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EMBRIOLOGIA - FECUNDAÇÃO E IMPLANTAÇÃO

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EMBRIOLOGIA 
AULA 2 E 3 - FECUNDAÇÃO E IMPLANTAÇÃO – 23/11 E 05/12 
1º Período – Módulo I 
 
FECUNDAÇÃO 
A fecundação corresponde à uma sequência de eventos moleculares que se inicia quando o 
espermatozóide toca a membrana do ovócito II e termina com a troca de material genético 
(cromossomos maternos e paternos) na metáfase da primeira divisão mitótica do zigoto. 
O processo de fecundação dura em torno de 24 horas e ocorre, normalmente, na tuba uterina. 
 
FASES DA FECUNDAÇÃO 
A fecundação é uma sequência complexa de eventos coordenados. Os espermatozoides não são 
capazes de fertilizar o oócito imediatamente após a chegada ao sistema genital feminino; em vez 
disso, eles devem sofrer capacitação e reação acrossômica para adquirirem essa capacidade 
 
CAPACITAÇÃO :é um período de condicionamento no sistema genital feminino cuja maior parte 
acontece na tuba uterina e envolve as interações epiteliais entre os espermatozóides e a superfície 
mucosa da tuba. Durante esse período, uma camada de glicoproteínas e proteínas plasmáticas 
seminais é removida da membrana plasmática que recobre a região acrossômica do espermatozoide. 
Apenas os espermatozóides capacitados podem passar pelas células da coroa radiada e sofrer a 
reação acrossômica. 
REAÇÃO ACROSSÔMICA : ocorre após a ligação à zona pelúcida e é induzida por proteínas da 
mesma. Essa reação culmina na liberação das enzimas necessárias para a penetração da zona 
pelúcida, incluindo substâncias semelhantes à acrosina e à tripsina. 
 
1)Passagem do espermatozóide através da corona radiata 
Dos 200 a 300 milhões de espermatozóides normalmente depositados no sistema genital feminino, 
apenas 300 a 500 alcançam o local de fertilização, e somente um deles fertiliza o oócito. A dispersão 
das células foliculares da corona radiata que circunda o ovócito e da zona pelúcida parece ser 
resultado principalmente da ação da enzima hialuronidase, liberada do acrossoma do 
espermatozóide. As enzimas da mucosa tubária também parecem auxiliar nessa dispersão. Os 
movimentos da cauda do espermatozóide também são importantes para sua penetração na corona 
radiata. 
 
2)Penetração da zona pelúcida 
A liberação das enzimas acrossômicas (acrosina) possibilita que os espermatozóides penetrem a 
zona, entrando em contato com a membrana plasmática do oócito. A permeabilidade da zona 
pelúcida se altera quando a cabeça do espermatozóide contata a superfície do oócito. Esse contato 
resulta na liberação das enzimas lisossomais dos grânulos corticais que estão alinhados na 
membrana plasmática do oócito. Por sua vez, essas enzimas alteram as propriedades da zona 
pelúcida (reação da zona), para evitar a penetração do espermatozóide e inativar os locais de 
receptores específicos de espécies para o espermatozoide na superfície da zona. Outros 
espermatozoides são encontrados imersos na zona pelúcida, mas parece que apenas um é capaz de 
penetrar o oócito. 
**Acredita-se que a reação zonal seja o resultado da ação de enzimas lisossômicas liberadas pelos 
grânulos corticais situados logo abaixo da membrana plasmática do ovócito. O conteúdo desses 
grânulos, que são liberados dentro do espaço perivitelino, também causa mudanças na membrana 
plasmática, tornando-a impermeável aos espermatozóides. 
 
 
 
3)Fusão das membranas plasmáticas do ovócito e do espermatozóide 
As membranas plasmáticas do ovócito e do espermatozóide se fusionam e se rompem na área de 
fusão. A cabeça e a cauda do espermatozóide entram no citoplasma do ovócito, mas a membrana 
plasmática do espermatozóide fica para trás. 
**Reações cortical e de zona: Como resultado da liberação dos grânulos corticais dos oócitos, que 
contêm enzimas lisossomais, a membrana do oócito se torna impenetrável a outros 
espermatozóides, e a zona pelúcida altera sua estrutura e sua composição para evitar a ligação e a 
penetração do espermatozóide. Essas reações evitam a poliespermia (penetração de um ou mais 
espermatozóides no oócito). 
 
4)Término da segunda divisão meiótica e formação do pronúcleo feminino 
A penetração do ovócito pelo espermatozóide estimula o ovócito a completar a segunda divisão 
meiótica, formando um ovócito maduro e segundo corpo polar. Os cromossomos maternos em 
seguida se descondensam, e o núcleo do ovócito maduro torna-se o pronúcleo feminino. 
 
5)Formação do pronúcleo masculino 
Dentro do citoplasma do ovócito, o núcleo do espermatozóide aumenta para formar o pronúcleo 
masculino, e a cauda do espermatozóide degenera. Morfologicamente, os pronúcleos masculino e 
feminino são indistinguíveis. Durante o crescimento dos 
pronúcleos, eles replicam seu DNA-1 n (haplóide), 2 c (duas cromátides). O ovócito contendo dois 
pronúcleos haplóides é chamado de oótide. 
 
6)Logo que os pronúcleos se fundem em uma agregação de cromossomos única e diplóide, a 
oótide torna-se um zigoto 
Os cromossomos no zigoto arranjam-se em um fuso de clivagem, na preparação para a divisão do 
zigoto. 
**Durante o crescimento dos pró-núcleos masculino e feminino (ambos haploides), cada pró-núcleo 
deve replicar seu DNA. Se isso não ocorrer, cada célula do zigoto no estágio de duas células terá 
apenas metade da quantidade normal de DNA. Imediatamente após a síntese de DNA, os 
cromossomos se organizam no fuso em preparo para a divisão mitótica normal. Os 23 cromossomos 
maternos e os 23 paternos (duplicados) separam-se longitudinalmente no centrômero, e as 
cromátides-irmãs se movem para polos opostos, fornecendo às duas primeiras células do zigoto a 
quantidade diplóide de cromossomos e de DNA. 
 
OBSERVAÇÃO: Um fator inicial de gravidez, uma proteína imunossupressora, é secretada pelas 
células trofoblásticas e surge no soro materno dentro de 24 a 48 horas após a fecundação. O fator 
inicial de gravidez forma a base do teste de gravidez durante os primeiros 10 dias de 
desenvolvimento. O zigoto é geneticamente único porque metade dos seus cromossomos vem da 
mãe e a outra metade do pai. O zigoto contém uma nova combinação de cromossomos que é 
diferente da contida nas células dos pais. Esse mecanismo forma a base da herança biparental e da 
variação da espécie humana. A meiose permite a distribuição independente dos cromossomos 
paternos e maternos entre as células germinativas. 
O sexo cromossômico do embrião é determinado na fecundação pelo tipo de espermatozóide (X ou 
Y) que fertiliza o ovócito. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS: 
•Estimula o ovócito penetrado a completar a segunda divisão meiótica. 
• Restaura o número diplóide normal de cromossomos (46) no zigoto. 
• Resulta na variação da espécie humana através da mistura de cromossomos paternos e maternos. 
• Determina o sexo cromossômico do embrião. 
• Causa a ativação metabólica do ovócito e inicia a clivagem (divisão celular) do zigoto. 
 
CLIVAGEM 
 
Divisões mitóticas repetidas do zigoto. 
Blastômeros — tornam-se menores a cada divisão por clivagem. 
A divisão do zigoto em blastômeros inicia- se cerca de 30 horas após a fecundação. As divisões 
subseqüentes seguem-se uma após outra. 
Após o estágio de nove células, ocorre a compactação — provavelmente é mediado por 
glicoproteínas de adesãode superfície celular. A compactação permite uma maior interação célula 
com célula. Quando já existem 12 a 32 blastômeros, o ser humano em desenvolvimento é chamado 
de mórula. A mórula se forma cerca de 3 dias após a fecundação e alcança o útero. O embrião como 
um todo não aumenta em tamanho durante a clivagem e permanece envolto pela zona pelúcida. 
 
 
FORMAÇÃO DO BLASTOCISTO 
 
Com a compactação, alguns blastômeros se segregam para o centro da mórula e outros para a parte 
externa. Os blastômeros localizados centralmente são agora denominados massa celular interna, 
enquanto os blastômeros da periferia constituem o trofoblasto. Como a massa celular interna dá 
origem ao embrião propriamente dito, ela também é denominada embrioblasto. O trofoblasto é a 
fonte primária do componente fetal da placenta. 
Segundo, as células do trofoblasto em formação expressam uma ATPase transmembrânica 
de sódio/potássio polarizada basalmente (uma bomba de troca iônica dependente de energia), 
permitindo que elas transportem e regulem a troca dos metabólitos entre o exterior da mórula (i. e., o 
ambiente materno do oviduto) e o interior da mórula (i. e., em direção à massa celular interna). E a 
água segue através da osmose, tornando‑se o fluido blastocístico. Quando a pressão hidrostática do 
fluido aumenta, forma‑se, dentro da mórula, uma grande cavidade denominada cavidade 
blastocística (blastocele) . 
 
 
IMPLANTAÇÃO 
 
Por volta do quinto dia, a ação de enzimas cria uma abertura na zona pelúcida e o blastocisto eclode 
espremendo‑se através dela para fora. O blastocisto está agora desprovido de seu revestimento 
original e pode interagir diretamente com o endométrio. As células adjacentes do estroma 
endometrial respondem a essa presença e à progesterona secretada pelo corpo lúteo, 
diferenciando‑se em células secretoras metabolicamente ativas denominadas células deciduais. 
secreções das células deciduais e das glândulas endometriais incluem fatores de crescimento e 
metabólitos que sustentam o crescimento do embrião em implantação. 
 
OBS.:se um embrião se implantar, células do trofoblasto produzirão o hormônio gonadotrofina 
coriônica humana (hCG), que mantém o corpo lúteo e, assim, também o suprimento de progesterona 
(reconhecimento materno da gravidez). 
 
Logo que o blastocisto adere ao epitélio endometrial, o trofoblasto começa a proliferar rapidamente e, 
gradualmente, se diferencia em duas camadas: Uma camada interna de citotrofoblasto e uma 
massa externa de sinciciotrofoblasto formada por uma massa protoplasmática multinucleada, na 
qual nenhum limite celular pode ser observado. No oitavo dia, a cavidade amniótica formou-se dentro 
do epiblasto. Em torno de 6 dias, os prolongamentos digitiformes do sinciciotrofoblasto se estendem 
para o epitélio endometrial e invadem o tecido conjuntivo. No fim da primeira semana, o blastocisto 
está superficialmente implantado na camada compacta do endométrio e obtém sua nutrição dos 
tecidos maternos erodidos. O sinciciotrofoblasto, altamente invasivo, se expande rapidamente em 
uma área conhecida como pólo embrionário, adjacente ao embrioblasto. O sinciciotrofoblasto produz 
enzimas que erodem os tecidos maternos, possibilitando ao blastocisto implantar-se dentro do 
endométrio. 
 
O embrioblasto reorganiza-se em epiblasto e hipoblasto 
Mesmo antes de ocorrer a implantação, as células do embrioblasto começam a se diferenciar em 
duas camadas epiteliais. No oitavo dia, o embrioblasto consiste em uma camada externa (ou 
superior) distinta de células cilíndricas, denominada epiblasto , e uma camada interna (ou inferior) de 
células cuboides, denominada hipoblasto ou endoderma primitivo. Uma membrana basal 
extracelular é estabelecida entre as duas camadas quando elas se diferenciam. O embrioblasto de 
dupla camada resultante, denominado disco embrionário bilaminar ou blastoderma bilaminar. Com 
a formação do disco embrionário bilaminar, o eixo dorsal‑ventral primitivo do embrião é definido (o 
epiblasto é dorsal, o hipoblasto é ventral). O disco embrionário origina as camadas germinativas 
que formam todos os tecidos e órgãos do embrião. 
 
Desenvolvimento da cavidade amniótica 
A primeira nova cavidade a se formar durante a segunda semana — a cavidade amniótica. O líquido 
começa a se acumular entre as células do epiblasto e o trofoblasto sobrejacente. Uma camada de 
células do epiblasto se expande em direção ao polo embrionário e se diferencia em uma fina 
membrana que separa a nova cavidade a partir do citotrofoblasto. Esta membrana é o revestimento 
do âmnio. Embora a cavidade amniótica seja menor do que a cavidade blastocística, ela se expande 
continuamente. Durante a oitava semana, o âmnio engloba todo o embrião. 
 
Desenvolvimento do saco vitelínico e da cavidade coriônica (DÚVIDA) 
A proliferação de células do hipoblasto é um indício da formação das membranas do saco vitelínico, 
que se estende do hipoblasto para dentro da cavidade blastocística. No 12o dia, 
o saco vitelínico primário é deslocado (e em seguida degenerado) pela segunda sequência de 
migração de células do hipoblasto, as quais formam o saco vitelínico secundário. Um novo espaço — 
o celoma extraembrionário ou cavidade coriônica — forma‑se pela divisão do mesoderma 
extraembrionário em duas camadas. O celoma extraembrionário separa o embrião, com seu âmnio e 
seu saco vitelínico, da parede externa do blastocisto, agora denominada córion. Com a divisão do 
mesoderma extraembrionário em duas camadas, o âmnio, o saco vitelínico e o córion tornam‑se 
estruturas com duas camadas, sendo o âmnio e o córion considerados (com base na embriologia 
comparativa) formados de ectoderma extraembrionário e mesoderma, enquanto o saco vitelínico é 
considerado formado de endoderma extraembrionário e mesoderma. 
O saco vitelínico definitivo permanece como a principal estrutura associada ao embrião em 
desenvolvimento, durante a quarta semana, e executa funções iniciais importantes. O mesoderma 
extraembrionário que forma a camada externa do saco vitelínico é o principal local de hematopoiese 
(formação do sangue). Células germinativas primordiais podem ser primeiro identificadas na parede 
do saco vitelínico. Depois da quarta semana, o saco vitelínico é ultrapassado pelo rápido crescimento 
e desenvolvimento do disco embrionário. 
 
O sistema circulatório uteroplacentário inicia o desenvolvimento durante a segunda semana 
Durante a primeira semana do desenvolvimento, o embrião obtém nutrientes e elimina resíduos por 
simples difusão. Com o crescimento do embrião, a necessidade aumenta. Essa necessidade é 
suprida pela circulação uteroplacentária — o sistema pelo qual os sangues materno e fetal fluem 
através da placenta, entrando em proximidade e trocando gases e metabólitos por difusão. Este 
sistema começa a se formar no 9 dia, como vacúolos denominados l acunas trofoblásticas que se 
abrem dentro do sinciciotrofoblasto. Capilares maternos próximos ao sinciciotrofoblasto, então, se 
expandem para formar os sinusoides maternos , que rapidamente se anastomosam (se ligam por 
canais) com as lacunas trofoblásticas.Entre o 11 e o 13 dia, como essas anastomoses continuam a 
se desenvolver, o citotrofoblasto prolifera localmente para formar extensões que crescem dentro do 
sinciciotrofoblasto sobrejacente. O crescimento dessas protrusões parece ser induzido pelo 
mesoderma extraembrionário subjacente recém‑formado. Essas extensões do citotrofoblasto 
crescem para dentro das lacunas preenchidas por sangue materno, transportando com elas uma 
camada de sinciciotrofoblasto. Como resultado desses crescimentos são formadas as vilosidades 
coriônicas tronco primárias. 
 
 
Apenas a partir do 16o dia, o mesoderma extraembrionário associado ao citotrofoblasto penetra no 
interior das vilosidades tronco primárias, transformando‑as então em vilosidades coriônicas tronco 
secundárias (Fig. 2‑8 B). No final da terceira semana, este mesoderma da vilosidade origina os vasos 
sanguíneos fetais que se conectam com os vasos em formação no próprio embrião, estabelecendo 
então uma circulação uteroplacentária funcional (como discutido no Cap. 12, o coração primitivo 
começa a bater no 22o dia). As vilosidades que contêm vasos sanguíneos diferenciados são 
denominadas vilosidades coriônicas tronco terciárias (Fig. 2‑8 C). Como pode ser visto na Figura 2‑ 8 
C, os gases, nutrientes e resíduos que se difundem entre o sangue materno e fetal devem atravessar 
quatro camadas de tecidos: 
• O endotélio dos capilares das vilosidades. 
• O tecido conjuntivo frouxo no centro da vilosidade (mesoderma extraembrionário). 
• Uma camada de citotrofoblasto. 
• Uma camada de sinciciotrofoblasto. 
 
 
OBSERVAÇÃO: IMPLANTAÇÃO EXTRA-UTERINA 
Os blastocistos podem se implantar fora do útero. Essas implantações resultam em gestações ectópicas; 95% a 
98% das implantações ectópicas ocorrem na tuba uterina. A maioria das gestações ectópicas ocorre na ampola 
e no istmo da tuba uterina. Na maioria dos países, tem ocorrido um aumento da incidência de gravidez ectópica. 
A incidência de gravidez tubária varia de uma em 
80 a uma em 250 gestações, dependendo do nível socioeconômico da população. Nos Estados Unidos, a 
incidência de gravidez ectópica é de aproximadamente 2% de todas as gestações, e ela é a principal causa de 
mortes maternas durante o primeiro trimestre. Uma mulher com gravidez tubária apresenta sinais e sintomas de 
gravidez (p. ex., ausência de menstruação). 
As gestações ectópicas produzem fi-hCG mais lentamente do que as gestações com implantação normal; 
conseqüentemente, as dosagens podem dar resultado falso-negativos, quando realizadas 
muito cedo. Várias causas de gravidez tubária, mas elas estão freqüentemente relacionadas com fatores que 
atrasam ou impedem o transporte para o útero do zigoto em clivagem; por exemplo, por aderências na mucosa 
da tuba uterina ou por obstruções causadas por cicatriz resultante de 
infecção na cavidade pélvica abdominal — doença pélvica inflamatória. Geralmente, a gravidez ectópica tubária 
leva à ruptura da tuba uterina e hemorragia na cavidade abdominal durante as primeiras 8 semanas, seguida de 
morte do embrião. A ruptura da tuba e a hemorragia constituem ameaça à vida da mãe. Quando o blastocisto se 
implanta no istmo da tuba uterina, esta tende a romper-se precocemente porque essa parte estreita da tuba é 
pouco expansível. O aborto de um embrião desse local resulta, freqüentemente,em sangramento extenso, 
provavelmente por causa das ricas anastomoses entre vasos ovarianos e uterinos existentes nessa área. 
Quando um blastocisto se implanta na porção intramural (uterina) da tuba ele pode evoluir até 8 semanas antes 
de ser expulso. Quando uma gravidez tubária intramural se rompe, geralmente ocorre um sangramento profuso. 
Os blastocistos que se implantam na ampola ou nasfímbrias da tuba uterina podem ser expulsos para dentro da 
cavidade peritoneal, onde comumente se implantam na bolsa retouterina. Em casos excepcionais, uma 
gravidezabdominal pode chegar a termo e o feto pode ser removido através de incisão abdominal. Entretanto, 
geralmente uma gravidez abdominal cria uma séria condição porque a placenta adere a órgãos abdominais (Fig. 
3-11G) e causa um considerável sangramento intraperitoneal. A gravidez abdominal aumenta o risco de morte 
materna por um fator de 90 quando comparada com a gravidez intra-uterina, e sete vezes mais do que a 
gravidez tubária. Em casos muito raros, o concepto abdominal morre e não é detectado; o feto torna-se 
calcificado, formando um "feto de pedra" — o litopédio (Gr., lithos, pedra, + paidion, criança).

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