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TRABALHO INDIVIDUAL QUASE PRONTO


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Trabalho de neide
Introdução 
Com esse trabalho, pretende-se ampliar a discursão e o conhecimento sobre esse desafio que é incluir os portadores de necessidades especiais não somente na escola, mas em um contexto amplo que é a sociedade e principalmente o meio em que vivem, observando diariamente o desenvolvimento e se há progresso no resultado da inclusão. Para que a Educação seja realmente uma realidade vivida e enfrentada para todos, na qual todos possam aprender o verdadeiro sentido de se tornar um cidadão pleno, temos antes de tudo um ideal que é o de elevar o conhecimento cultural. Atualmente vivenciamos variações econômicas política e socioculturais no âmbito educacional com abordagens e propostas para a inclusão de alunos com dificuldades acentuadas para aprender nas salas de aula do ensino regular, no Brasil, nos últimos anos, tem levado pesquisadores das mais diversas áreas a estudar e refletir o tema. Mas essa não era a realidade, antigamente a sociedade tinha uma visão um pouco diferente. A princípio, a atenção era direcionada para outras prioridades. No primeiro momento os deficientes assustavam ficou conhecidos como a fase do extermínio o que era diferente dava medo por isso deve ser eliminado, pois a pessoa deficiente não tinha direito a vida.
Com o decorrer da história houve se o momento da segregação religiosa que a deficiência era vista como castigo, foi um trajeto tortuoso com muitas dificuldades e preconceitos até chegarmos aqui, tivemos um longo caminho. Já nos anos 60 ou 70 o deficiente passou a ser encarado como necessidades educacionais especiais ou seja problemas de aprendizagem pois esses requeria atenção mais específica e maiores recursos educacionais passando essa novos métodos de ensino, posturas na atuação e responsabilidade das escolas.
Os debates acerca desse assunto vão desde as políticas públicas educacionais; a implementação da Educação Especial no ensino Público até a constituição desses sujeitos em meio a essa realidade.
A educação especial pode ser avaliada como uma educação voltada para os portadores de deficiências como: física, auditivas, visuais, intelectual, sensorial, surdo, cegueira e as múltiplas deficiências. Para que esses seres humanos tão especiais possam ser educados e reabilitados, é importante a participação deles em escolas e instituições especializadas. E que eles disponham de tudo o que for necessário para o seu desenvolvimento cognitivo.
Aos poucos esses paradigmas e conceitos ganham força de argumentos, ao ponto de contribuírem para a implementação de novas políticas públicas em direção aos diretos das pessoas com deficiência, conquistarem seus espaços.
Com um olhar sobre o Processo de formação a inclusão de alunos deficientes nas escolas regulares da rede pública de educação ainda é um grande desafio. E neste trabalho será feita uma reflexão crítica sobre os complexos problemas e situações que ocorrem nas relações entre os deficientes. Portanto, faz-se necessário entender a definição ou as representações que as pessoas têm sobre o deficiente, e como essa definição determina o tipo de relação que se estabelece com cenário das relações sociais interpessoais que se dá à apreensão do real, a construção do conhecimento, o desenvolvimento do homem, e a construção da subjetividade e da própria sociedade.
É por meio das interações sociais que a criança irá construir as bases para o relacionamento social. E assim desde muito cedo, acontece os primeiros contatos com a família, em seguida com os grupos de vizinhos, de amigos e futuramente com o grupo da escola formado por professores e colegas. Com o decorrer do tempo conhecimentos, experiências e valores culturais vão sendo compartilhados entre a criança e os demais membros dos grupos. Através da convivência será constituída a interação social onde o sujeito vai construindo sua identidade pessoal incluindo a presença do outro. O grupo social constitui o referencial a partir do qual o outro cria a sua identidade pessoal.Com o novo conceito de Escola Inclusiva, as políticas educacionais tentam novas práticas de ensino com o finalidade de atendê-la em suas especificidades, garantindo o direito a educação para todos. A diferença é enlevada e a diversidade limita-se ao existente.
A escola provoca a criação de grupos idênticos na diversidade e acabam sendo formadas por alunos com as mesmas especificidades, mesmas características, ressaltando que ao nos direcionarmos a escola comum inclusiva como modelo aberto a diversidade, admitimos extinguir com a inclusão escolar, eliminando possibilidades dos grupos de alunos com características semelhantes agrupar-se única e exclusivamente entre si, valorizando a diferença e enfatizando que as diversidades podem ser um modelo inclusivo significante.
Desenvolvimento 
Num breve olhar para a Declaração Mundial de Educação Para Todos em 1990, fica claro qual é a verdadeira função da escola que é constituída para atender a todos. A convenção defende, toda criança tem direito à educação e ao acesso aos conhecimentos, e que as escolas na perspectiva da diversidade devem acolher todos e todas, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras. Destaca o entendimento de que a expressão “necessidades educativas especiais” refere-se a todas as crianças e jovens cujas necessidades decorrem de sua capacidade ou de suas dificuldades de aprendizagem. Encerra que as escolas têm que encontrar a maneira de educar com êxito todas as crianças, inclusive as com deficiências graves. Pensar no outro, na diversidade, no diferente, é pensar na possibilidade de diminuir e abolir as barreiras do preconceito, da discriminação e da desigualdade. 
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU, 2002), 10% da população mundial é portadora de algum tipo de necessidades especiais e que apenas 3% é atendida, percebe-se que grande parte desses deficientes estão desprovidos de seus direitos sociais como: lazer, cultura, emprego e educação (VIEIRA, 2005). Nesse sentido torna evidente que nossos educandos ainda não estão incluídos e que, portanto, a inclusão escolar ainda não é uma garantia de todos.
Segundo o processo de inclusão escolar entendemos que devemos centrar em princípios como: a aceitação das diferenças individuais, a valorização de cada pessoa, a convivência dentro da diversidade humana, a aprendizagem através da cooperação.
É consenso que a pessoa com necessidades educacionais se beneficia das interações sociais e da cultura na qual está inserida, sendo que essas interações, se desenvolvidas de maneira adequada, serão propulsoras de mediações e conflitos necessários ao desenvolvimento pleno do indivíduo e à construção dos processos mentais superiores (Vygotsky,1987).
No sistema educacional há um problema crucial para que não ocorra a inclusão, centralizar em dogmas autoritários que alguns professores e/ou gestores da educação insistem em manter. É nesse contexto, porém, que Freire (1987) tece suas críticas ao modelo de educação, em especial quando se refere à concepção “bancária” que em sua essência nega o diálogo como fator principal à educação, fazendo com que a mesma se torne antidialógica para realizar a superação. Freire (1987) é enfático em defender a dialogicidade entre os sujeitos, propondo uma educação problematizada a que afirma a dialogicidade e se faz dialógica.
A inclusão se legitima numa escola libertadora, humana e humanizada cuja prioridade é a diversidade que a partir das necessidades de todos, sem distinção, devem ser incluídos, não importando, portanto, qualquer que seja a etnia e/ou cultura e/ou orientação sexual e/ou deficiência. 
Neste sentido, Mantoan (2003) sublinha a importância da inclusão na escola:
A escola, para muitos alunos, é o único espaço de acesso aos conhecimentos. É o lugar que vai proporcionar-lhes condições de se desenvolverem e de se tornarem cidadãos, alguém com uma identidade sociocultural que lhes conferirá oportunidades de ser e de viver dignamente (p.53).
A Escola trata-sede uma instituição criada para libertar homens e mulheres da alienação e opressão política, a meu ver ao contrário dos seus objetivos, está escola tem se configurado como celetista, marginalizada e conservadora e, portanto, não permitindo a todos, igualdades ou oportunidades.
Partindo desse pressuposto a reflexão acerca da sociedade que não observa o outro, o diferente, o estranho, enfim, que não respeita a diversidade, cria estereótipos que nos levam a discriminações e preconceitos que prejudicam os acima citados, às vezes de uma maneira brutal, piorando a qualidade de vida em sociedade, reduzindo nossas oportunidades, diminuindo as nossas chances de realização como humanidade a caminho de um futuro cheio de incertezas, e possibilidades para nele nos realizarmos.
No ponto de vista, a questão crucial que envolve o programa de ensino pautado na educação escolar é a indefinição entre o processo de integração e o de inclusão. No primeiro, a integração é para os alunos deficientes que conseguem se adaptar ou se adequar ao sistema, seja ele o de ensino ou de trabalho. Partindo desse pressuposto, levanta-se aqui a seguinte indagação: se o processo de integração é a inserção do deficiente à sociedade tendo ele que se adaptar ao meio social sem que está se modifique para recebê-lo, então como ficam aqueles que não conseguem se integrar, se adaptar, enfim, se adequar ao convívio social? Essa questão nos remete a fazer uma outra reflexão, a nosso ver a maioria não consegue se integrar e, portanto, continua fora do sistema que é excludente, celetista, conservador e marginalizado.
A parábola e enigma problematizado é que na escola, as práticas sociais e os processos educativos se encontram abraçadas por dois discursos: de um lado, o discurso da inclusão educacional pautado no despreparo dos profissionais da educação que não têm ou não recebem formação adequada para conviver com esta realidade. De outro lado, o problema é o da integração que a nosso ver não serve, porque só integra aqueles que conseguem adaptar-se ao meio, se manter no sistema, sem que a sociedade se modifique para recebê-lo. Partindo dessa premissa, o grande questionamento é: “e aqueles que não conseguiram se integrar?”. Essa indagação incorre no desenraizamento e numa perda de origem social, o que nos deixa indignados.
Nesse estudo nossa reflexão somos partidários de que o processo de inclusão escolar deve ocorrer em todo sistema de ensino. Partilhamos também da ideia de que a inclusão é a forma pela qual todas as pessoas, deficientes ou não, devam ser incluídas no ensino regular. No entanto, temos a clareza de que a educação inclusiva por se tratar de um processo novo na nossa legislação educacional, configura-se como um projeto de educação em construção, portanto, inconcluso, que ainda não está pronto e acabado. Seu fracasso ou o seu sucesso depende de nós para que a educação se torne verdadeiramente inclusiva, nesse sentido, libertadora.
Ao que tudo indica incluir é o modelo de inserção mais radical que deve ocorrer no ensino regular. Nesta perspectiva defendemos a ideia de que a inclusão é a melhor forma de oportunizar e possibilitar que as pessoas deficientes possam desempenhar suas potencialidades e capacidades, independente do grau de deficiência ou de diferença social. Numa apreciação sistemática observada por estudiosos da temática em questão, poder-se dizer que a inclusão é a forma pela qual todas as pessoas devem ser incluídas no sistema de ensino sem que haja preconceitos, discriminações e desrespeito às diferenças.
Se tratando da escola, uma ferramenta criada com o intuito de libertar homens e mulheres da opressão e da alienação política, a meu ver ao contrário dos seus objetivos, está escola tem se configurado como celetista, excludente, marginalizada e conservadora, portanto, não permitindo a todos oportunidades e igualdades. Faz-se necessário construir um espaço onde todos possam ter os mesmos direitos; ser tratados com igualdade; onde os alunos deficientes não sejam olhados como “o anormal”, onde a escola possa ver a diversidade não como um problema, mas sim como um atributo somatório na construção das experiências; onde a escola seja um espaço capaz de garantir todos possam crescer juntos em busca de uma sociedade humanizada, onde a pessoa seja o alvo principal.
Desse modo, a razão pela qual a escola ainda privilegia apenas aqueles considerados “normais”, a intenção é promover na escola o processo de inclusão e favorecer que os portadores de deficiência possam não só frequentar o sistema educacional regular, mas também se manter nele, rompendo barreiras, superando limites e vencendo obstáculos.
Considerações finais 
A finalidade e a reflexão deste trabalho, vem com o objetivo de construir uma escola onde todos possam ter os mesmos direitos; ser tratados com igualdade de direitos; onde os alunos deficientes não sejam olhados como “o outro, o anormal, o diferente”; onde este espaço possa ver a diversidade não como um problema, mas sim como um atributo somatório na construção das experiências; um espaço capaz de garantir que professores, coordenadores e, pais e mães, alunos e a comunidade como um todo, com ou sem algum tipo de deficiência, possam crescer juntos em busca de uma sociedade humanizada, onde a pessoa seja o alvo principal. 
Diante dessa afirmação, Hargreaves (1998) observa:
Fazer da escola um espaço de mudança é transformá-la numa comunidade educativa de partilhas de trabalho e de cultura, com o envolvimento efetivo de todos, no processo educativo comum da inclusão. Nunca será demais estimular, de todas as formas, a participação de todos os que fazem a escola, incluindo, aí, a família e a comunidade, como recurso de incentivo e apoio ao processo de inclusão (p.84-85). 
O objetivo central dessa reflexão é demonstrar que a inclusão propõe mudanças de paradigmas, extingue o modelo singular de educação, sugere sua pluralidade, abala a arcaica estrutura do professorado, enfim, permite que os alunos sejam aqueles, cuja identidade não está centrada em um modelo único e intocável, ao contrário, na escola inclusiva os alunos constroem conjuntamente com a comunidade escolar a sua identidade diante das experiências coletivas.
Sabe-se que tratar de Inclusão Escolar de fato ainda é divergente, não se tem um único método, ou formula para ter êxito no que tange a proposta inclusiva.
Incluir é garantir espaços, abrir horizontes, respeitar o outro, o diferente, em resumo, possibilita que todos possam mesmo sendo diferentes gozar de direitos sociais, políticos, culturais enfim, permite que os alunos sejam aqueles, cuja identidade não está centrada em um modelo único e intocável, ao contrário, na escola inclusiva os alunos constroem conjuntamente com a comunidade escolar a sua identidade diante das experiências coletivas. 
Esses aspectos, no entanto, nos remetem a seguinte constatação: a inclusão escolar é um processo novo, portanto ainda difícil de ser aceito. Resta-nos, contudo, empenho, dedicação, vontade, pois mudar o modelo que aí está posto durante décadas, eliminar barreiras que impedem nossas ações, quebrar paradigmas conservadores que nos marginalizam, que nos oprimem e nos excluem, romper obstáculos que nos impossibilitam de lutar pela nossa independência, são entre outros, os maiores desafios aos educadores e educadoras. 
Referências 
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
______. Pedagogia da Esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: ed. Paz e Terra, 1992.
______. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 
1999.
HARVEAGRES, Handy. Os professores em tempo de mudança: o trabalho e a cultura do professor na idade pós-moderna. Lisboa: McGraw Hill, 1998, p.84-85. 
 MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão escolar: o que é? por quê? como fazer? São Paulo: Moderna, 2003. (Col. Cotidiano Escolar).
VIEIRA, José Carlos. Democracia e Direitos Humanos no Brasil. São Paulo: EdiçõesLoyola, 2005.