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Macro II Keynesiana

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Keynes
A novidade teórica de Keynes e a sua proposta 
central, é a de que a Procura Efectiva e as 
alterações quantitativas do Produto determinam o 
equilíbrio, mais do que os preços.
O princípio da Procura Efectiva diz-nos que, numa 
economia com capacidades ociosas, o Produto (e 
consequentemente o emprego) são determinados 
pela Despesa Agregada que é composta pela 
despesa de consumo das famílias (C) e a despesa 
de Investimento das empresas (I).
 
Keynes
Numa economia simplificada (sem Estado nem 
Relações Externas), apenas existem dois tipos de 
agentes: empresas e famílias e a Despesa, quer no 
modelo clássico, quer no keynesiano, é dada pela 
equação
E =C+I (2.18)
 
Keynes
Recordemos que, no modelo clássico, Consumo, 
Poupança e Investimento são todos funções da taxa 
de juro. 
E = C(r) + I(r) = Y (2.10), 
No modelo Keynesiano, o desenvolvimento da 
equação comum (2.18) não resulta na equação 
(2.10) mas sim em:
Y = a + C(Y) + I
Sendo C = a + C(Y)
 
Keynes
O Consumo é parcialmente endógeno, isto é, tem 
uma componente C(Y) que depende do rendimento 
e uma componente (a) autónoma (exógena) que 
depende de factores não exclusivamente 
económicos. 
Por sua vez, o Investimento é, também, exógeno, 
dependendo da rentabilidade esperada (a que 
Keynes chamou Eficiência Marginal do Capital). 
Consequentemente, No modelo keynesiano, o 
Emprego e o Produto dependem dos factores 
exógenos dos quais se destaca o Investimento 
como o factor mais instável
 
Keynes
A Rentabilidade é muito mais importante do que a 
taxa de juro para determinar o investimento.
A decisão de Investir implica comprar agora meios 
para produzir bens que serão vendidos no futuro 
o que implica a sua forte dependência das 
expectativas dos agentes.
As expectativas sobre o nível da Procura e Custos, 
no futuro, envolvem esperanças e receios, tanto 
quanto factos, o que sujeita a Rentabilidade 
Esperada do Capital a súbitas flutuações.
 
Keynes
Na análise keynesiana, as alterações no consumo 
autónomo das famílias atingem montantes pouco 
significativos; são, sobretudo, as flutuações 
violentas na Eficiência Marginal do Capital que 
provocam os choques que determinam as 
alterações na Procura Agregada: a fonte principal 
das flutuações económicas provém do lado “real” da 
economia.
São também flutuações que, iniciando-se do lado da 
Procura, por serem fortemente relacionadas com o 
Investimento, têm importância decisiva na Oferta 
futura. 
 
Keynes
O Efeito Multiplicador
Devido ao multiplicador, qualquer perturbação no 
Investimento terá um impacto acrescido no Produto 
Agregado.
Seja c a propensão marginal para o Consumo
c = (∆C/∆Y),
existindo igualmente um consumo autónomo (a) a 
equação do consumo é:
 
Keynes
 C = a + cY (2.19)
Substituindo (2.19) em (2.18), vem:
Y = a + cY + I (2.20) => 
Y – cY = a + I =>
 Y(1 – c) = a + I = >
Y = ( a + I ) /(1 − c) (2.21)
Onde 1/(1 – c) é o multiplicador, que podemos 
designar por k
Y = (a+I)k
 
Keynes
 
Donde, derivando em ordem a I, vem:
dY = dIk (2.22) 
“Quando há um incremento no investimento 
agregado, o rendimento aumentará de um montante 
que é k vezes o investimento” (Keynes, 1936, p. 
115). 
Um raciocínio semelhante pode ser feito para o 
consumo autónomo, obtendo:
dY = dak
 
Keynes
Ceteris paribus (tudo o resto igual), sendo: 
1 > c > 0;
Então, se c1 > c2
(1-c1) < (1-c2) e 1/(1-c1) > 1/(1-c2)
Ou seja, o multiplicador é tanto maior quanto maior 
for a propensão para o consumo.
 
Keynes
A lógica do multiplicador é a seguinte:
- um incremento autónomo na Procura (∆I) 
determinará, inicialmente, um aumento do 
rendimento por um montante equivalente;
- este, por sua vez, aumentará o consumo em c∆I;
- deste, resultará um novo incremento do 
rendimento c∆I, que provocará um segundo 
aumento do consumo de c(c∆I);
e assim sucessivamente.
 
Keynes
Portanto, temos a soma de uma série geométrica 
infinita::
∆Y = ∆I + c¹∆I + c²∆I + … = ∆I (1 + c¹ + c² + …)
∆Y = ∆I /(1 – c)
porque
(1 + c¹ + c² + c³ + ...) = 1/(1 – c).
 
Keynes
Notemos que, em toda esta análise assumimos 
capacidades ociosas.
Ou seja, as empresas podem responder à procura 
adicional empregando mais trabalho para aumentar 
o produto; havendo um aumento multiplicado do 
produto haverá, consequentemente, um aumento 
multiplicado do emprego.
 
Keynes
De acordo com o modelo keynesiano, vários 
factores podem limitar o multiplicador, incluindo o 
deslizamento (“crowding out”) do Investimento 
devido ao aumento das taxas de juro.
No caso de uma economia em pleno emprego, um 
aumento do investimento originará “uma tendência 
para que os preços aumentem sem limite, 
independentemente da propensão marginal para o 
consumo” (Keynes).
Analisaremos estas e outras limitações, no tema 
sobre a Escola Ortodoxa Keynesiana.
 
Keynes
Moeda
Recordemos a equação de equilíbrio clássica:
S(r) = I(r) (2.12) 
Para Keynes a taxa de juro é um fenómeno 
meramente monetário, determinado pela preferência 
para a liquidez e a oferta de moeda determinada 
pelas autoridades monetárias
 
Keynes
Adicionando à procura para a realização de 
transacções, as motivações de precaução 
(entesouramento) e especulativas (esta sensível à 
taxa de juro), Keynes rejeitou a noção clássica de 
que o juro seria a recompensa pelo adiar do 
consumo, considerando-a, antes, o prémio por nos 
privarmos da liquidez, ou seja, da segurança do 
entesouramento.
 
Keynes
Havendo incerteza, haverá sempre razões para 
preferir manter moeda a outros activos financeiros, 
como obrigações ou acções.
Portanto, a preferência pela liquidez exercerá 
sempre maior influência sobre a taxa de juro do que 
a poupança.
Variando a preferência pela liquidez, a estabilidade 
da Procura por moeda é posta em causa.
Sendo m a preferência pela liquidez, a moeda 
disponível para as transacções deixará de ser M 
passando a ser (1-m)M.
 
Keynes
Partindo da equação clássica 
MV = PY (2.16)
Passamos a ter:
(1-m)MV = PY (2.16*)
 
Keynes
Portanto, quando m cresce:
V = (1-m)-¹PY/M;
Ou a velocidade de circulação (V) cresce;
(*) M = (1-m)-¹PY/V
Ou a quantidade de moeda (M) cresce;
(*) P = (1-m)MV/Y
Ou o nível de preços (P) se reduz;
(*) Y = (1-m)MV/P
Ou se reduz o Produto (Y).
(*) Estas equações são minhas
 
Keynes
Dito de outra forma, o Produto e o Emprego 
dependem da Despesa Efectiva (C+I), o que cria um 
potencial para a instabilidade devido ao 
Investimento depender das expectativas.
Um futuro incerto, também cria um maior ou menor 
desejo de liquidez: portanto as alterações na 
Procura e Oferta de Moeda podem influenciar o 
produto e o emprego.
 
Keynes
A proposta clássica de que a quantidade de Moeda 
é neutra é, portanto, rejeitada: um aumento na 
oferta de Moeda, ao reduzir a taxa de juro, pode 
estimular a despesa agregada por via do aumento 
do investimento e do multiplicador:
+ ∆M → − ∆r → + ∆I → +∆Y, + ∆L (2.23)
 
Keynes
Sendo a curva da Oferta perfeitamente elástica, a 
Procura resultante de um aumento da quantidade de 
moeda originará um aumento do Emprego e do 
Produto sem qualquer efeito no nível de preços.
Contudo, não sendo a curva da oferta perfeitamente 
elástica, um aumento da Procura repartir-se-á entre 
o aumento do Produto e do Emprego e o aumento 
dos preços, até se atingir o pleno emprego, onde a 
Oferta se torna totalmente inelástica, aplicando-se o 
modelo clássico.
 
Keynes
Usando a figura 2.4 
podemos ilustrar a 
questão levantada por 
Keynes relativamente à 
Moeda e à Procura.Se em vez de AD(M1) 
tivermos, por qualquer 
motivo, AD*, à esquerda 
de AD(M0), teremos, para 
W0, W0/P* o que 
determinará R e S sobre 
Dl e Sl, respectivamente
*
 
Keynes
A distância RS 
representa um 
excedente de Oferta (S) 
sobre a procura (R).
Recordemos que XZ 
representava um 
excedente de procura 
(Z) sobre a oferta (X); 
agora temos, 
inversamente, um 
excedente de oferta. 
*
 
Keynes
Se o excedente de 
procura era relativamente 
simples de resolver, 
através da concorrência 
entre empresários, 
fazendo subir o salário 
nominal para W1, agora 
iremos assistir a uma 
dura resistência dos 
trabalhadores para 
impedir que os seus 
salários desçam.
*
 
Keynes
O nível de emprego descerá 
para o ponto R, reduzindo o 
produto. 
Para a economia clássica o 
problema resolve-se, 
espontaneamente, mesmo 
havendo rigidez dos salários, 
porque a um menor volume 
de produto corresponderá 
um aumento de preços para 
P0 e o equilíbrio retornará, 
mais cedo ou mais tarde, a 
L0Y0.
*
 
Keynes
Os trabalhadores poderiam 
ter evitado o desemprego 
involuntário temporário, 
bastando para isso que os 
salários fossem 
perfeitamente flexíveis e 
tivessem baixado para W*, 
com W*/P* = W0/P0.
Contudo, mesmo sem essa 
flexibilidade, a economia 
retorna, espontâneamente, 
ao equilíbrio.
*
 
Keynes
Para Keynes, a estes níveis 
de Emprego e de Produto, 
corresponderá uma nova 
queda da Procura para 
AD** que: a) poderá 
perpetuar o desequilíbrio 
em RS; b) ou acentuá-lo; c) 
ou reduzi-lo.
Tudo dependerá das 
expectativas que a redução 
do emprego e do Produto 
criar, sobretudo, nos 
investidores.
*
 
Keynes
A tese clássica é que o problema foi criado pela falta 
de flexibilidade dos salários resultantes de 
interferências extra económicas.
O desemprego involuntário poderia ser evitado mas, 
se não houver mais interferências externas, a 
economia resolve, espontaneamente, o problema.
 
Keynes
A tese keynesiana é que, existindo o problema, tem 
que ser resolvido o mais rapidamente possível.
Sendo necessário fazer descer os salários reais, para 
que o equilíbrio retorne ao nível de emprego L0, há 
que procurar a melhor forma de o fazer: reduzindo o 
salário nominal ou aumentando os preços.
O corte salarial é para Keynes ineficaz porque, numa 
democracia, caracterizada pela negociação salarial, 
as reduções só poderão ser conseguidas após “lutas 
ruinosas e desastrosas” produzindo um resultado 
final injustificável sob qualquer critério de justiça 
social ou benefício económico.
 
Keynes
Sendo a resistência dos trabalhadores à descida 
salarial muito mais intensa do que à subida do custo 
de vida (até porque é difícil uma identificação clara 
entre esta última e os seus empregadores directos), 
será mais fácil obter o resultado económico 
desejado através de uma subida dos preços.
Além desta objecção prática, um declínio nos 
salários nominais teria como consequência, 
provavelmente, uma redução de preços dos bens de 
consumo, o que poderia deteriorar as expectativas, 
conduzindo a novas reduções na Procura Agregada, 
quer pela redução do Investimento, quer da 
propensão para o consumo.
 
Keynes
Em resumo: 
Na economia clássica uma decisão de refrear o 
consumo é equivalente à decisão de consumir mais, 
no futuro: os recursos serão direccionados para a 
produção de bens de capital que garantirão esse 
fluxo de bens de consumo no futuro.
Um crescimento na poupança transforma-se 
automaticamente num crescimento do investimento 
por via do ajustamento da taxa de juro.
 
Keynes
Para Keynes o produto e o emprego são 
determinados pela Procura e o mercado de trabalho 
não pode garantir o pleno emprego. 
A taxa de juro é determinada no mercado monetário 
onde a procura de crédito é determinada pela 
rentabilidade marginal dos investimentos.
As decisões de investimento têm, não apenas efeito 
directo no Produto mas também um efeito acrescido, 
resultante do efeito multiplicador.
 
Keynes
A diferença entre Investimento e Poupança 
Planificados conduz a ajustamentos nas quantidades 
produzidas e não apenas na taxa de juro. 
Neste sentido, no modelo Keynesiano, os mercados 
nem sempre saldam, no sentido clássico, 
invalidando a Lei de Say: 
É a Procura que cria a sua própria Oferta e não a 
Oferta que cria a sua própria Procura.
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
A Escola Ortodoxa refere-se aos autores, desde o 
período pós-guerra até à síntese neo-clássica, cujos 
princípios são:
1) A economia é intrinsecamente instável e sujeita 
a choques erráticos.
2) Esses choques são, em primeiro lugar, atribuídos 
a alterações na Eficiência Marginal do 
Investimento, como resultado de mudanças na 
confiança dos investidores.
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
3) O Produto e o Emprego são, essencialmente, 
determinados pela Procura Agregada (AD);
4) A política fiscal é, em geral, preferida à política 
monetária, porque actua directamente sobre a 
Procura Agregada (AD).
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
5) A economia demora muito tempo para retornar a 
valores próximos do pleno emprego; a economia não 
se auto equilibra rapidamente; as autoridades podem 
influenciar o nível da Procura Agregada Efectiva, 
garantindo um retorno mais rápido ao pleno emprego.
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
* Este último princípio é contraditório com o primeiro: “a 
economia é intrinsecamente instável”.
A aceitação filosófica e matemática desta capacidade, 
mesmo que lenta, de auto-regulação permitiu a 
evolução futura no sentido da aceitação do princípio 
clássico do equilíbrio, como regra geral, dentro da qual 
o desequilíbrio apenas seria um caso particular e 
temporário, virando de cabeça para baixo as teses de 
Keynes.
Neste sentido, a escola Ortodoxa keynesiana é muito 
pouco ortodoxa e muito pouco keynesiana
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
Hicks (1937) e Modigliani (1944) tentaram expressar 
estes princípios matematicamente no que é 
conhecido como o modelo IS-LM.
Outras contribuições para a economia ortodoxa 
keynesiana foram feitos Modigliani e Brumberg 
(1954), Patinkin (1956), Phillips (1958) and Tobin 
(1958).
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
O modelo assume que o nível de Emprego e do 
Produto é inteiramente determinado pela Procura 
Agregada. As restrições do lado da Oferta são 
ignoradas: a oferta apresenta sempre capacidade 
para satisfazer a Procura.
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
Comecemos por um modelo simplificado de uma economia 
fechada.
A Procura Agregada é composta pelo Consumo, Gastos 
Públicos e Investimento.
O Consumo é directamente proporcional (1) ao Rendimento 
Disponível; os Gastos do Estado são determinados 
exogenamente; e o Investimento é inversamente 
proporcional à taxa de juro determinada pela interacção 
entre os mercados monetário e de bens
(1) No sentido em que, crescendo um, cresce o outro 
(proporcionalidade directa) ou que crescendo um, o outro 
decresce (proporcionalidade inversa), independentemente de 
haver ou não componentes autónomas.
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
* Na verdade, a tese de keynes, é a de que o 
Investimento não tem uma relação estável com a 
taxa de juro mas sim com a Rentabilidade Marginal 
do Investimento que depende das perspectivas de 
vendas, custos e taxas de Juros futuras e do risco 
que lhe está associado.
Keynes rejeita expressamente a relação directa e 
estável do Investimento com a taxa de Juro que é 
um dos axiomas do modelo IS-LM.
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
A curva IS
A curva IS (IS = Investment Savings) representao 
equilíbrio no mercado de bens que decorre da 
igualdade entre o Investimento e a Poupança:
I = S.
A sua inclinação depende da elasticidade do 
investimento relativamente à taxa de juro e do valor do 
multiplicador.
A curva será tanto mais horizontal quanto mais o 
investimento for elástico relativamente à taxa de Juro 
(dI/dr↑) e quanto maior for o valor do multiplicador (k↑).
 
1000 1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700 1800 1900
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
IS1
IS2
A Escola Ortodoxa keynesiana
Para um mesmo valor Δr = 1 (entre 5 e 4, por exemplo), 
Y(1) varia de 1.100 para 1.300, enquanto Y(2) varia de 
1.300 para 1.700.
A variação de Y depende, não apenas da resposta de I 
ao Juro mas também de dY/dI, do crescimento de Y 
relativamente ao crescimento de I, ie, do multiplicador.
dY(1) dY(2)
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
A curva IS corresponde a um dado nível de Gastos de 
Estado, Impostos e expectativas: um maior nível de 
Gastos, menores impostos ou a melhoria das 
expectativas, desloca a curva para a direita e vice-
versa.
* O modelo deveria sempre prever que, a um nível 
diferente de G, T e expectativas, correspondessem 
diferentes pendentes de IS.
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
* Contudo, ao desenvolver as suas teses sobre o 
equilíbrio, a Escola Ortodoxa mantém as pendentes, 
contradizendo frontalmente as teses de Keynes 
contidas nos seus próprios princípios 1) e 2), supra.
A expressão Ceteris Paribus (mantendo-se o resto 
constante) esconde, frequentemente, o facto de 
variações essenciais serem tidas como constantes, 
deturpando os fundamentos da teoria que devem ser 
sempre mantidos
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
A Curva LM
A curva LM (Liquidity Money) representa o equilíbrio 
no mercado monetário, decorrente da igualdade 
entre a procura de Liquidez (L) e a Moeda (M):
L = M.
É assumido que a Oferta de Moeda (M) é exógena e 
determinada pelas autoridades monetárias.
* Em todos desenvolvimentos sobre o equilíbrio M é 
constante o que não corresponde ao que se 
observa em todas as economias modernas.
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
São identificados 3 motivos para a Procura de 
Moeda: transacções, entesouramento e 
especulação.
Assume-se que a Procura para transacções e 
entesouramento é determinada pelo Rendimento; a 
Procura para a especulação depende do nível actual 
da taxa de juro face à taxa considerada “normal”.
Quanto maior for a taxa de Juro mais ela poderá vir 
a baixar pelo que a Procura de Moeda para 
especulação desce quando sobe a taxa de Juro.
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
Quando se espera que o juro vá descer, os 
excedentes em moeda são convertidos em títulos 
que vêm o seu valor actualizado aumentado pelas 
taxas de juro mais reduzidas
VAL = CF/(1+r)n
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
Ceteris paribus, à medida que o rendimento 
aumenta, a Procura para transacções e 
entesouramento (*) aumentam, o que, para uma 
dada quantidade de Moeda (M), obriga a uma taxa 
de juro maior para reduzir a Procura de Moeda para 
fins especulativos, mantendo o equilíbrio.
* O entesouramento pode diminuir com o 
rendimento, hipótese que nunca é contemplada nas 
teses “ortodoxas” sobre o equilíbrio.
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
À medida que a Despesa e o Rendimento aumentam, a 
Procura de Moeda para Transacções e entesouramento 
aumentam.
Mantendo-se M, a Procura de moeda para Especulação tem 
que se reduzir para manter o equilíbrio (o que implica um 
aumento da taxa de Juro).
Especu-
lação
Transacções 
e segurança
M
Espe-
cula-
ção
Transacções 
e segurança
*
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
A inclinação da curva depende da elasticidade da 
Procura de Moeda ao Rendimento e ao Juro.
A curva será tanto mais horizontal: quanto menor for 
a elasticidade da Procura de Moeda ao Rendimento 
(uma menor variação da Procura de Moeda em 
função do Rendimento necessita de menor alteração 
das taxas de juro para equilibrar); e quanto maior for 
a elasticidade ao Juro (quanto mais a Procura de 
Moeda reagir ao Juro, menor subida nos juros será 
necessária para equilibrar a mesma Procura).
 
1000 1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700 1800 1900
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
LM1
LM2
A Escola Ortodoxa keynesiana
dY(1) dY(2)
Para um mesmo valor Δr = 1 (entre 2 e 3, por exemplo), 
Y(1) varia de 1.100 para 1.300, enquanto Y(2) varia de 
1.300 para 1.700.
A variação de Y depende do crescimento da Procura 
de Moeda relativamente ao crescimento do rendimento 
(dL/dY), mas também da resposta de L ao Juro (dL/dr)
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
A curva LM corresponde a uma dada Oferta de 
Moeda (M), nível de preços e expectativas.*
Um política monetária expansionista (um incremento 
de M) desloca a curva LM para a direita e vice-versa 
(ceteris paribus, incrementando-se M, a cada nível 
de rendimento deve ter associada uma taxa de juro 
menor para manter o equilíbrio no mercado 
monetário).
* Também aqui a pendente de LM devia variar
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
Dois pontos a sublinhar: 
1) A intersecção das curvas corresponde ao valor da 
taxa de juro consistente com o equilíbrio;
2) Se o nível de Rendimento estiver abaixo do pleno 
emprego, as políticas monetária e fiscal terão um 
papel na estabilização da economia
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
Política Fiscal
Na figura 3.3 a economia está, 
inicialmente, no ponto de equilíbrio 
em r0Y0 abaixo do pleno emprego.
Uma política fiscal expansionista 
desloca a curva IS para a direita do 
que resulta uma subida da taxa de 
juro de equilíbrio para r1 e do 
Rendimento para Y1.
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
A política fiscal influenciará mais a Procura Efectiva: 
1) Quanto mais elástica for a Procura por Moeda relativamente 
ao Juro: a mesma deslocação de IS origina um maior 
incremento de Y quando LM é mais horizontal
LM
IS0 IS1
(a)
r
y
*
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
2) Quanto menos elástico for o Investimento em 
relação ao juro: a mesma deslocação de IS origina um 
maior incremento de Y quando IS é mais vertical
LM
IS0 IS1
(a)
r
y
*
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
Casos extremos:
1) “Classical range”: A Procura de Moeda é inelástica 
face à taxa de juro - curva vertical LM: uma expansão 
fiscal não terá efeito porque o aumento da taxa de juro 
reduzirá o investimento num montante idêntico ao dos 
Gastos do Estado (100% de deslizamento do 
Investimento);
LM
IS0 IS1
(a)
r
y
*
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
Casos extremos:
2) Liquidity Trap (Armadilha da Liquidez): A Procura de 
Moeda é totalmente elástica face ao Juro; a curva LM é 
horizontal; a expansão fiscal resultará no efeito 
multiplicador total (0% de deslizamento do 
Investimento);
LM
IS0 IS1
(b)
y0 yy1
*
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
Na figura 3.4, a economia está em 
equilíbrio em r0Y0, abaixo do pleno 
emprego.
Uma política monetária 
expansionista desloca a curva LM 
para a direita, originando a queda 
da taxa de Juro e o aumento do 
Rendimento de Equilíbrio.
A política monetária será tanto mais 
efectiva quanto: 1) A curva LM for 
vertical (Procura de Moeda mais 
inelástica); (ii) A curva IS for 
horizontal (investimento elástico)
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
Casos extremos:
Nos casos extremos de uma curva LM horizontal 
(armadilha da liquidez) ou IS vertical o mecanismo de 
transmissão da política monetária não funciona.
LM
IS0
(a)
r
y
* LM0
IS0
(b)
r
y
LM0
y0 y0
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
Desta discussão resultaque as políticas fiscal e 
monetária, em circunstâncias normais (fora dos caos 
especiais), deverão influenciar o Produto e o 
Emprego, dependendo quantitativamente das 
pendentes das curvas.
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
Na visão Ortodoxa keynesiana a Procura por Moeda é relativamente 
elástica (LM mais horizontal) e o investimento pouco elástico (IS mais 
vertical)
Perturbações no lado real da economia (alterações de IS) tenderão a 
dominar as alterações do Rendimento e a política fiscal é privilegiada.
A mesma deslocação de IS (política fiscal: IS1-LM0) e de LM (política 
monetária: IS0-LM1) origina, para a política fiscal (linha vermelha), uma 
maior deslocação de Y do que para a política monetária (linha verde)
LM1
IS0r
y
* IS1
YmYf
LM0
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
Foi encontrada inicialmente (pós-guerra) , 
correspondência empírica desta elasticidade (Klein, 
1968) tendo-se, contudo, tornado muito contestada 
na década de 1960.
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
O painel superior da figura 3.5 
apresenta o modelo IS-LM 
convencional; o inferior a posição 
do orçamento determinada pela 
relação entre os Gastos de 
Estado (G), exógenos, e os 
impostos (T), endógenos e 
dependentes do nível do 
Rendimento. 
Em Y0, o orçamento está 
equilibrado (G = T).
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
Suponhamos que as 
autoridades tentem aumentar 
o Rendimento e Emprego 
aumentando o Gastos de 
Estado. 
A curva IS desloca-se para a 
direita e G desloca-se para 
baixo. Em Y1, temos um 
deficit orçamental igual a AB.
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
Enquanto o deficit persistir as 
autoridades terão que emitir mais 
dívida o que conduzirá a um aumento 
da riqueza no sector privado, 
aumentando o consumo e a Procura 
de Moeda.
Se o efeito no consumo (que desloca 
a curva IS para a direita) ultrapassar a 
Procura por Moeda (que desloca LM 
para a esquerda) então, a longo 
prazo, uma expansão fiscal, baseada 
em Dívida, resultará no incremento do 
Produto para Y2 onde o deficit 
desaparece.
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
O deslizamento do 
Investimento desaparece e, 
se forem tidos em conta os 
juros, G deslocar-se-á para 
além de Y2 e voltamos a ter 
deficit, repetindo o processo.
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
Torna-se, portanto, evidente que incorporar o efeito 
riqueza e o Orçamento de Estado no modelo IS-LM, 
torna o aumento de G, baseado na emissão de 
Dívida, muito eficaz para o aumento do Produto e 
Emprego.
Uma objecção a estas previsões deriva do teorema 
da Equivalência Ricardiana que diz que o peso dos 
Gastos Estatais é equivalente, no sector privado, a 
um aumento de impostos, porque os agentes 
antecipam a necessidade de maior carga fiscal 
futura para fazer face ao pagamento do capital em 
dívida e juros.
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
Os impostos futuros serão, portanto, descontados o 
que anulará o valor da dívida Barro (1974): os 
agentes económicos aumentarão a sua poupança 
actual para fazer face aos impostos futuros e a 
Procura Agregada não aumentará.
Em resposta argumenta-se que os impostos futuros 
pertencem à próxima geração, ao que Barro 
argumenta com a solidariedade inter-geracional.
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
Outro argumento é que, sendo os juros do Estado 
menores que os do sector privado, a actualização 
dos valores através das taxas de juro do sector 
privado deixará um remanescente de riqueza.
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
* Antes de tudo não faz qualquer sentido que a simples 
troca de forma da riqueza (dinheiro por título) 
represente alguma alteração de valor.
O aumento da riqueza privada não será, portanto, outro 
que não seja o VAL dos Juros do Título, o que é 
significativamente menor que o valor do título.
Contudo, por mais reduzido que seja, constitui um 
aumento da riqueza sem o que não faria qualquer 
sentido comprar dívida estatal.
Pode argumentar-se que todos os agentes privados (os 
que compram dívida e os outros), antecipando 
impostos futuros, reduzirão a despesa presente.
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
* Este argumento contrasta com o uso generalizado do 
crédito: se as pessoas não se preocupam 
excessivamente com o pagamento futuro de capital e 
juros, aumentando o seu gasto presente com recurso a 
meios alheios, por maioria de razão ignorarão um 
possível aumento futuro de impostos, sobretudo porque 
antecipam, também, um aumento do Rendimento.
Outra coisa será a reacção dos agentes à estagnação 
do Produto com aumento da Dívida Pública. Nessa 
altura a Procura reduzirá mas isso, a acontecer, só 
ocorrerá mais tarde.
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
É este, aliás, o argumento de Keynes para afirmar que 
a Procura é instável: porque as expectativas são 
instáveis, exactamente, porque a vida é instável.
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
No modelo IS- LM a existência de equilíbrio abaixo 
do pleno emprego pode ser atribuída à rigidez dos 
preços e salários nominais. 
Começamos com a rigidez na redução dos salários 
nominais.
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
Na figura 3.6* o quadrante (a) 
representa a oferta e procura 
agregadas no mercado de 
bens; o equilíbrio neste 
mercado determina o nível do 
Produto Y e o nível de Preços 
P; o quadrante (b) apresenta o 
modelo standard IS-LM;...
(a)
LM0
Y = AF(K,L)
IS0
Y
Y
Y
r
L L
W/P
W/P
P P
DL
SL
(b)
(c)
(e)
(d)
E0
AD0
E0
Y0
L0
P0
Y0 (W/P)0
LM1
*
W0
AS0
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
… o quadrante (c) mostra a 
função de produção de curto 
prazo com A e K constantes, 
que determina o nível de 
emprego (L) para o produto (Y)
(a)
LM0
Y = AF(K,L)
IS0
Y
Y
Y
r
L L
W/P
W/P
P P
DL
SL
(b)
(c)
(e)
(d)
E0
AD0
E0
Y0
L0
P0
Y0 (W/P)0
LM1
*
W0
AS0
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
… ;o quadrante (d) mostra o 
mercado de trabalho com o 
nível de emprego abaixo do 
pleno emprego; e o quadrante 
(e) mostra a relação entre o 
salário nominal (W) e o nível 
de preços (P).
(a)
LM0
Y = AF(K,L)
IS0
Y
Y
Y
r
L L
W/P
W/P
P P
DL
SL
(b)
(c)
(e)
(d)
E0
AD0
E0
Y0
L0
P0
Y0 (W/P)0
LM1
*
W0
AS0
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
Suponhamos que a economia 
está inicialmente em equilíbrio 
em E0 (a e b).
Apesar do equilíbrio nos 
mercados de bens e 
monetário, o Rendimento Y0 
situa-se abaixo do pleno 
emprego (d).
(a)
LM0
Y = AF(K,L)
IS0
Y
Y
Y
r
L L
W/P
W/P
P P
DL
SL
(b)
(c)
(e)
(d)
E0
AD0
E0
Y0
L0
P0
Y0 (W/P)0
LM1
*
W0
AS0
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
O salário nominal fixo (exógeno) e 
o nível de preços consistente com 
o equilíbrio AD-AS e IS-LM, não 
são consistentes com o equilíbrio 
no mercado de trabalho.
O nível de emprego é (L0), 
determinado pela Procura de 
Trabalho e não pelo equilíbrio.
A economia mantém-se neste 
equilíbrio abaixo do pleno 
emprego 
(a)
LM0
Y = AF(K,L)
IS0
Y
Y
Y
r
L L
W/P
W/P
P P
DL
SL
(b)
(c)
(e)
(d)
E0
AD0
E0
Y0
L0
P0
Y0 (W/P)0
LM1
*
W0
AS0
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
Vamos agora assumir que os 
preços e salários nominais são 
perfeitamente flexíveis, 
O excedente de Oferta de trabalho 
origina a queda do salário nominal 
para W1, compatível com o pleno 
emprego [(d) e (e)]
*
(a)
LM0
Y = AF(K,L)
IS0
Y
Y
Y
r
L L
W/P
W/P
P P
DL
SL
(b)
(c)
(e)
(d)E0
AD0
E0
Y0
L0
P0
Y0 (W/P)0
W1/P2
*
W0
W1
P1
AS0
(W/P)1
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
Esta redução salarial provoca uma 
série de ajustes:
1) Sendo os preços flexíveis, os 
produtores responderão à redução 
do custo baixando os preços; AS 
desloca-se para a direita.
(a)
LM0
Y = AF(K,L)
IS0
Y
Y
Y
r
L L
W/P
W/P
P P
DL
SL
(b)
(c)
(e)
(d)
E0
AD0
E0
Y0
L0
P0
Y0 (W/P)0
AS1
*
W0
W1
P1
AS0
(W/P)1
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
2) Contudo, inicialmente, o salário 
real desce para W1/P0, reduzindo a 
Procura Agregada; AD desloca-se 
para a esquerda 
* As pendentes das curvas AD e 
AS poderão alterar-se pelo efeito 
do ajuste salarial (por exemplo, 
redução da PMC). A configuração 
final das curvas determinará se o 
equilíbrio se mantém em Y0, se se 
desloca para a direita ou para a 
esquerda. 
(a)
LM0
Y = AF(K,L)
IS0
Y
Y
Y
r
L L
W/P
W/P
P P
DL
SL
(b)
(c)
(e)
(d)
E0
AD0
E0
Y0
L0
P0
Y0 (W/P)0
AS1
AD1
*
W0
W1
P1
AS0
(W/P)1
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
Assumamos que a redução de 
preços é proporcional à queda dos 
salários, que o equilíbrio se 
mantém em Y0 e que W1/P1 = 
W0P0. 
* Note-se que este pressuposto é 
totalmente artificial e nada nos 
garante que assim aconteça. 
(a)
LM0
Y = AF(K,L)
IS0
Y
Y
Y
r
L L
W/P
W/P
P P
DL
SL
(b)
(c)
(e)
(d)
E0
AD0
E0
Y0
L0
P0
Y0 (W/P)0
AS1
AD1
Y2
*
W0
W1
P1
AS0
(W/P)1
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
3) A queda dos preços aumenta o 
valor real da Oferta de Moeda, 
fazendo que a curva LM se 
desloque para a direita.
Os excedentes monetários são 
canalizados para o mercado de 
títulos onde os preços sobem; a 
taxa de Juro desce para manter o 
equilíbrio entre o mercado de 
bens e monetário
(a)
LM0
Y = AF(K,L)
IS0
Y
Y
Y
r
L L
W/P
W/P
P P
DL
SL
(b)
(c)
(e)
(d)
E0
AD0
E0
Y0
L0
P0
Y0 (W/P)0
AS1
AD1
LM1
W1/P2
AD2
IS2
L2
*
W0
W1
P2
P1
AS0
(W/P)1
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
4) A descida na taxa de Juro 
estimula a despesa de 
Investimento, deslocando AD (a) e 
IS (b) para a direita, moderando a 
taxa de redução dos preços de tal 
forma que os salários caem mais 
depressa que os preços.
(a)
LM0
Y = AF(K,L)
IS0
Y
Y
Y
r
L L
W/P
W/P
P P
DL
SL
(b)
(c)
(e)
(d)
E0
AD0
E0
Y0
L0
P0
Y0 (W/P)0
AS1
AD1
LM1
W1/P2
AD2
Y2
IS2
Y2
L2
*
W0
W1
P2
P1
AS0
(W/P)1
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
Os salários e preços continuarão 
a cair e as curvas IS e LM a 
deslocar-se até se restaurar o 
pleno emprego, eliminando a 
excedente de Oferta de trabalho
(a)
LM0
Y = AF(K,L)
IS0
Y
Y
Y
r
L L
W/P
W/P
P P
DL
SL
(b)
(c)
(e)
(d)
E0
AD0
E0
Y0
L0
P0
Y0 (W/P)0
AS1
AD1
LM1
W1/P2
AD2
Y2
IS2
Y2
L2
*
W0
W1
P2
P1
AS0
(W/P)1
(a)
LM0
Y = AF(K,L)
IS0
Y
Y
Y
r
L L
W/P
W/P
P P
DL
SL
(b)
(c)
(e)
(d)
E0
AD0
E0
Y0
L0
P0
Y0 (W/P)0
AS1
AD1
LM1
W1/P2
AD2
Y2
IS2
Y2
L2
*
W0
W1
P2
P1
AS0
(W/P)1
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
Este efeito que estimula a 
despesa, indirectamente, por via 
da taxa de Juro, é conhecido por 
“Efeito Keynes”.
É importante sublinhar que é o 
aumento da Procura Agregada, 
via o “efeito Keynes” que permite 
que a economia retorne ao pleno 
emprego.
(a)
LM0
Y = AF(K,L)
IS0
Y
Y
Y
r
L L
W/P
W/P
P P
DL
SL
(b)
(c)
(e)
(d)
E0
AD0
E0
Y0
L0
P0
Y0 (W/P)0
AS1
AD1
LM1
W1/P2
AD2
Y2
IS2
Y2
L2
*
W0
W1
P2
P1
AS0
(W/P)1
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
Mesmo com perfeita flexibilidade 
de salários e preços, argumenta a 
escola Ortodoxa Keynesiana, 
pode não se atingir o pleno 
emprego.
Na armadilha da liquidez, como a 
Procura de Moeda é 
perfeitamente elástica ao juro em 
r', os excedentes monetários não 
são conduzidos para o mercado 
de obrigações
(a)
LM0
Y = AF(K,L)
IS0
Y
Y
Y
r
L L
W/P
W/P
P P
DL
SL
(b)
(c)
(e)
(d)
E0
AD0
E0
Y0
L0
P0
Y0 (W/P)0
AS1
AD1
LM1
W1/P2
AD2
L2
*
W0
W1
P2
P1
AS0
(W/P)1
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
 Não existindo aumento da 
Procura de Títulos não haverá 
redução das taxas de juro, o que 
seria necessário para estimular a 
Procura Agregada, alterando o 
ponto de equilíbrio Y0 para a 
direita.
Sem aumento da Procura 
Agregada para moderar a queda 
nos preços, os salários reais 
mantêm-se em (W/P)1 = W/P)0 
acima do ponto de equilíbrio
(a)
LM0
Y = AF(K,L)
IS0
Y
Y
Y
r
L L
W/P
W/P
P P
DL
SL
(b)
(c)
(e)
(d)
E0
AD0
E0
Y0
L0
P0
Y0 (W/P)0
AS1
AD1
LM1
W1/P2
AD2
L2
W0
W1
P2
P1
AS0
(W/P)1
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
 A Política Monetária torna-se 
ineficaz e a Política fiscal o único 
meio para estimular a Procura 
Agregada, deslocando o ponto de 
equilíbrio para a direita e o 
emprego para o pleno emprego
(a)
LM0
Y = AF(K,L)
IS0
Y
Y
Y
r
L L
W/P
W/P
P P
DL
SL
(b)
(c)
(e)
(d)
E0
AD0
E0
Y0
L0
P0
Y0 (W/P)0
AS1
AD1
LM1
W1/P2
AD2
L2
*
W0
W1
P2
P1
AS0
(W/P)1
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
No caso do investimento muito 
inelástico (linhas vermelhas), 
apesar do Efeito Keynes, a taxa 
de juro que garante o pleno 
emprego é negativa.
Em teoria a economia estagnaria 
quando a taxa de juro atingisse 
zero, abaixo do nível de pleno 
emprego
(a)
LM0
Y = AF(K,L)
IS0
Y
Y
Y
r
L
L
W/P
W/P
P P
DL
SL
(b)
(c)
(e)
(d)
E0
AD0
E0
Y0
L0
P0
Y0 (W/P)0
AS1
AD1
LM1
W1/P2
AD2
Y2
IS2
Y2
L2
*
W0
W1
P2
P1
AS0
(W/P)1
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
A análise precedente é devida, essencialmente, a 
Modigliani, e implica que a possibilidade de uma 
economia se manter num estado de desemprego 
involuntário persistente se deve à rigidez de salários 
e preços e aos casos extremos.
Assim, combinando o modelo IS-LM com o clássico 
e assumindo flexibilidade de salários e preços, pode 
concluir-se que Keynes falhou na apresentação de 
uma Teoria Geral robusta porque a possibilidade de 
equilíbrio abaixo do pleno emprego, com flexibilidade 
de salários e preços, se limita a dois casos limite.
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
* Esta conclusão parte dos seguintes pressupostos:
a) Os salários e preços encontram-se, 
permanentemente, no caso particular de total 
flexibilidade e não no caso geral de alguma 
flexibilidade e rigidez.
b) As pendentes das curvas AD, AS, IS e LM 
mantêm-se, teimosamente, (caso particular) e não 
aporesentando qualquer flutuação num sentido ou 
noutro, como seria de esperar, em geral
b) Havendo variações elas têm necessariamente 
que compensar-se, exactamente, o que constitui, 
isso sim, uma verdadeira singularidade.
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
* Não existindo nenhuma razão para esta 
inflexibilidade, o caso geral terá que corresponder a 
alguma rigidez/ flexibilidade de preços e salários e 
alguma alteraçãodas pendentes das curvas, 
determinando que o pleno emprego apenas possa 
ser atingido com um concurso de acasos 
verdadeiramente singular
b
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
Pigou foi o último dos grandes clássicos que 
argumentou contra as teses de Keynes e da Escola 
Ortodoxa Keynesiana (1941, 1943, 1947), afirmando 
que, com flexibilidade de salários e preços, o 
equilíbrio seria atingido em pleno emprego
A queda dos preços teria como efeito o aumento da 
riqueza real que, por sua vez, aumentaria a despesa 
(“Efeito Pigou”)
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
Criticas ao “Efeito Pigou”:
1) Considerações de ordem dinâmica podem invalidar a 
rapidez de ajustamento. Se os indivíduos esperam novas 
baixas de preços poderão adiar o consumo; se as empresas 
esperam que a recessão continue, adiarão o investimento; 
aumentando as falências, a Despesa reduz-se ainda mais 
(Fisher, 1933b). 
Nos diagramas, a queda dos preços pode alterar a curva IS 
para a esquerda e não para a direita.
Nessas circunstâncias uma política fiscal expansionistas 
asseguraria um retorno mais rápido ao pleno emprego
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
2) Teremos que analisar o que significa riqueza. 
No modelo Keynesiano a riqueza pode ser detida em dinheiro e 
títulos. 
Podemos definir “Outside Money” como dinheiro físico mais 
depósitos cobertos por reservas bancárias. O “outside money” 
pode ser considerado a riqueza líquida do sector privado.
“Inside money” poderá ser definido como os depósitos sem 
cobertura de reservas. Como estes correspondem à dívida 
privada pode argumentar-se que o “inside money” não pode ser 
considerado como riqueza líquida.
De notar que este argumento foi refutado por alguns 
economistas domo Pesek e Saving (1967) e Johnson (1969). 
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
Não entrando no debate e considerando que apenas 
o “outside money” pode, sem ambiguidades, ser 
considerado riqueza líquida, o “efeito riqueza 
(Pigou)” no consumo é muito limitado.
Relativamente à Dívida Pública também é 
questionável se esta pode constituir riqueza líquida, 
uma vez que os agentes podem antecipar impostos 
futuros.
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
Pode ser argumentado, também, que o aumento do 
valor real da dívida governamental pode, com a 
descida de preços, corresponder a impostos futuros 
agravados, com um VAL acrescentado.
Se este aumento corresponder ao aumento do valor 
real da dívida pública não haverá aumento líquido de 
riqueza. 
Apesar de não ser universalmente aceite esta crítica 
lança dúvidas sobre o “efeito Pigou”
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
* Na verdade, nenhum destes argumentos colhe:
1) porque se não fosse para aumentar a despesa em 
consumo ou investimento qual seria o sentido de um 
empréstimo (“inside money) ao consumo ou ao 
investimento?
2) Para cada individuo ou empresa, os títulos que 
possui são, também, riqueza: antes de mais porque 
os pode liquidificar, contando o seu valor, portanto, 
como riqueza utilizável para despesa; depois, 
porque não haveria compra de títulos se eles 
representassem uma perspectiva de aumento nulo 
da riqueza do seu comprador. 
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
* Outra coisa é o Efeito Pigou: na verdade, caindo a 
Procura e os preços, na perspectiva Keynesiana 
(mas não necessariamente das escolas 
matematicistas que se lhe seguiram), cria-se um 
ambiente negativo que restringe a Procura, com 
especial incidência sobre o Investimento 
(deslocação para a esquerda de IS) o que reduz 
ainda mais AD e DL, aumentando o desemprego.
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
A evidência emprírica mostra que o Efeito Pigou é 
inexistente(1) ou extremamente fraco (Glahe (1973) 
Morgan (1978) 
(1) Snowdon e Vane não falam da inexistência do 
efeito mas dizem que “... actual price
level falls taking place alongside a decline in 
expenditure and output.”
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
No final dos anos 1950, princípios dos anos 1960, 
apareceu um consenso, “síntese neo-clássica”, no 
qual a Teoria Geral de Keynes aparece como um 
caso especial (onde existe rigidez de preços e 
salários) de uma teoria clássica mais geral, 
reconhecendo-se, embora, a necessidade de 
políticas intervencionistas keynesianas para garantir 
um retorno mais rápido ao pleno emprego
* Como já vimos este argumento é a reversão 
completa do que é geral e do que é singular.
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
Modelo IS-LM-BP
Vamos agora analisar uma economia aberta 
segundo o modelo inicialmente desenvolvido por 
Robert Mundell e Marcus Fleming (Mundell, 1963; 
Fleming, 1962). 
Começamos por rever as principais alterações no 
modelo IS–LM estendido para uma economia aberta
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
O mercado de bens e a curva IS
Numa economia aberta, AD é composta pela Procura 
Interna (ADi = C+I+G) mais as Exportações Líquidas (X = 
Xp – Im) onde Xp são as exportações e Im as Importações.
Assume-se que as Exportações (Xp) são uma função de:
(i) o rendimento no resto do mundo; 
(ii) a taxa de câmbio real efectiva (REER - Real Efective 
Exchange Rate) que mede a quantidade de produtos 
nacionais por unidade de produto estrangeiro, ou seja, 
mede a relação de troca em unidades (real) e não em 
moeda (nominal).
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
REER = ε(i/d)Pd/Pf, 
onde ε(f/d) é a taxa de câmbio da moeda nacional 
expressa em moeda estrangeira (ex: usd/akz); Pd é 
o preço doméstico (preço do bem nacional expresso 
em moeda nacional); e Pf é o preço estrangeiro 
(preço do bem estrangeiro expresso em moeda 
estrangeira): logo, ε(f/d)Pd é o preço do bem 
nacional expresso em moeda estrangeira; e o 
quociente ε(f/d)Pd/Pf, expressa o número de bens 
nacionais unidades do mesmo bem estrangeiro
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
(Ex: 1 lt de leite nacional custa 400 Kwanzas a uma 
taxa de câmbio de 200 akz/eur = 0,005 eur/akz; O 
custo de um litro de leite na Europa custa 1,2 Eur: 
ε(f/d)Pd = 400 akz*0,005 Eur/akz = 2 Eur; 
ε(f/d)Pd/Pf = 2 Eur/1,2 Eur= 1,(6); são necessários 1,
(6) lt de leite nacional para cada litro de leite 
estrangeiro);
(iii) outros factores como gostos, qualidade dos 
produtos, prazos de entrega, etc.
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
Assume-se que as importações, sendo as 
exportações de outro país, são influenciadas pelos 
mesmos factores, excepto para o facto do 
rendimento ser agora o Rendimento Interno.
Aumentando o Rendimento Interno, ceteris paribus, 
AD aumentará e uma parte deste incremento será 
satisfeito por bens importados, ie, a propensão 
marginal para a importação é maior que zero
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
Como antes, a curva IS traça o locus de combinações entre o 
rendimento e a taxa de juro para as condições de equilíbrio do 
mercado de bens.
Numa economia aberta a curva é mais pronunciada (vertical) 
porque aumentando as importações em resposta a um 
aumento do produto reduzindo o multiplicador.
Aos factores que influenciam IS numa economia fechada temos 
que adicional os factores que influenciam as importações.
A deslocação da curva será igual, como antes, tamanho do 
impacto vezes o multiplicador
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
O mercado monetário e a curva LM
Numa economia aberta com taxa de câmbio fixa a 
oferta de moeda doméstica depende do saldo da 
Balança de Pagamentos (BP – Balança Corrente + 
Balança de Capitais) excepto se as autoridades 
monetárias neutralizarem o efeito.
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
Sob o regime de taxa fixa, Ceteris paribus, um 
Excedente da BP resultará na aquisição de moeda 
estrangeira, pelo banco central, aos residentes por 
contrapartida da moeda nacional à taxa fixa o que 
resulta, numaumento das reservas em moeda 
estrangeira e no aumento da oferta interna de 
moeda, deslocando a LM para a direita e vice-versa. 
Sob um regime de taxa flexível a taxa ajusta-se para 
saldar o mercado externo e o saldo da BP é nulo, 
tornando LM independente de factores externos
 
A Escola Ortodoxa keynesiana
É importante notar que estamos a assumir uma 
pequena economia aberta, tal que, as mudanças na 
economia interna e as suas políticas 
macroeconómicas, têm um efeito insignificante no 
resto do mundo
 
Keynesianismo actual
O keynesianismo actual é um grupo 
heterogéneo que pode dividir-se em dois sub 
grupos principais: (*o que poderemos continuar 
a chamar de escola da síntese Neoclássica) e o 
que se posiciona mais próximo das teses 
originais de Keynes.
 
Síntese neoclassica actual
A Síntese neoclassica actual inclui Mankiw e 
Summers (Harvard); Blanchard (MIT), Fischer 
(MIT); Greenwald, Phelps e Stiglitz (Columbia); 
Bernanke (Princeton); Laurence Ball (Johns 
Hopkins); Akerlof, Janet Yellen and Romer 
(Berkeley); Robert Hall and John Taylor 
(Stanford); David Soskice (Duke - California); 
Dennis Snower (Birkbeck, London), Layard, 
Nickell e Jackman (LSE - London), Wendy Carlin 
(University College, London) e Lindbeck 
(Stockholm)
 
Síntese neoclassica actual
Mankiw and Romer (1991) definem o que 
chamam de “nova economia keynesiana”, 
usando como referência a resposta a duas 
questões fundamentais que a distinguem da 
economia clássica:
1 A não neutralidade da moeda
2 A existência de imperfeições de mercado 
como factor crucial para o entendimento das 
flutuações económicas
 
Síntese neoclassica actual
A não neutralidade da moeda deriva da rigidez 
dos preços e esta das imperfeições do mercado.
Para Mankiw “a interacção entre imperfeições 
nominais e reais” distingue os “novos 
keynesianos”.
*(Passaremos a designar estes economistas, 
abreviadamente, como da escola da Síntese).
 
Síntese neoclassica actual
Na Síntese, as economias são caracterizadas 
por uma concorrência imperfeita (concorrência 
monopolista), mercados imperfeitos, trabalho 
heterogéneo, informação assimétrica, (*onde 
existe não apenas concorrência mas também 
cooperação consciente). 
Portanto, existem externalidades (positivas e 
negativas) e a possibilidade de falhas de 
coordenação.
 
Síntese neoclassica actual
Os economistas da Síntese aceitam que os agentes 
procuram maximizar a utilidade e lucro.
Em contraste com a linha Síntese de primeira vaga 
(Samuelson, Hicks, etc), em vez de partirem do 
pressuposto arbitrário de rigidez dos preços, procuram 
os seus fundamentos microeconómicos
Defendem um modelo Hicksiano (1974) (Modelo IS-LM) 
onde se devem distinguir mercados de preço fixo 
(laboral e a maioria dos mercados de bens) e mercados 
de preço flexível (financeiros e de “commodities”).
 
Síntese neoclassica actual
(*Note-se que estes últimos são os mercados onde 
predominam agentes com poder de mercado que os 
tornam ainda menos “eficientes” no sentido clássico – o 
que não é reconhecido pelos economistas da Síntese)
Nos mercados de preço fixo a definição de preços é a 
norma existindo o que chamam de inércia dos preços 
(incluindo salários).
O facto de nestes mercados os preços não se 
ajustarem imediatamente aos seus níveis de equilíbrio 
depois de uma perturbação na Procura justifica a não 
neutralidade da moeda.
 
Síntese neoclassica actual
Rigidez dos salários nominais 
Nos modelos clássicos de Lucas, Sargent, Wallace e 
Barro (1970s), qualquer alteração monetária 
antecipada causará o imediato ajuste de salários e 
preços mantendo o Produto e Emprego, tornando a 
política monetária ineficaz.
A Síntese argumenta, começando pelo mercado 
laboral, que os salários não são determinados em 
mercados “spot”, sendo antes fixados para um dado 
período de tempo, num contrato formal ou informal o 
que gera rigidez suficiente para tornar efectiva a 
política monetária.
 
Síntese neoclassica actual
Nos modelos de Fischer, Phelps e Taylor a função 
Oferta é a equação clássica
Yt = YNt + α[ Pt − E( Pt | Ω t −1 )] (7.2)
Que pode ler-se como: o Produto de t é igual ao 
Produto Natural (correspondente à taxa natural) em t 
mais um coeficiente de ajustamento (α) multiplicado 
pelo desfazamento entre as taxas de inflação real e 
espeda de t.
Como o modelo de Fischer abstrai o crescimento, o 
objectivo das negociações salariais é a constância do 
salário real definido aumentos iguais à inflação.
 
Síntese neoclassica actual
 Portanto:
wt = E( Pt | Ω t −1 ) (7.3)
Substituindo (7.3) em (7.2) vem:
Yt = YNt + α[ Pt − wt ], com α > 0 (7.4)
Que pode ler-se como: o Produto de t é igual ao 
Produto Natural em t mais um coeficiente de 
ajustamento multiplicado pelo desfazamento 
entre a taxa de inflação real e a taxa de variação 
dos salários.
 
Síntese neoclassica actual
(*Note-se que:
Yt = YNt - α[wt - Pt], | α > 0 (7.4b)
 significa que o Produto em t é igual ao Produto 
Natural em t menos o factor de ajustamento 
multiplicado pela variação dos salários reais em 
t: (wt – Pt) – Taxa nominal de variação salarial 
menos taxa de inflação.)
Pode, por isso concluir-se que a Oferta 
Agregada é uma função decrescente do salário 
real (o que implica que o salário real seja contra-
cíclico)
 
Síntese neoclassica actual
(* Note-se ainda que falta alguma coisa em α[wt – 
Pt] que não pode ser apenas um coeficiente, tal 
como está definido na equação).
Fischer (1977) assume que os agentes negociarão 
contratos em termos nominais “por períodos 
superiores aos que a autoridade monetária demora 
a reagir a mudanças nas circunstâncias 
económicas!” o que permite a eficiência das 
políticas monetárias no CP apesar da Moeda 
permanecer neutra no LP.
 
Síntese neoclassica actual
Dado que as autoridades podem reagir a choques 
exógenos mas os agentes não, mesmo que estes 
tenham expectativas racionais haverá um 
desfasamento: os contratos nominais permitem às 
autoridades agir sobre os salários reais e, 
consequentemente, o emprego e o Produto.
No modelo de Fisher a não neutralidade não depende 
de um choque monetário não antecidado (Lucas): 
choques monetários antecipados têm efeitos reais 
porque a informação adicional só está disponível 
depois de concluídos os contratos de trabalho.
 
Síntese neoclassica actual
(* se o contrato estipula aumentos com a inflação esta 
argumentação não é válida excepto se o mecanismo 
tiver um tempo de aplicação demasiado longo: ex: 
alterações anuais nos salários nominais quando a 
inflação cresce todos os dias).
Note-se que os contratos laborais são, tipicamente, 
diferentes nas várias geografias: ex: Japão, anuais e 
todos expiram simultaneamente; UK sem prazo 
determinado (sobreposição) e normalmente 1 ano; 
EUA, sobreposição e três anos de duração, etc.
 
Síntese neoclassica actual
A rigidez dos preços
No modelo de Fisher a expansão monetária aumenta 
o emprego, baixando os salários reais. Contudo, a 
observação mostra que os salários reais são 
moderadamente pró-cíclicos e não anti-cíclicos 
(Mankiw, 1990).
Como consequência, as atenções voltaram-se para a 
rigidez de preços (Andersen, 1994).
A ideia fundamental é a concorrência imperfeita.
 
Síntese neoclassica actual
Uma empresa, operando em condições de 
concorrência perfeita é um “receptor” de preços que 
variam automaticamente para saldar os mercados.
Como cada empresa pode vender tanto quanto queira 
(*devido à estranha assumpção que a produtividade 
marginal é decrescente, ie, assumindo economias de 
escala negativas) se alguém subir o preço acima do 
preço de equilíbrio nãovenderá nada.
 
Síntese neoclassica actual
Não haverá também qualquer incentivo para baixar os 
preços porque a curva de procura da empresa é 
perfeitamente elástica ao preço actual de mercado 
(*novamente um pressuposto estranho à observação).
Portanto, num mundo de concorrência perfeita não faz 
sentido falar de decisões de preço das empresa 
individuais.
Quando as empresas operam em concorrência 
imperfeita os lucros variarão com os preços: as 
reduções de preço aumentarão as vendas mas 
reduzirão o lucro médio e vice-versa.
 
Síntese neoclassica actual
Nestas circunstâncias, preços divergentes dos 
“óptimos”, apenas produzirão alterações de segunda 
ordem nos lucros.
Por isso, a presença de pequenos custos de 
ajustamento pode gerar considerável rigidez.
A tese principal do PAYM - (Parkin (1986); Akerlof and 
Yellen (1985a); Mankiw (1985) - é que a existência de 
fricções ou barreiras ao ajustamento de preços 
(Custos de Menu) causa rigidez: custos de impressão e 
distribuição de tabelas, tempo de gestão na supervisão 
do processo, renegociações com fornecedores e 
clientes, etc.
 
Síntese neoclassica actual
Num mercado de concorrência imperfeita a Procura de 
uma empresa dependerá de: (i) o seu preço relativo; 
(ii) da Procura Agregada
(*Esta ideia demonstra a incompreensão da 
complexidade da oferta das economias modernas que 
inclui todos os elementos de marketing e da 
concorrência inter-empresarial na base de ofertas 
diferenciadas)
Suponhamos que depois de uma queda na Procura 
Agregada a curva de Procura de uma empresa se 
desloca para a esquerda, reduzindo os seus lucros.
 
Síntese neoclassica actual
Contudo, a empresa poderá ganhar 
pouco com a redução de preços: o 
que poderá fazer será escolher um 
novo ponto na nova curva de Procura.
Esta redução na Procura está 
ilustrada na figura 7.2 pela deslocação 
de D0 para D1.
Antes da redução, o preço-quantidade 
maximizador do lucro é (P0,Q0), que 
corresponde ao ponto X, onde a 
receita marginal (MR0) iguala o custo 
marginal (MC0).
 
Síntese neoclassica actual
Por conveniência consideramos 
que o custo marginal não varia.
Após a redução da Procura, a 
empresa tem uma redução 
significativa do seu lucro.
Inicialmente o lucro corresponde 
à área SP0YX.
Se a empresa não reduzir o preço 
o lucro cai para a área SP0JT.
 
Síntese neoclassica actual
Como a empresa é “fixadora ” de 
preços pode decidir ou não reduzir 
o preço para o novo ponto de 
equilíbrio (maximizador do lucro), 
em W, na nova curva da Procura 
D1.
O nível de Produção maximizadora 
é determinado pela igualdade entre 
receita e custo marginais (MR1 = 
MC0).
Com o nível de Produção Q1, o 
lucro seria SP1WV.
 
Síntese neoclassica actual
Na figura 7.3 eliminaram-se as curvas 
D0, MR0 e MR1 para mostrar de 
forma mais clara aas consequências 
da decisão de empresa.
Como vimos antes, mantendo o preço 
em P0, o lucro é SP0JT; alterando o 
preço para P1, o lucro passa a ser 
SP1WV, sendo a diferença entre 
estas duas áreas igual a B-A.
Se não existissem custos de Menu 
uma empresa maximizadora de lucros 
alteraria o seu preço para P1 porque 
B - A > 0
Contudo, se os Custo de Menu forem 
z, não existe incentivo para uma 
empresa maximizadora de lucros 
reduzir o seu preço se
B – A < z
 
Síntese neoclassica actual
Na figura 7.3 eliminaram-se as 
curvas D0, MR0 e MR1 para 
mostrar, de forma mais clara, as 
consequências da decisão de 
empresa.
Como vimos antes, mantendo o 
preço em P0, o lucro é SP0JT; 
alterando o preço para P1, o lucro 
passa a ser SP1WV; sendo a 
diferença entre estas duas áreas 
igual a B-A
 
Síntese neoclassica actual
Se não existissem custos de 
Menu, uma empresa 
maximizadora de lucros alteraria o 
seu preço para P1 porque
B - A > 0
Contudo, se os Custos de Menu 
forem z, não existe incentivo para 
uma empresa maximizadora de 
lucros reduzir o seu preço se
B – A < z
 
Síntese neoclassica actual
A perda para a sociedade em 
produzir Q* em vez de Q1 
corresponde a B + C.
Se 
B + C > z > B – A, 
a empresa não reduzirá o seu 
preço mesmo que, com isso 
reduza o óptimo social.
 
Síntese neoclassica actual
No modelo de Akerlof e Yellen 
(1985a, 1985b), o 
comportamento das empresas 
relativamente aos preços-
salários inerciais pode ser 
considerado ”quase racional” 
porque as perdas de não ajuste 
de preços serão reduzidas.
A redução de lucros B - A é de 
segunda ordem, mesmo sem ter 
em conta Custos de Menu.
 
Síntese neoclassica actual
Apesar da empresa poder escolher P0, o impacto 
geral, se todas as empresas tomarem essa decisão, 
pode ter repercussões macroeconómicas importantes.
Blanchard and Kiyotaki (1987), interpretam a diferença 
entre os custos macroeconómicos privados como uma 
externalidade originada pela rigidez.
 
Síntese neoclassica actual
Rigidez real
Mankiw and Romer (1991) consideram a interacção 
entre as imperfeições reais e nominais “uma 
característica distintiva das economias neo-
keynesianas).
A rigidez real não implica rigidez nominal; contudo a 
rigidez real amplia os efeitos de fricções nominais.
Suponhamos que, inicialmente, custos de Menu 
impedem uma redução de preços face a uma redução 
dos stocks de moeda.
 
Síntese neoclassica actual
As empresas, sendo fixadoras de preços, actuam 
num quadro que se pode chamar de “concorrência 
monopolista”(*) onde cada um fixa o seu preço, tendo 
em conta os preços dos concorrentes com produtos 
semelhantes.
Neste quadro, cada empresa manterá o seu preço e o 
Produto decresce.
Como cada empresa produz menos, a Procura 
efectiva por trabalho reduz-se.
Se a Oferta de trabalho for relativamente inelástica, 
os salários nominais e reais cairão.
 
Síntese neoclassica actual
A redução nos salários reais reduz o custo marginal o 
que, aliado à redução do número de trabalhadores, 
aumentará o produto marginal (*sempre a ideia 
obsoleta das economias de escala negativas). 
Este conjunto de factores colocará pressão acrescida 
para reduzir o preço nominal.
Contudo, quanto mais a elasticidade da Procura cair 
mais a curva da Procura se deslocará para a esquerda 
e menos incentivo haverá para reduzir os preços.
Portanto, choques nominais terão consequências reais 
tanto mais significativas quanto maior for o grau da 
rigidez real.
 
Síntese neoclassica actual
(*Considero a designação “Concorrência monopolista” 
infeliz, não apenas por ser contraditória em si mas 
também por não reflectir a realidade.
As empresas vivem num quadro de concorrência 
muito activa que envolve a melhoria constante do seu 
“marketing mix”: desenho (incluindo apelo aos 
sentidos e embalagem), serviço, incluindo variadas 
formas de comercialização, instalações comerciais, 
incluindo localização e desenho, publicidade, 
incluindo a “criação de histórias” à volta dos produtos 
e empresas, preço, etc.
 
Síntese neoclassica actual
Este ambiente, a que chamo “concorrência 
empresarial”, é a principal fonte de melhoria da 
satisfação global dos consumidores, estando os 
quadros microeconómicos, quer clássicos, quer 
keynesianos, do meu ponto de vista, 
fundamentalmente, ultrapassados pela realidade).
 
Síntese neoclassica actual
Isto pode ser melhor compreendido através da 
equação de “mark-up”.
A maximização do lucro numa empresa em 
concorrência monopolista é dada pelo produto que 
corresponde à igualdade entre Receita Marginal (MR) 
e Custo Marginal (MC).
A equação da receita marginal pode ser expressa por:
MR = P + P(1/η) (7.5)
Onde P é o preço da empresa e η é a elasticidade da 
Procuraao preço (η <0).
 
Síntese neoclassica actual
Portanto a maximização implica que:
P + P(1/η) = MC(7.6) =>
P = MC /(1 + 1/η) (7.8)
Como o Custo Marginal (MC) é o salário nominal (W) 
dividido pela Produtividade Marginal do Trabalho 
(MPL) vem:
P= (W/MPL)/(1 + 1/η) (7.9)
 
Síntese neoclassica actual
P = MC /(1 + 1/η) (7.8)
A equação (7.8) indica que P não cairá quando MC 
decresce se o mark-up aumentar suficientemente 
para compensar. 
P= (W/MPL)/(1 + 1/η) (7.9)
Ou seja, olhando para 7.9, se a Produtividade 
Marginal do Trabalho não aumentar suficientemente 
com a redução do Trabalho ou se a elasticidade da 
procura relativamente ao preço (η) não cair, o 
incentivo para alterar o preço será reduzido, 
sobretudo na presença de Custos de Menu.
 
Síntese neoclassica actual
Contribuem para aumentar a rigidez:
1) A Fase do Ciclo:
Rotemberg e Woodford (1991) sugerem que os 
mark-up desejados caem durante o auge, quando se 
torna mais difícil manter o conluio oligopolista; ie, as 
empresas tornam-se mais competitivas em períodos 
de actividade económica intensa.
Nas recessões aumenta o conluio implícito 
conduzindo a um mark-up contracíclico que actua 
como uma rigidez real, reduzindo o incentivo para a 
redução de preços.
 
Síntese neoclassica actual
Num mercado com menos actividade, há maiores 
custos de publicidade (* isto é, realmente, uma ideia 
totalmente ultrapassada sobre o papel da publicidade 
na economia actual) e de procura de produtos pelos 
consumidores.
Nos mercados mercados mais activos é plausível que 
os custos de procura sejam menores (Diamond, 
1982): talvez porque as pessoas participem mais 
facilmente em mercados onde há mais actividade, ou 
seja, o nível óptimo de actividade de cada firma 
depende do nível das outras.
 
Síntese neoclassica actual
Esta externalidade dos mercados activos desloca o 
custo marginal para cima nas recessões e para baixo 
no auge, contribuindo para a rigidez dois preços.
(* Na verdade, há factores relativos ao nível de 
actividade que actuam em ambos os sentidos, sendo 
difícil definir uma tendência clara, apenas com esta 
argumentação)
 
Síntese neoclassica actual
2) Mercados de cliente: A distinção entre mercados 
“de leilão” e de cliente foi desenvolvida por Okun 
(1975, 1981). 
A característica fundamental de um mercado de cliente 
é a reduzida frequência de procura relativamente à 
frequência de compra. 
A maior parte dos produtos é vendida através de um 
processo de procura (shopping).
 
Síntese neoclassica actual
Sendo os custos de procura elevados, o comprador 
tem sempre informação limitada e os fornecedores 
algum poder monopolista, mesmo existindo um 
elevado número de empresas.
Nos mercados de cliente é do interesse do 
vendedor desencorajar a procura de alternativas 
pelo será mais fácil alterar preços.
 
Síntese neoclassica actual
Se, por um lado, um aumento de preços será 
imediatamente notado, um decréscimo levará 
algum tempo a ser percebido pelo mercado
Estes efeitos combinados tenderão a produzir 
alguma rigidez.
 
Síntese neoclassica actual
 3) Rigidez no processo input–output.
Gordon (1981, 1990) chamou a atenção para a 
impossibilidade da acção de uma empresa 
poder eliminar o efeito do ciclo económico global 
num mundo onde existem milhares de empresas 
a comprar milhares de componentes de 
numerosas firmas muitas das quais residentes 
noutros países.
 
Síntese neoclassica actual
(* ou seja, ser price taker, ie, operar em 
condições próximas da concorrência perfeita, 
pode criar rigidez porque, não existindo nenhum 
leiloeiro virtual, é sempre necessária a acção 
concreta de uma empresa para que o processo 
se inicie.
Não havendo qualquer garantia de sucesso, não 
há incentivo para a acção e os preços ganham 
rigidez) 
 
Síntese neoclassica actual
Além disso, sendo impossível conhecer toda a 
rede de fornecedores-produtores não há certeza 
da tendência dos custos e receitas marginais após 
um choque na Procura.
As empresas não sabem se os seus custos cairão 
proporcionalmente à sua procura porque muitos 
fornecedores enfrentam condições de mercado 
diferentes.
Reduzir preços nestas circunstâncias pode ser 
muito perigoso.
 
Síntese neoclassica actual
4) Imperfeições no mercado de empréstimos
Um importante obstáculo é o problema da 
assimetria de informação entre bancos e empresas 
no processo de crédito: os mutuários estão muito 
mais bem informados sobre o seu negócio do que o 
mutuante.
Durante o auge, quando as empresas têm mais 
lucros há mais fundos; durante as recessões, 
havendo menos fundos, o custo dos empréstimos 
aumenta. Sendo o custo do capital contracíclico, o 
risco associado a uma redução dos preços 
aumenta.
 
Síntese neoclassica actual
6) Relação preço-qualidade
Baixando os preços as empresas arriscam-se a que 
os clientes interpretem este movimento como uma 
redução da qualidade (* é pouco provável em 
situações de alteração do ciclo onde os clientes 
“esperam” uma reacção da parte das empresas)
 
Síntese neoclassica actual
Para uma tomada de decisão racional as 
exigências são enormes: a empresa terá que 
conhecer a posição e configuração das suas 
curvas de Procura mas também de prever o 
comportamento de todas as outras empresas no 
complexo fornecedores-produtores e de todas 
variáveis que influenciam a Procura Agregada.
 
Síntese neoclassica actual
Portanto, utilizar regras simples é normalmente a 
solução mais próxima do óptimo, o que é reforçado 
pelo facto de, se as outras firmas agirem de forma 
semelhante, originar um comportamento padrão e as 
perdas serem minimizados.
 As regras mais usadas são:
(1) mark-up tal como se desenvolveu antes (* o que 
não deixa de ser algo complexo porque implica 
calcular a elasticidade da procura ao preço);
 
Síntese neoclassica actual
(2) (*Fixação de uma MB de comercialização, isto é:
P = V/MB | 0<MB<1 
Onde V representa os Custos Médios Variáveis e MB 
a Margem Bruta desejada.
Assumindo uma MB de 50%, o Preço de um produto 
será 40 se o seu Custo Médio Variável for 20; se o 
custo médio subir para 22, passará a custar 44; se 
descer para 18, será colocado no mercado a 36.
 
Síntese neoclassica actual
Note-se que nesta técnica, se assume, normalmente, 
uma produtividade marginal invariável e que as 
alterações de V correspondem, essencialmente, a 
variações dos gastos intermédios, ie, dos preços das 
empresas fornecedoras).
(3) Seguir os outros: esperar pelos outros e actuar na 
mesma direcção (* ou apostar na direcção oposta).
Isto origina alguma fixação de preços do que resulta 
um prazo maior de ajuste aos choques na Procura.
(* Ao contrário isto parece favorecer a reacção em 
cadeia, bastando uma alteração numa empresa para 
desencadear uma acção em muitas outras)
 
Síntese neoclassica actual
Rigidez dos salários
Segundo os Keynesianos há três tipos de rigidez:
 (1) implicitas aos contratos; (2) de eficiência; (3) 
das relações entre contratados e não contratados 
(insiders-outsiders).
Aparentemente há muito menos rotação no mercado 
de trabalho do que as teorias poderiam sugerir; mais 
ainda, os salários divergem frequentemente da 
produtividade marginal.
 
Síntese neoclassica actual
(1) Rigidez implícita nos contratos
Os contratos de trabalho e não o leiloeiro 
walrasiano conformam as relações laborais.
Mesmo que sob forma implícita, trabalhadores e 
empregadores assumem relações mais ou menos 
estáveis que garantam a lealdade de uns e as 
condições de trabalho a outros.
Porque asseguram salários estáveis as empresas 
pagam salários reais mais baixos(*??) do que a 
média das remunerações altamente instáveis 
ditadas pelas forças de mercado.
 
Síntese neoclassica actual
O problema com esta teoria é que prevê o acordo e 
não o despedimento quando o clima económico se 
deteriora o que é contrário à observação.
Esta teoria também não explica porque não paga 
salários mais baixos aos novos recrutamentos, uma 
vez que, para eles, não existem, ainda, contratos.
 
Síntese neoclassica actual
(2) De eficiência
Qualquer explicação aceitável do desemprego 
involuntário tem que demonstrar porque os 
trabalhadores não estão dispostos a baixar os 
seus salários até um nível que gere o pleno 
emprego.
As teorias de eficiência sugerem que não é do 
interesse das empreas baixar os salários porque 
a produtividade (esforço) depende do salário 
real, pelo menos numa faixa significativa.
 
Síntese neoclassica actual
O modelo de Solow (1979) fornece a estrutura 
básica dos modelos de salários de eficiência, onde 
reduzir salários pode significar baixar a 
produtividade e aumentar custos.
Assumamos que, numa economia de concorrência 
perfeita, cada empresa tem a função de produção:
 
Síntese neoclassica actual
Q = AF[e(w)L], e ′( w ) > 0 (7.10)
Onde Q é a produção da empresa, A é o factor de 
produtividade, w o salário real e L a quantidade de 
trabalho. O esforço (e) é uma função crescente do 
salário real (w), assumindo-se os trabalhadores 
como iguais.
A empresa procura maximizar os seus lucros (π), 
dados pela equação:
π = AF[e( w ) L] − wL (7.11)
 
Síntese neoclassica actual
Como o esforço entra na equação como e(w), uma 
redução no salário real abaixo daquele que gera o 
esforço máximo pelo trabalhador, poderá baixar os 
lucros da empresa.
Podendo contratar todos os trabalhadores que 
deseje ao salário que oferece, a empresa 
maximizará o seu lucro oferecendo um salário de 
eficiência w* que satisfaça as seguintes condições:
 
Síntese neoclassica actual
- que a elasticidade do esforço com respeito ao 
salário real seja 1, ei, que minimize os custos 
por unidade de eficiência;
- que a empresa continue a contratar pessoal até 
ao ponto em que o seu produto marginal iguale o 
salário de eficiência.
 
Síntese neoclassica actual
A primeira condição é ilustrada 
pela figura 7.5. No painel (a) a 
curva de esforço E mostra a 
relação entre o esforço dos 
trabalhadores e o salário real. 
Inicialmente há uma região de 
retornos crescentes onde a taxa 
de crescimento do salário real 
gera uma produtividade mais 
que proporcional.
 
Síntese neoclassica actual
O esforço (produtividade) por 
unidade monetária (derivada da 
função E) é e/w que é 
maximizado no ponto M, onde 
0X é tangente à função esforço.
Como e/w tem o máximo em M, 
com um salário de eficiência 
w*, o custo salarial por unidade 
de eficiência atinge o mínimo 
em w*
 
Síntese neoclassica actual
Na segunda condição, se a Procura agregada 
por trabalho, ao salário w* é menor que a Oferta 
agregada de trabalho, haverá desemprego 
involuntário.
Como o salário óptimo w* não depende nem do 
nível de emprego ou do parâmetro de alteração 
de produtividade (A) um choque que altere a 
Procura agregada de trabalho conduzirá a uma 
alteração no emprego mas não a uma alteração 
do salário real de eficiência. 
 
Síntese neoclassica actual
Isto é ilustrado na figura 7.6. Aqui 
DL1 mostra o produto marginal do 
trabalho para um dado esforço (e*). 
Se o salário de eficiência excede o 
de saldo do mercado (w), então o 
equilíbrio do mercado é consistente 
com desemprego involuntário U. 
Se um choque desloca a curva da 
Procura para DL2, o desemprego 
involuntário aumentará porque o 
salário de eficiência se mantém em 
w*.
 
Síntese neoclassica actual
Só se o salário de equilíbrio 
Walrasiano exceder o salário de 
eficiência é que não haverá 
desemprego involuntário (see 
Abel and Bernanke, 2001).
Com w > w* as empresas teriam 
que pagar o salário de equilíbrio 
walrasiano (w) mas, por razões 
que analisaremos 
posteriormente, é provável que 
w* seja sempre maior que w.
 
Síntese neoclassica actual
Se um aumento do 
desemprego influenciar o 
esforço dos trabalhadores, a 
curva do esforço deslocar-se-á 
para cima, o que baixa o 
salário a que e/w é 
maximizado.
Na figura 7.5 uma alteração de 
E para E1 origina que e/w 
tenha, agora, um máximo em 
M1, com um novo salário de 
eficiência em w1*.
 
Síntese neoclassica actual
Até agora assumimos que o esforço está 
positivamente relacionado com o salário real.
Os teóricos da Síntese explicam esta relação 
apelando a Marshall, que observou que “trabalhadores 
bem pagos são, em geral, eficientes e, 
consequentemente, não encarecem o trabalho’ 
(Marshall, 1920).
Mais tarde a ideia de salário de eficiência reapareceu 
na literatura ligada às economias em 
desenvolvimento, onde melhores salários estão 
ligados a melhor nutrição.
 
Síntese neoclassica actual
Nas economias desenvolvidas modernas esta noção 
está relacionada com os seguintes aspectos:
(i) a selecção dos melhores (Weiss, 1980): as 
empresas que pagam melhor atraem os melhores 
trabalhadores.
(ii) a rotação de pessoal (Salop,1979): a rotação, 
associada ao processo de recrutamento, selecção, 
formação e aquisição de destreza pelo processo de 
repetição, tem custos elevados que devem ser tidos 
em conta.
 
Síntese neoclassica actual
(iii) É frequente a empresa necessitar da realização de 
tarefas que não estão especificadas no contrato ou 
não são habituais; trabalhadores bem pagos aceitam 
mais facilmente novas atribuições.
Uma perspectiva semelhante tem a ver com o 
processo de monitorização do esforço (Leibenstein, 
1979). O controlo pode ser muito caro sendo mais 
barato fomentar o esforço e dedicação com melhores 
salários.
 
Síntese neoclassica actual
(iv) a justiça nas relações laborais (Akerlof, 1982). O 
impacto moral de salários justos e injustos tem uma 
influencia decisiva na produtividade.
Estas questões aparecem frequentemente 
relacionadas com os salários relativos (aos seus 
colegas e firmas semelhantes), o status, confiança, 
lealdade e equidade.
 
Síntese neoclassica actual
(3) Relações entre empregados e desempregados 
(insiders-outsiders).
Qual a razão para que pessoas desempregadas não 
ofereçam o seu trabalho abaixo dos salários actuais 
dos empregados quando, se o fizessem, poderiam 
aumentar o emprego e tornar-se empregados?
Este aspecto foi teorizado nos anos 1980 por 
contribuições de Lindbeck e Snower (1985, 1986, 
1988a, 1988b).
 
Síntese neoclassica actual
Neste modelo, ao contrário dos modelos de 
eficiência onde as empresas decidem pagar 
salários superiores aos de equilíbrio walrasiano, 
são os empregados que detêm pelo menos algum 
poder para determinar os salários e emprego.
Não são assumidos efeitos directos dos salários na 
produtividade.
 
Síntese neoclassica actual
Teoria do Ciclo Económico da Síntese Neoclássica 
actual:
Os teóricos da Síntese Neoclássica actual aceitam 
que os choques podem ter origem na Procura ou na 
Oferta..
 O que reforçam é que existem fricções e 
imperfeições na economia que amplificam esses 
choques o que pode originar grandes flutuações no 
Produto e emprego, mesmo quando os choques são 
pouco significativos.
O foco destas teses não é a origem mas como a 
economia responde aos choques.
 
Síntese neoclassica actual
Na economia keynesiana há pelo menos duas 
perspectivas de pesquisa no que diz respeito às 
flutuações cíclicas.
1) A preponderante dá importância à rigidez 
nominal
2) A outra segue Keynes

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