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__ _ _ __ _ _ RES ERV A __ _ _ __ _ _ __ _ _ __ _ _ __ _ _ MÓDULO 3 ASPECTOS PRODUTIVOS Sustentabilidade na produção do café | Módulo 383 Módulo 3: Aspectos produtivos Olá! Estamos na metade do curso Sustentabilidade na produção do café. Nosso caminho até aqui foi longo, não é mesmo? No Módulo 1, conhecemos as práticas ad- ministrativas que levam a uma melhor gestão da produção. No Módulo 2, vimos as principais ações relacionadas aos aspectos ambientais, permitindo conciliar a produção agrícola com a preservação do meio ambiente. E, agora, vamos explorar as boas práticas agrícolas na produ- ção do café! Todo produtor busca ter um cafezal saudável e produtivo, mas, para isso, as plantas precisam estar sempre bem nutridas. Outros fatores determinantes para que suas lavouras tenham uma produção excelente, tanto em quantidade como em qualidade, são as cultivares utilizadas, a escolha das áreas de plantio, as condições de clima e solo da propriedade e o manejo fitossani- tário das lavouras, assim como os cuidados na colheita e pós-colheita do café. Neste módulo, você verá ao longo de seis aulas os principais aspectos produtivos para se alcançar uma cafeicultura mais sustentável. Confira os assuntos que serão tratados em cada uma delas. Aula 1 A primeira aula será sobre a implantação de novos cafezais, desde a escolha do material genético até o plantio das mudas. Aula 2 Na segunda aula, você verá o quanto é importante nutrir o cafeeiro de forma equilibrada e com embasamento técnico. Aula 3 Na terceira aula, vamos falar sobre a cobertura do solo e o “manejo do mato”, prá- ticas fundamentais para se ter um solo saudável e protegido. Aula 4 Na quarta aula, veremos as vantagens de se fazer um manejo de pragas e doenças de forma integrada, usando todos os recursos disponíveis e recorrendo ao controle químico somente quando necessário. Aula 5 A quinta aula irá tratar sobre a importância da aplicação correta de agroquímicos. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 384 Aula 6 Na sexta e última aula do módulo, vamos falar sobre os cuidados essenciais nas etapas de colheita e pós-colheita para garantir a qualidade do seu café. Concluído este módulo, esperamos que você compreenda a importância e os benefícios de: • Utilizar cultivares registradas e dar preferência às resistentes ou tolerantes a pragas, doenças e à seca. • Implantar cafezais em áreas aptas à cultura, respeitando a legislação ambiental e aten- tando para a conservação do solo. • Identificar os talhões de café para registro de informações e rastreabilidade. • Utilizar os corretivos e fertilizantes de acordo com recomendação técnica, baseada em análise de solo e análise foliar, assim como de estocar os fertilizantes de forma segura e de acordo com a legislação. • Manter o solo coberto nas entrelinhas do cafezal por meio do “manejo do mato” e do uso de plantas de cobertura. • Realizar o manejo integrado de pragas e doenças de forma efetiva e utilizar os agroquí- micos de acordo com a legislação. • Manusear e aplicar agroquímicos somente com o uso do EPI e após participação em treinamento, além de manter os equipamentos de pulverização devidamente regulados. • Implementar práticas que favoreçam a qualidade do café e a prevenção de contamina- ções durante as etapas de colheita e pós-colheita. Aula 1: Material propagativo e implantação de cafezais Você sabe que um bom cafezal começa pelo uso de mudas bem formadas e pela escolha de um local de plantio adequado. Além das boas práticas no viveiro, é importante escolher cultivares adaptadas às condições de clima e solo da sua região e, de preferência, que sejam resistentes ou tolerantes a pragas, doenças e à seca. Antes de “sair plantando” uma nova lavoura, vale a pena verificar se o local escolhido possui características favoráveis ao cafeeiro, seja arábica ou conilon, contribuindo assim para uma lavoura mais saudável e lucrativa, com a produção de cafés de alta qualidade. Lembrando que, na implantação de novos cafezais, é preciso respeitar a legisla- ção ambiental, sobretudo em relação às APPs e à Reserva Legal, e atentar para a conservação do solo. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 385 Fonte: Eduardo Matavelli Material propagativo Ao plantar novas áreas de café, avalie as cultivares melhor adaptadas e mais produtivas em sua região – preferencialmente em áreas semelhantes às da sua propriedade. Além disso, é interessante seguir a recomendação de um técnico. As cultivares devem ser sempre de origem conhecida, registradas no MAPA e recomendadas pelos órgãos de pesquisa oficiais (federais, estaduais ou regionais). Mapa Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Atenção Não se deve utilizar material propagativo de origem desconhecida, ou seja, que não seja oriundo de materiais legalmente autorizados. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 386 Saiba Mais Existem atualmente 130 cultivares de café arábica (Coffea arabica) regis- tradas no MAPA. Desse total, 66 foram desenvolvidas pelo IAC; 32 pela Fundação Procafé (incluindo as 18 do antigo Funtec); 15 pela Epamig e 13 pelo Iapar. No caso do café conilon (Coffea canephora), há 17 cultivares registradas, dentre as quais 11 foram desenvolvidas pelo Incaper, 1 pela Embrapa, 1 pela Fundação Procafé e 1 pelo IAC, entre outras. Fonte: Registro Nacional de Cultivares – RNC/MAPA As mudas devem ser adquiridas de viveiros autorizados pelos órgãos competentes e acom- panhadas de nota fiscal e documentos fitossanitários (exemplo: CFO e PTV) emitidos pelo órgão estadual responsável pela fiscalização fitossanitária. Isso garante a qualidade das mudas que você está comprando. órgãos competentes Exemplo: registrados no Registro Nacional de Sementes e Mudas – RENASEM. CFO Certificado Fitossanitário de Origem: é um documento emitido na origem para atestar a condição fitossanitária da partida de plantas, partes de vegetais ou produtos de origem vegetal de acordo com as normas de defesa sanitária vegetal. PTV Permissão de Trânsito de Vegetais: é um documento emitido para acompanhar o trânsito da par- tida de plantas, partes de vegetais ou produtos de origem vegetal, de acordo com as normas de defesa sanitária vegetal. No caso da produção de mudas para uso próprio (dentro da mesma propriedade), as sementes adquiridas devem possuir nota fiscal e documentos fitossanitários. Verifique a legislação específica do seu estado. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 387 Mudas de café arábica Fonte: Shutterstock Saiba Mais Confira mais informações sobre as vantagens e os riscos do uso de mudas clonais de Coffea canephora na biblioteca do curso. Atenção A imagem abaixo é de um viveiro de café conilon com produção de ma- terial propagativo de origem desconhecida e seleção de plantas mais produtivas “no olho”, não recomendadas pelos órgãos de pesquisa ofi- ciais. Esta é uma prática que deve ser evitada! Fonte: Pedro Ronca Sustentabilidade na produção do café | Módulo 388 Implantação de cafezais Em novos plantios, escolha áreas com altitude adequada para a cultura e evite locais com risco de geadas ou alagamentos. Além disso, é interessante conhecer os tipos de solo e suas carac- terísticas, pois isso auxilia no manejo adequado. Na Prática Procure o auxílio de um técnico para fazer o levantamento, a classifi- cação e o mapeamento dos solos da sua propriedade. A classificação é baseada em características do solo que não mudam com o passar do tempo, sendo feita apenas uma vez e fornecendo informações que são sempre utilizadas. É aconselhável que a implantação do cafezal seja feita com boa cobertura vegetal no solo, uma vez que esse é um momento em que o solo fica descoberto e com maior risco de erosão pelaação das chuvas. Em áreas já corrigidas, pode-se realizar o cultivo mínimo, que restringe o pre- paro do solo apenas ao sulcamento ou coveamento. É importante ter um acompanhamento técnico no momento de planejar o alinhamento de plantio, atentando para as práticas de con- servação de solo e água, como o uso de caixas de contenção, terraceamento etc. Na Prática Evite o revolvimento desnecessário do solo, principalmente em áreas mais inclinadas e propensas à erosão. Atenção O plantio em “linha reta” pode fa- cilitar a mecanização, porém, se o relevo for inclinado e o solo estiver sem cobertura adequada, pode ocorrer erosão na linha de plantio. Fonte: Pedro Ronca Sustentabilidade na produção do café | Módulo 389 Muitas informações importantes, não é mesmo? Na próxima aula, confira como é feito o uso adequado de fertilizantes minerais e adubos orgânicos no sulco ou cova de plantio para auxiliar no desenvolvimento das raízes do cafeeiro e proporcionar uma maior resistência à seca. Siga em frente! Aula 2: Fertilidade do solo e nutrição do cafeeiro Para nutrir suas lavouras de forma equilibrada, é fundamental adotar algumas práticas que levam ao uso eficiente de fertilizantes e corretivos. A melhor forma de saber com precisão quanto e qual tipo de adubo aplicar e também de identificar a necessidade de calagem ou gessagem é por meio da análise de solo. Outro procedimento importante é a análise foliar, que funciona como um “exame de sangue” da planta, identificando possível falta ou excesso de nutrientes. O produtor também pode contar com um plano de adubação, feito por um técnico especializado na cultura para otimizar o uso dos fertilizantes e corretivos em cada talhão da propriedade, tornando sua produção mais econômica e lucrativa. calagem O calcário é um corretivo de acidez utilizado para elevar o pH do solo, além de neutralizar a toxidez do alumínio (Al) e fornecer cálcio (Ca) e magnésio (Mg) para as culturas. Também é responsável pela melhoria das condições químicas nas camadas superficiais do solo. gessagem O gesso agrícola é um condicionador de solo utilizado para promover o desenvolvimento das raí- zes em profundidade, permitindo uma melhor absorção de água e nutrientes pelas plantas, mes- mo em períodos de seca. O gesso leva o cálcio (Ca) até camadas mais profundas do solo e reduz a toxidez do alumínio (Al) em profundidade, o que torna possível o aprofundamento das raízes em solos que apresentam condições desfavoráveis. Além disso, o gesso fornece cálcio (Ca) e enxofre (S), sem elevar o pH do solo. Avaliação da fertilidade do solo Faça análises de solo específicas para cada talhão da propriedade, se possível, todos os anos (normalmente entre abril e setembro) ou, no máximo, a cada dois anos, pois o adubo é um de seus maiores gastos e um erro na recomendação pode lhe causar prejuízos, como o desperdí- cio de fertilizantes ou a baixa produtividade das lavouras. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 390 Não economize em análise, pois ela é uma ferramenta muito útil e barata. Fonte: Sylvio Padilha Saiba Mais Para saber como coletar amostras de solo, acesse a biblioteca do curso e confira o texto “Como coletar amostras de solo”. Caso tenha dúvidas, peça orientação a um técnico da sua região. Análise foliar Faça análise de folhas pelo menos uma vez ao ano ou, quando possível, mais de uma vez, para ter um comparativo em diferentes épocas e ajustar as adubações. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 391 Fonte: Centro de Desenvolvimento Tecnológico do Café - CETCAF Saiba Mais Para saber como coletar amostras de folhas, acesse a biblioteca do cur- so e confira o texto “Como coletar amostras de folhas”. Caso tenha dúvidas, peça orientação a um técnico da sua região. Escolha de corretivos e fertilizantes Para garantir a qualidade dos corretivos e fertilizantes que você aplica em suas lavouras, utilize apenas produtos registrados no MAPA. Além disso, evite utilizar qualquer fonte de nutrientes que tenha níveis de metais pesados acima do permitido pela legislação, pois isso pode preju- dicar o meio ambiente e ainda comprometer a sua produção. metais pesados Metais pesados são elementos tóxicos que, mesmo quando presentes em pequenas concentra- ções, podem ocasionar problemas de saúde em plantas, animais e seres humanos. Dentre os mais tóxicos, encontram-se: chumbo, cádmio, mercúrio, arsênio, titânio e urânio. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 392 Na Prática Antes de comprar os insumos, solicite uma análise ao fabricante para verificar a presença de metais pesados e os níveis de nutrientes. A aplicação de matéria orgânica (palha de café, esterco, composto orgânico etc.) é muito impor- tante, pois além de fornecer nutrientes ao cafeeiro, melhora as características químicas, físicas e biológicas do solo, promovendo condições mais favoráveis para: • retenção de nutrientes dos fertilizantes (diminuição das perdas); • manutenção de umidade e aeração; • melhor desenvolvimento de raízes; • consequentemente, uma melhor absorção de nutrientes pelo cafeeiro. Quando aplicar adubos orgânicos, considere as suas respectivas quantidades de nutrientes nos cálculos de adubação. Para saber os teores de nutrientes de cada tipo de adubo orgânico, você pode enviar amostras para análise em laboratório, que possui um custo acessível e forne- ce informações importantes para a determinação da quantidade correta a ser aplicada. Caso não seja possível realizar essas análises, você pode considerar os valores médios de nutrientes indicados na literatura científica, conforme tabela disponível na biblioteca do curso. Aplicação de matéria orgânica como fonte de nutrientes em lavoura mecanizada com “manejo do mato” e linha coberta por palhada. Fonte: Pedro Ronca Sustentabilidade na produção do café | Módulo 393 Aplicação de matéria orgânica como fonte de nutrientes em lavoura não mecanizada e com mão de obra familiar. Fonte: COOPFAM Estocagem de fertilizantes Outro ponto importante para prevenir a contaminação do meio ambiente é estocar os adubos de forma correta e segura, cumprindo os seguintes critérios: • o depósito deve ser feito de material não inflamável; • o local deve ser ventilado e protegido da chuva; • pilhas altas que possam cair devem ser evitadas; • não devem ser armazenados adubos com produtos inflamáveis, como combustíveis, óleos e produtos químicos de outra natureza. • diferentes tipos de adubos devem sempre ser mantidos separados e, se possível, iden- tificados; • os produtos estocados não devem ficar encostados nas paredes; • adubos líquidos devem ser armazenados em local que tenha contenção em caso de vazamentos; • no caso de armazenamento em caráter temporário, devem ser adotadas medidas de contenção, entre outras, para evitar a contaminação do solo e de cursos d’água, consi- derando análise de risco. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 394 Confira a seguir algumas imagens que mostram práticas corretas na estocagem de fertilizantes. Depósito de fertilizantes devidamente sinalizado. Fonte: Sylvio Padilha Depósito de fertilizantes devidamente sinalizado. Fonte: Sylvio Padilha Sustentabilidade na produção do café | Módulo 395 Armazenamento correto de adubos – evitando contato direto com o chão, protegido da chuva e afastado da parede. Fonte: Eduardo Matavelli Armazenamento temporário de adubo no campo de forma correta – coberto e protegido das chuvas. Fonte: Eduardo Matavelli Sustentabilidade na produção do café | Módulo 396 Agora confira imagens que mostram o armazenamento incorreto. Armazenamento incorreto de adubos – em contato direto com o chão e próximo à parede. Armazenamento incorreto de adubos – em contato direto com o chão e próximo a produtosinflamáveis, como com- bustíveis. Fonte: Eduardo Matavelli Fonte: Eduardo Matavelli O armazenamento dos adubos exige alguns cuidados, uma vez que, por estarem em forma concentrada, possuem grande potencial de contaminação do solo e da água. Aula 3: Cobertura do solo e manejo do mato No Módulo 2, já destacamos a importância de manter as entrelinhas do cafezal cobertas com vegetação para conservar o solo e minimizar os efeitos da seca. Para isso, podemos utilizar a técnica do “manejo do mato” que, assim como o uso de plantas de cobertura, traz diversos benefícios, como: • proteção do solo contra erosão e compactação; • manutenção de umidade no solo; • reciclagem de nutrientes e aumento do teor de matéria orgânica no solo, proporcionan- do um melhor aproveitamento dos fertilizantes e uma nutrição mais equilibrada para o cafeeiro; • diversificação de organismos no solo, favorecendo o controle biológico de pragas; • supressão de plantas invasoras nas linhas do café, reduzindo a necessidade do uso de herbicidas. Com o “manejo do mato” é possível transformar um “vilão” em um grande “aliado”. Esta técnica consiste em deixar o mato crescer nas entrelinhas do cafezal e, com as roçadas, depositá-lo de- baixo da saia do café ou nas próprias entrelinhas, formando uma camada de cobertura morta sobre o solo. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 397 A ideia é produzir bastante mato (plantas daninhas, braquiária etc.) nas entrelinhas para co- locá-lo na linha do café, formando um “colchão” sobre o solo. Com isso, as linhas do cafezal permanecem sempre cobertas por palhada e, as entrelinhas, com cobertura vegetal – que é periodicamente roçada. Assim, os nutrientes que seriam perdidos são aproveitados pelo mato e devolvidos ao café em forma de matéria orgânica. Confira a seguir imagens que mostram o manejo do mato sendo realizado em diferentes situações. Manejo do mato nas entrelinhas, com a formação de cobertura morta nas linhas do café. Manejo do mato em lavoura mecanizada. Cobertura morta nas linhas do cafeeiro formada pela roçada da braquiária nas entrelinhas. Fonte: Pedro Ronca Fonte: Pedro Ronca Fonte: IPNI Brasil Na imagem foi utilizada uma caneta para mensurar a espessura da camada de cobertura morta formada nas linhas do cafezal. Lavoura não mecanizada com manejo do mato realizado com roçadeira lateral. Fonte: Eduardo Matavelli Fonte: Sylvio Padilha De acordo com pesquisas, o sistema de manejo do mato com braquiária propor- ciona um aumento de, aproximadamente, 20% na água prontamente disponível na camada de 0 a 20 cm do solo. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 398 Fonte: Pedro Ronca Confira abaixo imagens que mostram lavouras sem a realização do manejo do mato de for- ma adequada. Solo exposto, sem cobertura morta nas linhas do café. Solo exposto, sem cobertura vegetal nas entrelinhas do café. Cafezal sem manejo adequado do mato. Fonte: Pedro Ronca Fonte: Pedro Ronca Fonte: Pedro Ronca Há diversas opções para a utilização de plantas de cobertura nas entrelinhas do cafezal. Po- dem ser consorciadas culturas, como milho, feijão, amendoim etc., ou então podem ser utili- zados adubos verdes, ou seja, espécies de comprovada eficiência na fixação de nitrogênio e/ ou na produção de biomassa. O plantio de adubos verdes também pode ser usado para supri- mir alguma espécie de mato indesejada. Veja a seguir algumas imagens que mostram o uso de plantas de cobertura na cultura do café. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 399 Adubação verde nas entrelinhas do cafeeiro utilizando Crotalária-juncea. Adubação verde nas entrelinhas do cafeeiro utilizando lab-lab. Fonte: Associação Hanns R. Neumann Stiftung do Brasil Fonte: Associação Hanns R. Neumann Stiftung do Brasil Milho como planta de cobertura nas entrelinhas do café. Crotalária-spectabilis nas entrelinhas do cafezal. Fonte: Artur Paiva Fonte: Caio Diniz Alguns exemplos de adubos verdes interessantes para plantio nas entrelinhas do café (espé- cies não trepadeiras) podem ser: • Porte alto: crotalária-juncea e guandu-forrageiro. • Porte médio: crotalária-spectabilis e milheto. • Porte baixo: mucuna-anã, crotalária-breviflora e feijão-de-porco. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 3100 Confira uma dica do Antônio! Sempre que possível, faça o manejo do mato ou das plantas de cobertura com métodos mecânicos, por meio de roçadeiras ou trinchas. Esta téc- nica permite a formação de uma cobertura morta, mantendo a umidade e aumentando o teor de matéria orgânica no solo. Além disso, lembre-se de manter os carreadores dentro dos talhões protegidos com cobertura viva ou morta, para evitar a erosão e a compactação excessiva do solo. Atenção A aplicação incorreta de herbicida pode provocar a intoxicação do cafeeiro. Fonte: Pedro Ronca O uso excessivo de herbicida para controle do mato nas entrelinhas pode causar prejuízos. Fonte: Eduardo Matavelli Sustentabilidade na produção do café | Módulo 3101 Procure usar os herbicidas o mínimo possível, alternando com roçadas mecânicas e evitando aplicações sequenciais. Faça uma análise de risco do uso frequente de princípios ativos que possam causar a seleção de plantas daninhas resistentes ou que possam exceder os limites máximos de resíduos permitidos. Outra técnica interessante é a roçada do mato em ruas alternadas, ou seja, roça-se meta- de das ruas, alternadamente (rua sim, rua não), e, quando o mato das ruas roçadas crescer, roça-se o mato das demais ruas e assim por diante. Esta técnica mantém sempre metade das entrelinhas com mato ou cobertura vegetal, conservando o habitat de inimigos naturais de pragas e proporcionando um microclima mais confortável para o cafeeiro, principalmente no caso de lavouras novas. Fonte: Pedro Ronca Fonte: Pedro Ronca Aula 4: Proteção integrada do cafeeiro Uma das principais técnicas para manter a saúde de suas lavouras é o manejo integrado de pragas e doenças (MIP), que busca minimizar os danos econômicos com o uso integrado de diferentes métodos de controle, dando prioridade aos alternativos e recorrendo ao controle químico somente quando necessário e em conformidade com a legislação. Com a orientação de um técnico, faça o monitoramento da incidência de pragas e doenças em cada talhão com uma frequência que possibilite a realização do controle antes que tenha sido atingido o nível de dano econômico. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 3102 Na Prática É importante que o produtor ou técnico desenvolva o hábito de visitar frequentemente as lavouras para verificar suas condições de desenvol- vimento, nutrição, incidência de pragas e doenças, plantas daninhas etc. A frequência pode variar ao longo do ano, mas o ideal é que sejam reali- zadas pelo menos uma ou duas visitas ao mês. Em épocas ou áreas nas quais é favorável a ocorrência de determinada praga ou doença, o mo- nitoramento deve ser intensificado para acompanhar sua evolução. Um dos fatores mais importantes no controle de pragas e doenças é verificar sua incidência desde o início. Se desejar, você pode realizar um curso sobre MIP na cultura do café. O SENAR, entre outras instituições, oferece esse tipo de curso sem ne- nhum custo para o produtor. Consulte o SENAR do seu estado sobre a disponibilidade de turmas em sua região. Registre os dados coletados no campo – referentes ao nível de incidência de pragas e doenças – em um caderno, planilha ou outro meio contendo, pelo menos, as seguintes informações: ta- lhão ou lavoura, tamanho da área, nível de incidência e ação a ser executada (controlar, aguar- dar, reavaliar etc.). Registrar e guardar esses registros vai permitir que você faça comparativos interessantes entre diferentes anos e talhões com relação a determinadaspragas ou doenças. No Ambiente de Estudos tem um modelo de planilha de monitoramento de pragas e doenças. Confira! Fonte: Cesar Candiano É interessante consultar periodicamente os sistemas de aviso dos órgãos oficiais ou mesmo a previsão do tempo quanto às condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento de deter- minadas pragas ou doenças, auxiliando, desta maneira, na tomada de decisão sobre os moni- toramentos e controles. órgãos oficiais Fundação Procafé: http://fundacaoprocafe.com.br/ Incaper: http://hidrometeorologia.incaper.es.gov.br/ Entre outros. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 3103 Confira uma dica do Antônio sobre os procedimentos corretos para realizar o controle químico. Antes de realizar o controle químico, considere se as condições climá- ticas estão favoráveis para a continuidade da incidência da praga ou doença. Por exemplo, vamos imaginar que o ataque do bicho-mineiro ainda não tenha atingido o nível de controle, mas há previsão de boas chuvas nos próximos dias. Neste caso, o efeito da chuva tende a reduzir a pressão da praga, o que pode tornar o controle químico desnecessá- rio. Caso contrário, se a previsão for de dias secos com altas tempera- turas, o produtor deverá monitorar os talhões e fazer o controle assim que necessário, pois a incidência da praga pode aumentar rapidamente. Além disso, considere a presença dos inimigos naturais das pragas antes de realizar o controle químico. Mina predada: larva do bicho-mineiro controlada por inimigo natural. Fonte: Pedro Ronca A melhor forma de saber se é realmente necessário realizar o controle químico em determinado talhão é através do monitoramento das pragas e doenças. Confira seus principais benefícios: • maior eficácia dos produtos utilizados; • menor seleção de pragas e patógenos resistentes a agroquímicos; • maior economia, com a diminuição do número de aplicações e a consequente redução do custo de produção. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 3104 Confira a seguir algumas imagens sobre o controle da broca-do-café. Broca-do-café: besouro adulto e fruto brocado. Armadilha para captura da broca Controle biológico utilizando o fungo Beauveria bassiana Fonte: Epamig Fonte: Pedro Ronca Fonte: Pedro Ronca Saiba Mais Confira mais informações sobre o MIP e os principais métodos de con- trole alternativo de pragas e doenças na cultura do café na cartilha Ma- nejo Sustentável do Cafeeiro (páginas 26 a 39), disponível na biblioteca do curso. Veja também instruções para a confecção de uma armadi- lha para o manejo da broca-do-café. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 3105 Confira uma dica do Antônio sobre exportação do café! Se você tiver interesse em exportar o seu café, consulte as restrições em relação ao uso de agroquímicos do país de destino, a fim de verificar eventual proibição no uso de agroquímicos específicos que são autori- zados pela legislação brasileira. Contudo, ressalta-se que, existindo au- torização de uso no Brasil, você pode usar o agroquímico cumprindo a legislação brasileira, ficando restrita somente a exportação do café para os países que proíbam o uso do produto. Você pode consultar algumas listas de produtos proibidos disponibili- zadas na biblioteca do curso. • Associação 4C – Listas de Pesticidas. • UTZ – lista de pesticidas banidos e lista de pesticidas em observação. • Rede de Agricultura Sustentável – Lista de Agroquímicos Proibidos. O MIP preconiza um tratamento individualizado para cada talhão, em função de suas caracte- rísticas, como potencial produtivo, microclima, nutrição, histórico de pragas e doenças etc. Por isso, muitas vezes não é recomendável realizar o mesmo tratamento fitossanitário para todas as lavouras da propriedade. Quando um mesmo pacote de agroquímicos é utilizado em todos os talhões da propriedade durante anos seguidos, sem levar em consideração as característi- cas de cada talhão, pode-se concluir que o MIP não está sendo realizado de forma adequada. Vale ressaltar que o MIP não se limita ao monitoramento de pragas e doenças. O monitoramen- to é uma etapa fundamental, mas não para por aí. É necessário considerar o nível de controle para a realização do controle químico e, sempre que possível, deve-se dar prioridade ao uso de controles físicos, mecânicos, culturais e biológicos em alternativa ao uso de agroquímicos. Na Prática Para evitar que pragas e patógenos tornem-se resistentes aos agroquí- micos, procure alternar princípios ativos, principalmente aqueles com modo de ação diferente, e utilize sempre a dose recomendada na bula. É importante lembrar que sistemas de produção com maior diversidade de plantas possuem uma menor incidência de pragas e doenças, seja pela preservação da população dos inimigos naturais das pragas do cafeeiro, seja pela proteção contra o excesso de vento ou ainda pelo sombreamento parcial da lavoura. Por isso é tão importante a manutenção de quebra-ventos, cercas-vivas e faixas de vegetação nativa no entorno dos cafezais. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 3106 Fonte: Pedro Ronca Saiba Mais Confira mais informações sobre como aumentar a biodiversidade nos cafezais na biblioteca do curso. Aula 5: Aplicação de agroquímicos Para que a aplicação de agroquímicos seja realizada de forma correta e segura, é fundamental que o aplicador seja devidamente capacitado e use o EPI de acordo com o receituário agronô- mico (ex.: jaleco, calça, respiradores, luvas, botas, óculos, viseira) e seguindo as recomendações do responsável técnico. Essa regra também se aplica no momento do preparo da calda. Além disso, os equipamentos de pulverização devem estar sempre em boas condições e calibrados. É importante destacar que o uso de agroquímicos deve ser indicado por receituário agronômi- co fornecido por um responsável técnico que tenha registro no CREA. Você pode verificar no sistema AGROFIT, do MAPA, ou na bula do produto se ele possui registro para a cultura do café. Alguns dos principais produtos que eram utilizados na cafeicultura e que hoje são proibidos são: Endosulfan, Aldicarb, Carbofuran, Metamidofós, Paration, Terbufós e Triazofós. CREA Conselho Regional de Engenharia e Agronomia Sustentabilidade na produção do café | Módulo 3107 Atenção Vale a pena relembrar que é proibido usar agroquímicos sem registro para a cultura do café no Brasil. Use somente produtos com registro no MAPA, pois isso garante a eficácia e a segurança do agroquímico. Existem diferentes tipos de agroquímicos, sendo alguns mais tóxicos que outros. A classe toxi- cológica dos agroquímicos é indicada por uma faixa colorida no rótulo dos produtos. A seguir, confira as classes em ordem decrescente de toxicidade. Classe I Extremamente tóxicos. Altamente tóxicos. Medianamente tóxicos. Pouco tóxicos. Classe II Classe III Classe IV Sempre que possível, o produtor e o técnico devem dar preferência ao uso de pro- dutos de faixa verde ou azul. Saiba Mais A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e a Associação Na- cional de Defesas Vegetal (ANDEF) disponibilizam manuais sobre o uso correto de agroquímicos em seus sites. Fique atento também aos produtos estocados na propriedade que podem ter perdido o regis- tro e, por conta disso, não são mais permitidos. Caso isso aconteça, o produto precisa ser se- parado dos demais e identificado como proibido até ser devolvido à empresa responsável pela sua fabricação ou revenda. Também pode ser destinado para uma empresa de incineração legalmente autorizada a receber agroquímicos. Lembre-se de guardar os receituários na pro- priedade. Caso um produto estocado perca sua validade, ele deve ser separado, identificado e devolvido à empresa responsável por sua fabricação ou revenda. Sustentabilidadena produção do café | Módulo 3108 Treinamento Todos que aplicam ou manuseiam agroquímicos devem passar por treinamento, conforme os requisitos da legislação NR-31. Atenção O manuseio e a aplicação de agroquímicos não pode ser realizado por menores de 18 anos (Decreto n.º 6.481/2008). Você deve guardar os certificados dos treinamentos, os quais precisam conter os temas abor- dados e as horas ministradas por tema. O SENAR, entre outros órgãos oficiais, oferece treina- mentos de alta qualidade e sem custos ao produtor. NR-31 Consulte o item 31.8.8, que aborda os requisitos da legislação em relação ao treinamento de pre- venção de acidentes com agrotóxicos. Trabalhador rural aplicando agroquímicos com o uso adequado de EPI. Trabalhador rural aplicando agroquímicos sem o uso adequado de EPI. Fonte: SENAR Nacional Fonte: Shutterstock Períodos de reentrada e carência Sempre que o controle químico for realizado, o produtor deve controlar o período de reentra- da (tempo entre a aplicação do produto e a liberação para a entrada na lavoura) e o período de carência (tempo entre a aplicação do produto e a colheita). Ambos os períodos são informados na bula dos produtos e devem ser cumpridos. Se for necessário entrar na lavoura antes do término do período de reentrada, deve-se utilizar o EPI. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 3109 O período de carência, também chamado de intervalo de segurança, é o tempo necessário para que o agroquímico aplicado se degrade a tal ponto que o café possa ser colhido sem oferecer riscos à saúde do consumidor, ou seja, sem ultrapassar o limite máximo de resíduo (LMR). É fundamental que esse período seja cumprido para evitar que o café contenha resíduos de agroquímicos acima do limite permitido, o que pode gerar um grande problema para o pro- dutor no momento da comercialização. O período de carência varia de produto para produto, por isso é importante consultar a bula. Para se ter uma ideia, normalmente esse período vai de 15 a 45 dias e, em alguns casos, até 90 dias. limite máximo de resíduo “Quantidade máxima de resíduo de agrotóxico oficialmente aceita no alimento, em decorrência da aplicação adequada numa fase específica, desde sua produção até o consumo, expressa em partes do agrotóxico, afim ou seus resíduos por milhão de partes de alimento (ppm ou mg/kg).” (Resolução n. 165/2003, art. 4.º, I) O Antônio tem uma dica importante para você. Confira! O controle desses períodos é importante para evitar intoxicações e pode ser feito de diferentes formas, por exemplo, com sinalização visual (uso de bandeiras, faixas e placas no campo) ou com registros em planilhas, desde que as pessoas que trabalham no local sejam treinadas sobre os procedimentos. Fonte: Eduardo Matavelli Fonte: Eduardo Matavelli Não importa como o produtor controla esses períodos, o importante é garantir que ninguém entre na lavoura antes do término do período de reentrada e que o café não seja colhido antes do término do período de carência dos agroquímicos aplicados. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 3110 Lavagem dos EPIs Após o manuseio e a aplicação de agroquímicos, os EPIs devem ser lavados em local adequado e separado das roupas de famílias e trabalhadores. A propriedade deve disponibilizar um tan- que separado, específico para a lavagem do EPI, com recipiente próprio para a coleta da água de lavagem. É recomendado que esta água seja recolhida e aplicada em carreadores internos para que não desemboquem em corpos de água ou, de preferência, em ruas no meio das la- vouras - sempre longe de APPs ou corpos de água. A pessoa responsável pela lavagem dos equipamentos também deve usar EPI e ser treinada para isso. Locais específicos para lavagem de EPI. Fonte: SENAR Fonte: Eduardo Matavelli Locais específicos para lavagem de EPI. Secagem de EPI à sombra. Fonte: Eduardo Matavelli Fonte: Eduardo Matavelli Manutenção dos pulverizadores Para evitar acidentes e gastos desnecessários, você deve realizar periodicamente a manuten- ção dos pulverizadores, a fim de mantê-los sem vazamentos, com os bicos calibrados, com as mangueiras e a bomba em boas condições, entre outros. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 3111 Sempre que possível, anote as manutenções e regulagens realizadas. Para conferir se os produtos estão sendo aplicados na dosagem recomendada, basta anotar o volume total de calda gasto e depois dividir pelo tamanho da área tratada, verificando se a vazão planejada foi igual à vazão aplicada (em litros por hectare). Na Prática Sobre a regulagem de pulverizadores tratorizados, vamos ao seguinte exemplo: Considerando um volume de calda de 400 L/ha em lavoura de 3,4 m de largura (2.941 m de linhas de café) e pulverizador com 16 bicos, medir a vazão por bico em, pelo menos, 3 ou 4 bicos. Em 50 m, o volume aplicado deve ser de 6,8 L (400 L ÷ 2.941 m x 50 m). Dividindo-se 6,8 L pelos 16 bicos, temos 0,425 L por bico. Neste caso, deve-se realizar a regulagem para que a vazão seja de 425 ml por bico no tempo que o trator gasta para percorrer 50 m em marcha e rotação de trabalho. É recomendado manter registro das regulagens realizadas. Veja um modelo! FAZENDA: FICHA DE REGULAGEM DE PULVERIZADOR TRATORIZADO Data: Lavoura: Nome: Trator: Máquina: Recomendação técnica em ml/bico/tempo 50m: Marcha de trabalho: Rotação: Tempo gasto para 50 metros em marcha e rotação de trabalho: Pressão do equipamento após regulagem: Quantidade em ml 1ª 2ª pressão 1º bico 2º bico Se a variação for maior que 10%, trocar o bico. 3º bico Para aplicador de herbicidas, conferir todos os bicos. 4º bico Tipo e cor do bico utilizado: 5º bico Assinatura: Nome: Fonte: Cesar Candiano Sustentabilidade na produção do café | Módulo 3112 Confira mais uma dica do Antônio! O uso de papel hidrossensível, colocado nas plantas, é uma ótima ferramenta para avaliar a qualidade e as características (tamanho e densidade de gotas) da pulverização. Outra tecnologia que pode ser considerada são os pulverizadores eletrostáticos, que aumentam a efe- tividade da aplicação. Existem cursos específicos sobre a aplicação correta e segura de agro- químicos, alguns deles oferecidos gratuitamente pelo SENAR. Procure se aprofundar neste tema, pois uma aplicação correta é fundamental para o sucesso do controle fitossanitário. Fique atento: uma aplicação malfeita não atinge seus objetivos e ain- da lança agroquímicos no ambiente sem necessidade. A seguir, realize o jogo de caça-palavras. Siga em frente e bons estudos! Sustentabilidade na produção do café | Módulo 3113 Jogo: caça-palavras Olá! Que tal dar uma pausa no curso e jogar caça-palavras? Nas frases abaixo, estão destacadas algumas palavras que você precisa encontrar no quadro com as letras. Exemplo: É fundamental que o aplicador seja devidamente capacitado. Veja que a palavra “capacitado” já está destacada no quadro! Agora é a sua vez! • Use somente produtos com registro no MAPA. • Todos que aplicam ou manuseiam agroquímicos devem passar por treinamento, con- forme os requisitos da legislação NR-31. • Sempre que o controle químico for realizado, o produtor deve controlar os períodos de reentrada e de carência. • Os EPIs devem ser lavados em local adequado e separado das roupas de famílias e tra- balhadores. Q Q U T Z L F A R F X K U G C T D X Y M W Y U L E H R W R H B A B C Z P E L U T E E H J U A X B R W A R D N P H N A S G G X A X K E M P J V E Z T A P L S I Y R J I N D A L M X R P Q W T O O S J T V C U C N K A O Y P P G S W L L M X I H I H D A D E Q U A D O G Z A N A E T A G P U K W W A V R M Q T C W M A M T R E I N A M E N T O Q W A N D R E G I S T R O D RU J C M Z O O Você pode conferir o gabarito no final da Atividade de aprendizagem. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 3114 Aula 6: Colheita e pós-colheita do café Como você sabe, a colheita e a pós-colheita do café são algumas das etapas mais importantes da cultura, exigem bastante trabalho e representam uma grande parte do custo de produção. Além disso, a qualidade do café depende de alguns cuidados durante essas etapas, os quais merecem sua atenção. Este é o momento de se empenhar para manter a qualidade do café e colher os frutos de um bom trabalho no manejo das lavouras. Colheita semimecanizada do café. Colheita mecanizada do café. Colheita mecanizada do café. Fonte: Eduardo Matavelli Fonte: Eduardo Matavelli Fonte: Eduardo Matavelli Fonte: Cesar Candiano Para determinar o momento ideal de iniciar a colheita em um talhão, é importante con- siderar o grau de maturação dos frutos. Para obter um café de alta qualidade, o pon- to de colheita ideal é quando a lavoura pos- sui o máximo de café cereja bem maduro (tendendo à cor vinho) e baixa porcentagem de café verde (idealmente abaixo de 15%), conforme imagens a seguir. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 3115 Fonte: Cesar Candiano Fonte: Incaper Fonte: Eduardo Matavelli Colher a lavoura com alta porcentagem de frutos verdes (acima de 20%) traz muitas desvantagens: secagem mais lenta, mais de- feitos, mais “catação”, colheita mais cara e qualidade inferior. O que será que o Antônio tem a dizer sobre o assunto? Confira! Você sabe que existem cafés de melhor qualidade e outros com padrão inferior, seja pelo tipo de colheita ou pelas condições do cafezal. Separe o café de varrição (ou de lavouras que não receberam tratamento ade- quado) dos cafés de melhor qualidade, pois a mistura pode piorar um bom café, mas não melhora um café de qualidade inferior. Transporte e conservação Logo após a colheita, deixe os sacos abertos e na sombra até que o café seja transportado para o terreiro de secagem. Para obter cafés de alta qualidade, os frutos colhidos devem ser transportados até o local de secagem no mesmo dia, podendo ser duas vezes ao dia, ideal- mente, em intervalos de até 4 horas. A permanência do café colhido por longos períodos no campo pode causar fermentações indesejadas que comprometem a qualidade e a segurança do produto, tendo em vista que alguns tipos de fungos produzem ocratoxinas. A ocorrência de fermentações depende do grau de umidade do café, da quantidade de açúcar presente no grão e das condições de temperatura e umidade do ambiente. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 3116 ocratoxinas Toxinas produzidas por fungos dos gêneros Aspergillus e Penicillium que, mesmo em pequenas quantidades, podem ser prejudiciais à saúde humana. Evite manter o café recém-colhido em sacos plásticos, sem ventilação, pois isso favorece as fer- mentações indesejadas. Nas imagens a seguir, você poderá observar o que costuma acontecer com os frutos colhidos do cafeeiro que ficam ensacados por vários dias. Fonte: Eduardo Matavelli Fonte: Eduardo Matavelli Fonte: Pedro Ronca Higienização dos equipamentos Fonte: Pedro Ronca Antes de iniciar a colheita, realize a limpeza de todos os recipientes, ferramentas, equi- pamentos, veículos e estruturas que entram em contato com o café, evitando que restos de café, fezes de animais, insetos, adubos e outros resíduos tornem-se fontes de conta- minação. Durante a colheita, é importante verificar periodicamente se todos esses itens estão limpos e, se necessário, realizar limpe- za diária. Após a safra, recomenda-se fazer uma limpeza geral, o que ajuda na conserva- ção do seu patrimônio. Lembre-se que a água do lavador de café precisa ser periodicamente trocada. Durante a colheita, é importante que os trabalhadores tenham acesso a uma estrutura com água, sabonete e toalha para lavar as mãos. Além disso, é fundamental que os trabalhadores envolvidos na colheita e pós-colheita do café sejam orientados e capacitados sobre os cuidados necessários. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 3117 Fonte: Sylvio Padilha Fonte: Sylvio Padilha Na Prática O SENAR oferece treinamentos sobre a pós-colheita do café que ensi- nam como utilizar os equipamentos e estruturas de maneira correta e segura. Armazenamento e beneficiamento Outro recurso que merece atenção nesta etapa é a água, que deve ser utilizada consciente- mente, de forma a minimizar o seu consumo e favorecer sua reutilização sempre que possível. Para que isso seja possível, prefira equipamentos mais eficientes no uso da água. Conforme vimos no Módulo 2, a água residuária oriunda do processamento de café por via úmida deve ser destinada de forma adequada, podendo ser aplicada em lavouras, pastagens, pomares ou outras áreas agrícolas. Também pode ser destinada para tratamento em lagoas de decantação, biodigestores ou outro meio. Lembre-se que a reutilização em áreas agrícolas deve ser feita com base em aná- lise de solo e orientação técnica. Verifique possíveis restrições para a disposição de águas residuárias definidas pelo órgão estadual competente. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 3118 Lagoa de decantação impermeabilizada. Sistema de recirculação da água do despolpador. Fonte: Eduardo Matavelli Fonte: Eduardo Matavelli Secagem Outro ponto importante para manter a qualidade do café é a temperatura dos secadores, que não pode ultrapassar 40º C na massa dos grãos no caso do café arábica, e 60º C no caso do conilon. Além disso, os secadores devem ser de fogo indireto para evitar que o café fique com cheiro de fumaça. Termômetro do secador mostrando a temperatura na massa dos grãos. Secador utilizado para secagem de café conilon. Temperatura excessiva: fábrica de defeitos. Fonte: Sylvio Padilha Fonte: Incaper Fonte: Incaper Saiba Mais Para ter acesso a dicas importantes sobre a secagem do café, consulte o material disponível na biblioteca do curso. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 3119 Confira mais uma dica importante do Antônio! Para medir o volume de café colhido com precisão e remunerar os traba- lhadores de forma justa, é importante que as medidas de colheita (medi- da, balaio, caixa, alqueire, lata, saco etc.) sejam calibradas, preferencial- mente com a presença de um representante dos trabalhadores. Com uma lata de 20 L (ou outra de volume conhecido), encher a medida até completar o volume. Assim, um balaio de 60 L equivale a 3 latas de 20 L. No caso de colheita mecanizada, “cubicar” e registrar uma escala na carreta para verificar o volume colhido. Medida de colheita (60 litros). Carreta cubicada. Fonte: Eduardo Matavelli Fonte: Cesar Candiano A umidade do café para armazenamento deve estar entre 11 e 12% (com preferência para a faixa de 11 a 11,5%). Mantenha o café em coco ou pergaminho e monitore a umidade até o momento de ser beneficiado e, caso a umidade aumente, retorne-o ao processo de secagem. Evite ao máximo que o café volte a absorver umidade. Avalie as condições das tulhas e do bar- racão de armazenagem quanto à presença de umidade proveniente das paredes, de goteiras ou do chão. Após o beneficiamento, mantenha o café sobre pallets e, pelo menos, a 50 cm de distância das paredes. Meça a umidade do café em equipamento calibrado e, caso você possua equipamento próprio, calibre-o antes do início da colheita. Separe os lotes de café em função do tipo de processamento, qualidade, variedade, grau de ma- turação, varrição, lotes que tenham tomado chuva etc. Evite armazenar adubos, agroquímicos, tintas, graxas, combustíveis e outros produtos não alimentícios com o café. O café “pega” facil- mente o cheiro de outros produtos que estejam estocados no mesmo local, portanto fique sem- pre atento.Mantenha as sacarias (ou big-bags) devidamente organizadas, limpas e prontas para uso. No caso de sacarias usadas, retire grãos remanescentes e limpe bem antes de reutilizá-las. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 3120 Tulha compartimentada para armazenamento de diferentes lotes de café. Armazenamento adequado de café beneficiado em big-bags, sem contato direto com o chão, afastado da parede e em local limpo e arejado. Armazenamento em sacarias novas, sobre estrados, porém não é aconselhável encostá- las nas paredes, porque limita a ventilação no local. Fonte: Eduardo Matavelli Fonte: Eduardo Matavelli Fonte: Eduardo Matavelli Vale a pena relembrar que a rastreabilidade do café deve ser mantida durante as etapas de colheita e pós-colheita, por meio da identificação dos lotes, dos registros e anotações, conforme vimos no Módulo 1. Fonte: Eduardo Matavelli Sustentabilidade na produção do café | Módulo 3121 Vamos relembrar? Chegamos ao final do Módulo 3! Você percebeu como a nossa fazenda está mais bonita? O cafezal está com sua produção em alta e, com todas as di- cas que vimos até aqui, a colheita será um sucesso! Neste módulo você pôde conhecer al- gumas das principais práticas agrícolas que devem ser implementadas pelo ca- feicultor que deseja ter uma produção mais sustentável. • implantar cafezais com material propagativo adequado e em áreas aptas à cultura; • utilizar os corretivos e fertilizantes de acordo com recomendação técnica; • manter o solo sempre coberto e protegido; • realizar o MIP de forma efetiva utilizando os agroquímicos somente quando necessário e de forma correta e segura; • tomar alguns cuidados básicos durante as etapas de colheita e pós-colheita para obter um café de alta qualidade. Currículo de Sustentabilidade do Café (CSC) Está disponível nos Anexos a terceira parte do CSC, para que você possa rever os principais assuntos tratados neste módulo. Vídeo Que tal conferir algumas dessas práticas sendo implementadas por pro- dutores? Acesse o Ambiente de Estudos, passe um cafezinho e assista ao vídeo! A seguir, teste seus conhecimentos realizando a atividade de aprendizagem. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 3122 Atividade de aprendizagem Chegou o momento de responder algumas questões relacionadas ao conteúdo estudado neste módulo. Vamos lá? Atenção Será necessário que você acesse o Ambiente de Estudos para registrar suas respostas e também para verificar as explicações de cada questão. Caso tenha alguma dificuldade no registro das atividades, entre em con- tato com a equipe de atendimento pelo telefone 0800 642 7070. Questão 1 A melhor forma de saber quanto e qual tipo de adubo aplicar e também a necessidade de ca- lagem ou gessagem é por meio da análise de solo. De acordo com o que foi estudado sobre o assunto, com que frequência a análise de solo deve ser realizada? a) Somente na ocasião do preparo de solo para plantio de novos cafezais. b) Preferencialmente uma vez por ano e no máximo a cada dois anos. c) A cada quatro anos. d) No máximo a cada seis meses. Questão 2 Manter o solo coberto nas entrelinhas do cafezal, seja com vegetação viva ou morta, é uma prática fundamental para se ter um solo saudável e protegido contra a erosão e compactação. Podemos dizer que a técnica do “manejo do mato” consiste em: a) Não deixar o mato crescer nas entrelinhas do cafezal pois ele é um grande “vilão”, uti- lizando, sempre que possível, herbicidas pré-emergentes. b) Deixar o mato crescer à vontade nas linhas e entrelinhas do cafezal, evitando o uso de herbicidas ou práticas mecânicas de controle. c) Deixar o mato crescer nas entrelinhas do cafezal e, com as roçadas, depositá-lo debai- xo da saia do café, formando uma camada de cobertura morta sobre o solo. d) Não deixar o mato crescer nos carreadores ou entorno dos talhões, já que ele serve de abrigo para as pragas do café. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 3123 Questão 3 O Manejo Integrado de Pragas e Doenças (MIP) busca minimizar os danos econômicos de pra- gas e doenças com uso integrado de diferentes métodos de controle, evitando ao máximo pro- vocar danos à saúde humana e ao meio ambiente. Consulte o Currículo de Sustentabilidade do Café (CSC) e indique qual das práticas abaixo é PRIORITÁRIA. a) Para o controle de pragas e doenças, dar prioridade ao uso de controles físicos, mecâ- nicos, culturais e biológicos e recorrer, o mínimo possível, à aplicação de agroquímicos. b) Usar agroquímicos sem registro para a cultura do café no Brasil. c) Estabelecer estratégias para evitar que insetos-pragas e patógenos causadores de do- enças tornem-se resistentes aos agroquímicos. d) Utilizar quebra-ventos ou sombreamento parcial das lavouras de café como método de controle cultural e diminuição da perda de água. Questão 4 Para que os agroquímicos sejam usados de forma correta e segura, é fundamental que o pro- dutor adote algumas práticas. Em relação ao manuseio e à aplicação de agroquímicos, qual das afirmações abaixo é verdadeira? a) O uso de agroquímicos não precisa ser indicado por receituário agronômico. b) Sempre que o controle químico for realizado, produtor deve controlar o período de experiência dos produtos utilizados. c) O manuseio e a aplicação de agroquímicos só podem ser realizados com o uso de equi- pamento de proteção individual (EPI). d) É permitida a aplicação de agroquímicos por pessoas que não receberam treinamento. Sustentabilidade na produção do café | Módulo 3124 Gabarito - Jogo: caça-palavras Q Q U T Z L F A R F X K U G C T D X Y M W Y U L E H R W R H B A B C Z P E L U T E E H J U A X B R W A R D N P H N A S G G X A X K E M P J V E Z T A P L S I Y R J I N D A L M X R P Q W T O O S J T V C U C N K A O Y P P G S W L L M X I H I H D A D E Q U A D O G Z A N A E T A G P U K W W A V R M Q T C W M A M T R E I N A M E N T O Q W A N D R E G I S T R O D R U J C M Z O O Sustentabilidade na produção do café | Módulo 3125 Anexos Programa Café Sustentável Currículo de Sustentabilidade do Café03 3.1.1. Em novos plantios adotar cultivares adaptadas, segundo as características dos solos e microclimas da propriedade. 3.1.2. Utilizar cultivares registradas no MAPA e dar preferência pelas resistentes ou tolerantes à pragas, doenças e à seca. 3.2.1. Adquirir sementes, estacas ou mudas oriundas de produtores ou viveiros devidamente autorizados (registro atualizado) solicitando e guardando o certificado de sanidade e notas fiscais de compra. 3.1.3. Utilizar material propagativo de origem desconhecida (que não tenha origem de materiais legalmente autorizados). 3.1. Escolha da cultivar 3.2. Sementes, mudas e estacas 3. Material Propagativo (Sementes, mudas e estacas) ÁREAS TEMÁTICAS PROIBIDASPRIORITÁRIAS RECOMENDADAS Sustentabilidade na produção do café | Módulo 3126 Anexos Programa Café Sustentável Currículo de Sustentabilidade do Café04 4.1.2. Identificar os tipos de solos da propriedade para que o planejamento seja eficiente. 4.1.1. Na formação de cafezais, observar condições de aptidão de solo e clima (edafoclimáticas) e respeitar a legislação ambiental e o Zoneamento Ecológico Econômico - ZEE, quando houver. 4.1. Localização do cafezal 5.2.2. Utilizar matéria orgânica como fonte de nutrientes (palha de café, composto orgânico, esterco, etc.) Ao usar fontes orgânicas, considerar os nutrientes contidos nesta nos cálculos de adubação. 5.1.3. Realizar uma análise foliar por ano. 5.2.3. Utilizar fontes de nutrientes de origem industrial ou de resíduos urbanos com nível de metais pesados acima do permitido pela legislação vigente. Para adubos e calcáriosolicitar análise do fabricante. 5. Fertilidade do Solo e Nutrição do Cafeeiro 4.2.1. Identificar os talhões para registro de informações, indicando cultivar, data do plantio, tratos culturais, número e área do talhão, número de plantas e espaçamento para fins de rastreabilidade. 4.3.1. Realizar o plantio de café atentando para a conservação do solo, fertilização de plantio e de cobertura com base na análise do solo. 5.1.1. Realizar análise do solo, preferencialmente uma vez por ano e no máximo a cada 2 anos, recorrendo a laboratórios que participam de ensaios de proficiência. 5.1.2. Estabelecer programa de adubação e correção de solo de acordo com recomendação técnica baseada em análise de solo. 5.2.1. Utilizar corretivos e fertilizantes, registrados no MAPA, que atendam às necessidades de cada talhão. 4.2. Identificação dos talhões 4.3. Novos plantios 5.1. Avaliação da fertilidade do solo 5.2. Escolha de corretivos e fertilizantes 5.3.1. Estocar adubos de forma segura e de acordo com a legislação para prevenir a contaminação do meio ambiente. 6.1.1. Adotar técnicas de conservação do solo no plantio e condução das lavouras. 6.1.2. Proteger da erosão as estradas internas da propriedade. 6.1.3. Identificar as áreas degradadas dentro da propriedade. Planejar e realizar a recuperação das mesmas. Controlar a erosão e o escorrimento de água, por meio de um conjunto de práticas de conservação do solo. 5.3. Estocagem de fertilizantes 6.1. Conservação do solo 6. Manejo do Solo, da Cobertura Vegetal e do Cafeeiro ÁREAS TEMÁTICAS PROIBIDASPRIORITÁRIAS RECOMENDADAS 4. Localização e Implantação de Cafezais Sustentabilidade na produção do café | Módulo 3127 Anexos Programa Café Sustentável Currículo de Sustentabilidade do Café05 6.2.2. Manejar a cobertura do solo do cafezal, de preferência e quando possível, com métodos mecânicos. 6.2.3. Utilizar a roçada do mato das entrelinhas do café em ruas alternadas, bem como manter cobertura (sempre que possível) em carreadores ou entorno dos talhões, como forma de manutenção de cobertura verde e habitat para inimigos naturais e insetos. 6.2.1. Manter o solo, nas entrelinhas do cafezal, coberto com vegetação viva ou morta. 6.2. Cobertura do solo 6.3.1. Utilizar o Manejo do Mato e uso de adubação verde na formação e condução do cafezal, seja para quebra-vento, como para melhoria das condições físicas, químicas e biológicas do solo e incremento do teor de matéria orgânica. Minimizar o uso de herbicidas, e quando necessário associá-lo alternadamente a práticas mecânicas de controle. 6.4.1. Utilizar técnicas que favorecem o aprofundamento do sistema radicular, o aumento do teor de matéria orgânica e a diminuição de perda de água do sistema de forma a aumentar a resistência das plantas e mitigar os efeitos da seca. Considerar o sombreamento parcial e uso de quebra ventos. 7.1.2. Considerar o uso de sistemas de captação de água da chuva, seja para irrigação e/ou uso geral da propriedade. 7.1.3. Realizar periodicamente análise microbiológica e química (incluindo poluentes) da água de irrigação e de uso na pós-colheita. 7.2.4. Utilizar técnicas para avaliar a capacidade de armazenamento de água, tal como curvas de retenção de água para cada tipo de solo da propriedade. Considerar outras técnicas precisas para garantir que o volume de água utilizado e a duração da aplicação não produzam desperdícios ou aplicações excessivas. 7.2.5. Realizar testes de uniformidade de distribuição de água e manutenção regular do sistema. 7.1.1. Registrar e utilizar água nas diferentes etapas de produção do café, de acordo com a legislação e outorga quando aplicável. 7.2.1. Elaborar projeto técnico para implantação da irrigação. 7.2.2. Requerer outorga ou dispensa de outorga de acordo com a legislação vigente. Realizar plano de manejo de acordo com a recomendação técnica. 7.2.3. Administrar a quantidade de água de irrigação em função dos dados climáticos, de água no solo, da outorga e da demanda da cultura do café, registrando em caderno de campo ou dispositivo similar, datas, volume de irrigação e respectivos dados climáticos. 7. Uso de Água e Irrigação 6.3. Manejo do mato 6.4. Mitigação dos efeitos da seca 7.1. Uso de água 7.2. Necessidade de irrigação 7.3.1. Além do controle de água, registrar datas de aplicação, tipo, quantidades aplicadas de fertilizantes e talhão. 7.4.1. Utilizar agroquímicos autorizados para aplicação via água de irrigação seguindo recomendação técnica. 7.3. Fertirrigação 7.4. Quimigação ÁREAS TEMÁTICAS PROIBIDASPRIORITÁRIAS RECOMENDADAS Sustentabilidade na produção do café | Módulo 3128 Anexos Programa Café Sustentável Currículo de Sustentabilidade do Café06 8.1.1. Monitorar os talhões de café, suas doenças e pragas, estabelecendo estratégias para evitar que insetos-pragas e patógenos causadores de doenças alcancem o nível de dano econômico. 8. Proteção Integrada do Cafeeiro 8.1.2. Monitorar os talhões de café fazendo avaliação de incidência de pragas e doenças e registrando as ocorrências em cadernos de campo ou outros dispositivos, ressaltando casos em que o limite de controle foi atingido. 8.1.3. Acompanhar e considerar na tomada de decisão os dados existentes, tais como de sistemas de aviso, informações climáticas, etc. que alertam sobre condições favoráveis para a ocorrência de pragas e doenças. 8.1. Diagnóstico de doenças e pragas 8.2.2. No caso de interesse em exportar o café, verificar que o país pode possuir restrição a algum agroquímico legalmente permitido no Brasil e neste caso o referido produto deve ser evitado. 8.2.3. Estabelecer estratégias para evitar que insetos-pragas e patógenos causadores de doenças tornem-se resistentes aos agroquímicos. 8.2.4. Utilizar quebra-ventos ou sombreamento parcial das lavouras de café como método de controle cultural e diminuição da perda de água. 8.3.5. Priorizar, sempre que possível, o uso de produtos de menor toxicidade (humana e ambiental) disponível. 8.2.5. Usar agroquímicos sem registro para a cultura do café no Brasil. 8.3.6. Aplicação de agroquímicos por pessoas que não receberam treinamento. 8.3.7. Manuseio e aplicação de agroquímicos sem equipamento de proteção individual (EPI). 8.2.1. Para o controle de pragas e doenças dar prioridade ao uso de controles físicos, mecânicos, culturais e biológicos e recorrer, o mínimo possível, à aplicação de agroquímicos. 8.3.1. Utilizar apenas agroquímicos indicados por receituário agronômico. 8.3.2. O aplicador deverá passar por treinamento de aplicação de agroquímicos (e manter comprovante). 8.3.3. Controlar os períodos de reentrada e carência dos produtos utilizados. 8.3.4. Lavar o EPI em local adequado. 8.2. Manejo e controle de pragas e doenças 8.3. Aplicação de agroquímicos 9.1.1. Separar o café de varrição dos cafés colhidos em máquina, pano ou aparato similar. 8.4.1. Realizar, anualmente, manutenção preventiva dos equipamentos de aplicação de agroquímicos. 8.4.2. Manter os equipamentos de pulverização regulados, a fim de aplicar a dosagem recomendada, causar o mínimo de deriva de agroquímicos e direcionando as aplicações para melhor atingir a praga ou doença. 8.4. Maquinário de aplicação de agroquí- micos 9.1. Cuidados na colheita 9. Colheita ÁREAS TEMÁTICAS PROIBIDASPRIORITÁRIAS RECOMENDADAS Sustentabilidade na produção do café | Módulo 3129 Anexos Programa Café Sustentável Currículo de Sustentabilidade do Café07 9.2.1. Manterlimpos os recipientes, ferramentas, equipamentos e veículos para evitar contaminação do café. 9.2.2. Minimizar o contato do café colhido na árvore com fontes potenciais de contaminação por fungos produtores de ocratoxinas. 9.3.1. Calibrar os dispositivos volumétricos usados na colheita para estimar a produção. 9.2. Higiene e prevenção de contami nação 9.3. Medição do café colhido 9.4.1. Tomar medidas, incluindo treinamento e conscientização, para prevenção do mofo e da umidade no café. 10.1.1. Minimizar o consumo de água utilizada nos equipamentos empregados no processamento do café. 10.1.2. Reutilizar a água utilizada no pré processamento por via úmida. Reciclar no caso de sistema de descascado/despolpado. 10.1.3. Coletar, armazenar corretamente e dar destino adequado aos resíduos (sólidos e líquidos) do processamento pós-colheita e do tratamento da água, quando for o caso. 10.2.2. Evitar contaminação do café, realizando a higienização de equipamentos e terreiros antes do contato com o produto. 10.2.3. Realizar o controle da umidade durante a secagem e armazenagem do café. 10.2.4. Separar lotes do café de varrição em todas as etapas do pré-processamento. 10.2.1. Minimizar o contato do café, durante as operações de pós-colheita, com fontes de contaminação por microrganismos, adotando as boas práticas de pré- processamento. 9.4. Prevenção de ocrato- xinas 10.1. Pré-proces- samento via úmida 10.2. Prevenção de micror- ganismos 10. Pós-Colheita 10.3.2. O produtor deverá separar os tipos de café que colhe, identificar e armazenar em local adequado, longe de insumos ou outros materiais que possam contaminar ou prejudicar suas características. 10.3.1. Manter as instalações arejadas, limpas e desinfetadas (com produtos legalmente autorizados) para armazenamento do café. 10.3. Armazena- gem do café ÁREAS TEMÁTICAS PROIBIDASPRIORITÁRIAS RECOMENDADAS 9.1.2. Processar o café e levá-lo para o terreiro, preferencialmente, no mesmo dia da colheita.
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