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A IMPORTÂNCIA DOS DIREITOS DOS ANIMAIS PARA A SEGURANÇA PUBLICA

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A IMPORTÂNCIA DOS DIREITOS DOS ANIMAIS PARA A SEGURANÇA PUBLICA
Leticia Gonçalves da Costa
INTRODUÇÃO 
O presente artigo tem por objetivo principal investigar e demonstrar a importância dos direitos dos animais para a segurança pública. Dessa forma, tem-se um problema de pesquisa: qual é a importância dos direitos dos animais para a segurança publica? Para responder a esta questão analisaremos cinco questões; a definição e a explicação em relação aos direitos dos animais; a definição de segurança publica e descrever a respeito da possibilidade de uma pessoa que cometeu um delito contra os animais, cometer o mesmo com contra pessoas.
Ressalta-se a importância dos direitos dos animais para a segurança publica no seguinte artigo, uma vez que, os Direitos dos Animais tem sido causa de diversos debates e alterações, tanto em leis, quanto em costumes. No entanto, mesmo com certas leis que protegem os animais, seus direitos continuam a ser violados em muitos contextos, na maioria dos casos esses infratores não são punidos. Além do mais, muitas pessoas ainda não possuem conhecimento a respeito desses direitos e também não sabem como defende-los, visto que continuam a ser, de certa forma, negligenciados no pais, havendo um descaso com a fauna nacional. Daí surge os motivos para que tal tema seja abordado neste artigo.
É fundamental conhecer alguns dos direitos que os animais possuem no Brasil para que então, se possa fazer uma analise aprofundada. Investigando quais os impactos desses direitos na nossa sociedade e na nossa segurança publica, assim como refletindo sobre as sanções dadas aos que desrespeitam esses direitos e como se pode prevenir que os maus-tratos ocorram.
Esse artigo poderá auxiliar futuras pesquisas em relação à causa animal, sua relevância e algumas de suas vertentes. Auxiliará, igualmente, aqueles que desejam um mundo mais justo, não só para os seres humanos, trazendo- os conhecimentos úteis para defender e lutar pela fauna brasileira, consequentemente, criando um mundo com mais compaixão e empatia.
Ao omitir a importância dos direitos dos animais em nossa sociedade, permite-se que atos bárbaros continuem a acontecer, que seres vivos permaneçam indefesos, sem o devido cuidado do Estado e de todos nós. Sem a reflexão assertiva a respeito da importância dos direitos dos animais para a segurança pública, não saberemos o porquê valorizar e lutar por eles.													Para realizarmos a nossa pesquisa faremos o uso do Método Hipotético-Dedutivo, método esse desenvolvido pelo filósofo Karl Popper. Esse método visa construir e testar uma possível resposta ou solução para um problema de pesquisa. Para isso, utilizaremos de Pesquisa Bibliográfica, isto é, a partir do levantamento de referenciais teóricos já analisados e publicados por meio de livros, artigos científicos, jornais, revistas entre outros.
“Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou
vegetal ninguém precisará ensiná-lo a amar seu semelhante”. Albert Schweitzer
	A historia dos direitos dos animais começou por volta do século VI a.C , com o filósofo Pitágoras que já falava sobre o respeito aos animais, entretanto seu contemporâneo Aristóteles, divergia dizendo que, os animais eram seres irracionais e serviam apenas para a satisfação do homem. (OS PENSADORES apud SPAREMBERGER E LACERDA, 2015 p. 185) Nesse mesmo sentido, o filósofo René Descartes afirmava que os animais eram seres irracionais, sem alma e que não sentiam dor, podendo assim ser maltratados. Jean Jacques Rousseau, no entanto, em seu Discurso Sobre a Desigualdade (1754) argumentava que, o homem era animal, e como todos os animais possuíam sensações, logo esses também deveriam ser protegidos pelo direito natural, sendo os homens responsáveis por seu cumprimento, não os maltratando desnecessariamente.
	 No século XVIII, o inglês Jeremy Benthan alega que, não devemos levar em conta que os animais são seres irracionais e que não podem falar, visto que são passiveis de sofrimento, assim como nós. E, caso o critério fosse racionalidade poderíamos então maltratar os bebês e pessoas com deficiência mental. (OS PENSADORES apud SPAREMBERGER E LACERDA, 2015 p. 185). Mais tarde, em 1975, Peter Singer lança o livro Libertação Animal, se tornando então, juntamente com Tom Regan, um dos mais conhecidos defensores dos animais.
	Tom Regan afirmava que, os animais humanos e não humanos eram sujeitos de uma vida, de modo que são passiveis de ter desejos, preferencias, de experimentar emoções, ter recordações e por isso devem ter direitos igualmente ao homem, sendo estes merecedores de respeito e consideração da mesma maneira. (2001, p. 179 apud SPAREMBERGER E LACERDA, 2015, p. 186) Singer em sua obra Libertação Animal, alega que o principio ético sobre o qual assenta a igualdade humana nos obriga a ter igual respeito aos animais e diz: “a defesa da igualdade não depende da inteligência, da capacidade moral, da força física ou características semelhantes. A igualdade é uma ideia moral, e não a afirmação de um fato” (SINGER, 2000 apud SPAREMBERGER E LACERDA, 2015, p. 186). 
Ainda segundo Singer, o que deveríamos usar de referencia para atribuir dignidade deveria ser a capacidade de sentir e não a de raciocinar, defendendo que os animais precisariam ser tratados como seres senscientes, ou seja, seres detentores de capacidade de sofrer e sentir alegria. Desde Singer até então, houve muitos avanços em relação aos direitos dos animais como criação de leis sobre o tema e, diversos movimentos que aderiam ao veganismo ou vegetarianismo, ainda nesse viés, sabe-se que, infelizmente, nada disso foi suficiente para que cessassem o abuso humano sobre os animais. 
Seguindo a Declaração Universal dos Direitos Humanos Art. 1, entende-se que o direito a dignidade é algo inviolável e inegociável do qual todos os seres humanos gozam. Indubitavelmente, algo de grande importância para a todos nós, no entanto verifica-se uma falta nesse registro, a falta de mostrar o ser humano como habitante não só de um meio social, como também de um meio natural, de forma que este deve respeitar o valor intrínseco de outros seres, sejam eles animais ou plantas, dando a eles assim a mesma dignidade que lhe é atribuída por essa declaração. (SPAREMBERGER E LACERDA, 2015, p. 187). 
O direito dos animais desponta atualmente, como um novo ramo do direito, com intuito de proteger os animais, demostrando o respeito fundamental a vida, coibindo atos de violência, crueldade, maus tratos e a extinção das espécies. Em aspecto mais normativo e documental, a Declaração Universal dos Direitos dos Animais, de 1978 proclamada pela Unesco, é um dos feitos mais notáveis quanto à proteção animal. Neste documento, há o reconhecimento do valor de todo ser vivo, de sua dignidade, integridade e respeito. (GOMES E CHALFUN, 2010, p. 847)
No Brasil, existe a Constituição Federal de 1988, que em seu artigo 225 proíbe atos de crueldade contra os animais, além da Lei 9.605 de 1998 que ressalta os crimes ambientais, e mais algumas leis esparsas que exibem a preocupação crescente com os animais. Tradicionalmente e juridicamente os animais são considerados como objetos de direito, contudo há uma inclinação para que estes sejam considerados sujeitos de direito, podendo ser atuados em ações civis públicas pelo Ministério Público. (GOMES E CHALFUN, 2010, p. 848).
Infelizmente, mesmo sendo assunto em pauta atualmente, os infratores dos direitos dos animais são submetidos a penas muito tranquilas, no entanto se preocupar com essas questões, é também, se importar com o equilíbrio da sociedade. Tendo em vista que, estudos científicos apontam que pessoas violentas com animais tem maior probabilidade de terem o mesmo comportamento com pessoas. Sendo assim, tal assunto é importante, não só no meio dos defensores da causa animal, mas também no meio social e jurídico. (DE SOUZA; SOARES, 2001?)
Segurança pública é tudo aquilo com finalidade de dar segurança ao cidadão. Por exemplo: iluminação pública, permanência dos criminososencarcerados, sinalização nas ruas, avenidas e estradas e etc. A segurança pública é uma questão da União, dos Estados, dos Municípios, da sociedade e das pessoas, ou seja, de todos e não somente da polícia, como muitos leigos julgam ser. (GIRALDI) Nesse sentido, o autor do artigo Maus-Tratos Aos Animais e Violência Contra As Pessoas, Marcelo Robis Francisco Nassaro afirma que, há necessidade de patrulhas policiais especializadas para atender a questão dos maus-tratos aos animais. (NASSARO, 2013, p. 40). Nos próximos parágrafos será brevemente evidenciando o motivo pelo qual os direitos dos animais estão relacionados com a segurança pública. 
“[...] À medida que a sociedade percebe que a brutalidade contra animais é a porta para agressões a humanos, mais atenção deve dar a gente que esfola seus gatos, arrasta cães no asfalto ou tortura bois no litoral de Santa Catarina durante a Semana Santa.” (MARQUEZI apud NASSARO, 2013, p.41).
Marquezi está indicando uma eventual presença de uma psicopatia nesses criminosos, ao mencionar os maus-tratos aos animais como porta para crimes contra outras pessoas, e é exatamente isso que os pesquisadores, principalmente dos Estados Unidos, tentam provar desde 1960, no século passado. Um dos pesquisadores pioneiros no assunto foi John Marshall Macdonald (1963), o qual descreveu a chamada Tríade do Sociopata ou Tríade Macdonald na sua obra A Ameaça de Matar. Marshall analisou 100 adultos condenados por homicídio e pacientes do hospital Colorado de psiquiatria, em Denver, nos Estados Unidos. 
Ao avaliar esses pacientes, John Mcdonald constatou que havia três comportamentos em comum à maioria desses pacientes na infância: enurese persistente (incontinência urinária), atos incendiários repetitivos e crueldade animal. Essa pesquisa foi intitulada de Tríade do Sociopata, sinalizando que a ocorrência desses comportamentos em alguém, na infância poderia trazer um futuro homicida. Ademais, Daniel S. Hellman e Nathan Blackman (1966) demonstraram através de pesquisas que esses três comportamentos juntos não indicariam um possível homicida, e sim, preveria uma pessoa violenta no futuro. Por esse motivo, a Tríade passou a ser mencionada como Tríade de Comportamento. 
Até o momento nenhum pesquisador havia questionado o porquê o comportamento de crueldade animal estava presente na Tríade. Porém, em 1971, Fernando Tapia começou a investigar tal comportamento na pesquisa denominada Crianças que São Cruéis com Animais. Nessa pesquisa, ele estudou crianças e adolescentes com histórico de crueldade animal, da Seção de Psiquiatria Infantil da Universidade em Missouri, Estados Unidos. Logo, ele observou que o único comportamento em comum dessas crianças era a crueldade animal, sendo que nenhuma dessas crianças apresentou outros comportamentos da Tríade do Comportamento completa. A maior contribuição dessa pesquisa foi a constatação de que: a crueldade animal deve servir de alerta para as famílias e autoridades de que há necessidade de intervir sobre o sujeito que comete o crime de maus tratos aos animais, pois esses podem se tornar adultos mais violentos, tanto com animais como com pessoas. (NASSARO, 2013, p. 41).
Em 1985, Alan Felthous e Stephen R. Kellert produziram uma pesquisa nomeada Crueldade Animal na Adolescência entre Criminosos e Não Criminosos, na qual 152 indivíduos foram classificados em criminosos agressivos, moderadamente agressivos e não criminosos. Os classificados como criminosos foram escolhidos em penitencias federais. Os criminosos excessivamente agressivos foram assim classificados devido a informações dadas pelos agentes penitenciários que alegaram que tais presos haviam agredido outros presos, por exemplo. Foram precisamente, o grupo de criminosos excessivamente agressivos foi o que mais praticaram atos de crueldade animal na infância e adolescência, reforçando assim, as indicações de crueldade animal como antecedente de uma pessoa violenta no futuro.
CONCLUSÃO
 	Com este breve artigo pode-se concluir que, os direitos dos animais não é um assunto tão atual, no entanto ainda necessita de muitos avanços para que esses direitos sejam eficazes, e mudem nossa sociedade num todo. Nota-se que, desde a Grécia Antiga já se falavam sobre os animais e discutia-se esse eram ou não seres com sentidos, que sentiam dor ou alegria, e se mereciam ou não dignidade e respeito, o direito dos animais no Brasil ainda é um assunto pouco desenvolvido, uma vez que ainda os veem como “coisas” e não como sujeitos de direito.
 O direito dos animais, em um contexto mais geral, luta contra o uso dos animais de forma que os façam parecer propriedade dos seres humanos, procurando envolve-los no meio moral, defende-se então que esses tenham tantos direitos como um ser humano, tendo respeitado suas vontades básicas da mesma maneira, obviamente estamos longe dessa realidade, já que a luta se concentra em penalizar atos bárbaros, algo que deveria ter sido resolvido e mudado há muito tempo.
	Segurança publica é tudo aquilo que, resumidamente, protege o cidadão e o bem geral. Ainda nesse viés, vale ressaltar que, as pesquisas demonstram que as pessoas que são violentas com os animais tendem a ser da mesma maneira com seres humanos, fica evidente então, que ao deixar uma pessoa impune quando ela maltrata um animal ou viola qualquer um de seus direitos, estamos deixando em risco a nossa própria segurança, já que estes têm altas possibilidades de terem um comportamento agressivo com outras pessoas. 
Quando há uma punição, principalmente se essa fosse de certa forma, mais severa, e altamente divulgada, com certeza as pessoas pensariam melhor antes de machucar um animal. Logo os pais começariam a ensinar seus filhos que violar um direito animal é errado, assim como violar um direito de um ser humano, caso as penas realmente fossem severas, freando esse comportamento e ensinando a importância de se ter respeito em relação à outra vida, seja ela humana ou não, acreditamos que seria mais fácil para o individuo posteriormente frear comportamentos de cunho agressivo contra outras pessoas etc. 
	Indubitavelmente, penas mais severas, incentivo a denuncia em casos de violência ou outra forma de desrespeito contra qualquer animal, divulgação de tais penas, patrulhas dedicadas unicamente a essa pauta e um ensino que demonstre o valor de uma vida, facilitaria imensamente o convívio dos animais com os seres humanos. Ainda que pareça algo idealizado e que dificilmente acontecerá, como já visto nas pesquisas até mesmo nossa segurança seria melhorada caso cuidássemos mais dos nossos animais. 
REFERENCIAS 
SPAREMBERGER, R. F.; LACERDA, J. Os animais no direito brasileiro: Desafios e perspectivas. Revista Amicus Curiae, Criciúma, v, 12, n. 2, p 184-202, dez. 2015.
GOMES, R. M.; CHALFUN, M. Direito dos Animais: Um novo e fundamental direito. Conpedi. Salvador, abr.2010. Disponível em:<http://www.conpedi.org.br/manaus/arquivos/ anais/salvador/mery_chalfun.pdf>. Acesso em: 16 junho 2019.
SOUZA, Amanda Cristine; SÁ JUNIOR, Fernando Antônio Soares. A PROTEÇÃO JURÍDICA DOS ANIMAIS NO DIREITO BRASILEIRO. 2016. PDF. 28 abril 2019.
NASSARO, Marcelo Robis Francisco. Maus tratos aos animais e Violência contra pessoas. A aplicação da Teoria do Link nas ocorrências da Polícia Militar paulista. 1ºEd - São Paulo: Edição do autor, 2013.
GIRALDI, Nilson. Segurança pública e policia. Disponível em:<http://www.pmpr.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=725>. Acesso em: 16 junho 2019.

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