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PRINCI´PIO DE D’ALEMBERT Ckllinsmawn Kennyd Rodrigues Barbosa1 1 DESLOCAMENTO E TRABALHOS VIRTUAIS Para entender o Princ´ıpio de d’Alembert, tambe´m conhecido como Princ´ıpio de Lagrange d’Alembert, e´ ne- cessa´rio, primeiramente, conhecer um con- ceito chamado Deslocamento Virtual e con- sequentemente Trabalhos Virtuais. Representamos o deslocamento vir- tual por δ~r, que e´ um deslocamento in- finitesimal de um ponto a outro ponto da curva (ou superf´ıcie) no mesmo ins- tante de tempo t e o vetor formado por esses pontos e´ tangente a` curva (ou su- perf´ıcie). Ou seja, dado um sistema de N part´ıculas, os deslocamentos virtuais δ~ri, i = (1, 2, 3, . . . , N) sa˜o deslocamentos infinitesi- mais das posic¸o˜es ~r1, ~r2, ~r3, . . . , ~rN realizados instantaneamente. Suponha um v´ınculo, por exemplo uma curva que dependa do tempo ao qual o movimento da part´ıcula esta´ res- trito. A equac¸a˜o de v´ınculo, neste caso, e´ dada por f(x, y, t) = 0 O v´ınculo pode tambe´m ser uma su- perf´ıcie, neste caso a equac¸a˜o de v´ınculo e´ f(x, y, z, t) = 0. A figura abaixo ilustra a diferenc¸a entre deslocamento virtual e real para uma part´ıcula restrita a uma superf´ıcie onde a velocidade no instante t e´ u. Figura 1 – Deslocamentos em superf´ıcie mo´vel. Fonte: (OLIVEIRA; LA- DEIRA, 2016) O deslocamento real, representado na figura por d~r, e´ um deslocamento que cada part´ıcula do sistema sofre ao longo do inter- valo de tempo dt, de acordo com as equac¸o˜es de movimento do sistema. O vetor d~r, em geral, na˜o e´ tangente a` curva. Se a curva (ou superf´ıcie) estiver fixa, ou seja, na˜o pos- sui dependeˆncia temporal, enta˜o d~r e δ~r sa˜o ambos tangentes a` superf´ıcie. Se a superf´ıcie a qual o movimento da part´ıcula esta´ condicionado e´ idealmente lisa (coeficiente de atrito nulo), enta˜o a forc¸a de contato entre a part´ıcula e a superf´ıcie na˜o conte´m componente tangencial, mas apenas normal a` superf´ıcie. Como a forc¸a de v´ınculo ~f e´ perpendicular a` superf´ıcie no instante t e o deslocamento virtual δ~r e´ tangente a` 1 IFSPE, lukas8991h@gmail.com 1 superf´ıcie, temos que W = ~f · δ~r = 0 Ou seja, o trabalho e´ zero. Como esta forc¸a associada ao v´ınculo na˜o realiza trabalho du- rante deslocamentos virtuais, e´ chamado de v´ınculo ideal. Pela Segunda Lei de Newton, tem-se que ~Fi = ~˙pi, i = (1, 2, 3, ..., N) Obs: ~˙pi = d~pi dt . Deve-se levar em conta que ~Fi = −→ Fi (a) + −→ Fi (v) Ou seja, a forc¸a total ou resultante sobre a i-e´sima part´ıcula e´ igual a` soma da forc¸a aplicada [sobrescrito (a)] com a forc¸a de v´ınculo [sobrescrito (v)], pois a segunda lei de Newton exige a considerac¸a˜o das forc¸as de v´ınculo associadas. Manipulando as duas u´ltimas equac¸o˜es mostradas, deduz-se que ~˙pi− −→ Fi (a)= −→ Fi (v) Enta˜o, N∑ i=1 [ ~˙pi− −→ Fi (a) ] · δ~ri = N∑ i=1 −→ Fi (v) ·δ~ri Como representado anteriormente, na mai- oria dos casos fisicamente interessantes, o trabalho virtual total das forc¸as de v´ınculo se anula: N∑ i=1 −→ Fi (v) ·δ~ri = 0 Enta˜o, finalmente chega-se ao chamado Princ´ıpio de Lagrange d’Alembert, ou sim- plesmente Princ´ıpio de d’Alembert: N∑ i=1 [ ~˙pi− −→ Fi (a) ] · δ~ri = 0 Com o Princ´ıpio de d’Alembert, obte´m-se as equac¸o˜es de movimento sem as forc¸as de v´ınculo - da´ı sua vantagem em relac¸a˜o a uma aplicac¸a˜o “seca” das leis de Newton. Vale salientar que o Princ´ıpio de d’Alembert e as leis de Newton sa˜o equivalentes: fornecem as mesmas equac¸o˜es de movimento (PELA´, 2013). Fazendo agora um exemplo de aplicac¸a˜o do princ´ıpio de d’Alembert: Ma´quina de Atwood. Figura 2 – Ma´quina de Atwood. Fonte: (LE- MOS, 2007) Como representado na figura, su- pondo que os blocos estejam sujeitos a um campo gravitacional ~g e supondo um eixo x vertical para baixo, tem-se que: ~r1 = x1~i; ~r2 = x2~i, sendo ~i o versor (mo´dulo unita´rio) que aponta na mesma direc¸a˜o e sentido do eixo atribu´ıdo; x1 + x2 = l = constante; x¨1 + x¨2 = 0; 2 δx1 + δx2 = 0; x¨2 = −x¨1; ~¨r2 = −x¨1~i = − ~¨r1; δx2 = −δx1; δ~r1 = δx1~i; δ~r2 = δx2~i = −δx1~i; −→ F1 (a)= m1g~i; −→ F2 (a)= m2g~i Aplicando essas informac¸o˜es no Princ´ıpio de d’Alembert, tem-se que: 2∑ i=1 [ ~˙pi− −→ Fi (a) ] · δ~ri = 0 ( m1x¨1~i−m1g~i+m2x¨1~i+m2g~i ) · δx1~i = 0 (m1x¨1 −m1g +m2x¨1 +m2g) · δx1 = 0 Pois o produto escalar entre o versor ~i e ele mesmo e´ igual a 1. Como δx1 e´ arbitra´rio e diferente de zero e o produto entre o mesmo e o termo em pareˆnteses e´ nulo, enta˜o: m1x¨1 −m1g +m2x¨1 +m2g = 0 (m1 +m2)x¨1 = (m1 −m2)g ~¨x1 = ~a1 = (m1 −m2) (m1 +m2) ~g = −~a2 REFEREˆNCIAS BIBLIOGRA´FICAS LEMOS, N. A. Mecaˆnica Anal´ıtica. 2. ed. Sa˜o Paulo: Editora Livraria da F´ısica, 2007. 388 p. OLIVEIRA, T. de; LADEIRA, D. G. Princ´ıpio de d’Alembert e Equac¸o˜es de Lagrange. 31 p. Dissertac¸a˜o (Mestrado profisional em Matema´tica - PROFMAT) — Universidade Federal de Sa˜o Joa˜o del-Rei - UFSJ, Sa˜o Joa˜o del-Rei, 2016. PELA´, R. R. Introduc¸a˜o a` Mecaˆnica Anal´ıtica. Sa˜o Paulo, 2013. 13 p. Dis- pon´ıvel em: 〈http://www.ief.ita.br/∼rrpela/ downloads/fis26/FIS26-2013-aula16.pdf〉. Acesso em: 21 mai. de 2013. 3 Deslocamento e Trabalhos virtuais
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