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CAPÍTULO 2
Valorização dos Profissionais 
da Educação
A partir da concepção do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 3 Analisar o papel do financiamento da educação na garantia do direito à 
educação para todos. 
 3 Compreender a estrutura e as bases do financiamento da educação brasileira. 
 3 Identificar as ações políticas, administrativas e financeirasda gestão pública e 
sua repercursão no processo educacional brasileiro. 
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 Políticas e Gestão Educacional
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Valorização dos Profissionais da Educação Capítulo 2 
 Um dos principais 
indicadores que 
resumem a realidade 
econômica do país é o 
PIB (Produto Interno 
Bruto) cujo indicador 
é a mensuração 
de todos os bens e 
serviços, ou seja, o 
PIB constitui toda a 
riqueza produzida.
contExtualização
Caro pós-graduando, conforme abordamos no capítulo anterior, por ser 
a educação um direito de todos, existem dispositivos legais que asseguram 
meios e recursos no seu desenvolvimento e manutenção. O governo, regime 
de colaboração entre os entes federados, desenvolve programas com o intuito 
de garantir o acesso, a permanência e a qualidade, bem como lança mão 
de políticas públicas centradas na captação de recursos financeiros para o 
financiamento da educação básica. 
Lembre-se de que no capítulo 1 foi abordada a Lei do Fundo de 
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica, desde sua origem, 
implantação e distribuição das receitas, ou seja, os pontos principais de 
Emenda Constitucional 53, de 2006, que instituiu o FUNDEB- Fundo e 
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos 
Profissionais da Educação - em substituição ao FUNDEF.
Além disso, a Lei do FUNDEB também faz menção ao Piso salarial 
nacional para o magistério da rede pública e estende o Salário-Educação para 
toda a educação básica pública. Tratam-se, portanto, de fontes adicionais de 
financiamento, que beneficiam todos os segmentos da educação básica; da 
creche ao ensino médio, inclusive o ensino de jovens e adultos e a educação 
especial, assunto de que trataremos neste capítulo, bem como questões 
referentes às verbas para educação Federal, Estadual e Municipal.
Para saber mais sobre o assunto, pesquise em: DOURADO, 
Luiz Fernandes et. al. Conselho Escolar e o financiamento da 
educação no Brasil. Programa de Fortalecimento dos Conselhos 
Escolares. Ministério da Educação, Secretaria de Educação 
Básica. Brasília: MEC, SEB, 2006. Também disponível em: www. 
portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Consescol/cad 7.pdf
O Plano Nacional de Educação (PNE) estabelece que o Brasil aumente 
de 5% para 7% o investimento em Educação Básica, cujo recurso provém 
do Produto Interno Bruto (PIB). Esse indicador representa o total dos valores 
monetários de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada 
região do país, estados ou municípios, durante o mês, trimestre ou ano, cujo 
objetivo mensura a atividade, entre elas a econômica. Um dos principais 
indicadores que resumem a realidade econômica do país é o PIB (Produto 
Interno Bruto) cujo indicador é a mensuração de todos os bens e serviços, ou 
seja, o PIB constitui toda a riqueza produzida.
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 Políticas e Gestão Educacional
A DRU estipula que 
20% das receitas da 
União do país ficam 
desvinculadas das 
destinações fixadas na 
Constituição, ou seja, 
essas contribuições 
sociais não precisam 
ser gastas nas áreas 
de saúde, assistência 
social ou previdência 
social, mas, somente 
na Educação.
Gráfico 2 - Evolução do PIB do Brasil nos últimos anos (2002 a 2011)
Fonte: Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/
economia/pib_brasil.htm>. Acesso em: 15 set. 2012.
O dinheiro que financia a Educação deriva de duas fontes principais. A 
primeira, responsável por cerca de 20% do total, é o Salário-Educação, uma 
contribuição social feita pelas empresas ao governo com valor correspondente 
a 2,5% da folha de pagamento anual. A segunda, que soma 80%, deriva dos 
impostos, que são convertidos em orçamento municipal, estadual ou federal. 
No caso brasileiro, de cada 100 (cem) reais vestidos em políticas sociais, 16 
(dezesseis) vão para a Educação. Contudo, estão isentos dessa contribuição 
a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios, autarquias, fundações, 
instituições públicas, escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, 
organizações hospitalares e de assistência social. 
Tais recursos fazem menção à Emenda Constitucional 59, de 11 de 
novembro 2009, que, além de ampliar a faixa etária de obrigatoriedade 
da educação básica brasileira, estabeleceu o fim gradativo da DRU - 
Desvinculação das Receitas da União, em que os recursos enfatizam o 
compromisso da União para com a Educação, conforme previsto no texto 
original da Constituição Federal de 1988, a partir de 2011. 
EntEndEndo a dEsVinculação das rEcEitas 
da união – dru
A DRU estipula que 20% das receitas da União do país ficam desvinculadas 
das destinações fixadas na Constituição, ou seja, essas contribuições sociais 
não precisam ser gastas nas áreas de saúde, assistência social ou previdência 
social, mas somente na Educação.
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Valorização dos Profissionais da Educação Capítulo 2 
A partir do ano de 1994, com a estabilização da economia, o governo 
federal instituiu o Fundo Social de Emergência (FSE) e, em 1996, aprovou 
o Fundo de Estabilização Fiscal (FEF). Esses mecanismos permitiam ao 
governo destinar certo percentual arrecadado para gastos de acordo com 
os seus próprios interesses, e não para o qual aquele determinado imposto 
era arrecadado. Isso porque existem diversos tipos de gastos que são quase 
impossíveis de serem diminuídos, tais como os gastos com pessoal, da 
previdência social, dos juros da dívida pública etc. 
Em razão disso, em 2000 foi aprovada a Desvinculação de Recursos 
da União (DRU), com o objetivo de aumentar a flexibilidade para que o 
governo pudesse dispor de recursos do orçamento para despesas de 
maior prioridade e permitir a geração de superávit nas contas, elemento 
fundamental para controlar a inflação. Posteriormente, a DRU foi prorrogada 
em 2003 e em 2007 e, a princípio, com vigência até 2011. Todavia, com 
o intuito de manter a governabilidade, o Executivo Federal editou a PEC 
Proposta de Emenda à Constituição nº 61, propondo nova prorrogação 
da DRU, que mantinha o fim da desvinculação desses recursos, em 
consonância com a EC nº 59, de 2009, cujo mecanismo maneja livremente 
até 20% da arrecadação tributária brasileira.
Há que se ressaltar que a DRU pretendia adequar de forma mais eficiente 
as alocações dos recursos do governo, permitindo gastos, conforme a sua 
conveniência, de 20% da sua receita. Entretanto, excluiu receitas referentes ao 
Imposto de Renda (IR), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Impostos 
sobre Propriedade Rural (IPTR) e Impostos sobre Operações Financeiras 
(IOF), receitas estas que estavam vinculadas à Declaração Simplificada de 
Exportação (DSE) e ao Fundo de Estabilização Fiscal (FEF).
Atividade de Estudos: 
1) Elabore um conceito sobre a Desvinculação de Recursos da 
União (DRU) e sua aplicabilidade.
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 Políticas e Gestão Educacional
É preciso que compreendamos que a Desvinculação de Recursos da 
União (DRU) ocorreu em algumas regras estipuladas pela Constituição 
de 1988. A primeira se refere à divisão do orçamento do GovernoFederal 
em duas partes: o orçamento fiscal, que contém seus próprios gastos, e o 
orçamento da seguridade social, que envolve as atividades do governo nas 
áreas de saúde, assistência social e previdência social.
Ambas explicitam uma manobra de governabilidade: ainda que aumentasse 
a arrecadação, para promover uma redução do déficit público e pagamento da 
dívida pública, através dos impostos, parte da receita arrecadada seria dividida 
com estados e municípios, restando em torno de 50% da receita adicional nos 
cofres da União. Na época, foi utilizado o argumento de que, segundo Ednir 
e Bassi, era “ [...] preciso sanear as finanças da Fazenda Púbica Federal [...] 
e estabilizar a economia” (2009, p. 48). Além disso, se o governo elevasse 
as contribuições sociais, estas deveriam ser direcionadas para os gastos com 
saúde, assistência social e previdência, não havendo a possibilidade de utilizar 
a nova receita para o pagamento da dívida pública. 
Nessa perspectiva, a Constituição, além de dividir o orçamento em duas 
partes, também estipulou tributos para cada um dos orçamentos, sendo que:
• Para o orçamento fiscal são destinados os impostos que incidem sobre a 
renda (IRTF), os produtos industrializados, a exportação e importação, as 
taxas e as contribuições econômicas.
• Para a seguridade social foram reservadas as chamadas “contribuições 
sociais”, os tributos que incidem, especialmente, sobre a folha de 
pagamento das empresas, o lucro, o faturamento ou a receita, dentre 
estas a COFINS- contribuição para o financiamento da seguridade social, 
a CSLL – Contribuição social sobre o lucro líquido, o PIS- Programa de 
Integração Social , o PASEP- Programa de Formação do Patrimônio do 
Servidor Público e o FAT- Fundo de Amparo ao Trabalhador. 
Consideremos então que os “impostos” recolhidos têm sua receita dividida 
entre as 3 (três esferas) de governo: Federal, Estadual e Municipal - o que não 
ocorre com as “contribuições sociais”, que não estão sujeitas à divisão. 
Imposto: considerado o mais importante tributo em volume 
arrecadado, pelo qual o governo obtém os recursos que vão 
custear a maioria dos serviços públicos e a própria manutenção 
administrativa. 
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Valorização dos Profissionais da Educação Capítulo 2 
Contribuições Sociais: destinam-se a cobrir gastos da 
seguridade social, como a saúde, assistência e previdência social.
Este foi o objetivo de criação da DRU, cujas receitas não são aplicadas na 
saúde, assistência social ou previdência social, e também não precisavam ser 
divididas com estados e municípios. Graças à DRU, os recursos podem ser 
usados para pagamento de despesas fora do orçamento da seguridade social, 
como amortização da dívida pública. Conforme já mencionamos, o supracitado 
dispositivo está de acordo com a Emenda Constitucional nº 59, cuja redação 
do art. 1º, incisos I e VII do art. 208 da Constituição Federal, passam a vigorar 
com as seguintes alterações:
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) 
anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que 
a ela não tiveram acesso na idade própria;
VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por 
meio de programas suplementares de material didático escolar, transporte, 
alimentação e assistência à saúde.” 
Este artigo amplia a faixa-etária para o ensino obrigatório e gratuito, 
progressivamente, até 2016, nos termos do Plano Nacional de Educação. 
Atualmente, a lei determina dos 6 (seis) aos 15 (quinze) anos. 
Outro artigo faz alusão ao Plano Nacional de Educação, cujo objetivo é 
articular o Sistema Nacional de Educação em regime de colaboração, com 
diretrizes, objetivos, metas e estratégias, a fim de assegurar a manutenção e 
desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades, 
através de ações integradas dos poderes públicos que conduzam ao: “[...] 
estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação 
como proporção do produto interno bruto. [...]. Para efeito do cálculo dos 
recursos para manutenção e desenvolvimento do ensino de que trata o art. 
212 da Constituição, o percentual referido no caput deste mesmo artigo será 
de doze e meio por cento no exercício de 2009, 5% no exercício de 2010 e 
nulo no exercício de 2011”.
Significa dizer que a Emenda Constitucional 59 excluiu da educação os 
efeitos da Desvinculação das Receitas da União, sendo que em 2009 este 
bloqueio era de 12,5%, em 2010 de 5% e foi nulo em 2011. Antes da Emenda, 
os recursos bloqueados representavam 20%. 
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 Políticas e Gestão Educacional
O fim da DRU é uma importante conquista em favor da escola pública, 
mesmo que não amplie os recursos, mas num contexto geral, no que se 
refere ao acesso e à oferta de vagas nas escolas públicas, bem como à 
implementação do Piso Salarial dos profissionais em nível nacional.
um Pouco da História sobrE o salário - 
Educação
Prezado pós-graduando, você sabia que o Salário-Educação foi criado em 
1964 e até 2003 os seus recursos eram distribuídos em duas cotas: um terço 
para cota federal e dois terços da arrecadação para a cota estadual? 
O que é o Salário Educação?
Figura 8 - Salário-Educação
Fonte: Disponível em: <http://blogdbrito.blogspot.com.br/2011/12/salario-
educacao-podera-ser-distribuido.htm>. Acesso em: 10 ago. 2012
A partir dos anos 90, considerando o crescimento de sua participação na 
oferta do ensino fundamental, os municípios passaram a reivindicar parte dos 
recursos do salário-educação a fim de que fossem direcionados para as redes 
municipais de ensino. 
Nessa perspectiva, a Lei nº 9.766, de 1998, dispôs que os recursos 
da cota estadual fossem redistribuídos entre o governo do estado e seus 
municípios, de acordo com critérios a serem fixados em lei estadual, fato 
que ocorreu em 2003 em 16 estados. Já a Lei nº 10.832, de 29 de dezembro 
de 2003, alterou alguns pontos no que se refere ao repasse aos municípios: 
fixou que a cota federal e a cota estadual e municipal do salário-educação 
se compõem de 30% e 60%, respectivamente, em relação a 90% e não 
mais em relação a 100% da arrecadação. A referida Lei estabeleceu ainda 
que a cota estadual e municipal seja redistribuída entre o estado e seus 
municípios de forma proporcional ao número de alunos matriculados no 
47
Valorização dos Profissionais da Educação Capítulo 2 
ensino fundamental nas respectivas redes de ensino, em substituição aos 
critérios para redistribuição estabelecidos por lei estadual. 
O MEC destina 10% dos chamados recursos desvinculados do Salário-
Educação para o transporte escolar e para a educação de jovens e adultos e 
educação especial.
a) O Salário-Educação
O Salário Educação é uma contribuição social prevista no art. 212, § 
5º, da Constituição Federal, ou seja, é uma contribuição social vinculada ao 
financiamento de programas, projetos e ações voltados para o financiamento 
da educação básica pública. Também pode ser aplicado na educação especial. 
No que se refere ao Salário-Educação, Fernando Haddad (2008, p. 10) 
afirma que “ [...] graças à ação coordenada dos dirigentes da educação dos 
três níveis de governo – municipal, estadual e federal –, foi possível elaborar 
uma agenda mínima de fortalecimento da educação básica. Os avanços 
até aqui obtidos merecem consideração”. Trata-se, portanto, de uma fonte 
adicional de financiamento do ensino público.
Atividade de Estudos: 
1) Com base no exposto, comente sobre os recursos do Salário-
Educação e como podem ser aplicados:
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 Políticas e Gestão Educacional
Veja o que diz o Decreto no que se refere à transferência dos recursos do 
Salário-Educação: 
Salário-Educação
- Art. 8º- A Secretaria da Receita Previdenciária disponibilizará 
ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação FNDE, na 
Conta Única do Tesouro Nacional, o valor total arrecadado a título 
de Salário-educação.
- Art. 9º - O montante recebido na forma do art. 8° 
será distribuído pelo FNDE, observada, em noventa por 
cento de seu valor, a arrecadação realizada em cada 
Estado e no Distrito Federal, em quotas, da seguinte forma: 
I - quota federal, correspondente a um terço do montante dos 
recursos, será destinada ao FNDE e aplicada no financiamento 
de programas e projetos voltados para a universalização da 
educação básica, de forma a propiciar a redução dos desníveis 
socioeducacionais existentes entre Municípios, Estados, Distrito 
Federal e regiões brasileiras;
II - quota estadual e municipal, correspondente a dois terços do 
montante dos recursos, será creditada mensal e automaticamente 
em favor das Secretarias de Educação dos Estados, do Distrito 
Federal e em favor dos Municípios para financiamento de 
programas, projetos e ações voltadas para a educação básica. 
§ 1º - A quota estadual e municipal da contribuição social do 
salário-educação será integralmente redistribuída entre o Estado 
e seus Municípios de forma proporcional ao número de alunos 
matriculados na educação básica das respectivas redes de ensino 
no exercício anterior ao da distribuição, conforme apurado pelo 
censo educacional realizado pelo Ministério da Educação. 
§ 4º- Os 10% restantes do montante da arrecadação do salário-
educação serão aplicados pelo FNDE em programas, projetos e 
ações voltadas para a universalização da educação básica, nos 
termos do § 5º do Art. 212 da Constituição Federal Brasileira.
Fonte: Decreto nº 6.003 de 28 de dezembro de 2006, publicado 
no Diário oficial da União em 29 de dezembro de 2006. 
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Valorização dos Profissionais da Educação Capítulo 2 
Atividade de Estudos: 
1) Sobre o Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação 
(FNDE) e suas atribuições, é correto afirmar que:
I - ( ) É uma autarquia federal responsável pela execução de 
políticas educacionais do Ministério da Educação (MEC).
II - ( ) O objetivo do FNDE é garantir uma educação de qualidade 
a todos, em especial a Educação Básica da rede pública. 
III - ( ) O FNDE não é parceiro dos 26 estados, dos 5.565 
municípios e do Distrito Federal, ou seja, seus recursos 
são centralizados no MEC.
IV - ( ) O fundo mantém diversos projetos e programas: Alimentação 
Escolar, Livro Didático, Dinheiro Direto na Escola, Biblioteca 
da Escola, Transporte do Escolar, dentre outros.
Agora assinale a alternativa correta:
 ( ) I, II e III estão corretas.
 ( ) I, II e IV estão corretas.
 ( ) II e III estão corretas.
 ( ) I e IV estão corretas.
O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE – Está 
vinculado ao Ministério da Educação e possui como objetivo o investimento 
de recursos financeiros em alguns programas e projetos que contribuam para 
melhorias na educação
As despesas relativas ao salário-educação devem estar previstas em 
programas, projetos e ações voltados à educação básica pública e que 
também pode ser aplicada na educação especial, desde que vinculada à 
educação básica. Os recursos do salário-educação provêm da arrecadação 
do INSS que deduz 1% do total (taxa administrativa) e repassa ao Fundo 
Nacional de Desenvolvimento da Educação ̶ FNDE que, por sua vez, procede 
a distribuição das cotas.
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 Políticas e Gestão Educacional
O FNDE, criado em 1968, é uma autarquia vinculada ao Ministério da 
Educação, que presta assistência financeira e técnica, implementa políticas 
públicas e executa ações que contribuam para uma educação de qualidade 
a todos. O órgão tem por base ocompromisso com a educação, traduzidos 
na ética e cidadania, na acessibilidade e inclusão social e responsabilidade 
ambiental, dentre outros valores.
Figura 9 - FNDE
Fonte: Disponível em: <http://antonioalmeidablog.blogspot.com.
br/2012_08_01_archive.html>. Acesso em: 12 ago. 2012.
O Art. 70 da Lei de Diretrizes de Educação Básica Nacional enumera as 
ações consideradas como de manutenção e desenvolvimento do ensino e que 
estariam de acordo com a Lei do Salário-Educação, dentre as quais:
• Aperfeiçoamento do pessoal docente e dos profissionais da educação, 
cujos itens se referem à habilitação e capacitação dos profissionais da 
educação, por meio de programas de formação continuada. Também é 
destinado à remuneração dos profissionais que desenvolvem atividades 
administrativas, a exemplo do pessoal da secretaria em exercício nas 
escolas ou órgãos administrativos da educação básica pública;
• Estudos e pesquisas que visem o aprimoramento, expansão e elaboração 
de programas, planos e projetos voltados ao ensino e bolsas de estudo 
concedidas a alunos de escolas públicas e privadas da educação básica;
• Aquisição, manutenção, construção, inclusive aluguel, e conservação 
de instalações e equipamentos necessários, a exemplo de imóveis já 
construídos ou para construção e ampliação de escolas, bem como 
de escavação de poços, construção de muros e quadras de esportes, e 
reforma da rede elétrica, hidráulica, estrutura interna, pintura, cobertura, 
pisos, muros, grades etc.;
• Mobiliário e equipamentos, como carteiras e cadeiras, mesas, armários, 
de equipamentos eletrônicos e manutenção dos existentes. Também para 
aquisição de produtos e serviços;
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Valorização dos Profissionais da Educação Capítulo 2 
• Pagamento de despesas relativas aos serviços de energia elétrica, água e 
esgoto e de comunicação e custeio das diversas atividades relacionadas 
à educação básica, dentre as quais: serviços de vigilância, de limpeza e 
conservação;
• Aquisição de materiais didático-escolares, destinados ao trabalho 
pedagógico em sala de aula, na educação física e acervo da biblioteca;
• Veículos escolares apropriados ao transporte de alunos da educação 
básica na zona rural.
Os recursos da contribuição social do Salário-Educação, antes 
destinados apenas ao ensino fundamental, podem agora financiar 
toda a educação básica, da creche ao ensino médio. Em dezembro 
de 2003 (Lei n° 10.832/2003), a distribuição do Salário-Educação 
foi modificada, o que permitiu que os municípios recebessem 
diretamente parte do montante de recursos que anteriormente era 
destinada somente aos estados
Fonte: Disponível em: <http://www.fnde.gov.br/index.php/
saleduc-legislacao>. Acesso em: 15 ago. 2012. 
Piso salarial nacional dos Profissionais 
do magistério
Caro pós-graduando, a discussão sobre o piso salarial do magistério 
remete-nos a pensar sobre valorização e desvalorização do professor no 
decorrer da história.
Figura 10 - O profissional da Educação é valorizado?
Fonte: Disponível em: <http://itabatanews.com.br/home/
leitor.php?cod=3237>. Acesso em: 15 ago. 2012.
52
 Políticas e Gestão Educacional
Desvalorização do professor: causas e alternativas
“[...] a desvalorização do profissional da educação não 
aconteceu por acaso no Brasil. Hoje temos cerca de 2,3 milhões 
de professores espalhados por este país vivendo realidades 
das maisvariadas. Só numa coisa eles têm uniformidade: sua 
desvalorização”
Desde que o mundo é mundo temos em nosso meio uma 
célebre frase: “no meu tempo as coisas eram bem melhores…”. 
Com certeza ela vem carregada de fortes ingredientes saudosistas 
e alguns outros de desconhecimento histórico. Quando se fala do 
professor, essa frase tem um peso ainda maior. Aqueles que hoje 
ultrapassaram os 40 ou 50 anos de idade e tiveram a oportunidade 
de estudar são os mais enfáticos nessa afirmação. Todavia, 
precisamos ter cuidado com as comparações, porque a história 
mostra claramente os motivos que levaram nossa sociedade a 
descaracterizar tão rapidamente o professor.
Não podemos nos esquecer que até os anos 60 do século 
passado, estudar era um privilégio de poucos. Menos de 30% das 
crianças tinham acesso aos estudos. Isso no chamado primário, 
pois para seguir existia o exame de admissão – uma espécie 
de “bloqueador” da continuidade – que só foi abolido nos anos 
finais daquela década. Privilégio que o Estado garantia para suas 
classes mais abastadas ou com maior capacidade de acesso 
por outros motivos, inclusive de localização territorial. Um dado 
que pode demonstrar isso é o de que quando da universalização 
do ensino fundamental, em 30 anos (1975-2005) o número de 
matrículas no norte do país aumentou de 780 mil alunos para 
3.350.000, enquanto no sul do país a evolução foi de 3.590.000 
para 4.228.000, ou seja, enquanto no primeiro foi da ordem de 
329%, no segundo foi de 17%.
A universalização do ensino fundamental iniciada no final 
dos anos 70 do século passado e alcançada no ano 2000 foi 
acompanhada de uma série de outros fatores que levaram a 
profissão de professor a perder seu valor social e econômico. Os 
investimentos em estrutura física não foram acompanhados por 
investimentos em pessoas. Pelo contrário, o grande aumento na 
oferta de vagas foi acompanhado pela admissão de profissionais 
com titulação inadequada para executar a profissão de professor, 
53
Valorização dos Profissionais da Educação Capítulo 2 
barateando o valor do trabalho. Isso trouxe outro fenômeno: a 
necessidade de “agilizar” a formação dos professores acabou 
trazendo para nossa realidade “cursos rápidos” de formação de 
professores que diminuíram e muito a qualidade dessa formação. 
Até bem pouco atrás tempo tínhamos cursos ditos universitários 
para professores com duração de dois anos. Isso porque até 1997 
mais de 50% dos profissionais da educação só tinham o ensino 
médio completo.
Também nesse momento histórico o fenômeno do trabalho 
feminino ganhava força no país. E essa “força de trabalho 
emergente” na procura por seu espaço laboral, sujeitava-se 
a remunerações muito abaixo das dos homens. Não só na 
educação, mas principalmente nela isso foi determinante para as 
estratificações salariais observáveis no magistério em nosso país. 
Explicando: o maior contingente de professoras mulheres está na 
educação infantil e no ensino fundamental, nos quais os salários 
são os mais baixos do país e onde a demanda de educandos é 
infinitamente maior. Quando avançamos na hierarquia formativa, 
observamos uma inversão nesse quadro. No ensino médio, existe 
quase que uma paridade entre homens e mulheres e no ensino 
superior, com os salários convidativos, em que a predominância de 
homens é significativa.
[...] É aviltante acompanharmos o atual debate do piso salarial 
dos professores, já que diversos Estados e municípios não querem 
praticá-lo. Está mais do que na hora de o governo federal aumentar 
sua participação nos investimentos da educação básica. Dados 
de 2009 revelam que, para cada R$ 1,00 investido na educação 
básica, os Estados investem $ 0,41, os municípios $ 0,39, e a 
União com somente $ 0,20. 
Está mais do que na hora de os Estados e municípios 
aumentarem seus investimentos na educação – 25% não são 
suficientes para atingirmos os amplos objetivos educacionais 
que temos. Está mais do que na hora de se rever a Lei de 
Responsabilidade Fiscal no que tange a folha de pagamento 
da educação, uma vez que a mesma é um fator inibidor para as 
esferas públicas investirem mais nos salários.
Concluo dizendo que hoje o maior desafio para nossa 
educação é a formação e a valorização do nosso professor. Se 
não resolvermos essa equação, não teremos muitas perspectivas 
no campo educacional. E isso não se dá com discurso. Só 
54
 Políticas e Gestão Educacional
existe uma forma disso ser conquistado: investimentos maciços 
no sistema educacional brasileiro. Só assim poderemos ter, 
além da universalização das vagas, professores reconhecidos 
e capacitados para sua profissão e para a educação de nossos 
filhos.
Fonte: CADEVEN, Wilson Roberto. Desvalorização do professor: 
causas e alternativas. Disponível em: <http://revistaregional.
com.br/portal/?p=2497>. Acesso em: 20 ago. 2012.
Desde a sua promulgação, a LDB 9394/96 no Art 3 estabelece que o 
ensino será ministrado com base nos princípios de valorização do profissional 
da educação escolar, bem como garantia de padrão de qualidade.
Em relação à valorização do profissional do magistério, a Constituição 
Federal (1988) também assegura, no art. 206, que o ensino será ministrado 
com base nos seguintes princípios:
V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na 
forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente 
por concurso público de provas e títulos, aos das redes 
públicas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, 
de 2006).
VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da 
educação escolar pública, nos termos de lei federal. (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006).
A LDB 9.394/96, por sua vez, discorre em seus art. 62 e 67 sobre a 
formação do magistério. O art. 67 determina que os sistemas de ensino 
promovam a valorização dos profissionais da educação, assegurando-lhes, 
inclusive nos termos dos estatutos e dos planos de carreira do magistério 
público, os seguintes direitos:
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Valorização dos Profissionais da Educação Capítulo 2 
I. Ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos;
II. Aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com 
licenciamento periódico remunerado para este fim;
III. Piso salarial profissional;
IV. Progressão funcional baseada na titulação ou habilitação, e na 
avaliação do desempenho;
V. Período reservado a estudos, planejamento e avaliação, 
incluído na carga de trabalho;
VI. Condições adequadas de trabalho.
Então, para estimular a profissão de professor, Libâneo (2000, p.84) 
salienta que “necessita-se de melhores salários, condições de trabalho, 
qualificação, estabilidade das equipes nas escolas, servindo também para 
reconfigurar o papel deste professor”.
Antes da Lei 11.738/08, que estabelece o piso salarial nacional para os 
profissionais do magistério, existia uma disparidade grande entre salários de 
um estado para o outro, sendo que cada Estado tinha autonomia para fixar o 
piso para a categoria do magistério. Analise o quadro o seguir:
Figura 11- Situação dos estados frente a Lei n° 11.378/08
56
 Políticas e Gestão Educacional
Fonte: Disponível em: <http://notapajos.globo.com/lernoticias.
asp?id=45360>. Acesso em: 20 set. 2012.
Atividade de Estudos: 
1) Após a analise do quadro anterior, faça um comparativo entre 
os estados RR, MG e o estado em que você mora, aponte 
semelhanças e diferenças em relação ao cumprimento da Lei 
11.738/08 e registre sua opinião.
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 ________________________________________________57
Valorização dos Profissionais da Educação Capítulo 2 
Caro pós-graduando, você sabia que o Brasil manteve a 
mesma posição em 2010 e ficou no 88º lugar de 127 no ranking 
de educação feito pela Unesco, o braço da ONU para a cultura 
e educação? Com isso, o país fica entre os de nível “médio” de 
desenvolvimento na área, atrás de Argentina, Chile e até mesmo 
Equador e Bolívia. 
Fonte: Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/saber/882676-
brasil-fica-no-88-lugar-em-ranking-de-educacao-
daunesco.shtml>. Acesso em: 30 ago 2012.
a lEi nº 11.738/2008 E sua imPlantação
Figura 12 - Piso Salarial é Lei
Fonte: Disponível em: <http://www.omontealegrense.com/2012/03/piso-
do-magisterio-deve-ser-reajustado.html>. Acesso em: 30 ago. 2012.
A Lei que regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da 
Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) 
como destacamos no capítulo 1 foi criada pela Emenda Constitucional n º 53, 
de 19 de dezembro de 2006, e passou a vigorar a partir de 1º de janeiro de 
2007. Foi esta emenda que:
[...] estabeleceu a obrigação de lei que fixe o piso salarial 
nacional do magistério, resgatando compromisso histórico 
firmado no Palácio do Planalto, em 1994, entre o Ministério 
da Educação, o Conselho Nacional de Secretários de 
Educação (Consed), a União Nacional de Dirigentes 
Municipais de Educação (Undime), a Confederação Nacional 
dos Trabalhadores em educação (CNTE) e outros atores 
sociais. (BRASIL, 2008, p. 18).
58
 Políticas e Gestão Educacional
A Lei Federal n° 
11.738/08, que 
estabeleceu sobre 
a implementação do 
piso salarial nacional 
para os profissionais 
do magistério público 
e sua implementação, 
foi criada em 
cumprimento ao art. 
60, inciso III, alínea e, 
do Ato das Disposições 
Constitucionais 
Transitórias, ou seja, 
em cumprimento da lei 
do FUNDEB.
A Lei Federal n° 11.738/08, que estabeleceu sobre a implementação 
do piso salarial nacional para os profissionais do magistério público e sua 
implementação, foi criada em cumprimento ao art. 60, inciso III, alínea e, do 
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, ou seja, em cumprimento 
da lei do FUNDEB. A medida provisória n° 339 apontava que: “Art. 41. O 
Poder Público deverá fixar, em lei específica, no prazo de um ano contado da 
publicação desta Medida Provisória, piso salarial profissional nacional para os 
profissionais do magistério público da educação básica”.
Assim, surge em 2008 a Lei que rege o piso comum, para início de carreira. 
A definição do valor do piso nacional foi um tema de intensa discussão entre:
Figura 13 - Quem ajudou na discussão da Lei do piso 
salarial dos profissionais do magistério?
Fonte: As autoras. 
A Lei n.° 11.738/08 determinou que a União, os Estados, o Distrito Federal 
e os Municípios não poderão fixar o vencimento inicial das carreiras do 
magistério público da educação básica em um valor abaixo do piso salarial 
nacional para os profissionais do magistério:
Art. 2o O piso salarial profissional nacional para os profissionais 
do magistério público da educação básica será de R$ 950,00 
(novecentos e cinquenta reais) mensais, para a formação 
em nível médio, na modalidade Normal, prevista no art. 62 
da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece 
as diretrizes e bases da educação nacional.
§ 2o Por profissionais do magistério público da educação 
básica entendem-se aqueles que desempenham as 
atividades de docência ou as de suporte pedagógico à 
docência, isto é, direção ou administração, planejamento, 
inspeção, supervisão, orientação e coordenação 
educacionais, exercidas no âmbito das unidades escolares 
de educação básica, em suas diversas etapas e modalidades, 
com a formação mínima determinada pela legislação federal 
de diretrizes e bases da educação nacional.
59
Valorização dos Profissionais da Educação Capítulo 2 
§ 3o Os vencimentos iniciais referentes às demais jornadas 
de trabalho serão, no mínimo, proporcionais ao valor 
mencionado no caput deste artigo.
Caro pós-graduando, você sabia que a Lei do Piso Salarial foi 
contestada junto as Supremo Tribunal Federal pelos governos de (5) cinco 
estados, que foram Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Ceará e 
Mato Grosso do Sul, como inconstitucional? Porém, a Corte que analisou 
o caso declarou em 2011 plenamente constitucional, devendo ser cumprida 
por todos os entes federados.
Figura 14 - Pagar ou não pagar o piso salarial, eis a questão!
Fonte: Disponível em: <http://diariodeumeducadorbaiano.blogspot.com/2012/03/
nove-estados-ainda-nao-pagam-valor-do.html>. Acesso em: 18 ago. 2012.
Os Estados e Municípios alegam não ter recursos suficientes para pagar o 
valor estipulado pela Lei do piso. Porém, o art. 4 prevê que a União complete 
o pagamento, desde que os entes consigam comprovar a falta de verba para 
esse fim:
A União deverá complementar, na forma e no limite do 
disposto no inciso VI do caput do art. 60 do Ato das 
Disposições Constitucionais Transitórias e em regulamento, 
a integralização de que trata o art. 3o desta Lei, nos casos em 
que o ente federativo, a partir da consideração dos recursos 
constitucionalmente vinculados à educação, não tenha 
disponibilidade orçamentária para cumprir o valor fixado.
§ 1o O ente federativo deverá justificar sua necessidade 
e incapacidade, enviando ao Ministério da Educação 
solicitação fundamentada, acompanhada de planilha de 
custos comprovando a necessidade da complementação de 
que trata o caput deste artigo.
60
 Políticas e Gestão Educacional
 2o A União será responsável por cooperar tecnicamente com 
o ente federativo que não conseguir assegurar o pagamento 
do piso, de forma a assessorá-lo no planejamento e 
aperfeiçoamento da aplicação de seus recursos.
Sabemos que muito há que ser melhorado no campo educacional 
quando falamos em qualidade. Mas com o início da vigência da Lei do Piso 
em 2009 houve um avanço considerável na melhoria do benefício, vejamos 
no gráfico a seguir:
Gráfico 3 - Aumento anual do piso salarial dos 
profissionais do magistério desde sua criação
Fonte: Santos; Possamai (2013).
O piso nacional do magistério para 2012 foi reajustado em 
22,22% em relação ao ano anterior. O Ministério da Educação 
(MEC) definiu em R$ 1.451, cujo aumento está em conformidade a 
Lei 11.378/08, que criou o piso. Caro pós-graduando, o reajuste é 
calculado com base no crescimento do valor mínimo por aluno, ou 
seja, com os mesmos dados gerados para o Fundo de Manutenção 
e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB). Em 2013, 
o valor piso salarial nacional teve um reajuste de 7,97%. Com o 
aumento, o valor passa de R$ 1.451 para R$ 1.567.
Mas, se é considerado o valor mínimo por aluno, então o aumento será 
anual? Sim, conforme estabelecido no art.5 da Lei do Piso 11.738/2008: 
61
Valorização dos Profissionais da Educação Capítulo 2 
Na composição da 
jornada de trabalho, 
observar-se-á o 
limite máximo de 
2/3 (dois terços) da 
carga horária para 
o desempenho das 
atividades de interação 
com os educandos.
O piso salarial 
profissional nacional 
do magistério público 
da educação básica 
será atualizado, 
anualmente, no mês 
de janeiro, a partir do 
ano de 2009.
O piso salarial profissional nacional do magistério público da 
educação básica será atualizado, anualmente, no mês de 
janeiro, a partir do ano de 2009.
Parágrafo único. A atualização de que trata o caput deste 
artigo será calculada utilizando-se o mesmo percentual 
de crescimento do valor anual mínimo por aluno referente 
aos anos iniciais do ensino fundamental urbano, definido 
nacionalmente, nos termos da Lei no 11.494, de 20 de junho 
de 2007.
Figura 15 - Comparativosalarial entre 2012 e 2011
Fonte: Disponível em: <http://www.chapadinhaanuncios.com.br/2012/02/
ate-que-enfim-novo-piso-salarial-dos.html>. Acesso em: 20 ago. 2012.
Outra novidade da Lei n° 11.738/08 que não agradou muitos Estados e 
Municípios é que, além de tirar-lhes a autonomia na fixação do vencimento 
inicial das carreiras do magistério público da educação básica, também 
determinou o cumprimento da jornada de trabalho. Desse modo, a carga 
horária será de 40 horas semanais, para a execução das funções, conforme 
preconiza os incisos:
§ 1o O piso salarial profissional nacional é o valor abaixo 
do qual a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios não poderão fixar o vencimento inicial das 
Carreiras do magistério público da educação básica, para 
a jornada de, no máximo, 40 (quarenta) horas semanais.
[...] § 3o Os vencimentos iniciais referentes às demais 
jornadas de trabalho serão, no mínimo, proporcionais ao 
valor mencionado no caput deste artigo.§ 4o Na composição 
da jornada de trabalho, observar-se-á o limite máximo de 
2/3 (dois terços) da carga horária para o desempenho das 
atividades de interação com os educandos.
62
 Políticas e Gestão Educacional
Ficando assim distribuídas:
Carga horária de trabalho 2/3 com os alunos 1/3 sem os alunos
40 horas semanais
24 horas para atividades de 
interação com os educandos 
16 horas para planejamento, 
formação e avaliação
A Lei 11.738/2008 é curta e objetiva, tem poucos artigos, porém suficientes 
para fixar o Piso Salarial Nacional dos Professores, firmar que este piso é pago 
por determinada jornada e distribuir a composição desta mesma jornada tanto 
dentro como fora de sala de aula ̶ extraclasse, que, por força de Lei, deve 
cumprir a finalidade prevista no artigo 67, inciso V, da Lei Federal nº 9394/96 – 
LDB, ou seja, deve ser destinada para:
Figura 16 - Finalidade das horas extraclasses
Fonte: As autoras. 
Em síntese, a Lei 11.738/08, conhecida como a Lei do piso, regulamenta a 
importância de três pilares, são eles:
Figura 17- Os três pilares da carreira profissional do magistério
Fonte: As autoras. 
A ampliação de horas extraclasse destinadas à estudo, planejamento 
e avaliação possivelmente trará resultados para melhorar a qualidade 
em educação. Porém, somente a existência da Lei e o aumento da horas-
atividades não são suficientes. O piso salarial para a categoria do magistério 
é uma grande conquista, mas existem municípios onde havia horas atividades 
e não houve o resultado esperado. Ações de interferência pontuais, formação 
63
Valorização dos Profissionais da Educação Capítulo 2 
O corresponsável para 
que a Lei 11.738/08 
seja cumprida e 
apresente benefícios 
também é o gestor e 
a equipe pedagógica, 
para que os pontos 
definidos na Lei 
sejam contemplados 
no projeto político 
pedagógico da escola.
continuada, a avaliação permanente externa e interna em nível de unidade 
escolar, redes municipais e em nível nacional, como é o caso do IDEB, é que 
poderão fazer a diferença, ou seja, uma somatória de ação que visa melhorar 
a qualidade das aulas e do planejamento concebendo o momento de avaliação 
não como um fim, mas como um diagnóstico para possíveis intervenções. 
O corresponsável para que a Lei 11.738/08 seja cumprida e apresente 
benefícios também é o gestor e a equipe pedagógica, para que os pontos 
definidos na Lei sejam contemplados no projeto político pedagógico da escola, 
uma vez que esse:
é o planejamento geral que envolve o processo de reflexão, 
de decisões sobre a organização, o funcionamento e a 
proposta pedagógica da instituição. É um processo de 
organização e coordenação da ação dos professores. Ele 
articula a atividade escolar e o contexto social da escola. É 
o planejamento que define os fins do trabalho pedagógico 
(MEC, 2006, p.42).
algumas considEraçõEs 
No próximo capítulo, trataremos da importância de uma escola 
democrática, reconhecendo o papel do conselho escolar no processo de 
reflexão e decisão conjunta, e por fim refletiremos sobre os indicadores 
educacionais e os indicadores de qualidade na escola. 
rEfErências
BRASIL. Decreto n. 2.264, de 27 de junho de 1997. Regulamenta a 
Lei nº 9.424, de 24 de dezembro de 1996, no âmbito federal, e dá outras 
providências. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, D. F., 28 jun. 
1997. Disponível em: <http://www.mec.gov.br>. Acesso em: 30 jul. 2012.
_______. Decreto nº 6.003, de 28 de dezembro de 2006. Diário oficial da 
União. Poder Executivo. Brasília. D. F., 20 ago. .2006.
_____. Emenda Constitucional n. 53, de 20 de dezembro de 2006. Dá nova 
redação aos arts. 7º, 23, 30, 206, 208, 211 e 212 da Constituição Federal e ao 
art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Diário Oficial da 
União. Poder Executivo. Brasília, D. F., 9 mar. 2006. Disponível em: <http://
www.mec.gov.br>. Acesso em: 30 jul. 2012.
64
 Políticas e Gestão Educacional
_____. Lei n. 11.494, de 20 de junho de 2007. Regulamenta a Emenda 
Constitucional nº 53/2006, de 20 de dezembro de 2006. Diário Oficial da 
União. Poder Executivo. Brasília, D. F., 21 jun. 2007b. Disponível em: <http://
www.mec.gov.br>. Acesso em: 30 jul. 2012.
_____. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes 
e bases da educação nacional. Diário Oficial da União. Poder Executivo. 
Brasília, D. F., 23 dez. 1996. Disponível em: <http://www.mec.gov.br>. Acesso 
em: 30 jul. 2012.
_____. Medida Provisória n. 339, de 28 de dezembro de 2006. 
Regulamenta o artigo 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias 
e dá outras providências. Diário Oficial da União. Poder Executivo. Brasília, D. 
F., 29 dez. 2006a. Disponível em: <http://www.mec.gov.br>. Acesso em: 30 jul. 
2012.
_____. Lei n.11.738/2008. Regulamenta a alínea “e” do inciso III do caput do 
art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, para instituir o 
piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público 
da educação básica. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/.../lei/l11738.htm>. Acesso em: 20 ago. 2012.
BRASIL. Ministério da Educação. Plano Nacional de Educação. PNE / 
Ministério da Educação. Brasília: INEP, 2001. Disponível em: <http://www.
inep.gov.br/download/cibec/2001/titulos_avulsos/miolo_PNE.pdf>. Acesso em: 
03 nov. 2008.
CADEVEN, Wilson Roberto. Desvalorização do professor: causas e 
alternativas. Disponível em: <http://revistaregional.com.br/portal/?p=2497>. 
Acesso em: 20 ago. 2012.
CONAE, Documento Base Documento Final. Disponível em: <http://conae.
mec.gov.br/images/stories/pdf/pdf/documetos/documento_final_sl.pdf>. 
Acesso em: 30 ago. 2012.
EDNIR, Madza; BASSI, Marcos. Bicho de Sete Cabeças: para entender o 
financiamento da educação brasileira. São Paulo:Ed. Peirópolis, 2009.
HADDAD, Fernando. O Plano de Desenvolvimento da Educação: razões, 
princípios e programas. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas 
Educacionais Anísio Teixeira, 2008.
LIBÄNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 2000.
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MACETTO, COSTA, BARROS. Planejamento de ensino como elemento 
articuladorda relação da prática pedagógica: prática social. Disponível em: 
<http://www.aparecida.pro.br/alunos/textos/planejamento.htm>. Acesso em: 
20 nov. 2008.
MEC – Ministério da Educação e Cultura. Trabalhando com a Educação de 
Jovens e Adultos – Avaliação e Planejamento – Caderno 4 – SECAD – 
Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. 2006.
MENEGOLLA, Maximiliano. SANT’ANNA, Ilza Martins. Por que planejar?
Como planejar? 10ª Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.
MORETTO, Vasco Pedro. Planejamento: planejando a educação para o 
desenvolvimentodecompetências. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.
PADILHA, Paulo Roberto. Planejamento dialógico: como construir o projeto
político-pedagógico da escola. 4ª Ed. São Paulo: Cortez, 2003. 
PILETTI, Cláudio. Didática geral. 23ª ed. São Paulo: Editora Ática, 2001.
SCHMITZ, Egídio. Fundamentos da Didática. 7ª Ed. São Leopoldo, RS, 
Unisinos, 2000. 
66
 Políticas e Gestão Educacional

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