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Keynes A novidade teórica de Keynes e a sua proposta central, é a de que a Procura Efectiva e as alterações quantitativas do Produto determinam o equilíbrio, mais do que os preços. O princípio da Procura Efectiva diz-nos que, numa economia com capacidades ociosas, o Produto (e consequentemente o emprego) são determinados pela Despesa Agregada que é composta pela despesa de consumo das famílias (C) e a despesa de Investimento das empresas (I). Keynes Numa economia simplificada (sem Estado nem Relações Externas), apenas existem dois tipos de agentes: empresas e famílias e a Despesa, quer no modelo clássico, quer no keynesiano, é dada pela equação E =C+I (2.18) Keynes Recordemos que, no modelo clássico, Consumo, Poupança e Investimento são todos funções da taxa de juro. E = C(r) + I(r) = Y (2.10), No modelo Keynesiano, o desenvolvimento da equação comum (2.18) não resulta na equação (2.10) mas sim em: Y = a + C(Y) + I Sendo C = a + C(Y) Keynes O Consumo é parcialmente endógeno, isto é, tem uma componente C(Y) que depende do rendimento e uma componente (a) autónoma (exógena) que depende de factores não exclusivamente económicos. Por sua vez, o Investimento é, também, exógeno, dependendo da rentabilidade esperada (a que Keynes chamou Eficiência Marginal do Capital). Consequentemente, No modelo keynesiano, o Emprego e o Produto dependem dos factores exógenos dos quais se destaca o Investimento como o factor mais instável Keynes A Rentabilidade é muito mais importante do que a taxa de juro para determinar o investimento. A decisão de Investir implica comprar agora meios para produzir bens que serão vendidos no futuro o que implica a sua forte dependência das expectativas dos agentes. As expectativas sobre o nível da Procura e Custos, no futuro, envolvem esperanças e receios, tanto quanto factos, o que sujeita a Rentabilidade Esperada do Capital a súbitas flutuações. Keynes Na análise keynesiana, as alterações no consumo autónomo das famílias atingem montantes pouco significativos; são, sobretudo, as flutuações violentas na Eficiência Marginal do Capital que provocam os choques que determinam as alterações na Procura Agregada: a fonte principal das flutuações económicas provém do lado “real” da economia. São também flutuações que, iniciando-se do lado da Procura, por serem fortemente relacionadas com o Investimento, têm importância decisiva na Oferta futura. Keynes O Efeito Multiplicador Devido ao multiplicador, qualquer perturbação no Investimento terá um impacto acrescido no Produto Agregado. Seja c a propensão marginal para o Consumo c = (∆C/∆Y), existindo igualmente um consumo autónomo (a) a equação do consumo é: Keynes C = a + cY (2.19) Substituindo (2.19) em (2.18), vem: Y = a + cY + I (2.20) => Y – cY = a + I => Y(1 – c) = a + I = > Y = ( a + I ) /(1 − c) (2.21) Onde 1/(1 – c) é o multiplicador, que podemos designar por k Y = (a+I)k Keynes Donde, derivando em ordem a I, vem: dY = dIk (2.22) “Quando há um incremento no investimento agregado, o rendimento aumentará de um montante que é k vezes o investimento” (Keynes, 1936, p. 115). Um raciocínio semelhante pode ser feito para o consumo autónomo, obtendo: dY = dak Keynes Ceteris paribus (tudo o resto igual), sendo: 1 > c > 0; Então, se c1 > c2 (1-c1) < (1-c2) e 1/(1-c1) > 1/(1-c2) Ou seja, o multiplicador é tanto maior quanto maior for a propensão para o consumo. Keynes A lógica do multiplicador é a seguinte: - um incremento autónomo na Procura (∆I) determinará, inicialmente, um aumento do rendimento por um montante equivalente; - este, por sua vez, aumentará o consumo em c∆I; - deste, resultará um novo incremento do rendimento c∆I, que provocará um segundo aumento do consumo de c(c∆I); e assim sucessivamente. Keynes Portanto, temos a soma de uma série geométrica infinita:: ∆Y = ∆I + c¹∆I + c²∆I + … = ∆I (1 + c¹ + c² + …) ∆Y = ∆I /(1 – c) porque (1 + c¹ + c² + c³ + ...) = 1/(1 – c). Keynes Notemos que, em toda esta análise assumimos capacidades ociosas. Ou seja, as empresas podem responder à procura adicional empregando mais trabalho para aumentar o produto; havendo um aumento multiplicado do produto haverá, consequentemente, um aumento multiplicado do emprego. Keynes De acordo com o modelo keynesiano, vários factores podem limitar o multiplicador, incluindo o deslizamento (“crowding out”) do Investimento devido ao aumento das taxas de juro. No caso de uma economia em pleno emprego, um aumento do investimento originará “uma tendência para que os preços aumentem sem limite, independentemente da propensão marginal para o consumo” (Keynes). Analisaremos estas e outras limitações, no tema sobre a Escola Ortodoxa Keynesiana. Keynes Moeda Recordemos a equação de equilíbrio clássica: S(r) = I(r) (2.12) Para Keynes a taxa de juro é um fenómeno meramente monetário, determinado pela preferência para a liquidez e a oferta de moeda determinada pelas autoridades monetárias Keynes Adicionando à procura para a realização de transacções, as motivações de precaução (entesouramento) e especulativas (esta sensível à taxa de juro), Keynes rejeitou a noção clássica de que o juro seria a recompensa pelo adiar do consumo, considerando-a, antes, o prémio por nos privarmos da liquidez, ou seja, da segurança do entesouramento. Keynes Havendo incerteza, haverá sempre razões para preferir manter moeda a outros activos financeiros, como obrigações ou acções. Portanto, a preferência pela liquidez exercerá sempre maior influência sobre a taxa de juro do que a poupança. Variando a preferência pela liquidez, a estabilidade da Procura por moeda é posta em causa. Sendo m a preferência pela liquidez, a moeda disponível para as transacções deixará de ser M passando a ser (1-m)M. Keynes Partindo da equação clássica MV = PY (2.16) Passamos a ter: (1-m)MV = PY (2.16*) Keynes Portanto, quando m cresce: V = (1-m)-¹PY/M; Ou a velocidade de circulação (V) cresce; (*) M = (1-m)-¹PY/V Ou a quantidade de moeda (M) cresce; (*) P = (1-m)MV/Y Ou o nível de preços (P) se reduz; (*) Y = (1-m)MV/P Ou se reduz o Produto (Y). (*) Estas equações são minhas Keynes Dito de outra forma, o Produto e o Emprego dependem da Despesa Efectiva (C+I), o que cria um potencial para a instabilidade devido ao Investimento depender das expectativas. Um futuro incerto, também cria um maior ou menor desejo de liquidez: portanto as alterações na Procura e Oferta de Moeda podem influenciar o produto e o emprego. Keynes A proposta clássica de que a quantidade de Moeda é neutra é, portanto, rejeitada: um aumento na oferta de Moeda, ao reduzir a taxa de juro, pode estimular a despesa agregada por via do aumento do investimento e do multiplicador: + ∆M → − ∆r → + ∆I → +∆Y, + ∆L (2.23) Keynes Sendo a curva da Oferta perfeitamente elástica, a Procura resultante de um aumento da quantidade de moeda originará um aumento do Emprego e do Produto sem qualquer efeito no nível de preços. Contudo, não sendo a curva da oferta perfeitamente elástica, um aumento da Procura repartir-se-á entre o aumento do Produto e do Emprego e o aumento dos preços, até se atingir o pleno emprego, onde a Oferta se torna totalmente inelástica, aplicando-se o modelo clássico. Keynes Usando a figura 2.4 podemos ilustrar a questão levantada por Keynes relativamente à Moeda e à Procura.Se em vez de AD(M1) tivermos, por qualquer motivo, AD*, à esquerda de AD(M0), teremos, para W0, W0/P* o que determinará R e S sobre Dl e Sl, respectivamente * Keynes A distância RS representa um excedente de Oferta (S) sobre a procura (R). Recordemos que XZ representava um excedente de procura (Z) sobre a oferta (X); agora temos, inversamente, um excedente de oferta. * Keynes Se o excedente de procura era relativamente simples de resolver, através da concorrência entre empresários, fazendo subir o salário nominal para W1, agora iremos assistir a uma dura resistência dos trabalhadores para impedir que os seus salários desçam. * Keynes O nível de emprego descerá para o ponto R, reduzindo o produto. Para a economia clássica o problema resolve-se, espontaneamente, mesmo havendo rigidez dos salários, porque a um menor volume de produto corresponderá um aumento de preços para P0 e o equilíbrio retornará, mais cedo ou mais tarde, a L0Y0. * Keynes Os trabalhadores poderiam ter evitado o desemprego involuntário temporário, bastando para isso que os salários fossem perfeitamente flexíveis e tivessem baixado para W*, com W*/P* = W0/P0. Contudo, mesmo sem essa flexibilidade, a economia retorna, espontâneamente, ao equilíbrio. * Keynes Para Keynes, a estes níveis de Emprego e de Produto, corresponderá uma nova queda da Procura para AD** que: a) poderá perpetuar o desequilíbrio em RS; b) ou acentuá-lo; c) ou reduzi-lo. Tudo dependerá das expectativas que a redução do emprego e do Produto criar, sobretudo, nos investidores. * Keynes A tese clássica é que o problema foi criado pela falta de flexibilidade dos salários resultantes de interferências extra económicas. O desemprego involuntário poderia ser evitado mas, se não houver mais interferências externas, a economia resolve, espontaneamente, o problema. Keynes A tese keynesiana é que, existindo o problema, tem que ser resolvido o mais rapidamente possível. Sendo necessário fazer descer os salários reais, para que o equilíbrio retorne ao nível de emprego L0, há que procurar a melhor forma de o fazer: reduzindo o salário nominal ou aumentando os preços. O corte salarial é para Keynes ineficaz porque, numa democracia, caracterizada pela negociação salarial, as reduções só poderão ser conseguidas após “lutas ruinosas e desastrosas” produzindo um resultado final injustificável sob qualquer critério de justiça social ou benefício económico. Keynes Sendo a resistência dos trabalhadores à descida salarial muito mais intensa do que à subida do custo de vida (até porque é difícil uma identificação clara entre esta última e os seus empregadores directos), será mais fácil obter o resultado económico desejado através de uma subida dos preços. Além desta objecção prática, um declínio nos salários nominais teria como consequência, provavelmente, uma redução de preços dos bens de consumo, o que poderia deteriorar as expectativas, conduzindo a novas reduções na Procura Agregada, quer pela redução do Investimento, quer da propensão para o consumo. Keynes Em resumo: Na economia clássica uma decisão de refrear o consumo é equivalente à decisão de consumir mais, no futuro: os recursos serão direccionados para a produção de bens de capital que garantirão esse fluxo de bens de consumo no futuro. Um crescimento na poupança transforma-se automaticamente num crescimento do investimento por via do ajustamento da taxa de juro. Keynes Para Keynes o produto e o emprego são determinados pela Procura e o mercado de trabalho não pode garantir o pleno emprego. A taxa de juro é determinada no mercado monetário onde a procura de crédito é determinada pela rentabilidade marginal dos investimentos. As decisões de investimento têm, não apenas efeito directo no Produto mas também um efeito acrescido, resultante do efeito multiplicador. Keynes A diferença entre Investimento e Poupança Planificados conduz a ajustamentos nas quantidades produzidas e não apenas na taxa de juro. Neste sentido, no modelo Keynesiano, os mercados nem sempre saldam, no sentido clássico, invalidando a Lei de Say: É a Procura que cria a sua própria Oferta e não a Oferta que cria a sua própria Procura. A Escola Ortodoxa keynesiana A Escola Ortodoxa refere-se aos autores, desde o período pós-guerra até à síntese neo-clássica, cujos princípios são: 1) A economia é intrinsecamente instável e sujeita a choques erráticos. 2) Esses choques são, em primeiro lugar, atribuídos a alterações na Eficiência Marginal do Investimento, como resultado de mudanças na confiança dos investidores. A Escola Ortodoxa keynesiana 3) O Produto e o Emprego são, essencialmente, determinados pela Procura Agregada (AD); 4) A política fiscal é, em geral, preferida à política monetária, porque actua directamente sobre a Procura Agregada (AD). A Escola Ortodoxa keynesiana 5) A economia demora muito tempo para retornar a valores próximos do pleno emprego; a economia não se auto equilibra rapidamente; as autoridades podem influenciar o nível da Procura Agregada Efectiva, garantindo um retorno mais rápido ao pleno emprego. A Escola Ortodoxa keynesiana * Este último princípio é contraditório com o primeiro: “a economia é intrinsecamente instável”. A aceitação filosófica e matemática desta capacidade, mesmo que lenta, de auto-regulação permitiu a evolução futura no sentido da aceitação do princípio clássico do equilíbrio, como regra geral, dentro da qual o desequilíbrio apenas seria um caso particular e temporário, virando de cabeça para baixo as teses de Keynes. Neste sentido, a escola Ortodoxa keynesiana é muito pouco ortodoxa e muito pouco keynesiana A Escola Ortodoxa keynesiana Hicks (1937) e Modigliani (1944) tentaram expressar estes princípios matematicamente no que é conhecido como o modelo IS-LM. Outras contribuições para a economia ortodoxa keynesiana foram feitos Modigliani e Brumberg (1954), Patinkin (1956), Phillips (1958) and Tobin (1958). A Escola Ortodoxa keynesiana O modelo assume que o nível de Emprego e do Produto é inteiramente determinado pela Procura Agregada. As restrições do lado da Oferta são ignoradas: a oferta apresenta sempre capacidade para satisfazer a Procura. A Escola Ortodoxa keynesiana Comecemos por um modelo simplificado de uma economia fechada. A Procura Agregada é composta pelo Consumo, Gastos Públicos e Investimento. O Consumo é directamente proporcional (1) ao Rendimento Disponível; os Gastos do Estado são determinados exogenamente; e o Investimento é inversamente proporcional à taxa de juro determinada pela interacção entre os mercados monetário e de bens (1) No sentido em que, crescendo um, cresce o outro (proporcionalidade directa) ou que crescendo um, o outro decresce (proporcionalidade inversa), independentemente de haver ou não componentes autónomas. A Escola Ortodoxa keynesiana * Na verdade, a tese de keynes, é a de que o Investimento não tem uma relação estável com a taxa de juro mas sim com a Rentabilidade Marginal do Investimento que depende das perspectivas de vendas, custos e taxas de Juros futuras e do risco que lhe está associado. Keynes rejeita expressamente a relação directa e estável do Investimento com a taxa de Juro que é um dos axiomas do modelo IS-LM. A Escola Ortodoxa keynesiana A curva IS A curva IS (IS = Investment Savings) representao equilíbrio no mercado de bens que decorre da igualdade entre o Investimento e a Poupança: I = S. A sua inclinação depende da elasticidade do investimento relativamente à taxa de juro e do valor do multiplicador. A curva será tanto mais horizontal quanto mais o investimento for elástico relativamente à taxa de Juro (dI/dr↑) e quanto maior for o valor do multiplicador (k↑). 1000 1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700 1800 1900 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 IS1 IS2 A Escola Ortodoxa keynesiana Para um mesmo valor Δr = 1 (entre 5 e 4, por exemplo), Y(1) varia de 1.100 para 1.300, enquanto Y(2) varia de 1.300 para 1.700. A variação de Y depende, não apenas da resposta de I ao Juro mas também de dY/dI, do crescimento de Y relativamente ao crescimento de I, ie, do multiplicador. dY(1) dY(2) A Escola Ortodoxa keynesiana A curva IS corresponde a um dado nível de Gastos de Estado, Impostos e expectativas: um maior nível de Gastos, menores impostos ou a melhoria das expectativas, desloca a curva para a direita e vice- versa. * O modelo deveria sempre prever que, a um nível diferente de G, T e expectativas, correspondessem diferentes pendentes de IS. A Escola Ortodoxa keynesiana * Contudo, ao desenvolver as suas teses sobre o equilíbrio, a Escola Ortodoxa mantém as pendentes, contradizendo frontalmente as teses de Keynes contidas nos seus próprios princípios 1) e 2), supra. A expressão Ceteris Paribus (mantendo-se o resto constante) esconde, frequentemente, o facto de variações essenciais serem tidas como constantes, deturpando os fundamentos da teoria que devem ser sempre mantidos A Escola Ortodoxa keynesiana A Curva LM A curva LM (Liquidity Money) representa o equilíbrio no mercado monetário, decorrente da igualdade entre a procura de Liquidez (L) e a Moeda (M): L = M. É assumido que a Oferta de Moeda (M) é exógena e determinada pelas autoridades monetárias. * Em todos desenvolvimentos sobre o equilíbrio M é constante o que não corresponde ao que se observa em todas as economias modernas. A Escola Ortodoxa keynesiana São identificados 3 motivos para a Procura de Moeda: transacções, entesouramento e especulação. Assume-se que a Procura para transacções e entesouramento é determinada pelo Rendimento; a Procura para a especulação depende do nível actual da taxa de juro face à taxa considerada “normal”. Quanto maior for a taxa de Juro mais ela poderá vir a baixar pelo que a Procura de Moeda para especulação desce quando sobe a taxa de Juro. A Escola Ortodoxa keynesiana Quando se espera que o juro vá descer, os excedentes em moeda são convertidos em títulos que vêm o seu valor actualizado aumentado pelas taxas de juro mais reduzidas VAL = CF/(1+r)n A Escola Ortodoxa keynesiana Ceteris paribus, à medida que o rendimento aumenta, a Procura para transacções e entesouramento (*) aumentam, o que, para uma dada quantidade de Moeda (M), obriga a uma taxa de juro maior para reduzir a Procura de Moeda para fins especulativos, mantendo o equilíbrio. * O entesouramento pode diminuir com o rendimento, hipótese que nunca é contemplada nas teses “ortodoxas” sobre o equilíbrio. A Escola Ortodoxa keynesiana À medida que a Despesa e o Rendimento aumentam, a Procura de Moeda para Transacções e entesouramento aumentam. Mantendo-se M, a Procura de moeda para Especulação tem que se reduzir para manter o equilíbrio (o que implica um aumento da taxa de Juro). Especu- lação Transacções e segurança M Espe- cula- ção Transacções e segurança * A Escola Ortodoxa keynesiana A inclinação da curva depende da elasticidade da Procura de Moeda ao Rendimento e ao Juro. A curva será tanto mais horizontal: quanto menor for a elasticidade da Procura de Moeda ao Rendimento (uma menor variação da Procura de Moeda em função do Rendimento necessita de menor alteração das taxas de juro para equilibrar); e quanto maior for a elasticidade ao Juro (quanto mais a Procura de Moeda reagir ao Juro, menor subida nos juros será necessária para equilibrar a mesma Procura). 1000 1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700 1800 1900 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 LM1 LM2 A Escola Ortodoxa keynesiana dY(1) dY(2) Para um mesmo valor Δr = 1 (entre 2 e 3, por exemplo), Y(1) varia de 1.100 para 1.300, enquanto Y(2) varia de 1.300 para 1.700. A variação de Y depende do crescimento da Procura de Moeda relativamente ao crescimento do rendimento (dL/dY), mas também da resposta de L ao Juro (dL/dr) A Escola Ortodoxa keynesiana A curva LM corresponde a uma dada Oferta de Moeda (M), nível de preços e expectativas.* Um política monetária expansionista (um incremento de M) desloca a curva LM para a direita e vice-versa (ceteris paribus, incrementando-se M, a cada nível de rendimento deve ter associada uma taxa de juro menor para manter o equilíbrio no mercado monetário). * Também aqui a pendente de LM devia variar A Escola Ortodoxa keynesiana Dois pontos a sublinhar: 1) A intersecção das curvas corresponde ao valor da taxa de juro consistente com o equilíbrio; 2) Se o nível de Rendimento estiver abaixo do pleno emprego, as políticas monetária e fiscal terão um papel na estabilização da economia A Escola Ortodoxa keynesiana Política Fiscal Na figura 3.3 a economia está, inicialmente, no ponto de equilíbrio em r0Y0 abaixo do pleno emprego. Uma política fiscal expansionista desloca a curva IS para a direita do que resulta uma subida da taxa de juro de equilíbrio para r1 e do Rendimento para Y1. A Escola Ortodoxa keynesiana A política fiscal influenciará mais a Procura Efectiva: 1) Quanto mais elástica for a Procura por Moeda relativamente ao Juro: a mesma deslocação de IS origina um maior incremento de Y quando LM é mais horizontal LM IS0 IS1 (a) r y * A Escola Ortodoxa keynesiana 2) Quanto menos elástico for o Investimento em relação ao juro: a mesma deslocação de IS origina um maior incremento de Y quando IS é mais vertical LM IS0 IS1 (a) r y * A Escola Ortodoxa keynesiana Casos extremos: 1) “Classical range”: A Procura de Moeda é inelástica face à taxa de juro - curva vertical LM: uma expansão fiscal não terá efeito porque o aumento da taxa de juro reduzirá o investimento num montante idêntico ao dos Gastos do Estado (100% de deslizamento do Investimento); LM IS0 IS1 (a) r y * A Escola Ortodoxa keynesiana Casos extremos: 2) Liquidity Trap (Armadilha da Liquidez): A Procura de Moeda é totalmente elástica face ao Juro; a curva LM é horizontal; a expansão fiscal resultará no efeito multiplicador total (0% de deslizamento do Investimento); LM IS0 IS1 (b) y0 yy1 * A Escola Ortodoxa keynesiana Na figura 3.4, a economia está em equilíbrio em r0Y0, abaixo do pleno emprego. Uma política monetária expansionista desloca a curva LM para a direita, originando a queda da taxa de Juro e o aumento do Rendimento de Equilíbrio. A política monetária será tanto mais efectiva quanto: 1) A curva LM for vertical (Procura de Moeda mais inelástica); (ii) A curva IS for horizontal (investimento elástico) A Escola Ortodoxa keynesiana Casos extremos: Nos casos extremos de uma curva LM horizontal (armadilha da liquidez) ou IS vertical o mecanismo de transmissão da política monetária não funciona. LM IS0 (a) r y * LM0 IS0 (b) r y LM0 y0 y0 A Escola Ortodoxa keynesiana Desta discussão resultaque as políticas fiscal e monetária, em circunstâncias normais (fora dos caos especiais), deverão influenciar o Produto e o Emprego, dependendo quantitativamente das pendentes das curvas. A Escola Ortodoxa keynesiana Na visão Ortodoxa keynesiana a Procura por Moeda é relativamente elástica (LM mais horizontal) e o investimento pouco elástico (IS mais vertical) Perturbações no lado real da economia (alterações de IS) tenderão a dominar as alterações do Rendimento e a política fiscal é privilegiada. A mesma deslocação de IS (política fiscal: IS1-LM0) e de LM (política monetária: IS0-LM1) origina, para a política fiscal (linha vermelha), uma maior deslocação de Y do que para a política monetária (linha verde) LM1 IS0r y * IS1 YmYf LM0 A Escola Ortodoxa keynesiana Foi encontrada inicialmente (pós-guerra) , correspondência empírica desta elasticidade (Klein, 1968) tendo-se, contudo, tornado muito contestada na década de 1960. A Escola Ortodoxa keynesiana O painel superior da figura 3.5 apresenta o modelo IS-LM convencional; o inferior a posição do orçamento determinada pela relação entre os Gastos de Estado (G), exógenos, e os impostos (T), endógenos e dependentes do nível do Rendimento. Em Y0, o orçamento está equilibrado (G = T). A Escola Ortodoxa keynesiana Suponhamos que as autoridades tentem aumentar o Rendimento e Emprego aumentando o Gastos de Estado. A curva IS desloca-se para a direita e G desloca-se para baixo. Em Y1, temos um deficit orçamental igual a AB. A Escola Ortodoxa keynesiana Enquanto o deficit persistir as autoridades terão que emitir mais dívida o que conduzirá a um aumento da riqueza no sector privado, aumentando o consumo e a Procura de Moeda. Se o efeito no consumo (que desloca a curva IS para a direita) ultrapassar a Procura por Moeda (que desloca LM para a esquerda) então, a longo prazo, uma expansão fiscal, baseada em Dívida, resultará no incremento do Produto para Y2 onde o deficit desaparece. A Escola Ortodoxa keynesiana O deslizamento do Investimento desaparece e, se forem tidos em conta os juros, G deslocar-se-á para além de Y2 e voltamos a ter deficit, repetindo o processo. A Escola Ortodoxa keynesiana Torna-se, portanto, evidente que incorporar o efeito riqueza e o Orçamento de Estado no modelo IS-LM, torna o aumento de G, baseado na emissão de Dívida, muito eficaz para o aumento do Produto e Emprego. Uma objecção a estas previsões deriva do teorema da Equivalência Ricardiana que diz que o peso dos Gastos Estatais é equivalente, no sector privado, a um aumento de impostos, porque os agentes antecipam a necessidade de maior carga fiscal futura para fazer face ao pagamento do capital em dívida e juros. A Escola Ortodoxa keynesiana Os impostos futuros serão, portanto, descontados o que anulará o valor da dívida Barro (1974): os agentes económicos aumentarão a sua poupança actual para fazer face aos impostos futuros e a Procura Agregada não aumentará. Em resposta argumenta-se que os impostos futuros pertencem à próxima geração, ao que Barro argumenta com a solidariedade inter-geracional. A Escola Ortodoxa keynesiana Outro argumento é que, sendo os juros do Estado menores que os do sector privado, a actualização dos valores através das taxas de juro do sector privado deixará um remanescente de riqueza. A Escola Ortodoxa keynesiana * Antes de tudo não faz qualquer sentido que a simples troca de forma da riqueza (dinheiro por título) represente alguma alteração de valor. O aumento da riqueza privada não será, portanto, outro que não seja o VAL dos Juros do Título, o que é significativamente menor que o valor do título. Contudo, por mais reduzido que seja, constitui um aumento da riqueza sem o que não faria qualquer sentido comprar dívida estatal. Pode argumentar-se que todos os agentes privados (os que compram dívida e os outros), antecipando impostos futuros, reduzirão a despesa presente. A Escola Ortodoxa keynesiana * Este argumento contrasta com o uso generalizado do crédito: se as pessoas não se preocupam excessivamente com o pagamento futuro de capital e juros, aumentando o seu gasto presente com recurso a meios alheios, por maioria de razão ignorarão um possível aumento futuro de impostos, sobretudo porque antecipam, também, um aumento do Rendimento. Outra coisa será a reacção dos agentes à estagnação do Produto com aumento da Dívida Pública. Nessa altura a Procura reduzirá mas isso, a acontecer, só ocorrerá mais tarde. A Escola Ortodoxa keynesiana É este, aliás, o argumento de Keynes para afirmar que a Procura é instável: porque as expectativas são instáveis, exactamente, porque a vida é instável. A Escola Ortodoxa keynesiana No modelo IS- LM a existência de equilíbrio abaixo do pleno emprego pode ser atribuída à rigidez dos preços e salários nominais. Começamos com a rigidez na redução dos salários nominais. A Escola Ortodoxa keynesiana Na figura 3.6* o quadrante (a) representa a oferta e procura agregadas no mercado de bens; o equilíbrio neste mercado determina o nível do Produto Y e o nível de Preços P; o quadrante (b) apresenta o modelo standard IS-LM;... (a) LM0 Y = AF(K,L) IS0 Y Y Y r L L W/P W/P P P DL SL (b) (c) (e) (d) E0 AD0 E0 Y0 L0 P0 Y0 (W/P)0 LM1 * W0 AS0 A Escola Ortodoxa keynesiana … o quadrante (c) mostra a função de produção de curto prazo com A e K constantes, que determina o nível de emprego (L) para o produto (Y) (a) LM0 Y = AF(K,L) IS0 Y Y Y r L L W/P W/P P P DL SL (b) (c) (e) (d) E0 AD0 E0 Y0 L0 P0 Y0 (W/P)0 LM1 * W0 AS0 A Escola Ortodoxa keynesiana … ;o quadrante (d) mostra o mercado de trabalho com o nível de emprego abaixo do pleno emprego; e o quadrante (e) mostra a relação entre o salário nominal (W) e o nível de preços (P). (a) LM0 Y = AF(K,L) IS0 Y Y Y r L L W/P W/P P P DL SL (b) (c) (e) (d) E0 AD0 E0 Y0 L0 P0 Y0 (W/P)0 LM1 * W0 AS0 A Escola Ortodoxa keynesiana Suponhamos que a economia está inicialmente em equilíbrio em E0 (a e b). Apesar do equilíbrio nos mercados de bens e monetário, o Rendimento Y0 situa-se abaixo do pleno emprego (d). (a) LM0 Y = AF(K,L) IS0 Y Y Y r L L W/P W/P P P DL SL (b) (c) (e) (d) E0 AD0 E0 Y0 L0 P0 Y0 (W/P)0 LM1 * W0 AS0 A Escola Ortodoxa keynesiana O salário nominal fixo (exógeno) e o nível de preços consistente com o equilíbrio AD-AS e IS-LM, não são consistentes com o equilíbrio no mercado de trabalho. O nível de emprego é (L0), determinado pela Procura de Trabalho e não pelo equilíbrio. A economia mantém-se neste equilíbrio abaixo do pleno emprego (a) LM0 Y = AF(K,L) IS0 Y Y Y r L L W/P W/P P P DL SL (b) (c) (e) (d) E0 AD0 E0 Y0 L0 P0 Y0 (W/P)0 LM1 * W0 AS0 A Escola Ortodoxa keynesiana Vamos agora assumir que os preços e salários nominais são perfeitamente flexíveis, O excedente de Oferta de trabalho origina a queda do salário nominal para W1, compatível com o pleno emprego [(d) e (e)] * (a) LM0 Y = AF(K,L) IS0 Y Y Y r L L W/P W/P P P DL SL (b) (c) (e) (d)E0 AD0 E0 Y0 L0 P0 Y0 (W/P)0 W1/P2 * W0 W1 P1 AS0 (W/P)1 A Escola Ortodoxa keynesiana Esta redução salarial provoca uma série de ajustes: 1) Sendo os preços flexíveis, os produtores responderão à redução do custo baixando os preços; AS desloca-se para a direita. (a) LM0 Y = AF(K,L) IS0 Y Y Y r L L W/P W/P P P DL SL (b) (c) (e) (d) E0 AD0 E0 Y0 L0 P0 Y0 (W/P)0 AS1 * W0 W1 P1 AS0 (W/P)1 A Escola Ortodoxa keynesiana 2) Contudo, inicialmente, o salário real desce para W1/P0, reduzindo a Procura Agregada; AD desloca-se para a esquerda * As pendentes das curvas AD e AS poderão alterar-se pelo efeito do ajuste salarial (por exemplo, redução da PMC). A configuração final das curvas determinará se o equilíbrio se mantém em Y0, se se desloca para a direita ou para a esquerda. (a) LM0 Y = AF(K,L) IS0 Y Y Y r L L W/P W/P P P DL SL (b) (c) (e) (d) E0 AD0 E0 Y0 L0 P0 Y0 (W/P)0 AS1 AD1 * W0 W1 P1 AS0 (W/P)1 A Escola Ortodoxa keynesiana Assumamos que a redução de preços é proporcional à queda dos salários, que o equilíbrio se mantém em Y0 e que W1/P1 = W0P0. * Note-se que este pressuposto é totalmente artificial e nada nos garante que assim aconteça. (a) LM0 Y = AF(K,L) IS0 Y Y Y r L L W/P W/P P P DL SL (b) (c) (e) (d) E0 AD0 E0 Y0 L0 P0 Y0 (W/P)0 AS1 AD1 Y2 * W0 W1 P1 AS0 (W/P)1 A Escola Ortodoxa keynesiana 3) A queda dos preços aumenta o valor real da Oferta de Moeda, fazendo que a curva LM se desloque para a direita. Os excedentes monetários são canalizados para o mercado de títulos onde os preços sobem; a taxa de Juro desce para manter o equilíbrio entre o mercado de bens e monetário (a) LM0 Y = AF(K,L) IS0 Y Y Y r L L W/P W/P P P DL SL (b) (c) (e) (d) E0 AD0 E0 Y0 L0 P0 Y0 (W/P)0 AS1 AD1 LM1 W1/P2 AD2 IS2 L2 * W0 W1 P2 P1 AS0 (W/P)1 A Escola Ortodoxa keynesiana 4) A descida na taxa de Juro estimula a despesa de Investimento, deslocando AD (a) e IS (b) para a direita, moderando a taxa de redução dos preços de tal forma que os salários caem mais depressa que os preços. (a) LM0 Y = AF(K,L) IS0 Y Y Y r L L W/P W/P P P DL SL (b) (c) (e) (d) E0 AD0 E0 Y0 L0 P0 Y0 (W/P)0 AS1 AD1 LM1 W1/P2 AD2 Y2 IS2 Y2 L2 * W0 W1 P2 P1 AS0 (W/P)1 A Escola Ortodoxa keynesiana Os salários e preços continuarão a cair e as curvas IS e LM a deslocar-se até se restaurar o pleno emprego, eliminando a excedente de Oferta de trabalho (a) LM0 Y = AF(K,L) IS0 Y Y Y r L L W/P W/P P P DL SL (b) (c) (e) (d) E0 AD0 E0 Y0 L0 P0 Y0 (W/P)0 AS1 AD1 LM1 W1/P2 AD2 Y2 IS2 Y2 L2 * W0 W1 P2 P1 AS0 (W/P)1 (a) LM0 Y = AF(K,L) IS0 Y Y Y r L L W/P W/P P P DL SL (b) (c) (e) (d) E0 AD0 E0 Y0 L0 P0 Y0 (W/P)0 AS1 AD1 LM1 W1/P2 AD2 Y2 IS2 Y2 L2 * W0 W1 P2 P1 AS0 (W/P)1 A Escola Ortodoxa keynesiana Este efeito que estimula a despesa, indirectamente, por via da taxa de Juro, é conhecido por “Efeito Keynes”. É importante sublinhar que é o aumento da Procura Agregada, via o “efeito Keynes” que permite que a economia retorne ao pleno emprego. (a) LM0 Y = AF(K,L) IS0 Y Y Y r L L W/P W/P P P DL SL (b) (c) (e) (d) E0 AD0 E0 Y0 L0 P0 Y0 (W/P)0 AS1 AD1 LM1 W1/P2 AD2 Y2 IS2 Y2 L2 * W0 W1 P2 P1 AS0 (W/P)1 A Escola Ortodoxa keynesiana Mesmo com perfeita flexibilidade de salários e preços, argumenta a escola Ortodoxa Keynesiana, pode não se atingir o pleno emprego. Na armadilha da liquidez, como a Procura de Moeda é perfeitamente elástica ao juro em r', os excedentes monetários não são conduzidos para o mercado de obrigações (a) LM0 Y = AF(K,L) IS0 Y Y Y r L L W/P W/P P P DL SL (b) (c) (e) (d) E0 AD0 E0 Y0 L0 P0 Y0 (W/P)0 AS1 AD1 LM1 W1/P2 AD2 L2 * W0 W1 P2 P1 AS0 (W/P)1 A Escola Ortodoxa keynesiana Não existindo aumento da Procura de Títulos não haverá redução das taxas de juro, o que seria necessário para estimular a Procura Agregada, alterando o ponto de equilíbrio Y0 para a direita. Sem aumento da Procura Agregada para moderar a queda nos preços, os salários reais mantêm-se em (W/P)1 = W/P)0 acima do ponto de equilíbrio (a) LM0 Y = AF(K,L) IS0 Y Y Y r L L W/P W/P P P DL SL (b) (c) (e) (d) E0 AD0 E0 Y0 L0 P0 Y0 (W/P)0 AS1 AD1 LM1 W1/P2 AD2 L2 W0 W1 P2 P1 AS0 (W/P)1 A Escola Ortodoxa keynesiana A Política Monetária torna-se ineficaz e a Política fiscal o único meio para estimular a Procura Agregada, deslocando o ponto de equilíbrio para a direita e o emprego para o pleno emprego (a) LM0 Y = AF(K,L) IS0 Y Y Y r L L W/P W/P P P DL SL (b) (c) (e) (d) E0 AD0 E0 Y0 L0 P0 Y0 (W/P)0 AS1 AD1 LM1 W1/P2 AD2 L2 * W0 W1 P2 P1 AS0 (W/P)1 A Escola Ortodoxa keynesiana No caso do investimento muito inelástico (linhas vermelhas), apesar do Efeito Keynes, a taxa de juro que garante o pleno emprego é negativa. Em teoria a economia estagnaria quando a taxa de juro atingisse zero, abaixo do nível de pleno emprego (a) LM0 Y = AF(K,L) IS0 Y Y Y r L L W/P W/P P P DL SL (b) (c) (e) (d) E0 AD0 E0 Y0 L0 P0 Y0 (W/P)0 AS1 AD1 LM1 W1/P2 AD2 Y2 IS2 Y2 L2 * W0 W1 P2 P1 AS0 (W/P)1 A Escola Ortodoxa keynesiana A análise precedente é devida, essencialmente, a Modigliani, e implica que a possibilidade de uma economia se manter num estado de desemprego involuntário persistente se deve à rigidez de salários e preços e aos casos extremos. Assim, combinando o modelo IS-LM com o clássico e assumindo flexibilidade de salários e preços, pode concluir-se que Keynes falhou na apresentação de uma Teoria Geral robusta porque a possibilidade de equilíbrio abaixo do pleno emprego, com flexibilidade de salários e preços, se limita a dois casos limite. A Escola Ortodoxa keynesiana * Esta conclusão parte dos seguintes pressupostos: a) Os salários e preços encontram-se, permanentemente, no caso particular de total flexibilidade e não no caso geral de alguma flexibilidade e rigidez. b) As pendentes das curvas AD, AS, IS e LM mantêm-se, teimosamente, (caso particular) e não aporesentando qualquer flutuação num sentido ou noutro, como seria de esperar, em geral b) Havendo variações elas têm necessariamente que compensar-se, exactamente, o que constitui, isso sim, uma verdadeira singularidade. A Escola Ortodoxa keynesiana * Não existindo nenhuma razão para esta inflexibilidade, o caso geral terá que corresponder a alguma rigidez/ flexibilidade de preços e salários e alguma alteraçãodas pendentes das curvas, determinando que o pleno emprego apenas possa ser atingido com um concurso de acasos verdadeiramente singular b A Escola Ortodoxa keynesiana Pigou foi o último dos grandes clássicos que argumentou contra as teses de Keynes e da Escola Ortodoxa Keynesiana (1941, 1943, 1947), afirmando que, com flexibilidade de salários e preços, o equilíbrio seria atingido em pleno emprego A queda dos preços teria como efeito o aumento da riqueza real que, por sua vez, aumentaria a despesa (“Efeito Pigou”) A Escola Ortodoxa keynesiana Criticas ao “Efeito Pigou”: 1) Considerações de ordem dinâmica podem invalidar a rapidez de ajustamento. Se os indivíduos esperam novas baixas de preços poderão adiar o consumo; se as empresas esperam que a recessão continue, adiarão o investimento; aumentando as falências, a Despesa reduz-se ainda mais (Fisher, 1933b). Nos diagramas, a queda dos preços pode alterar a curva IS para a esquerda e não para a direita. Nessas circunstâncias uma política fiscal expansionistas asseguraria um retorno mais rápido ao pleno emprego A Escola Ortodoxa keynesiana 2) Teremos que analisar o que significa riqueza. No modelo Keynesiano a riqueza pode ser detida em dinheiro e títulos. Podemos definir “Outside Money” como dinheiro físico mais depósitos cobertos por reservas bancárias. O “outside money” pode ser considerado a riqueza líquida do sector privado. “Inside money” poderá ser definido como os depósitos sem cobertura de reservas. Como estes correspondem à dívida privada pode argumentar-se que o “inside money” não pode ser considerado como riqueza líquida. De notar que este argumento foi refutado por alguns economistas domo Pesek e Saving (1967) e Johnson (1969). A Escola Ortodoxa keynesiana Não entrando no debate e considerando que apenas o “outside money” pode, sem ambiguidades, ser considerado riqueza líquida, o “efeito riqueza (Pigou)” no consumo é muito limitado. Relativamente à Dívida Pública também é questionável se esta pode constituir riqueza líquida, uma vez que os agentes podem antecipar impostos futuros. A Escola Ortodoxa keynesiana Pode ser argumentado, também, que o aumento do valor real da dívida governamental pode, com a descida de preços, corresponder a impostos futuros agravados, com um VAL acrescentado. Se este aumento corresponder ao aumento do valor real da dívida pública não haverá aumento líquido de riqueza. Apesar de não ser universalmente aceite esta crítica lança dúvidas sobre o “efeito Pigou” A Escola Ortodoxa keynesiana * Na verdade, nenhum destes argumentos colhe: 1) porque se não fosse para aumentar a despesa em consumo ou investimento qual seria o sentido de um empréstimo (“inside money) ao consumo ou ao investimento? 2) Para cada individuo ou empresa, os títulos que possui são, também, riqueza: antes de mais porque os pode liquidificar, contando o seu valor, portanto, como riqueza utilizável para despesa; depois, porque não haveria compra de títulos se eles representassem uma perspectiva de aumento nulo da riqueza do seu comprador. A Escola Ortodoxa keynesiana * Outra coisa é o Efeito Pigou: na verdade, caindo a Procura e os preços, na perspectiva Keynesiana (mas não necessariamente das escolas matematicistas que se lhe seguiram), cria-se um ambiente negativo que restringe a Procura, com especial incidência sobre o Investimento (deslocação para a esquerda de IS) o que reduz ainda mais AD e DL, aumentando o desemprego. A Escola Ortodoxa keynesiana A evidência emprírica mostra que o Efeito Pigou é inexistente(1) ou extremamente fraco (Glahe (1973) Morgan (1978) (1) Snowdon e Vane não falam da inexistência do efeito mas dizem que “... actual price level falls taking place alongside a decline in expenditure and output.” A Escola Ortodoxa keynesiana No final dos anos 1950, princípios dos anos 1960, apareceu um consenso, “síntese neo-clássica”, no qual a Teoria Geral de Keynes aparece como um caso especial (onde existe rigidez de preços e salários) de uma teoria clássica mais geral, reconhecendo-se, embora, a necessidade de políticas intervencionistas keynesianas para garantir um retorno mais rápido ao pleno emprego * Como já vimos este argumento é a reversão completa do que é geral e do que é singular. A Escola Ortodoxa keynesiana Modelo IS-LM-BP Vamos agora analisar uma economia aberta segundo o modelo inicialmente desenvolvido por Robert Mundell e Marcus Fleming (Mundell, 1963; Fleming, 1962). Começamos por rever as principais alterações no modelo IS–LM estendido para uma economia aberta A Escola Ortodoxa keynesiana O mercado de bens e a curva IS Numa economia aberta, AD é composta pela Procura Interna (ADi = C+I+G) mais as Exportações Líquidas (X = Xp – Im) onde Xp são as exportações e Im as Importações. Assume-se que as Exportações (Xp) são uma função de: (i) o rendimento no resto do mundo; (ii) a taxa de câmbio real efectiva (REER - Real Efective Exchange Rate) que mede a quantidade de produtos nacionais por unidade de produto estrangeiro, ou seja, mede a relação de troca em unidades (real) e não em moeda (nominal). A Escola Ortodoxa keynesiana REER = ε(i/d)Pd/Pf, onde ε(f/d) é a taxa de câmbio da moeda nacional expressa em moeda estrangeira (ex: usd/akz); Pd é o preço doméstico (preço do bem nacional expresso em moeda nacional); e Pf é o preço estrangeiro (preço do bem estrangeiro expresso em moeda estrangeira): logo, ε(f/d)Pd é o preço do bem nacional expresso em moeda estrangeira; e o quociente ε(f/d)Pd/Pf, expressa o número de bens nacionais unidades do mesmo bem estrangeiro A Escola Ortodoxa keynesiana (Ex: 1 lt de leite nacional custa 400 Kwanzas a uma taxa de câmbio de 200 akz/eur = 0,005 eur/akz; O custo de um litro de leite na Europa custa 1,2 Eur: ε(f/d)Pd = 400 akz*0,005 Eur/akz = 2 Eur; ε(f/d)Pd/Pf = 2 Eur/1,2 Eur= 1,(6); são necessários 1, (6) lt de leite nacional para cada litro de leite estrangeiro); (iii) outros factores como gostos, qualidade dos produtos, prazos de entrega, etc. A Escola Ortodoxa keynesiana Assume-se que as importações, sendo as exportações de outro país, são influenciadas pelos mesmos factores, excepto para o facto do rendimento ser agora o Rendimento Interno. Aumentando o Rendimento Interno, ceteris paribus, AD aumentará e uma parte deste incremento será satisfeito por bens importados, ie, a propensão marginal para a importação é maior que zero A Escola Ortodoxa keynesiana Como antes, a curva IS traça o locus de combinações entre o rendimento e a taxa de juro para as condições de equilíbrio do mercado de bens. Numa economia aberta a curva é mais pronunciada (vertical) porque aumentando as importações em resposta a um aumento do produto reduzindo o multiplicador. Aos factores que influenciam IS numa economia fechada temos que adicional os factores que influenciam as importações. A deslocação da curva será igual, como antes, tamanho do impacto vezes o multiplicador A Escola Ortodoxa keynesiana O mercado monetário e a curva LM Numa economia aberta com taxa de câmbio fixa a oferta de moeda doméstica depende do saldo da Balança de Pagamentos (BP – Balança Corrente + Balança de Capitais) excepto se as autoridades monetárias neutralizarem o efeito. A Escola Ortodoxa keynesiana Sob o regime de taxa fixa, Ceteris paribus, um Excedente da BP resultará na aquisição de moeda estrangeira, pelo banco central, aos residentes por contrapartida da moeda nacional à taxa fixa o que resulta, numaumento das reservas em moeda estrangeira e no aumento da oferta interna de moeda, deslocando a LM para a direita e vice-versa. Sob um regime de taxa flexível a taxa ajusta-se para saldar o mercado externo e o saldo da BP é nulo, tornando LM independente de factores externos A Escola Ortodoxa keynesiana É importante notar que estamos a assumir uma pequena economia aberta, tal que, as mudanças na economia interna e as suas políticas macroeconómicas, têm um efeito insignificante no resto do mundo Keynesianismo actual O keynesianismo actual é um grupo heterogéneo que pode dividir-se em dois sub grupos principais: (*o que poderemos continuar a chamar de escola da síntese Neoclássica) e o que se posiciona mais próximo das teses originais de Keynes. Síntese neoclassica actual A Síntese neoclassica actual inclui Mankiw e Summers (Harvard); Blanchard (MIT), Fischer (MIT); Greenwald, Phelps e Stiglitz (Columbia); Bernanke (Princeton); Laurence Ball (Johns Hopkins); Akerlof, Janet Yellen and Romer (Berkeley); Robert Hall and John Taylor (Stanford); David Soskice (Duke - California); Dennis Snower (Birkbeck, London), Layard, Nickell e Jackman (LSE - London), Wendy Carlin (University College, London) e Lindbeck (Stockholm) Síntese neoclassica actual Mankiw and Romer (1991) definem o que chamam de “nova economia keynesiana”, usando como referência a resposta a duas questões fundamentais que a distinguem da economia clássica: 1 A não neutralidade da moeda 2 A existência de imperfeições de mercado como factor crucial para o entendimento das flutuações económicas Síntese neoclassica actual A não neutralidade da moeda deriva da rigidez dos preços e esta das imperfeições do mercado. Para Mankiw “a interacção entre imperfeições nominais e reais” distingue os “novos keynesianos”. *(Passaremos a designar estes economistas, abreviadamente, como da escola da Síntese). Síntese neoclassica actual Na Síntese, as economias são caracterizadas por uma concorrência imperfeita (concorrência monopolista), mercados imperfeitos, trabalho heterogéneo, informação assimétrica, (*onde existe não apenas concorrência mas também cooperação consciente). Portanto, existem externalidades (positivas e negativas) e a possibilidade de falhas de coordenação. Síntese neoclassica actual Os economistas da Síntese aceitam que os agentes procuram maximizar a utilidade e lucro. Em contraste com a linha Síntese de primeira vaga (Samuelson, Hicks, etc), em vez de partirem do pressuposto arbitrário de rigidez dos preços, procuram os seus fundamentos microeconómicos Defendem um modelo Hicksiano (1974) (Modelo IS-LM) onde se devem distinguir mercados de preço fixo (laboral e a maioria dos mercados de bens) e mercados de preço flexível (financeiros e de “commodities”). Síntese neoclassica actual (*Note-se que estes últimos são os mercados onde predominam agentes com poder de mercado que os tornam ainda menos “eficientes” no sentido clássico – o que não é reconhecido pelos economistas da Síntese) Nos mercados de preço fixo a definição de preços é a norma existindo o que chamam de inércia dos preços (incluindo salários). O facto de nestes mercados os preços não se ajustarem imediatamente aos seus níveis de equilíbrio depois de uma perturbação na Procura justifica a não neutralidade da moeda. Síntese neoclassica actual Rigidez dos salários nominais Nos modelos clássicos de Lucas, Sargent, Wallace e Barro (1970s), qualquer alteração monetária antecipada causará o imediato ajuste de salários e preços mantendo o Produto e Emprego, tornando a política monetária ineficaz. A Síntese argumenta, começando pelo mercado laboral, que os salários não são determinados em mercados “spot”, sendo antes fixados para um dado período de tempo, num contrato formal ou informal o que gera rigidez suficiente para tornar efectiva a política monetária. Síntese neoclassica actual Nos modelos de Fischer, Phelps e Taylor a função Oferta é a equação clássica Yt = YNt + α[ Pt − E( Pt | Ω t −1 )] (7.2) Que pode ler-se como: o Produto de t é igual ao Produto Natural (correspondente à taxa natural) em t mais um coeficiente de ajustamento (α) multiplicado pelo desfazamento entre as taxas de inflação real e espeda de t. Como o modelo de Fischer abstrai o crescimento, o objectivo das negociações salariais é a constância do salário real definido aumentos iguais à inflação. Síntese neoclassica actual Portanto: wt = E( Pt | Ω t −1 ) (7.3) Substituindo (7.3) em (7.2) vem: Yt = YNt + α[ Pt − wt ], com α > 0 (7.4) Que pode ler-se como: o Produto de t é igual ao Produto Natural em t mais um coeficiente de ajustamento multiplicado pelo desfazamento entre a taxa de inflação real e a taxa de variação dos salários. Síntese neoclassica actual (*Note-se que: Yt = YNt - α[wt - Pt], | α > 0 (7.4b) significa que o Produto em t é igual ao Produto Natural em t menos o factor de ajustamento multiplicado pela variação dos salários reais em t: (wt – Pt) – Taxa nominal de variação salarial menos taxa de inflação.) Pode, por isso concluir-se que a Oferta Agregada é uma função decrescente do salário real (o que implica que o salário real seja contra- cíclico) Síntese neoclassica actual (* Note-se ainda que falta alguma coisa em α[wt – Pt] que não pode ser apenas um coeficiente, tal como está definido na equação). Fischer (1977) assume que os agentes negociarão contratos em termos nominais “por períodos superiores aos que a autoridade monetária demora a reagir a mudanças nas circunstâncias económicas!” o que permite a eficiência das políticas monetárias no CP apesar da Moeda permanecer neutra no LP. Síntese neoclassica actual Dado que as autoridades podem reagir a choques exógenos mas os agentes não, mesmo que estes tenham expectativas racionais haverá um desfasamento: os contratos nominais permitem às autoridades agir sobre os salários reais e, consequentemente, o emprego e o Produto. No modelo de Fisher a não neutralidade não depende de um choque monetário não antecidado (Lucas): choques monetários antecipados têm efeitos reais porque a informação adicional só está disponível depois de concluídos os contratos de trabalho. Síntese neoclassica actual (* se o contrato estipula aumentos com a inflação esta argumentação não é válida excepto se o mecanismo tiver um tempo de aplicação demasiado longo: ex: alterações anuais nos salários nominais quando a inflação cresce todos os dias). Note-se que os contratos laborais são, tipicamente, diferentes nas várias geografias: ex: Japão, anuais e todos expiram simultaneamente; UK sem prazo determinado (sobreposição) e normalmente 1 ano; EUA, sobreposição e três anos de duração, etc. Síntese neoclassica actual A rigidez dos preços No modelo de Fisher a expansão monetária aumenta o emprego, baixando os salários reais. Contudo, a observação mostra que os salários reais são moderadamente pró-cíclicos e não anti-cíclicos (Mankiw, 1990). Como consequência, as atenções voltaram-se para a rigidez de preços (Andersen, 1994). A ideia fundamental é a concorrência imperfeita. Síntese neoclassica actual Uma empresa, operando em condições de concorrência perfeita é um “receptor” de preços que variam automaticamente para saldar os mercados. Como cada empresa pode vender tanto quanto queira (*devido à estranha assumpção que a produtividade marginal é decrescente, ie, assumindo economias de escala negativas) se alguém subir o preço acima do preço de equilíbrio nãovenderá nada. Síntese neoclassica actual Não haverá também qualquer incentivo para baixar os preços porque a curva de procura da empresa é perfeitamente elástica ao preço actual de mercado (*novamente um pressuposto estranho à observação). Portanto, num mundo de concorrência perfeita não faz sentido falar de decisões de preço das empresa individuais. Quando as empresas operam em concorrência imperfeita os lucros variarão com os preços: as reduções de preço aumentarão as vendas mas reduzirão o lucro médio e vice-versa. Síntese neoclassica actual Nestas circunstâncias, preços divergentes dos “óptimos”, apenas produzirão alterações de segunda ordem nos lucros. Por isso, a presença de pequenos custos de ajustamento pode gerar considerável rigidez. A tese principal do PAYM - (Parkin (1986); Akerlof and Yellen (1985a); Mankiw (1985) - é que a existência de fricções ou barreiras ao ajustamento de preços (Custos de Menu) causa rigidez: custos de impressão e distribuição de tabelas, tempo de gestão na supervisão do processo, renegociações com fornecedores e clientes, etc. Síntese neoclassica actual Num mercado de concorrência imperfeita a Procura de uma empresa dependerá de: (i) o seu preço relativo; (ii) da Procura Agregada (*Esta ideia demonstra a incompreensão da complexidade da oferta das economias modernas que inclui todos os elementos de marketing e da concorrência inter-empresarial na base de ofertas diferenciadas) Suponhamos que depois de uma queda na Procura Agregada a curva de Procura de uma empresa se desloca para a esquerda, reduzindo os seus lucros. Síntese neoclassica actual Contudo, a empresa poderá ganhar pouco com a redução de preços: o que poderá fazer será escolher um novo ponto na nova curva de Procura. Esta redução na Procura está ilustrada na figura 7.2 pela deslocação de D0 para D1. Antes da redução, o preço-quantidade maximizador do lucro é (P0,Q0), que corresponde ao ponto X, onde a receita marginal (MR0) iguala o custo marginal (MC0). Síntese neoclassica actual Por conveniência consideramos que o custo marginal não varia. Após a redução da Procura, a empresa tem uma redução significativa do seu lucro. Inicialmente o lucro corresponde à área SP0YX. Se a empresa não reduzir o preço o lucro cai para a área SP0JT. Síntese neoclassica actual Como a empresa é “fixadora ” de preços pode decidir ou não reduzir o preço para o novo ponto de equilíbrio (maximizador do lucro), em W, na nova curva da Procura D1. O nível de Produção maximizadora é determinado pela igualdade entre receita e custo marginais (MR1 = MC0). Com o nível de Produção Q1, o lucro seria SP1WV. Síntese neoclassica actual Na figura 7.3 eliminaram-se as curvas D0, MR0 e MR1 para mostrar de forma mais clara aas consequências da decisão de empresa. Como vimos antes, mantendo o preço em P0, o lucro é SP0JT; alterando o preço para P1, o lucro passa a ser SP1WV, sendo a diferença entre estas duas áreas igual a B-A. Se não existissem custos de Menu uma empresa maximizadora de lucros alteraria o seu preço para P1 porque B - A > 0 Contudo, se os Custo de Menu forem z, não existe incentivo para uma empresa maximizadora de lucros reduzir o seu preço se B – A < z Síntese neoclassica actual Na figura 7.3 eliminaram-se as curvas D0, MR0 e MR1 para mostrar, de forma mais clara, as consequências da decisão de empresa. Como vimos antes, mantendo o preço em P0, o lucro é SP0JT; alterando o preço para P1, o lucro passa a ser SP1WV; sendo a diferença entre estas duas áreas igual a B-A Síntese neoclassica actual Se não existissem custos de Menu, uma empresa maximizadora de lucros alteraria o seu preço para P1 porque B - A > 0 Contudo, se os Custos de Menu forem z, não existe incentivo para uma empresa maximizadora de lucros reduzir o seu preço se B – A < z Síntese neoclassica actual A perda para a sociedade em produzir Q* em vez de Q1 corresponde a B + C. Se B + C > z > B – A, a empresa não reduzirá o seu preço mesmo que, com isso reduza o óptimo social. Síntese neoclassica actual No modelo de Akerlof e Yellen (1985a, 1985b), o comportamento das empresas relativamente aos preços- salários inerciais pode ser considerado ”quase racional” porque as perdas de não ajuste de preços serão reduzidas. A redução de lucros B - A é de segunda ordem, mesmo sem ter em conta Custos de Menu. Síntese neoclassica actual Apesar da empresa poder escolher P0, o impacto geral, se todas as empresas tomarem essa decisão, pode ter repercussões macroeconómicas importantes. Blanchard and Kiyotaki (1987), interpretam a diferença entre os custos macroeconómicos privados como uma externalidade originada pela rigidez. Síntese neoclassica actual Rigidez real Mankiw and Romer (1991) consideram a interacção entre as imperfeições reais e nominais “uma característica distintiva das economias neo- keynesianas). A rigidez real não implica rigidez nominal; contudo a rigidez real amplia os efeitos de fricções nominais. Suponhamos que, inicialmente, custos de Menu impedem uma redução de preços face a uma redução dos stocks de moeda. Síntese neoclassica actual As empresas, sendo fixadoras de preços, actuam num quadro que se pode chamar de “concorrência monopolista”(*) onde cada um fixa o seu preço, tendo em conta os preços dos concorrentes com produtos semelhantes. Neste quadro, cada empresa manterá o seu preço e o Produto decresce. Como cada empresa produz menos, a Procura efectiva por trabalho reduz-se. Se a Oferta de trabalho for relativamente inelástica, os salários nominais e reais cairão. Síntese neoclassica actual A redução nos salários reais reduz o custo marginal o que, aliado à redução do número de trabalhadores, aumentará o produto marginal (*sempre a ideia obsoleta das economias de escala negativas). Este conjunto de factores colocará pressão acrescida para reduzir o preço nominal. Contudo, quanto mais a elasticidade da Procura cair mais a curva da Procura se deslocará para a esquerda e menos incentivo haverá para reduzir os preços. Portanto, choques nominais terão consequências reais tanto mais significativas quanto maior for o grau da rigidez real. Síntese neoclassica actual (*Considero a designação “Concorrência monopolista” infeliz, não apenas por ser contraditória em si mas também por não reflectir a realidade. As empresas vivem num quadro de concorrência muito activa que envolve a melhoria constante do seu “marketing mix”: desenho (incluindo apelo aos sentidos e embalagem), serviço, incluindo variadas formas de comercialização, instalações comerciais, incluindo localização e desenho, publicidade, incluindo a “criação de histórias” à volta dos produtos e empresas, preço, etc. Síntese neoclassica actual Este ambiente, a que chamo “concorrência empresarial”, é a principal fonte de melhoria da satisfação global dos consumidores, estando os quadros microeconómicos, quer clássicos, quer keynesianos, do meu ponto de vista, fundamentalmente, ultrapassados pela realidade). Síntese neoclassica actual Isto pode ser melhor compreendido através da equação de “mark-up”. A maximização do lucro numa empresa em concorrência monopolista é dada pelo produto que corresponde à igualdade entre Receita Marginal (MR) e Custo Marginal (MC). A equação da receita marginal pode ser expressa por: MR = P + P(1/η) (7.5) Onde P é o preço da empresa e η é a elasticidade da Procuraao preço (η <0). Síntese neoclassica actual Portanto a maximização implica que: P + P(1/η) = MC(7.6) => P = MC /(1 + 1/η) (7.8) Como o Custo Marginal (MC) é o salário nominal (W) dividido pela Produtividade Marginal do Trabalho (MPL) vem: P= (W/MPL)/(1 + 1/η) (7.9) Síntese neoclassica actual P = MC /(1 + 1/η) (7.8) A equação (7.8) indica que P não cairá quando MC decresce se o mark-up aumentar suficientemente para compensar. P= (W/MPL)/(1 + 1/η) (7.9) Ou seja, olhando para 7.9, se a Produtividade Marginal do Trabalho não aumentar suficientemente com a redução do Trabalho ou se a elasticidade da procura relativamente ao preço (η) não cair, o incentivo para alterar o preço será reduzido, sobretudo na presença de Custos de Menu. Síntese neoclassica actual Contribuem para aumentar a rigidez: 1) A Fase do Ciclo: Rotemberg e Woodford (1991) sugerem que os mark-up desejados caem durante o auge, quando se torna mais difícil manter o conluio oligopolista; ie, as empresas tornam-se mais competitivas em períodos de actividade económica intensa. Nas recessões aumenta o conluio implícito conduzindo a um mark-up contracíclico que actua como uma rigidez real, reduzindo o incentivo para a redução de preços. Síntese neoclassica actual Num mercado com menos actividade, há maiores custos de publicidade (* isto é, realmente, uma ideia totalmente ultrapassada sobre o papel da publicidade na economia actual) e de procura de produtos pelos consumidores. Nos mercados mercados mais activos é plausível que os custos de procura sejam menores (Diamond, 1982): talvez porque as pessoas participem mais facilmente em mercados onde há mais actividade, ou seja, o nível óptimo de actividade de cada firma depende do nível das outras. Síntese neoclassica actual Esta externalidade dos mercados activos desloca o custo marginal para cima nas recessões e para baixo no auge, contribuindo para a rigidez dois preços. (* Na verdade, há factores relativos ao nível de actividade que actuam em ambos os sentidos, sendo difícil definir uma tendência clara, apenas com esta argumentação) Síntese neoclassica actual 2) Mercados de cliente: A distinção entre mercados “de leilão” e de cliente foi desenvolvida por Okun (1975, 1981). A característica fundamental de um mercado de cliente é a reduzida frequência de procura relativamente à frequência de compra. A maior parte dos produtos é vendida através de um processo de procura (shopping). Síntese neoclassica actual Sendo os custos de procura elevados, o comprador tem sempre informação limitada e os fornecedores algum poder monopolista, mesmo existindo um elevado número de empresas. Nos mercados de cliente é do interesse do vendedor desencorajar a procura de alternativas pelo será mais fácil alterar preços. Síntese neoclassica actual Se, por um lado, um aumento de preços será imediatamente notado, um decréscimo levará algum tempo a ser percebido pelo mercado Estes efeitos combinados tenderão a produzir alguma rigidez. Síntese neoclassica actual 3) Rigidez no processo input–output. Gordon (1981, 1990) chamou a atenção para a impossibilidade da acção de uma empresa poder eliminar o efeito do ciclo económico global num mundo onde existem milhares de empresas a comprar milhares de componentes de numerosas firmas muitas das quais residentes noutros países. Síntese neoclassica actual (* ou seja, ser price taker, ie, operar em condições próximas da concorrência perfeita, pode criar rigidez porque, não existindo nenhum leiloeiro virtual, é sempre necessária a acção concreta de uma empresa para que o processo se inicie. Não havendo qualquer garantia de sucesso, não há incentivo para a acção e os preços ganham rigidez) Síntese neoclassica actual Além disso, sendo impossível conhecer toda a rede de fornecedores-produtores não há certeza da tendência dos custos e receitas marginais após um choque na Procura. As empresas não sabem se os seus custos cairão proporcionalmente à sua procura porque muitos fornecedores enfrentam condições de mercado diferentes. Reduzir preços nestas circunstâncias pode ser muito perigoso. Síntese neoclassica actual 4) Imperfeições no mercado de empréstimos Um importante obstáculo é o problema da assimetria de informação entre bancos e empresas no processo de crédito: os mutuários estão muito mais bem informados sobre o seu negócio do que o mutuante. Durante o auge, quando as empresas têm mais lucros há mais fundos; durante as recessões, havendo menos fundos, o custo dos empréstimos aumenta. Sendo o custo do capital contracíclico, o risco associado a uma redução dos preços aumenta. Síntese neoclassica actual 6) Relação preço-qualidade Baixando os preços as empresas arriscam-se a que os clientes interpretem este movimento como uma redução da qualidade (* é pouco provável em situações de alteração do ciclo onde os clientes “esperam” uma reacção da parte das empresas) Síntese neoclassica actual Para uma tomada de decisão racional as exigências são enormes: a empresa terá que conhecer a posição e configuração das suas curvas de Procura mas também de prever o comportamento de todas as outras empresas no complexo fornecedores-produtores e de todas variáveis que influenciam a Procura Agregada. Síntese neoclassica actual Portanto, utilizar regras simples é normalmente a solução mais próxima do óptimo, o que é reforçado pelo facto de, se as outras firmas agirem de forma semelhante, originar um comportamento padrão e as perdas serem minimizados. As regras mais usadas são: (1) mark-up tal como se desenvolveu antes (* o que não deixa de ser algo complexo porque implica calcular a elasticidade da procura ao preço); Síntese neoclassica actual (2) (*Fixação de uma MB de comercialização, isto é: P = V/MB | 0<MB<1 Onde V representa os Custos Médios Variáveis e MB a Margem Bruta desejada. Assumindo uma MB de 50%, o Preço de um produto será 40 se o seu Custo Médio Variável for 20; se o custo médio subir para 22, passará a custar 44; se descer para 18, será colocado no mercado a 36. Síntese neoclassica actual Note-se que nesta técnica, se assume, normalmente, uma produtividade marginal invariável e que as alterações de V correspondem, essencialmente, a variações dos gastos intermédios, ie, dos preços das empresas fornecedoras). (3) Seguir os outros: esperar pelos outros e actuar na mesma direcção (* ou apostar na direcção oposta). Isto origina alguma fixação de preços do que resulta um prazo maior de ajuste aos choques na Procura. (* Ao contrário isto parece favorecer a reacção em cadeia, bastando uma alteração numa empresa para desencadear uma acção em muitas outras) Síntese neoclassica actual Rigidez dos salários Segundo os Keynesianos há três tipos de rigidez: (1) implicitas aos contratos; (2) de eficiência; (3) das relações entre contratados e não contratados (insiders-outsiders). Aparentemente há muito menos rotação no mercado de trabalho do que as teorias poderiam sugerir; mais ainda, os salários divergem frequentemente da produtividade marginal. Síntese neoclassica actual (1) Rigidez implícita nos contratos Os contratos de trabalho e não o leiloeiro walrasiano conformam as relações laborais. Mesmo que sob forma implícita, trabalhadores e empregadores assumem relações mais ou menos estáveis que garantam a lealdade de uns e as condições de trabalho a outros. Porque asseguram salários estáveis as empresas pagam salários reais mais baixos(*??) do que a média das remunerações altamente instáveis ditadas pelas forças de mercado. Síntese neoclassica actual O problema com esta teoria é que prevê o acordo e não o despedimento quando o clima económico se deteriora o que é contrário à observação. Esta teoria também não explica porque não paga salários mais baixos aos novos recrutamentos, uma vez que, para eles, não existem, ainda, contratos. Síntese neoclassica actual (2) De eficiência Qualquer explicação aceitável do desemprego involuntário tem que demonstrar porque os trabalhadores não estão dispostos a baixar os seus salários até um nível que gere o pleno emprego. As teorias de eficiência sugerem que não é do interesse das empreas baixar os salários porque a produtividade (esforço) depende do salário real, pelo menos numa faixa significativa. Síntese neoclassica actual O modelo de Solow (1979) fornece a estrutura básica dos modelos de salários de eficiência, onde reduzir salários pode significar baixar a produtividade e aumentar custos. Assumamos que, numa economia de concorrência perfeita, cada empresa tem a função de produção: Síntese neoclassica actual Q = AF[e(w)L], e ′( w ) > 0 (7.10) Onde Q é a produção da empresa, A é o factor de produtividade, w o salário real e L a quantidade de trabalho. O esforço (e) é uma função crescente do salário real (w), assumindo-se os trabalhadores como iguais. A empresa procura maximizar os seus lucros (π), dados pela equação: π = AF[e( w ) L] − wL (7.11) Síntese neoclassica actual Como o esforço entra na equação como e(w), uma redução no salário real abaixo daquele que gera o esforço máximo pelo trabalhador, poderá baixar os lucros da empresa. Podendo contratar todos os trabalhadores que deseje ao salário que oferece, a empresa maximizará o seu lucro oferecendo um salário de eficiência w* que satisfaça as seguintes condições: Síntese neoclassica actual - que a elasticidade do esforço com respeito ao salário real seja 1, ei, que minimize os custos por unidade de eficiência; - que a empresa continue a contratar pessoal até ao ponto em que o seu produto marginal iguale o salário de eficiência. Síntese neoclassica actual A primeira condição é ilustrada pela figura 7.5. No painel (a) a curva de esforço E mostra a relação entre o esforço dos trabalhadores e o salário real. Inicialmente há uma região de retornos crescentes onde a taxa de crescimento do salário real gera uma produtividade mais que proporcional. Síntese neoclassica actual O esforço (produtividade) por unidade monetária (derivada da função E) é e/w que é maximizado no ponto M, onde 0X é tangente à função esforço. Como e/w tem o máximo em M, com um salário de eficiência w*, o custo salarial por unidade de eficiência atinge o mínimo em w* Síntese neoclassica actual Na segunda condição, se a Procura agregada por trabalho, ao salário w* é menor que a Oferta agregada de trabalho, haverá desemprego involuntário. Como o salário óptimo w* não depende nem do nível de emprego ou do parâmetro de alteração de produtividade (A) um choque que altere a Procura agregada de trabalho conduzirá a uma alteração no emprego mas não a uma alteração do salário real de eficiência. Síntese neoclassica actual Isto é ilustrado na figura 7.6. Aqui DL1 mostra o produto marginal do trabalho para um dado esforço (e*). Se o salário de eficiência excede o de saldo do mercado (w), então o equilíbrio do mercado é consistente com desemprego involuntário U. Se um choque desloca a curva da Procura para DL2, o desemprego involuntário aumentará porque o salário de eficiência se mantém em w*. Síntese neoclassica actual Só se o salário de equilíbrio Walrasiano exceder o salário de eficiência é que não haverá desemprego involuntário (see Abel and Bernanke, 2001). Com w > w* as empresas teriam que pagar o salário de equilíbrio walrasiano (w) mas, por razões que analisaremos posteriormente, é provável que w* seja sempre maior que w. Síntese neoclassica actual Se um aumento do desemprego influenciar o esforço dos trabalhadores, a curva do esforço deslocar-se-á para cima, o que baixa o salário a que e/w é maximizado. Na figura 7.5 uma alteração de E para E1 origina que e/w tenha, agora, um máximo em M1, com um novo salário de eficiência em w1*. Síntese neoclassica actual Até agora assumimos que o esforço está positivamente relacionado com o salário real. Os teóricos da Síntese explicam esta relação apelando a Marshall, que observou que “trabalhadores bem pagos são, em geral, eficientes e, consequentemente, não encarecem o trabalho’ (Marshall, 1920). Mais tarde a ideia de salário de eficiência reapareceu na literatura ligada às economias em desenvolvimento, onde melhores salários estão ligados a melhor nutrição. Síntese neoclassica actual Nas economias desenvolvidas modernas esta noção está relacionada com os seguintes aspectos: (i) a selecção dos melhores (Weiss, 1980): as empresas que pagam melhor atraem os melhores trabalhadores. (ii) a rotação de pessoal (Salop,1979): a rotação, associada ao processo de recrutamento, selecção, formação e aquisição de destreza pelo processo de repetição, tem custos elevados que devem ser tidos em conta. Síntese neoclassica actual (iii) É frequente a empresa necessitar da realização de tarefas que não estão especificadas no contrato ou não são habituais; trabalhadores bem pagos aceitam mais facilmente novas atribuições. Uma perspectiva semelhante tem a ver com o processo de monitorização do esforço (Leibenstein, 1979). O controlo pode ser muito caro sendo mais barato fomentar o esforço e dedicação com melhores salários. Síntese neoclassica actual (iv) a justiça nas relações laborais (Akerlof, 1982). O impacto moral de salários justos e injustos tem uma influencia decisiva na produtividade. Estas questões aparecem frequentemente relacionadas com os salários relativos (aos seus colegas e firmas semelhantes), o status, confiança, lealdade e equidade. Síntese neoclassica actual (3) Relações entre empregados e desempregados (insiders-outsiders). Qual a razão para que pessoas desempregadas não ofereçam o seu trabalho abaixo dos salários actuais dos empregados quando, se o fizessem, poderiam aumentar o emprego e tornar-se empregados? Este aspecto foi teorizado nos anos 1980 por contribuições de Lindbeck e Snower (1985, 1986, 1988a, 1988b). Síntese neoclassica actual Neste modelo, ao contrário dos modelos de eficiência onde as empresas decidem pagar salários superiores aos de equilíbrio walrasiano, são os empregados que detêm pelo menos algum poder para determinar os salários e emprego. Não são assumidos efeitos directos dos salários na produtividade. Síntese neoclassica actual Teoria do Ciclo Económico da Síntese Neoclássica actual: Os teóricos da Síntese Neoclássica actual aceitam que os choques podem ter origem na Procura ou na Oferta.. O que reforçam é que existem fricções e imperfeições na economia que amplificam esses choques o que pode originar grandes flutuações no Produto e emprego, mesmo quando os choques são pouco significativos. O foco destas teses não é a origem mas como a economia responde aos choques. Síntese neoclassica actual Na economia keynesiana há pelo menos duas perspectivas de pesquisa no que diz respeito às flutuações cíclicas. 1) A preponderante dá importância à rigidez nominal 2) A outra segue Keynes
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