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As Políticas Públicas no Brasil Acadêmicos Claudia Braz, Cinthia Jacobs, Tânia Beatriz Schneid, Luciano Argerich Professor-Tutor Externo Paulo Juarez Cruz Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI Curso (HOS 0049) – Seminário Interdisciplinar IV 21/11/17 RESUMO Em um contexto geral, podemos dizer que Epidemiologia é a ciência que estuda a frequência e distribuição geradas por uma série de fatores que levam a problemas de saúde da população, seja em determinados locais geográficos, ou em um determinado período. É o estudo que afeta a população. A partir deste estudo epidemiológico adquirido através de números, estatísticas geradas de vários questionamentos, foram dados determinantes para que o gestor de um estabelecimento seja público ou privado possa promover ações de controle, prevenção das mais diversas formas. Palavras-chave: epidemiologia, prevenção, políticas públicas INTRODUÇÃO As políticas públicas afetam a todos os cidadãos, de todas as escolaridades, independente de sexo, raça, religião ou nível social. Com o aprofundamento e a expansão da democracia, as responsabilidades do representante popular se diversificaram. Hoje, é comum dizer que sua função é promover o bem-estar da sociedade. O bem-estar da sociedade está relacionado a ações bem desenvolvidas e à sua execução em áreas como saúde, educação, meio ambiente, habitação, assistência social, lazer, transporte e segurança, ou seja, deve-se contemplar a qualidade de vida como um todo. E é a partir desse princípio que, para atingir resultados satisfatórios em diferentes áreas, os governos (federal, estaduais ou municipais) se utilizam das políticas públicas. 1 – DESENVOLVIMENTO 1.1 EPIDEMIOLOGIA E CONTROLE DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS NO BRASIL Na década de 1930, as doenças transmissíveis foram a principal causa de morte nas capitais do Brasil. As melhorias sanitárias, o desenvolvimento de novas tecnologias, como as vacinas e os antibióticos, a ampliação do acesso aos serviços de saúde e as medidas de controle fizeram com que esse quadro se modifica bastante até os dias de hoje. Porém, mesmo diante dos notórios avanços obtidos para controlar essas doenças, elas ainda se constituem como importante problema de saúde pública no país. Fatores de ordem biológica, geográfica, ecológica, social, cultural e econômica atuam simultaneamente na produção, distribuição e controle das doenças. O controle de doenças vetoriais, tais como: doença de Chagas, malária, leishmanioses, esquistossomose, febre amarela e dengue, depende de ações conjuntas de todos os níveis de atenção à saúde. A Biossegurança é um processo tanto funcional quanto operacional, de importância capital nos diferentes serviços de saúde e deve ser vista como um mecanismo de proteção, tanto para o paciente, quanto para os atores envolvidos nos cuidados de saúde. Além disso, tem um papel fundamental no despertar de uma consciência sanitária coletiva, seja na redução dos riscos e danos potenciais à saúde, seja na proteção do meio-ambiente pela manipulação e descarte de resíduos químicos, tóxicos e infectantes. Pode ainda ser conceituada como “um conjunto de ações voltadas à prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico prestação de serviços, capazes de comprometer a saúde do homem, dos animais, das plantas, do ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos” (CTBio-FIOCRUZ, 2003). No âmbito de atuação dos gestores estaduais do SUS, a Biossegurança se apresenta como um desafio importante na rede hospitalar (própria e conveniada/contratada); nos laboratórios e outras unidades de saúde; nas atividades desenvolvidas pela Vigilância sanitária e ambiental; nas ações de apoio técnico aos municípios e, ainda, na capacitação profissional proporcionada pelas Secretarias Estaduais de Saúde, tanto a seus servidores, quanto aos profissionais de saúde dos municípios. Dentre as preocupações maiores, salientam-se, principalmente: • A necessidade de formulação de uma política nacional de Biossegurança em Saúde, com identificação precisa das responsabilidades e atribuições das esferas de gestão do SUS; • A disseminação, ainda insuficiente, do conhecimento das normas de Biossegurança; • A carência de profissionais qualificados para a implantação de Projetos de Biossegurança na área da saúde nas diferentes regiões do Brasil; • A necessidade de adequação da infra-estrutura laboratorial e equipamentos de proteção individuais e coletivos; • A necessidade de investimento na capacitação profissional das equipes estaduais e municipais, utilizando-se principalmente as Escolas de Saúde Pública e Centros formadores de Recursos Humanos dos Estados, dentre outros; • A necessidade de monitoramento das atividades laboratoriais e controle de risco (saúde humana e ambiente); • A necessidade de monitoramento, planejamento e gerenciamento do descarte de resíduos das atividades de saúde (laboratórios, hospitais); • A necessidade de monitoramento, planejamento e gerenciamento das atividades produtivas de manufaturados que envolvem risco biológico (produção de vacinas, hemocentros, matadouros etc); • A necessidade de monitoramento de condições de ocorrência de epidemias e/ ou pandemias (Síndrome Respiratória Aguda Grave/SARS, Gripes aviária e suína, febre aftosa, encefalopatia espongiforme transmissível, Doença de Creutzfeldt-Jakob/vaca louca etc); • A necessidade de participação nos Planos de Contingência, também chamado de planejamento de riscos, plano de continuidade de negócios ou plano de recuperação de desastres, que têm o objetivo de descrever as medidas a serem tomadas por empresas, instituições e países; • A atuação no controle de emergência e reemergência de doenças (ebola, sars, febre amarela, dengue etc); • Participação nos planos de gerenciamento de resíduos comuns e sua correlação com os temas saneamento, higiene, habitação, saúde coletiva, segurança pública, qualidade de vida, qualidade ambiental. Um pungente exemplo de ignorância de normas de Biossegurança e do despreparo dos órgãos públicos em lidar com a questão foi o acidente com o Césio-137, em setembro de 1987, em Goiânia, quando um aparelho de radioterapia abandonado numa clínica desativada, foi roubado e desmontado, expondo a população daquela Capital à contaminação radioativa. 2- NÍVEIS DE ATENÇÃO À SAÚDE Levando-se em conta a grande quantidade e diferentes tipos de Instituições hospitalares vinculadas ao Sistema Único de Saúde e para poder atender a demanda da população e oferecer uma atenção mais específica e adequada, a saúde foi descentralizada para melhor triar os casos e desafogar centros especializados de alta complexidade, direcionando os casos de menor urgência ou de fácil resolução, se fazendo necessário a criação da classificaçãodos níveis de atenção em saúde, de acordo com a legislação do Ministério da Saúde, sendo eles: 2.1 Baixa complexidade ou básica: é a atenção primária ambulatorial, com baixa complexidade tecnológica, com foco na promoção e prevenção da saúde. Atendimento inicial ou de casos mais simples, tendo como foco marcação de consultas e os procedimentos realizados são curativos, radiologias e eletrocardiogramas. Trabalho realizado pelas Unidades básicas de Saúde (UBS). Neste nível são organizadas ações para promoção da saúde pública em espaços comunitários, campanhas para incentivar a vacinação e combate a dengue por exemplo. 2.2 Alta Complexidade: usualmente definida pelo custo unitário e pelo alto nível tecnológico envolvido, muito especializado, sem considerar sua complexidade. Neste nível podemos ver os grandes hospitais e tratamentos como exemplo cuidados e cirurgias cardíacas, transplantes de órgãos, oncologia, neurocirurgia, exames diagnósticos como ressonância magnética e tomografia computadorizada e medicamentos de alto custo. Terminologia geral dos hospitais: Hospital Geral : atender pacientes portadores de doenças de várias especialidades médicas, podendo ter ação limitada a um grupo etário (infantil), a uma determinada camada da população (hospital militar) ou a uma finalidade específica (hospital de ensino) Hospital especializado: assistência de uma determinada especialidade médica. Hospital Dia: atendimento realizado nos casos que o paciente utiliza com regularidade os serviços da instituição, na maior parte do dia, para fins de tratamento ou reabilitação. Hospital noite: utiliza com regularidade os serviços e o leito hospitalar durante o período noturno. Hospital de curta permanência: média de pacientes internados não ultrapassa período de 30 dias de internação. Hospital de longa permanência: ultrapassa o período de 30 dias de internação. Unidade sanitária: prestar assistência médica-sanitária a uma população, em área geográfica definida, sem internação de paciente, podendo prestar assistência médica às pessoas. Como exemplo os postos de saúde e centros de saúde Unidade mista (unidade integrada ou hospital unidade sanitária): características de unidade sanitária, acrescido de leitos para internação de pacientes basicamente pediátrico, obstétrico e médico cirurgia de emergência. Posto de assistência médica: assistência médica ambulatorial sem serviços médicos especializados. Policlínica: assistência médica ambulatorial com serviço médicos especializados Hospital local : destinado a servir a população de determinada área geográfica com assistência básica de clínicas médicas, pediatria, cirúrgica, obstétrica e de emergência Hospital distrital: além de prestar serviço médico cirúrgico próprio de hospital local a uma determinada população geográfica, presta serviços mais especializados a pacientes encaminhados de outras localidades, enviando pacientes que necessitam de atendimentos mais especializados, para hospitais de base. Hospital de base: hospital especializado referência que atende pacientes enviados de unidades menores, para uma determinada área geográfica. Hospital de ensino ou hospital universitário: hospital geral com características de hospital de base, utilizado por escolas de ciências da saúde como centro de formação profissional. Hospital de corpo clínico fechado: permite apenas atividade de profissionais do próprio corpo clínico Hospital de corpo clínico aberto: mesmo tendo seu corpo clínico estruturado, permite a qualquer profissional da comunidade internar e tratar seus pacientes Hospital de corpo clínico misto : faz concessão por cortesia a outros profissionais para internar e assistir seus pacientes. Hospital estatal ou paraestatal: integra Patrimônio da União estado, Distrito Federal e município, autarquias, fundações instituídas pelo poder público, empresas públicas e sociedades de economia mista (pessoas jurídicas de direito privado). Hospital privado ou particular: integra pessoa natural ou jurídica de direito privado, não instituída pelo Poder Público. Hospital beneficente: integra patrimônio de pessoa jurídica de direito privado, mantido por contribuições e doações particulares, destinado a seus contribuintes, não remunerando os membros de sua diretoria, aplicando seus recursos na manutenção e desenvolvimento dos seus objetivos sociais e bens. Hospital filantrópico : se propõe a prestação de serviços gratuitos à população carente em seus ambulatórios. Os leitos são reservados de acordo com a legislação em vigor, ao internamento gratuito, organizado e mantido pela comunidade cujos resultados financeiros revertam unicamente ao custeio de despesa de administração e manutenção. Ambulatório: destinado a pacientes externos para diagnóstico e tratamento Hospital de pequeno porte: capacidade normal ou de operação de até 50 leitos Hospital de médio porte: capacidade normal ou de operação de 50 a 150 leitos Hospital de grande porte: capacidade normal ou de operação de 150 a 500 leitos. Acima de 500 leitos, considera-se hospital de capacidade extra. 2.3 Atendimento de complexidade média: categoria indefinida, que abrange o que não couber nos grupos anteriores. Aqui entram as Unidades de Pronto Atendimento (UPA), bem como ambulatórios e hospitais que oferecem atendimento especializado com complexidade maior que o nível primário mas ainda não como o nível de alta complexidade. São encontrados alguns equipamentos para exames mais avançados como endoscopias e ecocardiogramas. Os profissionais e equipamentos estão preparados para realizar intervenções e tratamentos em alguns casos de doenças agudas ou crônicas bem como prestar atendimento de emergência. Para que possamos entender a classificação das instituições hospitalares, devemos considerar no momento da classificação uma sequência de requisitos importantes: Acreditação: alguns padrões específicos que envolvem mantenedora da instituição, a administração, a planta física, as máquinas e equipamentos, os recursos humanos que necessitam estar nas conformidades exigidas. Classificação : relação de requisitos preestabelecidos, que envolve tanto a administração quanto os elementos físicos, contingente de recursos humanos e o desempenho do hospital. Avaliação: é a forma de comparar os padrões e desempenho do hospital ou de cada serviço prestado. A administração na instituição hospitalar é regida de forma diferente da maioria das estruturas formais. Ela é repartida em divisões de densidades diferentes, de acordo com sua natureza, entre alta direção, o corpo clínico e os corpos administrativos, técnico e operacional. O processo interno organizacional do hospital também conta com a colaboração de funções fundamentais que interagem para o bem estar do cliente, como os setores de marketing, custos operacionais, engenharia clínica, enfermagem, clínica, nutrição e dietética, hotelaria. Quanto ao setor de recursos humanos, tem a responsabilidadede manter em cada setor, indivíduos motivados e comprometidos com a filosofia e cultura do hospital. Como um sistema integrado, o hospital de um lado tem a entrada de pacientes que de acordo com sua patologia, serão submetidos a processos diagnósticos, internações ou tratamentos, e de outro, pessoas recuperadas ou não que, devolvidas ao meio de origem, farão a avaliação do serviço recebido. Em caso de óbito, a família também configura o tipo de atendimento que foi realizado. Dessa maneira, as funções do hospital são: prevenir a doença, restaurar a saúde, exercer funções educativas e promover a pesquisa. 3- PREVENÇÃO À RISCOS Ortiz (1989) distingue duas etapas no estudo epidemiológico de fatores de risco de uma doença: 1 - A identificação dos principais fatores de risco de um dano, através de estudos que verifiquem a associação entre esse dano e os fatores considerados suspeitos de serem causais. 2 - A determinação de quais fatores de risco são na realidade fatores etiológicos ou causais, com base em critérios tais como a redução de risco de dano quando se reduz a exposição ao fator em estudo, a validade do estudo e a consistência entre os resultados de diversos estudos, o grau ou força de associação existente, a sequência no tempo da exposição ao fator em estudo e o aparecimento do dano, a existência de uma relação de tipo dose resposta, a coerência dos novos resultados com o conhecimento existente, etc. 3 - Almeida-Filho (1992) advoga que a Epidemiologia dos Fatores de Risco não dá conta da complexidade que cerca o objeto saúde/doença. O autor sugere que a Epidemiologia se utilize de um novo paradigma, o qual deverá transcender as limitações dos paradigmas anteriores: os modos de transmissão e os fatores de risco. Os estudos epidemiológicos sobre prevenção e fatores de riscos deixam claro que precisamos consolidar reflexões na área de saúde pública brasileira , criando novas idéias e diálogos entre os profissionais de saúde, tendo em meta o cliente. A necessidade de padrões aceitáveis de emprego e segurança, alimentação adequada, educação básica, saneamento, melhores condições ambientais e garantia de acesso aos serviços de saúde dão ênfase à promoção da qualidade de vida da população e à prevenção de riscos a sua saúde. Tal entendimento, com relação à saúde no Brasil deverá ser analisado de acordo com o contexto social e econômico em que vive o país. Os impactos causados por pressões sociais como: a urbanização acelerada, o envelhecimento da população, a volta de doenças típicas e julgadas erradicadas exigem programas específicos de políticas de saúde no enfrentamento dos problemas sociais nas diferentes regiões brasileiras. Acreditando que a saúde no Brasil vem sendo uma preocupação governamental, destacamos os principais programas de prevenção de riscos, e suas possibilidades de intervenção nas camadas mais vulneráveis da população, baseado em estudos epidemiológicos feitos em todas as regiões do país. Segue alguns exemplos: • Programa de Saúde da Família - PSF • Programa de Saúde da Mulher • Programa de Saúde da Criança e do Adolescente • Programa de Saúde do Idoso • Programa de Doenças Sexualmente Transmissíveis – DST/AIDS • Programa Diabetes - Hipertensão – Hiperdia CLIENTE INTERNO Quando se trata do atendimento, ou tratamento ao cliente interno, a questão não é menos importante, pois são os colaboradores que realizam as atividades da empresa, fabricam os produtos e prestam os serviços. Assim para que possam realizar essas tarefas com qualidade e excelência é imprescindível que as pessoas estejam comprometidas, empenhadas e engajadas com os objetivos da empresa, isto é, as pessoas precisam estar motivadas. Abraham Maslow, a partir de seus estudos, chegou à conclusão de que o ser humano é portador de várias necessidades e elas são divididas em prioridade e hierarquia. Para tanto, criou uma pirâmide elencando o que é considerado mais importante para o indivíduo (AGUIAR, 2005). Na base da pirâmide Maslow colocou as necessidades fisiológicas, que incluem as necessidades de alimentação, sede, sono, repouso, enfim as necessidades importantes para a sobrevivência do indivíduo. Logo acima estão as necessidades de segurança, que se dividem em segurança física, segurança psíquica, e segurança profissional. No estágio seguinte localizou as necessidades sociais que estão ligadas às participações de amizade afeto e amor. Acima destas estariam às necessidades de estima, que significa não só ser aceito pelos outros, como também ser reconhecido e valorizado. Por fim, no topo da pirâmide estão as necessidades de autorrealização e autoconhecimento. Importante ressaltar que na primeira versão da pirâmide, Maslow postulou que necessidades localizadas em qualquer ponto da pirâmide só surgiriam caso as necessidades do estágio imediatamente anterior estivesse relativamente satisfeitas. Posteriormente em revisão à própria obra, o autor ratifica essa afirmação, dizendo que o surgimento das necessidades não era algo estático e sempre de baixo para cima, mas que poderiam sim coexistir, por exemplo, as necessidades de segurança com as de autorrealização (AGUIAR, 2005; SILVA et al, 2013). Transportando essa teoria para dentro das organizações, e associando com a questão da qualidade no tratamento do cliente interno, fica claro o quanto pequenas ações podem proporcionar a satisfação dos colaboradores e consequentemente uma percepção de qualidade no que a empresa oferece. Salários e benefícios buscam atender às necessidades básicas; as adoções de uma política clara com regras, normas e objetivos específicos, promovem a segurança; um ambiente amistoso, com práticas gerenciais mais participativas, políticas de incentivo e reconhecimento, satisfazem as necessidades sociais e de estima; bem como os programas de desenvolvimento profissional e ascensão de carreira, proporcionam a auto-realização e autoconhecimento. Pode-se complementar essas questões também a partir da teoria da Equidade de J. Stacey Adams, a qual afirma que as pessoas fazem comparações umas com as outras, e neste caso dentro de uma empresa é importante uma igualdade entre salários e funções apresentadas. Tais aspectos se adequados contribuem para funcionários que buscam a qualidade e o melhor atendimento. No entanto, em alguns lugares chefes e gerentes despreparados tentam fazer com que os seus funcionários atendem com qualidade sem perceberem que estão desmotivados, muitas vezes por causa de necessidades pessoais mal resolvidas e mal atendidas pela empresa. Assim, “enquanto as empresas cultivarem a hipocrisia do bom atendimento externo, à custa do péssimo atendimento interno, jamais haverá energia direcionada para a qualidade na prestação de serviços” CLIENTE EXTERNO Quando se pretende falar sobre qualidade de atendimento ao cliente, antes de tudo é importante definir e conceituar o termo qualidade. De acordo com Lacombe (2005), qualidade são todas as características de um produto ou serviço que o tornam capaz de satisfazer as necessidades explícitas ou implícitas do cliente. Neste sentido, a qualidade de um produto, por exemplo, envolveria os aspectos sobre sua aparência estética, durabilidade, segurança, desempenho, custo da operação, facilidade de instalação, utilidade, manutenção,entre outros. No caso dos serviços, a qualidade estaria relacionada ao tempo de espera para o atendimento, à cortesia, prestatividade e capacidade de resolução do atendente, passando também por aspectos ambientais, como limpeza, temperatura, decoração e organização do local. A busca pela qualidade de atendimento ao cliente, consiste então na busca da eficácia e da eficiência de todos os procedimentos envolvidos, incluindo desde a preparação do ambiente até a finalização do serviço, a manutenção deste e, o feedback de satisfação do cliente. Em qualquer um dos casos é possível concluir que quem decide se um produto ou serviço é ou não de qualidade, é o cliente, ou seja, é o seu julgamento e opinião sobre os aspectos apresentados que atribui qualidade a um produto ou serviço. Assim, para compreender melhor essa questão, cabe entender mais afundo sobre a percepção dos indivíduos sobre o que é qualidade. Uma vez compreendida a idéia de que a noção de qualidade está intimamente relacionada à visão e ao julgamento dos clientes, ou seja, que é algo particular, cabe conhecer como se processa e que fatores interferem na percepção desses indivíduos acerca dos serviços prestados pelas organizações. Segundo Banov (2008, p. 56) “a percepção é um processo por meio do qual os estímulos físicos, captados pelos órgãos dos sentidos, são transformados em interpretações psicológicas”. Dessa forma, os órgãos do sentido recebem estímulos, que a todo o momento são encaminhados ao cérebro e se processam, entrando em contato com alguns conhecimentos já existentes ou incluindo novos conhecimentos. O resultado disso é o que se chama percepção. Pode-se dizer então que perceber é dar significado às sensações captadas pelos sentidos e interpretadas pelo cérebro, ou seja, é a capacidade de interpretar o mundo externo. O processo de percepção então, apenas para fins didáticos, poderia ser dividido em dois processos menores que são a captação e a significação ou interpretação dos dados. Todos os cinco sentidos do ser humano, visão, audição olfato, tato e paladar, estão então envolvidos no processo de captação da qualidade. Isto é, ao chegar em um ambiente, o sentido da visão permite que se observe o tamanho do local, as cores, o fluxo de pessoas, a limpeza, a organização, etc.; a audição capta o barulho dos equipamentos, a conversa, ente outros ruídos; o olfato, também revela aspectos da qualidade como o cheiro vindo do banheiro, o cafezinho sendo preparado, odores de cigarro, suor e perfume; o tato capta detalhes como a temperatura, a maciez da cadeira, o aperto de mão; e por último o paladar que permite entrar em contato pelo indivíduo como sendo aspectos que denotam qualidade ou não, de acordo com o que ele julga ser adequado. Isso significa dizer que, além da percepção da qualidade depender da capacidade dos órgãos dos sentidos de cada um, ela depende também do julgamento subjetivo que as diferentes pessoas possam dar. Banov (2008), afirma que esse processamento de informações envolve algumas fases que são: a seleção, a organização, o armazenamento e a recuperação da informação. Embora as informações e os estímulos sejam muitos, cada um faz a seleção do que é importante para si. Argyle (1976) apud Bergamini (2006), explica que quando se fala em sensações e percepções, trata-se de falar em funções psicológicas que, portanto, terão definições muito peculiares devido às diferenças individuais daquele que observa o comportamento alheio. Cada personalidade escolhe ângulos inéditos para observar seu interlocutor. Isso significa dizer que, cada pessoa irá filtrar e interpretar a realidade a partir de sua própria lente de percepção social, a qual poderá ser fiel à realidade posta, ou não, dependendo daquilo que lhe interessa ver. Um gerente pode avaliar bem seu subordinado por este ter um excelente discurso, característica que o gerente valoriza e considera importante, desprezando assim, o fato deste colaborador chegar sempre atrasado, demorar a entregar as planilhas solicitadas e atrapalhar o andamento do setor. Na medida em que as lentes de percepção social forem mais nítidas, melhor será a interação e o vínculo entre as pessoas, pois estarão mais próximas da realidade, das verdadeiras intenções e motivações. Para tanto, torna-se necessário conhecer os fatores responsáveis por essa distorção na leitura da realidade. Bergamini (2006), diz que há muitos fatores internos e externos, físicos e psicológicos que influenciam e modificam o modo como as pessoas vêem o mundo, que são as crenças, os valores, a história de vida, a cultura na qual estão inseridas, as expectativas, o estado emocional, entre outros. É pela interação desses vários fatores que se processa e se constrói a percepção das coisas. om o gosto do café servido, a temperatura da água, entre muitas outras percepções. Todos esses elementos e dados captados pelos sentidos são interpretados. Os valores pessoais também influenciam muito na percepção uma vez que representam as convicções básicas de que certo modo de conduta é preferível em relação a outro modo. Distorcidos ou não, após esta seleção, os dados precisam ser organizados. Elementos mais próximos no tempo e no espaço tendem a ser agrupados e valorizados, como perceber o setor onde se trabalha como sendo o setor mais importante da empresa; elementos parecidos tendem ser agrupados e generalizados, como por exemplo, perceber e acreditar que todo trabalhador de fábrica é limitado para aprender; além disso, há uma tendência do cérebro completar os elementos faltantes para garantir a compreensão da situação, como quando funcionários sentem-se inseguros e acreditam que serão demitidos por perceberem que a empresa está sofrendo mudanças (BANOV, 2008). Na sequência, feita a seleção e a organização dos elementos, o cérebro armazena tudo na memória para posterior recuperação. A recuperação da informação será feita sempre que a mente se deparar com uma situação próxima ou semelhante. Cabe lembrar que, tanto os processos de captação e interpretação, quanto os subprocessos de seleção, organização, armazenamento e recuperação da informação, não ocorrem necessariamente na respectiva ordem, sendo de difícil delimitação, podendo ser muitas vezes simultâneas, ou seja, no mesmo instante em que uma informação está sendo captada e selecionada, o cérebro já está organizando ou recuperando uma informação existente parecida e assim por diante. Via de regra, uma vez que estão envolvidos fatores puramente individuais e particulares, os processos de captação e interpretação certamente não permitem uma percepção fiel da realidade, havendo sempre ilusões e distorções. REFERÊNCIAS COVAS LISBOA, Teresinha. Organização estrutural e funcional do Hospital. Editora Intersaberes. FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS. Saúde e previdência social, desafios para o terceiro milênio. Editora Pearson. JOEL FRANCO, Laércio. Fundamentos da Epidemiologia. Editora Manole, 2011. 2ª edição, Barueri – SP SOTERO,A. Biossegurança. Palestra proferida na 3ª. Conferência regional de Ciência, Tecnologia e Inovação, julho 2005, Manaus/AM. Disponível em: . Acesso em: 27 maio 2009 https://ares.unasus.gov.br/acervo/handle/ARES/757 AGUIAR, Maria Aparecida Ferreira de. Psicologia aplicada à administração: uma abordagem multidisciplinar. São Paulo: Saraiva, 2005. BANOV, Márcia Regina. Psicologia no Gerenciamento de Pessoas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2008, BERGAMINI, Cecília Whitaker. Psicologia aplicada à administração de empresas: psicologia do comportamento organizacional. São Paulo: Atlas, 2008. CARAVANTES, Geraldo R; et al. Comportamento Organizacional e Comunicação. Porto Alegre, RS: Age, 2008. CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier,2010.
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