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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS Campus Sorocaba Simulação do tratamento de água nas estações Docente: Profª Drª Luciana Camargo de Oliveira Discentes: Ana Claudia Lisboa Domingues R.A.: 759655 Franciny Oliveira Rodrigues R.A.: 641286 Leonardo Vasconcelos Coradi R.A.: 744926 Lucas de França Barbosa R.A.: 760862 Sorocaba, de Abril de 2019. 1. Objetivos Reproduzir em laboratório processos e métodos utilizados nas estações de tratamento de água. 2. Introdução A dureza da água varia, conforme os compostos com os quais a água tem contato. Regiões onde o solo tem propriedades de natureza calcária ou dolomítica a água tende a ser dura, e lugares em que o solo é granitico ou basaltico a água tende a ser macia. Em geral, as águas subterrâneas, pelo seu maior contato com as formações geológicas, são mais duras que as águas de superfície. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a dureza da água é designada como: mg/L de CaCO3 Dureza <60 Macia 60-120 Moderadamente Dura 120-180 Dura >180 Muito dura Tabela 1. Dureza da água em relação a mg/L de CaCO3[1] A Dureza de uma amostra de água reflete a concentração de sais na amostra, sendo eles cátions de cálcio e magnésio, principalmente, além de metais como alumínio, zinco, ferro, estrôncio, bário, manganês, entre outros associados à ânions como carbonatos e sulfatos. Os bicarbonatos de cálcio e magnésio, pela ação de substâncias alcalinas se transformam em carbonatos, que são insolúveis. O mesmo ocorre com a presença de sulfatos ou cloretos de cálcio ou magnésio, que reagem com as substâncias alcalinas. Quando a soma dos carbonatos e bicarbonatos alcalinos é inferior ao teor de dureza, ocorre a precipitação do carbonato de cálcio, causada pela presença dos íons de cálcio e magnésio, assim a dureza equivale à alcalinidade total da amostra. Aproximadamente 40 cátions podem ser determinados por titulação direta com solução padrão de EDTA. Aqueles que formam complexos “fracos” como o Ca 2+ e o Mg 2+ devem ser titulados em solução básica, com o indicador Negro de Eriocromo T. O tampão amônia/cloreto de amônio, de pH 9 a 10, é usado para metais que formam complexos com a amônia. Alguns cátions podem ser determinados por titulação direta mesmo quando não há o indicador adequado. Por exemplo, os indicadores para cálcio não são tão satisfatórios como para o magnésio. No entanto, o cálcio pode ser determinado por titulação direta se uma pequena quantidade de cloreto de magnésio for adicionada a solução de EDTA antes da sua padronização. O titulante, em pH 10, é uma mistura de MgY2- e Y 4. 3. Materiais e Metodologias Utilizadas • Proveta de 100 mL • 100 ml de água • 3 Erlenmeyers de 250 mL • 2,0 ml de solução de tampão (cloreto de amônio/hidróxido de amônio). • 25 gotas de indicador Negro Eriocromo T • Bureta de 10 mL • 0,02 Mol/L -1 de solução de EDTA • Béquer de 50 mL • Suporte Universal Procedimento Experimental Inicialmente, foram transferidos 100mL de água da torneira utilizando uma proveta para um Erlenmeyer, onde posteriormente foram adicionados 2,0mL de solução de tampão (cloreto de amônio/hidróxido de amônio) pH 10, em capela. Em seguida, foram adicionadas 25 gotas de indicador Negro Eriocromo T. Utilizando uma bureta com volume igual a 10ml contendo a solução de EDTA 0,02 Mol/L-1 deu-se início a titulação. É de extrema importância que o processo ocorra de forma lenta para que se observe o ponto de viragem, mudando sua coloração de vinho para um leve azul esverdeado. Ao atingir essa coloração, anotou-se o volume gasto. O procedimento foi realizado em triplicata (três vezes), analisando os valores obtidos nas 3 amostras de água. Os valores obtidos foram utilizados para cálculo da média, sendo o resultado utilizado para realizar os cálculos de dureza da água expressa em mg/L de CaCO3. 4. Resultados e Discussões Para determinar as concentrações de metais presentes em uma amostra de água advinda da torneira utilizamos o método de titulação complexométrica com EDTA. O EDTA é utilizado como titulante pois liga-se ao íon metálico presente na amostra, em uma estequiometria 1:1, através de ligações covalentes, “aprisionando-o” no seu interior e formando uma estrutura heterocíclica, tornando estes complexos estáveis. A medida que o titulante vai sendo adicionado a amostra que contém Ca2+, ocorrerá a formação do complexo mais estável CaY2-, ocorrendo a liberação do íon Mg2+, que por sua vez reage com o indicador para formar o complexo vermelho MgIn -. No ponto final da titulação, próximo ao ponto de viragem, uma quantidade adicional do titulante converte o complexo MgIn em MgY2- e o indicador retoma a forma livre azul. O experimento foi realizado em triplicata, utilizando um volume de 100mL de água para todas as titulações realizadas, obtendo-se os seguintes resultados: Amostra Volume de EDTA utilizado (mL) 1 3,9 2 3,5 3 3,5 Tabela 2. Volume de EDTA utilizado em cada titulação (expressa em mL). Inicialmente, para calcularmos a dureza da água, precisamos descobrir a quantidade de Ca2+ presente na solução: Ca 2+ = n(Ca2+) = n(EDTA) = (Volume médio das titulaçõesn (Ca2+)volume da titulação realizadas)x(EDTA) n (EDTA) = (3,63x10-3L) x (2x10-2mol/L) = 7,26x10-5 mol Ca2+ = 0,1000L 7,26x10−5 mol Ca2+ = 7,26x10-4 mol Como a dureza da água é expressa em mg de CaCO3/L, é necessário descobrir a massa correspondente a 7,26x10-4 mol: CaCO3 = (7,26 x10-4 mol/L) x (100,09 g/mol)x10-3 CaCO3 = 72,67 mg/L de CaCO3 Segundo análise realizada em agosto/2015 pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Sorocaba (SAAE)[2] o resultado esperado para a dureza total da água tratada, como a advinda da torneira, utilizada pelo grupo, era de 24,0 mg/ CaCO3, o que torna o resultado obtido como muito discrepante, se enquadrando como “moderadamente dura”, conforme tabela 1, e não como “macia” como é classificada as águas da região, apresentado anteriormente. Segundo estudos realizados no Reservatório de Itupararanga[3] (utilizada para abastecer o município de Sorocaba) as águas da região são classificadas como sódicas potássicas, em relação aos cátions dissolvidos, e bicarbonatadas, quanto aos ânions dissolvidos. 5. Conclusão Através dos cálculos de dureza foi possível observar que a água da torneira, classificada como “moderadamente dura”, por ter valor de concentração CaCO 3 entre 60 e 120 mg/L, não apresenta restrições em relação ao consumo humano, porém não é indicada para tal fins, como apresenta o decreto-lei nº 306/2007, de 27 de agosto, que estabelece que a dureza total em carbonato de cálcio esteja compreendida entre 150 mg/L e 500 mg/L de CaCO3 [4]. O resultado obtido se deufora do valor esperado, porém justificável, o valor da dureza da água se dá devido á ela pertencer á um domínio geológico de rochas metamórficas e graníticas, rochas sedimentares mesozóicas e paleozóicas, rochas efusivas e corpos intrusivos básicos com cobertura sedimentares Cenozóicas[5]. Concluindo, é importante conhecer a dureza da água por conta da quantidade de sais que podem estar presentes na amostra, ocasionando possivelmente um precipitado. Em indústrias, por exemplo, esse processo de precipitação pode ser danoso, caso ocorra em caldeiras e tubulações podem entupir o maquinário industrial, assim prejudicando a empresa. Referências: [1] - WHO Library Cataloguing-in-Publication Data Guidelines for drinking-water quality - 4th ed. 1.Potable water - standards. 2.Water - standards. 3.Water quality - standards. 4.Guidelines. I.World Health Organization. ISBN 978 92 4 154815 1. Disponível em: <http://www.iasaude.pt/attachments/article/660/WHO_Guidelines%20for%20drinking -water%20quality.pdf> Acesso em: 21/04/2019 [2] - SERVIÇO AUTÔNOMO DE ÁGUA E ESGOTO (SAAE SOROCABA). MONITORAMENTO DA ÁGUA TRATADA. Disponível em: http://www.saaesorocaba.com.br/arquivos/modelos/tratamento-agua-agosto.pdf Acesso em 24/04/2019. [3] - PEDRAZZI, F. J. de M. et al. AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA NO RESERVATÓRIO DE ITUPARARANGA, BACIA DO ALTO SOROCABA (SP). Disponível em: <http://portalideas.org.br/observatoriodabiodiversidade/wp-content/uploads/2018/02/ Avaliac%CC%A7a%CC%83o-da-Qualidade-da-A%CC%81gua-no-Reservato%CC% 81rio-de-Itupararanga-Bacia-do-Alto-Sorocaba-SP.pdf> Acesso em 23/04/2019. [4] - DECRETO-LEI Nº306/2007. Disponível em: https://dre.pt/pesquisa/-/search/640931/details/maximized. Acesso em 24/04/2019. [5] - SERVIÇO AUTÔNOMO DE ÁGUA E ESGOTO DE SOROCABA. ADEQUAÇÃO E REVISÃO DO PLANO DIRETOR DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DE SOROCABA. Item 1.4 Topografia e Geologia. Disponível em: http://www.camarasorocaba.sp.gov.br/sitecamara/saaeplanodiretor/agua/PlanoDiret ordoSAAdeSorocabaVolumeI.pdf Acesso em 24/04/2019.
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