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L IN G U A G E N S L IN G U A G E N S / I N G L Ê S 5º SIMULADO ENEM 2019 B histórias de quem sobreviveu a catástrofes. C gêneros de desastres mais comuns no condado Douglas. D informações sobre catástrofes acontecidas no Colorado. E procedimentos de emergência para casos de desastre. QUESTÃO 03 Dutch language besieged by English at university So extensive is the spread of English in Dutch universities, a group of lecturers has predicted a looming “linguicide” and demanded the government in The Hague impose a moratorium banning universities from creating any additional English language courses until an official impact analysis has been conducted. Sixty per cent of masters programmes offered at Utrecht University are in English. At the highest honours level, virtually no courses are taught in Dutch. Utrecht University Rector Henk Kummeling argues that moving towards English has been an organic process but accepts that when competing internationally, it makes sense to use a world language. Disponível em: https://www.bbc.com. Acesso em: 25 mai. 2019. O ensino superior vem passando por transformações oriundas dos movimentos de globalização. Um exemplo dessas mudanças é a universidade de Utrecht, na Holanda, que A elabora o vestibular em língua inglesa para o ingresso na universidade. B aumenta a oferta de cursos de inglês como língua adicional. C divulga seus cursos de pós-graduação em língua inglesa. D já alterou a língua de mais da metade de seus cursos de pós-graduação para o inglês. E possui um funcionário “linguicida”, o qual demanda o uso de inglês nas dependências universidade. QUESTÃO 04 War – Bob Marley (That) until there are no longer First class and second class citizens of any nation Until the color of a man’s skin Is of no more significance than the color of his eyes Me say war É comum que personalidades utilizem a arte como meio de divulgação de temas sensíveis do cotidiano. Bob Marley eternizou o discurso de Haile Selassie I, último monarca da Etiópia, que aborda A as diferenças de aprendizado entre as classes de uma nação. B a importância de doações por parte das classes mais favorecidas. C a significação de manifestações culturais. D o quanto o bem e o mal influenciam guerras. E a filosofia de igualdade entre raças. QUESTÃO 01 Better prostate cancer analysis High-grade prostate cancers can be lethal, low-grade cases may need only monitoring—and both may benefit from recent advances at the Cleveland Clinic. One research team found that patients with a testosterone-based genetic anomaly had different responses to certain drugs, which could open the way to personalized treatments. Other researchers developed a new blood test that predicts prostate cancer risk more accurately than existing tests; it could dramatically reduce the need for biopsies and the treatment of cases unlikely to be lethal. Disponível em: https://www.nationalgeographic.com. Acesso em: 25 mai. 2019. O texto acima apresenta uma perspectiva da medicina e seus desenvolvimentos inovadores. Um enfoque promissor descrito no excerto relata a (o) A uso de um produto natural para tratamento de câncer de próstata. B aparelho que faz mapas da região da próstata para auxiliar em cirurgias. C exame de sangue que prevê o risco de câncer de próstata com mais acurácia do que testes já existentes. D reprodução da testosterona presente na próstata com método de base genética. E extração da testosterona por meio de biópsia para reprodução em laboratório. QUESTÃO 02 Adaptado de: https://www.douglas.co.us. Acesso em: 25 mai. 2019. Páginas oficiais podem trazer informações direcionadas à população em geral. O cartaz acima, disponibilizado via internet, contém um endereço eletrônico que leva o leitor às (aos) A ações do condado Douglas referentes a calamidades. L IN G U A G E N S / I N G L Ê S 5º SIMULADO ENEM 2019 QUESTÃO 07 O historiador brasileiro Leandro Karnal, em entrevista ao programa Ponto a Ponto, da Bandnews, em 2017, traça um paralelo entre a fofoca e pós-verdade. “Nas redes sociais, ao fazer a detração (fofoca), estamos perdendo o nexo com a autoria, porque posso usar um avatar falso, o detrator desaparece, jogo as calúnias ao vento e surge o conceito tão popular da pós-verdade”, diz. “Ela pressupõe que eu perca a necessidade, o nexo e o vínculo com o real, e passe a achar que se está na rede é verdadeiro”. Em resumo, tudo o que disserem de ruim sobre quem eu não gosto é verdadeiro – olha o viés de confirmação aí novamente. Disponível em: http://www.tenhomaisdiscosqueamigos.com/2019/01/14/jason-momo- a-fake-news/. Acesso em: 17 de janeiro de 2018. A partir da leitura do texto, qual a possível solução para o problema: A se manter fora do meio digital B dar mais atenção à autoria das informações C usar um avatar falso para conferir as calúnias D não fazer a detração nas redes sociais E aceitar como corretas as notícias que têm o mesmo ponto de vista do internauta QUESTÃO 08 Disponível em: https://www.facebook.com/centrodeartepopularcemig.mg/photos /a.1852415204790226/1852415511456862/?type=3&theater. Acesso em: 17 de janeiro de 2018. A mostra Fibras Naturais e Papéis exposta no Centro de Arte Popular de Belo Horizonte convida o público a A apreciar a estética do cotidiano. B interagir com os elementos da composição. C refletir sobre elementos do inconsciente do artista D reconhecer a estética clássica das formas. E contemplar a obra por meio da movimentação física. QUESTÃO 05 Had by the ad: furniture sales Starting in November last year, we spent five months monitoring some of the online SALES advertised by two of the biggest names in furniture retail: Dreams and Harveys. We discovered that their SALES might not always be what they seem. During our monitoring, we didn’t find a day when there wasn’t a SALE on at both Dreams and Harveys. Our legal expert, Deborah Parry, told us that these never ending SALES mean that “consumers are uncertain which is the best time to make their purchase”. In fact, we tracked a number of products in those SALES or promotions and in the majority of cases when the SALE or offer came to an end - they simply stayed at the SALE price, went straight into another SALE or another offer was applied. Disponível em: https://www.bbc.co.uk. Acesso em: 28 mai. 2019. Levando em consideração o excerto acima, a expressão “sale(s)” é usada para A relacionar itens à venda com preços promocionais. B solicitar que uma pessoa saia da página de uma loja online. C comprar peças que saíram de moda. D descrever indicadores negativos da economia. E solicitar a presença de uma pessoa verbalmente. QUESTÃO 06 Globo Universidade – A senhora diz que a linguagem tem sua materialidade. Como lembrar que a linguagem não é um mero instrumento de comunicação? Eni Orlandi – Comecei a questionar os linguistas que trabalham a linguística do significante, pensando a língua fechada nela mesma. Para mim, a língua tem certa autonomia, não é fechada, há uma abertura do simbólico. Não é em si que me interessa a língua, mas a forma como é praticada, produzindo sentidos, dentro da sociedade e da história. Nas Ciências Sociais e Humanas tem-se uma visão da língua como algo transparente, que você atravessa para procurar o sentido lá atrás. Com a linguística, aprendi que a língua tem uma ordem nela mesma, que você não a atravessa assim. Não se pode considerar que o sentido é um conteúdo depositado em algum lugar e que você vai procurar. O sentido está na materialidade discursiva, no fato de que a língua para significar tem que se inscrever na história. Disponível em:http://redeglobo.globo.com/globouniversidade/noticia/2012/11/eni-or- landi-fala-sobre-analise-do-discurso-e-linguagem-em-entrevista.html. Acesso em: 17 de janeiro de 2018. Fonte: http://luxuosoadm.blogspot.com/2010/11/humor-1-e-2-natura. html Respondendo ao questionamento do Globo Universidade sobre a linguagem, Orlandi vale-se da metalinguagem. Essa função da linguagem torna-se evidente pelo fato de o texto A ressaltar a língua como autônoma B propor a ordenação da língua. C apresentar o ponto de vista da autora. D discorrer sobre o conceito de linguagem. E se opor às Ciências Sociais e Humanas. L IN G U A G E N S L IN G U A G E N S / I N G L Ê S 5º SIMULADO ENEM 2019 D intenção de recriar o passado por meio da paisagem. E angústia frente às mudanças no ambiente. QUESTÃO 11 Do tamanho de Neptuno e a orbitar um planeta semelhante a Júpiter, os telescópios da NASA, Kepler e Hubble, encontraram evidências do primeiro satélite natural fora do Sistema Solar – a primeira exolua. Apesar de os dados recolhidos não serem definitivos em outubro, os investigadores esperavam voltar a observar o corpo para verificar ou rejeitar a hipótese da existência da primeira exolua. [...] Caso se confirme as observações, a descoberta poderia fornecer importantes pistas sobre o desenvolvimento de sistemas planetários e poderia fazer com que os especialistas revejam as teorias de formação de luas em torno de planetas. Disponível em: https://zap.aeiou.pt/exolua-escondida-proxima-decada-236078. A coesão textual é responsável por estabelecer relações entre as partes do texto. Analisando o trecho “Caso se confirme as observações’, verifica-se que ele estabelece com a oração seguinte uma relação de A oposição, pois a confirmação das observações é contrária às pistas sobre o desenvolvimento do sistema planetário B finalidade, porque a confirmação das observações tem por finalidade fornecer pistas sobre o desenvolvimento do sistema planetário C condição, pois é necessário haver a confirmação das observações para que seja possível fornecer pistas sobre o desenvolvimento de sistemas planetários D consequência, uma vez que a confirmação das observações é ocasionada pelas pistas sobre o sistema planetário E proporção, já que à medida que a confirmação das observações é feita é possível surgirem novas descobertas. QUESTÃO 12 O nome pagode, dado às rodas de samba informais que resultaram no gênero atual de sucesso, vem da palavra indiana “pagoda”. Ela foi adotada há séculos, pelos portugueses, para se referir a qualquer templo oriental. Faz sentido se levarmos em conta que a roda de samba surgiu nos templos da boemia carioca da década de 20 – os botequins – nos anos de ouro do bairro de Vila Isabel. O termo pagode já é encontrado em versos escritos em 1918 pelo compositor Catulo da Paixão Cearense. Em sua canção Terra Caída, a palavra já aparece como sinônimo de samba e festa. Na verdade, antes dos modernos grupos de samba pop adotarem o nome pagode, não havia diferença entre esse gênero e a roda de samba. Disponível em: https://super.abril.com.br/cultura/batucada-de-bamba/ No texto, é apresentada a origem da palavra pagode. De acordo com o que é afirmado, podemos entender que o vocábulo é resultado do(a) A contexto sócio-histórico. B marginalização social. C transformações temporais QUESTÃO 09 BEATA Quer entrar com essa cruz na igreja. MINHA TIA Só isso? BEATA E você acha pouco? Acha que Padre Olavo ia permitir? MINHA TIA Oxente! Por que não? Foi promessa que ele fez? BEATA Foi. Mas promessa de candomblé. Pra uma tal de Iansan... que Deus me perdoe. (Benze-se). (Dirige-se para a esquerda e ao passar por Zé-do-Burro insulta-o) Herege! (Sobe a ladeira, seguida do olhar de comovedora incompreensão de Zé-do-Burro). DEDÉ (Que ouviu a conversa. Para o Galego) Vou ver se Minha Tia me dá um abará. (Atravessa a praça. Não sem mostrar-se intrigado e curioso ao passar por Zé-do-Burro) Bom dia, Minha Tia! GOMES, Dias. O Pagador de Promessas No trecho retirado da peça O Pagador de Promessas, vemos o diálogo entre personagens. Nesse excerto, o uso do termo ‘oxente’ contribui para A marcar a classe social das personagens. B caracterizar usos linguísticos de uma região. C enfatizar a relação familiar entre as personagens. D sinalizar a influência do gênero nas escolhas vocabulares. E demonstrar o tom autoritário da fala de uma das personagens. QUESTÃO 10 Soneto Onde estou? Este sítio desconheço: Quem fez tão diferente aquele prado? Tudo outra natureza tem tomado, E em contemplá-lo tímido esmoreço. Uma ponte aqui houve; eu não me esqueço De estar a ela um dia reclinado! Ali em vale um monte está mudado Quanto pode aos anos o progresso! Árvores que vi tão florescentes, Que faziam perpétua a primavera: Nem troncos vejo agora decadentes. Eu me engano: a região esta não era Mas venho a estranhar, se estão presentes Meus males, com que tudo degenera! Cláudio Manuel da Costa No soneto de Cláudio Manuel da Costa, a contemplação da natureza reflete uma visão que transparece a A resignação diante das mudanças do meio ambiente. B angústia provocada pela sensação de solidão. C dúvida existencial em face do espaço desconhecido. L IN G U A G E N S / I N G L Ê S 5º SIMULADO ENEM 2019 QUESTÃO 15 Disponível em: http://costarica.ms.gov.br/noticia/2334-conselho-municipal-de-sanea- mento-basico-realiza-neste-mes-de-marco-campanha-de-conscientizacao-sobre-uso- -da-agua-e-a-melhor-preservacao-do-esgoto.html?Noticia_page=230 Nessa campanha publicitária realizada para o dia mundial da água, para estimular a economia deste bem, existe a busca para que o leitor A adote práticas de consumo consciente. B altere hábitos de descarte de determinados produtos C contrapor-se a formas indiretas de exportação de água. D altere suas práticas de higienização pessoal e residencial. E entenda que existe uma crise hídrica. QUESTÃO 16 O robô-chef é uma das tecnologias que vão revolucionar a gastronomia nos próximos anos. A IBM resolveu entrar nesse mercado com o Watson, supercomputador conhecido por vencer o Jeopardy, o mais importante programa de perguntas e respostas dos Estados Unidos. Há três meses, ele ajudou a lançar no mercado norte-americano o livro Cognitive Cooking with Chef Watson: Recipes for Innovation from IBM & the Institute of Culinary Education (“Cozinha Cognitiva com o Chef Watson: Receitas para Inovação da IBM e do Instituto de Educação Culinária”), que traz as criações culinárias do sistema de inteligência cognitiva e primeira publicação do tipo no mundo exclusivamente desenvolvida por um computador. D contraste cultural. E movimentações geográficas. QUESTÃO 13 Enquanto Homero escrevia para cantar a glória e o nome dos heróis e Heródoto, para não esquecer os grandes feitos deles, o historiador atual se vê confrontado com uma tarefa também essencial, mas sem glória: ele precisa transmitir o inenarrável, manter viva a memória dos sem-nome, ser fiel aos mortos que não puderam ser enterrados. Sua “narrativa afirma que o inesquecível existe” mesmo se nós não podemos descrevê-lo. GANEBIN, Jeanne Marie. Lembrar Escrever Esquecer. São Paulo: ED. 34, 2014 Articular historicamente o passado não significa conhecê- lo “como ele de fato foi”. Significa apropriar-se de uma reminiscência, tal como ela relampeja no momento de um perigo. Cabe ao materialismo histórico fixar uma imagem do passado, como ela se apresenta, no momento de perigo, ao sujeito histórico, sem que ele tenha consciência disso. O perigo ameaça tanto a existência da tradição como os que a recebem. Para ambos, o perigo é omesmo: entregar-se às classes dominantes, como seu instrumento. BENJAMIN, Walter. Sobre o conceito de história. Os textos selecionados trazem uma abordagem sobre a história. Eles se aproximam ao mostrar que A Não há como narrar o passado B A história e o historiador têm papel político com o objeto narrado C A história é um elemento imutável D O passado não se embasa no real, mas na articulação de reminiscências E O papel do historiador se altera ao longo do tempo QUESTÃO 14 Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até o esgotamento completo. Vencido palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente cinco mil soldados. CUNHA, E. Os sertões. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1987. Diferentes recursos podem ser usados para que o texto progrida: um delas é a pontuação. No texto selecionado, identifique a relação que o uso dos dois pontos dá à costura do texto. A Introduzir uma referência externa B Dar ênfase à ideia introduzida C Mostrar uma possível consequência do que vem antes dessa pontuação D Introduzir uma explicação detalhada E Mostrar exemplos L IN G U A G E N S L IN G U A G E N S / I N G L Ê S 5º SIMULADO ENEM 2019 A a obediência à cultura do seu país de origem leva ao prestígio pessoal. B as novas gerações abandonam os hábitos de seu país de origem. C o país de origem é o que determina a agregação familiar. D os conflitos entre imigrantes de diferente origem são inexistentes. E o lugar dela na cultura alemã metaforiza uma estrutura de poder patriarcal ufanista. QUESTÃO 18 Os infelizes estão nas primeiras palavras de Vidas Secas e não são apenas personagens do olhar de Graciliano Ramos, em meio ao sertão, no ano de 1938. Oito décadas depois da descrição dura de um dos gênios da literatura brasileira, o caminho tem outras curvas de dor e de luta em busca de um mesmo bem: a água. Se o espaçar do tempo é remontado para presente e futuro, as páginas podem ser reconstruídas para muito antes da obra clássica do século 20, com narrativas de pestes, de doença, de sede e de fome. Fato é que não há novidade nesse percurso. Nada acontece pela primeira vez na imensa planície avermelhada brasileira, principalmente a nordestina. Registros de secas brasileiras refazem uma viagem no mínimo ao século 16. Disponível em: http://www.ebc.com.br/especiais-agua/vidas-secas/ Todo o texto é produzido com um propósito comunicativo. Nessa perspectiva, é compreensível que os autores escreveram o texto almejando A partir do sertão de Graciliano Ramos para abordar a realidade presente no sertão brasileiro B apresentar informações sobre o livro Vidas Secas C defender a verossimilhança do livro com a realidade D demonstrar a importância da água E mostrar a contemporaneidade da obra de Graciliano Ramos QUESTÃO 19 “Começamos o projeto há quatro anos, como uma forma de desenvolver as capacidades do Watson e para mostrar as diferentes aplicações da computação cognitiva”, afirma Florian Pinel, engenheiro-chefe do projeto pela IBM. “O Watson pode ser usado para descobrir novos medicamentos e na luta contra o câncer, mas resolvemos aplicar a sua criatividade computacional assistida à comida, que interessa a todo mundo.” Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Revista/noticia/2016/09/como-os-cien- tistas-estao-revolucionando-cozinha-de-casa.html De acordo com o texto, a nova tecnologia empregada A se volta para questões comerciais B é usada de maneira fútil no cenário culinário C substituirá os cozinheiros humanos D pode auxiliar a sociedade em diferentes âmbitos E deve progredir para outros campos QUESTÃO 17 Amar: verbo intransitivo Qual! Fräulein não podia se sentir a gosto com aquela gente! Podia porque era bem alemã. Tinha esse poder de adaptação exterior dos alemães, que é mesmo a maior razão do progresso deles. No filho da Alemanha tem dois seres: o alemão propriamente dito, homem-do-sonho; e o homem-da-vida, espécie prática do homem-do-mundo que Sócrates se dizia. [...] Vejam por exemplo a Alemanha, que-dê raça mais forte? Nenhuma. E justamente porque mais forte e indestrutível neles o conceito da família. Os filhos nascem robustos. As mulheres são grandes e claras. São fecundas. O nobre destino do homem é se conservar sadio e procurar esposa prodigiosamente sadia. De raça superior, como ela, Fräulein. Os negros são de raça inferior. Os índios também. Os portugueses também. [...] Como é belo o destino do casal superior. Sossego e trabalho. Os quatro ombros trabalham sossegadamente, ela no lar, o marido fora do lar. Pela boca da noite ele chega da cidade escura... Vai botar os livros na escrivaninha. Depois vem lhe dar o beijo na testa... Beijo calmo... Beijo preceptivo... Todo de preto, com o alfinete de ouro na gravata. Nariz longo, quase diáfano bem raçado... Todo ele é claro, transparente... Tossiria, arranhando o óculos sem aro... Tossia sempre... E a mancha irregular do sangue nas maçãs... Jantariam quase sem dizer nada... Como passara?... Assim, e ele?... Talvez mais três meses e termina o segundo volume de O Apelo da Natureza na Poesia dos Minnesänger... Lhe davam o lugar na Universidade... A janta acabava... Ele atirava-se ao estudo... Ela arranja de novo a toalha sobre a mesa. ANDRADE, Mário de. Amar, verbo intransitivo - idílio. São Paulo: Martins, 1976. Referindo-se à cultura alemã, o narrador registra suas impressões sobre a personagem Fräulein e mostra um contexto em que L IN G U A G E N S / I N G L Ê S 5º SIMULADO ENEM 2019 QUESTÃO 21 Os Anjos Hoje não dá, hoje não dá A maldade humana agora não tem nome, hoje não dá Pegue duas medidas de estupidez Junte trinta e quatro partes de mentira Coloque tudo numa forma untada previamente Com promessas não cumpridas Adicione a seguir o ódio e a inveja As dez colheres cheias de burrice Mexa tudo e misture bem E não se esqueça antes de levar ao forno Temperar com essência de espirito de porco Duas xícaras de indiferença E um tablete e meio de preguiça Disponível em: https://www.letras.mus.br/legiao-urbana/46964/ Uma característica do gênero receita que aparece na letra da canção de Renato Russo é o(a) A diálogo com interlocutores próximos. B recorrência de verbos no subjuntivo. C predominância do tom pessoal na canção. D uso de rimas na composição. E narrativa predominantemente com verbos no imperativo e no infinitivo. QUESTÃO 22 Lavoura arcaica O amor, a união e o trabalho de todos nós junto ao pai era uma mensagem de pureza austera guardada em nossos santuários, comungada solenemente em cada dia [...]; sem perder de vista a claridade piedosa desta máxima, meu irmão prosseguia na sua prece, [...] e ele falou que estando a casa de pé, cada um de nós estaria também de pé, e que para manter a casa erguida era preciso fortalecer o sentimento do dever, venerando os nossos laços de sangue, não nos afastando da nossa porta [...], participando do trabalho da família, trazendo os frutos para casa, ajudando a prover a mesa comum, e que dentro da austeridade do nosso modo de vida sempre haveria lugar para muitas alegrias, a começar pelo cumprimento das tarefas que nos fossem atribuídas, pois se condenava a um fardo terrível aquele que se subtraísse às exigências sagradas do dever; [...] era preciso refrear os maus impulsos, moderar prudentemente os bons, não perder de vista o equilíbrio, cultivando o autodomínio, precavendo-se contra o egoísmo e as paixões perigosas queo acompanham, procurando encontrar a solução para nossos problemas individuais sem criar problemas mais graves para os que eram de nossa estima, e que para ponderar em cada caso tinha sempre existido o mesmo tronco, a mão leal, a palavra de amor e a sabedoria dos nossos princípios [...]. NASSAR, R. Lavoura arcaica. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. Ao apresentar uma cena em que uma família ceia pela volta do filho mais novo para casa, após um tempo de afastamento, gerado por um conflito existencial, o narrador explora o contexto da obra, que conduz a uma expressividade fundamentada na Disponível em: http://fenasdetran.com/noticia/governo-lanca-campanha-de-transito-pa- ra-diminuir-acidentes-na-pascoa No texto apresentado, a união de texto verbal e imagéticos são usados como elementos argumentativos de modo a A manifestar a preocupação do governo com a segurança das crianças B associar a alta velocidade às ocorrências de morte de crianças. C orientar pedestres e motoristas quanto à imprudência nas estradas. D influenciar a ação dos motoristas em relação à imprudência e à alta velocidade E alertar a população para os riscos da falta de imprudência no trânsito das grandes cidades. QUESTÃO 20 O homem que sabia javanês Os chefes de secção levaram-me aos oficiais e amanuenses e houve um destes que me olhou mais com ódio do que com inveja ou admiração. E todos diziam: “Então sabe javanês? É difícil? Não há quem o saiba aqui!”. O tal amanuense, que me olhou com ódio, acudiu então: “É verdade, mas eu sei canaque. O senhor sabe?”. Disse-lhe que não e fui à presença do ministro. A alta autoridade levantou-se, pôs as mãos às cadeiras, concertou o pincenez no nariz e perguntou: “Então, sabe javanês?”. Respondi-lhe que sim; e, à sua pergunta onde o tinha aprendido, contei-lhe a história do tal pai javanês. “Bem, disse-me o ministro, o senhor não deve ir para a diplomacia; o seu físico não se presta... O bom seria um consulado na Ásia ou Oceania. Por ora, não há vaga, mas vou fazer uma reforma e o senhor entrará. De hoje em diante, porém, fica adido ao meu ministério e quero que, para ano, parta para Bâle, onde vai representar o Brasil no Congresso de Linguística. Estude, leia o Hovelacque, o Max Müller, e outros!” Imagina tu que eu até aí nada sabia de javanês, mas estava empregado e iria representar o Brasil em um congresso de sábios. BARRETO, Lima. Contos completos de Lima Barreto. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. Considerando os aspectos geográficos e culturais presentes no texto, a imagem do uso da língua javanesa (oriunda da ilha de Java, na Indonésia) no conto configura uma percepção que A reforça o valor do estudo e do esforço para o auto enriquecimento cultural. B ilustra o conflito entre a busca efetiva por conhecimento e a adoção de papéis sociais corruptores. C concebe a garantia de status e a fácil ascensão social a partir do improviso e de relações com pessoas influentes. D expressa a ideia da atividade intelectual através da aquisição e aprendizado de novos idiomas. E destaca a inabilidade moral de muitos brasileiros em altos postos. L IN G U A G E N S L IN G U A G E N S / I N G L Ê S 5º SIMULADO ENEM 2019 Disponível em: https://gvcult.blogosfera.uol.com.br/2016/12/14/subjetividade-exclusi- va-um-ensaio-sobre-desvio-para-o-vermelho-de-cildo/ A obra “Desvio para o Vermelho: Impregnação, Entorno, Desvio”, do artista carioca Cildo Meireles, causa uma série de sensações e interpretações que se intercalam de acordo com a inserção do espectador nos três ambientes da instalação. Logo no início, inserimo-nos no interior de uma casa que apresenta uma incrível peculiaridade. Todos os seus móveis e objetos são em tons de uma única cor: o vermelho. A organização da casa também chama atenção, tudo está posicionado e arrumado de forma impecável. Esse é o primeiro ambiente da instalação, o qual o autor nomeia de Impregnação. O segundo ambiente, Entorno, é um corredor de chão preto, com um pequeno frasco caído, de onde escorre um líquido vermelho. Seguindo a tinta que representa o líquido, chegamos ao terceiro ambiente, Desvio, onde é demasiadamente escuro e a única iluminação, ainda que fraca, está no fundo, em volta de uma pia com uma torneira que derrama algo constantemente. Ao nos aproximar, percebemos que a pia branca está completamente respingada por um líquido vermelho que, assim como o que cai da torneira, nos remete ao sangue. A função da obra de arte como um elemento contemporâneo é proposta por Cildo Meireles ao explorar A diferentes ambientes para uma composição artística B elementos cotidianos para abordar um sentido maior C elementos concretos sem uma relação lógica D um público com condições sociais elevadas E uma paleta monocromática almejando causar estranhamento ao espectador QUESTÃO 25 A permanência de acepções pejorativas relacionadas com o gentílico judeu levou o jornalista Fernando Levisky, na década de 50, a mover uma campanha, conhecida como A campanha dos dicionários, com a finalidade de banir dos dicionários de língua portuguesa as referências ofensivas aos israelitas, constantes de esse e de outros verbetes. A campanha envolveu grande parte da intelectualidade da época, projetando-se até para fora do Brasil. A campanha teve origem com um requerimento do escritor, jornalista e advogado, Fernando Levisky, ao então Ministro da Educação e Cultura, solicitando o expurgo dos dicionários das definições ofensivas, depreciativas, humilhantes de significações encontradas em vários verbetes, não apenas do verbete judeu, do qual quer que se retirem definições de diversos dicionários da época como homem mau, negocista, avarento, trocista, etc., senão também de outros, entre eles: negro = maldito; diabo maranhão = grande mentira; pernambucana = faca de ponta; espanholada = fanfarronada; francês = hipócrita, falso; brasileira = aguardente, cachaça; panamá = administração ruinosa; paulista = homem teimoso; baiano = homem que não sabe montar a cavalo; galego = incivil, grosseiro; italianada = linguagem ininteligível, paraíba = mulher masculinizada, favela = habitação de negros e malandros, e muitos outros. Disponível em: http://www.filologia.org.br/anais/anais%20iv/civ05_86-94.html A captura de elementos da mentalidade rural, de feições peculiares. B caracterização de uma família cristã, espaço de intimidade. C confusão intencional da marcação do tempo, centrado no uso de frase única e de pontos-e-vírgula. D apropriação da individualidade dos diferentes membros da família, incorporados afetivamente. E fragmentação do elemento gerador do conflito, apelando para a emotividade. QUESTÃO 23 Receita para fazer um poema dadaísta Pegue um jornal. Pegue uma tesoura. Escolha no jornal um artigo com o comprimento que pensa dar ao seu poema. Recorte o artigo. Depois, recorte cuidadosamente todas as palavras que formam o artigo e meta-as num saco. Agite suavemente. Seguidamente, tire os recortes um por um. Copie conscienciosamente pela ordem em que saem do saco. O poema será parecido consigo. E pronto: será um escritor infinitamente original e duma adorável sensibilidade, embora incompreendido pelo vulgo. Disponível em: https://mantraman.wordpress.com/2009/08/14/para-fazer-um-poema- -dadaista-tristan-tzara/ Nesse texto, o processo de elaboração de poemas dadaístas aponta para uma concepção de atividade poética que põe em evidência o(a) A angustiante estética na produção do poema dadaísta, presente em “Agite suavemente. / Seguidamente, tire os recortes um por um. / Copie conscienciosamente pela ordem em que saem do saco.” B imprevisível percurso na composição do poema, presente em “Pegueum jornal. / Pegue uma tesoura. / Escolha no jornal um artigo com o comprimento que pensa dar ao seu poema. / Recorte o artigo.” C agressivo trabalho de inovação característico do dadaísmo, presente em “será um escritor infinitamente original e duma adorável sensibilidade”. D inevitável frustração do público leitor diante da originalidade, presente em “embora incompreendido pelo vulgo”. E conflituosa relação com o próprio poeta, presente em “o poema será parecido consigo”. QUESTÃO 24 L IN G U A G E N S / I N G L Ê S 5º SIMULADO ENEM 2019 magra e verde não poderia ser. - Ela quase não tem corpo, queixei-me. - Ela só tem alma, explicou meu filho e, como filhos são uma surpresa para nós, descobri com surpresa que ele falava das duas esperanças. Ela caminhava devagar sobre os fiapos das longas pernas, por entre os quadros da parede. Três vezes tentou renitente uma saída entre dois quadros, três vezes teve que retroceder caminho. Custava a aprender. - Ela é burrinha, comentou o menino. - Sei disso, respondi um pouco trágica. - Está agora procurando outro caminho, olhe, coitada, como ela hesita. - Sei, é assim mesmo. - Parece que esperança não tem olhos, mamãe, é guiada pelas antenas. - Sei, continuei mais infeliz ainda. [...]. LISPECTOR, Clarice. A Hora da Estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. Disponível em: https://claricelispector.blogspot.com/2008/07/uma-esperana.html Nessa crônica, a repetição da palavra “esperança” configura-se como uma estratégia argumentativa que visa A surpreender o leitor com a analogia entre os dois significados atribuídos à palavra. B sensibilizar o leitor sobre a ambiguidade de mantermos ou não a esperança, mesmo podendo ela ser vã. C advertir o leitor sobre o modo como os filhos da autora se relacionam com o inesperado. D incentivar o leitor a amadurecer mais rápido. E convencer o leitor sobre a importância de mantermos nossa esperança. QUESTÃO 28 Entre 12 de junho de 1942 e 1º de agosto de 1944 Anne Frank escreveu um diário que entrou para a História. Nascida na Alemanha, ela teve que se refugiar com a família em Amsterdam durante a Segunda Guerra. A perseguição ao povo judeu estava cada vez mais doentia, então Anne e sua família passaram a se esconder em um local que ficou conhecido como Anexo Secreto. Em seu diário, Anne escrevia sobre diversos assuntos, dos mais fúteis aos mais sérios e relevantes. Aos poucos, entendemos a dinâmica dos 8 habitantes do anexo e toda a dificuldade enfrentada por eles. E claro, vamos conhecendo a fascinante Anne. Destaco também o que ela escreveu no dia 6 de junho de 1944, o dia D. Ter uma pequena noção do que a invasão representou para aquele sofrido povo judeu é indescritível. Eles acreditavam que poderiam escapar com vida. O Diário de Anne Frank nos proporciona um misto de emoções. É inevitável não ser transportado para aquela dura realidade. É extremamente triste saber que aquela garota cheia de vida teve sua existência abreviada pela ignorância do ser humano de um jeito tão cruel. E quando lembramos que ela foi apenas uma dos 6 milhões de judeus vítimas do Holocausto, a desesperança em relação ao mundo fica quase insuportável. Disponível em: http://pocilga.com.br/2017/12/o-diario-de-anne-frank-resenha/ (adap- tado). O texto apresenta a alteração de algumas definições partindo de tabus linguísticos. Esse tabu diz respeito à A recuperação de um passado histórico de um termo B ampliação no sentido englobado pelas palavras C uso impróprio do vocábulo pelo jornalista D apropriação de novos sentidos presente na cultura brasileira E restrição do uso de um termo pouco aceito socialmente QUESTÃO 26 mulher depois queridos pai e mãe tô escrevendo da tailândia é um país fascinante tem até elefante e umas praias bem bacanas mas tô aqui por outras coisas embora adore fazer turismo pai, lembra quando você dizia que eu parecia uma guria e a mãe pedia: deixem disso? pois agora eu virei mulher me operei e virei mulher não precisa me aceitar não precisa nem me olhar mas agora eu sou mulher Angélica Freitas. O útero é do tamanho de um punho. No poema de Angélica Freitas, o conteúdo apresentado e o processo de construção do texto indicam A o caráter descritivo dos versos que assinala uma concepção cômica da obra. B o desenvolvimento linguístico semelhante ao de uma carta constituindo uma forma peculiar de expressão poética. C uma seleção etérea do recorte temático refletida principalmente no uso de vocativo. D a impessoalidade almejada pela autora ao retomar lembranças de infância. E a adesão às tradições literárias clássicas por parte da autora que se reflete na uniformidade das estrofes. QUESTÃO 27 Uma esperança Aqui em casa pousou uma esperança. Não a clássica, que tantas vezes verifica-se ser ilusória, embora mesmo assim nos sustente sempre. Mas a outra, bem concreta e verde: o inseto. Houve um grito abafado de um de meus filhos: - Uma esperança! e na parede, bem em cima de sua cadeira! Emoção dele também que unia em uma só as duas esperanças, já tem idade para isso. Antes surpresa minha: esperança é coisa secreta e costuma pousar diretamente em mim, sem ninguém saber, e não acima de minha cabeça numa parede. Pequeno rebuliço: mas era indubitável, lá estava ela, e mais L IN G U A G E N S L IN G U A G E N S / I N G L Ê S 5º SIMULADO ENEM 2019 diferentes. D constrangimento pelo início formal de um relacionamento. E sentimento de angústia gerado pelo processo de envelhecimento. QUESTÃO 30 Motivo Eu canto porque o instante existe e a minha vida está completa. Não sou alegre nem sou triste: sou poeta. Irmão das coisas fugidias, não sinto gozo nem tormento. Atravesso noites e dias no vento. Se desmorono ou se edifico, se permaneço ou me desfaço, — não sei, não sei. Não sei se fico ou passo. Sei que canto. E a canção é tudo. Tem sangue eterno a asa ritmada. E um dia sei que estarei mudo: — mais nada. MEIRELES, Cecília. Viagem. Rio de Janeiro: Editorial Império, 1939. Ao expressar sua percepção do que é o ato de escrever, o eu lírico manifesta uma inquietude sintetizada na A compreensão da efemeridade da vida, a qual é expressa pela figura da mudeza. B consciência da plenitude do momento presente, que precisa ser aceito para a construção do poema. C revolta das gerações mais novas contra as velhas formas de expressão artística, representadas pelas “coisas fugidias”. D incerteza acerca da brevidade da vida, refletida na figura do canto. E crueldade atribuída à dura realidade da vida de poeta, que lida com experiências humanas não tão agradáveis. QUESTÃO 31 Catar feijão Catar feijão se limita com escrever: Jogam-se os grãos na água do alguidar E as palavras na folha de papel; e depois, joga-se fora o que boiar. Certo, toda palavra boiará no papel, água congelada, por chumbo seu verbo; pois catar esse feijão, soprar nele, e jogar fora o leve e oco, palha e eco. Ora, nesse catar feijão entra um risco, o de que, entre os grãos pesados, entre um grão imastigável, de quebrar dente. Certo não, quando ao catar palavras: Na construção textual, o autor realiza uma série de escolhas para cumprir um objetivo determinado. Dessa forma, a função social desse texto é A interpretar a obra a partir dos acontecimentos extratextuais da narrativa. B apresentar o resumo do conteúdo da obra através do uso da terceira pessoa. C fazer a avaliação de uma obra a partir de uma síntese analítica. D informar o leitor sobre a veracidade dos fatos descritos na resenha. E classificar a obra como uma referência para o estudo da história. QUESTÃO 29 Uma senhora Mas, se os remorsos voltam, por quenão hão de voltar os cabelos brancos? Um mês depois, D. Camila descobriu outro, insinuado na bela e farta madeixa negra, e amputou-o sem piedade. Cinco ou seis semanas depois, outro. Este terceiro coincidiu com um terceiro candidato à mão da filha, e ambos acharam D. Camila numa hora de prostração. A beleza, que lhe suprira a mocidade, parecia-lhe prestes a ir também, como uma pomba sai em busca da outra. Os dias precipitavam-se. Crianças que ela vira ao colo, ou de carrinho empuxado pelas amas, dançavam agora nos bailes. Os que eram homens fumavam; as mulheres cantavam ao piano. Algumas destas apresentavam-lhe os seus babies, gorduchos, uma segunda geração que mamava, à espera de ir bailar também, cantar ou fumar, apresentar outros babies a outras pessoas, e assim por diante. D. Camila apenas tergiversou um pouco, acabou cedendo. Que remédio, senão aceitar um genro? Mas, como um velho costume não se perde de um dia para outro, D. Camila viu paralelamente, naquela festa do coração, um cenário e grande cenário. Preparou-se galhardamente, e o efeito correspondeu ao esforço. Na igreja, no meio de outras damas; na sala, sentada no sofá (o estofo que forrava este móvel, assim como o papel da parede foram sempre escuros para fazer sobressair a tez de D. Camila), vestida a capricho, sem o requinte da extrema juventude, mas também sem a rigidez matronal, um meio-termo apenas, destinado a pôr em relevo as suas graças outoniças, risonha, e feliz, enfim, a recente sogra colheu os melhores sufrágios. Era certo que ainda lhe pendia dos ombros um retalho de púrpura. ASSIS, Machado de. Obra Completa. Rio de Janeiro: Companhia José de Aguilar Editora, 1973. A presença de experiências emocionais com base no cotidiano é recorrente na obra de muitos cronistas e contistas, tais como Machado de Assis. No fragmento, o narrador enfatiza o(a) A comportamento caridoso de mulheres de condição social elevada. B anulação do conflito de gerações no espaço privado da família de D. Camila. C incompatibilidade psicológica entre mulheres de gerações L IN G U A G E N S / I N G L Ê S 5º SIMULADO ENEM 2019 QUESTÃO 33 TEXTO I Então… Tirando da própria visão etimológica da palavra né? Filosofia: … Então nós deduzimos… Ser filosofia um {{ruído}} tipo de saber uma sabedoria né? E essa {{ruído}} sabedoria teria teria de fle/implicações… Ao limite humano, num é? Nós poderíamos dizer… Eh filosofia… Um saber… Que se… Busca que se procura né?... Que se questiona que se problematiza não é um saber… Irrefletido ou um saber natural como nós vimos… De uma sabedoria proverbial de uma/sabedoria denominada sabedoria dos anciões nem tão pouco era uma sabedoria revelada né? Que era a sabedoria revelada nós teríamos o campo delimitado da teologia… Propriamente dita. TEXTO II Pela visão etimológica da palavra filosofia é um tipo de sabedoria que tem implicações no limite humano. É um saber que se busca, que se questiona: não é um saber irrefletido ou natural como é a sabedoria dos anciões, nem tão pouco uma sabedoria dos anciões, nem tão pouco uma sabedoria revelada como é a do campo delimitado pela teologia. MARCUSCHI, L. A. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. São Paulo: Cortez, 2001 (adaptado). O texto I é a transcrição de uma aula de filosofia na universidade, por uma professora de 34 anos do Recife. O texto II é a adaptação dessa aula para a modalidade escrita. Em comum, esses textos A apresentam ocorrências de resumo e de retextualização. B são modelos de emprego de conjunções e de pronomes. C são exemplos de discurso planejado em língua portuguesa. D apresentam marcas da linguagem oral. E são amostras, respectivamente, do português culto oral e do português culto escrito. QUESTÃO 34 Nós Nós dedos, não Noz-moscada, não Nós gente, sim Nós desfazer, sim Sentado na cadeira de palhinha trançada, a resma de papel A4 em branco em cima da mesa, apenas na primeira página preenchendo-a aqueles vários nós, [...] MIGUEL, Salim. Nós. Editora: UFSC. 1ª Edição. Santa Catarina, 2017. No texto, há um jogo de linguagem com o uso da palavra “nós” na língua portuguesa. O uso repetido da palavra promove um(a) A marcação de pessoa, evidenciada pela presença do “nós gente”, a qual indica o sujeito da frase. B tom de estranhamento, ocasionado pela ocorrência de palavras homófonas e pela aparente descaracterização da palavra. C caracterização da identidade linguística do autor, percebida a pedra dá à frase seu grão mais vivo: obstrui a leitura fluviante, flutual, açula a atenção, isca-a com risco. MELO NETO, João Cabral de. A educação pela pedra e outros poemas. Rio de Janeiro: Alfaguara, 2008. A poesia é marcada pela recriação de objetos por meio da linguagem figurada, sem necessariamente explicá-los. Nesse fragmento de João Cabral de Melo Neto, poeta da geração de 1945, o eu lírico propõe a recriação poética de(o/a) A composição escrita, a partir da associação com imagens do plantio agrícola, a fim de mostrar o quão difícil é escrever. B um feijão, em referência às colheitas agrícolas do interior do Brasil no século XX. C um livro, que compõe, com seus elementos, uma imagem historicamente ligada à criação poética. D leitor, levando em consideração a relevância das suas críticas ao que lê. E uma pedra, visto que sua compreensão no texto depende de elementos intrínsecos ao poema. QUESTÃO 32 A partir do dia 22 de abril, a vacinação contra influenza se estenderá também aos demais públicos-alvo da campanha, que são: trabalhadores de saúde; povos indígenas; puérperas (mulheres até 45 após o parto); idosos (a partir dos 60 anos); professores, pessoas portadoras de doenças crônicas e outras categorias de risco clínico, população privada de liberdade, incluindo adolescentes e jovens de 12 a 21 anos sob medida socioeducativa, e funcionários do sistema prisional, além das gestantes e crianças de seis mese a menores de seis anos (5 anos, 11 meses e 29 dias). O dia D de mobilização, em que postos de todo o Brasil estarão abertos, será no dia 4 de maio. A meta do Ministério da Saúde é vacinar pelo menos 90% de cada um dos grupos prioritários. A escolha dos grupos que receberão a vacina segue recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS). Em 2018, as gestantes e as crianças foram os únicos grupos que ficaram abaixo da meta, com 80,8% e 77,8% de cobertura, respectivamente. Todos os outros grupos atingiram o patamar de 90%. Neste ano, a faixa-etária do público infantil foi ampliada. Durante a campanha, receberão a vacina todas as crianças entre 6 meses e menores de 6 anos de idade (5 anos, 11 meses e 29 dias). Até o ano passado, eram vacinadas as crianças menores de 5 anos. Disponível em: http://www.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/45348-ministerio-da- -saude-lanca-campanha-nacional-de-vacinacao-contra-a-gripe (adaptado). Nessa campanha, as informações expostas têm como objetivo principal: A conscientizar os grupos de risco da importância de se vacinar contra a gripe. B garantir a segurança de pessoas de grupos de risco para a vacinação. C esclarecer o público a respeito da segurança do processo de vacinação contra a gripe. D alertar membros do grupo de risco sobre as dificuldades enfrentadas no processo de vacinação. E ampliar o número de vacinas à disposição da população. L IN G U A G E N S L IN G U A G E N S / I N G L Ê S 5º SIMULADO ENEM 2019 informalidade C são apresentadas características regionais D não é utilizado recurso algum para a iluminação E existe a precariedade do cenário QUESTÃO 37 Sobre o papel do jornalismo Penso que o papel do jornalista, na sociedade do consumo, é interpretare traduzir informações. Não cabe a ele apenas informar. Devido à saturação da informação, cabe ao jornalista interpretá-la, atribuindo-lhe sentido e precisão na produção de um bem intelectual que dê ao receptor a possibilidade de refletir e, também, de interpretar. Responder a todas as perguntas na abertura de uma matéria é um desserviço ao leitor. Pensa-se que ele não possui tempo para ler jornais. Até parece uma afirmação acertada. Mas será mesmo? Ou será que os textos jornalísticos (salvo o brilho de poucos mestres) são frios, imprecisos, burramente objetivos e o leitor já se acostumou com essa estética técnica e industrial? Ora, o jornalismo se nutre da vida e história humana, portanto sua narrativa não deveria desumanizar as personagens das suas tramas de não ficção. O excesso da objetividade aborta a humanidade de um texto. A importância do jornalismo bem feito, com pleno domínio do campo narrativo, por vezes chamado de “literário”, fica clara nesta vertente ideológica, em uma sociedade pautada pelo consumo desregrado e imediato, que cultua o objeto “de marca”, onde o “ser” é excluído pela supervalorização de um “ter” desenfreado e ambicioso. Disponível em: http://observatoriodaimprensa.com.br/feitos-desfeitas/_ed743_so- bre_o_papel_social_do_jornalismo/ (adaptado). O texto jornalístico em geral é um dos gêneros textuais que figura entre os mais recorrentes da vida brasileira, sobretudo nos meios de comunicação digitais. Nessa reflexão, o texto jornalístico tem como principal característica A sua função informativa. B sua existência nas redes sociais. C sua diversidade de informações. D seu papel como registro da história humana. E seu potencial como agente de transformação social. QUESTÃO 38 O filme Mulher Maravilha, dirigido por Patty Jenkins, é definitivamente o lançamento do ano. O filme combina e contextualiza a primeira guerra mundial com o conceito girl power, uma mistura pouco convencional no universo cinematográfico, mas que rendeu um enredo poderoso e atraente sobre Diana (Gal Gadot), antes de tornar-se a conhecida super-heroína. Logo no começo da trama, na ilha Temiscira, já temos um presságio de que a princesa Diana (filha da Rainha Hipolita) é uma guerreira. Ao longo da história, após a chegada do piloto Steve Trevor (Chris Pine) na ilha, já podemos perceber que pelo coloquialismo. D distanciamento entre fala e escrita, provocado pelo uso de uma construção coloquial, seguida de uma construção escrita formal. E nadequação do discurso, demonstrada pela falta de conjugação do verbo “desfazer” e pela ausência de vírgulas. QUESTÃO 35 POEMA TIRADO DE UMA NOTÍCIA DE JORNAL João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro Bebeu Cantou Dançou Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado Manoel Bandeira O conceito de gênero textual é baseado na ideia de estruturas relativamente estáveis. A relatividade é marcada pois eles podem ser alterados ao longo do seu uso. Nesse texto, vemos então uma alteração pela mescla de diferentes gêneros. Essa ideia é vista, pois o texto A apresenta um tom narrativo e jornalístico na composição de um poema. B se organiza com estrutura de versos C desenvolve uma história em forma de notícia D utiliza linguagem estática para descrever os acontecimentos E é introduzido mencionando a notícia de jornal no título QUESTÃO 36 Disponível em: https://www.google.com/url?sa=i&source=images&cd=&cad=rja&uac- t=8&ved=2ahUKEwjjud7ZoP_fAhUJILkGHft2Dt0QjRx6BAgBEAU&url=http%3A%2F%2Foi- gale.com.br%2F2018%2F04%2F26%2Fcomemoracao=-de19--anos-da-oigale2%F&psig- AOvVaw2PmSc_xoB_vpcGHVYn3Ie2&ust=1548173183708731 Peças teatrais podem acontecer nos mais diversos formatos e nos mais diversos locais. O grupo Oigalê, para apresentar suas peças, escolhe as ruas como palco. A partir da fotografia, podemos confirmar que essa é uma peça de teatro de rua, pois A não é visto um edifício em que a peça é realizada B os atores usar roupas que demonstram a comicidade e L IN G U A G E N S / I N G L Ê S 5º SIMULADO ENEM 2019 física ensinada nas escolas? Não acompanho especificamente esta área, mas o que vemos é que nossos projetos em escolas públicas poderiam ser mais bem trabalhados. A valorização do profissional de educação física e melhores condições de aula certamente motivarão o professor e os alunos. Outro ponto importante a ser considerado é a necessidade de diversificação das atividades oferecidas nas aulas, as quais, em alguns casos, resumem-se no futebol para os meninos e na queimada para as meninas. Isso aumentaria a possibilidade de a criança poder se identificar com uma modalidade e querer praticá-la no futuro. Disponível em: http://novotempo.com/jornalismo/em-entrevista-bernardinho-fala-do-es- porte-como-ferramenta-educacional/ (adaptado). O texto permite relacionar a prática esportiva com uma visão benéfica de seus resultados para o indivíduo. O fator que possibilita identificar essa perspectiva é o(a) A aspecto positivo do tema. B condição delimitada pelo escopo do texto. C prevenção de acidentes. D treinamento do caráter. E acompanhamento do professor. QUESTÃO 40 Cada jogada do vôlei tem início com os saques. O sacador, como é chamado o jogador que lança a bola, tem que arremessar a bola por cima da rede e dentro da quadra de seu adversário. Se ele ultrapassar o limite, a bola vai retornar para seu adversário sacar. Note que quando a bola toca no chão do time adversário, ocorre a marcação de pontos. A chamada “zona de saque” representa o local onde o jogador (sacador) deve permanecer para lançar a bola. Trata-se de uma área de 9 metros de largura situada após cada linha de fundo. Após o saque, tem-se os passes de bolas. Ou seja, os movimentos realizados entre os jogadores que recebem a bola. O passe mais comum e conhecido é a manchete. Esse passe é realizado com as mãos unidas. Os levantadores são os jogadores responsáveis por receberem os passes. Como o próprio nome já indica, eles levantam a bola com a ponta dos dedos. Em seguida, passam aos atacantes que tentam marcar ponto ao lançar para o campo adversário. Os atacantes colocam muita força na jogada e com um grande salto objetivam tocar o chão da equipe adversária para fazer o ponto. Os adversários podem, no entanto, realizar um bloqueio ou defesa para que a bola volte e toque no chão da equipe que atacou. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/voleibol/ Considerando os princípios expostos no texto, o saque no voleibol caracteriza o princípio de A recuperação da bola. B progressão do jogo. C finalização do ponto. D proteção da própria área na quadra. E impedimento do avanço adversário. essa não é mais um daqueles contos em que o mocinho salva a moça indefesa. É uma história sobre sacrifício, empoderamento feminino e um sutil lembrete para nós, humanos, do que somos capazes de fazer uns com os outros. Mulher Maravilha é um filme para todos. Mulheres, homens, crianças, idosos e até mesmo para aqueles que fogem de um blockbuster raso, já que de raso, o filme não tem nada. Disponível em: https://meiobit.com/366647/mulher-maravilha-dc-wonder-woman- -2017-review-sem-spoilers/ (adaptado). Nesta resenha, a inserção da personagem Diana (Mulher Maravilha) na Primeira Guerra Mundial indica a possibilidade da construção de uma feminilidade marcada pela A adequação da mulher à prática militar, alinhando-a para tal. B valorização de comportamentos e condutas normalmente associados à mulher. C transposição de limites impostos às mulheres num contexto predominantemente masculino. D aceitação de padrões sociaisacerca da participação da mulher nas atividades bélicas e militares. E naturalização de barreiras socioculturais responsáveis pela exclusão da mulher na sociedade patriarcal. QUESTÃO 39 Entrevista com Bernardinho Acompanhe a seguir a entrevista concedida por e-mail ao Portal. Nela, o técnico da Seleção de Vôlei explica como o esporte pode ser usado como ferramenta motivadora e de superação. Qual a importância do esporte como ferramenta educacional e de inclusão social? O esporte atrai e motiva o indivíduo, já que representa um desafio e proporciona a sensação gratificante da superação, da aprendizagem de uma modalidade e da superação dos limites do próprio corpo. Claro que a visibilidade nos meios de comunicação também motiva. No sentido pedagógico, o esporte estimula a convivência com outras pessoas e transmite valores como: respeito, cooperação, amizade, comprometimento, ética, entre outros. Além disso, é também uma alternativa de lazer que preenche o espaço livre de crianças e adolescentes com uma atividade produtiva e saudável. Como o esporte pode ajudar na transmissão de valores? A prática esportiva em si proporciona a vivência de muitos valores. O esporte mostra qual deve ser a postura do indivíduo em face da vitória e da derrota; como deve ser o trabalho em equipe; como se deve lidar com as diferenças a partir do respeito a si mesmo e aos outros. Ele motiva, desafia, permite questionamento e superação. Quando desenvolvido dentro de uma metodologia adequada e bem conduzido por um professor de educação física, preparado e com visão educacional, o esporte passa a ser um instrumento de motivação para que os alunos se interessem em aprender uma modalidade e, no decorrer das atividades, apreendam valores fundamentais para a formação do cidadão, que também se manifestam na prática esportiva, como cooperação, respeito, responsabilidade, autonomia e disciplina, entre outros. Como você vê a prática de esportes no âmbito da educação L IN G U A G E N S L IN G U A G E N S / I N G L Ê S 5º SIMULADO ENEM 2019 TEXTO II “Os amantes”. MAGRITTE, René. Os amantes. 1928. 1 original de arte, óleo sobre tela, 54 cm x 73 cm. Ambos os quadros acima os dois retratos apontam para o modo de representação da subjetividade moderna. Na pintura moderna, o rosto humano deforma-se, destrói-se ou fragmenta- se em virtude A da adesão à estética do pessimismo, herdada do realismo europeu, que focou nas novas realidades da sociedade contemporânea. B das catástrofes que assolaram o século XX e da forte presença da angústia na vida do indivíduo. C da opção em demonstrarem oposição aos limites estéticos da revolução permanente da arte moderna. D do posicionamento do artista do século XX contra a negação das novas realidades geradas pelo capitalismo e pelas ideologias contemporâneas. E da intenção de garantir uma forma de criar obras de arte representativas da história pessoal dos artistas. QUESTÃO 43 Morte de um caixeiro viajante HAPPY (muito emocionado): Não é bacana, Biff? Nós dois dormindo aqui de novo neste quarto? Nessas velhas camas? (Dá um tapa na cama.) Quanta conversa a gente já teve aqui? Toda a nossa vida. BIFF: É. Um montão de sonhos e projetos. HAPPY (numa risada forte, e masculina): Umas quinhentas mulheres gostariam de saber o que a gente conversou aqui. (Os dois riem um pouco.) BIFF: Lembra daquela tal Betsy não sei das quantas? Aquela grandona... como era o nome dela mesmo? HAPPY (penteando o cabelo): Aquela do cachorrinho? BIFF: Essa mesma. Fui eu que o levei lá, lembra? HAPPY: Claro, foi a minha primeira vez. Rapaz, era uma festa! (Riem muito.) Você me ensinou tudo que eu sei sobre mulher. No duro mesmo. MILLER, Arthur. Morte de um caixeiro viajante & outras 4 peças. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. QUESTÃO 41 O jornal e o livro AO SR. MANUEL ANTÔNIO DE ALMEIDA O jornal é a verdadeira forma da república do pensamento. É a locomotiva intelectual em viagem para mundos desconhecidos, é a literatura comum, universal, altamente democrática, reproduzida todos os dias, levando em si a frescura das idéias e o fogo das convicções. O livro não está decerto nestas condições; — há aí alguma coisa de limitado e de estreito se o colocarmos em face do jornal. Depois, o espírito humano tem necessidade de discussão, porque a discussão é — movimento. Ora, o livro não se presta a essa necessidade, como o jornal. A discussão pela imprensa- jornal anima-se e toma fogo pela presteza e reprodução diária desta locomoção intelectual. A discussão pelo livro esfria pela morosidade, e esfriando decai, porque a discussão vive pelo fogo. O panfleto não vale um artigo de fundo. Obra Completa, Machado de Assis, Rio de Janeiro: Nova Aguilar, V.III, 1994. O jornalismo impresso é parte integrante do que hoje se compreende por imprensa moderna, e costuma rivalizar com o livro. Nesse texto, o jornal é reconhecido como A objeto de uso literário, tanto na época como hoje. B elemento de autoafirmação dos jornalistas. C instrumento de rapidez de informação e opinião. D ferramenta de investigação do espírito humano. E veículo de produção de discursos. QUESTÃO 42 TEXTO I “O grito”. MUNCH, Edvard. O grito. 1893. 1 original de arte, óleo sobre tela, 91 cm x 73.5 cm. L IN G U A G E N S / I N G L Ê S 5º SIMULADO ENEM 2019 QUESTÃO 45 BOLETIM DE CARNAVAL - Fui estuprada, vó. Três animais! - E tu esperava o quê? Um noivo? GUEDES, Luiz Roberto. In: FREIRE, Marcelino (org.). Os cem menores contos brasileiros do século. Cotia: 2.ed. Ateliê Editorial, 2004. Os sinais de pontuação são elementos com funções essenciais para a progressão temática de um texto. Nesse miniconto, os pontos de interrogação foram empregados para expressar A uma fala hesitante. B uma afirmação inesperada. C uma situação implícita. D a eliminação do drama da menina. E a interrupção de um pedido de socorro. Neste trecho, o que caracteriza Morte de um caixeiro viajante como um texto teatral? A O tom íntimo entre os personagens presente na cena. B As perguntas feitas pelos personagens. C A interferência do narrador na reação dos personagens. D O uso de rubricas para construir as ações da cena. E A analogia sobre a personagem Betsy. QUESTÃO 44 Figura principal no tropicalismo, Caetano gravou seu álbum de estreia, Caetano Veloso, em 1967, porém, foi lançado só um ano depois. A sonoridade é uma espécie de bossa-nova executada por roqueiros psicodélicos, com harmonias vocais barrocas misturadas a arranjos de metais. O resultado é impressionante. Não há correspondente ao baiano no mundo pop de língua inglesa e gente como Beck, Kurt Cobain e David Byrne o adoram. Jovens da época amaram o trabalho e, se composições como “Soy Loco por ti, America”, “Alegria, alegria” e “Tropicália” caíram no gosto do público, dos generais, não. Um tributo a Che Guevara (“Soy Loco por ti, America”), por exemplo, não ficaria invisível aos olhos da ditadura. Se Chico, em 1974, para driblar a censura criou um alter ego, Caetano lançaria ainda Tropicália ou … em 1969, e, em 1970, seria forçado a deixar o Brasil, sendo exilado em Londres. O exílio ajudou a divulgar o nome de Caetano no exterior e o elevou ao patamar de lenda, o que provavelmente fez bem à carreira do compositor. Caetano já foi definido como um híbrido de Brian Wilson, Stevie Wonder, Bob Dylan, Syd Barret, John Lennon e Bob Marley. Exagero? Talvez não. Quando dedicamos um pouco de tempo à audição de registros como este, Transa, e até mesmo o mais recente Abraçaço, de 2012, quase que instantaneamente os nomes listados – e possivelmente outros – começam a povoar nossa imaginação. Semdúvida, um dos grandes da música contemporânea mundial. Disponível em: http://www.aescotilha.com.br/musica/vitrola/caetano-veloso-e-o-nasci- mento-do-tropicalismo/ (adaptado). O texto é um trecho da crítica musical sobre a obra de Caetano Veloso. Para enfatizar a qualidade do artista, usou-se como recurso argumentativo o(a) A contraste entre Caetano e outros músicos famosos. B exemplo de temáticas revolucionárias abordadas nas letras de suas músicas. C alusão a gêneros musicais estrangeiros. D comparação analítica entre músicas de diferentes épocas (a Ditadura e hoje). E aproximação entre a cultura brasileira e a cultura cubana. L IN G U A G E N S L IN G U A G E N S / I N G L Ê S 5º SIMULADO ENEM 2019 L IN G U A G E N S / I N G L Ê S 5º SIMULADO ENEM 2019