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PROCESSOS QUÍMICOS INDUSTRIAIS Profa. Dra. Márcia Regina Baldissera Rodrigues PRODUÇÃO DE ALCOOL ETANOL O álcool combustível é um biocombustível produzido, geralmente, a partir da cana-de-açúcar A produção do etanol é uma das mais importantes atividades dentro da agroindústria, não só pelo valor da sua produção e dos inúmeros usos e aplicações do seu produto principal, como também dos subprodutos provenientes e dos empreendimentos correlatos e derivados dessa indústria. O etanol pode ser obtido por processo químico e bioquímico. No processo químico, a via de obtenção é sintética, enquanto que, no processo bioquímico, a via é fermentativa. A adoção de um ou outro processo está condicionada a uma série de fatores, dos quais consideram-se como os mais importantes, o desenvolvimento técnico- econômico e a disponibilidade de matéria-prima na região considerada. No processo químico, as matérias-primas utilizadas na síntese são o eteno, o anidrido carbônico, etileno e muitas outras de menor Importância. A via sintética não é utilizada no Brasil PRODUÇÃO DE ALCOOL Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar PRODUÇÃO DE ALCOOL A tecnologia do álcool abrange várias operações unitárias, todas com o objetivo de transformar os açúcares em álcool. Essas operações, distintas e dispostas em sequencia lógica, são de natureza química, bioquímica e física. A obtenção do álcool por via fermentativa envolve duas etapas complexas: Fermentação Destilação, cujo perfeito desempenho depende o êxito da qualidade e quantidade do produto final. O fluxograma da fabricação do álcool, é um dos exemplos clássicos que se utiliza o melaço (subproduto da fabricação do açúcar), no processo de condução de fermentação Melle-Boinot. Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar PRODUÇÃO DE ALCOOL Produção do açúcar açúcar Fermentação do açúcar Destilação álcool Cana- de-açúcar Lavagem Extração Tratamento Do caldo Tratamento Do caldo PRODUÇÃO DE ALCOOL PRODUÇÃO DE ALCOOL PREPARO DO MOSTO A primeira operação de importância fundamental é a pesagem, que fornece a quantidade de matéria prima processada, para fim de controle do rendimento industrial. O melaço proveniente dos depósitos externos é enviado para uma balança e depois ao depósito interno, localizado na parte mais alta da destilaria. O Preparo dos mostos nas destilarias constam de: • tanques de medição; • balanças; • diluidores mecânicos; • depósitos de sais minerais; • depósitos de antissépticos; • aquecedores; • medidores de ácido. Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar PREPARO DO MOSTO O preparo do mosto (líquido açucarado susceptível de sofrer fermentação). O melaço, sendo um líquido denso, não é um meio favorável ao desenvolvimento da fermentação, por isso é necessário condiciona-lo às exigências do fermento, com relação à concentração em açúcares, acidez, nutrientes e antissépticos. • Para a correção da concentração, o melaço é enviado a um diluidor, onde o melaço e a água são misturados. • Em seguida é enviado a um tanque de homogeneização, de onde o mosto é transferido para as dornas • Dornas (recipientes onde se processa a fermentação fechadas ou abertas). • A adição dos nutrientes e do antisséptico é feita diretamente nas dornas. Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar DORNAS DE FERMENTAÇÃO FECHADAS DORNAS DE FERMENTAÇÃO FECHADAS DORNAS DE FERMENTAÇÃO ABERTAS DORNAS DE FERMENTAÇÃO ABERTAS ETAPA DE FERMENTAÇÃO Juntamente com o mosto, é introduzido nas dornas, o agente responsável pela fermentação, na forma de uma suspensão de células de leveduras, denominado: fermento, pé de cuba ou levedo alcoólico. Da ação fermentativa do levedo no mosto, resulta o: vinho (mosto fermentado) Vinho - contêm em suspensão as células de leveduras, devendo as mesmas serem recuperadas para as próximas fermentações. O vinho é conduzido ao decantador e, posteriormente, a uma centrifuga onde obtêm-se: - Vinho delevurado (produto isento de leveduras) - Leite de levedura, (suspensão de alta concentração celular) Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar LEITE DE LEVEDURA O tratamento do leite de levedura é um processo seletivo, que elimina as eventuais células de bactérias contaminantes e as leveduras não mais ativas. Nas cubas (tanques de tratamento), o leite é diluído com água e tratado com ácido sulfúrico. Após o tratamento, o fermento é inoculado no mosto, para novo ciclo de fermentação. A quantidade de ácido adicionada é suficiente para fornecer uma acidez desejada ao mosto. Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Reutilização das leveduras ainda ativas Gabriela Destacar Gabriela Destacar VINHO DELEVURADO O vinho que é resultante da centrifugação é enviado para a dorna volante ou reservatório de vinho. Para separação do álcool dos demais componentes do vinho, empregam-se várias destilações específicas, operações que se baseiam na diferença entre os pontos de ebulição das substâncias. Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar O PROCESSO DE FERMENTAÇÃO Processo Melle-Boinot Introduzido no Brasil há mais de 35 anos para fermentar melaço, tem sido modificado para operar em larga escala com mostos compostos por misturas de caldo de cana, xaropes e melaços O processo pode ser conduzido em regime de batelada, com reciclo de células. O fermento é recuperado, através do uso de centrífugas e submetido a um tratamento ácido (diluição, adição de ácido sulfúrico e agitação) Ocorre aeração no pré-fermentador para restabelecer a atividade das células (do fermento). Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar O PROCESSO MELLE-BOINOT O PROCESSO MELLE-BOINOT O PROCESSO MELLE-BOINOT O PROCESSO MELLE-BOINOT O PROCESSO MELLE-BOINOT Processo Melle-Boinot São utilizadas várias dornas de menor capacidade São pequenas fermentações: as dornas são cheias, fermentadas e processadas uma a uma. Características do processo: • Alto custo de instalação e automação • Alto custo de manutenção • Facilidade no controle microbiológico • Limpeza das dorna com maior freqüênciaGabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Batelada Sistemas de fermentação O mais utilizado é o processo em cascata (três ou mais fermentadores ligados em série). O mosto é alimentado no primeiro reator, passando continuamente aos outros fermentadores. Em geral, mais de 60% da conversão ocorre no primeiro reator. O fermento é separado em centrífugas e tratado de uma forma continua empregando metodologia semelhante à utilizada no processo Melle-Boinot. PROCESSO CONTÍNUO DE FERMENTAÇÃO Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Processo contínuo Utilizam-se dornas de grandes dimensões: 1. A levedura é inserida no mosto na primeira dorna 2. Passará para as demais dornas de forma contínua até chegar à última dorna 3. A última dorna terá concentração de açúcares muito baixa, considerando a dorna como morta 4. O vinho da última dorna é enviado para centrifugação 5. O vinho centrifugado é enviado para a destilação. PROCESSO CONTÍNUO DE FERMENTAÇÃO Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Processo contínuo Características do processo: • Facilidade e baixo custo de automação • Baixo custo de instalação e manutenção (menor número de dornas) • Difícil controle microbiológico • Dificuldade de limpeza das dornas PROCESSO CONTÍNUO DE FERMENTAÇÃO Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar PROCESSO CONTINUO Contínuo Sistemas de fermentação FERMENTAÇÃO A fermentação consiste de uma sequencia de reações catalisadas por enzimas específicas, localizadas nas células microbianas. No caso da fermentação alcoólica, monossacarídeos são metabolizados pela levedura, via glicolítica levando a formação de piruvato. Em seguida o piruvato é descarboxilado a acetaldeído, sendo finalmente reduzido a etanol e gás carbônico. AGENTE DE FERMENTAÇÃO ALCOÓLICA Os microrganismos, geralmente, usados na produção de etanol são as leveduras. As leveduras podem estar na forma de culturas puras, ou podem estar na forma de fermento prensado, que pode ser adquirido nas panificadoras ou indústrias produtoras de fermento. Entre as leveduras produtoras de álcool, as linhagens são geralmente provenientes das espécies:. Saccharomyces cerevisiae, S. uvarum, Schizosaccharomyces pombe e o fermento Fleischmann. Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar AGENTE DE FERMENTAÇÃO ALCOÓLICA Pé-de-cuba ou microrganismos seco. Procedimento: Se pega o envelope contendo o microrganismo coloca-se em contato com água morna estéril, para reidratar. Após estar reidratado - coloca-se em uma pequena quantidade de mosto estéril que fica em fermentação por 24 horas, Após 24 horas acrescenta-se mais mosto por mais 24 horas, e continua aumentando a quantidade de mosto até atingir o grau Brix desejado (Mosto 14 e 18 de sólidos solúveis) e concentração celular desejado. FATORES QUE AFETAM A FERMENTAÇÃO •Agente de fermentação: Saccharomyces cerevisiae, Saccharomyces sp * O etanol é inibidor à altas concentrações, e a tolerância das leveduras é um ponto crítico para uma produção elevada deste metabólito primário. * A tolerância ao etanol varia consideravelmente de acordo com as linhagens de leveduras. Gabriela Destacar FATORES QUE AFETAM A FERMENTAÇÃO •Temperatura (26 a 35oC) Alta temperatura favorece contaminação bacteriana •pH do mosto- 4,0 a 5,0 •Preparo e correção do mosto - melaço: diluição – 15 a 25°Brix fosfato e sais de amônio -cana-de-açúcar: bruta ou clarificada fosfatos, sais de amônio, sais de Mg, Mn e Co Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar FATORES QUE AUXILIAM na FERMENTAÇÃO Antissépticos • No Brasil, não é usual esterilizarem-se os mostos nas destilarias de álcool e aguardente. Para controlar o problema das contaminações, usam-se antissépticos para criar ambiente favorável ao desenvolvimento das leveduras e desfavorável a outros microrganismos. • Obtém-se boas fermentações usando-se 4 mg de hexaclorofeno por litro de mosto ou pentaclorofenol na proporção de 0,01 a 0,05 g/litro de substrato. • O ácido sulfúrico utilizado na correção do pH, também age como antisséptico. Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar FATORES QUE AUXILIAM na FERMENTAÇÃO Antibióticos • Pela mesma razão por que se empregam os antissépticos, usam-se os antibióticos na fermentações industriais para produção de etanol. • Sua ação é de agente esterilizante, em virtude de suas propriedades bacteriostáticas. • Aplica-se a penicilina (500-1000 UI/L de mosto) que é economicamente mais recomendável ou cloranfenicol, tetraciclina e clorotetraciclina. Gabriela Destacar Gabriela Destacar FERMENTAÇÃO NA PRÁTICA Fase preliminar Inicia no momento do contato do fermento com o mosto Verifica-se multiplicação celular intensa Pequena elevação de temperatura Pequeno desprendimento de CO2. Duração de 4 a 6h Com a mistura do fermento com o mosto, inicia-se o processo de fermentação alcóolica dos açúcares, apesar de não existir um limite entre as fases, podemos distinguir 3 fases durante toda a fermentação Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar FERMENTAÇÃO NA PRÁTICA Fase tumultuosa Desprendimento abundante de CO2 Temperatura se eleva rapidamente Densidade do mosto diminui Aumento do teor alcoólico Grande formação de espuma (necessidade de antiespumante) Aparência semelhante a um líquido em ebulição Ocorre: 12 a 16 h. Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Fase complementar Menos agitação no líquido Redução gradativa do desprendimento de CO2 Diminuição da temperatura Açúcares fermentescíveis se esgotam até um nível praticamente zero Ocorre:4 a 6 h FERMENTAÇÃO NA PRÁTICA Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar PRODUTO FINAL DA FERMENTAÇÃO O vinho proveniente da fermentação contém – produtos de natureza líquida, gasosa e sólida PRODUTO LÍQUIDO 85 a 95% de água 4 a 12% de álcool etílico Ácidos orgânicos - especialmente o ácido acético, às vezes ácidos minerais, como: sulfúrico e sulfídrico Aldeídos Ésteres Alcoóis superiores - amílicos, propílicos, butílicos e traços de minerais Gabriela Destacar Gabriela Destacar PRODUTO FINAL DA FERMENTAÇÃO PRODUTO SÓLIDO: açúcares ou materiais nitrogenados (proteínas, aminas), bagacilhos, células de levedura, bactérias, sais minerais,etc. PRODUTO GASOSO: gás carbônico, que desprende para a atmosfera ou é armazenado em tanques e vendido para as industrias de refrigerantes. Gabriela Destacar Gabriela Destacar Gabriela Destacar
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