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CENÁRIOS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (63)

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Cenários Petrobras - 2040
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Visões de futuro para um mundo em transformação
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CENÁRIOS 
PETROBRAS - 2040 
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA 
TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS 
PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES 
FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
APRESENTAÇÃO
Caros leitores, 
A indústria mundial de energia está diante de 
desafios sem precedentes. Ao passo que a demanda 
de energia deve seguir se expandindo, como 
resposta ao crescimento econômico e populacional, 
consolida-se o entendimento de que o atendimento 
a esta demanda deve também incorporar objetivos 
de mitigação das mudanças climáticas. A superação 
da aparente divergência entre esses objetivos é 
o que tem movido a indústria na construção de 
soluções e estratégias para o futuro. Um futuro que, 
aliás, rapidamente se avizinha, pois já é possível 
identificar os primeiros sinais de uma grande 
transformação no sistema energético mundial.
Um olhar permanente no longo prazo é exigido 
de nós, dada a natureza de nossos negócios e de 
nossos investimentos. É preciso que esse foco seja 
tão amplo que capture a complexidade do ambiente 
em que atuamos e tão intenso que alcance o longo 
tempo de desenvolvimento e de amadurecimento 
de nossos projetos. Atentos a essa necessidade 
incontornável de nos prepararmos para o futuro, 
aceitamos o desafio de refletir profundamente sobre 
o que esperar das incertezas críticas que conformam 
o ambiente de negócios da nossa indústria.
A nossa resposta ao desafio proposto se deu na 
forma de amplo engajamento e muito trabalho. A 
abordagem escolhida para sistematizar essa reflexão 
foi a construção de cenários, técnica utilizada pela 
Petrobras há muitos anos e também aplicada por 
diversos relevantes atores da indústria de energia 
mundial. Participaram deste exercício profissionais 
de diferentes formações e especialistas externos, 
contribuindo para que diferentes visões de mundo 
fizessem parte desse processo.
O projeto Cenários Petrobras 2040 oferece aos 
públicos de interesse perspectivas distintas, porém 
plausíveis, sobre a conformação futura do ambiente 
externo. Os cenários estão aqui apresentados na 
forma de narrativas sintéticas, que nos contam 
como esses ‘mundos’ distintos poderiam se 
materializar ao longo dos 20 anos que nos separam 
desse horizonte. Esperamos que essas histórias 
ajudem a compreensão das nossas diferentes 
visões de futuro. 
Boa leitura!
Ivan Monteiro 
Presidente
“É preciso que esse 
foco seja tão amplo que 
capture a complexidade 
do ambiente em 
que atuamos”
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CENÁRIOS 
PETROBRAS - 2040 
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA 
TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS 
PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES 
FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
As transformações no panorama energético mundial são cada vez mais evidentes, 
sendo um de seus principais vetores as ações para mitigação das mudanças 
climáticas. Às organizações que atuam nesse segmento cabe uma grande 
responsabilidade no processo de transição para um sistema energético mais 
sustentável. Um passo obrigatório nessa direção é a divulgação, em seus principais 
relatórios, de informações que demonstrem a conscientização de seus conselhos de 
administração quanto aos riscos e oportunidades relacionados ao clima, bem como 
a diligência de seus gestores na avaliação e no gerenciamento desses riscos. Essas 
informações fornecem indicações de como as questões relacionadas às mudanças 
climáticas são incorporadas aos processos de governança e tomada de decisão.
O elevado nível de incerteza sobre a cronologia e a extensão das mudanças 
climáticas, bem como das políticas implementadas para sua mitigação, requer 
uma abordagem que considere diferentes cenários futuros. A técnica de cenários 
é a ferramenta prospectiva que qualifica a análise estratégica e as consequentes 
escolhas de posicionamento no longo prazo, permitindo, dessa forma, avaliar a 
resiliência dos negócios a diferentes ritmos de transição energética.
A transparência sempre foi um valor para a Petrobras. Continuamente, 
aprofundamos nosso empenho em transformar esse valor numa prática disseminada 
que orienta as interações que mantemos com a sociedade. Acreditamos que, ao 
compartilharmos nossas visões de futuro, avançamos na direção de transformações 
estratégicas e oferecemos materialidade para um diálogo proveitoso com nossos 
públicos de interesse. 
A divulgação conjunta dos Cenários Petrobras 2040 e do Plano Estratégico 
constitui um esforço renovado para prosseguir com esse diálogo, apontando as 
premissas e incertezas que orientaram a construção do nosso futuro, a partir de 
escolhas e posicionamentos. 
Boa Leitura!
Segen Estefen
Presidente do Comitê Estratégico do Conselho de Administração
UM DIÁLOGO SOBRE O FUTURO
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INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA 
TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS 
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CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
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ANEXO ESTATÍSTICO
INTRODUÇÃO
Os Cenários Petrobras 2040 foram elaborados 
a partir de uma metodologia desenvolvida 
internamente, que buscou adaptar as principais 
abordagens existentes e as melhores práticas 
à nossa cultura e às características dos nossos 
negócios. O processo teve início com o levantamento 
das inquietudes dos nossos gestores e técnicos 
quanto ao futuro do setor de energia. A estas 
inquietudes foram associados fatores com alto 
grau de impacto sobre a indústria de energia e 
que classificamos, segundo seu grau de incerteza, 
como tendências consolidadas ou incertezas 
críticas. Considerando os futuros possíveis desses 
fatores no horizonte de análise, construímos as 
histórias dos cenários, que explicam como o mundo 
evolui até 2040.
Assim, para um bom entendimento dos cenários, 
é preciso antes conhecer as bases sobre as quais 
eles foram construídos. Quatro grandes temas 
constituem essas bases e explicitam as principais 
incertezas críticas dos cenários:
MODELO DE CRESCIMENTO
Projeta-se como devem evoluir os modelos de 
crescimento econômico, evidenciando a emergência 
de novos padrões de produção e consumo nas 
principais economias do mundo, em particular na 
Ásia emergente e na América do Norte, englobando 
sua inserção nas cadeias globais de produção, 
na formação de blocos comerciais e seus papéis no 
sistema financeiro global e na geopolítica mundial.
AMBIENTE E CLIMA
São analisados os desdobramentos e a efetividade 
de políticas públicas voltadas à preservação do 
meio ambiente, à redução de emissões de gases 
de efeito estufa (GEE) e à mitigação dos efeitos da 
mudança climática. 
INOVAÇÃO
Descreve a evolução dos sistemas de inovação 
na direção de modelos abertos e colaborativos, 
bem como a natureza e o ritmo de implantação 
de políticas públicas que tenham o objetivo de 
acelerar o desenvolvimento de inovações por meio 
de financiamento de projetos, criação de fundos 
setoriais, exigências legais de pesquisa, estímulo 
à formação de profissionais da área tecnológica, 
pesquisa acadêmica, entre outras ações. 
COMPORTAMENTO
As mudanças de comportamento resultantes 
do surgimento de novos valores também foram 
consideradas na construção dos cenários, 
observando-se o potencial de influência 
nas relações entre a ação humana e o 
consumo de energia. 
“Histórias sobre a forma 
que o mundo pode assumir 
amanhã, histórias capazes 
de nos ajudar a reconhecer as 
mudanças do nosso ambiente 
e a nos adaptar a elas” 
(SCHWARTZ, 1991)
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ANEXO ESTATÍSTICO
DINÂMICA DA 
INDÚSTRIA DE ENERGIA
A indústria de energia mundial está diante de uma confluência de 
forças que apontam para importantes transformações. De um lado, 
um enorme contingente populacional vem emergindo da pobreza e 
deslocando-se para áreas urbanas. Nesse movimento, demandam 
acesso crescente a serviços energéticos de qualidade. Por outro 
lado, consolida-se um consenso social sobre a necessidade de 
restringir-se as emissões associadas ao consumo de energia. A 
superação desses contrastes já se manifesta em inovações na 
forma de produzir, distribuir e consumir energia, bem como nos 
hábitos e no comportamento dos agentes envolvidos em toda a 
cadeia. O desenvolvimento e a difusão de novas tecnologias têm 
favorecido a expansão da oferta e a redução dos preços de energia. 
A utilização de novas técnicas que impulsionaram a produção
não convencional deram novos contornos ao mapa mundial da 
produção e dos fluxos comerciais de óleo e gás.
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ANEXO ESTATÍSTICO
No segundo semestre de 2014, a queda substancial 
dos preços do petróleo fez a indústria cortar 
custos e postergar investimentos, alterando 
consideravelmente as condições de competitividade 
no mercado. Após um declínio de 40% entre 2014 
e 2016, os investimentos destinados à produção 
de petróleo apresentaram, em 2017, alguma 
recuperação (4%) e, de acordo com a Agência 
Internacional de Energia, o segmento deve 
experimentar um movimento semelhante em 2018, 
aproximando-se do patamar de US$ 500 bilhões. 
Entretanto, a distribuição desse investimento 
assume uma configuração distinta em cada região, 
com a crescente participação dos não convencionais, 
particularmente na indústria americana do shale. 
No segmento de refino, boa parte do investimento 
é direcionada para unidades de conversão de 
resíduos e tratamento para atender a normas mais 
rigorosas na especificação de combustível, com 
destaque para as restrições estabelecidas pela 
Organização Marítima Internacional (IMO, da sigla 
em inglês) que entram em vigor em 2020. Com as 
novas especificações para o combustível marítimo 
(bunker), a indústria já se prepara para uma escassez 
de insumos associados à produção de destilados 
médios, implicando na valorização do diesel e na 
desvalorização de resíduos de alto teor de enxofre. 
INVESTIMENTOS EM ÓLEO E GÁS
Em outra frente, os avanços nas tecnologias de 
geração eólica e solar e de armazenamento de 
energia, assim como a disseminação das redes 
inteligentes (smart grids) estão transformando 
a produção e o consumo de eletricidade. Os 
investimentos em renováveis rapidamente 
se elevaram e, desde o início desta década, 
se posicionam em patamar próximo aos 
US$ 300 bilhões/ano, o que corresponde a 
cerca de dois terços de todo o investimento em 
geração elétrica. O investimento em energia solar 
fotovoltaica segue crescendo e alcançou, em 
2017, níveis recordes (US$ 161 bilhões), mesmo 
com um declínio de quase 15% nos custos do 
investimento global. Estes números já refletem a 
pressão de investidores sobre o direcionamento 
dado à carteira de projetos considerada nas 
estratégias e planos de investimento das 
empresas de energia e, em particular, 
das petroleiras. 
O investimento é o mecanismo pelo qual 
decisões individuais sobre a alocação do 
capital disponível moldam os padrões 
mundiais de produção e uso de 
energia, bem como das emissões, 
que devem vigorar nas próximas décadas.
ENERGIAS RENOVÁVEIS EM ASCENSÃO
Simultaneamente, a crescente percepção social 
quanto aos riscos da mudança climática 
intensificou a demanda por serviços com impacto 
reduzido sobre as emissões, seja pela 
substituição por fontes renováveis, seja pela 
melhoria permanente na eficiência energética, 
que aponta para a redução na associação entre 
crescimento econômico e consumo de energia. 
Todos esses desdobramentos trouxeram à tona 
um debate para o qual a indústria de óleo e gás 
precisa estar preparada: a desaceleração no 
crescimento da demanda de petróleo e seu
eventual pico e declínio.
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ANEXO ESTATÍSTICO
MOBILIDADE
O setor de transportes, principal destino dos 
derivados de petróleo, apresenta-se como uma das 
mais importantes dessas forças transformadoras. 
No curto período que vai de 2010 a 2017, os 
serviços de transporte baseados em aplicativos 
digitais passaram de praticamente inexistentes a 
virtualmente onipresentes nas principais regiões 
metropolitanas de todo o mundo. Em julho de 2018, 
a empresa Uber anunciou ter ultrapassado o marco 
de dez bilhões de viagens. Considerando que a 
companhia foi fundada em 2009 e que o primeiro 
bilhão de viagens só foi registrado em dezembro 
de 2015, fica evidente a aceleração no processo de 
difusão dessa modalidade de transporte. De acordo 
com o site da empresa, mais de oitocentas cidades, 
espalhadas pelos cinco continentes, já são servidas 
pela empresa. Além do Uber, outros atores ganham 
relevância nesse segmento, como Lyft, Didi Chuxing, 
Ola, Grab, entre outros.
Nesse mesmo período, houve reduções 
consideráveis nos custos das baterias, elevando a 
competitividade dos veículos elétricos. De acordo 
com dados da Agência Internacional de Energia, os 
custos caíram de valores superiores a US$ 900/kWh, 
em 2009, para menos de US$ 200/kWh, em 2017. A 
General Motors e a Tesla estabeleceram como meta 
custos em torno de US$ 100/kWh até 2022.
Essa redução de custos vem propiciando um 
movimento das grandes montadoras de automóveis 
na expansão de sua oferta de modelos com 
motorizações alternativas, em particular, elétricos 
e híbridos plug-in. Embora ainda incipiente, as 
vendas globais destes veículos vêm crescendo ano 
a ano e, em 2017, sua frota superou a marca de 
três milhões de veículos.
Do ponto de vista da regulação, vários países vêm 
anunciando um marco que determinará a proibição 
do comércio de veículos movidos a combustíveis 
fósseis. Essa iniciativa não se restringe apenas 
aos países desenvolvidos. A China e a Índia 
respondem por volumes significativos da demanda 
mundial de petróleo e possuem um grande 
potencial de ampliação da frota automotiva nas 
próximas décadas, que poderá possibilitar maior 
penetração de veículos elétricos, à luz das políticas 
regulatórias anunciadas.
FROTA MUNDIAL DE VEÍCULOS ELÉTRICOS (EM MIL UNIDADES)
BEV PHEV
2016
2017
2015
2014
2013
2012
2011
2010
Obs: BEV = veículos a bateria; PHEV = veículos híbridos plug-in Fonte: Agência Internacional de Energia 
3.109
1.9821.239
704
381
179
61
14
2005 2
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ANEXO ESTATÍSTICO
Em paralelo à introdução da motorização elétrica, a 
indústria automotiva e os novos atores do setor de 
tecnologia da informação abriram uma nova frente 
de inovação nesta década: a autonomia veicular. 
Recursos como sensores de segurança, controle 
de velocidade, freios de emergência, assistência de 
faixa e de estacionamento, bem como a integração 
a smartphones já são comuns em veículos novos. 
Entretanto, questões regulatórias podem, em 
conjunto com outros aspectos, representar 
obstáculos à rápida disseminação desses veículos. 
O automóvel é um elemento central para as 
sociedades modernas e carrega um forte apelo 
simbólico. Já os serviços de transporte baseados em 
plataformas digitais permitem o acesso à mobilidade 
sem a necessidade da posse. Veículos autônomos 
e elétricos são mais econômicos e reduzem os 
impactos ambientais. Além da transformação 
tecnológica e econômica, o novo modelo pressupõe 
também uma forte mudança cultural. 
Olhando para as novas gerações, é possível perceber 
o crescente desinteresse pelo automóvel como 
símbolo de afirmação, autonomia e liberdade. Tal 
percepção pode, entretanto, não ser inteiramente 
válida para países emergentes com suas populações 
em pleno processo de ascensão à classe média. 
Analistas dos mais diversos segmentos (academia, 
consultorias e institutos de pesquisa) enxergam o 
potencial transformador decorrente da convergência 
de todos esses movimentos. Avanços tecnológicos, 
novos modelos de negócio, políticas públicas e 
mudanças de comportamento tendem a interagir e 
se reforçarem mutuamente, propiciando mudanças 
cujos primeiros sinais já são identificados. Seu ritmo 
e extensão só serão conhecidos, entretanto, no 
decorrer da próxima década.
AUTOMAÇÃO E COMPARTILHAMENTO 
O setor de transportes responde hoje por cerca de dois terços de todo 
o consumo final de derivados de petróleo. Parece claro, portanto, 
que tais mudanças projetam grandes incertezas sobre o futuro da 
indústria de petróleo. 
Em paralelo a esse conjunto ainda difuso de transformações, 
identifica-se uma tendência já bem estabelecida dentro do leque de 
políticas públicas para o setor: metas de eficiência veicular cada vez 
mais ambiciosas. As metas de eficiência já alcançam mais de 80% 
do mercado global de veículos de passageiros. Seu efeito sobre o 
consumo de combustíveis no setor transportes é de estimação mais 
direta e, portanto, mais previsível.
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
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ANEXO ESTATÍSTICO
TECNOLOGIA
Tudo isso se enquadra num contexto ainda mais amplo de 
transformação tecnológica cujo alcance ultrapassa e molda a indústria 
de energia. A convergência de um grupo de tecnologias cujas 
aplicações crescem exponencialmente vem chamando a atenção de 
especialistas para uma possível “nova revolução industrial”. Ainda que 
este movimento não tenha uma definição clara, é consenso que seus 
impactos serão sistêmicos. 
Podemos dizer que, hoje, vivemos uma nova fase na incorporação 
das tecnologias computacionais na economia. Enquanto, nos 
anos 1990, a economia se transformou como efeito acumulado da 
disseminação em massa do uso de computadores nas empresas e 
fábricas nas décadas anteriores, a transformação atual é baseada 
nas inovações relacionadas à interligação em rede dos mais diversos 
tipos de dispositivos, o que é chamado de internet das coisas 
(IoT, da sigla em inglês para Internet of Things). 
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ANEXO ESTATÍSTICO
O uso destes dispositivos tem gerado quantidades 
de informação sem paralelo na história. Por exemplo, 
apenas nos últimos dois anos, foram gerados 90% 
dos dados disponíveis no mundo. Ao mesmo tempo, 
segue o avanço da capacidade de processamento de 
informação. Estes três fatores juntos (conectividade, 
processamento e dados massivos) estão por trás das 
principais tendências em tecnologia da atualidade 
e podem mudar a forma como nos relacionamos, 
consumimos, investimos e até inovamos, sendo sua 
disseminação por todos os setores de atividade um 
dos principais direcionadores do crescimento de 
produtividade nas próximas décadas.
Estes fatores propiciaram um salto de qualidade 
no aprendizado de máquina (machine learning), 
permitindo o uso de técnicas mais eficientes 
de tratamento e interpretação de dados que já 
estão criando avanços em diversas indústrias. 
Por exemplo, a criação de máquinas ainda mais 
eficientes e com menor necessidade de supervisão 
geram grande impacto sobre a necessidade de 
trabalho humano e, por extensão, no mercado de 
trabalho e na economia como um todo. 
Outro ponto de contato entre tecnologia e economia 
é o surgimento da tecnologia blockchain, que 
permitiu a criação dos criptoativos, também 
chamados de criptomoedas, como o BitCoin por 
exemplo. Já se começa a desenhar como essa 
tecnologia poderá ser utilizada em outras aplicações, 
seja como validador de transações financeiras 
mais tradicionais ou como garantidor de contratos 
inteligentes ou automatizados. Sua disseminação 
aponta para a redução de custos e a ampliação da 
agilidade e segurança nas transações.
TRANSFORMAÇÃO DIGITAL
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ANEXO ESTATÍSTICO
No campo industrial, o avanço da tecnologia 
de impressão 3D flexibiliza a forma como bens 
industriais são produzidos. Hoje, ela já é capaz 
de acelerar o processo de criação de protótipos, 
reduzindo tempo e custo dentro da etapa de 
design do produto. A ampliação de seus usos 
em prototipagem para a fabricação de moldes 
e ferramentas, bens industriais e, por fim, bens 
de consumo, tem o potencial de modificar 
radicalmente a distribuição espacial da indústria 
com impactos diretos sobre as cadeias logísticas 
e, consequentemente, sobre a demanda de 
combustíveis. Além disso, rompe-se a dicotomia 
atual entre produto industrial de massa e produto 
artesanal customizado, dando ensejo a uma era de 
“customização massiva”. O setor de energia é um 
campo fértil de utilização para este tipo de técnica e 
pode liderar sua adoção e disseminação.
No setor de energia, estas tecnologias 
materializam-se em um maior controle dos 
processos, tanto de exploração e produção, 
quanto também no refino, tornando estas 
atividades mais eficientes e com menores custos 
de manutenção e dias parados. É possível até 
imaginar operações totalmente automatizadas, 
sem a presença de pessoas.
Outro ponto de impacto social relevante será a 
utilização de técnicas de manipulação de genomas 
para além da medicina, como por exemplo na 
produção de biocombustíveis, aumento de 
produtividade agrícola e na criação de novos 
tipos de materiais orgânicos, causando um salto 
na produção de biocombustíveis avançados, que 
poderão assumir um papel mais relevante na 
matriz energética automotiva, rivalizando com 
os veículos elétricos.
CUSTOMIZAÇÃO MASSIVA NA INDÚSTRIA
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OSSINAIS DA 
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ANEXO ESTATÍSTICO
Também no setor de energia, já está em fase de 
pesquisa e desenvolvimento uma nova geração de 
renováveis. Enquanto os projetos convencionais de 
geração eólica voltados para aplicações onshore e 
offshore ampliam as dimensões de torres, rotores 
e pás em busca de maior eficiência, tecnologias 
ainda em fase experimental incluem turbinas 
eólicas que dispensam o uso de pás rotatórias e 
pipas suspensas, que alcançam elevadas altitudes 
sem a necessidade de torres fixas de suporte. No 
domínio da energia solar, o desenvolvimento de 
novos materiais capazes de extraírem mais energia 
da luz solar promete ampliar a eficiência dos 
painéis solares atuais.
Com a redução de custos experimentada pelas 
renováveis nas primeiras décadas desse século, as 
economias de escala típicas da geração centralizada 
têm deixado de constituir um diferencial competitivo 
para este tipo de arranjo, principalmente em áreas 
mais remotas. A emergência de sistemas de geração 
distribuída já representa uma quebra de paradigma 
na organização do setor de geração elétrica. Isso, 
associado à introdução de redes de distribuição 
inteligentes (smart grids), promete revolucionar 
o setor elétrico. 
Não obstante todas essas possibilidades, há 
pontos que requerem cuidados imediatos, 
como, por exemplo, a crescente automação e 
integração de ativos que amplia a possibilidade de 
ataques cibernéticos com efeitos danosos sobre 
a segurança da produção e do abastecimento e, 
consequentemente, sobre preços e mercados 
de energia. A inexperiência global em lidar 
com tais investidas, combinada com o domínio 
desses expedientes por atores estatais e não 
estatais, elevam a probabilidade de eventuais 
conflitos contarem, cada vez mais, com 
componentes cibernéticos.
NOVA GERAÇÃO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
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ANEXO ESTATÍSTICO
MEIO AMBIENTE
Em 12 de dezembro de 2015, em Paris, durante 
a 21ª Conferência das Partes (COP21), os 
países-membros alcançaram um marco inédito para 
o controle das emissões globais de GEE, mas essa 
história teve início antes. Antecedendo a Conferência, 
os países submeteram metas voluntárias de redução 
de emissões de GEE (INDCs, sigla em inglês para 
Intended Nationally Determined Contributions). 
Essas metas serviram como base para a discussão e 
estabelecimento do acordo, caracterizando, de forma 
inédita, uma espécie de modelo bottom-up nas 
negociações multilaterais.
Os 195 países-membros da Convenção do Clima 
das Nações Unidas (UNFCCC, da sigla em inglês 
para United Nations Framework Convention on 
Climate Change) e a União Europeia concordaram 
com o estabelecimento de um acordo global com 
o objetivo de manter o aquecimento do planeta 
abaixo de 2 ºC, em relação ao período pré-industrial, 
e de empreender esforços para limitar o aumento de 
temperatura a 1,5 ºC, até o final do século.
ADESÃO AO ACORDO DE PARIS 
ASSINADO, 
AINDA NÃO 
RATIFICADO (15)
RATIFICADO (179) NÃO ASSINARAM 
ABANDONO (3)
Estados Unidos
Nicarágua
Síria
Obs: Até Julho de 2018
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ANEXO ESTATÍSTICO
Desde então, duas outras Conferências foram 
realizadas, em Bonn e Marraqueche. Nelas, foi 
definido o conjunto de regras que estabelece como 
será a implementação das obrigações assumidas 
em Paris. A COP 23 foi marcada pela ameaça de 
saída unilateral do Estados Unidos desse acordo 
global, mas, ao contrário do que foi anunciado em 
junho de 2017, durante a COP 23, membros da 
delegação norte-americana reafirmaram a intenção 
de manterem suas iniciativas para conter o 
aquecimento global.
Em que pese o grande avanço que representou a 
celebração do Acordo de Paris, o contraste entre 
os compromissos assumidos (NDCs, sigla para o 
inglês Nationally Determined Contribution) e as 
ambições declaradas expõe as dificuldades para o 
seu cumprimento e abre espaço para a construção 
de cenários que descrevam trajetórias e meios pelos 
quais esses obstáculos possam ser superados. 
“Acordo de Paris 
estabelece meta de 
limitar o aumento 
de temperatura 
abaixo de 2o C, 
até o final do século”
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CENÁRIOS 
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OS SINAIS DA 
TRANSFORMAÇÃO
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CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES 
FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
10
20
30
40
50
1990 
2 
50 
24 
5% Parcela das emissões globais com 
mecanismo de precificação (%) 
10% 15% 
2019 2012
NÚMERO DE INCIATIVAS DE PRECIFICAÇÃO DE CARBONO 
Divergências quanto à efetividade do leque de 
instrumentos disponíveis para responder à questão 
das emissões de GEE dificultaram o consenso e 
constituíram obstáculos à implantação de políticas 
climáticas, como é o caso da introdução de 
mecanismos de precificação de carbono. Contudo, 
observa-se, no decorrer da década de 2010, um 
número cada vez maior de países que definiram 
algum tipo de precificação, via regulação. Os 
principais programas que vêm sendo implantados 
pelos governos são o sistema de comércio de 
emissões (ETS, sigla em inglês para Emissions 
Trading System) e a taxação de carbono.
O mecanismo desenvolvido pela União Europeia, 
um dos pioneiros e mais avançados do mundo, foi 
implantado em 2005 e funciona como um limitador 
e facilitador para a negociação das emissões de GEE. 
Entretanto, desde sua criação, o mercado de carbono 
europeu se deparou com excedentes de licenças de 
emissões (allowances) que pressionaram os preços 
para baixo, falhando em seu objetivo de oferecer 
incentivos para o desenvolvimento de uma economia 
de baixo carbono. 
Contudo, com a proximidade da entrada em vigor da 
Reserva de Estabilidade de Mercado (MSR, sigla para 
o inglês Market Stability Reserve), verificou-se uma 
rápida elevação nos preços do carbono negociados 
no âmbito do EU–ETS (sigla para o inglês European 
Union Emissions Trading System). No decorrer do 
segundo semestre de 2018, o preço ultrapassou a 
marca de US$ 20/ton CO2. 
Nos últimos cinco anos, o número de iniciativas de 
mecanismos de precificação de carbono dobrou. 
Nesse período, destaca-se o da Califórnia, em 
PRECIFICAÇÃO DE CARBONO 
parceria com províncias do Canadá (Ontário e 
Quebec), em 2013, além da Coreia do Sul (2015) e da 
China, no final de 2017. Atualmente, há cerca de 47 
iniciativas distribuídas entre 45 países e 25 cidades, 
estados e províncias que já utilizam mecanismos de 
precificação de carbono, respondendo por 15% das 
emissões globais de GEE. Os principais sistemas de 
precificação geraram US$ 52 bilhões em 2017.
2015
Fonte: Banco Mundial
17
CENÁRIOS 
PETROBRAS - 2040 
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA 
TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS 
PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES 
FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
Por outro lado, cada vez mais empresas, 
voluntariamente, estão buscando adotar uma 
maneira de precificar o carbono como forma de 
mitigar o risco potencial de uma política climática 
que incorpore tal medida sobre suas atividades. 
O sistema que vem sendo utilizado amplamente 
nas corporaçõesé denominado Preço Interno de 
Carbono (PIC). Em 2017, o número de empresas 
que reportou seu PIC ao Carbon Disclosure Program 
(CDP) cresceu oito vezes em relação ao de 2013. 
O CDP é uma organização sem fins lucrativos que 
opera um sistema global de divulgação para que 
investidores, empresas, cidades, estados e regiões 
gerenciem seus impactos ambientais. Outra iniciativa 
de natureza semelhante é a Força-Tarefa criada 
pelo Conselho de Estabilidade Financeira (TCFD, 
sigla em inglês para Task Force on Climate-related 
Financial Disclosures), para desenvolver um conjunto 
de recomendações para divulgações voluntárias e 
consistentes de riscos financeiros relacionados ao 
clima nos relatórios das empresas.
A disseminação e o fortalecimento dos instrumentos 
de precificação do carbono têm o potencial de 
reduzirem a competitividade dos combustíveis 
fósseis e de acelerarem a sua substituição por 
renováveis na matriz energética mundial. 
Calcula-se que o cumprimento das metas 
pactuadas no Acordo de Paris implicaria que um 
terço de todas as reservas de petróleo, metade 
das reservas de gás e mais de 80% das reservas 
atuais de carvão precisem permanecer no solo para 
que a comunidade internacional alcance a meta 
de elevação máxima de 2ºC na temperatura média 
global. Obviamente isso representa um enorme 
desafio para a indústria mundial de energia e 
aponta para a relevância da tecnologia de captura 
e armazenamento de carbono (CCS, sigla em 
inglês para Carbon Capture and Storage) como um 
instrumento central para a sustentabilidade de 
longo prazo da indústria.
“Crescente número 
de empresas utiliza o 
preço do carbono em 
seu planejamento” 
18
CENÁRIOS 
PETROBRAS - 2040 
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA 
TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS 
PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES 
FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
MERCADO DE ÓLEO E GÁS
Até meados da década de 2000, o mercado 
internacional de petróleo e gás poderia ser 
caracterizado por uma visão de futuro calcada 
em uma percepção de escassez dos recursos 
naturais frente a uma demanda crescente de países 
emergentes, em franca expansão econômica. No 
segmento de refino, havia a perspectiva de margens 
elevadas para produtos típicos do setor transporte, 
como gasolina e diesel, e uma concentração 
da expansão da capacidade de refino nos 
mercados emergentes.
No mercado de gás natural, o mesmo período 
poderia ser caracterizado pela existência de 
mercados regionalizados. Os fluxos internacionais 
de gás natural liquefeito (GNL), ainda pequenos em 
relação ao mercado total de gás natural, atuavam 
como uma forma marginal de conexão entre 
compradores e vendedores, viabilizando a expansão 
de mercados com menor capacidade de produzi-lo.
Desde então, é possível identificar uma série de 
elementos que vêm transformando a visão de futuro 
dos mercados de petróleo e gás. 
Pelo lado da oferta, a ascensão e a consolidação 
da produção não convencional de petróleo e 
gás natural nos Estados Unidos contribuíram 
significativamente para atenuar a preocupação 
da indústria com relação ao acesso aos recursos 
naturais. A expansão da produção não convencional 
de gás natural, iniciada de forma significativa 
em 2006, conseguiu, em cerca de uma década, 
inverter completamente o fluxo comercial de gás 
natural dos Estados Unidos e transformar o país, 
antes uma das principais fontes de demanda por 
importações, em um pólo exportador. No mercado 
de petróleo, o movimento foi similar. A crescente 
produção de tight oil promoveu um choque de oferta 
no balanço mundial de petróleo, desencadeando 
um aumento significativo nos estoques, que levou 
a uma queda abrupta do preço do petróleo no 
fim do ano de 2014.
Pelo lado da demanda, também foram observadas 
transformações que acrescentaram novos fatores à 
expectativa de crescimento do consumo de petróleo 
que existia até meados da década de 2000. De 
acordo com as expectativas mais atuais, o petróleo 
preservará o seu protagonismo na matriz energética 
no futuro. Contudo, a maior preocupação com as 
emissões locais e globais de poluentes e demais 
GEE, aliada à eficiência do consumo de energia 
e ao avanço tecnológico em formas alternativas 
de mobilidade, leva a um questionamento 
sobre a intensidade do ritmo de crescimento da 
demanda por derivados. 
OFERTA E DEMANDA DE PETRÓLEO 
19
CENÁRIOS 
PETROBRAS - 2040 
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA 
TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS 
PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES 
FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
Nesse contexto de uma possível desaceleração no 
ritmo de crescimento da demanda de derivados, 
apresenta-se, para o setor de refino a necessidade 
de buscar uma forma de preservar o seu valor nas 
próximas décadas. Considerando as projeções 
de resiliência de crescimento da demanda de 
petroquímicos e que as fontes fósseis, como nafta 
e líquidos de gás natural, correspondem à maioria 
das matérias-primas petroquímicas, as empresas de 
petróleo estão buscando maior proximidade com o 
segmento petroquímico. Desta forma, identificam 
oportunidades de sinergia de operações e de 
logística para compartilhamento e redução de custos, 
num ambiente de alta complexidade tecnológica. 
Esta atuação integrada contribui com a mitigação 
do risco associado à volatilidade do preço das 
commodities, além de buscar agregar maior valor ao 
petróleo. Além da integração refino-petroquímica, 
a adaptação da indústria de refino às mudanças de 
legislação quanto à qualidade de produtos é uma 
questão crucial para o setor. Um exemplo é a redução 
do teor de enxofre no bunker, a partir de 2020, o que 
representa uma motivação adicional para projetos de 
expansão da capacidade e complexidade de refino.
No que diz respeito à demanda de gás natural, as 
preocupações com a redução das emissões globais 
e locais ampliaram as possibilidades de expansão 
por meio da substituição de energéticos de maior 
emissão (carvão e petróleo) nos segmentos elétrico 
e industrial. Embora inicialmente restrita às regiões 
com disponibilidade de oferta, a ideia do gás natural 
como energético de transição está sendo difundida 
com maior intensidade, sendo cada vez mais 
discutida nos planos estratégicos das empresas e 
nos documentos das diferentes instituições que 
acompanham a indústria. 
Com o surgimento de novos supridores, maior 
disponibilidade de infraestrutura de liquefação, 
regaseificação e uma perspectiva de balanço 
superavitário, o comércio internacional de GNL 
ganha liquidez. Tal fato já se traduz em uma 
maior flexibilidade na destinação das cargas 
e no desenvolvimento de mercados mais 
sofisticados para a negociação das mesmas. Esse 
desenvolvimento abre oportunidade para uso do 
gás natural em novos mercados, reforçando seu 
papel como combustível de solução para o trilema 
acesso, segurança e sustentabilidade energética. 
GÁS NATURAL E INTEGRAÇÃO REFINO-PETROQUÍMICA
“A ideia do gás natural 
como solução para o 
trilema energético está 
sendo difundida com 
maior intensidade” 
De modo geral, o gás natural atua como alavanca 
para o crescimento da geração renovável, sendo 
um instrumento regularizador da oferta frente à 
intermitência destas fontes. Em regiões com forte 
dependência do carvão, viabiliza a expansão e a 
segurança do suprimento energético com redução 
das emissões.
Tais elementos evidenciam a transição de uma 
situação de percepção de escassez de recursos 
naturais e demanda crescente para uma realidade 
onde há uma maior disponibilidade de recursos, 
enquanto se encontra em curso, pela transição 
energética para uma matrizde baixo carbono, uma 
diferenciação do ritmo de expansão da demanda. 
Apesar disso, permanecem incertezas significativas 
com relação ao futuro.
As tensões geopolíticas, associadas à oferta de 
petróleo e gás natural, possuem um significativo 
potencial de reduzirem a percepção de abundância 
de recursos, uma vez que um percentual relevante 
da produção está em áreas onde essas questões 
estão presentes.
Quanto à demanda de petróleo, apesar dos avanços 
observados na transição energética, com ganhos de 
eficiência e o avanço de tecnologias alternativas de 
mobilidade de pessoas e cargas, há uma incerteza 
significativa quanto ao ritmo desse movimento e o 
seu potencial de transformar a realidade atual.
20
CENÁRIOS 
PETROBRAS - 2040 
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA 
TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS 
PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES 
FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
Ao tratar da demanda de gás natural, a incerteza 
é ainda maior, visto que o ritmo de transição para 
uma matriz energética de baixo carbono será 
um elemento-chave para determinar por quanto 
tempo o gás natural desempenhará o papel de 
um energético de transição. Existem regiões com 
avanços importantes e recentes no uso de energias 
alternativas, que podem até mesmo prescindir da 
necessidade de usar um energético de transição, 
limitando o papel do gás natural. 
Em suma, as diferentes possibilidades de evolução 
das questões-chave em curso no mercado de 
energia justificam a adequação do uso de técnicas 
de cenários de longo prazo como forma de explorar 
e detalhar as incertezas significativas para a melhor 
compreensão de como será o ambiente futuro e a 
tomada de decisão pelas empresas.
21
CENÁRIOS 
PETROBRAS - 2040 
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA 
TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS 
PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES 
FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
OS CENÁRIOS 
PETROBRAS
22
CENÁRIOS 
PETROBRAS - 2040 
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA 
TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS 
PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES 
FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
NOSSAS VISÕES DE FUTURO
Os cenários funcionam como simulações da realidade nas quais a interação 
permanente de seus elementos configura plausíveis ambientes de negócios.
O mar, por sua amplitude, profundidade, diversidade e permanente movimento, 
se apresenta como uma metáfora inspiradora desses ambientes. De rasas baías a 
fossas profundas, é enorme o fascínio do mar sobre todos os povos. Aqui, o mar e 
a vida marinha traduzem as diversas possibilidades de futuro, das quais os nossos 
cenários constituem uma amostra.
Esta associação de conceitos é ainda mais forte quando contrastada à nossa 
trajetória histórica. Nossa relação com o mar começa na Plataforma Continental 
brasileira, no mar de Sergipe, em 1969, avança pela descoberta dos grandes 
campos de petróleo na Bacia de Campos, na década de 70, e alcança uma fronteira 
inteiramente nova na primeira década deste século: as vastas reservas do pré-sal.
Somos reconhecidos mundialmente por nossa tecnologia de exploração de 
petróleo em águas ultraprofundas. É do mar que extraímos nossa energia, e é nele 
que superamos enormes desafios para conquistarmos grandes riquezas.
Assim, para homenagear essa longa história de determinação e superação, 
escolhemos três elementos associados ao universo marinho para nomear 
nossos cenários: Correnteza, Cardume e Coral.
23
CENÁRIOS 
PETROBRAS - 2040 
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA 
TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS 
PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES 
FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
IDEIAS CENTRAIS DOS CENÁRIOS
CENÁRIO 
CORRENTEZA
CENÁRIO 
CARDUME
• Um mundo de grande crescimento 
econômico, mas ainda com muitos 
conflitos sociais e por recursos. 
• Apresenta distintas trajetórias para 
as matrizes energéticas dos países 
desenvolvidos e emergentes.
• Questões locais dominam 
a agenda de políticas públicas.
• Mudanças nos valores da sociedade 
impulsionam transformações 
importantes na mobilidade em 
grandes áreas urbanas. 
• Cada região busca suas próprias 
soluções para descarbonizar sua 
matriz energética.
CENÁRIO 
CORAL
• A transição energética ganha força 
com a maior percepção dos riscos das 
mudanças climáticas. 
• Acordos globais vinculantes, 
inovações orientadas ao 
meio ambiente e mudanças de 
comportamento da sociedade 
interagem, propiciando a transição.
24
CENÁRIOS 
PETROBRAS - 2040 
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA 
TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS 
PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES 
FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
TRANSFORMAÇÕES EM CURSO
Metas de Emissão e Precificação de Carbono
179 PAÍSES
ACORDO RATIFICADO POR
Mudanças climáticas avançam para 
o centro da agenda política internacional
Crescimento na demanda energética
64% EM 2040
POPULAÇÃO URBANA
Crescente urbanização com maior 
participação de idosos na população
Novas cadeias de valor e padrões de consumo
125 BI EM 2030
DISPOSITIVOS CONECTADOS 
Digitalização da vida social com maior 
número de pessoas e dispositivos conectados
Desconexão entre crescimento econômico e energético
1/4 EM 2040
% DA ELETRICIDADE NO CONSUMO
Ampliação da eficiência energética e da 
participação da eletricidade no consumo final
Eletrificação do setor de transportes rodoviário
*Meta EVI (Electric Vehicles Initiative) 
30% EM 2030* 
% ELÉTRICOS NAS VENDAS
Revolução na mobilidade 
Deslocamento da dinâmica energética para a Ásia
30 MBPD EM 2040
ÁSIA IMPORTA 
Importância crescente da Ásia 
nos campos econômico e político
25
CENÁRIOS 
PETROBRAS - 2040 
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA 
TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS 
PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES 
FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
UM SISTEMA ENERGÉTICO EM TRANSIÇÃO
Na primeira metade do século XXI, começa a se 
materializar o processo de transição energética 
que irá consolidar, ao longo das décadas 
seguintes, a necessária descarbonização dos 
sistemas energéticos a fim de mitigar os efeitos 
da mudança climática.
Em nossos cenários, observa-se que a transição até 
2040 se desenvolve em um contexto de expansão do 
consumo de energia, refletindo não apenas a marcha 
do crescimento econômico, como também o desafio 
de incluir parcelas relevantes do enorme contingente 
atual de pessoas sem acesso a eletricidade 
(cerca de 1 bilhão de pessoas), bem como a energia 
para prover qualidade de vida às pessoas que irão 
nascer ao longo deste horizonte.
Duas tendências caracterizam a dinâmica da 
demanda global de energia neste contexto de 
transição. A primeira delas é que toda a expansão 
do consumo de energia concentra-se nos países 
em desenvolvimento, particularmente naqueles 
localizados na Ásia. Vários elementos relacionados 
ao acesso à energia contribuem para este fenômeno, 
tais como a baixa taxa de motorização, o aumento 
da urbanização e o maior crescimento econômico 
dos países da região. No cenário Cardume, por 
exemplo, os países em desenvolvimento da Ásia 
passam a responder por 43% da demanda mundial 
de energia, exibindo um aumento frente ao 
patamar atual de 36%.
OFERTA PRIMÁRIA DE ENERGIA (BILHÕES DE TEPS)
NUCLEAR RENOVÁVEISGÁS NATURAL CARVÃOPETRÓLEO
Obs: Renováveisincluem hidráulica, bioenergia, renováveis modernas como eólica, solar e geotérmica
2040
CORRENTEZA
2040
CARDUME
2040
CORAL
2,2
1990
0,5
1,7
1,1
3,2
2015
8,8
3,8
0,6
2,9
1,9
4,3
13,6
4,7
1,1
4,6
3,5
5,6
19,6
3,6
1,1
4,6
3,6
5,0
17,9
2,5
1,3
3,8
4,1
4,4
16,2
26
CENÁRIOS 
PETROBRAS - 2040 
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA 
TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS 
PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES 
FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
DISTRIBUIÇÃO REGIONAL DA DEMANDA POR REGIÃO (BILHÕES DE TEPS)
1990 2015 2040
CORRENTEZA
3,5
5,0
4,8
5,7
5,0
8,4
PAÍSES DESENVOLVIDOS EM DESENVOLVIMENTO ÁSIA EM DESENVOLVIMENTO OUTROS
Obs: Os valores não incluem os volumes de combustíveis utilizados no transporte aéreo e marítimo internacional.
2040
CARDUME
2040
CORAL
5,1
4,6
7,6
4,6
4,5
6,62,5
4,5
1,6
A segunda tendência é a manutenção da trajetória 
de redução na intensidade energética em todos 
os cenários, o que faz com que o crescimento 
econômico se torne cada vez menos dependente 
da expansão da oferta de energia. Essa evolução 
reflete, em parte, as transformações na estrutura 
produtiva dos países (menor participação dos 
segmentos energo-intensivos), mas também 
do aproveitamento dos ganhos de eficiência 
energética. Entre 1990 e 2015, a intensidade 
energética global recuou 32% e, nas próximas 
duas décadas, projeta-se que ela recuará outros 
35%-37%, recuo proporcionado pelo aumento da 
digitalização da economia e, principalmente, por 
meio de políticas públicas que promovam a captura 
das oportunidades de eficiência em todo o sistema 
energético, especialmente nos setores industrial 
e de transportes. 
As duas próximas décadas marcam um novo ciclo 
de transformações nos sistemas energéticos. 
Presenciaremos a redução da participação das 
energias fósseis, após dois séculos de expansão e 
predomínio destas fontes. As incertezas relativas 
às ambições das políticas climáticas e ao grau de 
coordenação global das ações com este fim fazem 
com que a transição se desenvolva em velocidades 
distintas em cada um de nossos cenários.
27
CENÁRIOS 
PETROBRAS - 2040 
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA 
TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS 
PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES 
FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
VARIAÇÃO DA DEMANDA ENERGÉTICA POR FONTE, 2015-2040
CORRENTEZA
65%
48%
-14%
35%
52%
114%
CARDUME CORAL
CARVÃO HIDRO NUCLEAR BIOENERGIA OUTRAS RENOVÁVEISPETRÓLEO GÁS NATURAL
FÓSSEIS NÃO FÓSSEIS
Em nossas visões de futuro, evidencia-se no 
processo de descarbonização uma tendência de 
redução da participação relativa do carvão e do 
petróleo e de incremento na participação do gás 
natural no mix energético. Também está explícita a 
liderança das fontes renováveis para o atendimento 
da demanda nova por energia. No gráfico abaixo, 
em que se exibe a contribuição de cada fonte para 
o incremento na demanda energética, as fontes 
não fósseis respondem por 52% (dos quais 41% são 
renováveis), no cenário Cardume, e 114% (dos quais 
87% são renováveis), no Coral, do crescimento da 
demanda energética no horizonte até 2040.
A expansão da participação das energias renováveis 
é explicada fundamentalmente por um duplo 
movimento: de um lado, uma maior eletrificação do 
consumo final, que responderá por ¼ do total do 
consumo final de energia no mundo em 2040; por 
outro, uma intensificação do processo em curso de 
descarbonização abrangente do setor de geração 
elétrica. Tudo isso reflete uma contínua redução dos 
custos da geração eólica e solar (principalmente 
de novas gerações de tecnologias), o avanço nas 
soluções para armazenamento e o surgimento de 
modelos de negócios de prestação de serviços 
energéticos para lidar com a intermitência da oferta 
e a sazonalidade da demanda. 
Em termos de acréscimo de capacidade, as energias 
renováveis respondem por 61%-84%, a depender 
do cenário, do total da capacidade nova inserida no 
DESCARBONIZAÇÃO DA MATRIZ ENERGÉTICA
sistema elétrico global até 2040. No cenário Coral, 
em média, anualmente são colocados em operação 
cerca de 174 GW em capacidade de geração 
eólica e solar.
A eletrificação, em conjunto com os ganhos de 
eficiência dos motores a combustão, também 
avançará no setor de transporte, como parte de 
uma revolução na forma como as pessoas buscam 
por mobilidade nos centros urbanos. Considerando 
que quase 60% do total do consumo de petróleo é 
destinado para finalidades de transporte de pessoas 
e mercadorias e sendo ¼ somente para atender 
a demanda por mobilidade urbana privada, as 
transformações no segmento de transporte serão 
fundamentais para determinar o momento em 
que o pico da demanda de derivados de petróleo 
ocorrerá. Mesmo que a saturação da demanda 
de petróleo esteja no horizonte dos cenários ao 
longo das próximas duas décadas, ainda assim 
serão necessários novos investimentos para repor 
a parcela da capacidade de oferta, que recua em 
média 1% ao ano até 2040, considerando apenas os 
campos em operação e o ramp-up dos projetos já 
sancionados. Mesmo no cenário Coral, em que o pico 
de demanda ocorre mais cedo, seriam necessários 
investimentos para repor em torno de 25 milhões de 
barris por dia, a fim de atender o nível de consumo 
de petróleo esperado para 2040. 
28
CENÁRIOS 
PETROBRAS - 2040 
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA 
TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS 
PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES 
FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
DESAFIO DA OFERTA DE PETRÓLEO (MILHÕES DE BPD)
MATRIZ GLOBAL DE GERAÇÃO ELÉTRICA, 2040
8%
2000
CARVÃO PETRÓLEO GÁS NATURAL NUCLEAR HIDRÁULICA BIOENERGIA
39%17%
17%
18%
OUTRAS RENOVÁVEIS
1% 1%
4%
2015
39%16%
11%
23%
2% 5%
2%
CORRENTEZA
32%
14%
9%
24%
3%
16%
1%
CARDUME
23%
16%
10%
25%
3%
21%
1%
CORAL
14%
17% 13%
20%
4%
30%
2015
116
108
97
2020 2025 2030 2035 2040
EVOLUÇÃO ESPERADA DA OFERTA DOS CAMPOS EM 
OPERAÇÃO E DOS PROJETOS JÁ SANCIONADOS
CORALCORRENTEZA CARDUME
CENÁRIOS DE DEMANDA
DESAFIO DA OFERTA
29
CENÁRIOS 
PETROBRAS - 2040 
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA 
TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS 
PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES 
FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
INCERTEZAS CRÍTICAS
INCERTEZAS CRÍTICAS CENÁRIOS
Crescimento econômico 
das principais economias
Meio ambiente e clima
Inovação
Comportamento
Matriz Energética
Demanda Mundial de 
Petróleo e Derivados
Preços de petróleo
CORRENTEZA
Forte crescimento econômico, com grandes 
transformações nas economias líderes.
Atenção regionalmente desigual à 
questão climática, sem um acordo global 
efetivo e vinculante.
Avanços incrementais nas tecnologias de 
produção e de uso de energia.
Os hábitos de consumo mudam de forma 
heterogênea entre regiões e gerações.
A posse continua como principal meio de acesso 
aos serviços proporcionado pelos bens duráveis.
Políticas centradas em segurança energética e 
acesso à energia, com gradual descarbonização 
do suprimento energético.
Ritmo de crescimento próximo ao padrão 
histórico recente, com preponderância do 
setor de transportes.
Preços elevados.
CARDUME
Crescimento econômico moderado, 
(em linha com a média histórica).
Esforço direcionado para concretização dos 
compromissos nacionais e daspolíticas 
ambientais locais.
Reduções contínuas nos custos das renováveis e 
das tecnologias de armazenamento.
Inovações na produção de gás natural propiciam 
acesso a novos recursos.
Mudanças nos hábitos de consumo em direção 
ao compartilhamento e à utilização de modais 
coletivos. Fenômeno concentrado em grandes 
áreas urbanas.
Transição para energias de mais baixo carbono, 
com protagonismo do gás natural, cuja participação 
avança sobre o carvão e o petróleo.
Crescimento inferior à média histórica, alcançando 
um platô na década de 2030.
Preços moderados.
CORAL
Menor dinamismo até 2030 devido à desaceleração 
das economias asiáticas. 
Acordo global sobre políticas climáticas e 
ambientais efetivo. Regulação para precificação de 
carbono com coordenação global.
Foco em tecnologias limpas e renováveis com 
emergência de soluções disruptivas.
Transformações expressivas e generalizadas no 
comportamento do consumidor. Atenção a toda a 
cadeia desde a produção até o descarte. 
Preferência pelo compartilhamento e pela 
experiência em lugar da posse e do tangível.
Transição para matriz de baixo carbono, com 
crescimento acelerado das fontes renováveis.
Desaceleração no ritmo de crescimento 
alcançando um pico até 2030 e recuo 
no longo prazo.
Preços baixos.
30
CENÁRIOS 
PETROBRAS - 2040 
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA 
TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS 
PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES 
FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
CENÁRIO 
CORRENTEZA
31
CENÁRIOS 
PETROBRAS - 2040 
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA 
TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS 
PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES 
FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
O cenário Correnteza descreve um mundo de forte crescimento econômico, mas repleto 
de conflitos e desigualdades. A China e os Estados Unidos se destacam como motores 
da expansão e acirram-se as disputas por recursos e áreas de influência. 
Países desenvolvidos e emergentes resolvem de forma diversa seus desafios 
de suprimento energético, e isso resulta em uma evolução heterogênea de seus 
sistemas energéticos.
Eventos climáticos extremos, cada vez mais intensos e frequentes, conferem um viés 
de adaptação à agenda política da mudança climática. A intensificação dos movimentos 
migratórios globais acirra a polarização política, esvaziando a agenda multilateral e 
reforçando as agendas nacionais de crescimento econômico, geração de empregos e 
segurança de suprimento. Os compromissos estabelecidos em Paris perdem força por 
conta da limitada transferência de recursos financeiros e tecnológicos à qual grande 
parte das NDCs está sujeita. A agenda climática sofre reveses e retorna aos impasses 
da primeira década do século.
Novos hábitos e atitudes se difundem em certos estratos sociais nas mais diversas 
regiões, contudo de forma restrita, ampliando as tensões que permeiam este cenário. 
O consumo per capita eleva-se a uma taxa superior à sua média histórica, refletindo a 
desaceleração do crescimento populacional e a incorporação de grandes contingentes 
de consumidores aos mercados de energia.
UM MUNDO EM CONFLITO
Estamos em um mundo dividido. Países discordam entre si não 
apenas sobre qual é a melhor forma de se resolver os problemas 
mundiais, mas também quais são as prioridades na resolução. 
Dentro dos países, se manifestam divisões internas no mesmo 
formato, baseadas não só em classes sociais, mas também 
entre os diferentes valores das gerações e modos de vida. A 
sociedade avança e recua em relação às suas decisões, nem 
sempre de forma coerente. A polarização é cada vez maior dentro 
dos países e entre os próprios países e as divergências internas 
das sociedades não permitem que essas forças de mudança no 
sistema energético se materializem em uma agenda global.
Neste mundo, voltamos à disputa geopolítica à moda antiga, 
com fóruns multilaterais globais menos relevantes, dando lugar 
a redes de alianças bilaterais que formam blocos fluidos de 
influência, atraídos pela gravidade dos maiores atores. Áreas 
de influência formais e informais vão se formando ao redor 
destes países, que criam instituições próprias onde exercem 
sua hegemonia e impulsionam o crescimento econômico. Neste 
contexto, a indústria de óleo e gás é afetada mais diretamente 
pela maior probabilidade de ocorrência de conflitos armados 
nas áreas produtoras, tanto por questões de disputas regionais, 
quanto por serem palco do jogo de disputa hegemônica no 
mundo. Além disso, uma crescente rivalidade entre as principais 
potências econômicas se desdobra em conflitos em novas e 
diferentes regiões do globo. A atual guerra comercial entre os 
Estados Unidos e a China é um sinal desta divisão, que pode se 
consolidar e ser ampliada dentro do cenário Correnteza.
CONSUMO PER CAPITA DE ENERGIA (CORRENTEZA)
TEPS/HAB
1990
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
1995 2000 2005 2010 2015 2020 2025 2030 2035 2040
0,4 a.a 0,6 a.a
32
CENÁRIOS 
PETROBRAS - 2040 
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA 
TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS 
PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES 
FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
Entretanto, se não é possível identificar 
transformações socioculturais abrangentes e 
uniformes, são inquestionáveis as mudanças 
no cenário econômico mundial. Nos Estados 
Unidos, o crescimento econômico é sustentado 
principalmente pela expansão do crédito. As baixas 
taxas de juros praticadas e as inovações financeiras 
dinamizam a economia. O país também se engaja 
no estabelecimento de acordos comerciais que 
propiciam a expansão das trocas globais e o 
fortalecimento de suas empresas multinacionais.
Do outro lado do mundo, a China consegue criar um 
espaço econômico ampliado, mudando a base do 
seu crescimento, tradicionalmente assentado no 
setor externo, para o consumo doméstico. Através 
de acordos políticos bilaterais e de novas instituições 
multilaterais mundiais, como os BRICS, o Banco da 
Ásia e a Organização de Cooperação de Xangai, o 
país transfere atividades de menor valor para seus 
parceiros comerciais e foca em segmentos industriais 
de maior valor agregado.
Mudanças mais expressivas nos hábitos de consumo 
da sociedade se concentram em regiões e estratos 
sociais mais abastados, ao passo que, em meios mais 
carentes, os valores sociais permanecem ligados à 
posse de bens e o discurso da sustentabilidade não 
se converte em engajamento político. Os preços 
do carbono mantêm-se em níveis relativamente 
baixos, impedindo que os programas implantados 
sejam eficazes no objetivo de acelerarem as 
transformações na matriz energética mundial, na 
direção de uma economia de baixo carbono. Acordos 
bilaterais e regionais são estabelecidos, mas sua 
motivação principal é a de atender a interesses 
econômicos, comerciais ou de segurança energética.
No setor de transportes, metas de eficiência veicular 
perpetuam a tendência já consolidada desde o 
começo do século: desenvolvimento de motores 
com mais tecnologia embarcada e novos materiais 
para veículos a combustão interna. Em menor grau, 
amplia-se também a difusão de veículos híbridos. 
A participação dos veículos elétricos na frota 
mundial se expande de forma limitada, restrita 
a nichos de alta rodagem e alguns centros 
urbanos que incentivaram seu uso. Os custos das 
baterias diminuem ao longo do tempo, mas, na 
ausência de políticas mais efetivas de incentivo, a 
competitividade comercial dos veículos 
elétricos é limitada.
PARTICIPAÇÃO NAS VENDAS DE VEÍCULOS LEVES
(CORRENTEZA)
2015 2030 2040
2%
10%
14%
13%
23%
HÍBRIDOS ELÉTRICOS
*Elétricos incluem híbridos plug-in eelétricos puros 
33
CENÁRIOS 
PETROBRAS - 2040 
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA 
TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS 
PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES 
FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
O e-commerce e a teleconferência se difundem pelo 
mundo, reduzindo a necessidade de deslocamento 
para alguns grupos nos grandes centros 
urbanos. Por outro lado, as periferias das cidades 
continuaram se expandindo rapidamente, ampliando 
o deslocamento médio. O trabalho remoto também 
avança, especialmente no setor de serviços, 
embora ainda encontre barreiras culturais, 
legais e de infraestrutura.
Com esforços focados em atender ao ritmo de 
crescimento da demanda, o desenvolvimento 
de opções energéticas renováveis desempenha 
um papel importante, mas complementar. Como 
esperado, os custos de geração de energia eólica 
e solar diminuem ao longo do horizonte, mas a 
rápida elevação da demanda de eletricidade exige a 
contribuição de todas as fontes disponíveis, inclusive 
as fósseis, o que limita o crescimento da participação 
das fontes renováveis na matriz elétrica mundial. A 
matriz energética global evolui de forma muito lenta, 
de tal forma que a participação das fontes fósseis cai 
apenas cinco pontos percentuais, passando de 81%, 
em 2015, para 77%, em 2040.
MATRIZ ENERGÉTICA
(CORRENTEZA)
32%
2015 2020 2030 2040
CARVÃO PETRÓLEO GÁS NATURAL NUCLEAR HIDRÁULICA BIOENERGIA
28%2%
5%
22%
32%
26%
10%
3%
5%
22%
31%
24%
10%
3%
6%
23%
29%
24%
10%
3%
6%
24%
OUTRAS RENOVÁVEIS
10% 1% 2% 4% 5%
34
CENÁRIOS 
PETROBRAS - 2040 
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA 
TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS 
PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES 
FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
EMISSÕES E PREÇO CO2 (CORRENTEZA)
GT CO2
PREÇO CO2 EMISSÕES
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Em face de políticas ambientais brandas e preços 
atrativos para as commodities, novas fronteiras 
exploratórias de petróleo e gás natural seguem 
adicionando oferta para atender ao aumento 
da demanda. O ritmo de descobertas de novas 
reservas é suficiente para manter os fósseis como 
a escolha prevalente, sem que sejam priorizados 
avanços tecnológicos que propiciem o acesso a 
novos tipos de recursos como, por exemplo, os 
hidratos de metano. Mesmo no caso das tecnologias 
para produção de petróleo, os incrementos 
são marginais, sem rupturas sobre a trajetória 
dos custos.
A produção de óleo não convencional (tight oil), 
nos Estados Unidos, mantém trajetória crescente 
no período, respondendo a flutuações nos preços 
do petróleo. Na China, especificidades locais e a 
disponibilidade restrita de recursos hídricos nas 
áreas onde se localizam as reservas limitam o 
PRODUÇÃO DE FÓSSEIS EM CRESCIMENTO
desenvolvimento do gás não convencional a níveis 
moderados. As pressões de demanda e a menor 
dependência dos Estados Unidos das importações 
de petróleo acirram as rivalidades políticas, 
culturais e religiosas entre os países produtores, 
especialmente no Oriente Médio, aumentando 
a disputa por áreas de influência e pelos 
mercados consumidores. 
Nestas duas décadas, o mercado de petróleo reflete, 
de forma bem clara, o forte nível de atividade 
econômica e as políticas públicas que resultam em 
avanços apenas limitados no controle das emissões 
e na substituição de fontes fósseis de energia, 
exigindo amplos esforços da indústria de óleo e gás 
para atender a demanda.
A reestruturação econômica global, que ganha 
forma com a consolidação do protagonismo 
chinês, cria um novo ambiente de negócios na 
primeira metade deste século. Por um lado, a 
elevada demanda de energia se apresenta, como 
oportuna para a indústria. Por outro, entrega 
extraordinários desafios ao acirrar a competição 
e exigir dos players do setor a definição de 
estratégias criativas, planejamento criterioso e 
posicionamento firme para se manterem à tona em 
meio à forte correnteza.2015 2020 2030 2040
32,1
33,8
37,7
41,2
0
5
10
15
20
25
US$/TCO2
35
CENÁRIOS 
PETROBRAS - 2040 
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA 
TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS 
PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES 
FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
CENÁRIO 
CARDUME
36
CENÁRIOS 
PETROBRAS - 2040 
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA 
TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS 
PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES 
FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
No mundo Cardume, as questões locais dominam a 
agenda política. Mudanças nos valores da sociedade 
impulsionam transformações importantes na 
mobilidade em grandes centros urbanos. Cada região 
busca suas próprias soluções para descarbonizar 
sua matriz energética. Já a partir de 2020, é possível 
perceber os sinais de uma nova configuração no 
ambiente econômico, comportamental e energético 
que anunciam as transformações a que se assistirá 
até meados do século.
Os dois grandes motores da economia mundial, 
China e Estados Unidos, se movimentam 
distintamente nesse período. As políticas de estímulo 
à economia americana, se revelaram transitórias 
e limitadas em face da grande concentração de 
renda experimentada pela economia dos Estados 
Unidos. Assim, a China consegue ocupar parte 
deste espaço econômico e geopolítico, ampliando 
sua área de influência. Sua indústria volta-se então 
para a inovação e para a expansão de segmentos de 
fronteira tecnológica. Além disso, completa-se com 
sucesso a transição estrutural da economia chinesa 
em direção a uma maior participação do setor de 
serviços, pelo lado da oferta, e do consumo das 
famílias, pelo lado da demanda.
Em todos os estratos sociais e nas mais diversas 
regiões, valores e critérios de decisão de consumo 
baseados na posse, paulatinamente, dão lugar a uma 
lógica de compartilhamento que representa uma 
transformação inédita na forma como a sociedade 
se relaciona com o consumo. Essa mudança de 
hábitos resulta em importantes impactos sobre a 
economia como um todo e, principalmente, sobre 
a mobilidade urbana. Em oposição a uma clara 
mudança na perspectiva local, questões ambientais 
associadas ao controle de emissões globais não 
recebem a mesma atenção. Deste modo, ainda que 
iniciativas importantes tenham se sucedido desde a 
COP 21, não se verificam as condições necessárias 
à celebração de acordos globais efetivos de fato. Os 
compromissos voluntários assumidos pelos países 
no Acordo de Paris são cumpridos, mas as NDCs 
EMISSÕES E PREÇO CO2
(CARDUME)
não avançam o bastante para alcançar as ambições 
de limitação da elevação da temperatura global. 
A concentração de CO2 na atmosfera continua se 
elevando, assim como a temperatura global. Ainda 
assim, há um grande esforço de atores regionais, 
como metrópoles ou estados, para a introdução 
de políticas ambientais, especialmente focadas no 
controle de emissões locais, uso racional da água e 
descarte de resíduos. Paralelamente, esses esforços 
regionais acabam por contribuir também para o 
controle e mitigação de emissões globais.
GT CO2
2015 2020 2030 2040
32,1 33,5
34,8 34,3
PREÇO CO2 EMISSÕES
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
10
20
30
40
50
60
US$/TCO2
0
37
CENÁRIOS 
PETROBRAS - 2040 
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA 
TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS 
PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORALCONSIDERAÇÕES 
FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
Neste contexto, verifica-se uma moderada transição para energias limpas, com destaque para o 
gás natural, que avança sobre o carvão e tem um papel complementar às renováveis na geração de 
eletricidade. O gás natural ganha quatro pontos percentuais de participação no suprimento global 
de energia enquanto a participação do carvão recua o dobro disso, caindo oito pontos percentuais. A 
disponibilidade de gás natural representa um forte estímulo à redistribuição de indústrias intensivas 
no consumo de energia, beneficiando regiões onde a produção dessa fonte pode se desenvolver mais 
fortemente. As fontes renováveis modernas desempenham um papel crucial para o atendimento da 
demanda de eletricidade, respondendo isoladamente por quase metade do incremento na geração de 
energia elétrica nas duas décadas que vão de 2020 a 2040. Quando são contabilizadas a bioenergia e a 
fonte hidráulica, esse percentual eleva-se acima de dois terços do acréscimo total. No mesmo período, 
a capacidade instalada de renováveis modernas mais que triplica, enquanto a capacidade instalada do 
conjunto agregado de todas as fontes se eleva em apenas 60%. Tudo isso faz com que as renováveis 
modernas dupliquem sua participação na matriz de geração entre 2020 e 2040, respondendo, no final do 
período, por 21% de toda a geração mundial de eletricidade.
MATRIZ ENERGÉTICA (CARDUME)
32%
2015
CARVÃO PETRÓLEO GÁS NATURAL NUCLEAR HIDRÁULICA BIOENERGIA
28%2%
5%
22%
OUTRAS RENOVÁVEIS
10% 1%
32%
2020
26%3%
5%
22%
10% 2%
30%
2030
22%
3%
6%
24%
10%
4%
28%
2040
20%
3%
6%
26%
10%
7%
38
CENÁRIOS 
PETROBRAS - 2040 
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA 
TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS 
PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES 
FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
Ao longo das décadas de 2020 e 2030, o crescimento 
da demanda de derivados é bem inferior à média 
histórica, sendo afetado principalmente pelas 
condições econômicas vigentes, por avanços na 
eficiência energética e pela substituição por outras 
fontes. Enquanto nos 25 anos anteriores a 2015 
acrescentou-se 28 milhões de barris à demanda de 
derivados, o cenário Cardume projeta um acréscimo 
45% menor para o período que vai de 2015 a 2040. 
O estabelecimento de metas arrojadas de eficiência 
veicular, materializadas em padrões cada vez mais 
restritivos de emissões nos centros urbanos, propicia 
o embarque de novas tecnologias e a disseminação 
em larga escala de novos materiais na construção 
veicular. Em grandes centros urbanos, a difusão de 
veículos elétricos aumenta, estimulada por medidas 
de restrição à circulação de veículos a combustão. 
Além disso, vemos ampliar a participação de veículos 
de motorização alternativa e de menor porte 
na frota mundial.
Mesmo com esse conjunto de desdobramentos 
no setor de transportes, sua contribuição para o 
crescimento da demanda mundial de derivados é 
ainda a segunda mais importante, atrás apenas do 
setor petroquímico, que aumenta sua participação 
relativa na demanda mundial. Já o setor de 
geração elétrica, em queda histórica já por muitas 
décadas, destaca-se como o setor de consumo 
com perda de participação mais acelerada na 
demanda de derivados.
MOBILIDADE COMPARTILHADA
Por que assumir todos os custos, responsabilidades e inconveniências da posse de um bem quando 
é possível acessá-lo sempre que necessário com apenas alguns toques na tela do celular? Essa é uma 
questão que, de forma mais ou menos consciente, tem orientado as escolhas de um número crescente 
de consumidores. Conveniência, economia, sustentabilidade ou simples mimetismo social são vetores 
que vêm gradualmente transformando as relações de consumo. 
A tecnologia tem sido crucial como elemento facilitador dessa mudança. A conexão em rede através 
de dispositivos móveis pessoais reúne ofertantes e demandantes num mesmo espaço virtual, 
reduzindo substancialmente a assimetria de informação e os custos de transação. Esses mercados que 
a tecnologia ajudou a criar permitem o acesso a mais produtos e serviços com impactos reduzidos 
sobre recursos físicos.
Não obstante inúmeras iniciativas nos mais diversos segmentos de consumo (hotelaria, 
entretenimento, utilidades domésticas, etc.), a parte mais visível desses novos mercados encontra-se 
no setor de transportes. Uber, Lyft, Didi, Zipcar e compartilhamento de bicicletas são apenas alguns 
exemplos destes novos modelos de negócios que permitem aos consumidores utilizar um veículo como 
um serviço sob demanda.
A aceitação social desse modelo de consumo e sua regulação conferem escala à atividade. Ao mesmo 
tempo, os fornecedores desses serviços já avaliam novos desenhos para seus modelos de negócios 
testando veículos autônomos e de baixas emissões. A redução de custos esperada tem o potencial de 
ensejar tarifas ainda mais competitivas para o serviço. Uma evolução como essa é tanto mais provável 
quanto mais engajada estiver a sociedade em melhorar a qualidade de vida nos espaços urbanos, tal 
como descrito no cenário Cardume. 
39
CENÁRIOS 
PETROBRAS - 2040 
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA 
TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS 
PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES 
FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
A produção americana de gás não convencional 
(shale gas), embora impactada por políticas mais 
restritivas de licenciamento, é estimulada pelo 
crescimento da demanda e pelo investimento 
contínuo em pesquisa e desenvolvimento 
tecnológico que impede um crescimento acelerado 
dos custos de produção, preservando a viabilidade 
econômica dos projetos. Países da América Latina 
e da Ásia despontam como importantes regiões 
produtoras de gás não convencional.
No que diz respeito à disponibilidade dos recursos 
petrolíferos, a viabilidade econômica de projetos nas 
regiões produtoras não constitui um fator restritivo. 
Por outro lado, atividades com um expressivo 
impacto ambiental local, tal como a produção de 
petróleo não convencional (tight oil) e a exploração 
das areias betuminosas (oil sands), sofrem um 
intenso escrutínio. A necessidade de medidas mais 
rígidas de prevenção e mitigação dos impactos 
ambientais pesa mais na balança que os efeitos 
benéficos do avanço tecnológico, inviabilizando a 
utilização de parcela considerável desses recursos.
Com a ascensão da produção não convencional de 
petróleo nos Estados Unidos, a Organização dos 
Países Exportadores de Petróleo (OPEP) perde parte 
do seu espaço no mercado de petróleo no final 
da década de 2010 e durante a década de 2020. A 
Organização, que completa 80 anos de existência 
em 2040, recupera parte do market-share perdido 
para os não convencionais ao longo da década 
de 2030. Contudo, o peso de seus membros se 
redistribui, com o Iraque e o Irã ampliando sua 
participação na produção.
Desta forma, as pressões de mercado sobre os 
preços de petróleo seguem perdendo força no 
período, tanto por conta do progresso técnico da 
indústria de energia quanto devido a ganhos de 
eficiência, pelo lado da demanda, resultando em 
uma situação confortável de suprimento.
PARTICIPAÇÃO NAS VENDAS DE VEÍCULOS LEVES
(CARDUME)
2015 2030 2040
2%
11%
19%
13%
32%
HÍBRIDOS ELÉTRICOS*
*Elétricos incluem híbridos plug-in e elétricos puros 
40
CENÁRIOS 
PETROBRAS - 2040 
INTRODUÇÃO
OS SINAIS DA 
TRANSFORMAÇÃO
OS CENÁRIOS 
PETROBRAS
CENÁRIO CORRENTEZA
CENÁRIO CARDUME
CENÁRIO CORAL
CONSIDERAÇÕES 
FINAIS
ANEXO ESTATÍSTICO
Assiste-se, como resultado de pressões sociais 
locais, à intensificação

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