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Espectroscopia de Emissão Atômica com Plasma i APRESENTAÇÃO A espectrometria de emissão atômica com plasma ICP-AES, vem sendo utilizada no Brasil desde 1976, quando foram instalados os primeiros equipamentos comerciais. A técnica foi muito bem sucedida em função da capacidade de análises multielementares em diversos tipos de amostras, o que garantiu a sua utilização em laboratórios de química analítica de rotina para as mais diversas aplicações. A superação da qualidade analítica, devidas às limitações instrumentais, foi acompanhada pelo desenvolvimento de várias montagens óticas, recursos eletrônicos e sistemas de detecção nestes últimos 20 anos. O sucesso da técnica foi sendo cada vez mais prestigiado e, hoje no Brasil estima-se um total de 300 equipamentos. A espectrometria de emissão com plasma está sendo usada na industria metalúrgica, mineradora, agrícola, de alimentos, fertilizantes, do petróleo e inúmeros centros de pesquisas. Após sete anos de oferecimento da disciplina de espectrometria de emissão atômica no curso de Pós-graduação, foi decidido escrever em português os conhecimentos nesta área. Embora existam vários livros bons, esta contribuição, escrita em português, vinha sendo cobrada por vários setores de usuários da técnica. Nestes últimos doze anos foram escritas em torno de vinte Teses e Dissertações sobre este tema, lamentavelmente a sua circulação fica restrita ao ambiente acadêmico. Agradeço ao Prof. Henrique Bergamin Filho (in memorian) e aos colegas Elias A. G. Zagatto, Francisco José Krug, Boaventura Freire dos Reis e Antonio O. Jacintho pelo ensino e parceria científica no transcurso dos últimos 20 anos. M.F.G. Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma ESPECTROMETRIA DE EMISSÃO ATÔMICA COM PLASMA ACOPLADO INDUTIVAMENTE. (ICP-AES). Maria Fernanda Giné Centro de Energia Nuclear na Agricultura - CENA Universidade de São Paulo - USP PIRACICABA SÃO PAULO -BRASIL SUMÁRIO Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma Capítulo 1. Introdução à Espectroscopia Atômica 03 1.1 Primórdios da espectroscopia. 03 1.2 Métodos Espectroquímicos de Análise 5 07 1.3 O espectro do átomo 6 07 Capítulo 2. Fontes de Energia 17 2.1 A fonte de plasma 17 2.2 Fundamentos da espectroscopia de plasma 20 2.3 Plasma para fins analíticos 20 2.4 A tocha do ICP 24 2.5 Formação de Plasma 25 2.6 Geradores de RF 27 Capítulo 3. Introdução da Amostra 31 3.1 Introdução de amostras líquidas 32 3.1.1 Nebulizadores Pneumáticos 33 3.1.2 Nebulizadores Ultrassônico 37 3.1.3 Outros Nebulizadores. 39 3.2.Introdução de amostras gasosas. 41 3.2.1 Geração de hidretos 41 3.2.2 Vaporização electrotérmica 43 3.3 Introdução de Amostras sólidas 44 3.4 Desempenho na Introdução da amostra 45 3.5 Dispositivos para Seleção do Aerossol 46 3.5.1 Câmaras de nebulização 46 Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 3.5.2 Desolvatadores 48 3.6 Processamento das amostras no plasma 49 3.7 Sistema de Analise por Injeção em Fluxo em ICP 51 Capítulo 4. Espectros de Emissão e Paramêtros Energéticos no plasma. 61 4.1 Intensidade da emissão 61 4.2 O espectro contínuo da radiação de fundo 64 4.3 Parâmetros energéticos no ICP 68 4.3.1 Equilíbrio Termodinâmico 69 4.3.2 Condições de Equilibrio aplicadas à fonte de Plasma 71 4.4 Técnicas de Diagnóstico usadas para medir os parâmetros do plasma 72 4.4.1 Temperatura e densidade eletrônica no plasma 73 4.4.2 Mapeamento do plasma 74 4.4.3 Medição da Temperatura de Excitação 76 4.4.4 Temperatura de Ionização 79 4.4.5 Medição da Temperatura dos elétrons 80 4.4.6 Espalhamento da radiação para medir a Temperatura Cinética do gás 82 4.5 Modelos Dinâmicos do Plasma 84 4.6 Mecanismos de Excitação 85 4.6.1 Reação de Ionização de Penning 85 4.6.2 Reação de transferência de carga 87 4.6.3.Modelo de Colisional-radiativo 87 Capítulo 5. A Detecção 93 Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 5.1 Instrumentação ótica 93 5.1.1 Princípios da Difração 93 a) propriedade ondulatória 93 b) difração da radiação 96 c)a difração numa grade - Fórmula p/ grade de difração 98 5.3 Poder de resolução 100 Grades de difração 102 Eficiência das grades de dfração 102 5.4 Os espectrômetros 105 Capítulo 6. Condições de Operação e Desempenho Analítico 115 6.1 Efeito dos Parâmetros Instrumentais 115 6.2 Condições de Operação em Aplicações 123 6.3 Avaliação da Performance do ICP-AES 125 6.4 Interferências 128 6.4.1 Efeito de Matriz 128 6.4.2 Interferências Espectrais 130 6.4.3 Compensação das Interferências pelo Método GSAM 135 6.4.4 Exemplos de Aplicação 138 Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 3 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO À ESPECTROSCOPIA ATÔMICA 1.1 Primórdios da espectroscopia. Espectroscopia é uma palavra derivada da palavra latina ‘spectrum’, usada por Isaac Newton para referir-se à imagem, e da raiz grega skopos, que significa observar. Newton, em 1666, elaborou a hipótese de que a luz branca se decompunha em 7 cores quando atravessava um prisma. Somente em 1777, Scheele demostrou que existia uma radiação invisível abaixo do violeta que tinha a propriedade de mudar o AgCl de branco para púrpura. Desta forma, incorporou-se ao espectro uma radiação que não tinha imagem visível. Em 1800, Herschel descobriu a radiação na região além do vermelho, usando medições de temperatura. O espectro, pasou a ser ampliado e hoje, sabe-se que a região visível do espectro corresponde a uma fração pequena, entre 800 e 400 nm. A espectroscopia atômica refere-se a fenômenos envolvendo os elétrons de valência, abrangendo a região do espectro Visível e Ultra Violeta, entre 800 e 180 nm. As bases da espectroscopia atômica foram descobertas pelas observações da luz solar e os espectroscopistas foram associados à astronomia até os tempos recentes. Uma das revistas mais conceituadas nesta área, a Spectrochimica Acta, foi fundada na década de 30 no Vaticano por astrônomos. Em 1802, Wollaston e logo, Fraunhofer em 1817, construíram um espectroscópio registrando na região visível do espectro solar uma série de riscos pretos. Fraunhofer chamou estas linhas pelas letras A, B, até H. Na época a observação era ocular. Poucos anos após, em 1826 Seebach desenvolve a termocupla, que seria o primeiro sensor usado em espectroscopia e substituída pela termopilha por Melloni em 1833. Em Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 4 1842, Becquerel desenvolveu um sistema fotográfico para registrar o espectro do sol, projetando-o em uma folha de papel com AgCl. EFEITOS Rotações de spin Rotações molecula- res Vibrações Molecula- res Transi- ção elétrons de valência Transição eletrônica interna Transições nucleares COMPRIMENTOS DE ONDA ondas de radio radar micro- ondas Infra Vermelho Vis. UV Raios X Raios gama Raios Cósmicos cm 101 µm 400 nm 800 400 100 1 A 1 0,1 0,01 Figura 1.1 Esquema das radiações eletromagnéticas mostrando os efeitos que as produzem a denominação e a região de comprimento de onda que as caracteriza. O experimento, que foi fundamental para explicar os processos de absorção e emissão atômica, foi realizado por Kirchoff e Bunsen, em 1850. Neste, colocaram sódio numa chama e observaram a radiação emitida. Pouco depois em 1860, Foucald montou um sistema ótico para observar a radiação proveniente do sódio e concluiu que correspondiam às linhas denominadas D no espectro solar de Fraunhofer. A linha mais proeminente do espectro do H foi detectada em 1853, por Angström. A primeira série de linhas do átomo do H foi detectada no espectro das estrelas, uma vez que, para efetuar as medidas em laboratório, o entrave consistia em preparar H atômico puro. O H2 apresenta um espectro muito mais complicado e as chamas ou fonte eletrotérmicas disponíveis na época não forneciam energia suficiente para a dissociação Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 5 desta molécula. Esta dissociação é conseguida com tubos de descarga gasosa através de choques com elétrons acelerados por uma diferença de potencial. Balmer em 1885, usando as medidas astronômicas encontrou uma relação empírica para as linhas do espectro do H, iniciando pela linha vermelha (6563A) detectada por Angström, que foi chamada de alfa, sendo as outras denominadas de beta (4861A), gama (4340 A), delta (4102A), etc. Em 1889, Rydberg descubriu que as linhas do espectro de muitos elementos, mais notadamente as dos alcalinos, podem ser ajustadas por uma fórmula simples, estabelecendo um valor constante R que serve para todas as linhas dos diferentes elementos. Se o comprimento de onda expressa-se em metros, a constante de Rydberg tem valor 1.097 ´ 107 m-1. Zeeman em 1896, descobre o desdobramento das linhas espectrais usando um campo magnético. A explicação da produção de espectros de linhas foi possível após as descobertas de Rutherford sobre a constituição do átomo, o modelo de Bohr e o princípio de quantum introduzido por Planck. A partir de 1920, as formulações da mecânica quântica (Schrödinger e Heinsenberg) permitiram explicações para as formas e desdobramento das linhas. Em 1928, as descobertas do spin e do momento angular do elétron permitiram explicar as linhas dos espectros e, através da mecânica quântica de Dirac, pode-se predizer linhas mais complexas dos espectros, estruturas hiperfinas, etc. Prismas e redes de difração feitos de vidro, foram usadas por Angström. A espectrografia foi aplicada à análise química quantitativa por Hartley, em 1884. Na mesma época, Rowland inventou a rede côncava conseguindo comparação de comprimentos de onda mais exatos, usando o método da coincidência. Assim em 1887, Rowland apresentou o mapa espectral solar e tabelas contendo as linhas do espectro de vários elementos aquecidos por descarga de arco voltaico. Uma notável contribuição para as medições de radiações no UV foi dada por Stokes em 1862, quem descobriu a transparência do quartzo nesta região e conseguiu, com ajuda Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 6 de uma tela fluorescente de urânio-fosfato observar espectros de arco e faísca de numerosos metais. As medições no UV até 2150A, foram feitas por Rowland, evitando-se a absorção das linhas abaixo de 2350A que ocorre na gelatina da emulsão fotográfica. Posteriormente Schumann, em 1893, usando uma câmara sob vácuo conseguiu estender o espectro até 1200A. Em 1906, Lyman substituiu as redes côncavas por ótica com prismas de fluorita sob vácuo chegando-se até 50A. Posteriormente, com fontes de luz baseadas em descargas de faíscas no vácuo e grades de difração feitas em alumínio (Millikan, Bowen) conseguiu-se chegar até 4A. Os interferômetros, produzidos primeiro por Michelson (1892) e, depois em 1900, por Fabry e Perot, foram instrumentos sensíveis para comparar dois comprimentos de onda. Em 1889, Ebert e em 1892, Paschen e Runge, dedicaram-se ao desenho de espectrógrafos para medição de linhas espectrais. Estas montagens óticas foram incorporados a espectrômetros de emissão com faíscas de alta voltagem, fontes de arco DC e AC de baixa e alta voltagens. Ao redor de 4000 trabalhos foram publicados sobre linhas espectrais entre 1920 e 1930. Em 1920, foram publicados 5 trabalhos usando a espectrografia como método para análise espectroquímica. A partir de 1934, mais de 100 publicações anuais foram registradas e após 1947, subiram para 250. A detecção, usando tubos fotomultiplicadores em espectrógrafo com fonte de faísca, foi reportada por Saunderson et al. em 1945. Alguns dos livros mais ilustrativos do desenvolvimento da espectrografia foram o do Prof. Brode (1939) e o do Prof. Sawyer (1944). Lundergardh na decada de 1930 desenvolveu um fotômetro de chama para emissão atômica, usando chama de combustão e detecção com tubo fotomultiplicador. Mais tarde em 1955, Walsh, Alkemade e Milatz, propuseram o método baseado na propriedade de absorção da radiação pelos átomos produzidos em uma chama. Como fonte de radiação foram usados tubos de descarga de câtodo oco, desenvolvidos em 1926 por Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 7 Schüler, para estudos de estruturas hiperfinas. Posteriormente, em 1959, L’vov desenvolveu um forno de grafite com aquecimento eletrotérmico como reservatório de átomos para absorção atômica. A espectrometria de emissão atômica renasceu a partir de 1964 com a proposta do uso do plasma como fonte de excitação (Greenfield, Fassel). 1.2 Métodos Espectroquímicos de Análise Os métodos espectroquímicos de análises que utilizam as propriedades da energia eletromagnética do espectro para efetuar a quantificação das espécies, encontram-se relacionados na tabela T 1.3. 1.3 O espectro do átomo. Um metal M emite um foton quando ocorre a transição de um elétron de um nível de maior energia (E1), para outro de menor energia (E2). A freqüência da radiação emitida determina-se pelo balanceamento energético n = (E1 - E2)/h [1.1] onde: n freqüência e h constante de Planck. Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 8 Tabela 1.3 MÉTODOS ESPECTROQUÍMICOS Classe Base de medição Exemplos Emissão Potencia radiante FE Emissão com chama, Arco voltaico, faísca ou centelha, plasmas ICP e DCP Absorção Absorvância ou razão entre a potência transmitida e incidente UV/VIS absorção mole- cular e absorção atômica. Luminiscên- cia Potência luminiscente FL Fluorescência molecular e fosforescência, fluorescência atômica, quimioluminiscência Espalhamento Potência radiante espalhada FSC Turbidimetria, nefelo- metria, e espalhamento RAMAN Métodos Indiretos Mudanças no índice de refração, ondas acústicas, corrente de íons Lentes térmicas, foto- acústica e fotoionização. A probabilidade de que ocorra uma transição do nível 1 para o 2, depende da fração dos elétrons que estão no nível 1 e que passam para o 2 por unidade de tempo. Esta probabilidade depende do tempo de permanência do elétron no nível 1 e da competição do nível 2 com outros níveis possíveis, de menor energia. Se a transição ocorre para o estado fundamental E = 0, então se denomina linha de ressonância.As linhas mais acentuadas para cada elemento são as de ressonância dos estados menores de excitação. Estas linhas têm alta probabilidade de ocorrência e energia de excitação possível de ser atingida por processos de colisão. O espectro de emissão contém todas as radiações provocadas pelas transições de energia. Nas moléculas, o espectro de emissão forma bandas, Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 9 uma vez que o estado excitado envolve diferentes níveis de vibração e rotação dos componentes. Na Figura 1.2 podem-se observar as transições energéticas para o átomo de H. As linhas da esquerda (Série de Lyman) correspondem às linhas de ressonância que são comuns aos espectros de absorção e emissão. Figura 1.2 Representação esquemática do espectro do átomo de Hidrogênio Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 10 As linhas das séries de Lyman e Balmer no átomo de H apresentam freqüência n dada pela seguinte relação: n = R (1/n1 -1/n2) [2] onde: R constante de Rydberg = 109,687 cm-1 Série de Lyman è n1 = 1 e n2 = 2,3,4,5,… Série de Balmer è n1 = 2 e n2 = 3,4,5,… n2 è ¥ n = R ( l = 911A na série de Lyman) Para átomos mais complexos devem-se considerar tres números quânticos: L número quântico total do orbital (0,1,2,…, n-1) S número quântico do spin, (±1/2) J número quântico interno, (L+S, ….,L-S) L 0 1 2 3 4 5 …… Símbolo S P D F G H …… De acordo com as leis de seleção DL 0 ou ±1 produzindo as séries : Transições Séries S - P P - S P - D D - F principal pontual difusa fundamental Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 11 Dentro das séries podem-se reconhecer grupos (singletes, dupletes, tripletes, etc) a multiplicidade M é dada por M = 2S + 1 , sendo que S se refere ao spin dos elétrons de valência. Comparando o átomo dos elementos alcalinos com o do H, nestes encontram-se 4 conjuntos de subníveis de energia, com orbitais do tipo: s, p, d e f. Os níveis para um elétron nas órbita 4s, 4p, 4d e 4f no átomo de H são práticamente idénticos, mesmo sendo as três primeiras elípticas e a última circular. No caso dos átomos alcalinos, as órbitas elípticas penetram dentro das órbitas da camada mais interna de elétrons. Esta interação entre orbitais provoca perturbações energéticas que produzem deslocamentos dos níveis de energia. O momento angular do spin de cada elétron para os alcalinos S = ½ e M = 2 leva a produção de dubletes como as linhas D (Fraunhofer). As linhas destes dubletes são mais separadas quanto maior for o átomo. Os dupletes do Li são dificéis de observar por estarem muito juntos. Para os metais alcalinos terrosos com 2 elétrons de valência, as seguintes combinações de spin são possíveis: +1/2 e +1/2 = 1 -1/2 e +1/2 = 0 -1/2 e -1/2 = 1 +1/2 e -1/2 = 0 sendo S =1 ou 0 M = 3 e 1, ocorrendo singletes e tripletes no espectro destes elementos. Na Fig.1.3 mostram-se os Singletes e Tripletes produzidos no diagrama de energia do Ca. Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 12 Figura 1.3 Transições energéticas do átomo de Ca mostrando os singletes e tripletes. Em alguns átomos existem níveis de energia, dos quais, o elétron não consegue retornar espontaneamente para o estado normal. Estes níveis de energia são chamados de estados energéticos Metaestáveis. Um átomo que encontra-se em estado de excitação metaestável, pode retornar ao estado normal se recebe energia externa por colisão com outro átomo ou, se ocorre transferência de energia de um elétron, que esteja em um estado de energia superior ao metaestável. A meia vida de um elétron em um estado excitado é de 10-7 a 10-8 s: no caso do estado metaestável é bem mais prolongada. Na Fig. 1.4 são mostrados os níveis de energia para o átomo de Au onde apresenta-se uma transição proibida e um nível metaestável Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 13 Figura 1.4 Diagrama de Gotrian de níveis de energia para átomos de Au. Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 14 s espectros de emissão multielementares são muito complexos e, dependendo da energia fornecida às espécies, o espectro produzido contém raias espectrais devidas aos átomos neutros, indicadas nas tabelas como (I) e as dos átomos ionizados (ionização simples) como (II). Na Fig. 1.5 mostram-se os níveis de energia para Mg(I) e Mg(II) e na Fig. 1.6 mostra- se o espectro correspondente obtido usando uma fonte de plasma. Figura 1.5 Níveis de energia para Mg(I) e Mg(II) (fonte Boumans) Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 15 Figura 1.6 Espectro obtido com 1 mg/L de Mg usando plasma com acoplamento indutivo (ICP). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. BRODE, W.R. Chemical spectroscopy. New York: John Wiley & Sons, 1943. 677p. 2. SAWYER, R.A. Experimental spectroscopy. New York: Dover Publications, 1963. 358p. 3. NACHTRIEB, N.H. Principles and practice of spectrochemical analysis. New York: McGraw-Hill, 1950. p. 150-190, chap.8: The origin of spectra. 4. AHRENS, L.H.; TAYLOR, S.R. Spectrochemical analysis.2.ed. London: Addison-Wesley, 1961. chap.2, p. 7-16: Origin and interpretation of spectra. 5. WIESE , Spectroscopy reference data. In: MONTASER, A.; GOLIGHTLY, D.W.X. Inductively coupled plasma in analytical Atomic-Spectrometry. 2.ed. New York: VCH Publishers, 1992. p. 451-460. F o t o c o r r e n t e A l (nm) Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 16 Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 17 CAPÍTULO 2. FONTES DE ENERGIA Descargas elétricas em gases, são denominadas "plasmas", termo sugerido por Langmuir em 1929. Os plasmas são caracterizados por apresentarem ionização parcial e terem uma densidade de elétrons livres bastante alta. 2.1 A fonte de plasma O plasma pode ser definido como um gás parcialmente ionizado onde co-existem elétrons livres e íons positivos em movimento, em um processo onde ocorre transferência de energia por radiação, condução e aquecimento Joule entre outros. Para transformar um gás em plasma, é necessário fornecer energia para produzir íons. O mecanismo de ionização pode ser térmico, por radiação ou por descarga elétrica. A energia de ionização do átomo depende da sua estrutura, sendo superior à energia de ligação do elétron mais externo. Os elementos mais facilmente ionizáveis são os alcalinos monovalentes e os mais difíceis são os gases nobres. A forma mas comum de formar um plasma, em laboratório, é através de descargas elétricas. A ionização numa descarga depende da produção de uma avalanche de elétrons, sendo a energia transferida por diferentes mecanismos. As primeiras investigações sobre as propiedades de descargas capacitivas em gases produzidas sem eletrodos, foram descritas por Babat, em 1942. Posteriormente, em 1947, este autor descreveu as descargas capacitivas sem eletrodos formadas por campos elétricos e as descargas produzidas pela ação de campos magnéticos alternados. Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 18 Em 1961, Reed descreveu uma tocha de quartzo constituída por três tubos concêntricos, a qual era introduzida em uma espiral de cobre, para formação de plasma em seu extremo. Para induçãodo campo eletromagnético que sustenta o plasma, usou um gerador com freqüência de 4 MHz e potência de 10 kW. As espécies químicas, na forma de sal, eram transportadas por arraste com argônio pelo canal central da tocha até o plasma, como mostra a Fig. 2.1. O autor utilizou este sistema para efetuar crescimento de cristais e os íons produzidos no plasma eram depositados de forma homogênea na superficie dos cristais. Figura 2.1 Tocha de plasma descrita por Reed [2] Posteriormente, esta tocha foi descrita para fins analíticos por Greenfield, em 1964 e, Wendt & Fassel em 1965, onde a solução da amostra era arrastada pelo canal central na forma de aerossol. A partir de 1965, o interesse em aplicar o plasma induzido à espectrometria foi progressivo. Iniciou-se, então, a fabricação de equipamentos usando a Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 19 fonte de plasma com acoplamento indutivo (ICP- Inductively Coupled Plasma), com corrente contínua (DCP-Direct-Current Plasma), com acoplamento capacitivo (CCP-Capacitively Coupled Plasma) e induzido por microondas (MIP - Microwave Induced Plasma), em espectrômetros de emissão atômica simultâneos e seqüenciais (AES - Atomic Emission Spectrometer) espectrômetros de fluorescência atômica (AFS - Atomic Fluorescence Spectrometer), espectrômetros de massas (MS - Mass Spectrometers) Na prática, a fonte de plasma produzido por acoplamento indutivo foi a mais bem sucedida na sua hifenação com espectrometria de emissão atômica (ICP-AES) e com espectrometria de massas (ICP-MS). Entretanto, nas aplicações com especiação, têm-se preferido o acoplamento da cromatografia gasosa (GC-MIP) e da cromatografia líquida de alta performance (HPLC-MIP) com plasma induzido por microondas, seja com espectrômetro de emissão MIP-AES ou de massas MIP-MS. Outras técnicas têm sido muito usadas para introdução de amostras nos plasmas, entre estas, a vaporização electrotérmica (ETV Electrothermal vaporization), a injeção em fluxo (FI Flow Injection), a geração de hidretos (HG Hydride Generation), a nebulização de alta pressão (HPN- High Pressure Nebulization), a nebulização ultrassônica (USN - Ultrasonic Nebulization), a injeção direta no plasma (DIN Direct Injector Nebulizer) e a injeção direta com alta eficiência (DIHEN-Direct Injection High Efficiency Nebulizer). Entre os espectrômetros de massas que têm sido acoplados para determinação multi-isotópicas, temos os baseados em quadrupolo (QUAD), os de alta resolução combinando setor elétrico e magnético (HR - High Resolution) e os de tempo de vôo (TOF Time of Flight). Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 20 2.2 Fundamentos da espectroscopia de plasma A importância do plasma como fonte espectroscópica reside na transferência de energia entre elétrons acelerados e outras partículas. Este processo pode ser efetuado em baixas pressões (tubos fluorescentes), onde os elétrons percorrem uma grande distância antes da colisão com outro átomo. Neste trajeto, o elétron ganha energia do campo magnético para ionizar e excitar o átomo com o qual colide. O átomo excitado decai para o estado fundamental emitindo uma radiação. Estes plasmas apresentam baixa temperatura porque o número de choques não é suficiente para distribuir a energia cinética dos elétrons de forma eficiente. Nos processos em altas pressões, a trajetória média dos elétrons é menor, produzindo um número de choques suficientemente grande para distribuir, uniformemente, a energia entre os elétrons, átomos e íons. Nestes plasmas se atingem altas temperaturas. Nos plasmas produzidos à pressão atmosférica, atingem-se temperaturas de até 10.000 0K, e um grau de ionização parcial do gás. Estes plasmas são usados para fins analíticos porque permitem a introdução da amostra de forma mais fácil. 2.3 Plasmas para fins analíticos A formação de um plasma à pressão atmosférica que seja útil para finalidades analíticas, depende da forma como a energia é proporcionada ao plasma e da geometria deste para a introdução das amostras. A energia proporcionada ao plasma deve ser fornecida por uma fonte suficientemente estável para manter o equilíbrio dinâmico das partículas formadas. Como esta energia é proporcionada por uma fonte externa Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 21 (gerador de radio-freqüência no ICP, eletrodos de corrente contínua no DCP (Fig. 2.2) e gerador de microondas no MIP (Fig. 2.3), teoricamente, não existe limite para o calor gerado, em contraste com as chamas, onde as condições energéticas dependem da composição da mistura de gases no proceso de combustão. Nas fontes que empregam descarga elétrica por arco voltaico ou centelha, os elétrons obtém energia por aceleração no campo elétrico estabelecido entre eletrodos. O plasma DCP formado com o dispositivo mostrado na direita da Fig. 2.2 opera usando uma fonte de 20 A de corrente contínua. Entre os dois ânodos e o câtodo forma-se o plasma pela ionização do Ar que flui com vazão total de 7 L/min através dos blocos contendo os ânodos. O plasma apresenta duas colunas que convergem e no centro é despejado o aerossol da amostra. Os eletrodos (ânodos) são de grafite e o câtodo de tungstênio, são resfriados com água e isolados com cerâmica. A instrumentação necessária para formar este plasma é mais simples do que a do ICP, mesmo que os eletrodos devem ser substituídos periodicamente. Este plasma não apresenta problemas de entupimento por soluções com alto teor salino e mantém-se estável por longos períodos de trabalho. Entretanto, a transferência de energia entre a amostra e o plasma é menos eficiente do que no ICP, pelo que são detectadas preferencialmente linhas do espectro dos átomos neutros. Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 22 Figura 2.2 Configurações de plasma de corrente contínua DCP. O da esquerda apresenta tres eletrodos colocados em Y invertido e o da direita apresenta configuração cônica. O plasma DCP mostrado na Fig. 2.2 à direita, foi proposto como tentativa de melhorar a penetração da amostra. Os eletrodos estão dispostos em ângulos de 300 com respeito à horizontal e separados em 1200. O aerossol da amostra é despejado no plasma através de um capilar de 1 mm d.i. Esta configuração não apresentou vantagens pelo que não tem equipamentos comerciais. Outras configurações apresentam eletrodos distribuídos simetricamente no interior de uma tocha parecida ao ICP. Nestas configurações ocorrem problemas de desgaste dos eletrodos e contaminação com o material destes, geralmente tungstênio. O plasma induzido por microondas é formado em uma cavidade onde as microondas são focalizadas em um furinho central por onde çhega a amostra. Este tipo de plasma é mais adequado para operar com amostras gasosas. Pode ser formado em He obtendo-se radiação de fundo muito menor que o plasma formado em Ar. Permite aplicações em especiação em linha através do acoplamento com cromatografia gasosa. Inicialmente Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 23 foram usadas cavidades de Beenakker e posteriormente cavidades surfatron, mostrada na Fig. 2.3. As maiores dificuldades residem na focalização das microondas e na sintonização entre a fonte e o plasma. Para conseguir isto as cavidades devem ser construídas com instrumentação de alta precisão. Figura 2.3 Esquema da cavidade de Beenakker usada no plasma de microondas MIP. No processo indutivo do ICP, os elétrons recebem energia do campo magnético induzido, produzido numa espiral energizada pelafonte de alta radio freqüência. Quando se energiza uma espiral tipo solenóide, o campo magnético induzido apresenta linhas distribuídas de forma homogênea, no sentido do eixo da espiral. Como a corrente é produzida por fonte de radiofreqüência, energia alternada, o campo formado é oscilante, mudando o sentido dependendo da freqüência. No caso de 27,12 MHz têm-se 27,12 ´ 106 ciclos/s. Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 24 2.4 A tocha no ICP. O plasma é formado na tocha, a qual é constituída por três tubos concêntricos de quartzo, com entradas independentes para cada seção anular. Na seção anular externa, o gás é introduzido tangencialmente, com fluxo superior a 12 L/min. Nas primeiras configurações de tochas, a entrada do gás do plasma era inclinada, de forma a produzir o chamado "vórtice de Reed", que se supunha, era isolante térmico dos tubos de quartzo e permitia a centralização do plasma. Na seção anular intermediária entra o gás auxiliar, a uma vazão de 1 L/min, necessário para estabilizar o plasma. Na seção interna ou tubo injetor, entra o aerossol da amostra, por arraste com gás em vazões abaixo de 1 L/min. O tipo de gás e as vazões podem modificar a forma do plasma, seu tamanho e a nitidez do contorno. Quando se emprega Argônio, obtém- se um plasma comprido e semidifuso; ao utilizar Nitrogênio o plasma é menor e com margens bem definidas. O Nitrogênio tem que ser dissociado para depois ionizar-se, o que requer aproximadamente 1000 Kcal/mol, enquanto o Argônio requer menos que 500 Kcal/mol. Esta diferença energética dificulta a formação do plasma, pelo que, em geral, o gás utilizado pelos equipamentos comerciais é o Argônio. A tocha de quartzo é introduzida no interior da espiral de indução, colocada de forma equidistante. A ponta da tocha sobressai da espiral, enquanto que o tubo mais interno não chega a ser introduzido na mesma. As linhas do campo magnético induzido ficam distribuídas axialmente ao longo da tocha. A espiral, em geral, tem três voltas de tubo de cobre oco (3 mm de di) e é refrigerada com água. O esquema da montagem da tocha e da espiral é mostrado na Fig. 2.4. Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 25 Figura 2.4 Esquema da montagem da tocha e espiral de indução. 2.5 Formação do plasma Para iniciar o processo de formação do plasma, usa-se uma fonte de Tesla que proporciona descarga elétrica na região de entrada do argônio do plasma. Estes elétrons provocam as primeiras ionizações do Argônio. Aumentando-se a energia na fonte de RF, os elétrons produzidos são acelerados pelo campo magnético, atingindo energia cinética elevada. Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 26 Figura 2.5 Esquema do processo de formação do plasma em ICP. Esta energia é transferida para outros átomos através de colisões, produzindo mais íons do gás e elétrons. Assim, inicia-se um processo em cascata até a formação do plasma. Neste período, até atingir o ajuste entre a energia cedida pela fonte de RF e a utilizada no plasma, ocorre o processo de sintonização do acoplamento. A técnica denomina-se “plasma com acoplamento indutivo” e o dispositivo que garante o acoplamento é chamado de matching box. Este deve ser ajustado de tal forma que a energia refletida seja a mínima possível (<5 W). Este parâmetro indica a Entrada dos gases: Plasma, Auxiliar e Nebulização Entrada de água pela bobina de indução Fechar entrada de gás de nebulização Iniciar o Fornecimento de ENERGIA RF Verificar a posição do capacitor de Acionar a descarga Tesla Equilibrio dinâmico PLASMA {Ar (15 L/min), Ar+ (2%) , e (1015 /cm3)} Ar + e Ar+ + e Ar Ar+ + e Ar Ar+ + e Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 27 estabilidade do acoplamento. Porém, se a energia refletida permanecer alta, há indicação de problemas na geometria da montagem de tocha, ou quando ocorre uma mudança brusca, o que pode ser devido à solução introduzida. 2.6 Geradores de RF Os geradores de radio-freqüência nos equipamentos comerciais de ICP são osciladores que proporcionam corrente alternada a freqüências de 27,12 MHz ou 40,68 MHz, dependendo do fabricante, e potência nominal de 2 kW. Os circuitos osciladores básicos consistem em um capacitor e un indutor (bobina) em paralelo. Os dois tipos de osciladores mais usados em ICP são: os controlados por cristal e os free-running. Fontes de RF baseadas em cristal piezoelétrico oscilando a freqüência fixa, proporcionam RF constante. As mudanças de impedância no plasma refletem-se em perda de potência, provocando aumento da energia refletida. Nestes casos, para estabiliza-lo deve ser efetuada nova sintonização. Existem sistemas que têm sistema automático para sintonizar-se (autotunning) quando ocorrem instabilidades. A fonte de RF, pode ser acoplada ao plasma através de um capacitor variável, que serve para sintonizar a energia entre os dois sistemas, através do casamento de impedâncias. A radio-freqüência pode ser produzida por um circuito oscilador do tipo L-C, indutor-capacitor (free-running). A freqüência do oscilador é auto-ajustada pelos valores dos componentes do circuíto que inclui a bobina de indução. Nestes sistemas, os valores são modificados quando ocorrem mudanças na impedância do acoplamento ao plasma, ocorrendo Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 28 mudanças na freqüencia de operação mas a transferência de potência é garantida. Com o aumento da RF, altera-se a distribuição das linhas do campo magnético dentro da tocha produzindo-se o chamado “skin depth effect”. Este efeito é inversamente proporcional a Ö da freqüência. A largura radial do plasma é determinada por esse efeito. O efeito do largura radial do plasma nos parâmetros como densidade eletrônica e Temperatura dos elétrons é importante, uma vez que afeta o fluxo de partículas carregadas que são balanceadas pelos processos de produção delas. A Temperatura dos elétrons é determinada pelo balanceamento de elétrons- íons, enquanto que a densidade eletrônica determina-se pelo balanceamento da energia dos elétrons. (Capítulo 4) O aumento da radiofreqüencia até 100 MHz, produziu um plasma anular, parecendo uma rosca, pela distribuição das linhas do campo magnético na região perto da bobina de indução. Desta forma, a introdução da amostra na forma de aerossol pelo centro do plasma fica mais fácil e não provoca perturbação energética. Os plasmas induzidos usando RF mais alta apresentam menor contribuição da radiação do continuum, contudo maior produção de íons moleculares tem sido reportada. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CAP. 2 1. BABAT, G.I. Electrodeless discharges and some allied problems. Journal of Inst. Electr. Eng., v. 94, p. 27-37, 1947. 2. REED,T. Induction-coupled plasma Torch. Journal of Applied Physics, v. 32, p. 821-824, 1961. Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 29 3. REED, T. Growth of refractory crystals using the induction plasma torch. Journal of Applied Physics, v. 32, n. 12, p. 2534-2536, 1961. 4. GREENFIELD, S.; JONES, I.L.I.; BERRY, T.C. High pressure plasmas as spectroscopy emission sources. Analyst, v. 89, p. 713-720, 1964. 5. WENDT, R.H.; FASSEL, V.A. Induction-coupled plasma spectrometric excitation source. Analytical Chemistry, v. 37, p. 920- 922, 1965. 6. MONTASER ,A.; FASSEL, V.A Inductively coupled plasma as atomizationcells for atomic fluorescence spectrometry. Analytical Chemistry, v. 48, p. 1490-1499, 1976. 7. HOUK, R.S.; FASSEL, V.A.; FLESH, G.D.; SVEC, H.J.; GRAY, A.L.; TALOR, C.E. Inductively coupled argon plasma as ion sources for mass spectrometric determination of trace elements. Analytical Chemistry, v. 52, p. 2283-2289, 1980. 8. MEYER, G.A. Conical three-electrode DC Plasma for spectrochemical analysis. Spectrochimica Acta, v. 42B, p. 333-339, 1987. 9. BOLLO-KAMARA, A.; CODDING, E.G. Considerations in the design of a microwave induced plasma utilizing the TM010 cavity for optical emission spectroscopy. Spectrochimica Acta, v. 36B, p. 973- 982, 1981. 10. GOODE, S.R.; CHAMBERS, B.; BUDDIN, N.P. Use of a tangential flow torch with a microwave induced plasma emission detector for gas chromatography. Spectrochimica Acta, v. 40B, p. 329-333, 1985. 11. HEITKEMPER, D.; CREED, J.T.; CARUSO, J.A. Helium microwave induced plasma mass spectrometry detection for reverse phase high performance liquid chromatograph. Journal of Chromatographic Science, v. 28, p. 175-181, 1990. Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 30 12. MONTASER, A. Assessment of the potentials and limitations of plasma sources compared to ICP discharges for analytical spectrometry. In: MONTASER, A.; GOLIGHTLY, D.W.X. Inductively coupled plasma in analytical Atomic-Spectrometry. 2.ed. New York: VCH Publishers, 1992. p. 1-44. 13. GREENFIELD, S.; MONTASER, A. Common RF generators, and sample introduction systems. In: MONTASER, A.; GOLIGHTLY, D.W.X. Inductively coupled plasma in analytical Atomic- Spectrometry. 2.ed. New York: VCH Publishers, 1992. p.187-220. 14. BRADSHAW, N.; HALL, E.F.H.; SANDERSON, N.E. Inductively coupled plasma as an ion source for high resolution mass spectrometry. Journal of Analytical Atomic Spectrometry, v. 4, p. 801-803, 1989. Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 31 CAPÍTULO 3. INTRODUÇÃO DA AMOSTRA. Uma vez formado o plasma, procede-se à introdução do aerossol da amostra pelo tubo central. Isto modifica o aspecto do plasma; observa-se um escurecimento no canal central e, no topo aparece uma chama comprida. Esta configuração do plasma tem uma seção de corte transversal, denominada de toroidal, que caracteriza-se por dois círculos concêntricos. A Fig. 3 mostra a distribuição na região do plasma e do canal da amostra. O aumento da energia refletida durante o processo de introdução da amostra no plasma homogêneo pode indicar problemas na colocação da tocha, dimensões desta e/ou vazão do gás de nebulização [1]. Estes fatores as vezes impedem um bom acoplamento e a estabilização do plasma. Em equipamentos usando fontes de RF de 50 e 148 MHz a estabilização do plasma é mais fácil do que naqueles de 27 MHz [2-4]. Para compensar o efeito da introdução da amostra, em alguns sistemas é recomendado desligar o gás auxiliar para estabilizar o plasma. Instabilidades da energia refletida durante a análise podem ocorrer devidas ao tipo de solução introduzida, a entupimento do injetor ou variações no sistema de introdução da amostra. A introdução da amostra pelo canal central do plasma apresenta um formato com as seguintes vantagens: 1. Os átomos da amostra ficam restritos ao túnel central. Este canal é estreito e conduz a amostra ao seio do plasma sem alterar o regime energético que o sustenta. Desta forma, o plasma fica robusto para aceitar amostras de diferentes natureza e concentração. 2. A região do plasma formado no meio da espiral (região ativa) permite a transferência eficiente da energia do plasma para a amostra. Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 32 3. O volume ocupado pela amostra alarga-se à medida que se afasta da espiral e, na região utilizada para deteção da emissão ocupa a maior parte do corte transversal. Nesta região, a radiação de fundo devida ao plasma diminui, o que permite atingir melhores limites de detecção. 4. Evita-se a mistura do gás do plasma com o aerossol da amostra, reduzindo a probabilidade de autoabsorção e contaminação pelo gás do plasma. Isto, na prática reflete-se em faixas analíticas lineares mais amplas e na possibilidade de uso de Ar comercial. Um dos aspectos mais importantes para o bom desempenho analítico do plasma, reside no procedimento de introdução de amostras[5]. As amostras podem ser introduzidas nas formas gasosa, líquida e sólida. 3.1 Introdução de amostras líquidas A forma mais comum para introdução de amostras é através da formação de aerossol gás/líquido num nebulizador. Diversos sistemas de nebulização instalados em câmaras de nebulização de diferentes geometrias, têm sido descritos [6]. A formação do aerossol, a seleção de uma porção homogênea de gotas e a condução para o plasma, são de extrema importância para a obtenção de bons resultados[7]. Entre as propriedades do aerossol são importantes: o tamanho e a distribuição das gotículas, as quantidades de amostra e solvente transferidas para o plasma, as flutuações do sistema de nebulização. A qualidade do aerossol produzido depende do nebulizador, enquanto que a seleção da parte do aerossol transferido para o plasma depende da câmara de nebulização [25] Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 33 3.1.1 Nebulizadores Pneumáticos Existem vários projetos de nebulizadores pneumáticos para introduzir amostras líquidas no plasma. Estes são construídos com dois tubos finos (1 mm di), por onde entra o gás, geralmente Argônio, e a amostra líquida. Na passagem do gás, de uma constrição a uma expansão brusca, provoca-se uma região de vácuo (princípio de Venturi) permitindo a aspiração da amostra líquida. Além de aspirar a amostra os nebulizadores pneumáticos servem para formar o aerossol da amostra. Na Fig. 2.4 são mostrados alguns nebulizadores deste tipo. Entre estes, temos: os de fluxo cruzado, os concêntricos e os que toleram maior quantidade de sólidos como o de Babington. Estes nebulizadores por ter tubos de diâmetro pequeno, apresentam pouca tolerância de ajuste e problemas para amostras com teor de sólidos acima de 2% [7]. Nos nebulizadores pneumáticos a vazão de aspiração depende da diferença de pressão provocada pelos fatores de construção e dimensões relacionados pela equação de Poiseuille [eq.3.1]. O principal requisito é que o gás atinja altas velocidades para que, na expansão, provoque uma queda considerável de pressão e o líquido seja aspirado. Os nebulizadores pneumáticos mais usados foram os de fluxo cruzado (cross flow). No início estes nebulizadores eram ajustáveis (Fig. 3.1 à esquerda) onde o operador devia encostar as agulhas até chegar na posição de aspiração. Depois foram comercializados os nebulizadores fixos e no anos 80 foram introduzidos os nebulizadores concêntricos (Fig. 3.1 à direita) [8,9] Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 34 Figura 3.1 Nebulizadores pneumáticos para ICP. A direita mostra-se o nebulizador concêntrico e a esquerda o nebulizador de Fluxo Cruzado (Cross-flow). A produção de um aerossol com gotículas de tamanho menor é resultante da maior interação entre o gás e o líquido. Q = p R4 DP/ 8 h L [3.1] onde : Q a vazão de aspiração do líquido R o raio do tubinho capilar para a amostra DP a diferença de pressão h a viscosidade da solução L o comprimento do capilar. Nesta equação não se considerou o fator de fricção do líquido nas paredes docapilar e se supõe que a velocidade junto às paredes é nula. Através desta equação entende-se porque a capacidade de aspiração varia com a viscosidade da solução[10,11]. Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 35 O mecanismo de formação das gotículas após a aspiração da amostra nos nebulizadores pneumáticos, foi descrita por Nukijama e Tanasawa. pela equação empírica a seguir. do=585/v(s/r) 1/2 + 597[h/(s/r)1/2]0,45 {1000 Qliq/Qgas} 1,5 [3.2] onde : do diâmetro médio das gotículas (µm) v diferença entre a velocidade do gás e do líquido (m/s) s tensão superficial (dinas.cm) r densidade do líquido (g/ml), h viscosidade do líquido (poises) Qliq, Qgás fluxos volumétricos de líquido e gás. As faixas de variação de alguns parâmetros testados foram 30 < s < 73; 0,01 < h < 0,3 e 0,8 < r <1,2. Para outros valores a equação pode levar a resultados errados. A equação 2.2 foi desenvolvida considerando- se ar como gás, mas utilizando-se Argônio não se introduz erro significativo. Para nebulizadores concêntricos a equação foi modificada. A equação para o cálculo do diâmetro da gotícula dado por Sauter, d3,2 (µm) é dada pela equação : d3/2 = 585(s 1/2 /c r1/2 )+ 597 [µ/(s/rs)1/2]0,45 {1000 Qliq/Qgas} 1,5 [3.3] onde: r densidade em g/cm3 s tensão superficial (dinas.cm) µ coeficiente de viscosidade do líquido (dinas/cm2) Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 36 c velocidade relativa entre o gás e o líquido (m/s) Qliq, Qgás fluxos volumétricos de líquido e gás. Na distribuição por tamanhos de gotas têm-se que considerar as vazões de gás e líquido, as propriedades físicas de vários solvente e gases e as dimensões dos nebulizadores Para manter a vazão constante através do nebulizador e evitar problema com a viscosidade das soluções, as amostras são introduzidas por bombeamento usando-se bombas peristálticas. O efeito de usar a bomba peristática pode ser observado nas curvas da Fig. 3.2. Em geral a eficiência dos nebulizadores concêntricos aumenta, quando se aumenta a vazão do gás de nebulização. O uso da bomba peristáltica para introduzir soluções refletiu-se em aumento da eficiência para vazões acima de 0,8 L/min do gás de nebulização somente nos nebulizadores concêntricos tipo 20. Figura 3.2. Efeito do uso da bomba peristáltica na eficiência de transporte em nebulizadores pneumáticos. Nebulizadores Con- cêntricos e de Fluxo Cruzado fixo ou ajustáveis, sem (-) ou com (+) bombeamento. Vazão do gás de nebulização [L/min] % Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 37 Para os nebulizadores de fluxo cruzado FC ajustáveis a eficiência é constante, mesmo aumentando a vazão do gás de nebulização. Quando se emprega bombeamento da solução no nebulizador FC ajustável, a eficiência melhora para vazões acima de 0,8 L/min do gás de nebulização. Para os nebulizadores FC fixos com bombeamento da solução, a eficiência aumenta com o aumento da vazão do gás de nebulização. O maior efeito da bomba peristáltica reflete-se na precisão das medidas, principalmente para introdução de soluções com densidade ou viscosidade diferentes. 3.1.2 Nebulizadores Ultrassônicos. Este tipo de nebulizador produz aerossol da amostra líquida em uma membrana que vibra com freqüência ultrassônica promovida pela ação de uma fonte de RF transmitida por água. A solução da amostra escorre pela membrana e pelo efeito de cavitação ou de "gêiser" formam-se finas partículas de líquido que formam um aerossol e são transportadortadas por um gás que é introduzido tangencialmente [12]. Estes nebulizadores são utilizados para amostras com concentrações salinas altas [13]. Nestes nebulizadores a eficiência de transporte da amostra para a tocha é de 5 a 10 % sendo descartada a maior fração da mesma. Um esquema do nebulizador ultrassônico é mostrado na Fig. 3.3. Este nebulizador pode ser acoplado a uma unidade de dessolvatação. No esquema, vê-se o gerador de ultrassom que fornece energia a freqüências entre 200 kHz e 10 MHz. Estas ondas são focalizadas na superficie de um líquido usando uma lente ou um guia de ondas. Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 38 As ondas logitudinais se propagam num transdutor, esfriado por água ou ar, e atigem a membrana a qual vibra intensamente, desagregando a amostra líquida em gotículas. Figura 3.3 Esquema do nebulizador ultrassônico. O comprimento de onda na superficie da membrana é : l= (8p s/r n2)1/3 [3.4] onde : l comprimento de onda s tensão superficial r densidade do líquido n é a freqüência do ultrassom. A média do diâmetro das gotículas produzidas é : d = 0,34 l. Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 39 3.1.3 Outros Nebulizadores. O nebulizador de injeção direta, conhecido como DIN (Direct Injection Nebulizer), foi projetado para introdução de pequenos volumes de amostra com alta eficiência [14]. Este sistema tem uma válvula de amostragem automática com uma alça de volumes entre 10 e 100µl. A solução da amostra é empurrada por gás bombeado a alta pressão (120 psi) através de um tubo injetor, que despeja as gotículas da amostra diretamente no plasma. A bomba de pistão serve para o deslocamento do gás no capilar introduzido na tocha como mostra a Fig. 3.4. Embora a pressão seja alta a movimentação da solução pelo capilar é variável e depende da densidade. O capilar encontra-se dentro do tubo mais interno da tocha, e por este tubo é usada uma vazão de argônio auxiliar baixa de 0,1 L/min-1. Este sistema foi usado para introdução de compostos orgânicos no plasma . O nebulizador hidráulico de alta pressão, denominado HHPN (Hydraulic High Pressure Nebulizer), usa bomba de pistão de alta pressão para introduzir amostras viscosas (óleos). O aerossol é impactado numa esfera na entrada da câmara de nebulização, onde se desagrega em partículas que são carregadas por gás para o plasma [15]. Este injetor pode ter acoplado uma válvula de injeção da amostra como a do DIN. Outro dispositivo que foi recentemente proposto, permite a decomposição da amostra no percurso usando aquecimento sob altas pressões em um capilar de Pt/ Ir aquecido externamente com filamento de Ni/Cr. A importância deste tipo de nebulizador reside no bico que produz o jato de amostra a alta pressão sobre o impactador. Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 40 Figura 3.4 Esquema do sistema de nebulização com injeção direta DIN. 3.2.Introdução de amostras gasosas. 3.2.1Geração de hidretos Diversos elementos (As, Sb, Bi, Se, Te, Ge, Sn, Pb) quando encontram-se nos estados de valência menor podem ser reduzidos a hidretos voláteis. Para a geração de hidretos tem sido usada redução com zinco metálico, através de processo electrolítico e borohidreto de sódio. 1 mm Capilar da amostra dreno Bomba de gás Unidade de controle injetor DIN ICP Material Cerâmico Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 41 Sendo que este último tem sido mais usado. A geração de hidretos voláteis permite a separação destes compostos da amostra usando um separador gás/líquido. Após separados são arrastados para o plasma com um fluxo de argônio [16,17]. Diferentes dispositivos para separação dos hidretos têm sido acoplados em linha com o plasma,seja pela introdução direta na câmara de nebulização ou conetados com o nebulizador. Para manter a estabilidade do plasma, somente o Argônio arrastando os hidretos devem entrar no tubo injetor, evitando-se a passagem do líquido. O separador de fases construído em vidro deve ser dimensionado de forma que, permita manter o nivel constante na coluna de líquido no tubo em U, caso contrário descompensam-se as pressões e o líquido pode ser arrastado para o plasma. A separação dos hidretos também pode ser efetuada usando uma câmara com membrana ou tubo microporoso de Teflon PTFE, sendo que a primeira apresenta maior risco de romper-se. Os compostos gasosos difundem pelo PTFE e são transportados por Argônio para o plasma. O transporte dos hidretos para o plasma apresenta eficiência > 95%. Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 42 Figura 3.5 Esquema do sistema para Geração de Hidretos. 3.2.2 Vaporização electrotérmica A amostra em solução pode ser dessolvatada e evaporada num dispositivo electrotérmico tal como, bote de tântalo, forno de grafite [18] e diferentes tipos de peças construídas en tungstênio (filamentos, cubas, etc). Na Fig. 3.6 é mostrado o sistema de vaporização eletrotérmica com forno de grafite acoplado ao ICP. NaBH4 HCl Amostra dreno Argônio ICP dreno Bomba Peristáltica Rotâmetro Separador gás/líquido Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 43 Figura 3.6 Acoplamento de sistema de vaporização eletrotérmica ao ICP. Um pequeno volume (20 a 40 µl) de amostra é colocado no vaporizador eletrotérmico. O aquecimento do dispositivo eletrotérmico é efetuado de forma gradual, tendo uma etapa de secagem de forma a eliminar o vapor de água, em seguida a temperatura é aumentada para produzir a vaporização da amostra. Em alguns casos, programa-se uma etapa intermediária que permite dissociar as moléculas e eliminar por volatilização espécies da matriz da amostra, que constituem-se em possíveis interferentes. Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 44 Os vapores da amostra, quando são transportados para o plasma sofrem dispersão, gerando um gradiente de concentração que reflete-se em um sinal transiente. Para conseguir bons resultados, o controlador de aquecimento do dispositivo eletrotérmico deve estar sincronizado com o sistema de aquisição do sinal no ICP. 3.3 Introdução de Amostras sólidas. A introdução direta de amostras sólidas pode efetuar-se utilizando un recipiente de grafite colocado na ponta de um haste que é introduzida pelo tubo central da tocha (modificada) até o plasma. A quantidade de amostra é de 1 a 20 mg. [19] Outro sistema utiliza ultrassom para produzir o arraste das partículas sólidas por Ar. A amostra sólida finamente dividida é introduzida em um tubo (0,5´5 cm) usando ultrassom para a deposição homogênea dentro do tubo. Este tubo é colocado em um sistema que recebe Ar para resuspender o material e, formar um aerossol sólido/gás que é transportado para o plasma, como mostra a Fig. 3.7.[20] Este sistema tem sido usado para amostras de origem geolólcas finamente divididas (400 mesh). A análise indireta de amostras sólidas pode ser efetuada pela dissolução em linha, ca por electrodissolução de uma liga metálica em sistema em linha acoplado ao nebulizador [21], electroerosão e volatilização por ação de laser (laser ablation) [22]. Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 45 Figura 3.7 Sistema para transporte de amostra sólida diretamente no ICP. 3.4 Desempenho na Introdução da amostra a) Utilização de 100 % da amostra, formação de nuvem com homogeneidade de gotículas. Os aerosois produzidos por nebulizadores pneumáticos convencionais são polidispersos com mais de 108 gotas/s. Tamanho de gota ideal 10 -20mm para ser completamente vaporizada. b) Sensibilidade indicando bom compromisso de fluxo do transporte da amostra através do plasma, homogeneidade da nuvem de amostra e a energia deste. c) Reduzida produção de óxidos através da eliminação dos solventes. Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 46 d) Baixo sinal de fundo evitando-se ruidos provocados por gotículas ao acaso. e) Tempo de lavagem curto, evitando-se efeitos de memória 3.5 Dispositivos para Seleção do Aerossol 3.5.1 Câmaras de nebulização Os nebulizadores despejam o aerossol em câmaras de nebulização. A primeira função destas câmaras consiste em separar as gotículas de aerossol, sendo as maiores condensadas e descartadas e as menores que formam uma nuvem mais homogênea deverão ser conduzidas para o plasma. O efeito da adição de metanolna formação do aerossol é mostrado na Fig. 3.8. Nestas câmaras ocorre uma redução do total de aerossol introduzido pelo nebulizador e uma modificação da distribuição pelo tamanho de gotículas. Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 47 Figura 3.8 Efeito da concentração de metanol em solução aquosa na distribuição do tamanho de gotas. A câmara será avaliada pela capacidade na separação do aerossol, através da homogêneidades e de tamanho de gotículas deste, a eficiência de transporte, as facilidades para limpeza diminuindo efeitos de memória e a estabilidade de pressão e temperatura. As mais simples (Fig. 3.9a) tem um compartimento reto com um dreno perto do nebulizador e a saída do aerossol para a tocha no outro extremo. No interior destas câmaras coloca-se um anteparo para impedir a passagem de gotículas grandes para (a) Água (b) 10% MeOH c) 20% MeOH (d) 30% MeOH % % Diâmetro gota (µm) % % Diâmetro gota (µm) Diâmetro gota (µm) Diâmetro gota (µm) Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 48 o plasma. Câmara de nebulização de duplo passo, desenvolvida por Scott et alii (1974) apresenta dois tubos concêntricos sendo o tubo interno aberto no fundo (Fig. 3.9). No extremo oposto do nebulizador tem o dreno, uma vez que a maior condensação de gotículas ocorre ao chocar com a parede do fundo. O aerossol que não condensa, passa pela região entre os tubos e sobe para a tocha. Este tipo de câmara pode ter dupla parede externa refrigerada para aumentar a eficiência na remoção das gotículas grossas do aerossol. Outras câmaras usando formato cônico com impactadores tem sido usadas (Fig.3.9), uma delas denominada de câmara de ciclão desenhada de forma que o aerossol adquere movimento em espiral e a separação das gotas maiores se da pela ação da força centrífuga. Câmaras de tamanho pequeno tem sido desenhadas para trabalhar com sistemas de injeção em fluxo [25]. Figura 3.9 Câmaras de nebulização. A esquerda a câmara de duplo passo ou tipo Scott, a direita câmara com elemento de impacto. 3.5.2 Dessolvatadores. Unidades de dessolvatação tem sido acopladas aos nebulizadores para evitar o transporte de solvente para o plasma, principalmente útil Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 49 para remoção de solvente orgânicos. A desolvatação consegue-se pelo aquecimento até evaporação do solvente e depois remoção por condensação. Dispositivos com membranas hidrofóbicas de PTFE permitem a difussão de vapor de água. Na Fig 3.10, são mostrados alguns sistemas. MDMI injetor de micropartículas secas monodispersas Um feixe monodisperso de gotículas gera-se com uma microbomba, injeta as gotas em um fluxo de gás de forma isocinética. Dessolvata as gotas até um pontoajustável em um forno e carrega as gotas e as partículas desolvatadas no centro do ICP. Figura 3.10 Sistemas para dessolvatação da amostra nebulizada com nebulizador ultrassônico (Cetac U-6000). 3.6. Processamento das amostras no plasma. As soluções quando são nebulizadas formam aerossol que é despejado em uma câmara onde grande parte das gotículas são Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 50 condensadas. Os componentes da amostra na fase líquida (MX) seguem para a tocha e no transporte ocorre a desolvatação pasando à fase gasosa (MX)g. Em continuação, durante a passagem pelo plasma ocorre a dissociação produzindo moléculas (MO, MOH, MH, MAr, MN, etc.), atômos (M), iôns (M+, M++), elétrons livres (e), moléculas excitadas (MX*), átomos excitados (M*), íons excitados (M+*) e as radiações decorrentes. O equilibrio da fase gasosa no plasma é muito complexo, co- existindo as espécies mencionadas envolvidas em diferentes processos. Um esquema dos processo envolvidos no equilibrio da fase gasosa da amostra no plasma é mostrada na Figura 3.11 Figura 3.11 Esquema dos processos e espécies no equilíbrio da fase gasosa no ICP. MO, MOH, MH MO* MOH* MH* MX* MXlíq. MXgas M Excitação Emissão Dissociação Associação Recombinação M+ E m i s. M+* M+ + E m i s. M* E m i s. Associação Dissociação Recombinação E x c. E x c. Ionização Ionização E x c. Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 51 3.7 Sistemas de Análise por injeção em fluxo em ICP A análise por injeção em fluxo (FIA), descrita por Ruzicka e Hansen em 1975, teve como principios básicos a injeção da amostra em um fluido carregador onde durante o transporte sofre dispersão controlada e os sinais gerados são detectados em tempos reprodutíveis. O transporte da amostra nos sistemas FIA, geralmente ocorre na forma líquida-líquida, o que envolve um processo de difusão-convecção sob fluxo em regime laminar. O processo total de dispersão é caracterizado pelo sinal transiente monitorado enquanto a amostra passa pelo detector. Os sinais transientes gerados são consequência dos parâmetros hidrodinâmicos de fluxo, sendo os principais o volume injetado, vazão do fluido transportador e dimensões do percurso analítico [27]. Além destes, são relevantes, os efeitos sobre a dispersão devidos à forma de efetuar a introdução da amostra por tempo ou por alça de amostragem, tipo de reatores no percurso analítico, lineares, helicoidais, trançados em 3-D, etc, cinética das reações envolvidas e volume morto do detector. Através da exploração do gradiente de concentrações gerados é possível excecutar o gerenciamento de soluções, podendo adicionar reagentes, diluir soluções, efetuar processos de separação e pre- concentração e outros em linha com diferentes detectores. Acoplamento FIA-ICP. O sistema de fluxo é acoplado ao sistema de entrada de amostras no plasma, geralmente um nebulizador. A zona dispersa da amostra chegando ao nebulizador é transformada em aerossol com argônio, desta forma passa por uma câmara de nebulização de onde é transportada na Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 52 forma de gotículas até a tocha. Neste percurso a amostra sofre desolvatação, desta forma o soluto entra disperso em argônio pelo centro do plasma. O processo de geração de aerossois provoca condições de fluxo turbulento, principalmente no interior da câmara de nebulização e a alta razão entre a superfície e o volume das gotículas favorece a remoção do solvente enquanto são transportadas para o plasma. Durante a desolvatação, o volume da fase gasosa é muito maior e as condições de fluxo laminar são reestabelecidas, entretanto com este processo se observa um alargamento da zona da amostra [28]. Para conseguir resposta rápida e evitar dispersão, têm sido propostas câmaras de nebulização de volume reduzido [29,30]. Para efetuar medição multielementar em sinais FIA são requeridos espectrômetros simultâneos ou sequenciais de varredura rápida. Em geral, as montagens óticas empregam tubos fotomultiplicadores como transdutores. Detectores multicanais como detectores lineares de arranjo de fotodiodos (photodiode array), tubos vidicon ou arranjos bidimensionais baseados em transferência de carga (CCD charge coupled device e CID charge injection device) têm sido incorporados aos equipamentos de plasma [31,32]. Outro ponto relevante refere-se à medição simultânea do fundo em sinais transientes. Usualmente, os espectrômetros simultâneos estão provistos com um acessório ótico para efetuar medições do fundo nas imediações (0,01 nm) do pico, este tipo de medição é possível em sinais constantes, uma vez que o tempo requerido é bem maior. Para efetuar este tipo de medição de fundo em um sinal transiente é necessário produzir um sinal largo, com a consequente perda de sensibilidade [33]. Para efetuar de forma mais dinâmica a medição do fundo em sinais transientes, foi desenvolvido um sistema ótico usando arranjo de Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 53 fotodiodos que medem simultaneamente o sinal e o fundo [34] e outro sistema com eletrônica muito rápida para aquisição destes sinais alternadamente [32] A medição de vários isótopos por espectrometria de massas em sinais transientes pode ser efetuada através de varredura rápida da região do espectro de interesse ou pode-se medir usando somente o máximo dos picos dos isótopos de interesse. Enquanto na medição por varredura tem- se informação de diversos elementos na amostra, a sensibilidade pode ser prejudicada pelo curto tempo para aquisição das leituras. A medição empregando o máximo dos picos é vantajosa para poucos picos. Para determinação de mais de 10 picos o desempenho é comparável com a medição por varredura. A vantagem da medição individual dos picos é a possibilidade de programar o tempo de aquisição do sinal diferente para cada isótopo, e desta forma compensar aqueles isótopos menos abundantes ou aqueles que na amostra encontram-se em menor concentração. A combinação da análise por injeção em fluxo (FIA) com a espectrometria de plasma tem sido muito eficiente para algumas aplicações em química analítica visando determinações multielementares. Entre estas podemos citar a introdução de microvolumes de amostra, especialmente quando se dispõe de volumes reduzidos de amostra [35- 37], ou para introducçao de amostras contendo altos teores salinos [38,39]. As facilidades da análise em fluxo se extendem também para efetuar diluições em linha [33,40] e calibrações usando adições de padrão, adição de padrão interno e adição de material com razão isotópica alterada[41-43]. Introduzindo na linha alguns dispositivos para efetuar separação da matriz [44], preconcentrações [45,46], especiação [47], e também dissolução da amostra. Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma 54 1. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 2. GREENFIELD, S.; JONES, I.L.I.;. BERRY, C.T. High pressure plasmas as spectrocopic emission sources. Analyst, v. 89, p. 713-720, 1964. 3. MICHAUD-POUSSEL, E.; MERMET, J.M. Influence od the generator frequency and plasma gas inlet area on torch design in inductively coupled plasma atomic emission spectrometry. Spectrochimica Acta, v. 41B, p. 125-132, 1986. 4. WEBB, B.D.; DENTON, M.B. Comparison of a very high frequency148 MHz inductively coupled plasma to a 27 MHz ICP. Spectrochimica Acta, v. 41B, p. 361-376, 1986. 5. BOUMANS, P.W.J.M.; VRAKKING, J.J.A.M. 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