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U�IVERSIDADE DO SUL DE SA�TA CATARI�A 
LUCAS MACHADO SE�A 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTABILIZAÇÃO DE SOLO COM CAL PARA USO EM VIAS �ÃO 
PAVIME�TADAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Palhoça 
2008 
 
 
LUCAS MACHADO SE�A 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTABILIZAÇÃO DE SOLO COM CAL PARA USO EM VIAS �ÃO 
PAVIME�TADAS 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao 
Curso de Engenharia Civil da Universidade do Sul 
de Santa Catarina, como requisito parcial à 
obtenção do título de Engenheiro Civil. 
 
 
 
 
 
 
 
Orientador: Prof. Rafael dos Reis Higashi, Dr. 
 
 
 
 
 
 
Palhoça 
2008. 
 
 
LUCAS MACHADO SE�A 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTABILIZAÇÃO DE SOLO COM CAL PARA USO EM VIAS �ÃO 
PAVIME�TADAS 
 
 
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado 
adequado à obtenção do título de Licenciado em 
Engenharia e aprovado em sua forma final pelo curso de 
Engenharia Civil, da Universidade do Sul de Santa 
Catarina. 
 
 
 
 
 ______________________________,_____de_________________de 20____. 
 
 
 
 
______________________________ 
Eng. Civil Angela Grando, Mestranda 
PPGEC – Universidade Federal de Santa Catarina 
 
 
______________________________ 
Eng. Civil Camila Maciel, Mestranda 
PPGEC – Universidade Federal de Santa Catarina 
 
 
_______________________________ 
Prof. Ismael Medeiros, Mestrando 
PPGEC – Universidade Federal de Santa Catarina 
 
 
_______________________________ 
Prof. e Orientador Rafael dos Reis Higashi, Dr. 
Universidade do Sul de Santa Catarina 
 
 
 
RESUMO 
 
Este trabalho de Estudo de Caso, tem por objetivo analisar uma solução para as jazidas do 
Município de Rio Negrinho, norte do estado de Santa Catarina para fins de pavimentação. 
Foram estudadas duas jazidas locais com a adição do aditivo cal e espera-se encontrar as 
características necessárias para seu uso na pavimentação. A característica mais importante é 
proveniente do Ensaio de CBR (Califórnia Bearing Ratio) ou ISC (Índice de Suporte 
Califórnia) que foi realizado com diferentes porcentagens de adição de cal, a fim de saber 
também qual seria o teor de solo/cal mais viável economicamente. Os Ensaios foram 
realizados no Laboratório de Mecânica dos Solos da UNISUL. As amostras foram coletadas 
pela empresa Battistella Florestal, nas jazidas denominadas Rio Feio e Cerro Azul. Os 
resultados aqui apresentados são de grande importância para a Prefeitura e para a empresa que 
irá realizar a pavimentação das vias. 
 
Palavras-chave: Estabilização de Solo; Cal; Solo-Cal; CBR. 
 
 
ABSTRACT 
 
This Study of Case has the objective to analyze a solution for the mineral soil in the city of 
Rio Negrinho located in the north of the State of Santa Catarina to be used in paving, two 
mineral sources with the ad of cal will be studied, the necessary conditions are expected to be 
found so they can be used in paving. The most important characteristic came from the CBR 
Test (California Bearing Ratio) which was made with different percentages of cal, also to 
recognize the best soil-cal ratio economically talking. The test has been realized in the 
Laboratory of Soil Mechanics of UNISUL. The samples were collected by the Battistella 
Florestal Company, in the mineral sources called Rio Feio and Cerro Azul. The results here 
showed have a valuable importance to the City Council and to the Company that will 
construct the ways. 
 
Key words: Soil Stabilizer; Cal; Soil-Cal; CBR. 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. I�TRODUÇÃO ............................................................................................... 7 
1.1. OBJETIVO GERAL ....................................................................................................................... 8 
1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................................................... 8 
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................... 9 
2.1. PAVIMENTAÇÃO NO BRASIL ................................................................................................... 9 
2.1.1. Classificação dos pavimentos ....................................................................................................... 10 
2.1.2. Camadas do pavimento ................................................................................................................. 11 
2.2. ESTRADAS FLORESTAIS ......................................................................................................... 12 
2.3. SOLO ............................................................................................................................................ 13 
2.3.1. A classificação de solos ................................................................................................................ 14 
2.3.2. Classificação unificada (USCS) .................................................................................................... 15 
2.3.3. Sistema rodoviário de classificação (HRB) .................................................................................. 15 
2.4. A CAL........................................................................................................................................... 16 
2.5. ESTABILIZAÇÃO DE SOLO ...................................................................................................... 17 
2.5.1. Estabilização de solo com cal. ...................................................................................................... 17 
2.5.2. Reações solo-cal. .......................................................................................................................... 18 
2.5.3. Estabilização do solo no Brasil. .................................................................................................... 22 
2.6. O USO DO ENSAIO DE CBR ...................................................................................................... 23 
2.7. MÉTODO DAS PASTILHAS MCT ............................................................................................. 23 
2.8. DETERMINAÇÃO DA DOSAGEM DE CAL ............................................................................. 25 
2.8.1. Método do ph ................................................................................................................................ 25 
3. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ......................................... 26 
3.1. LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA................................................................................................ 26 
3.2. FORMAÇÃO GEOLÓGICA ........................................................................................................ 27 
3.3. SOLOS .......................................................................................................................................... 27 
3.4. COBERTURA VEGETAL E USO DO SOLO ............................................................................. 29 
4. METODOLOGIA ......................................................................................... 30 
4.1. PLANEJAMENTO ....................................................................................................................... 31 
4.2. SELEÇÃO DAS JAZIDAS ........................................................................................................... 31 
4.3. COLETA DE MATERIAL EXISTENTE ..................................................................................... 32 
4.4. REALIZAÇÃO DE ENSAIOS EM LABORATÓRIO ................................................................. 33 
4.4.1. Análise granulométrica .................................................................................................................34 
4.4.2. Densidade real dos grãos .............................................................................................................. 39 
4.4.3. Limites de Atterberg ..................................................................................................................... 41 
 
 
4.4.4. Compactação................................................................................................................................. 44 
4.4.5. Índice de suporte Califórnia (ISC) ................................................................................................ 49 
4.5. DETERMINAÇÃO DA DOSAGEM DE CAL ............................................................................. 53 
4.5.1. Método do ph ................................................................................................................................ 53 
4.5.2. Método do lime fixation point (LFP) ............................................................................................ 54 
4.5.3. Miniatura tropical compactada (MCT) ......................................................................................... 55 
5. RESULTADOS ............................................................................................. 56 
5.1. ENSAIOS EM LABORATÓRIO ................................................................................................. 56 
5.1.1. Teor de umidade natural ............................................................................................................... 56 
5.1.2. Análise granulométrica ................................................................................................................. 56 
5.1.3. Densidade real dos grãos .............................................................................................................. 58 
5.1.4. Limites de Atterberg ..................................................................................................................... 59 
5.1.5. Compactação................................................................................................................................. 60 
5.1.6. Índice de suporte califórnia (ISC) ................................................................................................. 62 
5.1.7. Miniatura compactado tropical (MCT) ......................................................................................... 64 
5.2. DETERMINAÇÃO DA DOSAGEM DE CAL ............................................................................. 64 
5.2.1. Método do ph ................................................................................................................................ 64 
5.3. ENSAIOS COM A ADIÇÃO DE CAL ......................................................................................... 65 
5.3.1. Compactação................................................................................................................................. 65 
5.3.2. Índice de suporte Califórnia (ISC) ................................................................................................ 70 
5.3.3. Granulometria pós compactação ................................................................................................... 75 
5.3.4. Limites de Atterberg pós compactação ......................................................................................... 77 
5.3.5. MCT pós compactação ................................................................................................................. 79 
5.4. QUADRO GERAL DE RESULTADOS ...................................................................................... 82 
6. CO�CLUSÕES ............................................................................................. 84 
7. SUGESTÕES................................................................................................. 86 
8. REFER�CIAS ............................................................................................ 87 
7 
 
 
1. I�TRODUÇÃO 
 
Desde os primórdios da sociedade o homem utiliza trajetos para chegar ao 
um determinado lugar, muitas vezes não pelo traçado mais curto, mas pelo mais fácil, 
seguro e confortável, a pé, por meio de transporte animal, veículos de tração animal, até 
chegar à forma de transporte atual. 
No Brasil, o transporte rodoviário é responsável por aproximadamente 52% 
das cargas transportadas e 95% do transporte de pessoas. Esses grandes números 
demonstram a importância das rodovias não só para a economia do país, mas para a 
sociedade toda em geral ressaltando a importância das condições de uso das rodovias. 
É comum observar vários problemas em rodovias em Santa Catarina. 
Chama-se a atenção para o exemplo da BR-101 que está em processo de duplicação. 
Observa-se que mesmo a parte que foi duplicada há pouco tempo já é possível notar 
problemas como buracos, adensamentos e fissuras, pelas mais diversas causas, algumas 
delas em razão do solo ruim que está abaixo do pavimento. 
Na pavimentação de uma rodovia, geralmente se utiliza o solo de uma jazida 
local para baratear o custo e acelerar o processo construtivo. Porém, muitas vezes, esse 
solo não possui as características de um solo bom para pavimentação. Ao invés de trazer 
solo de outro local no que implica custo, tempo e burocracia, existe um método que 
consiste na adição de aditivos no solo local a fim de estabilizá-lo. 
As estradas florestais são rodovias que possuem somente o revestimento 
primário, ou seja, não possuem a camada asfáltica. Este tipo de via é usada por 
empresas para o escoamento de material e funcionários, o que significa um tráfego de 
cargas elevadas e que devido à essas cargas, o solo deve apresentar uma boa resistência 
e pouca expansão. 
A empresa denominada Battistela Florestal que se encontra no Município de 
Rio Negrinho, necessita da construção de uma via para escoar a sua produção. Desta 
forma, devido ao fato de que conhecidamente os solos da região não são adequados para 
a sua utilização no estado compactado, esta pesquisa analisa o comportamento mecânico 
destes solos através de ensaios de CBR e Expansão, tendo como elemento estabilizador 
a cal. 
 
8 
 
 
1.1. OBJETIVO GERAL 
 
Este estudo tem com objetivo analisar os solos de Rio Negrinho, tendo 
como parâmetro geotécnico o uso do solo compactado com cal para a pavimentação, 
visando estabilizá-lo com um aditivo, para assegurar a qualidade da rodovia. 
 
1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
− Caracterizar o solo do município de Rio Negrinho; 
− Determinar o comportamento do solo no estado compactado; 
− Estimar o comportamento do solo com elementos estabilizadores; 
− Determinar a porcentagem ideal de cada elemento para que o solo se 
estabilize a partir dos resultados do ensaio de CBR. 
9 
 
 
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
2.1. PAVIMENTAÇÃO NO BRASIL 
 
O pavimento caracteriza-se por uma estrutura construída após a 
terraplanagem por meio de camadas de vários materiais de diferentes características de 
resistência e deformabilidade. Esta estrutura, assim constituída, apresenta um elevado 
grau de complexidade no que se refere ao cálculo das tensões e deformações (SOUZA, 
1980). 
Para Guimarães (2002), pavimento é uma estrutura sobre o leito natural ou 
terrapleno de uma via, constituído de uma ou várias camadas, com a finalidade de 
melhorar as condições do trânsito em relação à segurança, conforto e uso constante. 
Deve ser resistente às tensões provocadas pelas cargas dos veículos e variações 
ambientais, distribuindo-as pelo sub-leito de forma equilibrada. 
Segundo o Manual de Pavimentação do DNIT (2006), o pavimento de uma 
rodovia é a superestrutura constituída por um sistema de camadas de espessuras finitas,assentes sobre um semi-espaço, considerado teoricamente como infinito – a infra-
estrutura ou terreno de fundação, a qual é designada de subleito. O subleito, limitado 
assim superiormente pelo pavimento, deve ser estudado e considerado até a 
profundidade onde atuam de forma significativa, as cargas impostas pelo tráfego. O 
pavimento, por injunções de ordem técnico-econômicas é uma estrutura de camadas em 
que materiais de diferentes resistências e deformabilidades são colocados em contato, 
resultando daí um elevado grau de complexidade no que respeita ao cálculo de tensões e 
deformações e atuantes nas mesmas, resultantes das cargas impostas pelo tráfego. 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
2.1.1. Classificação dos pavimentos 
 
Marques (2007) classifica os pavimentos quanto à sua estrutura da seguinte 
forma: 
a) Pavimentos semi-rígidos (semi-flexívies): situação intermediária entre os 
pavimentos rígidos e flexíveis. É o caso das misturas solo-cimento, solo-cal, solo-
betume dentre outras, que apresentam razoável resistência à tração. 
b) Pavimentos rígidos: são constituídos por camadas que trabalham 
essencialmente à tração. Seu dimensionamento é baseado nas propriedades resistentes 
de placas de concreto de cimento Portland, as quais são apoiadas em uma camada de 
transição, a sub-base. 
c) Pavimentos flexíveis: são aqueles constituídos por camadas que não 
trabalham à tração. Normalmente são constituídos de revestimento betuminoso delgado 
sobre camadas puramente granulares. A capacidade de suporte é função das 
características de distribuição de cargas por um sistema de camadas superpostas, onde 
as de melhor qualidade encontram-se mais próximas da carga aplicada. 
A determinação da espessura é conseguida a partir da resistência à tração do 
concreto e são feitas considerações em relação à fadiga, coeficiente de reação do 
subleito e cargas aplicadas. São pouco deformáveis com uma vida útil maior. O 
dimensionamento do pavimento flexível é comandado pela resistência do subleito e do 
pavimento rígido pela resistência do próprio pavimento. 
No dimensionamento tradicional, são consideradas as características 
geotécnicas dos materiais a serem usados, e a definição da espessura das várias camadas 
depende do valor do CBR e do mínimo de solicitação de um eixo padrão (8,2 ton.) 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
2.1.2. Camadas do pavimento 
 
Segundo o Manual do DNIT (2006), a definição dos diversos constituintes 
do pavimento, em seção transversa é a que se segue: 
 
a) Pavimento – é a estrutura construída após a terraplenagem e destinada, 
econômica e simultaneamente em seu conjunto, a: 
- resistir e distribuir ao subleito os esforços verticais oriundos do tráfego, 
- melhorar as condições de rolamento quanto à comodidade e conforto, 
- resistir aos esforços horizontais (desgaste) tornando mais durável a 
superfície de rolamento. 
b) Subleito – é o terreno de fundação do pavimento. 
c) Leito – é a superfície obtida pela terraplenagem ou a obra-de-arte e 
conformada ao seu greide e perfis transversais. 
d) Greide do leito – é o perfil do eixo longitudinal do leito. 
e) Regularização – é a camada posta sobre o leito, destina a conformá-lo 
transversal e longitudinalmente de acordo com as especificações. A regularização não 
constitui propriamente uma camada de pavimento, sendo, a rigor, uma operação que 
pode ser reduzida em corte do leito implantado ou em sobreposição a este, de camada 
com espessura variável. 
f) Reforço do subleito – é uma camada de espessura constante, posta por 
circunstâncias técnico-econômicas, acima da de regularização, com características 
geotécnicas inferiores ao material usado na camada que lhe for superior, porém 
melhores que o material do subleito. 
g) Sub-base – é a camada complementar a base, quando por circunstâncias 
técnico-econômicas não for aconselhável construir a base diretamente sobre a 
regularização. 
h) Base – é a camada destinada a resistir e distribuir os esforços oriundos do 
tráfego e sobre a qual se constrói o revestimento. 
i) Revestimento – é a camada, tanto quando possível impermeável, que 
recebe diretamente a ação do rolamento dos veículos e destinada a melhorá-la, quanto à 
comodidade e segurança, resistindo ao desgaste. 
 
12 
 
 
 
 
Figura 1 – Camadas de um pavimento 
Fonte: Manual do DNIT (2006). 
 
 
2.2. ESTRADAS FLORESTAIS 
 
 As estradas florestais são as mais importantes vias de acesso às florestas, 
servindo para viabilizar o tráfego de mão-de-obra e os meios de produção, necessários 
para implantação, proteção, colheita e transporte dos produtos florestais (Machado, 
1989). Elas têm como principal características o baixo volume de tráfego, às vezes 
temporário, e o tráfego pesado e extrapesado, ocorrendo normalmente em um único 
sentido, por meio de veículos com capacidade de carga entre 30 e 40 toneladas e de 
veículos com carga acima de 40 toneladas, respectivamente. 
 Os materiais de construção ou elementos de suporte das estradas são os 
solos, que no caso específico do Brasil, normalmente, não se enquadram nas 
especificações técnicas exigidas pelos órgãos rodoviários estaduais e federais. Segundo 
Rodriguez e Castillo (1984) existem três opções para serem adotadas: 
a) utilizar o solo local como ele se encontra, considerando suas más 
qualidades no projeto, 
b) eliminar o solo inadequado e substituí-lo por outro de características 
satisfatórias, 
c) modificar as propriedades do solo local, tornando-o apto para ser 
utilizado como suporte ou camada de pavimento. 
 
13 
 
 
2.3. SOLO 
 
Solo é um corpo natural, tridimensional, formado de camadas 
aproximadamente paralelas à superfície e constituído de elementos minerais e/ou 
orgânicos, em geral, com água e/ou ar preenchendo seus poros. Situa-se normalmente 
entre a camada superficial da crosta, onde floresce a vegetação, e a camada de alteração 
que recobre as rochas inalteradas da região. Em certos casos, falta a camada de alteração 
e o solo descansa diretamente sobre a rocha fresca. Assim, todo o solo argiloso utilizado 
em mistura solo-cal deve proceder desta camada de alteração. Solos pobres em minerais 
finos argilosos em condições normais, não reagem com a cal. Daí a necessidade do 
especialista proceder ao exame mineralógico do solo e demarca, no campo, o horizonte 
do solo a ser desmontado antes das experimentações e uso (GUIMARÃES, 2002). 
Segundo Caputo (1998), os solos são matérias que resultam do 
intemperismo ou meteorização das rochas, por desintegração mecânica ou 
decomposição química. 
Por desintegração mecânica, através de agentes como água, temperatura, 
vegetação e vento, formam-se os pedregulhos e areias e até mesmo os siltes, e somente 
em condições especiais as argilas. 
Por decomposição química entende-se o processo em que há modificação 
química ou mineralógica das rochas de origem. O principal agente é a água e os mais 
importantes mecanismos de ataque são a oxidação, hidratação, carbonatação e os efeitos 
químicos da vegetação. As argilas representam o último produto do processo de 
decomposição. 
Normalmente, esses processos atuam simultaneamente em determinados 
locais e condições climáticas, um deles pode ter predominância sobre o outro. O solo é, 
assim, uma função da rocha-mater e dos diferentes agentes de alteração. Os que mantêm 
uma nítida macroestrutura herdada da rocha da origem são designados por solos 
saprolíticos. 
 
 
 
14 
 
 
2.3.1. A classificação de solos 
 
Atualmente, no Brasil é utilizada a classificação de solos realizada pela 
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA(1999), em parceria com 
instituições nacionais de ensino, pesquisa e planejamento. O novo sistema é estruturado 
com base em características de gênese do solo e propriedades pedogenéticas. 
As 14 classes da classificação dos solos são: 
− Alissolos: solos com alto teor de alumínio, argila de alta atividade e 
horizonte B textural ou B nítico; 
− Argissolos: solos com horizonte B textural e argila de atividade baixa; 
− Cambissolos: solos com horizonte B incipiente, argila de atividade baixa 
e/ou saturação por bases baixa; 
− Chernossolos: solos escuros, argila de atividade alta, saturação por bases 
altas e ricas em carbono; 
− Espodossolos: solos pobres, moderada a fortemente ácidos, saturação por 
bases baixa, altos teores de alumínio extraível; 
− Gleissolos: solos com horizonte glei, mal ou muito mal drenados e 
presença de matéria orgânica; 
− Latossolos: solos com horizonte B latossólico, com avançado estágio de 
intemperização e mal evoluídos; 
− Luviossolos: solos ricos em bases, horizonte B textural e alta atividade de 
argilas; 
− Neossolos: solos pouco desenvolvidos, constituídos por material mineral 
ou orgânico; 
− Nitossolos: solos com horizonte B nítico (reluzente), bem desenvolvidos 
em termos de estrutura e cerosidade e argila de baixa atividade; 
− Organossolos: solos orgânicos, pouco evoluídos, muito mal drenados; 
− Planossolos: solos com grande contraste textural, estrutura prismática, 
permeabilidade lenta e muito lenta e presença de sódio; 
− Plintossolos: solos com plintita, mal drenados, fortemente ácidos e com 
saturação por bases baixa; 
15 
 
 
− Vertissolos: solos com propriedades provenientes de argilas expansíveis. 
Possui desenvolvimento restrito pela grande capacidade de movimentação do material 
constitutivo do solo em conseqüência dos fenômenos de expansão e contração causados 
pela alta atividade das argilas. 
 
2.3.2. Classificação unificada (USCS) 
 
Derivada do sistema de classificação elaborado por A. Casagrande em 1948, 
inicialmente denominado Sistema de Classificação de Aeroportos adaptado pelo 
Bureau of Reclamation e U.S.Corps of Engineers em1953 e normatizado pela ASTM 
D2487 em 1983 (FURG, 2006). 
Os solos são classificados em três grandes grupos: solos grossos, solos finos 
e turfas. No primeiro grupo, encontram-se os solos pedregulhosos designados pelas 
letras GW, GC, GP, GM e GW-GM e os solos arenosos subdividem-se em SW, SC, SP 
e SM. No segundo grupo encontram-se os solos finos: siltes, argilas e solos orgânicos, 
quando de baixa compressibilidade (LL < 50) são designados pelas siglas CL, ML e 
OL. Quando com alta compressibilidade (LL > 50), são designados pelas siglas CH, 
MH e OH. As turfas estão no terceiro grupo e são designadas pela sigla Pt. 
 
2.3.3. Sistema rodoviário de classificação (HRB) 
 
Empregado na engenharia rodoviária em todo o mundo, proposto pelo 
Bureau of Public Roads e revisto pelo HRB em 1945. Normatizado pela AASHTO 
M145 em 1973. Classifica os solos em oito grupos (FURG, 2006): 
• Solos granulares (% passante #200 < 35%): A-1, A-2 e A-3 
• Solos finos (% passante #200 > 35%): A-4, A-5, A-6 e A-7 
• Solos altamente orgânicos: podem ser classificados como A-8 
Os solos granulares do tipo A-1 e A-2 são subdivididos em A-1-a, A-1-b, A-
2-4, A-2-5, A-2-6 e A-207. Os solos finos do tipo A-7 são subdivididos em A-7-5 e A-
7-6. 
 
16 
 
 
2.4. A CAL 
 
Guimarães (2002) define a cal como sendo um aglomerante aéreo obtido a 
partir da calcinação de rochas carbonatadas, constituídas predominantemente por 
carbono de cálcio e/ou carbono de cálcio e magnésio. Segundo o autor, a cal virgem ou 
cal aérea ou cal viva é resultado da calcinação dos carbonatos de cálcio e de cálcio-
magnésio que são, respectivamente, o óxido de cálcio (CaO) e o cálcio-magnésio (CaO 
- MgO). A cal hidratada é obtida pela hidratação da cal viva e encontra-se na forma de 
pó seco ou com aspectos de creme, lama, leite ou solução saturada dependendo da 
quantidade de água na reação. 
As reações de formação da cal viva e da cal hidratada são respectivamente 
as Equações 2.1 e 2.2. Estas reações dão origem à cal cálcica. 
 
CaCO3 + calor ↔ CaO + CO2 (2.1) 
CaO + H2O → Ca(OH)2 + calor (2.2) 
 
A partir da calcinação do calcário dolomítico obtém-se a cal dolomítica, que 
é uma mistura de óxido de cálcio e óxido de magnésio (CaO + MgO). 
Diante dessas possibilidades, podem ser encontradas: a cal cálcica virgem 
(CaO), a cal dolomítica virgem (CaO . MgO), a cal cálcica hidratada (Ca(OH)2), a cal 
dolomítica mono-hidratada (Ca(OH)2 . MgO) e a cal dolomítica bi-hidratada (Ca(OH)2 . 
Mg(OH)2). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
2.5. ESTABILIZAÇÃO DE SOLO 
 
O Manual de Pavimentação do DNIT (2006), afirma que a estabilização das 
camadas da pavimentação ocorre por compactação de um material ou mistura de 
materiais que apresentem uma granulometria apropriada e índices geotécnicos 
específicos, fixados em especificações. 
 De acordo com Guimarães (2002), quando o solo não possui as 
características geotécnicas exigidas para suportar a obra projetada, principalmente 
quanto a sua resistência, torna-se necessário corrigi-lo ou substituí-lo por outro, com a 
adição ou subtração de componentes, ou com a ação de agentes químicos. A escolha da 
técnica, denominada estabilização de solo, deve ser baseada na economia e ainda na 
finalidade da obra. 
 
2.5.1.Estabilização de solo com cal. 
 
A mistura solo-cal é uma mistura de solo, cal e água. Também pode ser 
acrescido a esta mistura uma pozolana artificial, chamada fly-ash, que é uma cinza 
volante. Geralmente, solos de granulometria que reagem com a cal, proporcionando 
trocas catiônicas, floculações, aglomerações, produzem ganhos na trabalhabilidade, 
plasticidade e propriedades de caráter expansivo. Estes fenômenos processam-se 
rapidamente e produzem alterações imediatas na resistência ao cisalhamento das 
misturas. As reações pozolânicas resultam na formação de vários compostos 
cimentantes que aumentam a resistência e a durabilidade da mistura. A carbonatação é 
uma cimentação fraca. 
O solo melhorado com cal é a mesma idéia do solo-cal, porém neste caso há 
predominância dos fenômenos que produzem modificações do solo, no que se refere à 
sua plasticidade e sensibilidade à água, não oferecendo à mistura características 
acentuadas de resistência e durabilidade. As bases feitas desta maneira são consideradas 
flexíveis. (MARQUES, 2007). 
 
 
18 
 
 
2.5.2.Reações solo-cal. 
 
A adição de cal aos solos de granulometria fina e na presença de água, causa 
diversas reações químicas. A troca iônica, floculação e aglomeração causam um 
melhoramento imediato na plasticidade e trabalhabilidade do material, mas é 
desenvolvida pouca resistência permanente. As reações pozolânicas provocam a 
formação de agentes cimentantes, produzindo assim, aumentos na resistência e 
durabilidade com o passar do tempo. A carbonatação é a reação do hidróxido de cálcio 
com o dióxido de carbono do ar atmosférica. Esta reação é rápida e inicia-se 
imediatamente após a exposição da cal ao ar atmosférico. 
 
2.5.2.1.Troca iônica e floculação 
 
Para Guimarães (2002), a troca iônica é uma ação imediata que promove, 
após alguns minutos de contato, mudanças nas propriedades físicas do solo: 
a) A granulometria é alterada pela floculação ou agregação das partículas 
originais. Isto se traduz pelo deslocamento da curva granulométrica para o lado 
grosseiro; 
b) Nos Limites de Atterberg, as modificações são notórias no limite de 
Plasticidade (LP), que geralmente aumenta, e no Índice dePlasticidade (IP) que 
diminui; 
c) Quanto à expansão-contração pode ser observada menor variação 
volumétrica; 
d) A capacidade de suporte também tem considerável aumento. Este é o 
parâmetro pelo qual se deve definir o sucesso ou não da estabilização. 
Segundo Fossberg e Greg (1963) apud Guimarães (2002), quando a cal é 
adicionada ao solo, o fenômeno de troca de bases ocorre com os argilo-minerais. Essa 
reação leva à floculação das partículas argilosas, a qual causa o aumento no ângulo de 
atrito da massa do solo. Isto se manifesta pelo decréscimo no LL e no IP e, 
freqüentemente aumento da umidade ótima. 
19 
 
 
A redução do LL e do IP, com a adição de cal ou cimento, é provocada pela 
diminuição da espessura das camadas de água adsorvidas devido à troca de bases. 
Segundo Moore et al, (1987), apud Pomatti (2000), assumindo igual 
concentração, a ordem de adsorção preferencial de cátions comuns, associados aos 
solos, é dada pela seguinte série: Na+ < K+ < Ca++ < Mg++ < Al3+, da direita para a 
esquerda, ou seja, cátions de menor valência são substituídos por cátions de maior 
valência. A adição de cal, em quantidades suficientes, cria uma concentração de Ca++ 
livre, que substituirá cátions adsorvidos na superfície coloidal, pois a cal é uma fonte de 
cálcio livre. 
A floculação e aglomeração produzem uma aparente mudança da textura das 
partículas de argila, produzindo um solo mais grosseiro e friável. 
2.5.2.2.Carbonatação 
 
Esta reação é de ação imediata, mas de origem diferente das anteriores e se 
caracteriza por ter como resultante cimentante a combinação do óxido de cálcio do 
hidróxido com o anidrido carbônico presente nas minúsculas bolhas de ar existentes nos 
poros do solo e da cal hidratada, bem como na água presente (equação 2.3). 
 
Ca(OH)2 + CO2 → CaCO3 + H2O (2.3) 
 
A reação tende a refazer o carbonato de cálcio, um novo corpo sólido que se 
entrelaça com os demais do solo e compacta o sistema. Isto ocorre porque, com o 
aparecimento do carbono há também o aparecimento de grãos de dimensões bem 
maiores. 
Segundo Guimarães (2002), a carbonatação é limitada no tempo e no espaço 
e, por si só, não produziria as substanciais alterações nas propriedades físicas do solo, 
necessárias à sua utilização como suporte dos pavimentos. 
A reação de carbonatação para misturas solo-cal foi verificado em Angelim 
(2006) e Silva e Angelim (2006). Os autores verificaram, por meio de ensaios de ISC, 
os efeitos da carbonatação em misturas de solo + 3% de cal e solo + 6% de cal 
compactadas com energias Proctor Normal e Proctor Intermediário e curadas ao ar em 
ambiente de laboratório por 28 dias. Verificaram que a cura ao ar por este período, 
20 
 
 
independentemente da energia de compactação, provocou aumento do valor de ISC 
tanto no solo natural (sem cal), quanto nas misturas de solo-cal. O aumento de ISC foi 
crescente conforme o teor de cal adicionado à mistura. Porém, os autores concluíram 
que amostras não curadas ao ar apresentaram maiores valores de ISC, fato explicado 
pela condição de submersão por quatro dias, o que propiciou o transportes dos íons no 
interior da amostra, catalisando as reações de troca iônica entre o solo e cal. 
2.5.2.3.Ação pozolânica 
 
Esta é uma ação em longo prazo e está inserida no caráter pozolânico dos 
materiais estabilizados e esta reação também é a principal responsável pela cimentação. 
Segundo Millet e Nóbrega, apud Guimarães (2002), um material com característica 
pozolânica é aquele que em combinação com a cal e em presença de água, sob 
condições de temperatura ambiente, produz compostos hidratados estáveis com 
propriedades ligantes. 
Os solos, apesar de não se constituírem em pozolanas propriamente ditas, 
podem apresentar uma fração de argila com este caráter (GUIMARÃES, 2002) 
Quando a cal é adicionada ao solo, seu pH eleva-se de 4,5 – 6,5 para 11 – 
12, criando-se condições alcalinas para que os minerais da fração argila e até o próprio 
quartzo possam reagir com o aditivo. Estas reações ocorrentes são formadoras de 
aluminatos, silicatos e aluminatos de cálcio hidratado, em números bastante 
significativos, todos com influência no processo de estabilização pelas suas 
características cimentosas, principalmente CSH, CSH(gel), C4AH13, C2AH8, C3AH6 e o 
A2ASHn (onde as abreviações C = Cal, S = SiO2, A = Al2O3, e H = H2O). A 
consolidação desses géis cimenta as partículas vizinhas, aglomerando-as. 
Alguns fatores importantes são levantados por alguns autores e mostram que 
o processo é lento e requer uma temperatura de 21ºC e o mínimo de algumas semanas. 
Além da temperatura, o grau de cristalinidade dos minerais e o teor de água existente no 
sistema aparecem como fatores de influência na química solo-cal. 
O processo das reações pozolânicas é relativamente complexo, como 
explica Queiroz de Carvalho (1988), e pode ser influenciado por outros fatores, os quais 
participam de maneira positiva ou negativa. Por exemplo, a presença de matéria 
orgânica não favorece a interação solo-cal. Já a participação do ferro é de difícil 
21 
 
 
previsão, uma vez que, existem evidências na literatura, segundo o autor, de que o ferro 
pode contribuir de maneira positiva ou negativa nas reações solo-cal. Se este estiver 
presente como partículas discretas o mesmo não deve interferir negativamente na 
reação, mas se estiver presente como partículas encobrindo a superfície dos 
argilominerais ou como agente cimentante (nos solos de comportamento laterítico), o 
ferro deve, neste caso, ser um fator negativo para a reação solo-cal. 
A resistência esperada para o material estabilizado com cal pode ser afetada 
pela presença de enxofre na forma de gipsita (Guimarães, 2002). Esta pode produzir 
etringita (Ca6Al2(OH)12(SO4)3.26H2O) quando a cal estiver presente, o que é um 
aspecto negativo para o desenvolvimento da resistência e para as vantagens da 
umidificação após a compactação. Alem disso, a presença de sulfatos pode prejudicar as 
reações solo-cal, pois há a formação de etringita e taumasita inibindo a formação de 
silicatos e aluminatos hidratados. 
Segundo relato do �ational Lime Association - NLA (2001), basicamente 
quatro componentes são responsáveis pela formação da etringita durante as reações 
solo-cal: cálcio, alumínio, água e sulfatos. Este composto detém grande quantidade de 
água dentro de sua estrutura e durante a sua formação, elevadas pressões podem 
desenvolver e assim, podem surgir aumento no volume da estrutura. Quando cal e água 
são adicionados ao solo, o cálcio é fornecido pela cal, bem como o alumínio é liberado a 
partir da argila no alto pH do sistema solo-cal-água. Se o solo contém uma elevada 
concentração de sulfato, todos os ingredientes, com exceção de água, estão presentes 
para a formação do mineral expansivo. Este efeito deletério ocasionado pela formação 
da etringita pode ser reduzido, pois se forçar a formação do composto expansivo antes 
da compactação da mistura solo-cal, nenhum dano poderá ser apresentado no 
pavimento. Para isto, há a necessidade de se fazer um período de espera entre a mistura 
solo-cal e a compactação de 24 horas a 7 dias, dependendo do teor de sulfato no solo 
natural. 
De acordo com Rollings e Rollings (2003) o volume do composto etringita é 
superior a 200 % do volume dos constituintes originais (desconsiderando a água), que 
resulta em enorme expansão e trincas na estrutura. No entanto só é expansivo quando na 
sua formação e uma vez formado não mais se expande. 
22 
 
 
De acordo com relato do NLA (2001), solos onde há menos de 0,3% de 
sulfatos, o potencial de formação de compostos expansivos é baixo, no entanto, parateores acima de 1,0%, estes solos não deveriam ser estabilizados com cal. 
2.5.3.Estabilização do solo no Brasil. 
 
Em se tratando de pistas experimentais coma utilização de solo-cal no 
Brasil, os relatos de Guimarães (1971) proferem: 
• Aeroporto de Congonhas (São Paulo) – na área de hangares da Varig 
(10000m2) foi construída uma base de solo-cal-agregado, com 6% de cal hidratada, e 
um solo classificado como A-7-5, IP igual a 12. O material apresentou resistência à 
compressão simples de 1,5 MPa aos 28 dias; 
• Rodovia Curitiba/ Porto Alegre – próximo ao km 10, no Estado do 
Paraná, com 1000 metros de extensão. Foi utilizado um solo siltoso, com 3% e 7% de 
cal; 
• Rodovia Brasília/ Fortaleza – nas proximidades de Sobradinho/DF foram 
executados dois trechos de 150m cada, base com 1% e 3% de cal, e sub-base em solo 
laterítico (LL = 41% e IP = 11%); 
• Avenida Sernambetiba (Rio de Janeiro, Guanabara) – trecho de 18km 
com base de solo-cal. Utilizou-se um solo com 25% a 33% retido na #200 e os teores de 
3% e 4% de cal; 
• Rodovia Cruz-Alta/ Carazinho (BR-377/RS) – 2 trechos experimentais 
em solo argilo-arenoso e 4% de cal cálcica. 
Verifica-se que nestes exemplos a utilização da cal se limita a teores baixos 
da mesma, fato observado por Nardi (1987) apud Ide e Peixoto (2006), o qual verificou 
numa pista experimental (com utilização de solo arenoso), que os teores de cal de 4% e 
6% apresentaram as melhores condições funcionais e estruturais e que misturas de 
elevada rigidez apresentam trincas de retração que podem refletir no revestimento 
betuminoso. 
 
23 
 
 
2.6. O USO DO ENSAIO DE CBR 
 
O ensaio CBR, desenvolvido inicialmente pelo Departamento de Rodovias 
do Estado da Califórnia, EUA, foi adotado pelo Corpo de Engenheiros dos Estados 
Unidos, que, após introduzir modificações, divulgou-o amplamente durante a Segunda 
Guerra Mundial (NOGAMI e VILLIBOR, 1995). No Brasil, os resultados desse ensaio 
são adotados quase que com exclusividade para o dimensionamento de pavimentos 
flexíveis, determinando-se a capacidade de suporte do subleito e das camadas do 
pavimento rodoviário. Exemplos nesse sentido são os métodos de dimensionamentos de 
pavimentos flexíveis do DNIT, antigo DNER, na versão mais atual do seu Manual de 
Pavimentação (DNIT, 2006). 
 O Ensaio de CBR consiste na determinação da relação entre a pressão 
necessária para produzir uma penetração de um pistão num corpo-de-prova de solo, e a 
pressão necessária para produzir a mesma penetração numa brita padronizada 
O valor de relação, expressa em percentagem, permite determinar, por meio 
de equações empíricas, a espessura de pavimento flexível necessária, em função do 
tráfego. 
 
2.7. MÉTODO DAS PASTILHAS MCT 
 
Este método permite a classificação do solo, através do comportamento de 
pastilhas moldadas em anéis de aço inox de 20mm de diâmetro interno e 5mm de altura. 
A fração do solo que passa na peneira de 0,42mm de abertura é umedecida e 
espatulada até apresentar consistência plástica para posterior moldagem das pastilhas, as 
quais são postas a secar em estufa ou ao ar livre. A contração é medida pela diferença 
entre o diâmetro do anel e o diâmetro da pastilha seca. Os anéis contendo os corpos de 
prova são colocados sobre pedra porosa com livre suprimento de água. 
Ao absorver água, são observados fenômenos como inchamento, 
trincamento e amolecimento. Este último é determinado através da penetração de uma 
agulha padronizada com massa de 10g e diâmetro de 1,30 mm. 
O ensaio é realizado em três pastilhas e posteriormente é efetuada a média 
dos valores obtidos. De posse do valor da média da contração e da penetração, estes são 
24 
 
 
locados no Gráfico da Figura 2 e determina-se a classificação MCT. O coeficiente c’ 
não é utilizado para a classificação expedita com uso das Pastilhas. 
Este método classifica os solos em duas grandes classes: os lateríticos e os 
não lateríticos, no total são sete grupos de solos com características distintas quanto ao 
seu comportamento geotécnico. Os solos lateríticos são subdivididos em argilosos 
(LG’), arenosos (LA’) e areias (LA). E os não lateríticos são subdivididos em argilosos 
(NG’), siltosos (NS’), arenosos (NA’) e areias (NA). 
 
NA - NS' NS' - NA' NS'/NA' NS' - NG'
NA
NA'/NS' NA' - NS' NA'/
NG'
(NG' - NS')
LA
LA - LA' LA' LA' - LG' LG'
Contração diametral (mm)
 
 
 
 
 
 
 
 P
en
et
ra
çã
o 
(m
m
)
Coeficiente c'
 0,2 0,5 0,9 1,3 1,7
 
4
 
 
3
 
 
2
 
 
1
 
 
0
1
 
 0,15 0,22 0,55 0,9 1,4
 
Figura 2 – Carta de Classificação - Método das Pastilhas 
Fonte: (Nogami e Villibor, 1994) (Fortes, 2002). 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
2.8. DETERMINAÇÃO DA DOSAGEM DE CAL 
 
2.8.1. Método do ph 
 
Proposto por Eades e Grim (1966) apud Núñez (1991), o método do pH 
fundamenta-se no pH da mistura solo-cal. O princípio básico deste procedimento é 
adicionar suficiente quantidade de cal de modo a assegurar um pH de 12,4 para a 
ocorrência das reações pozolânicas (que proporcionam resistência à mistura). 
Este método foi desenvolvido para solos de climas temperados. Em alguns 
solos tropicais o limite de pH de 12,4 é impossível de ser alcançado. Pesquisas relatadas 
por Harty (1970) apud Núñez (1991) demonstram que os teores de cal determinados 
pelo método do pH não são suficientes para estabilizar solos tropicais e subtropicais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
3. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO 
 
3.1. LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA 
 
A área de estudo é pertencente à Empresa BATTISTELLA FLORESTAL, 
situada no município de Rio Negrinho - SC. 
O município localiza-se no planalto norte do estado de Santa Catarina e faz 
parte da Bacia do Rio Iguaçu. A região apresenta uma altitude média de 792 m e 
caracteriza-se por ter um clima temperado com ares de cidade serrana e frio intenso no 
inverno. 
 
Figura 3 - Área de estudo. 
 Fonte: Elaboração do autor (2008). 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
3.2. FORMAÇÃO GEOLÓGICA 
 
Segundo Bortoluzzi et al. (1987), o substrato do município de Rio 
Negrinho, é formado por rochas sedimentares pertencentes aos Grupos Itararé e Guatá, 
do Super Grupo Tubarão. Esta unidade compreende um conjunto de espessas camadas 
de sedimentos derivados de rochas em ambiente glacial e periglacial. Os processos de 
deposição se entenderam do Carbonífero Superior ao Permiano Médio. 
Segundo os mesmos autores, o grupo Itararé é representado pelas 
Formações Mafra e Rio do Sul. 
Na formação Mafra predominam arenitos finos a grosseiros de coloração 
esbranquiçada a vermelha com matriz arenosa argilosa a argilosa, derivadas de uma 
seqüência flúvio marinha com influência glacial. Enquanto a de Rio do Sul é composta 
por folhelhos de argilitos cinza escuros e pretos e arenitos finos a médios de origem 
glácio-marinha, com cobertura superior em argilitos, folhelhos, arenitos finos e médios. 
O grupo Guatá é representado pela formação Rio Bonito, composto por 
depósitos litorâneos e fluviais abrange a parte sul do município de Rio Negrinho, 
composto por arenitos finos a muito finos, intercalado com argilitos e folhelhos 
carbonosos. 
No município de Rio Negrinho a formação Mafra é predominante. A parte 
central é representada pela formação Rio do Sul e na região sul pela de Rio Bonito. Na 
área de estudo predomina a formação geológica sedimentar. 
 
 
3.3. SOLOS 
 
Segundo o mapa de solosda Embrapa (2004) para o Estado de Santa 
Catarina, em escala 1:250.000, o solo na fazenda Rio Feio caracteriza-se como 
Cambissolo Álico Tb A moderado (Ca9), textura argilosa, fase floresta subtropical 
perenifólia, relevo suave ondulado e ondulado, mostrado na figura 4. 
 
28 
 
 
 
área de estudo 
Figura 4 - Solos da área de estudo 
Fonte: Embrapa (2004). 
 
 
Esta nomenclatura era utilizada pela antiga classificação de solos da 
Embrapa Solos. A partir da nova classificação, o solo Ca9, passou a ser classificado 
pelo Sistema Brasileiro de Classificação (EMBRAPA, 1999) como Cambissolo. 
Os Cambissolos são tipicamente derivados de rochas sedimentares, com 
baixa fertilidade e elevados teores de matéria orgânica. Possui horizonte subsuperficial 
B incipiente, definido pelo baixo gradiente textural, pela média e alta relação silte/argila 
29 
 
 
ou pela presença de minerais primários de fácil decomposição (TASSINARI et al., 1990 
apud DALAGNOL, 2001). 
A EMBRAPA (2004) define estes solos em função da seguinte combinação 
de características: argila de atividade baixa, horizonte A do tipo moderado e textura 
argilosa. Solos com estas características ocorrem principalmente nas microrregiões 
Carbonífera, Colonial do Alto Itajaí, Colonial de Joinville, Colonial Serrana Catarinense 
e Florianópolis, em altitudes que vão desde os 30m nas microrregiões de Florianópolis e 
Colonial de Joinville, até 800m na microrregião Colonial do Alto Itajaí. 
São solos desenvolvidos, dominantemente, a partir da meteorização de 
rochas sedimentares, e em menor escala da intemperização de rochas efusivas da 
Formação Serra Geral. O horizonte A, com espessura entre 15 e 25 cm quando úmido e 
ligeiramente plástico a plástico e ligeiramente pegajoso com o solo molhado. 
O horizonte A moderado possui textura média (menos que 35% de argila e 
mais do que 15% de areia), com colorações bruno - amareladas escuras, bruno - escuras 
e bruno - amareladas escuras. Quando a textura é mais argilosa neste horizonte, há um 
desenvolvimento maior em termos de estrutura, sendo de pequena a média granular ou 
até em blocos subangulares. 
 
3.4. COBERTURA VEGETAL E USO DO SOLO 
 
O uso do solo da área de estudo é o reflorestamento de Pinus taeda. A 
cobertura vegetal anteriormente existente era de mata nativa, pertence ao bioma Mata 
Atlântica, onde predominava a Floresta Ombrófila Mista que se caracterizava, 
principalmente, pela presença de pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia) 
(EPAGRI/CIRAM, 2006). 
Sua formação apresentava um estrato superior constituído pela araucária, e 
submatas bastante heterogêneas, contando ainda com a presença de espécies como 
imbuia (Ocotea porosa), sapopema (Sloanea lasiocoma), erva-mate (Ilex 
paraguariensis) e taquara (Merostachys multiramea) (EPAGRI/CIRAM, 2006). 
 
30 
 
 
4. METODOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
m 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5 – Fluxograma da metodologia aplicada. 
Fonte: Elaboração do Autor (2008). 
 Coleta das Amostras Secagem 
 Ensaios de Caracterização 
 Compactação CBR 
Granulometria 
 MCT 
Limites de Atterberg 
(LL e LP) 
Densidade Real 
das Partículas 
 Teor de Umidade 
Natural 
Determinação do Teor 
Ótimo de Cal por PH 
Teor Ótimo de Cal Compactação CBR Granulometria Pós-Compactação LL/LP 
-1% de CAL 
-2% de CAL 
-3% de CAL 
+1% de CAL 
+2% de CAL 
+3% de CAL 
 Compactação CBR Granulometria Pós-Compactação LL/LP 
 Compactação CBR Granulometria Pós-Compactação LL/LP 
 Compactação CBR Granulometria Pós-Compactação LL/LP 
 Compactação Granulometria Pós-Compactação LL/LP 
 Compactação CBR Granulometria Pós-Compactação LL/LP 
 Compactação CBR Granulometria Pós-Compactação LL/LP 
CBR 
Planejamento 
Análise de Resultados 
MCT 
MCT 
MCT 
MCT 
MCT 
MCT 
MCT 
Verificação do 
teor ótimo de cal 
31 
 
 
4.1. PLANEJAMENTO 
 
 O planejamento é necessário para a organização de todo o estudo, tanto 
na parte escrita como na parte prática, evitando o aparecimento de problemas que 
podem acarretar em perda de tempo, desperdício de material e ensaios mal-realizados. 
 Esta etapa engloba toda a pesquisa, a fim de visualizar todas as etapas. 
Sendo assim, foram levantadas todas as questões que poderiam afetar o 
desenvolvimento de trabalho, como por exemplo: infra-estrutura, logística, tempo, 
viabilidade do assunto, bibliografia, entre outras. Com a confirmação da viabilidade foi 
iniciado o TCC. 
 
4.2. SELEÇÃO DAS JAZIDAS 
 
 Foram escolhidas as duas jazidas, localizadas no município de Rio 
Negrinho, no qual será realizada a construção da rodovia, A escolha das jazidas levou 
em conta o seu volume, pois caso o solo seja viável, deve haver volume suficiente para 
sua extração. Levou-se em conta também sua proximidade com o local da construção, a 
fim de baratear o custo da obra (Figura 6 e 7). 
 
 
Figura 6 - Jazida Rio Feio 
Fonte: Arquivo do Autor (2008). 
 
32 
 
 
 
Figura 7 - Jazida Cerro Azul 
Fonte: Arquivo do Autor (2008). 
 
4.3. COLETA DE MATERIAL EXISTENTE 
 
A coleta de amostras foi realizada em sacos, de forma irregular. Foram 
coletados em média oito sacos de aproximadamente 40 kg de material pertencente ao 
horizonte C (Figura 8). 
 
 
Figura 8 - Transporte das amostras de solo 
Fonte: Arquivo do Autor (2008). 
 
33 
 
 
Após a coleta, o material foi trazido ao laboratório de Mecânica dos Solos 
da UNISUL (Universidade do Sul do Estado de Santa Catarina), campus Ponte do 
Imaruim, onde ficou estocado até o fim dos ensaios. 
Antes de iniciar os ensaios, uma parte dos solos coletados foi espalhada ao 
ar livre para a secagem, tendo em vista que apresentavam um alto teor de umidade 
devido ao clima que se encontrava no dia da coleta das amostras (Figura 9). 
 
 
Figura 9 - Secagem das amostras de solo em laboratório 
Fonte: Arquivo do Autor (2008). 
 
4.4. REALIZAÇÃO DE ENSAIOS EM LABORATÓRIO 
 
Os solos foram submetidos aos ensaios que fazem parte desta pesquisa no 
laboratório de mecânica dos solos da UNISUL. 
Os ensaios realizados foram os seguintes: 
 
• Caracterização que consistem em: Compactação, Índice de Suporte 
Califórnia, Limites de Atterberg, Densidade Real dos Grãos, Analise Granulométrica e 
o Ensaio de MCT. 
 
• Determinação da quantidade ideal de cal a ser misturado, pelo método do 
PH. 
 
34 
 
 
• Compactação e Índice de Suporte Califórnia na energia normal, com 
imersão e sem imersão, para o solo estabilizado com o teor ótimo e também para uma 
variação de -3%, -2%, -1%, +1%, +2% e +3 % do teor ótimo. 
 
• Densidade Real dos Grãos e o Limite de Atterberg com o material que foi 
compactado nas diferentes variações do teor de cal. 
 
Foi feito apenas para o teor ótimo o Ensaio de Compactação e Índice de 
Suporte Califórnia na energia intermediaria. 
 
Os ensaios que foram realizados nesta pesquisa estão sucintamente descritos 
nos itens seguintes, com a citação da norma empregada e descrição da metodologia 
utilizada. 
 
4.4.1. Análise granulométrica 
 
O ensaio de granulometria é o processo utilizado para a determinação da 
percentagem em peso que cada faixa especificada de tamanho de partículas representa na 
massa total ensaiada. A análise granulométrica dos solos é um ensaio de caracterização 
rotineiro realizado por peneiramento e por sedimentação. Foi utilizado o procedimento 
descrito na norma NBR 7181/1984 – Solo: Análise Granulométrica. 
4.4.1.1. Execução do ensaio 
 
A preparação da amostrapara a realização do ensaio de granulometria segue 
as seguintes etapas: 
 
a) Seleciona-se uma quantidade de 1,5kg de material seco ao ar ou 
úmido; determina-se sua umidade; 
b) Passa-se o material na peneira #10 (2,0mm); 
c) Separar 120g do material passante na peneira #10 para o ensaio de 
sedimentação,120g para o peneiramento fino e 120g para o peneiramento grosso; 
35 
 
 
Após a preparação da amostra, a execução do ensaio prossegue com alguns 
procedimentos: 
 
Peneiramento Grosso 
 
a) Lava-se 1,5kg do material previamente pesado utilizando a peneira #10, 
colocando-o na estufa por 24 horas; 
b) Peneira-se o material seco por meio do conjunto de peneiras, até a 
peneira #10. 
c) Pesa-se a fração retida em cada peneira (Figura 10) 
 
Figura 10 - Peneiramento Grosso antes da compactação 
Fonte: Arquivo do Autor (2008) 
 
Peneiramento Fino 
 
a) Lava-se 120g do material utilizando a peneira #200 (0,075mm), 
colocando-o na estufa por 24 horas; 
b) Peneira-se o material seco por meio do conjunto de peneiras com 
aberturas menores que a #10; 
c) Pesa-se a fração retida em cada peneira; 
 
 
 
36 
 
 
Sedimentação 
 
a) Coloca-se 120g do material com 125ml de defloculante (solução de 
hexametafosfato de sódio) por 14 horas; 
b) Agita-se a mistura no dispersor elétrico por 15 minutos; 
c) Transfere-se a mistura para a proveta graduada, completando com água 
destilada até 1000ml e realiza-se o balanceamento durante de 1 minuto; 
d) Efetua-se leituras do densímetro nos instantes de 30s, 1, 2, 4, 8, 15, 
30min, 1, 2, 4, 8, 16 e 24 horas; 
 
Figura 11 – Dispersor Elétrico 
Fonte: Arquivo do Autor. 2008 
4.4.1.2. Cálculo 
Massa total da amostra seca 
Calcular a massa total da amostra seca, utilizando-se a expressão: 
MS = (MT-MG).fc + MG 
onde: 
MS = massa total da amostra seca; 
MT = massa da amostra seca ao ar; 
MG = massa do material seco acumulado retido na peneira de 2,0 mm; 
fc = fator de correção da umidade = 100 / (100 + h); 
h = umidade higroscópica do material passado na peneira de 2,0 mm. 
37 
 
 
Calcular as porcentagens de materiais que passam nas peneiras de 50, 38, 
19, 9,5, 4,8, e 2,0 mm, utilizando a expressão: 
Qg = 100 (Ms – Mi) / Ms 
onde: 
 Qg = porcentagem de material passado em cada peneira 
 Ms = massa total da amostra seca 
 Mi = massa do material retido acumulado em cada peneira 
Porcentagens do material em suspensão 
Calcular as porcentagens correspondentes a cada leitura do densímetro, 
referidas à massa total da amostra, utilizando-se a expressão 
Qs = N.d.V.dc.Lc / [(d-dd).Mh.fc)] 
onde: 
Qs = porcentagem de solo em suspensão no instante da leitura do 
densímetro; 
N = porcentagem de material que passa na peneira de 2,0 mm; 
d = massa específica dos grãos do solo, em g/ cm3 ; 
dd = massa específica do meio dispersor, em g/ cm3; 
V = volume da suspensão, em cm3; 
dc = massa específica da água, à temperatura de ensaio, em g/cm3; 
Lc = leitura corrigida = L – Ld + (erro causado pelo menisco); 
L = leitura do densímetro na suspensão; 
Ld = leitura do densímetro no meio dispersor, na mesma temperatura da 
suspensão, durante o ensaio; 
Mh = massa do material úmido submetido à sedimentação, em g ; 
h = umidade higroscópica do material passado na peneira de 2,0 mm 
 
 
 
38 
 
 
Calcular o diâmetro máximo das partículas em suspensão, no momento de 
cada leitura do densímetro, utilizando-se a fórmula de Stokes: 
Æ = [ 1800 h . a / {t.(d-dd)} ] 0,5 
onde: 
Æ = diâmetro máximo das partículas, em mm ; 
h = coeficiente de viscosidade do meio dispersor, à temperatura de ensaio, 
em g.s/cm2; 
a = altura de queda das partículas, com resolução de 0,1 cm, correspondente 
à altura do densímetro, em cm; 
t = tempo de sedimentação, em segundos; 
d = massa específica dos grãos do solo, em g/ cm3; 
dd = massa específica do meio dispersor, à temperatura de ensaio, em g/cm
3; 
 
Calcular as porcentagens dos materiais que passam nas peneiras de 1,2, 0,6, 
0,42, 0,25, 0,15 e 0,075mm, utilizando-se a expressão 
Qf = N.(Mh.fc-Mi)/(Mh.fc) 
onde: 
Qf = porcentagem de material passado em cada peneira; 
Mh = massa do material úmido submetido ao peneiramento fino ou à 
sedimentação, conforme o ensaio tenha sido realizado apenas por peneiramento ou por 
combinação de peneiramento e sedimentação, respectivamente; 
fc = fator de correção = 100 / (100 + h); 
h = umidade higroscópica do material passado na peneira de 2,0 mm; 
Mi = massa do material retido acumulado em cada peneira; 
N = porcentagem de material que passa na peneira de 2,0 mm. 
4.4.1.3. Resultados 
À partir dos valores calculados, traça-se a curva de distribuição 
granulométrica, marcando-se no eixo das abscissas em escala logarítmica os “diâmetros” 
das partículas menores do que aqueles considerados. 
39 
 
 
4.4.2. Densidade real dos grãos 
 
A massa específica real de um solo é o valor médio da massa específica 
dos grãos do solo, ou seja, os vazios não são computados. A sua obtenção é necessária 
para o cálculo do ensaio de sedimentação e a determinação do índice de vazios e demais 
índices físicos do solo. Tem como fundamentação teórica o princípio de Arquimedes, 
segundo o qual, um corpo submerso num líquido desloca um volume deste igual ao 
volume do próprio corpo. 
4.4.2.1. Execução do ensaio 
 
O procedimento para o ensaio de massa específica real dos grãos foi 
realizado de acordo com a Norma NBR 6508/1984 – Solo: Determinação da massa 
específica, através do procedimento do picnômetro. 
4.4.2.2. Preparação da Amostra 
 
Para a determinação da massa específica real de um solo, utiliza-se uma 
amostra do material que passa na peneira #10, podendo ser úmida ou seca em estufa. Se 
úmida, deverá ter sua umidade calculada para posterior transformação de peso úmido em 
peso seco. 
4.4.2.3. Execução do Ensaio 
 
Seguem-se as etapas enumeradas na seqüência: 
 
a) Pesar o picnômetro seco; 
b) Colocar certa quantidade da amostra no picnômetro e pesar o 
picnômetro com solo; 
c) Adicionar água até metade do volume do picnômetro; 
d) Ferver em fogareiro por 10 a 15 minutos ou aplicar vácuo por 15 
minutos. Essa etapa destina-se a retirada de todo o ar existente entre as partículas do 
solo; 
40 
 
 
e) Deixar o picnômetro em repouso até que sua temperatura se estabilize 
anotando o valor da mesma; 
f) Pesar o picnômetro com o conteúdo (solo + água); 
g) Obter na curva de calibração do picnômetro o peso do picnômetro 
cheio d’água; 
h) Repetir o processo mais uma vez, no mínimo. 
 
4.4.2.4. Cálculos 
Para o cálculo da massa específica dos grãos do solo, utiliza-se a seguinte 
relação: 
γs = d.γw 
onde: d = Ps / (Ps + Pa - Pas) 
γs – massa especifica real do solo 
d – densidade do solo 
γw – massa especifica da água na temperatura do ensaio 
Ps – peso do solo seco 
Pa – Peso do picnometro cheio de água destilada 
Pas – Peso do picnometro cheio de água e solo. 
 
4.4.2.5. Conclusões 
Considerar os ensaios satisfatórios quando seus resultados diferirem 0,02 
g/cm3 ou menos. 
 
 
 
 
 
 
41 
 
 
4.4.3. Limites de Atterberg 
 
Geralmente os ensaios para a determinação dos Limites de Plasticidade, 
Liquidez e Contração são feitos em conjunto. De uma amostra previamente preparada 
de acordo com a norma NBR 6457 (seca ao ar, destorroada, homogênea) deve ser 
separada por sucessivas passagens no repartidor de amostras, uma quantidade que 
permita que do passante na peneira 40 (0,42 mm) sejam tomadas 250 gramas, para a 
execução dos trêsensaios. Para cada ensaio de determinação do LP serão separados 
cerca de 100 gramas. 
 
Limite de Liquidez 
 
 
O Limite de Liquidez (LL em porcentagem) é o teor de umidade do solo 
com o qual se unem, em um centímetro de comprimento, os bordos inferiores de uma 
canelura, feita em uma massa de solo colocada na concha de um aparelho normalizado 
(Concha de Casagrande), sob a ação de 25 golpes desse aparelho. Sendo assim, o limite 
de liquidez marca a transição do estado plástico ao estado líquido. Para a realização 
deste ensaio foi consultada a norma NBR 6459/1984 – Solo: Determinação do Limite de 
Liquidez. 
4.4.3.1. Execução do ensaio 
 
a) O solo é peneirado em uma peneira de abertura 0,42mm. Retirou-se do 
solo peneirado uma amostra de 350 g; colocada em uma cápsula de porcelana, adiciona-
se água destilada, em quantidade suficiente para formar uma pasta uniforme, 
relativamente consistente; 
b) A amostra é submetida a um processo de mistura, fazendo-se contínuos 
movimentos com uma espátula, com o objetivo de homogeneizá-la. 
c) Este processo deve ter duração de cerca de 30 min, evitando-se triturar as 
partículas sólidas do solo; 
42 
 
 
d) Transfere-se, com uma espátula, parte da amostra para a concha do 
aparelho de Casagrande e se alisa-se a superfície, de forma a se obter uma camada com 
espessura de 10 mm na seção mais profunda; 
e) Faz-se uma ranhura ao longo do plano de simetria da concha, utilizando-
se o cinzel de Casagrande, que foi mantido normal à concha no ponto de contato durante 
o movimento; 
f) A concha deve estar limpa, evitando-se dissipação de energia durante os 
golpes; 
g) A manivela é girada, procurando-se respeitar a razão de duas revoluções 
por segundo e então é iniciada a contagem dos golpes necessários para que as duas 
bordas inferiores da ranhura se unam, numa distância de 13 mm, ao longo do eixo de 
simetria; 
h) Em seguida, são coletados aproximadamente 20 g de solo junto às 
bordas, que se uniram para posterior determinação da umidade. 
i) O material da concha é retirado para se promover a sua limpeza e 
secagem. A amostra ensaiada deve ser misturada novamente ao restante do material 
preparado; 
j) Adiciona-se um pouco de água para aumentar a umidade e, em seguida, 
homogeneizou-se a pasta novamente; 
Este procedimento deve ser repetido cinco vezes, para se obter 5 valores de 
umidade versus número de golpes situados, esses últimos, entre 15 e 35. 
 
 
Figura 12 – Aparelho de Casagrande 
Fonte: Arquivo do Autor (2008) 
43 
 
 
4.4.3.2. Resultados 
Os dados foram representados graficamente, com o número de golpes na 
abscissa e a umidade correspondente na ordenada foi, em seguida, traçada a reta que 
melhor se ajustou os pontos. A umidade correspondente à projeção de 25 golpes, sobre 
a reta traçada, foi considerada limite de liquidez. 
Limite de Plasticidade 
 
 
O Limite de Plasticidade (LP em porcentagem) é o teor de umidade com o 
qual consegue-se fazer um cilindro, com uma pequena massa de solo, de 3mm de 
diâmetro com 6 a 10cm de comprimento. Para este procedimento foi consultada a norma 
NBR 7180/1984 – Solo: Determinação do Limite de Plasticidade. 
4.4.3.3. Execução do ensaio 
a) Colocar a amostra na bacia de porcelana, adicionar água destilada com 
pequenos incrementos, amassando e revolvendo, vigorosa e continuamente, com a 
espátula, de forma a obter uma pasta homogênea, de consistência plástica. O tempo de 
homogeneização deve estar entre 15 e 30 minutos, sendo o maior intervalo de tempo 
para solos mais argilosos; 
b) Tomar cerca de 10 g da amostra assim preparada e formar com os dedos 
uma pequena bola, que deve ser rolada sobre a placa de vidro com pressão suficiente da 
palma da mão (melhor usar os dedos, posicionados de forma inclinada em relação à 
direção de movimento da mão) para lhe dar forma de cilindro; 
c) Enquanto a amostra se fragmentar antes de atingir o diâmetro de 3 mm, 
retorná-la à bacia de porcelana, adicionar água destilada, homogeneizar durante pelo 
menos 3 minutos, amassando e revolvendo vigorosa e continuamente com auxílio da 
espátula e repetir o procedimento descrito em (b); 
d) Quando a moldagem do cilindro com as dimensões mencionadas for 
conseguida, estará caracterizado que o solo está no estado plástico. Refazer a esfera e 
repetir a rolagem até que haja fragmentação do cilindro com dimensões próximas às do 
gabarito de comparação; 
e) Transferir imediatamente as partes fragmentadas para um recipiente 
adequado, para determinação da umidade pelo método da estufa (NBR 6457); 
44 
 
 
f) Repetir as operações (b) à (e) para obter pelo menos três valores de 
umidade que difiram de sua respectiva média menos que cinco por cento do valor dessa 
média. 
4.4.3.4. Conclusões 
 
Na prática, obtêm-se cinco ou seis valores, para que haja boa probabilidade 
de que pelo menos três valores satisfaçam à esta condição (os que não a satisfaçam são 
descartados). 
 
4.4.4. Compactação 
 
O ensaio de compactação é um procedimento que visa a densificação do 
solo e a obtenção da massa específica aparente seca máxima (γsmax) e da umidade ótima 
(Wót) de um solo. Pode ser realizado com a energia de compactação Proctor Normal, 
Intermediária e Modificado. 
Neste estudo foi utilizada a energia de compactação Proctor Normal tanto na 
parte de caracterização do solo como também após a adição do aditivo em todos os 
teores já listados, e apenas para o teor ótimo foi utilizada a energia de compactação 
Proctor Intermediária. 
Para este ensaio foi adotada a Norma NBR 7182/1986 – Solo: Ensaio de 
Compactação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
 
Tabela 1 – Energias de compactação 
Fonte: Manual do DNIT (2006) 
 
CILINDRO 
CARACTERISTICAS 
REFERENTES À ENERGIA DE 
COMPACTAÇÃO 
PROCTOR 
NORMAL 
PROCTOR 
INTERMEDIARIO 
PROCTOR 
MODIFICADO 
 Soquete Pequeno Grande Grande 
PEQUENO Número de camadas 3 3 5 
 Número de golpes por camada 28 21 27 
 Soquete Grande Grande Grande 
GRANDE Número de camadas 5 5 5 
 Número de golpes por camada 12 26 55 
 Altura do disco espaçador (mm) 83,5 83,5 83,5 
4.4.4.1. Execução do ensaio 
 Ensaio realizado primeiramente a fim de caracterizar o solo, e 
posteriormente foi novamente realizado com os sete teores de cal para as duas diferentes 
jazidas. 
 
a) Fixar o molde cilíndrico à sua base, acoplar o cilindro complementar e 
apoiar o conjunto em uma base rígida. Caso se utilize o cilindro grande, colocar o disco 
espaçador. Se necessário, colocar uma folha de papel-filtro com diâmetro igual ao do 
molde utilizado, de modo a evitar a aderência do solo compactado com a superfície 
metálica da base ou do disco espaçador. 
 
b) Tomar a amostra preparada para ensaios com reuso de material de acordo 
com o Método de Ensaio – ME-1, da PC 
 
c) Na bandeja metálica, com auxílio da proveta de vidro, adicionar água 
destilada, gradativamente e removendo continuamente o material, de forma a se obter o 
teor de umidade em torno de 5% abaixo do teor de umidade ótima presumível. 
 
 Para determinados solos, a uniformização da umidade, quando da 
incorporação da água no material seco até a umidade de higroscópica, pode apresentar 
algumas dificuldades. Neste caso, recomenda-se que a amostra a ser ensaiada, após a 
46 
 
 
adição da água e o revolvimento do material, seja colocada em saco plástico vedado e 
mantida em processo de cura numa câmara úmida durante 24 horas. Antes da 
compactação, deve-se proceder a um revolvimento adicional da amostra. 
Para o ensaio realizado sem reuso do material, proceder de forma análoga, 
paracada uma das porções a serem ensaiadas. Quando for adotado este procedimento, o 
mesmo deve ser explicitado junto com os resultados. 
 
d) Após completa homogeneização do material, proceder a sua 
compactação, atendo-se ao soquete, número de camadas e número de golpes por 
camada, correspondentes à energia desejada. Neste trabalho utilizou-se a energia normal 
para todos os teores de cal, apenas no teor ótimo foi utilizada a energia intermediária. 
Os golpes do soquete devem ser aplicados perpendicularmente e distribuídos 
uniformemente sobre a superfície de cada camada, sendo que as alturas das camadas 
compactadas devem resultar aproximadamente iguais. A compactação de cada camada 
deve ser precedida de uma ligeira escarificação da camada subjacente. 
 
e) Após a compactação da última camada, retirar o cilindro complementar 
depois de escarificar o material em contato com a parede do mesmo, com auxílio de 
espátula. Deve haver um excesso de, no máximo, 10 mm de solo compactado acima do 
molde que deverá ser removido e rasado com auxílio de régua biselada. Feito isso, 
remover o molde cilíndrico de sua base e, no caso do cilindro pequeno, rasar também a 
outra face. 
 
f) Pesar o conjunto, com resolução de 1 g e por subtração do peso do molde 
cilíndrico, obter o pés o úmido do solo compactado, Ph. 
 
g) Com o auxílio do extrator, retirar o corpo-de-prova do molde e do centro 
do mesmo, tomar uma amostra para determinação do teor de umidade, h, de acordo com 
o Método de Ensaio – ME-1, da PCR. 
 
h) Destorroar o material, com auxílio da desempenadeira e da espátula, até 
que passe integralmente na peneira de 4,8 mm ou na de 19 mm, respectivamente, 
47 
 
 
conforme a amostra, após preparada, tenha ou não passado integralmente na peneira de 
4,8 mm. 
 
i) Juntar o material assim obtido com o remanescente na bandeja e 
adicionar água destilada, revolvendo o material, de forma a incrementar o teor de 
umidade de aproximadamente 2%. 
 
j) Repetir as operações descritas nas alíneas a e d em diante, até se obter 
cincos pontos, sendo dois no ramo seco, um próximo ao teor de umidade ótima, 
preferencialmente no ramo seco, e dois no ramo úmido da curva de compactação 
 
4.4.4.2. Cálculos 
 
a) Determinar a massa específica aparente seca, utilizando-se a expressão: 
 
ãs = Phx100 
 V(100+h) 
 
Onde: 
ãs = massa específica aparente seca, em g/cm³; 
Ph = peso úmido do solo compactado, em g; 
V = volume útil do molde cilíndrico, em cm³, e 
h = teor de umidade do solo compactado, em %. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
48 
 
 
b) Recomenda-se determinar a curva de saturação (relação entre a massa específica 
aparente seca e o teor de umidade, para grau de saturação do solo igual a 100%), 
utilizando-se a expressão: 
 
γs = S__ 
 h + S 
 δa δ 
 
Onde: 
γs = massa específica aparente seca, em g/cm³; 
S = grau de saturação, igual a 100%; 
h = teor de umidade, arbitrado na faixa de interesse, em %; 
δ = massa específica dos grãos do solo, determinada de acordo com os 
Métodos de Ensaios – ME-2 ou ME-3, da SVP/PMSP, em g/cm³; e 
δa = massa específica da água, em g/cm³ ( considerar igual a 1,00 g/cm³). 
 
4.4.4.3. Conclusões 
a) Curva de compactação 
Utilizando coordenadas cartesianas normais, traçar a curva de compactação, 
marcando-se em abscissas os teores de umidade, h, e em ordenadas as massas 
específicas aparentes secas (γs) correspondentes. A curva resultante deve ter um 
formato aproximadamente parabólico conforme a figura 13. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 13 – Simulação de curva de compactação. 
Fonte: Elaboração do autor (2008). 
 
 
 
w (%) 
γd (%) 
γdmax 
W ótima 
49 
 
 
b) Massa específica aparente seca máxima: Valor correspondente à 
ordenada máxima da curva de compactação, expresso com aproximação de 0,01 g/cm³. 
c) Teor de umidade ótima. Valor correspondente, na curva de compactação, 
ao ponto de massa específica seca máxima, expresso com aproximação de 0,1%. 
d) Curva de saturação. Recomenda-se traçar a curva de saturação, no mesmo 
desenho da curva de compactação 
 
4.4.5. Índice de suporte Califórnia (ISC) 
 
Este ensaio é realizado para avaliação da resistência a penetração e medição 
da expansão. Para determinar o Índice de Suporte Califórnia foi utilizada a norma NBR 
9895/1987: Solo – Determinação do Índice de Suporte Califórnia. 
 
 
 
 
Figura 14 - Prensa de CBR. 
Fonte: Arquivo do autor (2008). 
 
 
Ensaio dever ser iniciado somente após ter sido encontrada a umidade ótima 
para o solo em questão. 
50 
 
 
 
4.4.5.1. Execução do ensaio 
 
a) Fixar o molde cilíndrico à sua base, acoplar o cilindro complementar e 
apoiar o conjunto em uma base rígida. Caso se utilize o cilindro grande, colocar o disco 
espaçador. Se necessário, colocar uma folha de papel-filtro com diâmetro igual ao do 
molde utilizado, de modo a evitar a aderência do solo compactado com a superfície 
metálica da base ou do disco espaçador. 
c) Na bandeja metálica, com auxílio da proveta de vidro, adicionar água 
destilada, gradativamente e removendo continuamente o material, de forma a se obter o 
teor de umidade ótima. 
d) Após completa homogeneização do material, proceder à sua 
compactação, atendo-se ao soquete, número de camadas e número de golpes por 
camada, correspondentes à energia desejada, Os golpes do soquete devem ser aplicados 
perpendicularmente e distribuídos uniformemente sobre a superfície de cada camada, 
sendo que as alturas das camadas compactadas devem resultar aproximadamente iguais. 
A compactação de cada camada deve ser precedida de uma ligeira escarificação da 
camada subjacente. 
e) Após a compactação da última camada, retirar o cilindro complementar 
depois de escarificar o material em contato com a parede do mesmo, com auxílio de 
espátula. Deve haver um excesso de, no máximo, 10 mm de solo compactado acima do 
molde que deverá ser removido e rasado com auxílio de régua biselada. Feito isso, 
remover o molde cilíndrico de sua base e, no caso do cilindro pequeno, rasar também a 
outra face. 
f) Retirar o disco espaçador de cada corpo-de-prova, inverter os moldes e 
fixá-los nos respectivos pratos-base perfurados; 
g) Para o ensaio de CBR sem imersão, onde o corpo de prova é rompido 
logo após sua compactação, recomenda-se deixá-lo de cura por cerca de 1 dia. Após 
esse período, o corpo-de-prova está preparado para penetração. 
 
Para a execução do ensaio CBR imerso deve-se seguir os seguintes passos: 
 
51 
 
 
Expansão 
 
a) Colocar em cada corpo-de-prova, no espaço deixado pelo disco 
espaçador, o prato perfurado com haste de expansão e sobre ele, dois discos anelares, 
cuja massa total deve ser de aproximadamente 4540g. 
 
b) Apoiar na haste de expansão do prato perfurado, a haste do extensômetro 
aclopado ao porta-extensômetro, colocado na borda superior do cilindro. Anotar a 
leitura inicial e imergir o coprpo-de-prova no tanque. Cada corpo-de-prova deve 
permanecer no banho durante no mínimo quatro dias e as leituras no extensômetro 
devem ser efetuadas de 24 em 24 horas. 
 
c) Terminado o período de imersão, retirar cada corpo-de-prova do tanque 
deixar escoar a água durante 15 minutos. Após esse tempo, o corpo-de-prova está 
preparado para penetração. 
 
Figura 15. Cilindro equipado com extensômetro antes de ser imerso 
Fonte: Arquivo do Autor (2008). 
 
 
 
 
 
 
 
 
52 
 
 
Penetração 
 
a) Colocar no topo de cada corpo-de-prova, dentro do molde cilíndrico, as 
sobrecargas utilizadas

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