX A2) ↓ Efeitos: Vasoconstrição Induz a agregação plaquetária 1/2019 Página � de �2 22 Lucas - Resumo Hematologia - Reguladores da Coagulação - Trombomodulina - Trombina - Estimula a fibrinólise - PCa - Prot S - Depois que a trombina é formada ao final da cascata, as plaquetas são ainda mais ativada ocorrendo uma amplificação do processo de formação do coágulo. - Depois será destruída pelos fibrinolíticos naturais, como o t-PA. Ao ser degradada, forma o D-dímero - Por isso que na suspeita de TEP e TVP Se ele estiver presente indica que houve processo de coagulação que formou fibrina, que sofreu fibrinólise, e formou D-dímero - A fibrinólise é o processo fisiológico de remoção de depósitos de fibrina, com uma clivagem enzimáticas da fibrina para fragmentos solúveis. A degradação da fibrina é mediada pela plasmina 1.1 Cascata de Coagulação A) Via intrínseca porque todos os fatores dessa via estão dentro do vaso B) Via extrínseca é composta pelo fator VII - O mais importante dessa cascata é a parte circulada. - Nessa parte temos o fator II que é a protrombina que será transformada no fator IIa que é a trombina (produto final da cascata) - A trombina (fator IIa) transforma o fibrinogênio em fibrina, constituindo o coágulo. - Outro fator importante é que VIIa se liga ao fator tecidual (que é responsável pelo inícios pós exposição) quando ambos se ligam ativam o fator X - Há doença genética hereditária importante, que é a hemofilia - Onde tem deficiência dos: - Fatores VIII (hemofilia A) - Fatores IX (hemofilia B) - Esses pacientes sagram muito e de maneira espontânea - Isso ocorre porque mesmo que a cascata forme trombina pela via extrínseca, essa trombina será formada em pequena quantidade, pq o inibidor do fator tecidual começa a inibir essa via - Pacientes com deficiência fator XIa sangram mas não muito quanto aos hemofílicos com deficiência dos fatores VIII e IX - Pacientes com defeito no fatorXII NÃO SANGRA - Pacientes com defeito no fator XIII tem problemas na fibrinilização - Ou seja problemas com cicatrização (dificuldade) - Rastreio dessas hemofilias - Contagem plaquetas - Tempo de Sangria - IVY e Duque (métodos) - Solicitar - TTPA- TP/RNI - TT (baseado nisso dosar os fatores) - TP e TTPA alterados - Fator X e V via em comum -TTPA prolongado - Dosar fator IX e VIII 1.2 Exames A) Tempo de protrombina (TP) - Via extrínseca e via comum - Avalia os fatores: - VII, X, V e II B) Tempo de Tromboplastina parcial ativada (TTPa) - Via intrínseca e via comum - XII, XI, IX, VIII, X, V e II C) Tempo de Trombina (TT) - Conversão do fibrinogênio em fibrina D) Tempo de sangramento - Teste de triagem que avalia a função plaquetária E) RNI - Monitora o uso dos anticoagulantes orais dependemos de vitamina K 1/2019 Página � de �3 22 Lucas - Resumo Hematologia - Exemplo prático CASO 1- Paciente hemofílico A (deficiência VIII) como vamos encontrar os exames: A) Contagem plaquetas - NORMAL (não tem alteração quantitativa) B) Tempo de Sangramento - NORMAL (não tem alteração qualitativa) C) TP - NORMAL (esse exame não avalia a via do fator VIII D) TTPa AUMENTADO (avalia a via intrínseca - fator VIII) CASO 2 - Paciente chegou falando que é hemofílico, nos teste de triagem ele teve : - Contagem plaquetas NORMAL - Tempo de sangria NORMAL - TP NORMAL - TTPa AUMENTADO - Histórico de sangramento de uma vez que extraiu um dentre e sangrou muito, ao ponto de precisar de transfusão. - Nesse procedimento adquiriu hepatite C - Foi dosado fator VIII para avaliar se há hemofilia A - NORMAL - Pensou na deficiência do fator IX - NORMAL - Esse paciente tem deficiência no fator XI (por isso ele não sangra tanto e só sangrou na extração) 1.3 Anticoagulantes Naturais - O principal é a antitrombina - A heparina age aumentando a ação da antitrombina - Deficiência de antitrombina é o que leva a trombose de repetição - Outros ACoa naturais - Trombomodulina - Seu excesso se liga ao C e S ativando - Proteína C e S - Sua deficiência também leva a trombose de repetição - Na investigação de Trombofilia sempre tem que dosar proteína C, S e trombomodulina 1.4 Sistema Fibrinolítico - Depois que formou o coágulo e conteve o sangramento, o vaso foi reparado e agora o coágulo precisa ser dissolvido - Fibrinólise é o processo fisiológico de remoção de depósitos de fibrina, com uma clivagem enzimática de fibrina para fragmentos solúveis - A degradação da fibrina é mediada pela plasmina. - Quem media a fibrinólise é uma substância sintetizada pelas células endoteliais chamada fibrina - O principal ativador do plasminogênio é o t- PA (ativador de de plasminogênio tecidual), e em menor escala u-PA. - Além dessas duas ainda temos os inibidores da plasmina que evitam que o coágulo seja dissolvido antes da hora - Principal é o PAI 1 (inibidor do atividor do plasminogênio tipo 1) - Outro é o. Alfa2-AP - Quando é o momento certo do coagulo ser dissolvido , é formada a plasmina, e ela degrada a fibrina do coágulo em PDF (produtos de degradação da fibrina, sendo o principal produto, o D-dímero. A maioria dos laboratórios só dosa o D- dímero, mas em alguns locais dosam outros fragmentos de PDF. - Defeito na Prot S, Pra, PC - importante - Inativa V e VIII - V - fator de leid V (resistência proteína C) 1/2019 Página � de �4 22 Lucas - Resumo Hematologia 2.0 Distúrbios Hereditários das Plaquetas - Plaqueta possui um formato discoide, e quando ativada emite pseudópodes que aumentam a adesão (subendotélio) e agregação (a outras plaquetas) - Os sangramentos relacionados a defeitos na plaqueta são sangramentos muco cutâneos - Epistaxe, gengivorragia, hematúria, sangramento de TGI, equimose, petéquia - Teste Duke - pequeno corte na orelha e avalia quanto tempo o sangramento levou para parar - Teste d Ivy - Um pouco superior quanto as resultados A) Alterações de adesão - Doença de Von Willebrand - Síndrome de Bernard Soulier B) Alterações de agregação - Trombastenia de Glanzmann - Afibrinogenemia Congênita C) Alterações de secreção - Alteração dos grânulos plaquetários - É importante lembrar das glicoproteínas que a plaqueta expõe em sua membrana quando entra em contato com o endotélio lesado. - GP Ib/IK/V: Receptor do fator de Von Willebrand - GP Ia/IIa: Receptor de colágeno - GP IIb/IIIa: Receptor de fibrinogênio 2.1 Doença de Von Willebrand - Mais frequente das desordens hemorrágicas hereditárias - Não ligada ao sexo - Constituindo grupo heterogêneo que se caracteriza por alterações quantitativas e/ ou qualitativas do fator de Von Willebrand (FvW) - É uma glicoproteína multimérica sintetizada pelas células endoteliais e megacariócitos - Atua na hemostasia primária formando ponteie aderência entre as plaquetas e o subendotélio vascular entre as plaquetas adjacentes - Atua na hemostasia secundária como proteína transportadora estabilizante do fator VIII A) Pacientes tipo 1 e 2 - A tipo 1 é a clássica, mais comum - Equimoses, epistaxes, gengivorragias, hematomas - Sangramentos do TGI, hematúria - Menorragia - Sangramentos pós exodontias B) Paciente tipo 3 - Forma mais grave - Sangramento muco cutâneos - Hemorragias em músculos e articulações (hemartrose) - Tipo 1 e 3 são quantitativas - Tipo 2 qualitativa 2.1.A Diagnóstico - É classicamente caracterizada pela tríade: I) Sangramentos muco-cutâneos II) História familiar III) Teste laboratoriais confirmatórios - História clínica: - Sangramentos muco-cutâneos, presença de sintomas em familiares - Teste laboratoriais de triagem: - TS prolongado com contagem de plaquetas normais - Alteração de função plaquetária - TTPa prolongado - Avalia via intrínseca em que o fator VIII faz parte. - TP - Normal - Diagnóstico e definição do tipo de dvW 1) Antígeno do fator de von Willebrand (vWF:Ag) - Primeiro teste a se fazer é a dosagem do antígeno do FvW - Forma 1 e 3 = Reduzida - 1 mais discreta - 3 mais acentuada 2) Atividade de coagulante do fator VIII (fator VIII:C) - Atividade do fator VIII também está diminuída 3) Atividade do cofator de ristocetina (RiCoF) - Substância que realiza aglutinação plaquetária - Normalmente acima de 50% 2.1.B Caracterização do subtipo de dvW - Agregação plaquetária induzida por baixas concentrações de ristocetina (RIPA) - Único feito no SUS - Existe um subtipo da DvW que na presença de ristocetina em doses muito wbaixas, aglutina - Estrutura multimérica do fvW no plasma - Teste de capacidade de ligação ao fator VIII - Estudo do FvW plaquetário - Análise gênica 1/2019 Página � de �5 22 Lucas - Resumo Hematologia - Tipo 2 é difícil de fazer diagnóstico 2.1.C Tratamento A) DDAVP ou Desmopressina - Droga de escolha para DvW TIPO 1 - Dose: 0,3 pico gramas/kg em 100ml SF 0,9% em 30 minutos - Efeitos colaterais: Rubor facial, hipotensão, cefaleia, taquicardia, angioedema, hiponatremia, sobrecarga de volume são raros, mais comuns em crianças e idosos - Tipo 3 NÃO responde a DDAVP - O DDAVP é um análogo sintético da - vasopressina (ADH). Essa substância faz com que o FvW seja liberado dos locais de depósito, principalmente dascélulas endoteliais. É usada no tipo 1 porque a redução do FvW nela é discreta, e aumentando a liberação dele conseguimos estabilizar a coagulação. É uma droga segura por não ser derivada de plasma, e ter poucos efeitos colaterais. É o tratamento de escolha do tipo 1 por responder muito bem ao tratamento, ao passo que não é usada nos tipos 2 e 3. O tipo 2 porque são alterações qualitativas que podem responder de maneira diferente e não melhorar a coagulação, e o tipo 3 porque a redução de FvW é muito acentuada, praticamente não tem FvW de depósito, e não adianta tentar aumentar a liberação. - Nos casos de DvW em que o DDAVP não irá ser útil, passamos para os produtos derivados do plasma. Temos os crioprecipitados (parte final do plasma congelado): a utilidade de se usar o plasma fresco congelado é a presença dos fatores de coagulação. Quando descongelamos o plasma, o último cristal de gelo que fica é o crioprecipitado. Ele é rico em FvW, fator VIII, fibrinogênio e fator XIII. O problema do uso do crioprecipitado é que, pelo fato de ele ser derivado do plasma, é como se fosse uma transfusão de sangue, estando o paciente sujeito a todos os efeitos colaterais de uma transfusão. Só usamos crioprecipitado em casos de emergência onde não existe outra opção. - O que é mais usado atualmente são os concentrados de fator VIII/FvW. São passados pela indústria primeiro e se tornam hemoderivados extremamente seguros. É o mais usado no tipo 3, em alguns subtipos do tipo 2, e no tipo 1 que não responde ao DDAVP ou que precisa de muito fator de coagulação (por - Exemplo: paciente que for realizar uma cirurgia muito grande – nesse caso, somente o FvW de depósito, que é o liberado pelo DDAVP, não é suficiente). Existem ainda os FvW recombinantes, feitos em laboratório, mas ainda não são comuns no Brasil. Por fim, em medidas extremas, nos pacientes com sangramentos muito intensos e pouco responsivos aos tratamentos, realizamos transfusões plaquetárias, mas na DvW é raro chegar a esse ponto. B) Produtos derivados do Plasma - Criopreciptado - É o que usa na TIPO 3 [ ] de VIII e FvW - Concentrados de fator VIII/fator de von Willebrand - Transfusões plaquetárias C) Inibidores Fibrinolíticos - Retardam a degradação do coágulo. - Muito usado (Transamin ou Hemoblock que é ácido tranexâmico. - Muito prescritos em casos de menorragia - Contra indicados em pacientes com hematúria, para não formar coágulos em túbulos renais e obstruir o rim - Ácido epsilon amino capróico (50mg/kg 4x ao dia) - Ácido Tranexâmico (25mg/kg 3x ao dia) D) Estrógenos - Aumenta o nível do FvW, além de controlar o fluxo menstrual e reduzir o sangramento E) Agentes Tópicos - Muco cutâneos, orais, nasais - Trombina tópica - Soluções orais e nasais de ácido tranexâmico tópico - Cola de fibrina - Principalmente dentistas 3.0 Hemofilias - Será discutida hemofilia A (+ frequente) e B, são os mais frequentes e os que mais sangram - É uma desordem de coagulação hereditária - Ligada ao sexo (cromossomo X) - Decorrente de deficiências quantitativas ou defeitos moleculares dos fatores: - Fator VIII - Hemofilia A - Fator IX - Hemofilia B - Via extrínseca - Mais comum em homens 1/2019 Página � de �6 22 Lucas - Resumo Hematologia - Fator VIII é um co-fator do IX. Se juntam e ativa o fator X na cascata - Extrema importância para hemostasia - Deficiência de um deles leva a sangramento - Apesar de ser uma doença de herança genética ligada ao X - 30% dos hemofílicos não possuem história familiar - Esses podem ser devido mutação espontânea 3.1 Classificação Nível Plasmático - São classificadas quanto ao seu nível plasmático do fator circulante de coagulação. - Seja VIII-C ou IX-C - Normal acima 50% - Até 150 - 200% - Hemofílicos graves: Menor que 1% - Hemofílicos moderados: Entre 1 e 5% - Hemofílicos leves: Entre 5 e 25% 3.2 Clínica - Principal manifestação hemorrágica é: A) Sangramento na articulação (70%) - Hemartrose - Comum no joelho e tornozelo B) Sangramento musculares (10-20%) - Comum em braços e pernas - Podendo comprimir vasos e nervos C) Hemorragia TGI e TGU (5-10%) - Sempre investigar a causa primária - Grave e moderado podem sangrar espontaneamente sem trauma - Quando tem corte ou trauma pode ter sangramento excessivo necessitando de reposição de fator 3.3 Diagnóstico - Sempre analisar a história pessoal e familiar - Achados laboratoriais que fecham o diagnóstico: A) TTPa prolongado B) Fatores diminuídos (fator VIII - Hem.A e IX Hem.B) 3.4 Tratamento - Principal é a terapia de substituição - paciente sangrou tem que repor o fator - Em 2011 obtivemos novos tratamento incluindo profilaxia - Paciente toma ANTES de sangrar - Evita complicações A) Profilaxia Contínua - Usada na maioria dos casos 1) Primárias - Inicia antes dos 3 anos de idade a partir da primeira hemartrose da criança - Se for hematoma intracraniano desde o início 2) Secundária - Contínua após os 3 anos de idade antes que haja complicação como artropatias 3) Terciária - Começa quando o paciente já tem alteração ou complicação, que é a maioria dos mais velhos - Reposição: I) Criança : - Hemofilia A: 1x semana e se continuar sangrando passa a ser 3x por semana - Hemofilia B: 2x semana II) Adulto: - Hemofilia A: 3x por semana - Hemofilia B: 2x semana B) Profilaxia Intermitente - Aqui o paciente não precisa fazer reposições constantes - Apenas em situações específicas (ex: fisioterapia) 3.5 Cálculo do Fator VIII e IX nas Hemofilias IMPORTANTE - Resultado será em unidades (U) - Temos frascos com 1000, 500 e 250U 1) Hemofilia A - Fator VIII - Hemartroses: Elevar o fator 30-40% - Hemorragia Intracriana: Elevar o fator 100% - Hemofilia A, 1 unidade de fator VIII eleva o nível de fator a 2% (por isso divide por 2) Contagem de Plaquetas NORMAL Tempo de sangramento NORMAL Tempo de Protrombina NORMAL Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada - TTPa PROLONGADO Cálculo de Reposição % do fator a ser elevando X peso ——————————————————— 2 1/2019 Página � de �7 22 Lucas - Resumo Hematologia 2) Hemofilia B - Fator IX - Meia vida desse fator é maior 18 - 24h 3.6 Demais Terapêuticas - DDAVP só ajuda em hemofilia leve - Antifibrinolíticos em procedimento odontológicos - Medidas profiláticas: - Boa forma física, evitar atividade física que predispões a riscos, não fazer injeção intramuscular, não usar AAS e drogas de ação semelhante. - Caso de cirurgia repor o fator antes - Não puncionar hemartoses - Não puncionar veias profundas - Quando fazer punção lombar elevar a 100% fator 3.7 Complicações - Principal é a artropatia crônica pelas hematoses - Gera limitações importantes - Infecção por contaminação na reposição de fator (Hep C) - Pseudotumor é um hematoma que forma cápsula - Uma complicações mais temidas é formação do anticorpo contra VIII e IX - Difícil controle - Tenta dar dose alta de fator pra suprir número de ACs - Ou Baixas doses para tentar induzir uma tolerância do sistema - Reação alérgica com a reposição do fator 4.0 DistúrbiosPlaquetários Adquiridos - Meia vida de 7-10 dias - Pool plaquetário é distribuído em dois compartimentos: A) 2/3 sangue periférico B) 1/3 no baço - Por isso que em pacientes esplenectomizados pode haver trombocitose - Hemostasia é divida em: A) Primária (vaso e plaquetas) B) Secundária (fatores de coagulação) - As plaquetas são fundamentais no processo de hemostasia primária - Ainda contém grânulos que atuam na hemostasia, como o fator V, fator de Von Willebrand, fibrinogênio e proteínas fibrinolíticas 4.1 Tipos de Distúrbios Plaquetários A) Quantitativo - númerica - Trombocitopenia (Sangram +) - Trombocitose (trombos +) - Plaquetas fora do valor de referência B) Qualitativo - função - Adquiridas (drogas, uremia…) - Herdadas (doença Von Willebrand) 4.2 Plaquetopenia - Diante plaquetopenia - Saber se o sangue desse paciente foi colhido com anticoagulante EDTA e a plaquetas aglutinado - Solicitar coleta com CITRATO - Após confirmação - Existem três motivos possíveis para isso: 1) A produção está diminuída - Câncer, leucemia, irradiação, congênita 2) Há destruição em excesso - CID, Púrpura trombocitopênica idiopática ou trombótica, Hepatites, HIV 3) Não estão estão distribuídas corretamente no organismo - Hiperesplenismo - Transfusão maciça - Abordagem desse paciente: - Anamnese saber se usa medicamentos, se já fez transfusão e quando foi (década de 90 tinha muita infecção hepatite C/risco) - Detalhar as manifestações hemorrágicas, lembrando que muco cutâneo - Mais graves são SNC, TGI, TGU - Sabe se existe alguma doença base que possa explicar a plaquetopenia - Analisar se tem baço palpável pois o hiperesplenismo é uma causa importante de plaquetopenia - História familiar 4.3 Causas Importantes de Plaquetopenia A) Medicamentos - Lista imensa, então deve abordar todos que o paciente ingere e analisar atentamente. - AINEs, Antibióticos, Antiagregantes, Heparina, Anti-histamínicos B) Uremia - Alterações mais qualitativas do que quantitativas da plaqueta - Melhora com diálise, uso de DDAVP, transfusão com criopreciptado e terapia estrogênica. Cálculo de Reposição % do fator a ser elevado X peso 1/2019 Página � de �8 22 Lucas - Resumo Hematologia C) Púrpura Trombocitopênica Idiopática (PTI) - Importante - Destruição aumentada das plaquetas a nível periférico por auto anticorpos. - Plaquetas são destruídas antes do final de sua meia vida - Plaquetopenia adquirida, não herdada e normalmente primária - sem doença associada - Diagnóstico é feito por exclusão se não encontra causa é classificada idiopática - Comum na infância 2-5 anos (sexo masculino) - Geralmente precedida por uma infecção viral cerca de 1 semana antes, principalmente IVAS - Remissã espontânea - No adulto, costuma não responder a medicamentos e cronificar 1) Quadro Clínico PTI - Sangramento muco cutâneo (petéquias, sangramento gengival, TGI, hematúria, hemorragia retiniana, SNC) - Pensamos em PTI quando inferior 50.000 - E quando não há alteração nas outras séries hematopoiéticas e quando as demais outras que causam plaquetopenia foram excluídas - Sempre pedir sorologias HIV e Hepatites - Tratamento ainda não há consenso - Mas geralmente prdnisolona 1mg/kg/dia e fazer desmame após 6 meses 4.4 Diagnóstico Diferencial de Plaquetopenia - Principal é não confundir baixa de plaquetas com alteração vascular como: - Púrpura senil, processo alérgico como a púrpura de Henoch-Schonlein, ou infecções como a púrpura da meningococcemia 5.0 Doenças Mieloproliferativas Crônicas - Introdução: - Doenças clonais de célula tronco hematopoética que cursam com proliferação de uma ou mais séries, e a progressão de todas elas pode evoluir tanto para fibrose medular (mielofibrose) quanto fazer transformação leucêmica (se transformar em leucemia mieloide aguda) - Progressão A) Fibrose medular B) Transformação leucêmica - Cursa com: - Progressão - Esplenomegalia - Evolução indolente - Medula hiperplásica - Temos quatro tipos de DMC - PROVA 5.1 Patologias 1) Policitemia Vera - Mais comum dentre as 4 DMCs - Proliferação de todas as séries, mas principalmente da eritrocitária - Atinge principalmente entre 50-80 anos - Curso insidioso e assintomático no início - 30-40% cefaleia, tontura, sudorese - Fenômenos trombóticos 30% antes do diagnóstico e 40-60% nos primeiros 10 anos - Diagnóstico maioria das vezes é laboratorial - Prurido (muito basófilo e histamina) Características Aguda Crônica Idade de Instalação 2 a 6 anos 20 a 50 anos Sexo Nenhum F 3 : 1 Masc Infecção prévia Comum Rara Instação do sangramento Súbito Gradual Contagem de plaquetas <20.000 30.000 - 80.000 Duração 2-6 semanas Meses a anos Remissão espontânea 90% dos pacientes Incomum Padrão Sazonal Alta incidência Inverno/ Primavera Nenhum Terapia - Corticoide - Esplenectomia 70% Rara 30% resposta <45a, 90% resp >45a, 40% resp Principais Alterações Genéticas das DMC Leucemia Mieloide Crônica Cromossomo Philadelphia Translocação entre os cromossomos (C9) e (C22) formando a região ABL/BCR Policitemia Vera JAK-2 (V617F, Mutação exon 12) Trombocitemia Essencial JAK-2, MPL, TET2 Mielofibrose JAK-2, MPL 1/2019 Página � de �9 22 Lucas - Resumo Hematologia - Pacientes não tratados apresentam sobrevida de 18 meses A) Patogênese - mutação do JAK-2 - Janus Kinase (JAK-2) segundo mensageiro de sinalização para fatores de crescimento - Mutação - Ativação ininterrupta das vias de sinalização intracelular - Célula progenitora se prolifera mesmo na ausência de fator de crescimento B) Critérios de diagnóstico 1) Critérios maiores I) Hemoglobina ou Hematócrito >16,6H >16M e >49%H e >48%M II) Biópsia de medula Hipercelularidade para idade crescimento das três linhagens (Eritrocítica proeminente, granulocítica e proliferação megacariocítica) III) Presença de JAK2 V617F ou outra mutação (JAK2 no exon 12) 2) Critério menor I) Doses diminuídas de eritropoetina - Diagnóstico = 3 critérios maiores ou 2 primeiros dos maiores e 1 menor C) Estratificação de Risco I) Baixo < 60 anos, ausência de trombose, plaquetas <1 milhão, ausência de fatores cardiovasculares II) Alto > 60 anos, trombose prévia D) Tratamento - Flebotomia: sangria para atingir hematócrito <45% em homens e <42% em mulheres reduzindo eventos trombóticos - Hidroxiureia - Imunossupressor - Anagrelida - Em caso de resistência a hidroxiureia - Interferon- Grávidas - AAS - P/ Eritrocianose extremidades - Alopurinol - Ácido úrico aumentado - Inibidores JAK-2 - Quando refratário ao tratamento E) Complicações - Eventos trombóticos (quanto maiorhematócrito, maior o risco de trombose) - Eventos hemorrágicos (forma adquirida de doença de Von Willebrand) - Plaquetas muito aumentadas sofrem intensa proteólise, destruindo fator de com willebrand - Plaquetas >1.000.000 ao associar AAS leva a + proteólise -> Von Willebrand(?) -> Hemorragia (WTF?) - Evolução para mielofibrose em 25% - Evolução para LMA em 15% 2) Trombocitemia Essencial - Menos comum delas - Predileção sexo feminino - Melhor pronóstico - Clone neoplásico que diferencia preferencialmente em megacariócito - Responsável pela produção de plaquetas - JAK-2 (50%), MPL e TET2 - Causas de trombose essencial: - Infecção 20-30% - Lesão tecidual - Anemia ferropriva - Pós esplenectomia - Neoplasias - Trombocitopenia Essencial= 3% Exame Físico Laboratorial Fácies pletórica Eritrocitose Pletora conjuntival Leucocitose 50% Esplenomegalia 70% Trombocitose 50% Hepatomegalia 40% Basofilia 2/3 Eritrocianose extremidades Hiperplasia de MO JAK-2 Cariótipo 20q-, trissomia 8 e 5 1/2019 Página � de �10 22 Lucas - Resumo Hematologia A) Clínica - Assintomático - Eventos trombóticos, hemorrágicos, vasomotores, obstétricos - Eritromelalgia (súbito aparecimento de dor, calor e rubor nas extremidades) - Esplenomegalia - Hepatomegalia - Aborto e parto prematuro - Sinais pletóricos de face e conjuntiva B) Critérios Diagnóstico I) Critérios Maiores 1) Plaquetas >450.000/uL persistente 2) Biópsia Medula - proliferação megacariocítica anormal 3) Ausência de critérios para LMC, PV, MF, SMD 4) JAK-2, MPL II) Critério Menor 1) Presença de marcador clonal ou ausência de evidência de trombocitose reacional - Lembrar que apenas 3% dos casos serão TE. Antes podemos pensar em infecção, lesão tecidual, anemia ferropriva, pós esplenectomia e neoplasias - Diagnóstico = 4 critérios maiores ou 3 primeiros dos maiores e 1 menor C) Estratificação de Risco 1) Muito baixo risco <60anos; ausência de mutação JAK-2; Sem história de trombose 2) Baixo risco <60 anos; mutação JAK2; sem história de trombose 3) Alto risco >60 anos; mutação JAK2; eventos trombóticos D) Tratamento - Prevenção de complicações trombótica - Tto de acordo com riscos - AAS (gravidez se baixo risco), Hydrea (hidroxiureia - alto risco), INF (se alto risco), Angrelida, AAS infantil (baixo risco) E) Prognóstico - Sintomáticos - sobrevida de 15 anos - 10-15% - mielofibrose após 15 anos - 1-5% - Leucemia mieloide aguda após 20 anos 3) Mielofibrose Primária - Idade média do diagnóstico 67 anos - Sobrevida média 2 a 15 anos - Risco de transformação leucêmica 20% - Difícil manejo - Japão incidência 18x maior - Hiroshima - Clone neoplásico - Megacariócitos e monócitos -> secreção de citocinas -> estimulação de fibroblastos -> síntese de colágeno -> fibrose -PDGF - principal citocina do processo - Fase inicial - Hiperplasia medular - Fase final - Fibrose - Extensão da fibrose depende do número de megacariócito displásico e da liberação de PDGF - Mutação do JAK2-50% - MPL - 5% A) Clínica - 25% assintomático ao diagnóstico - Fadiga, astenia, perda ponderal, desconforto abdominal - Esplenomegalia - 40% - Hipertensão portal 5% - Dor óssea - Prurido, sangramento, infecções - Principalmente Anemia, Esplenomegalia, Sintomas constitucionais B) Laboratório - Anemia - Leucocitose 50% (frequente) - Trombocitose 50% (início da doença) - Leucopenia (fase mais avançada) - Plaquetopenia (fase mais avançada) - Ácido úrico alto (destruição celular) - LDH alto (destruição celular) 1/2019 Página � de �11 22 Lucas - Resumo Hematologia - Tríade clássica observada no sangue periférico - Leucoeritroblastose (mielócitos, metamielócitos, bastões) - Poiquilocitose (dacriócitos) (Indica metaplasia do tecido hematopoético, ou seja, produção do conteúdo da medula óssea, fora da medula óssea - Fragmentos de megacariócitos C) Critérios de Diagnóstico I) Diagnóstico de MF primária em fase precoce A) Critérios Maiores 1) Proliferação megacariocítca e atipia sem fibrose reticulínica >grau1, alta celularidade da MO ajustada para idade, proliferação granulocítica e eritropoese diminuída 2) Ausência de critério para LMC, PV, TE e SMD 3) Presença de JAK2, CALR ou mutação de MPL B) Critério Menor 1) Presença de um ou mais dos seguintes critérios: - Anemia, leucocitose >11.000, esplenomegia palpável, ldh alto - Diagnóstico: presença de 3 dos maiores e pelo menos 1 dos menores II) Diagnóstico de MF clássica A) Critérios Maiores 1) Proliferação megacariocítica e atipia acompanhada de fibrose reticulínica ou colágeno grau 2 ou 3 2) Ausência de critério para LMC, PV, TE e SMD ou qualquer outra neoplasia mieloide 3) Presença de JAK-2, CALR ou mutação de MPL ou marcador clonal com ausência de fibrose reticulínica reativa B) Critério Menor 1) Presença de um ou mais dos seguintes critérios: anemia, leucocitose > 11.000, esplenomegalia palpável, ↑LDH e presença de leucoeritroblastose - Diagnóstico: presença de 3 maiores e pelo menos 1 dos menores D) Medula Óssea - Mielograma - Difícil fazer coleta por área fibrosa - Biópsia de medula óssea - Início: fibras reticulínicas e hiperplasia medular - Avançada: medula hipocelular e colágeno denso E) Estratificação de Risco - Serão classificados em alto risco; risco intermediário e baixo risco, de acordo com as características clínicas e laboratoriais F) Tratamento - Tratar anemia - transfusão, eritropoieitina - Drogas citorredutoras - Hydrea - Esplenectomia - rara indicação - Radioterapia - idosos principalmente - Ruxolitinib - Pacientes não candidatos de transplante ou alto risco ou ainda risco intermediário I muito sintomático sem resposta a outras terapias - Transplante de medula óssea alogênico - Cura 30-60% - Mortalidade 100 dias 10-30% - Sobrevida a longo prazo 30-70% - Doador de medula - 18 e 54 anos 6.0 Hemotransfusão - Indicação de transfusão é um assunto extremamente importante, até porque envolve muitas questões - Indicado para melhorar o fornecimento de O2 pelo aumento da capacidade de transporte - Lembrar que anemias que você repõe o fator essencial e ela restabelece de forma rápida não é necessário transfusão - Geralmente Hb<7g/dl - Cardiopatas, pneumopatas Hb<8g/dl - Sempre associado aos sintomas - quadro clínico - O mais se usa é o concentrado de hemácias - Classificar ABO + Rh do paciente - Saber se ele tem algum auto anticorpo 1/2019 Página � de �12 22 Lucas - Resumo Hematologia - Associa em laboratório sangue do doador e receptor e observa se há aglutinação 6.1 Concentrado de Hemácias - Volume da bolsa: 270ml+30ml de plasma - CRIANÇA 10ml/kg - Cada bolsa eleva entre: - 1 a 1,5% Hb - 3% Htc - Manter em 4 graus c por 35-42dias - Até 30 minutos fora da geladeira e 4 horas correndo no paciente - Não transfundir concentrado com expansor e outros - Devem ser compatíveis com os sistemas ABO e Rh - Utilizar sempre equipo com filtro de 170micras para a transfusão - Indicação é melhorar o fornecimento de oxigênio pelo aumento da capacidade de transporte - Transfundir depende da avaliação do quadro clínico do paciente, principalmente se há fatores de risco adicionais como: - Idade, anemia prévia, patologias cardiovasculares, febre, pneumopatias - Não há níveis de Hb e Htc fixos para se indicar a transfusão - Indivíduos dados, assintomáticos, sem patologias associadas toleram bem níveis de Hb entre 7 e 8g% desde que sem hipovolemia A) Anemia Crônica - As transfusões só são recomendadas na ausência de tratamento médico específico e se o benefício esperado for superior ao eventual risco de não se transfundir - Se houver sintomas de descompensação cardio respiratória - Excluem-se: anemia ferropriva, anemias por deficiência de vitamina B12 e folato B) Anemia Aguda - Evidência de oxigenação inadequada - Não se deve transfundir concentrado de hemácias: - Como expansor de volume - Para reduzir o risco de infecção pós operatória - Para acelerar a cicatrização - Para melhorar o estado geral - Concentrado de hemácias I) Concentrado de hemácias lavadas II) Concentrado de hemácias deleucotizadas ou filtradas III) Concentrado de hemácias fenotipadas IV) Concentrado de hemácias irradiadas I) Concentrado de Hemácias Lavadas - Retira o máximo que puder de plasma possível, mas não tira tudo para deixar o sangue fluido - Isso é feito porque as proteínas plasmáticas pode causar alergia - Quando existe esse risco deve ser administrado anti histamínicos antes - Indicado para pacientes com deficiência de IgA - Usar no máximo 24h depois de aberto o sistema II) Concentrado de Hemácias Deleucotizadas ou filtradas - Usa-se filtros especiais para retirada de leucócitos - Estudos dizem que todas devem ser deleucotizadas - Evita a principal reação transfusional que é a reação febril - Previne a aloimunização. - Gestantes é obrigatoriamente indicado - Previne trasmissão do CMV para a criança, caso o doador seja portador - Pacientes submetidos a transplantes de órgãos - Pacientes imunossuprimidos - Hemoglobinopatias (ex: anemia falciforme) III) Concentrado de Hemácias Imunofenotipadas - O ideal seria que todas as bolsas fossem fenotipadas também - Ao fenotipar sabemos todos os antígenos menores de superfície das hemácias, e não só os antígenos ABO e Rh - Dessa forma só tomaria bolsas que fossem completamente compatíveis evitando aloimunização - Pacientes politransfundidos - Hemoglobinopatias IV) Concentrado de Hemácias Irradiadas - Aqui os linfócitos são destruidos - Indicado para transfusões em parentes de primeiro grau - Hoje em dia não é mais tão usado porque os serviços de doação de sangue não orientam a doação dirigida - Paciente oncológico, submetido a transplante de órgãos, imunodeprimidos, transfusão intra uterina - Para evitar a doença do enxerto versus hospedeiro pós transfusional 1/2019 Página � de �13 22 Lucas - Resumo Hematologia 6.2 Concentrado de Plaquetas - Temperatura de estocagem 22 graus - Tempo de conservação: 5 dias - Volume 40 a 60 ml - Indicado para sangramento devido a trombocitopenia ou trombocitopatia (defeito funcional da plaqueta) - Cada bolsa corresponde a 1 unidade de plaqueta - Eleva 7000 a 10000 plaq/mm3 em um adulto de 70kg - A dose recomendada para adultos é 5 a 8 unidade ou cerca de 1 unidade a cada 7 - 10 kg - Dose se refere as plaquetas standard/randômica (aquelas retiradas do plasma) (criança 1un=10kg) - Caso seja feita por aférese em que a máquina que retira do doador apenas as plaquetas, a dose é 1 unidade apenas - Na standard cada unidade vem de um paciente. Portanto estará exposto a muito mais antígenos do que se tomasse uma unidade só - 1 unidade de aférese equivale a 6-7 standard - São reservadas (aférese/plaquetaférese) geralmente pra transplantados e imunossuprimidos por ter pouco estoque - No concentrado de também pode ser feito a deleucotização para evitar as reações febris e as aloimunizações - Inferior 50.000 sangrando -> Transfundi - Profilática 10.000 -> Transfundi - Procedimentos invasivos plaquetas acima de 150.000 6.3 Plasma Fresco Congelado - Temperatura -20 graus - Tempo de conservação 1 ano - Tempo de utilização no máximo até 6 horas após o descongelamento - Volume 180 a 200ml. (15ml/kg de peso) - Usamos plasma plasma - Reversão imediata de hipocoagulação em caso de cirurgia de emergência ou hemorragia - Tratamento da CIVD se houver hemorragia - Hepatopatia com realização de procedimento invasivos invasivos: RNI > 1,8 - Hemorragias secundárias a tratamento trombolíticos - Contra Indica-se o uso de plasma - Na reposição de volume - Na reposição de proteína ou suporte nutricional 6.4 Reações Transfusionais I) Agudas - até 24 - Reação febril + comum II) Tardias - após 24h até anos I) Agudas ——> Imunológicas: A) Reações Transfusionais Hemolíticas - Reação grave - Principal causa é erro na transfusão (erro humano) - Exemplo: paciente A recebe sangue B - Mediado por AC IgM e ocorre sobretudo contra esses antígenos do sistema ABO e Rh - Sinais e sintomas: febre, tremores, hemoglobinúria, hipotensão, dispnéia, dor lombar - Tratamento/prevenção: Diminuir erros, tratar IRA e CIVD B) Reações Febris Não Hemolíticas - Reação mais frequente - Mediada por anticorpos contra antígenos HLA - Paciente sente febre e calafrios, sendo único tratamento o uso de antitérmicos e depleção de leucócitos - Se precisar de outra transfusão na vida, deverá ser de sangue deleucotizado C) Reação Alérgicas - Mediada por proteínas do plasma, paciente pode fazer urticárias, eritemas e até mesmo anafilaxia - Usar anti histamínicos antes da transfusão - Se não resolver usar concentrado de hemácias lavadas Imunológicas Não Imunológicas Hemolíticas Contaminação Bacteriana Febre Sobrecarga Circulatória Alergia Hemólise Insuficiência Respiratória Aguda Relacionada a Transfusão (TRALI) 1/2019 Página � de �14 22 Lucas - Resumo Hematologia D) Insuficiência Respiratória Aguda Relacionada a Transfusão (TRALI) - Mediado por anticorpos anti granulócitos / receptor - É doador é chamado de doador perigoso, os ACs ficam no plasmo, então doação de plaquetas (que vem do plasma) a preferência é sempre doadores masculinos. Isso tende porque mulheres, devido a gestação, tendem a ser mais aloimunizadas e serem doadoras perigosas - Sinais/Sintomas: Insuficiência respiratória aguda, febre, calafrios, cianose, hipotensão, edema pulmonar não cardiogênico - Tratamento/Prevenção: Suporte respiratório, corticóide ——> Não Imunológicas A) Contaminação Bacteriana - Principal causa de contaminar uma bolsa de sangue é a assepsia inadequadado doador na hora de colher sangue - Mediado por endotoxinas produzidas por bactérias gram negativas - Sinais/Sintomas: febre, choque, hemoglobinúria - Tratamento/Prevenção: Antibióticos, tratar hipotensão e CIVD B) Sobrecarga Circulatória - Tem que sempre respeitar o volume que o paciente consegue receber, principalmente crianças, caridopatas e pneumopatas. - Essa sobre carga pode evoluir para edema agudo de pulmão (tosse, cianose, ortopnéia, cefaléia, edema periférico, dificuldade respiratória ) - Tratamento/prevenção: transfusões subsequentes mais lentas e em pequenos volumes C) Hemólise - A hemólise não imunológica geralmente ocorre porque a bolsa está mal armazenada, podendo acontecer a hemólise já dentro da bolsa e ela ser descartada - Sinais: Hemoglobinúria - Tratamento/prevenção: cuidado na manipulação das bolsas de sangue II) Tardia ——> Imunológicas A) Hemolíticas - Semelhante a hemólise aguda, porém é mediada por anticorpo igG e não ocorre pelos antígenos ABO ou Rh e sim pelos antígenos menores de superfície da hemácia que nos politransfundidos, vai ficando cada vez mais difícil achar sangue compatível - Nesse caso tem imuno fenotipar as bolsas para achar um compatível - Sinais/Sintomas: diminuição da sobrevida das hemácias, queda da Hb, febre, icterícia, hemoglobinúria - Tratamento/prevenção: Sangue antígeno negativo nas transfusões posteriores B) Doença do Enxerto Versus Hospedeiro Relacionado a Transfusão (GVHD) - Associada a transfusão e mediada por linfócitos viáveis do doador - Evitada com radiação da bolsa - Sinais/Sintomas: febre, rash cutâneo, descamação, anorexia, náuseas, vômitos, diarréia, hepatite, pancitopenia - Tratamento/Prevenção: Irradiação dos componentes a serem transfundidos C) Púrpura Pós Transfusional - Gera trombocitopenia com sangramentos - Mediados por anticorpos plaquetas específicos - Costuma ser autolimitada, mas se a plaqueta cai muito, tratamos com corticoide, imunoglobulina ou plasmaferese D) Aloimunização - Complicação temida - O paciente forma anticorpos contra antígenos eritrocitários, leucocitários ou plaquetários - Isso gera reações febris, e a longo prazo, dificuldade de encontrar doadores compatíveis Imunológicas Não Imunológicas Hemolíticas Hemossiderose induzida por transfusão GVHD associada a transfusão Transmissão de doenças Púrpura pós transfusional Aloimunização Imunomodulação 1/2019 Página � de �15 22 Lucas - Resumo Hematologia - Lembrando então que politransfundidos tem que tomar bolsa fenotipada E) Imunomodulação - É um assunto ainda controverso, mas acredita-se que ao administrar sangue o sistema imunológico do paciente é alterado ——> Não Imunológica A) Hemodissderose Induzida pela Transfusão - Sobrecarga de ferro pode fazer hepatopatia, alteração cardíaca, falência de outros órgãos. - Tratamento e diminuir a frequência de transfusões e usar quentes de ferro B) Doenças transmissíveis por transfusão - Sífilis - Doença de Chagas - Hepatites - HIV - HTLV I/II *** Obrigatoriamente analisados no banco de sangue na hora da doação - Malária - Citomegalovírus - Monocucleose 6.5 Cuidados para uma transfusão eficaz e Segura: - Seleção do doador - Testes do doador - Acompanhamento do receptor - Grávidas sempre deleucotizado 6.6 Caso Clínico 1) Uma criança com 8 anos, 10kg, foi admitida no pronto socorro infantil com quadro de febre, hematoma, petéquias e intensa palidez cutânea. Seu hemograma mostrou: - HB: 5,0 - Leucócitos 2.500mm3 - Plaquetas 5.000 - Esfregaço sanguíneo com 70% de blastos - O pai da criança exigiu, que caso fosse necessário uma transfusão sanguínea o sangue dele teria que ser usado na criança. Qual será a sua abordagem hemoterápica neste paciente? Resolução: - Grande quantidade de blastos no sangue periférico. Sendo o diagnóstico mais provável leucemia aguda - No caso de doação dirigida devemos orientar o pai dos riscos, estimulando a doar para repor o estoque do banco de sangue e providenciar outra bolsa de doação para essa criança - A transfusão nesse caso é necessária porque é um quadro agudo, muito intenso, e a criança esta sintomática - Necessário transfundir concentrado de hemácias. Supondo que o pai fosse o doador - A bolsa teria que ser irradiada - Além disso a bolsa teria que ser fracionada 10ml/k = 100ml = 10kg - Sendo assim 100ml de hemácias irradiadas - Necessário também transfundir plaquetas já que a criança está cheia de hematomas e petéquias e pode fazer hemorragia grave como no SNC - 1 unidade de concentrado de plaquetas (standard) se possível podemos pedir para deleucotizar 7.0 Linfomas - Grupo heterogêneo de doenças causadas por linfócitos malignos e produzem o quadro clínico característico de linfonodopatia - Levando aumento dos linfonodos - Ocasionalmente podem invadir o sangue (fase leucêmica) ou infiltrar órgãos fora do tecido linfóide - Classificação 1) Linfoma de Hodgkin - Presença de células de Reed Sternberg - Lembrar que é bimodal 2) Linfoma Não Hodgkin - Não tem RS - Célula Reed Sternberg (RS) - Célula de linhagem B com gene de imunoglobulina deformado por mutações que impedem a síntese de toda a extensão da imunoglobulina - Levando a mais riscos de infecção 7.1 Linfoma de Hodgkin - Melhor que o LNH, o LH responde bem a quimioterapia e sua distribuição é linfonodal - Pode surgir em qualquer idade - Bimodal - Pico na terceira década e no idoso - Predominância no sexo masculino (2:1) 1/2019 Página � de �16 22 Lucas - Resumo Hematologia - Característica é que na maioria dos pacientes tem aumento assimétrico dos linfonodos periféricos - Cervicais (60-70%); Axilares 10-15%; Inguinais 6-12% - 50% apresenta-se com adenopatia no pescoço ou na região supra clavicular, e mais de 70% manifestam aumento de linfonodos superficiais - Dar preferência para biópsia de linfonodo Cervical - Qualquer linfonodo supraclavicular tem que fazer biopsia ou >2cm A) Achados hematológicos e bioquímicos - Anemia normocítica é comum - Leucocitose causada por aumento dos neutrófilos - Discreto 14-15 mil - Eosinofilia - Sangue periférico leva a prurido - Linfopenia - Geralmente característico de doença avançada - LDH 30-40% casos aumentado por hemólise - Transminases indica acometimento hepático - Alteração Plaquetária acometimento de MO, devendo fazer biopsia de medula B) Clínica - Esplenomegalia (50%) - Pode haver envolvimento hepático - Doença de Hodgkin cutânea como complicação tardia em cerca de 10% casos - Comprometimento de órgãos linforeticulares (M.O; TGI; pulmões; medula espinhal e cérebro) - Nesse locais atípicos fazer sorologia HIV C) Sinais e Sintomas - Febre (30%) - Prurido cutâneo generalizado (25%) - Dor induzida pelo álcool nas regiões onde a doença está presente - Fraqueza - Fadiga - Anorexia C.1) Sintomas B: Pior Prognóstico - PROVA D) Diagnóstico - Como todo exame histológico do linfonodo excisado. O patologista dá diagnóstico e classifica o LH quanto ao seu tipo histológico1) Predominância linfocitária nodular 2) Forma classica (esse tem 4 subtipos) A) Esclerose Nodular (70% dos casos) - Principal manifestação é envolvimento do mediastino - Mulheres jovens - Derrame pleural e síndrome da veia cava superior B) Celularidade Mista (25-30%) - Todas faixas etárias - A doença em estádio avançado com acometimento subdiafragmático C) Predomínio Linfocítico (5%) - Predominância em homens - Sem atingir o mediastino - Bom prognóstico D) Depleção Linfocítica (1%) - Mais comum em idosos, pacientes com HIV e indivíduos em países não industrializados - Estágio I - Única cadeia linfonodal - Estágio II - Mais de uma cadeia diferente - Estágio III - Há acometimento infra diafragmático - Estágio IV - Quadro mais grave, há acometimento de órgãos, se acometimento de medula -> risco de leucemização E) Tratamento 1) Radioterapia - Estadio I e IIA (não possui sintomas B) podem ser curados apenas com radioterapia - Tem um papel no tratamento de massas volumosas de tudo ou de lesões dolorosas esqueléticas, ganglionares e de tecidos moles - Pode ser usada como anti álgica também em caso de dor óssea ou compressão 2) Quimioterapia - Estadio III e IV - Estadio I e II com doença volumosa, sintomas B ou recidiva pós Febre Sudorese Noturna Emagrecimento de 10% peso em 6 meses 1/2019 Página � de �17 22 Lucas - Resumo Hematologia radioterapia - Se recidiva: Transplante autólogo+ quimioterapia F) Prognóstico - índice de sobrevida de 5 anos variam de 50 a 90% dependendo: - Idade - Estágio - Histologia - Há aumento da incidência de mielodisplasia e LMA com pico em 4 anos depois do tratamento com agentes alquilantes, em especial se também for feita radioterapia - Porém LH ainda tem mais chance de cura 7.2 Linfoma Não Hodgkin - Quadro clínico e a história natural desses linfomas malignos são mais variáveis que na doença de Hodgkin. - O padrão de disseminação não é regular - Linfática e hematogênica - Uma proporção maior de pacientes apresentam doença extranodal ou manifestações leucêmicas - A etiologia maioria é desconhecida 1) Imunodeficiência - Hereditária ou adquirida predispões a linfomas de células B 2) HTLV-1 - Agente causal da leucemia/linfoma de células T adulto 3) AIDS - Aumento da incidência de linfoma em locais incomuns, como SNC 4) EBV - Presente na doença proliferativa pós transplante - Subjacente a forma endêmica do linfoma de Burkitt, restrito as regiões de malária endêmica 5) Helicobacter pylori - Implicado como fator predisponente ao linfoma de tecido linfóide associado a mucosa (MALT) do estômago A) Clínica - Linfonodopatia superficial - Sintomas B: São menos frequentes do que na doença de Hodgkin, estando sua presença associada a doença disseminada - Anemia, neutropenia, trombocitopenia. As citopenias também pode ser autoimunes - 5 a 10% dos pacientes: envolvimento das estruturas linfóides da orofaringe (anel de waldeyer) - Hepatoesplenomegalia - Envolvimento de linfonodos retroperitoneais e mesentéricbs - O trato gastrointestinal é o local extranodal mais envolvido depois da medula óssea - Acometimento cérebro, testículo e tireóide: incomum - Pele: Envolvida primariamente em linfoma de células T (micose fungóide e síndrome Sézary) B) Tipos - Ao contrário da doença de Hodgkin, o prognóstico dos LNH se baseia menos no estadiamento e muito mais no tipo histológico - Comportamento clínico e agressividade - Baixo grau - Grau intermediário - Alto grau A) LNH de baixo grau de malignidade - Indolente, lentamente progressivo e oligossintomático - Linfome folicular: tipo mais frequente de LNH - A principio não tem cura como a quimioterapia, contudo a sobrevida média esta acima de 5 anos - Cerca 40% evoluem para uma forma mais agressiva de linfoma (difuso de grandes células B) - Síndrome de Richter - Transformação de um linfoma de baixo grau para um de alto grau de malignidade B) LNH grau intermediário de malignidade - Linfoma de grandes células B difuso: 1/3 de todos os LNH - 30 a 50% apresentam doença em estádio Inicial ou um local de acometimento extradonal (50%) - Chances de cura de 30-70% - Fatores prognósticos - Idade superior 60 anos - Estádio avançado (II ou IV) - Níveis de LDH elevado - Estados de baixa performance - 2 ou mais locais extranodais da doença - Tratamento - R-CHOP - Estádio inicial (I ou II) radioterapia local após 3 ciclos de CHOP - Radiação local em sítios de doença volumosa -Prognóstico adverso ou recidiva pós remissão: quimioterapia C) LNH alto grau de malignidade 1) Linfoma de Burkitt 2) Linfoma linfoblástico 1/2019 Página � de �18 22 Lucas - Resumo Hematologia 1) Linfoma de Burkitt - Incidência na infância - Correlato linfomatoso da LLA L3 - Associado a infecção por EBV - Linfonodopatia maciça da mandíbula - Forma esporádica - Não possui correlação com EBV - Representa 30% dos linfomas da população pediátrica - Massas abdominais por comprometimento do íleo, ceco, mesentério, rins e ovários - Envolvimento do SNC é característico 2) Linfoma Linfoblástico - Principal linfoma na criança - Bastante agressivo - Massa mediastinal e envolvimento SNC - Alta chance de cura - Tratamento semelhante LLA 7.3 Linfomas de Células T - 20% dos LNH - Comportamento de malignidade variável de intermediário a alto grau - Na maioria das vezes só podem ser diferenciados dos linfomas B pela imunofenotipagem - Forma Cutâneo ou micose fungóide - Meia idade - Predominância no sexo masculino - Prurido intenso e lesões muito semelhantes a psoríase - Posteriormente acomete linfonodos, baço, fígado e medula óssea - Síndrome Sezary - Dermatite - Eritrodermia - Linfonodopatia generalizada - Células circulantes de linfoma T - Tratamento - Quimioterapia tópica - Fotoquimioterapia - Quimioterapia 7.4 Resumo - Em ambos os casos, se tem sintomas B, isso confere pior prognóstico e muda o tratamento 8.0 Leucemias - Classificação das Leucemias A) Agudas - Leucemia linfóide aguda (LLA) - Leucemia mielóide aguda (LMA) B) Crônica - Leucemia linfóide crônica (LLC) - Leucemia mielóide crônica (LMC) 8.1 Leucemias agudas - Rápida proliferação de bastos que estão presentes na medula óssea - Acima de 20-30% - Saber se é linfoide ou mieloide - A doença começa assim que uma determinada célula progenitora ou precursora hematopoética torna-se um clone neoplásico - Uma célula incapaz de se diferenciar, mas extremamente capaz de se dividir e multiplicar - Como se origina uma leucemia aguda - Expressão de um ou mais proto- oncogenes (porções do DNA do genoma humano responsáveis pela síntese de fatores incriminadosna reprodução desordenada da célula) - Em mais de 50% dos casos de LMA são observadas alterações cromossomas no clone leucêmico - Mutações - Deleções - Inversões - Translocações - Ganho cromossomiais - Perdas cromossomiais - Principais alterações citogenéticas - Translocação dos braços dos cromossomos 9 e 22 que gera o conhecido cromossoma Filadélfia - Podem ainda ser Primária ou Secundária - Primária - Inicia-se do nada de forma abrupta - Alteração abruptas nos exames (anemia, leucopenia, plaquetopenia, pancitopenia) LH LNH Disseminação linfática, craniocaudal Disseminação linfática e hematogênica, pior prognóstico Se chegou a invadir a medula todos os outros linfonodos já foram invadidos A medula pode estar acometida antes do acometimento abdominal ou mediastinal, por exemplo Classificado pelo Estadio Classificado pelo tipo Histológico Bimodal 1/2019 Página � de �19 22 Lucas - Resumo Hematologia - Secundária - A outras doenças - Síndrome mielodisplásica - Síndrome mieloproliferativa - Hemoglobinúria paroxístico noturna - Fatores de Risco - Radiação ionizante (LLA) - Exposição ao benzeno (LMA) - Agentes alquilables (clorambucil, melfalan, mostarda nitrogenada) - Distúrbio congênito com instabilidade cromossômica (LMA) - Anemia de fanconi - Anomalias citogenética: síndrome down - Trissomia 21, síndrome klinefelter (XXY) —— AGUDAS —— A) Leucemia Mielóide Aguda (LMA) - Maior incidência em adultos e idosos (primeiro pico entre 15-40 anos, segundo acima de 65 anos) I) Clínica - Astenia: Síndrome anêmica, dispneico - Sangramento: Reflete a plaquetopenia - Febre: febre neoplásica x neutropenia - Hepatoesplenomegalia - Dor óssea: Expansão medular - Hiperleucocitose: - 70.000 - 150.000 - Sintomas neurológicos - Cefaleia, visão turva - Sintomas pulmonares - Pela viscosidade sanguínea - Gênito urinários - São classificadas em M0 a M7 - Característica da M5 é hiperplasia gengival II) Diagnóstico - Mielograma (aspirado da medula óssea) - 20-30% de blastos - Esses podem ser linfoides ou mieloides - Blastos LMA são um pouco maiores do que LLA - Um achado importante são os bastonetes de Auer que é patognomônico da LMA (presentes no M2,M3 e M4) III) Tratamento A) Terapia de suporte 1) Transfusão de concentrado de plaquetas - Profilática e associado a sangramento - <70.000 sangrando - <10.000 mesmo sem sangrar 2) Transfusão de concentrado de hemácias 3) Antibioticoterapia - Neutropenia - Lembrar que o neutropênico não faz supuração e a reação inflamatória típica de uma infecção esta diminuída ou ausente - ou seja sem defesa efetiva - pode ter quadros de infiltrado pulmonar - associar antibiótico de largo espectro 4) Quimioterapia - Indução de remissão: Arabinosídeo + doxorrubicina (7+3) - Consolidação da remissão: altas doses ara-c 5) Transplante alogênico - Só são autorizados a receber transplante de medula os menores de 60 anos - Lembrar que tem dois picos de idade (um acima de 65) B) Leucemia Linfóide Aguda (LLA) - Leucemia mais comum na infância (90%) - Pico de incidência 2-10 anos - Chance de cura 70-85% I) Clínica - Anemia, neutropenia, plaquetopenia - Dor óssea e adenopatia cervical ou generalizada são mais frequentes (75%) - Massas mediastinais - Acometimento do SNC e testículo - Irradiação em região de timo = hipotireoidismo - Sufusões hemorragias pela plaquetopenia pontos hemorrágicos Disseminados II) Tratamento 1) Quimioterapia - Sendo 4 pilares A) Indução a remissão B) Consolidação da remissão C) Profilaxia do SNC D) Manutenção (2-3 anos) - Tratamento demorado que exige que o paciente fique internado várias vezes ao longo do tratamento, mas traz bons resultados. Caso não funcione: 2) Transplante Alogênico 1/2019 Página � de �20 22 Lucas - Resumo Hematologia —— CRÔNICAS —— A principal diferença das leucemias crônicas para as aguda, é que nas crônicas não tem presença de blastos na medula óssea. Os blastos são os principais marcadores de uma leucemia aguda A) Leucemia Linfocítica Crônica (LLC) - Segunda leucemia mais comum (30%) - Acomete população idosa (acima de 60 anos) - Curso indolente - Clone neoplásico: Linfócito B maduro - A célula tumoral aparentemente é uma célula B relativamente madura com expressão fraca de imunoglobulinas M (IgM) e Ig D de superfície - Ou seja, não exercem sua função de maneira adequada - O aumento de linfonodos de superficiais é o sinal clínico mais frequente - 1/3 deles são cervicais, local mais acometido I) Manifestações Clínicas - Geralmente assintomáticos - Adenomegalia cervical - Geralmente facilita o diagnóstico precoce melhorando o prognóstico - Linfocitose acentuada + adenomegalia - Febre, sudorese noturna, astenia, fadiga, perda ponderal, queda estado geral - Esplenomegalia (40%) - Hepatomegalia (10%) - A fraca expressão de imunoglobulinas (hipogamaglobulinemia) predispõe a infecções, tais como Herpes Zoster - Anemia - Plaquetopenia - Anemia hemolítica auto imune: Coombs direto positivo por anticorpo quente (IgG) 10% II) Diagnóstico A) Linfocitose > 10.000-15.000/mm3 mantida, com menos de 50% de linfócitos atípicos B) Mais de 30% de linfócitos na medula óssea III) Tratamento - Aqui o tratamento é bem diferente dos dos outros tratamentos oncológicos em geral - Quando tem só linfocitose com ou sem linfonodopatia não é tratado, apenas acompanhado - ESTÁGIO 0 ou 1 de RAI - Só tratamos os pacientes quando está no ESTÁGIO 3 ou 4, ou se estão no ESTÁGIO 1 ou 2 com sintomas constitucionais ou tem aumento progressivo de 1 ou mais linfonodos - Os que estão em estágio precoce e são submetidos a quimioterapia, tem pior prognóstico e menor sobrevida daqueles que não foram tratados. - Isso porque a toxicidade do tratamento é maior do que benefício - Lembrar do curso indolente então ele por ser idoso morreria por outras comorbidades - Clorambucil - Fludarabina - CHOP - Anticorpos monoclonais - Transplante de células tronco alogênico B) Leucemia Mielóide Crônica 1) Patogênese: - Leucemia que começa com a translocação do braço longo do cromossomo 9e 22, representada por t(9,22) cromossoma philadélfia (induz a medula produzir leucócitos indiscriminado) - Gerando sangue com 400-500.000 leucócitos - Confere hiperviscosidade ao sangue 2) Clínica: I) Leucocitose neutrofílica - Desvio para a esquerda: presença de bastões, metamielócitos e mielócitos. Aumento dos bastões e eosinófilos (que são mais maduros que os blastos) II) Esplenomegalia III) Febre, sudorese noturna, astenia, desconforto abdominal IV) Anemia, trombocitose, síndrome de leucostase, hiperuricemia, aumento LDH, aumento da vitamina b12 3) Diagnóstico - Mielograma: hiperplasia mielóide - Biópsia de medula óssea - Citogenética: cromossomo philadélfia 4) Evolução - A sobrevida da LMC em geral é em torno de três anos. A doença passa por três até evoluir para piora e se tornar refratária ao tratamento I) Fase Crônica - Melhor hora para o transplante II) Fase acelerada - Piora dos sintomas, esplenomegalia e leucocitose refratária ao tratamento 10-20/30% de blastos na periferia, > basofilia 1/2019 Página � de �21 22 Lucas - Resumo Hematologia 20%, plaquetopenia <100.000/mm3 III) Fase Blástica (mielóide ou linfóide) - Mais 20-30% de blastos - Nessa fase menos de 10% vão curar 5) Tratamento - Transplante de células tronco alogênico única terapêutica definitiva - Hidroxiuréia - diminui os leucócitos - Bussulfan - Alfa-interferon - Imatinib (gleevec - Inibidor da tirosina-quinase 6) Resumo LMA Predomínio em adulto e idoso, prognóstico ruim porque o adulto não aguenta a mesma quantidade de quimioterápicos que a criança. Tem 7 subtipos diferentes que determinam tratamentos diferentes LLA Predomínio em crianças, bom prognóstico com quimioterapia extensa LLC Indolente, arrastada. Maior sobrevida após o diagnóstico, mais comum em idosos. Paciente morre mais de outras comorbidades do que da LLC em si. Pode não necessitar de tratamento LMC Presença do cromossomo Filadélfia. Pode se transformar em LMA ou LLA, mas hoje a medicação consegue inibir a translocação cromossômica e lenificar bastante a evolução da doença 1/2019 Página � de �22 22 Lucas - Resumo Hematologia
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