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Átomo Quântico Prof. Leandro Zatta - Química Geral 1 A energia – Radiação eletromagnética • Energia nos objetos: • Energia cinética (movimento) e potencial. • Transferência entre objetos. • A energia pode ser transferida na forma de luz ou radiação eletromagnética. • Importância da luz na química • Nos permite examinar a estrutura de átomos e moléculas, em alguns casos, reações químicas. • Radiação: Transporte de energia através do espaço por meio de ondas. • Radiação eletromagnética: • Pode ser uma perturbação em uma carga elétrica que vibra (oscila) criando um campo elétrico. • O campo elétrico oscilante cria um novo campo, magnético. • Os dois campos são conhecidos como ondas eletromagnéticas. Prof. Leandro Zatta - Química Geral 2 A energia – Radiação eletromagnética Prof. Leandro Zatta - Química Geral 3 As propriedades de uma onda eletromagnética Prof. Leandro Zatta - Química Geral 4 A = relacionada com a intensidade ou brilho da radiação λ = distância entre dois picos Determina a “cor” da radiação ν = ciclos “oscilações completas” por segundo No SI = 1 ciclo/s = Hertz (Hz) As ondas eletromagnéticas “viajam” a certa velocidade 𝒗𝒆𝒍𝒐𝒄𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 = 𝒅𝒊𝒔𝒕â𝒏𝒄𝒊𝒂 (𝒎) 𝒕𝒆𝒎𝒑𝒐 (𝒔) 𝒄 = 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑛𝑑𝑎 (𝑚) 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 (𝑠) = 𝝀 × 𝝂 As propriedades de uma onda eletromagnética Prof. Leandro Zatta - Química Geral 5 A luz no vácuo tem sempre: c = 3,00 X 108 m s-1 Usaremos esse valor para nossos cálculos Será nossa constante ;) As propriedades de uma onda eletromagnética Prof. Leandro Zatta - Química Geral 6 Fórmula base: 𝒄 = λν Para calcular a frequência ν = 𝒄 λ Para calcular o comprimento de onda λ = 𝒄 ν A luz como conhecemos Prof. Leandro Zatta - Química Geral 7 As propriedades de uma onda eletromagnética • O mycobacterium tuberculosis, o organismo que causa tuberculose, pode ser completamente destruído por irradiação com luz ultravioleta de comprimento de onda igual a 254 nm. Qual é a frequência dessa radiação? • A estação de rádio WKXR é uma estação em AM de Ashebro, North Carolina, EUA, operando a uma frequência de 1260 kHz. Qual é o comprimento de onda de rádio expresso em metros? Prof. Leandro Zatta - Química Geral 8 O espectro eletromagnético Prof. Leandro Zatta - Química Geral 9 O espectro eletromagnético Prof. Leandro Zatta - Química Geral 10 O espectro eletromagnético Prof. Leandro Zatta - Química Geral 11 A luz como um feixe de partículas • Quando uma onda eletromagnética passa por um objeto, podemos imaginar: Prof. Leandro Zatta - Química Geral 12 Quando uma onda de rádio atinge a antena, os elétrons da antena começam a vibrar para cima e para baixo, gerando uma corrente alternada que pode ser detectada e decodificada eletronicamente A luz como um feixe de partículas • Visão clássica da luz • Fenômeno puramente ondulatório. • Comportamento descrito pela teoria eletromagnética clássica, que tratava os campos elétrico e magnético se propagando pelo espaço. • Experimentos questionavam a natureza puramente ondulatória da luz. • Visão moderna da luz (quântica) • Em 1900 Max Planck propôs que a radiação eletromagnética pudesse ser vista como um feixe de pequenos pacotes de energia → quanta → fótons (mais tarde) • Quantum → menor quantidade de energia que pode ser emitida (ou absorvida) na forma de radiação eletromagnética. Prof. Leandro Zatta - Química Geral 13 A luz como um feixe de partículas • Max Planck e Albert Einstein • A radiação eletromagnética pode ser vista como um feixe de pequenos pacotes de energia. • Planck propôs e Einstein confirmou a teoria: • A quantidade de energia (E) em um pacote de luz depende da sua frequência (ν) segundo a equação a seguir: • Planck não conseguia explicar o Efeito Fotoelétrico • Einstein apelidou o pacote de energia (quanta) da luz de fóton e explicou o experimento do efeito fotoelétrico. Prof. Leandro Zatta - Química Geral 14 Energia de um único quantum de luz 𝐸 = ℎν 𝑜𝑢 𝐸 = ℎ 𝑐 λ E = energia de um quantum h = constante de Planck = 6,63 X 10-34 J.s-1 partícula Onda O Efeito fotoelétrico • Uma das primeiras indicações da relação entre a frequência da luz e sua energia. • Certos metais adquiriam uma carga positiva quando iluminados pela luz. • Aparentemente a luz é capaz de retirar elétrons da superfície do metal. Prof. Leandro Zatta - Química Geral 15 • Os elétrons só deixam a superfície do metal se a frequência de radiação estiver acima de um valor mínimo • Cada metal tem um valor mínimo • Acima da energia limite a energia de movimento do elétron retirado aumenta dependendo da frequência da luz e não do brilho (intensidade). O Efeito fotoelétrico Prof. Leandro Zatta - Química Geral 16 Física Clássica • Transferência de energia da luz para um elétron → repulsão • Somente a amplitude da radiação (brilho) afeta a emissão dos elétrons → não o comprimento de onda. Física Clássica falha • Resultados experimentais não conseguiam explicar com a física clássica • A luz para remover um elétron exibe uma frequência mínima O Efeito fotoelétrico • A proposta de Einstein: • A energia luminosa tem que vir em pacotes: 𝐄 = 𝒉𝝂 • Um pacote de luz é chamado de fóton ou quantum • A luz tinha uma natureza granulosa, ou seja, um feixe de luz não é uma onda que se propaga pelo espaço, mas uma chuva de partículas (fótons), cada uma com energia ℎν. • O dilema da dualidade da luz • A proposta da luz ser composta por um feixe de fótons é a base da teoria quântica. • A ideia do comportamento ondulatório da luz explica muitas observações até hoje! • Foi proposto o comportamento dual da luz: hora se comporta como fótons e hora se comporta como ondas eletromagnéticas. • A ideia dos fótons e a teoria quântica • Os elétrons, assim como a radiação, poderiam ser representados como ondas ou partículas (quantizados) • A natureza dual partícula-onda é uma característica de toda a matéria. Prof. Leandro Zatta - Química Geral 17 Espectros de linha • Espectroscopia atômica: estudo da radiação eletromagnética absorvida ou emitida pelos átomos. • A luz visível: cada cor é determinada pelo seu comprimento de onda (quantizado): • 𝒄 = 𝝀𝝂 Prof. Leandro Zatta - Química Geral 18 É constituído por um ou mais tubos contendo o gás neônio. Quando passa uma corrente elétrica pelo tubo, os átomos de Ne absorvem parte da energia elétrica e reemitem na forma de luz (vermelha) A cor azul se deve à presença de outro gás no interior do tubo. Cada elemento é capaz de emitir uma cor específica (Quantização) Espectros de linha Prof. Leandro Zatta - Química Geral 19 Hg He H Espectros de linha • Espectro de emissão • Podemos separar a luz emitida por um único elemento em um tubo e vidro em seus comprimentos de onda constituintes passando-a por um prisma. • O resultado é uma série de linhas brilhantes → espectro de emissão do elemento. Prof. Leandro Zatta - Química Geral 20 Espectros de linha Prof. Leandro Zatta - Química Geral 21 Espectros de linha • Como o espectro de emissão é formado? • Os átomos dentro do bulbo recebem energia elétrica. • Os átomos “energizados” estão em um estado excitado. • A medida que os elétrons excitados diminuem sua energia, a emitem na forma de luz. • Quando um feixe da luz emitida pelos átomos passa por um prisma vemos um espectro de linhas e não contínuo como a luz branca. • Cada átomo tem o seu espectro de linhas, como se fosse sua identidade! • Para a física clássica: um átomo constituído de um elétron que orbita um núcleo deveria emitir um espectro de luz branca contínua, e isso não ocorre parao átomo de hidrogênio. Prof. Leandro Zatta - Química Geral 22 Equação de Rydberg • Johannes Rydberg, um matemático, analisou muitos espectros atômicos e desenvolveu uma equação que prevê os comprimentos de onda na região do visível do espectro de emissão do hidrogênio. • No entanto, a equação dele não revela muito por quê os espectros atômicos são discretos, por quê os átomos são estáveis, ou por quê a sua equação funciona. 𝟏 λ = 𝑹𝑯 𝟏 𝒏𝟏 𝟐 − 𝟏 𝒏𝟐 𝟐 Prof. Leandro Zatta - Química Geral 23 comprimento de onda constante de Rydberg para o átomo de hidrogênio constante empírica 1,097 X 107 m-1 são valores inteiros positivos 1, 2, 3... O modelo atômico de Bohr • Bohr tentou formular uma explicação teórica para explicar o espectro de emissão do átomo de hidrogênio. • O tratamento de Bohr é muito complexo e já não é considerado correto. • Os físicos já sabiam que o átomo continha elétrons e prótons e acreditavam que os elétrons giravam em torno do núcleo em órbitas circulares a altas velocidades. • As orbitas podiam ter qualquer distância. • No átomo de hidrogênio, acreditava-se que a atração eletrostática entre o próton e o elétron “puxava” o elétron e esta força era exatamente compensada pela aceleração do movimento circular do elétron. • Bohr propôs que as órbitas existem apenas a distâncias fixas específicas do núcleo. • Cada órbita possui um valor específico de energia. Prof. Leandro Zatta - Química Geral 24 O modelo atômico de Bohr • Para a linha vermelha em 656,3 nm 𝐸 = ℎ 𝑐 λ = 3,026 × 10−19 𝐽, 𝒆𝒙𝒂𝒕𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒆, 𝒏𝒆𝒎𝒎𝒂𝒊𝒔 𝒏𝒆𝒎𝒎𝒆𝒏𝒐𝒔 1 𝜆 = 𝑅𝐻 1 𝑛1 2 − 1 𝑛2 2 , 𝑜𝑠 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑛 𝑝𝑜𝑑𝑒𝑚 𝑠𝑒𝑟 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑎𝑠 ó𝑟𝑏𝑖𝑡𝑎𝑠 − 𝒒𝒖𝒂𝒏𝒕𝒊𝒛𝒂𝒅𝒂𝒔 Prof. Leandro Zatta - Química Geral 25 O modelo atômico de Bohr • O elétron pode ter energias correspondentes ao conjunto de níveis de energia no átomo. • Quando o átomo recebe energia, um elétron passa de um nível inferior para um nível superior. • Quando um elétron volta para um nível inferior uma energia igual à diferença entre os dois níveis de energia é liberada como um fóton. Prof. Leandro Zatta - Química Geral 26 A maior contribuição do modelo de Bohr n = nível energético = órbita = número quântico O modelo atômico de Bohr Prof. Leandro Zatta - Química Geral 27 Estado fundamental: o estado de mais baixa energia de um átomo, é o mais estável. n = ∞ quer dizer que o elétron saiu do átomo (não ligado) n = sempre inteiro positivo e diferente de zero A passagem de um nível energético n para outro é conhecido como transição eletrônica. Uma transição eletrônica de um nível superior para um inferior = libera energia (emite luz) Uma transição eletrônica de um nível inferior para um superior = absorve energia O modelo atômico de Bohr • Para determinar a energia de uma órbita: 𝑬 = −𝒃 𝒏𝟐 • O sucesso da teoria de Bohr foi a capacidade em explicar a equação de Rydberg. • Quando um átomo emite um fóton, um elétron cai de um nível mais alto de energia Ealto para um nível final, mais baixo, de energia Ebaixo. Prof. Leandro Zatta - Química Geral 28 b = é uma combinação de constantes = 2,18 x 10-18 J n = de 1 até ∞ Para calcular a energia de uma transição eletrônica ∆𝑬 = 𝑬𝒂𝒍𝒕𝒐 − 𝑬𝒃𝒂𝒊𝒙𝒐 ∆𝑬 = −𝒃 𝒏𝒂𝒍𝒕𝒐 𝟐 − −𝒃 𝒏𝒃𝒂𝒊𝒙𝒐 𝟐 ∆𝑬 = 𝒃 𝟏 𝒏𝒂𝒍𝒕𝒐 𝟐 − 𝟏 𝒏𝒃𝒂𝒊𝒙𝒐 𝟐 Para calcular o comprimento de onda de uma transição ∆𝑬 = 𝒉𝒄 𝟏 λ 𝒉𝒄 𝟏 λ = 𝒃 𝟏 𝒏𝒂𝒍𝒕𝒐 𝟐 − 𝟏 𝒏𝒃𝒂𝒊𝒙𝒐 𝟐 𝟏 λ = 𝒃 𝒉𝒄 𝟏 𝒏𝒂𝒍𝒕𝒐 𝟐 − 𝟏 𝒏𝒃𝒂𝒊𝒙𝒐 𝟐 O modelo atômico de Bohr • Para a equação anterior: 𝟏 λ = 𝒃 𝒉𝒄 𝟏 𝒏𝒂𝒍𝒕𝒐 𝟐 − 𝟏 𝒏𝒃𝒂𝒊𝒙𝒐 𝟐 λ = comprimento de onda da transição (geralmente fornecido em nm) b = constante = 2,18 x 10-18 J h = constante de Planck = 6,63 X 10-34 J.s-1 c = velocidade da luz no vácuo = 3,00 x 108 m.s-1 nalto = órbita superior nalto = órbita inferior • Temos que cuidar com a aplicação dessa equação, só funciona para o átomo de hidrogênio! Prof. Leandro Zatta - Química Geral 29 O modelo atômico de Bohr - exemplo • Qual é a energia da radiação emitida quando um elétron em um átomo de hidrogênio cai de um nível de energia n = 6 para n = 4? 𝟏 λ = 𝒃 𝒉𝒄 𝟏 𝒏𝒂𝒍𝒕𝒐 𝟐 − 𝟏 𝒏𝒃𝒂𝒊𝒙𝒐 𝟐 𝟏 λ = 2,18 x 10−18 J 6,63 X 10−34 J.𝑠−1 × 3,00 x 108 m.s−1 𝟏 𝟔𝟐 − 𝟏 𝟒𝟐 𝟏 λ = 𝟏𝟎𝟗. 𝟕𝟑𝟎 𝒄𝒎−𝟏 𝟏 𝟑𝟔 − 𝟏 𝟏𝟔 𝟏 λ = −𝟑𝟖𝟏𝟎, 𝟎𝟔 𝒄𝒎−𝟏 𝟏 −𝟑𝟖𝟏𝟎, 𝟎𝟔 𝒄𝒎−𝟏 = λ λ = −𝟐, 𝟔𝟐𝟒𝟔 × 𝟏𝟎−𝟒 𝒄𝒎 × 𝟏𝒎 𝟏𝟎−𝟐 𝒄𝒎 × 𝟏 𝝁𝒎 𝟏𝟎−𝟔 𝒎 = 𝟐𝟔, 𝟐𝟒𝟔 𝝁𝒎 Prof. Leandro Zatta - Química Geral 30 O modelo atômico de Bohr Prof. Leandro Zatta - Química Geral 31 O modelo atômico de Bohr Prof. Leandro Zatta - Química Geral 32 O modelo atômico de Bohr • O modelo de Bohr é, ao mesmo tempo, um sucesso e um fracasso. • Explicou a equação de Rydberg. • Explicou o espectro do hidrogênio. • Não foi capaz de explicar o espectro de outros elementos. • Introduziu o conceito de número quântico para identificar as órbitas eletrônicas. • Considerou o elétron como uma partícula. • Abriu espeço para o surgimento de novos modelos e teorias. Prof. Leandro Zatta - Química Geral 33 O modelo quântico – considerações de de Broglie • Talvez o que “empacou” a teoria de Bohr: • As leis da física clássica não descrevem o comportamento de partículas tão pequenas como o elétron. • Quando foi proposta a dualidade partícula-onda da radiação eletromagnética: • Abriu a possibilidade de que o elétron também tivesse comportamento dual • Louis de Broglie mostrou que os elétrons poderiam ter natureza ondulatória Prof. Leandro Zatta - Química Geral 34 O modelo quântico – considerações de de Broglie Prof. Leandro Zatta - Química Geral 35 𝝀 = 𝒉 𝒎𝒗 𝒉 = 𝒄𝒐𝒏𝒔𝒕𝒂𝒏𝒕𝒆 𝒅𝒆 𝑷𝒍𝒂𝒏𝒄𝒌 = 𝟔, 𝟔𝟐𝟔 × 𝟏𝟎−𝟑𝟒 𝑱. 𝒔 = 𝟔, 𝟔𝟐𝟔 × 𝟏𝟎−𝟑𝟒 𝒌𝒈.𝒎𝟐 𝒔 𝒎 = 𝒎𝒂𝒔𝒔𝒂 𝒅𝒆 𝒑𝒂𝒓𝒕í𝒄𝒖𝒍𝒂 𝒌𝒈 𝒗 = 𝒗𝒆𝒍𝒐𝒄𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 (𝒎. 𝒔−𝟏) 𝑬𝒒𝒖𝒂çã𝒐 𝒅𝒆 𝒅𝒆 𝑩𝒓𝒐𝒈𝒍𝒊𝒆 O modelo quântico – considerações de de Broglie Calcule o comprimento de onda de um elétron que se desloca com uma velocidade de 2,65 X 106 m/s. (massa de um elétron = 9,11 X 10–31 kg) Prof. Leandro Zatta - Química Geral 36 𝝀 = 𝒉 𝒎𝒗 𝝀 = 𝟔, 𝟔𝟐𝟔 × 𝟏𝟎−𝟑𝟒 𝒌𝒈.𝒎𝟐 𝒔 𝟗, 𝟏𝟏 × 𝟏𝟎−𝟑𝟏 𝒌𝒈 (𝟐, 𝟔𝟓 × 𝟏𝟎𝟔 𝒎. 𝒔−𝟏) = 𝟐, 𝟕𝟒 × 𝟏𝟎−𝟏𝟎 𝒎× 𝟏 𝒏𝒎 𝟏𝟎−𝟗 𝒎 = 𝟐𝟕, 𝟒 𝒏𝒎 O modelo quântico – considerações de de Broglie Calcule o comprimento de onda do Zatta que se desloca com uma velocidade de 1,5 m/s. (massa de um elétron = 90 kg) Prof. Leandro Zatta - Química Geral 37 𝝀 = 𝒉 𝒎𝒗 𝝀 = 𝟔, 𝟔𝟐𝟔 × 𝟏𝟎−𝟑𝟒 𝒌𝒈.𝒎𝟐. 𝒔−𝟏 𝟗𝟎 𝒌𝒈 (𝟏, 𝟓 𝒎. 𝒔−𝟏) = 𝟕, 𝟑𝟔 × 𝟏𝟎−𝟑𝟔 𝒎 = 𝟕, 𝟑𝟔 × 𝟏𝟎−𝟐𝟕 𝒏𝒎 Era 90 kg, hoje é 84 kg! O modelo quântico – considerações de de Broglie • Objetos pesados têm comprimentos de onda extremamente curtos • Imperceptíveis • Partículas minúsculas, com massas muito pequenas, têm comprimentos de onda muito maiores • Podemos considerar que os elétrons são ondas eletromagnéticas • Muitos experimentos se justificam por essa consideração Prof. Leandro Zatta - Química Geral 38 𝝀 = 𝒉 𝒎𝒗 O modelo quântico – Princípio da incerteza • A velocidade de um elétron está relacionada à sua natureza ondulatória. • A posição de um elétron está relacionada à sua natureza corpuscular. • As partículas têm posição bem definida, mas as ondas não!• Somos incapazes de observar o elétron simultaneamente como partícula e como onda! • Não podemos medir simultaneamente sua posição e sua velocidade! • Heisenberg formalizou a ideia com uma equação: ∆𝒙 ×𝒎∆𝒗 ≥ 𝒉 𝟒𝝅 \ Prof. Leandro Zatta - Química Geral 39 Incerteza sobre a posição Incerteza sobre a velocidade O que quer dizer? Quanto mais acuradamente (exatidão) sabemos a posição de um elétron (∆𝒙 𝐦𝐞𝐧𝐨𝐫) menos acuradamente podemos saber a velocidade (∆𝒗𝒎𝒂𝒊𝒐𝒓). Um elétron só pode ser observado ou como onda ou como partícula, porém, nunca ambos de uma vez só! O modelo quântico – probabilidade • Física clássica: as partículas se movem em uma trajetória que é determinada pela velocidade da partícula, sua posição e as forças que agem sobre ela. • Esses conceitos não servem para os elétrons – pois não podemos saber simultaneamente a velocidade e a posição de um elétron → não sabemos sua trajetória! Prof. Leandro Zatta - Química Geral 40 Se conhecermos a velocidade da bola e a sua posição, pelas leis de Newton podemos prever onde ela cairá. Física clássica = determinística O presente determina o futuro! O modelo quântico – probabilidade • Mecânica quântica: as trajetórias são substituídas por mapas de probabilidade. • Mapa estatístico que mostra onde um elétron tem probabilidade de ser encontrado sob um dado conjunto de condições. • Usamos a probabilidade para “imaginar” onde um elétron se encontra no átomo e podemos determinar a energia “quantizada” desse elétron na provável região em que se encontra! • A posição de um elétron em um átomo é descrita em termos de orbital: • Um mapa de distribuição de probabilidade que mostra onde o elétron provavelmente será encontrado. Prof. Leandro Zatta - Química Geral 41 O modelo quântico – A ideia de Schrödinger • Propôs uma equação matemática para determinar a energia dos elétrons em determinados orbitais: 𝑯Ψ = EΨ H = operador matemático Hamiltoniano → conjunto de operações matemáticas que representa a energia total (cinética e potencial) do elétron dentro do átomo. Ψ = função de onda → uma função matemática que descreve a natureza ondulatória do elétron. • A resolução da equação de Schrödinger não fornece sentido físico algum! • A representação gráfica do quadrado da função de onda (Ψ2) representa um orbital (Max Born) • Mapa de distribuição de probabilidade das posições do elétron • Descreve a probabilidade de encontrar um elétron em determinada região do elétron com determinada energia (a qual pode ser determinada experimentalmente) Prof. Leandro Zatta - Química Geral 42 O modelo quântico – A ideia de Schrödinger • A resolução da equação de Schrödinger (função de onda) fornece a ideia de orbital • as variações de energia em um átomo resultam simplesmente de uma mudança do padrão ondulatório do elétron, de uma onda com certa energia para outra com energia superior. • Ao invés de realizarmos tediosos cálculos matemáticos, usamos um conjunto de números que alimentam a equação de função de onda e nos fornecem uma ideia “simplória” da energia e forma dos orbitais. • Números quânticos • n → número quântico principal • l → número quântico de momento angular (azimutal) • ml → número quântico magnético • Fornecem a ideia do CEP do elétron. Prof. Leandro Zatta - Química Geral 43 Número quântico principal “n” – relação com a camada • O país do elétron • Fornece a localização do elétron em relação à camada (órbita de Bohr) • Está relacionado com o tamanho da onda eletrônica, quanto maior o valor de “n”, maior é a distância média do elétron em relação ao núcleo. • Podemos dizer que é o nível energético onde o elétron se encontra! 𝒐𝒔 𝒗𝒂𝒍𝒐𝒓𝒆𝒔 𝒗𝒂𝒓𝒊𝒂𝒎 𝒅𝒆 𝒏 = 𝟏 𝒂𝒕é 𝒏 = ∞ Prof. Leandro Zatta - Química Geral 44 Número quântico de momento angular “l” – subnível • O estado do elétron • Um nível energético (órbita) “n” pode ser dividido em grupos de orbitais, ou, subníveis energéticos “l”. • Os valores de “l” são dependentes do valor de “n”, ou seja, para cada valor de “n” teremos alguns valores possíveis para “l”. 𝒐𝒔 𝒗𝒂𝒍𝒐𝒓𝒆𝒔 𝒅𝒆 𝒍 𝒗𝒂𝒓𝒊𝒂𝒎 𝒅𝒆 𝒍 = 𝟎 𝒂𝒕é 𝒍 = (𝒏 − 𝟏) Prof. Leandro Zatta - Química Geral 45 1 orbital 2 orbitais 3 orbitais 4 orbitais 5 orbitais n orbitais Representação dos orbitais l = 0 → s l = 1 → p l = 2 → d l = 3 → f Energia dos orbitais No átomo de hidrogênio 𝟒𝒔 = 𝟒𝒑 = 𝟒𝒅 = 𝟒𝒇 Nos átomos polieletrônicos 𝟒𝒔 < 𝟒𝒑 < 𝟒𝒅 < 𝟒𝒇 Número quântico magnético – orientação espacial (ml) • Divide as subcamadas em orbitas individuais e seus valores estão relacionados com a forma pela qual os orbitais individuais estão orientados relativamente uns aos outros no espaço. • Os valores de ml dependem do subnível (l) • ml possíveis: -l a +l Prof. Leandro Zatta - Química Geral 46 A forma dos orbitais – orbitais s (l = 0) • Lembrando que: 𝞧𝟐 = 𝒅𝒆𝒏𝒔𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒅𝒆 𝒑𝒓𝒐𝒃𝒂𝒃𝒊𝒍𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 = 𝒑𝒓𝒐𝒃𝒂𝒃𝒊𝒍𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒗𝒐𝒍𝒖𝒎𝒆 • Quando alimentamos a equação de Schröndiger com l = 0, temos 𝞧2 plotado em um gráfico fornecendo a forma de uma esfera. • Independente de n, sempre obtemos a mesma “figura”. • Quanto maior o n, maior a energia do orbital s e maior o seu volume. Prof. Leandro Zatta - Química Geral 47 A forma dos orbitais – orbitais s (l = 0) • Presença de nós • A densidade de probabilidade é zero • Lembrando uma corda de violão Prof. Leandro Zatta - Química Geral 48 A forma dos orbitais – orbitais p (l = 1) • Quando alimentamos a equação de Schröndiger com l = 1, temos 𝞧2 plotado em um gráfico fornecendo a forma de lobos (halteres). • Essa forma é uma consequência da existências de nós na densidade de probabilidade. • A mecânica quântica diz que se calcularmos a densidade eletrônica máxima quando n = 1, teríamos três orbitais com a mesma energia orientados a 90° um do outro, considerando coordenadas xyz. • O tamanho dos orbitais p também aumenta com o aumento de n. Prof. Leandro Zatta - Química Geral 49 A forma dos orbitais – orbitais d (l = 2) • 5 orbitais “d” de mesma energia Prof. Leandro Zatta - Química Geral 50 A forma dos orbitais – orbitais f (l = 3) • 7 orbitais “f” de mesma energia Prof. Leandro Zatta - Química Geral 51 Forma dos átomos • Os orbitais têm formas diferentes • A maior parte do átomo não era espaço vazio? • Por que continuamos representando os átomos como uma esfera? • A forma de um átomo é obtida pela sobreposição de todos os seus orbitais. • Fica a dica: os orbitais tem capacidade de interpenetração! Prof. Leandro Zatta - Química Geral 52 Número quântico do spin – giro do elétron (ms) • Experimento com um átomo que tem número ímpar de elétrons: • O desdobramento ocorre porque os elétrons no átomo interagem com o campo magnético de duas formas diferentes. • Quando uma carga elétrica está em movimento cria um campo magnético. • Pelo fato de que o elétron é atraído pelos polos do imã, ele possui um giro que cria o seu próprio campo magnético. • O spin do elétron (giro) pode ocorrer em duas direções possíveis. Prof. Leandro Zatta - Química Geral 53 Número quântico do spin – giro do elétron (ms) • Número quântico de spin (ms) → indica a direção de giro do elétron • Pode assumir dois valores possíveis • ms = + 𝟏 𝟐 (↑) ou ms = − 𝟏 𝟐 (↓) • Evidência experimental: Prof. Leandro Zatta - Química Geral 54 Com campo magnético Sem campo magnético Princípio da exclusão de Pauli – número máximo de elétrons em cada orbital • Princípio da exclusão de Pauli: não há dois elétrons em um mesmo átomo com valores idênticos de seus quatro números quânticos. • Suponha que dois elétrons ocupemo orbital 1s de um átomo: • Elétron 1: n = 1; l = 0; ml = 0; ms = + 𝟏 𝟐 • Elétron 2: n = 1; l = 0; ml = 0; ms = + 𝟏 𝟐 ou ms = − 𝟏 𝟐 ??? • Suponha que dois elétrons ocupem apenas um mesmo orbital 2p de um átomo: • Elétron 1: n = 2; l = 1; ml = -1; ms = + 𝟏 𝟐 • Elétron 2: n = 2; l = 1; ml = -1; ms = + 𝟏 𝟐 ou ms = − 𝟏 𝟐 ??? • Como nas duas situações os três primeiros números quânticos são idênticos, de acordo com o princípio de Pauli, o quarto número deve ser diferente! • Com isso Pauli concluiu que: • O número máximo de elétrons em qualquer orbital é dois, e quando estão no mesmo orbital, devem ter spin opostos. Prof. Leandro Zatta - Química Geral 55 Paramagnetismo e Diamagnetismo • Dois elétrons ocupando o mesmo orbital, devem ter valores diferentes de ms • Quando isso ocorre dizemos que os elétrons estão emparelhados. • O campo magnético de um elétron é anulado pelo outro! • Exemplo: seis elétrons em orbitais p. • O átomo não é atraído por um ímã → Diamagnético. • Átomos com mais elétrons que giram em uma direção que na outra • Quando isso ocorre dizemos que temos elétrons desemparelhados. • Não temos o cancelamento dos campos magnéticos dos elétrons, logo, o próprio átomo se torna um pequeno imã. • Exemplo: 5 elétrons em três orbitais p. • O átomo é atraído por um ímã → Paramagnético. Prof. Leandro Zatta - Química Geral 56 Níveis de energia e configuração eletrônica • Estrutura ou Configuração Eletrônica → é a distribuição dos elétrons entre os orbitais levando em consideração a energia. • Controla as propriedades químicas de um átomo! • Configuração eletrônica no estado fundamental → configuração que dá a mais baixa energia do átomo Prof. Leandro Zatta - Química Geral 57 Átomo de hidrogênio Átomo polieletrônico 𝟏𝒔 < 𝟐𝒔 = 𝟐𝒑 < 𝟑𝒔 = 𝟑𝒑 = 𝟑𝒅 < 𝟒𝒔 = 𝟒𝒑 = 𝟒𝒅 = 𝟒𝒇… 𝟏𝒔 < 𝟐𝒔 < 𝟐𝒑 < 𝟑𝒔 < 𝟑𝒑 < 𝟒𝒔 < 𝟑𝒅 < 𝟒𝒑 < 𝟓𝒔 < 𝟒𝒅… Níveis de energia e configuração eletrônica • Símbolos para representar a configuração eletrônica • camada (n) + apelido do orbital (l) + população no orbital • Diagrama de orbitais Prof. Leandro Zatta - Química Geral 58 1s1 2p3 1s2 2s2 2p6 3s2 Número quântico principal do nível Orbital população ↿ 1s1 2s2 ↿⇂ ↿⇂ 2p5 ↿⇂ ↿ Efeito de blindagem dos orbitais em átomos polieletrônicos • Por que o orbital 2s está em um nível energético menor que o orbital 2p? • Supondo: • A blindagem diminui a atração entre o elétron e o núcleo. • Respondendo: • Os orbitais s são mais volumosos que os orbitais p e mais fortemente atraídos pelo núcleo, fazendo com que a energia dos orbitais p seja maior. • Dizemos que para um mesmo nível o orbital s tem um poder “penetrante” maior que os orbitais p. • Ordem do poder penetrante: 59 1s2 2s1 1s2 2p1 Orbitais completamente preenchidos Estão mais longe do núcleo 𝒔 > 𝒑 > 𝒅 > 𝒇 Mais afastado do núcleo Mais blindado Mais próximo do núcleo Maior poder penetrante Regra de Hund • Para o átomo de carbono no estado fundamental: 1s2 2s2 2p2 • Três possibilidades: • Nenhum dos três arranjos viola o princípio de Pauli • A possibilidade correta é dada pela Regra de Hund: • O arranjo mais estável dos elétrons em subcamadas é aquele que contém o maior número de spins paralelos. • Os elétrons são espalhados ao máximo para dar o menor número de elétrons emparelhados possível. 60 2p2 ↿⇂ ↿ 2p2 ⇂ ↿ 2p2 ↿ 2p2 ↿⇂ ↿ 2p2 ⇂ ↿ 2p2 ↿ Repulsão no mesmo orbital Possibilidade de diminuir a repulsão Viola a regra de Hund Obedece a regra de Hund e é explicado experimentalmente Guia para distribuir os elétrons em um átomo Prof. Leandro Zatta - Química Geral 61 Princípio do preenchimento - Aufbau • À medida que prótons são adicionados ao núcleo, um por um, para formar os elementos, os elétrons são, de forma semelhante, adicionados aos orbitais atômicos. 1H = 12Mg = 26Fe = 14Si = 35Br = Prof. Leandro Zatta - Química Geral 62 Configurações eletrônicas simplificadas Prof. Leandro Zatta - Química Geral 63 Camada de valência • Quando dois átomos se unem por uma ligação química, deve ser devido às interações dos elétrons mais externos. • Os elétrons mais internos apresentam pouca ou nenhuma influência nas ligações. • As propriedades químicas dos elementos se devem à configuração eletrônica da camada mais externa • Camada de valência • Elétrons no maior valor n para um átomo • Exemplos: 19K; 39Sc; 31Ga; 15P; 35Br Prof. Leandro Zatta - Química Geral 64 Algumas configurações eletrônicas inesperadas • Esperaríamos para o Cr e Cu, as seguintes configurações eletrônicas: • 24Cr = [Ar] 3d 4 4s2 • 29Cu = [Ar] 3d 9 4s2 • Quando as configurações eletrônicas desses elementos foram determinadas experimentalmente foi observado: • 24Cr = [Ar] 3d 5 4s1 • 29Cu = [Ar] 3d 10 4s1 Prof. Leandro Zatta - Química Geral 65 3d5 ↿ ↿ ↿↿↿ ↿ 4s1 Cr 3d10 ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂↿⇂ ↿⇂ 4s1 Cu ↿ Algumas configurações eletrônicas inesperadas • Os orbitais (n-1)d têm menor efeito de blindagem que os orbitais ns, por isso os elétrons ns são atraídos. • Repulsões • Subcamadas d cheias pela metade ou completamente cheias têm uma estabilidade especial que torna esses empréstimos energeticamente favoráveis. Prof. Leandro Zatta - Química Geral 66 3d5 ↿ ↿ ↿↿↿ ↿ 4s1 Cr 1 elétron por orbital 2 elétrons por orbital
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