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AULA 1 _ AUDITORIA TRIBUTARIA E DE OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS

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AUDITORIA TRIBUTÁRIA E DE 
OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.ª Ivete da Silva 
AULA 1 
 
 
2 
OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS DA EMPRESA DE ACORDO COM A LEGISLAÇÃO 
Sabemos que na auditoria tributária, obrigações acessórias, fiscal ou 
contábil são referentes aos processos que validam as informações, atividades, 
rotinas e sistemas fiscais de uma entidade, buscando adequação às 
conformidades dos processos e, muitas vezes, podemos ter resultados em 
desacordo com a legislação vigente. 
Antes de iniciarmos esta abordagem, vamos verificar os principais temas 
que nos acompanharão durante o desenvolvimento dos nossos processos de 
ensino e aprendizagem. São eles: 
Tema 1 - Conceito - sujeitos da obrigação tributária. 
Tema 2 - Solidariedade em direito tributário. 
Tema 3 - Obrigações tributárias. 
Tema 4 - O que é o fato gerador da obrigação tributária? 
Tema 5 - Estudo prático: a importância da responsabilidade tributária. 
Bom estudo! 
TEMA 1 – CONCEITO - SUJEITOS DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
“A auditoria fiscal, também chamada de auditoria tributária, tem como 
objetivo principal analisar se todas as obrigações tributárias estão sendo seguidas 
corretamente por uma empresa” (Crepaldi; Crepaldi, 2019, p.1). 
Sabemos que, anual ou periodicamente, as empresas de todos os 
segmentos, independentemente do porte, devem ficar atentas às obrigações 
tributárias para não perder o prazo na entrega das declarações ao fisco. 
As obrigações tributárias têm uma relação jurídica intrínseca entre o credor 
e o estado, o devedor e a empresa. Para que essa relação tenha sinergia, é 
importante que se observe a devida apuração dos impostos bem como a 
verificação dos documentos legais pertinentes e o cumprimento das regras 
estabelecidas. 
Os impostos, dependendo de sua natureza, possuem datas de 
recolhimento diferentes. Exemplo: o IRPJ1 pode ser recolhido no último dia útil do 
mês subsequente. Dependendo do modo de apuração fiscal, esse imposto pode 
ser parcelado em três vezes, considerando todo o valor da apuração trimestral. 
 
1 IRPJ: Imposto de renda Pessoa Jurídica. 
 
 
3 
Em muitos processos o governo faz novas implementações por meio da 
tecnologia, buscando gradativamente inserir os SPEDs (Sistema Público de 
Escrituração Digital). Essa ferramenta visa à substituição das notas fiscais 
impressas e dos registros fiscais por arquivos eletrônicos e assim o contribuinte 
deve garantir o envio de dados de forma mais apresentável ao fisco, considerando 
o calendário nas entregas das obrigações para cada setor empresarial. Após o 
recebimento, essas informações podem ser extraídas utilizando amostragens 
aleatórias de maneira mais personalizada para consultas, seja por seleção do 
segmento econômico, por quantidade, período de tempo, receitas ou deduções 
etc. 
Quando é identificada qualquer irregularidade, o contribuinte pode ser 
notificado pelo Governo, por meio da caixa postal do e-CAC2 (portal da Receita 
Federal) – ver Figura 1, sobre o auto de infração. Nessa notificação normalmente 
é concedido um prazo para regularização e, no caso de descumprimento, pode 
haver penalidades. O processo de defesa ou retificação da empresa também pode 
ser protocolado, na maioria dos casos via e-CAC, inserindo a juntada de 
documentos comprobatórios que sustentem a justificativa. 
Figura 1 - Portal da Receita Federal 
 
Crédito: Marcelo Ricardo Daros/Shutterstock. 
 
2 e-CAC: Centro Virtual de Atendimento. Disponível em: 
<https://cav.receita.fazenda.gov.br/autenticacao/login>. Acesso em: 26 jun. 2023. 
https://cav.receita.fazenda.gov.br/autenticacao/login
 
 
4 
Há previsibilidade para que no futuro breve essas notificações sejam 
emitidas de maneira automática no envio das declarações, porém essa ferramenta 
ainda se encontra na fase de testes, sem previsão de início. Essa etapa do 
processo preocupa as empresas, pois há interesse no envio das declarações de 
acordo com a exigência do fisco e sempre que ocorrem notificações há pouco 
tempo hábil para protocolo de defesa. Vale lembrar que em muitos casos a 
retificação é informativa e educativa. 
É recomendável que as empresas busquem alternativas para validações 
dos seus processos internos até a entrega final das declarações para evitar erros 
operacionais ou ônus indevidos. Também ressaltamos que muitas inconsistências 
na base de dados estão sujeitas a ter maior visibilidade pelo sistema SPED, ou 
em muitos casos desconhecidas, inclusive pela administração da empresa. 
Saiba mais 
O SPED é sustentado por três pilares: nota fiscal eletrônica, escrituração 
fiscal digital e escrituração contábil digital. A implantação corporativa requer 
amplo conhecimento e ajustes na entrega de dados ao fisco e na relação com 
clientes, fornecedores e, não menos importante, nos seus processos 
operacionais internos, o que demandará uma atuação integrada de diversas 
áreas (fiscal, contábil, TI, financeiro, trabalhista [eSocial], tributos indiretos 
[bloco K], suprimentos, produção, área comercial e tudo que tiver correlação 
direta). 
A Receita Federal disponibiliza um canal para visualizar declarações 
originais e substitutas pelo receitanetBX, com acesso por meio do certificado 
digital, assim podem ser consultados o histórico ou backup das declarações 
fiscais e contábil. 
1.1 Sujeitos da obrigação tributária 
No que tange à obrigação tributária os elementos são classificados como: 
• O sujeito ativo (aquele que tem o direito de exigir o cumprimento da 
obrigação). 
• O sujeito passivo (é a pessoa obrigada a cumprir o recolhimento do 
tributo). 
 
 
5 
• O objeto (trata da vinculação entre os sujeitos passivos e ativos) 
• A definição do domicílio (local determinado para o cumprimento da 
obrigação tributária). 
Para entender melhor, vamos exemplificar como esses sujeitos são 
classificados em um contexto hipotético, referente ao recolhimento de IPTU3 em 
um contrato de aluguel, em um período x. O Estado é o sujeito ativo, tem a 
prerrogativa do envio da cobrança para o imóvel. O proprietário do imóvel como 
sujeito passivo, mediante contrato assinado, possui respaldo jurídico, em cláusula 
específica, para reenvio da cobrança para o inquilino que usufrui da propriedade. 
Este é classificado como sujeito passivo indireto. 
A obrigação tributária pelo sujeito passivo é tratada de forma compulsória, 
ou seja, independentemente da capacidade econômica ou da vontade das partes. 
O simples enquadramento da atividade é fato necessário e básico para a 
qualificação para a obrigação tributária. 
De acordo com o CTN4, art. 126, a capacidade tributária passiva independe 
da capacidade civil das pessoas naturais, ou seja, mesmo criança, jovem, velho, 
estando ou não com cadastro válido ou informal, já é suficiente para configuração 
ao pagamento do tributo. 
Art. 126: 
- A capacidade tributária passiva independe: 
I - da capacidade civil das pessoas naturais; 
II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem 
privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou 
profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios; 
III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que 
configure uma unidade econômica ou profissional. 
No próximo tópico, nosso aprendizado envolverá a responsabilidade 
solidária. 
TEMA 2 – SOLIDARIEDADE EM DIREITO TRIBUTÁRIO 
“Segundo o CTN, a solidariedade pode ser estabelecida entre duas 
pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador 
da obrigação principal e, ainda, em outras hipóteses que a lei expressamente 
designar” (Segundo, 2022, p.144). 
 
3 IPTU: Imposto Predial e Territorial Urbano. Tributo municipal cobrado das pessoas que contam 
com um ou mais imóveis, residenciais ou comerciais. 
4 CTN: Código Tributário Nacional. 
 
 
6 
Dando continuidade ao nosso aprendizado, vamos entender que em alguns 
casos o Estado, baseadonas premissas da lei, pode transferir a responsabilidade 
solidária a mais de uma pessoa seja ela física ou jurídica, ao mesmo tempo, sendo 
intitulado como responsável tributário. Mesmo este não sendo o contribuinte 
diretamente, pode responder por atos que estejam elencados por via expressa 
baseado em previsão legal. 
A solidariedade é diferente da responsabilidade passiva indireta; neste 
caso o legislador precisa definir as relações e a fração de responsabilidade 
quando há pluralidade para os responsáveis, de modo que estes sejam 
coobrigados a uma garantia, seja de caráter pessoal ou, em casos mais amplos, 
a por meio de fiança. Outros esclarecimentos considerando o pagamento, a 
isenção, a reemissão e a prescrição, quando o não cumprimento por alguma das 
partes, se evidenciada a inadimplência, há previsão de solidariedade para cumprir 
a obrigação. Nesse caso pode ser repassado aos envolvidos até a solução do 
assunto em questão. 
Figura 2 – Solidariedade tributária 
 
Crédito: Yuriy K/Shutterstock. 
 
 
 
7 
Leitura complementar 
Acesse o link a seguir e leia “O artigo 124 do Código Tributário Nacional, 
uma visão sobre a solidariedade tributária”, de Jefferson Falcão, que trata da 
solidariedade em relação ao artigo 124 do CTN e sua interpretação a fim de não 
onerar terceiros pelos tributos da atividade empresária. 
Disponível em: <https://www.jusbrasil.com.br/artigos/o-artigo-124-do-codigo-
tributario-nacional-uma-visao-sobre-a-solidariedade-tributaria/817473397>. Acesso 
em: 26 jun. 2023. 
 
Código Tributário Nacional | Lei n. 5.172, de 25 de outubro de 1966 
Art. 124. São solidariamente obrigadas: 
I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o 
fato gerador da obrigação principal; 
II - as pessoas expressamente designadas por lei. 
Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta 
benefício de ordem. 
Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos 
da solidariedade: 
I - o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais; 
II - a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo 
se outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a 
solidariedade quanto aos demais pelo saldo; 
III - a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, 
favorece ou prejudica aos demais. 
2.1 Domicílio tributário 
Um dos pontos a ser definidos na relação com o fisco5 é a escolha do 
domicílio tributário, que é o local onde se permite ser encontrado. 
Para o contribuinte pessoa física, o domicílio pode ser caracterizado por 
sua residência habitual e, quando incerta ou desconhecida, esse local pode ser 
indicado considerando sua atividade habitual. No caso de pessoa jurídica de 
direito privado, pode ser indicada sua sede ou estabelecimento. 
 
 
 
 
5 Fisco: é uma autoridade fazendária do país que controla os pagamentos de impostos em todas 
as esferas tributárias no país. O fisco é comumente conhecido como o órgão fiscalizador na esfera 
federal, porém atua em área municipal e estadual também. Fonte: BUENO, S. Conheça mais 
sobre o que é o fisco. Disponível em: <https://www.fazcomex.com.br/comex/o-que-e-o-fisco/>. 
Acesso em: 26 jun. 2023. 
https://www.jusbrasil.com.br/artigos/o-artigo-124-do-codigo-tributario-nacional-uma-visao-sobre-a-solidariedade-tributaria/817473397
https://www.jusbrasil.com.br/artigos/o-artigo-124-do-codigo-tributario-nacional-uma-visao-sobre-a-solidariedade-tributaria/817473397
https://www.fazcomex.com.br/comex/o-que-e-o-fisco/
 
 
8 
Figura 3 - Alguns conceitos relevantes 
 
Uma das exceções é a escolha da apuração do ICMS6, pois é levado em 
consideração o fato gerador, vinculado com a sede de cada estabelecimento para 
seus efeitos legais, sendo as tratativas como contribuinte isolado. Quando não 
houver essa definição inicial, o CTN prevê entendimento baseado na origem da 
obrigação para dar andamento ao processo. 
Ressalta-se que em alguns casos não há possibilidade de escolha do 
domicílio tributário. Quando o fisco entender a dificuldade ou impossibilidade de 
fiscalização, pode recusar a escolha do domicílio, logo o local se torna incerto, 
sendo necessário aguardar decisão final. 
Fique por dentro 
O que é o ICMS? O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços 
é um tributo estadual que incide sobre produtos de diferentes tipos, desde 
eletrodomésticos a chicletes, e que se aplica tanto à comercialização dentro do 
país como em bens importados. Na prática, esse imposto é cobrado de forma 
indireta, ou seja, seu valor é adicionado ao preço do produto comercializado ou 
do serviço prestado. Ao vender uma mercadoria ou realizar alguma operação 
em que se aplique o ICMS, é efetuado o fato gerador quando a titularidade 
desse bem ou serviço passa para o comprador. Ou seja, o tributo só é cobrado 
quando a mercadoria é vendida ou o serviço é prestado para o consumidor, que 
passa a ser o titular desse item ou do resultado da atividade realizada. A 
regulamentação desse imposto é de responsabilidade de cada Estado e do 
Distrito Federal, que estipulam a porcentagem cobrada em suas regiões de 
 
6 ICMS: É um dos principais tributos empregados no Brasil, o Imposto sobre Circulação de 
Mercadorias e Serviços. 
Domicílio é o lugar onde você mantém um lar permanente
Domicílio é importante para fins legais, como pagar impostos, votar e 
reivindicar benefícios
Residência e domicílio têm definições legais diferentes e são diferenciados 
pelo tempo de moradia em um local específico
 
 
9 
atuação. Assim, cada localidade possui sua própria tarifa, o que pode trazer 
dúvidas a quem comercializa produtos para outras unidades federativas (UF) – 
este é um assunto que abordaremos mais tarde. No entanto, algumas leis em 
comum são estabelecidas pelos Convênios ICMS, feitos pelo Conselho 
Nacional de Política Fazendária (Confaz). 
Fonte: TORRES, V. ICMS: o que é e como calcular este imposto? Disponível em: 
<https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-online/icms/>. Acesso em: 26 jun. 2023. 
 
CTN - Código Tributário Nacional - Lei 5.172/19667 
Art. 127 
- Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio 
tributário, na forma da legislação aplicável, considera-se como tal: 
I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta 
incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade; 
II - quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas 
individuais, o lugar da sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos que 
derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento; 
III - quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas 
repartições no território da entidade tributante. 
§ 1º - Quando não couber a aplicação das regras fixadas em qualquer 
dos incisos deste artigo, considerar-se-á como domicílio tributário do 
contribuinte ou responsável o lugar da situação dos bens ou da 
ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação. 
§ 2º - A autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito, quando 
impossibilite ou dificulte a arrecadação ou a fiscalização do tributo, 
aplicando-se então a regra do parágrafo anterior. 
No próximo tópico, nosso aprendizado envolverá obrigações tributárias. 
TEMA 3 – OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS 
“O direito tributário detém elevado valor dentro do sistema jurídico na 
medida em que se mostra como ramo do direito responsável em estudar a 
aplicação de normas jurídicas na atividade de arrecadação dos tributos, principal 
fonte das receitas públicas” (Novais, 2022, p.7). 
Toda e qualquer pessoa física ou jurídica está suscetível a arcar com ônus 
quando ocorre o fato gerador e consequentemente tomar providências de 
obrigações de ordem principal e acessória. Para Duarte (2022), a obrigação que 
tem por objeto o pagamento do tributo é um tipo de relação jurídica obrigacional, 
ou seja, toda obrigação tributária comporta os mesmos elementos estruturais da 
 
7 Lei n.5.172/1966: regula, com fundamento na Emenda Constitucional n. 18, de 1º de dezembro 
de 1965, o sistema tributário nacional e estabelece, com fundamento no art. 5º, inciso XV, alínea 
b, da Constituição Federal, as normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, aos Estados, 
ao Distrito Federal e aos Municípios, sem prejuízo da respectiva legislação complementar, 
supletiva ou regulamentar (Portal JusBrasil). 
https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-online/icms/
 
 
10 
relação jurídica obrigacional: tem sujeitos, tem objeto, tem causa. Então, a 
obrigação tributária é um dever legal por meio do qual são estabelecidos os 
tributos atribuídos por lei aos contribuintes, que devem cumprir os procedimentos 
em que os tributos são aplicados, tais como notas fiscais, registros contábeis, 
declaração de impostos etc. 
O princípio essencial norteia a legalidade, instituída por lei ordinária ou 
medida provisória e impositiva mediante lei complementar. Sua cobrança tem 
caráter compulsório (é obrigatório) juntamente com a arrecadação dos tributos 
correspondentes e não constitui sanção quando se observam todos os prazos 
especificados em lei. 
Tem por classificação a obrigação tributária principal, com prestação 
pecuniária. Em outras palavras, é devido à apuração do tributo do valor original 
para que a destinação seja efetivada. Quando ocorre a inadimplência, é 
necessário fazer a devida apuração do valor correspondente à multa (sanção por 
ato ilícito), atualizado até a data da regularização. Assim, identificado o crédito 
correspondente, o Estado considera a obrigação extinta. 
3.1 Cumprindo com as obrigações e normas legais 
Já sabemos que “obrigação é o vínculo jurídico que une credor e devedor, 
permitindo que o primeiro exija do segundo uma prestação economicamente 
apreciável” (Teoria Geral das Obrigações – Fonte: JusBrasil). 
Então, no momento de abrir uma empresa, todos os sócios são 
responsáveis pelo cumprimento de todas as obrigações e normas legais às quais 
estão sujeitos, o que significa que nesse momento é imprescindível ter um 
contador responsável para cuidar da legalidade, para processar as rotinas 
contábeis (relatórios dos resultados, lucros, impostos etc.). Dessa forma, as 
principais obrigações tributárias ou fiscais estão relacionadas com a apuração e o 
pagamento dos impostos. 
Temos de assegurar as principais obrigações tributárias, quais sejam: 
 
 
 
 
 
 
 
11 
Figura 4 - As principais obrigações tributárias 
 
3.2 Reforçando o aprendizado com conceitos importantes 
Na emissão de nota fiscal, é obrigação das empresas registrar a compra 
e venda de produtos e serviços por meio desse documento. 
O documento de arrecadação do simples nacional (DAS) é a guia de 
pagamento de todos os impostos municipais, estaduais e federais que devem ser 
pagos por microempreendedores individuais (MEI), microempresas (ME) e 
empresas de pequeno porte (EPP), ou seja, o pagamento da guia vai garantir a 
regularização da empresa junto ao governo e evitar problemas fiscais. Deve-se 
ter muito cuidado com a inadimplência, pois sérias consequências podem surgir, 
como inscrição em dívida ativa e até suspensão do CNPJ (Cadastro Nacional de 
Pessoa Jurídica). 
A declaração de imposto de renda é obrigatória e realizada anualmente, 
ou seja, devem ser relatados todos os rendimentos ganhos ao longo daquele 
período. O governo analisa quais tributos já foram pagos pelo contribuinte e se o 
declarante deve receber restituição ou pagar algum valor comparando com a 
tabela vigente daquele período específico. 
A escrituração contábil digital (SPED Contábil) é uma solução 
tecnológica que oficializa os arquivos digitais das escriturações fiscal e contábil 
dos sistemas empresariais (formato específico e padronizado). O software é 
disponibilizado pela Receita Federal para as empresas a fim de que elas 
mantenham e enviem a esse órgão informações de natureza fiscal e contábil e 
Emissão de nota fiscal
Documentos de arrecadação do Simples Nacional
Declarações de Imposto de Renda
Escrituração Contábil Digital (SPED Contábil)
Balanço Patrimonial
Pagamento dos Impostos Apurados
 
 
12 
também informações previdenciárias, como livros fiscais8, comerciais e contábeis 
gerados por meio da escrituração (registrados nos órgãos do comércio) e das 
demonstrações contábeis. O governo libera funcionalidades para o contribuinte 
validar os arquivos, assinar digitalmente, visualizar seu conteúdo e transmitir 
eletronicamente os dados para os órgãos de registro e para os entes federativos. 
O balanço patrimonial representa os valores do ativo, do passivo e do 
patrimônio líquido em determinado momento (na data em que o balanço for 
disponibilizado). 
O pagamento dos impostos apurados envolve as rotinas utilizadas para 
manter, organizar e garantir o cumprimento das obrigações fiscais, a apuração e 
o cálculo dos impostos obrigatórios. Você sabia que a apuração determina quais 
são os impostos que devem ser pagos, qual o valor e em qual data deverão ser 
pagos? 
Leitura complementar 
Acesse o artigo “O princípio da legalidade tributária e suas exceções”, 
publicado por Alexandre Scaloppe, e entenda sobre o princípio da legalidade no 
direito tributário. Ele garante a existência ao contribuinte de uma lei para criação 
e cobrança de tributo. Sem se observar as disposições legais quanto à criação 
e cobrança de um tributo, não será imputada uma obrigação ao contribuinte. 
Disponível em: <https://www.jusbrasil.com.br/artigos/o-principio-da-legalidade-
tributaria-e-suas-excecoes/148747896>. Acesso em: 26 jun. 2023. 
A obrigação acessória9 é um instrumento que valida a memória de cálculo 
do tributo, discriminando a obrigação principal, a qual tem por característica a 
prestação de informações dentro do prazo previsto, seguido pelo preenchimento 
de todos os campos exigíveis. Esses dados serão chave para levantamento da 
arrecadação e fiscalização futura. Vale lembrar que nos casos de descumprimento 
pode ser considerado um agravante com sanções previstas em lei. 
 
8 Livros fiscais: são relatórios responsáveis pela apresentação dos registros fiscais de entradas, 
saídas, serviços, apurações dos tributos, controle de estoques, entre outros (Portal da Contabilix). 
9 Obrigações acessórias: seu objetivo é mostrar ao governo todas as informações sobre receita 
efetiva, impostos apurados e no que diz respeito à parte trabalhista (folhas de pagamento e 
encargos gerados) (Portal Contábeis). 
https://www.jusbrasil.com.br/artigos/o-principio-da-legalidade-tributaria-e-suas-excecoes/148747896
https://www.jusbrasil.com.br/artigos/o-principio-da-legalidade-tributaria-e-suas-excecoes/148747896
 
 
13 
No próximo tópico, nosso aprendizado envolverá o fato gerador e sua 
relação jurídica e tributária. 
TEMA 4 – O QUE É O FATO GERADOR DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA? 
O que realmente diferencia a estrita legalidade da legalidade geral não 
são os referidos dispositivos constitucionais, mas sim a existência do art. 
146, III, da CF e o art. 97 do Código Tributário, o primeiro atribuindo à 
Lei Complementar a competência para criar normas gerais em matéria 
tributária e o último determinando a reserva de lei para estipulação do 
fato gerador, base de cálculo e alíquota dos tributos. (Schoeuri, 2011, p. 
277) 
Estamos diante de situações quando um fato gerador dá origem a uma 
obrigação tributária ao contribuinte, o qual deve atender os princípios, baseado na 
legislação tributária vigente para o período que está sendo apreciado. 
Conforme o CTN (Código Tributário Nacional), é necessário ocorrer um fato 
jurídico baseado na norma, especificado por três aspectos fundamentais: material, 
espacial e temporal em resposta aos seguintes questionamentos, 
respectivamente: O quê? Onde? Quando? Baseado nesses critérios o contribuinte 
deverá fazer a apuração devida e, reconhecendo a obrigação, pode efetuar o 
recolhimento. 
Na contabilidadeessa apuração se refere ao regime de competência, ou 
seja, considerando o período em que ocorreu a obrigação. Já o recolhimento pode 
ser antecipado e efetuado no mesmo dia até o prazo previsto para o tipo de tributo 
apurado. Um exemplo disso é apuração de IRRF, logo tudo que foi retido em 
dezembro pode ser recolhido até o último dia útil do mês seguinte (janeiro/ano). 
 
 
 
14 
Figura 5 – Obrigação tributária 
 
Crédito: Jack_the_sparow/Shutterstock. 
Sobre arrecadação e cobrança, consultamos sempre os canais oficiais dos 
entes federativos, como gov.br (Receita Federal). Dessa forma, estaremos 
atentos a todas as variáveis que afetam as obrigações tributárias vinculadas aos 
negócios das empresas, como o fato gerador de um tributo. 
Leitura complementar 
Para aumentar seu aprendizado, não deixe de ler o artigo “O que é o fato 
gerador?” (Rafael Versiani), publicado no Portal Enotas. 
Disponível em: <https://enotas.com.br/blog/fato-gerador/>. Acesso em: 26 jun. 
2023. 
 
 
https://enotas.com.br/blog/fato-gerador/
 
 
15 
Figura 6 - Os cinco elementos do fato gerador 
 
No próximo tópico, nosso aprendizado envolverá a importância da 
responsabilidade tributária. 
TEMA 5 – ESTUDO PRÁTICO: A IMPORTÂNCIA DA RESPONSABILIDADE 
TRIBUTÁRIA 
“Em respeito ao princípio da capacidade contributiva, e ao que 
expressamente determina o CTN, um terceiro, não contribuinte, somente pode ser 
legalmente definido como sujeito passivo, na condição de ‘responsável tributário’, 
quando vinculado ao fato gerador da respectiva obrigação” (Segundo, 2022, 
p.148). 
Sabemos que a capacidade contributiva do contribuinte, seja ele passivo, 
solidário subsidiário ou terceiro, por si só não é condição para embasamento na 
apuração do tributo pelo ente público. 
Tomamos como exemplo um serviço executado em uma oficina mecânica, 
sendo a condição de pagamento efetuada pelo cliente via cartão de crédito. Em 
uma possível inadimplência da obrigação, é possível a cobrança pela 
Elementos do 
fato gerador
Elemento 
pessoal
Elemento 
material
Elemento 
temporal
Elemento 
espacial
Elemento 
quantitativo
 
 
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prefeitura do valor correspondente ao ISS repassado para a operadora do 
cartão de crédito, já que esta tem maior capacidade contributiva do que seu 
cliente? 
Resposta ao case 
Avaliando toda a operação de prestação de serviço devidamente 
documentado pela obrigação acessória, é inviável a responsabilização da 
operadora do cartão de crédito para o recolhimento de tributos, considerando 
apenas sua capacidade contributiva. 
Outro agravante nessa operação é que não foi discriminado se houve 
substituição de peças, o que acarretaria também no recolhimento de ICMS. 
Tal condição é reforçada em várias súmulas tratando do mesmo tema para 
retratar o óbvio: que a operadora desconhece a operação de seus clientes, 
portanto esta não pode ser responsabilizada por transações em que 
contratualmente esta tenha a responsabilidade de efetuar o repasse de 
pagamento do valor ao fornecedor, mediante a condição de recebimento de 
valores por seu cliente, de acordo com os prazos acordados. 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
CREPALDI, S. A., CREPALDI, G. S. Auditoria fiscal e tributária. 2. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2009. 
DUARTE, F. Direito tributário. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2022. 
NOVAIS, R. Direito tributário facilitado. 6. ed. Rio de Janeiro: Método, 2022. 
SCHOEURI, L. E. Direito tributário. São Paulo: Saraiva, 2011. 
SEGUNDO, H. B. M. Manual de direito tributário. 12. ed. Barueri: Atlas, 2022.

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