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Quem É Um Terapeuta Cognitivo

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Quem É Um Terapeuta Cognitivo? 
Judith S. Beck, PhD - President, Academy of Cognitive Therapy 
- http://www.academyofct.org 
 
(Tradução: Carla Andréa Serra. Transcrito, com permissão da autora, do boletim “Advances in 
Cognitive Therapy”, julho de 2006, publicação conjunta da ACT – Academy of Cognitive 
Therapy e da IACP – International Association of Cognitive Psychotherapy) 
Sempre que ofereço um workshop, eu pergunto aos presentes quem se considera um terapeuta 
cognitivo, quem é inexperiente com a terapia cognitiva, e quem utiliza algumas das técnicas da 
terapia cognitiva no tratamento clínico. Quinze ou vinte anos atrás, somente 10% da platéia se 
consideravam um terapeuta cognitivo. Atualmente, mais de 75% o fazem. Enquanto que essa 
porcentagem representa um aumento surpreendente, eu não necessariamente a considero 
inteiramente como uma boa notícia. Tenho descoberto que a minha definição de um terapeuta 
cognitivo freqüentemente não reflete a definição adotada pela maioria do meu público. 
Ao longo de cada workshop, eu periodicamente e casualmente peço aos participantes que 
levantem sua mão caso eles façam o seguinte: 1) checar o humor do paciente de alguma forma, 
no início de cada sessão. 2) Estabelecer uma agenda próximo ao início de cada sessão. 3) 
Colaborativamente determinar lições de casa em cada sessão. 4) Pedir um feedback. 
Esses elementos da sessão de terapia meramente refletem, obviamente, o mínimo em termos de 
fundamentos estruturais de tratamento. No entanto, apenas cerca de 10% dos terapeutas 
presentes em meus workshops, que se identificaram como terapeutas cognitivos, seguem esses 
itens tão básicos. Sua definição de um terapeuta cognitivo tende a ser aquele terapeuta que 
questiona o pensamento dos pacientes. 
Quando perguntam sobre a minha definição de um terapeuta cognitivo, respondo que no mínimo, 
terapeutas cognitivos fazem o seguinte: 5) Eles continuamente conceituam o paciente e suas 
dificuldades de acordo com o modelo cognitivo e usam essa conceituação para planejar o 
tratamento ao longo das sessões e durante cada sessão em particular. 6) Eles continuamente 
trabalham em prol do desenvolvimento e manutenção de uma forte aliança terapêutica. 7) Eles 
coletam dados no início das sessões e conceituam os problemas dos pacientes a fim de 
colaborativamente estabelecer e priorizar uma agenda com o paciente. 8) Eles ativamente 
promovem a resolução de problemas e o acompanhamento do processo através de tarefas de 
casa estabelecidas colaborativamente (as quais freqüentemente são de natureza cognitiva ou 
comportamental). 9) Eles utilizam uma grande variedade de estratégias para ajudar os pacientes 
a identificar, avaliar e responder a disfunções cognitivas chaves, a fim de promover uma melhora 
duradoura nas emoções, comportamento, e (freqüentemente) respostas fisiológicas. 10) Eles 
continuamente trabalham em direção à prevenção de recaídas. 11) Eles variam a implementação 
dos itens acima a fim de atender as necessidades individuais de cada paciente. 
Esses elementos são necessários, é claro, mas não suficientes para garantir um tratamento 
eficaz. Terapeutas cognitivos devem, por exemplo, aprender a formulação cognitiva e 
intervenções cognitivas específicas para cada transtorno de que tratam. Colocar um foco 
primário nas cognições negativas sobre si mesmo, o mundo e o futuro (como fazemos na 
depressão), muito provavelmente não será eficaz para pacientes com transtorno de pânico (os 
quais necessitam de um foco primário em suas interpretações catastróficas de seus sintomas). 
Terapeutas devem variar suas intervenções de acordo com os níveis de desenvolvimento e 
habilidade intelectual dos pacientes, seu grau de motivação e envolvimento com o tratamento, 
sua confiança no terapeuta, sua habilidade para concentrar-se e focalizar sua atenção, seus 
estilos de aprendizagem, suas crenças culturais e muitos outros fatores. 
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