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Manual de procedimentos para atuação de psicólogos e asistentes sociais no sistema judiciário

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ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SERVIÇO 
SOCIAL E PSICOLOGIA 
 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE 
SÃO PAULO 
 
 
 
 
 
 
VOLUME I 
 
Infância e Juventude 
 
 
 
 
MANUAL DE PROCEDIMENTOS TÉCNICOS 
 
 
 
 2 
 
Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo 
Desembargador Celso Luiz Limongi 
Biênio 2006-2007 
 
 
Corregedor Geral da Justiça do Estado de São Paulo 
Desembargador Gilberto Passos de Freitas 
Biênio 2006-2007 
 
 
Juiz Auxiliar da Corregedoria Geral da Justiça 
(Infância e Juventude) 
Dr. Reinaldo Cintra Torres de Carvalho 
Biênio 2006-2007 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3 
 
Realização 
Núcleo de Apoio Profissional de Serviço Social e Psicologia 
Corregedoria Geral da Justiça do Estado de São Paulo 
Secretaria de Recursos Humanos 
 Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo 
 
Coordenação Geral e Técnica 
Núcleo de Apoio Profissional de Serviço Social e Psicologia 
Corregedoria Geral da Justiça do Estado de São Paulo 
 
Equipe Técnica de Texto 
Ana Cristina Amaral Marcondes de Moura 
Denise Helena de Freitas Alonso 
Dilza Silvestre Galha Matias 
Evani Zambom Marques da Silva 
Márcia Machado Wightman Lopes 
Maria da Glória Rangel Gomes 
 
Revisão Final 
Ana Cristina Amaral Marcondes de Moura 
Denise Helena de Freitas Alonso 
Dilza Silvestre Galha Matias 
Reinaldo Cintra Torres de Carvalho 
 
 
 
 
 4 
 
Colaboradores na Construção do Manual de Procedimentos 
Comissão de Chefias de Serviço Social e Psicologia – Capital 
 
Lídia Rosalina Folgueira Castro - psicóloga - V.Família Central 
Maria Luiza Camargo Quiroz – assistente social – V. Família Central 
Eurídice de Moraes Ralo – psicóloga – VIJ Central 
Eloise Silva Teles de Menezes – assistente social – VIJ Central 
Maria Costantini – psicóloga – Varas Especiais 
Francisca Diniz de Oliveira – assistente social – Varas Especiais 
Sonia Maria Motinho da Silva – psicóloga – VIJ Santana 
Marli Rodrigues da Silva – assistente social – VIJ Santana 
Célia Regina Cardoso – psicóloga – VIJ Santo Amaro 
Solange Rolo Silveira – assistente social – VIJ Santo Amaro 
 Mara Regina Augusto - psicóloga – VIJ Jabaquara 
Sandra Plumeri Santin – assistente social – VIJ Jabaquara 
Celso Caropreso Fogaça – psicóloga – VIJ Lapa 
Beatriz Aparecida da Silva Martins – assistente social – VIJ Lapa 
 Mônica Sofia Toledo Zanotto – psicóloga – VIJ São Miguel 
Célia Maria L. de Almeida Brito– assistente social – VIJ São Miguel 
Lucimaria Misso Rocha – psicóloga – VIJ – Penha 
Adriana Lúcia Folchi Amorim – assistente social – VIJ Penha 
Jéssica Mara Oishi – psicóloga – VIJ Itaquera 
Cássia Pauletti – assistente social – VIJ Itaquera 
Marineiva Benassi Serra Jorge – psicólogo – VIJ Tatuapé 
Eunice Castro da Silva – assistente social – VIJ Tatuapé 
Ana Maria Medeiros Santana – psicóloga VIJ Ipiranga 
Sônia Megumi Kumagai – assistente social – VIJ Ipiranga 
Ana Cristina Rosa – psicóloga – VIJ Pinheiros 
Maria Eliane Oliveira Santos – assistente social – VIJ Pinheiros 
 
 5 
 
Comissão de Estudo para controle e acompanhamento de Crianças e 
Adolescentes em Situação de Abrigo 
 
Sônia Maria O. Toldo – assistente social – VIJ central 
Lucilena Vagostello – psicóloga – VIJ Central 
Guaraci de Melo Françoso – assistente social – VIJ Santana 
Maria Helena dos Santos – assistente social – VIJ Santo Amaro 
Márcia Rita Pauli – psicóloga – VIJ Santo Amaro 
Maria José de Oliveira Correa – assistente social – VIJ Jabaquara 
Selma Noemy Magueta Pares Janja – assitente social – VIJ Lapa 
Marisa Stefanelli de Aguiar e Silva – psicóloga – VIJ Lapa 
Ana Cristina Castro Santiago – assistente social – VIJ São Miguel 
Cristina R. Rosa Bento Augusto psicóloga – VIJ São Miguel 
Eliana Teixeira Bin – assistente social – VIJ Penha 
Danuza Sgobbi Saes – psicóloga – VIJ Penha 
Mirian Vega da Silva – assistente social – VIJ Itaquera 
Eliane Rivero Jover – psicóloga – VIJ Itaquera 
Enny Boettcher – psicóloga – VIJ Tatuapé 
Nádia Maria Galli Luchi – assistente social – VIJ Ipiranga 
Sonia Maria Lara Morita – assistente social – VIJ Pinheiros 
Maria Cecília de Paula Magalhães – psicóloga – VIJ Pinheiros 
Clarinda Frias – assistente social – CEJAI 
Silvia Nascimento Penha – psicóloga - CEJAI 
 
 
 
 
 
 
 
 6 
SUMÁRIO 
 
 
PÁG 
INTRODUÇÃO 
 
14 
 CAPÍTULO 1: O TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 
 
A - Considerações Iniciais 19 
B - O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo 19 
B 1 - Estrutura Organizacional 20 
C - Organização Administrativa 22 
D - Função dos profissionais que atuam em 1ª instância 25 
D 1 - Do Juiz 25 
D 2 - Das Partes 26 
D 3 - Dos Auxiliares do Juízo 27 
E - Dos Processos 27 
F - Da Especificidade das Varas de Infância e Juventude 29 
BIBLIOGRAFIA 
 
 
31 
CAPÍTULO 2: OS ASSISTENTES SOCIAIS E OS PSICÓLOGOS NO TJSP 
 
 
A - Considerações Iniciais 32 
B - Inserção dos Profissionais nas V.I.J. e Família 33 
B 1 - O Serviço Social 33 
B 2 - A Psicologia 35 
B 3 - Do Serviço Social e da Psicologia 36 
B 4 - A Subordinação dos Profissionais de Serviço Social e 
Psicologia 
40 
Organograma das Varas Privativas 41 
Organograma das Varas Cumulativas 41 
BIBLIOGRAFIA 43 
 
 
 
 
 7 
CAPÍTULO 3: O QUE É PRECISO SABER ADMINISTRATIVAMENTE 
PARA ATUAR NAS VARAS DE INFÂNCIA E DA JUVENTUDE 
 
A - Considerações Iniciais 45 
B – Registros em Livros 45 
B 1 – Livro Ponto 46 
B 2 – Livro de Controle de Registro de Processo: recebimento e 
devolução de processos 
47 
 
 B3- Livro de Registro de Pessoas Interessadas em Adoção 
(CPA) 
48 
B 4 – Livro de Registro de Crianças e Adolescentes em 
 condições de ser adotados 
49 
B 5 – Livro de Registro de Pessoas Atendidas sem Processo 50 
C – Fichas 51 
D – Planilha do Movimento Judiciário dos Setores Técnicos 
 Registro Estatístico 
 
52 
E – Relatório Anual 52 
F – Prazos 54 
G – Manuseio do Processo 56 
BIBLIOGRAFIA 
 
 
57 
CAPÍTULO 4 : O JUÍZO DA INFÂNCIA E JUVENTUDE 
 
 
 
Parte I 
 
 
A – Considerações Iniciais 58 
B – Competência do Juízo da Infância e Juventude. 59 
C – Dos Processos 60 
FLUXO 
 
 
 
 
63 
 8 
Parte II – A atuação dos Assistentes Sociais e Psicólogos nos 
Processos da Infância e Juventude 
 
 
 
A – Considerações Iniciais. 64 
 
B – O Processo nas Seções Técnicas 67 
C – O Estudo Social 68 
D – O Estudo Psicológico 70 
FLUXO 
 
 
 
73 
1 - Vitimização . 
 
 
A - Considerações Iniciais 74 
B - Definição de Violência contra a Criança e Adolescente 75 
B 1 - Formas de Violência Sexual 80 
C - A Avaliação Social e Psicológica nos casos de vitimização 82 
C 1 - Avaliação Social 84 
C 2 - Avaliação Psicológica 
 
88 
2 - Problemas de Comportamento 92 
 
 3- Da atuação do Assistente Social e Psicólogo de acordo 
com as medidas de protetivas 
 
 
 
A – Guarda 93 
B – Tutela 96 
C – Abrigamento 99 
C 1 - Dos Cuidados com a Criança ou Adolescente Abrigado 101 
 C2 - O Acompanhamento da Criança ou Adolescente Abrigado 102 
C 3 - Desabrigamento 105 
FLUXO 108 
C 4 - Acompanhamento dos Abrigos 109 
D - Adoção 112 
FLUXO 113 
 9 
Roteiro 114 
BIBLIOGRAFIA 116 
CAPÍTULO 5: ADOÇÃO 
 
 
Parte I 
 
 
A - Considerações Iniciais 
 
122 
B - Do Consentimento da Adoção 
 
123 
C - A Suspensão e a Destituição do Poder Familiar 124 
C 1 - A perícia social e a perícia psicológicano Processo 
 Contraditório: destituição do poder familiar 
 
 
126 
D - A Criança que será colocada em família substituta: o trabalho 
necessário a ser desencadeado 
 
 
129 
FLUXO 133 
 
Parte II 
 
 
 
1 - Adoção por meio do CPA e Outras Modalidades 
 
A - Os Passos para localizar família substituta por meio do 
Cadastro de Pretendentes à Adoção (CPA) 
 
134 
A A1 - A adoção por meio do Cadastro de Pretendente à Adoção 
(CPA): aproximação da criança e ou adolescente, cuidados 
técnicos para colocação em família substituta 
 
 
135 
B - A Adoção Internacional: O trabalho que demanda e a 
 Aproximação 
 
 
137 
C - Adoção Intuitu Personae 
 
141 
D - Adoção Unilateral 142 
 10 
E - Adoção Por Parentes 
 
144 
F - Outras Adoções Prontas 
 
146 
G - Outras questões que versam sobre adoção: 
 
147 
H - Adoção Tardia 
 
148 
I - Adoção Inter-racial 
 
150 
2 - O Estágio de Convivência 
 
 
 O Acompanhamento do Estágio de Convivência 
 
152 
3 - Cadastro de Pretendentes à Adoção (CPA) 
 
 
A- CPA: Regulamentação 156 
 
B - Alguns Apontamentos para Avaliação dos Pretendentes à 
Adoção por Parte dos Setores Técnicos 
 
 
1ª Fase 158 
 
2ª Fase 160 
 
FLUXO 166 
 
BIBLIOGRAFIA 167 
 
GLOSSÁRIO 173 
 
 
 
 
 
 11 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
 
A Constituição Federal, em seu art. 1º, inciso III, coloca, 
ineditamente, a dignidade da pessoa humana, como um dos 
primados da República e do Estado Democrático de Direito. 
 
 
Ressalta, pois, a importância da dignidade do ser 
humano, a qual precisa ser preservada desde a sua concepção e 
nascimento, recebendo a criança e o adolescente proteção 
especialíssima, como se infere do disposto no art. 227 da mesma 
Constituição. 
 
 
No entanto, os destinos são incertos e conflitos 
familiares eclodem com muita facil idade e freqüência e 
desembocam na mesa de um juiz. São dramas pungentes que 
precisam ser resolvidos com intel igência, técnica e uma dose de 
amor, a exigir do magistrado plena dedicação no estudo da ação 
judicial que lhe é posta. 
 
 
Vem, então, a importância dos auxi l iares do juízo, o(a) 
assistente social e o (a) psicólogo (a), que trazem dados 
relevantes para o deslinde da causa. Os pareceres técnicos são 
fundamentais para que o magistrado decida com justiça e sempre 
zelando, em primeiro lugar, pelos interesses da criança e do 
adolescente. 
 
 
Essas causas judiciais multiplicam-se e nossos 
assistentes sociais e psicólogos, trabalhando nelas tão 
intensamente, adquir iram experiência e conhecimentos que os 
tornaram especial izados na matéria, a ponto de poderem elaborar 
este “Manual de Procedimentos Técnicos” para assistentes 
sociais e psicólogos judiciários, capacitando-os ao exercício de 
suas tarefas no dia-a-dia forense, principalmente para aqueles, 
que recém-ingressos no serviço público, ainda não se 
 12 
familiarizaram com as questões e as soluções que possam ser 
encontradas. 
 
 
A Corregedoria Geral da Just iça e a Secretaria de 
Recursos Humanos do Tribunal de Justiça do Estado de São 
Paulo, com o Núcleo de Apoio Prof issional de Serviço Social e 
Psicologia do Tribunal de Justiça, merecem aplausos pela 
publicação deste “Manual”, dando, assim, uma enorme 
contribuição para a consecução da Justiça e proteção da criança 
e do adolescente. 
 
 Celso Limongi 
 Presidente do Tribunal de 
Justiça do Estado de São Paulo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 13 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
Foi com grande satisfação que recebi os originais do “Manual de 
Procedimentos” para os Assistentes Sociais e Psicólogos Judiciários, trabalho 
minucioso que certamente irá auxiliar os Setores Técnicos do Judiciário Paulista 
a buscarem uma uniformização de procedimentos (sempre respeitada a sua 
autonomia técnica) que possibilitará a otimização dos trabalhos na área da 
infância e juventude, e uma conseqüente melhor prestação jurisdicional. Não é 
de hoje que a Corregedoria Geral da Justiça vem se preocupando com o 
aprimoramento técnico dos Assistentes Sociais e Psicólogos Judiciários, classe 
de servidores que a cada dia conquista mais respeito dos operadores do direito 
e está vendo reconhecida a importância de seus conhecimentos específicos 
para uma melhor prestação jurisdicional. 
 
Esse “manual” deixa patente a qualidade do trabalho executado pelos 
técnicos do Núcleo de Apoio, e consolida a sua importância na busca do 
aperfeiçoamento da atividade profissional dos Assistentes Sociais e Psicólogos 
Judiciários. 
 
Tenho certeza de que esse Manual de Procedimentos será importante 
ferramenta de trabalho aos técnicos do judiciário, que nele encontrarão 
caminhos para a boa prática de sua atividade profissional, em especial para 
aqueles que iniciam sua carreira junto às Varas da Infância e da Juventude. 
 
 
 GILBERTO PASSOS DE FREITAS 
 Corregedor Geral da Justiça 
 
 
 
 
 14 
 
 
PREFÁCIO 
 
 
 
 
Concluir uma missão, por mais simples que ela possa parecer, é 
sempre uma vitória. 
 
Quando essa missão não é tão simples assim, a vitória ganha 
status de conquista. 
 
O Primeiro Volume do Manual de Procedimentos (Infância e 
Juventude – Área Protetiva, Não Infracional) que hoje chega às mãos de 
todos os Assistentes Sociais e Psicólogos Judiciários do Estado de São Paulo 
é o resultado de uma proposta conjunta da Corregedoria Geral da Justiça e 
da Secretaria de Recursos Humanos do Tribunal de Justiça do Estado de São 
Paulo, materializada pelo Núcleo de Apoio Profissional de Serviço Social e 
Psicologia do Tribunal de Justiça. 
 
Esse primeiro volume do Manual é fruto de um levantamento de 
atividades executadas pelos técnicos da área de Serviço Social e Psicologia 
junto às Varas da Infância e Juventude na área protetiva (não infracional), que 
tem por objetivo buscar o aprimoramento dos profissionais para que o 
trabalho seja o melhor possível, auxiliando os Assistentes Sociais e 
Psicólogos Judiciários no início e durante o exercício de suas atividades. 
 
Procurou-se de um modo simples, mas com profundidade, 
apontar todas as atribuições carreadas a esses profissionais, e indicar aquilo 
que seria de fundamental importância para que a prestação jurisdicional 
ocorra de forma mais célere e efetiva. 
 
Em momento algum se buscou tolher a liberdade profissional dos 
técnicos, mas, ao contrário, procurou-se marcar a importância de sua missão 
dentro do Sistema Judicial de Garantia e Defesa dos Direitos da Criança e do 
 15 
Adolescente, apontando caminhos e os objetivos a serem buscados dentro de 
suas atividades. 
 
O Manual representa um trabalho de fôlego, de alto nível, 
executado pelas Assistentes Sociais e Psicólogos Judiciários que compõem 
o Núcleo, profissionais que representam o que de melhor possui o Tribunal 
de Justiça nessa área do conhecimento. 
 
Tenho absoluta convicção que esse Manual será um marco 
para as atividades dos Setores Técnicos do Tribunal de Justiça, pois 
possibilitará uma convergência dos diversos procedimentos até agora 
adotados nas unidades judiciárias do Estado, bem como será importante 
instrumental para que Magistrados, Promotores de Justiça e Advogados 
possam entender e melhor aproveitar o importante trabalho que é executado 
pelos Assistentes Sociais e Psicólogos Judiciários. 
 
Não poderia deixar de aproveitar a oportunidade para deixar de 
público meu agradecimentoàs Assistentes Sociais e Psicólogas Judiciárias 
(Evani, Dilza, Denise, Ana Cristina, Márcia e Glória) e Escreventes (Flávia e 
Luzia) que compõem o Núcleo, pelo apoio, respeito e carinho que sempre 
dispensaram à minha pessoa, e pelo exemplo de profissionais que são. 
 
 
 
 REINALDO CINTRA TORRES DE CARVALHO 
 Juiz Auxiliar da Corregedoria Geral da Justiça 
 
 
 
 
 
 
 
 
 16 
 
 
INTRODUÇÃO 
Esse trabalho tem a intenção de apresentar a prática desenvolvida 
por assistentes sociais e psicólogos que atuam, sobretudo, nas Varas da 
Infância e Juventude do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e se 
constitui no Volume I do Manual de Procedimentos Técnicos. 
Inicialmente, imaginou-se que esse mesmo volume sintetizaria as 
práticas desenvolvidas nas esferas das Varas de Família e Cíveis e com 
adolescentes infratores. Entretanto, após o material pronto, compreendeu-se 
que deveria ser dedicado um volume para cada uma destas temáticas. 
 Portanto, em curto espaço de tempo, serão lançados o Volume II – 
Manual de Procedimentos Técnicos na Área da Família e Sucessões e Cíveis 
e o Volume III – Atuação na Área do Adolescente Autor de Ato Infracional. 
Este trabalho (Volume I - Manual de Procedimentos da Vara da 
Infância e da Juventude) tem a intenção de apresentar a prática desenvolvida 
por assistentes sociais e psicólogos no Tribunal de Justiça do Estado de São 
Paulo e apontar parâmetros mínimos para a atuação destes profissionais. 
Para tanto, a obra, apresentada em linguagem objetiva e clara, trata 
dos procedimentos gerais e específicos empregados no cotidiano destes 
técnicos. 
Espera-se que o presente trabalho esclareça melhor os magistrados 
sobre os propósitos destes que são auxiliares da justiça. Assim como os 
assistentes sociais e psicólogos ampliem seu entendimento sobre o papel dos 
demais membros que compõe o Poder Judiciário e com que mantêm uma 
interface direta. 
É importante salientar que as questões trazidas são alinhadas com o 
Estatuto da Criança e do Adolescente, de Ética das profissões e as Normas 
de Serviços da Corregedoria Geral. 
O primeiro capítulo preocupou-se em situar o leitor em relação à 
instituição em que ele irá trabalhar ou já trabalha. 
 17 
E, de maneira breve, abordou a estrutura organizacional e 
administrativa do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, a 1ª Instância 
da Justiça e a função dos profissionais que nela atuam, além dos processos e 
da especificidade das Varas de Infância e Juventude. 
Intitulado Os Assistentes Sociais e Psicólogos no Tribunal de Justiça 
de São Paulo, o segundo capítulo recuperou, de maneira breve, a inserção 
dos assistentes sociais e psicólogos na instituição, seus novos campos de 
atuação e sua subordinação administrativa. 
O terceiro capítulo - O que é preciso saber administrativamente para 
atuar nas Varas de Infância e Juventude - atualiza os profissionais sobre as 
Normas da Corregedoria Geral da Justiça e aborda a importância de manter 
nas seções registros específicos. 
Em razão de sua complexidade, o capítulo quarto é dividido em duas 
partes e abordou O Juízo da Infância e Juventude e a sua competência. 
A primeira tratou da competência do Juízo, do ingresso de ações e 
dos aspectos processuais onde estão presentes complexidades que exigem a 
participação de outros profissionais para buscar compreender as 
particularidades do humano-social. 
Foi abordada na Parte II a função dos profissionais nas diferentes 
questões que devem atuar e concentra-se na intervenção nos casos por meio 
Estudo Social e do Psicológico.Tratou também a respeito de Vitimização e os 
Problemas de Comportamento, pois se considerou importante tocar nessas 
questões que exigem a intervenção do Juízo da Infância e Juventude. 
Ao tratar de cada uma das questões, seja como problemática ou 
como uma medida solicitada, procurou-se pensar o que o profissional de 
Serviço Social deve estar atento em seu estudo, e o que o psicólogo deverá 
enfatizar em sua avaliação, garantindo-se com isso as especificidades de 
cada caso. 
Ressaltou-se a importância das discussões interdisciplinares para 
encontrar a melhor solução para a criança, o adolescente e a família, bem 
com a necessidade de interlocução com diferentes setores de prestação de 
serviço. 
O último capítulo trata da Adoção. Na 1ª Parte ancorada na 
legislação, abordou-se o consentimento dos pais pela adoção; bem como a 
 18 
suspensão ou destituição do poder familiar, a perícia social e psicológica 
nestas ações. 
Tratou-se ainda das questões ligadas à criança que será colocada em 
família substituta e do trabalho técnico exigido. 
A Parte II mostrou as diferentes formas que podem ocorrer a 
adoção, a aproximação da criança e do adolescente, os cuidados técnicos 
para a colocação em família substituta, o estágio de convivência e o cadastro 
de pretendentes à adoção. 
Esperamos que esse material auxilie as práticas profissionais voltadas 
para ações consistentes e conseqüentes, inspiradas nas premissas do Código 
de Ética das Profissões e, portanto, voltadas para a garantia dos direitos e a 
cidadania. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 19 
 
 
CAPÍTULO 1 
 
 
O TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 
 
 
A - CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 
É de fundamental importância que todos os profissionais que atuam 
em uma instituição conheçam seus objetivos e, minimamente, sua estrutura 
administrativa e a organização do trabalho. 
Ao se apropriar desse campo, ciente do lugar que está inserido, o 
assistente social e o psicólogo, se alicerçados devidamente no campo teórico-
metodológico e ético, poderão vir a desenvolver ações que efetivamente 
contribuam para assegurar direitos. 
 
 
B - O TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 
 
 
O Estado foi concebido no século XVIII por um aparato que conta com 
os três Poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário. A constituição brasileira 
de 1891, que adotou o modelo republicano, evidenciou a separação dos 
Poderes, assegurando autonomia e independência. (Dallari: 1996, p. 99). As 
demais constituições como a de 1988 mantiveram essa condição. 
O judiciário tem como função precípua à distribuição da justiça, por 
meio da resolução dos conflitos surgidos na sociedade e concretizados em 
ações, que são discutidas em juízo. 
 20 
 
 
B 1 - ESTRUTURA ORGANIZACIONAL 
 
 
A organização judiciária divide-se em dois sistemas: Justiça Federal e 
Justiça Estadual, conforme dita a Constituição Federal, Capítulo III, art. 92. Nos 
Estados o Poder Judiciário organiza-se em Tribunais. 
O Tribunal de Justiça de São Paulo tem jurisdição sobre todo o estado. 
Ele é gerido por um Presidente que é eleito como o Vice-Presidente e o 
Corregedor Geral da Justiça por todos os desembargadores para um mandato 
de 2 anos. 
O Regimento Interno do Tribunal de Justiça regula a forma de 
tratamento que deve ser oferecido a todos os órgãos que compõe a cúpula do 
Tribunal, denominando-se Egrégio e seus membros, Excelência. 
O Tribunal de Justiça de São Paulo é composto por 360 
desembargadores. O Presidente, o Vice-presidente e o Corregedor Geral da 
Justiça, secretariados pelo primeiro Vice-presidente, constituem o Conselho 
Superior da Magistratura. 
O Conselho Superior da Magistratura é o órgão responsável por 
apreciar matérias e definir questões de importância geral para todo o Poder 
Judiciário. Para se ter uma idéia da forma que suas decisões interferem 
diretamente na prática profissional, cita-se o seguinte exemplo: 
Era recorrente, até 2006, que assistentes sociais, sobretudo no interior 
de São Paulo, atuassem em processos previdenciários, não obstante desde 
25/02/2004 já existisse determinaçãodo Presidente do Tribunal de Justiça no 
sentido de não ser de responsabilidade desses profissionais assumirem esses 
estudos. 
Essa situação foi encaminhada ao Conselho, que reiterou parecer 
anterior, definindo-se vez por todas que não é de competência dos 
assistentes sociais do Tribunal de Justiça à realização de estudo em matéria 
previdenciária1. 
 
1
 Comunicado nº 67/2006 do Conselho Superior da Magistratura, D.O.J. 26 de julho de 2006. 
 
 
 
 21 
Os juízes de primeiro grau são os responsáveis em processar e julgar 
ações em primeira instância. Após a sentença, caso uma das partes não 
concorde com a decisão do julgamento, ela tem o direito de ingressar com 
recurso em segunda instância. Nesse caso, o processo será julgado 
novamente, só que, dessa vez, por desembargadores, que se dividem em 
Câmaras. 
As Câmaras são formadas por um colegiado de desembargadores. 
Eles emitem seus votos, mantendo ou não decisão prolatada em primeira 
instância. A decisão em segunda instância é chamada de ACÓRDÃO. 
Todos os julgamentos em 1ª e 2ª instância são públicos e suas 
decisões devem ser fundamentadas. Caso contrário, podem ser dadas como 
nulas. 
Em determinados atos, quando se tratar de situações que seja 
fundamental preservar o direito à intimidade do interessado, a presença é 
limitada às partes e aos seus advogados, (Constituição Federal, artº 93).
 
 A Corregedoria Geral da Justiça é o órgão fiscalizador e normatizador 
dos procedimentos técnico-operacionais do Judiciário. 
O Corregedor tem a função de fiscalizar o andamento dos ofícios de 
Justiça, ação que se faz por meio de correição e, para isso, ele conta com 
uma equipe constituída de juízes assessores e auxiliares, que, além de 
proceder às correições, são especializados por área do Direito e responsáveis 
em oferecer Pareceres ao Corregedor. 
É de responsabilidade da Corregedoria também a Comissão Estadual 
Judiciária de Adoção Internacional – CEJAI, que conta em seu quadro com 
um assistente social e um psicólogo, e o Núcleo de Apoio Profissional de 
Serviço Social e Psicologia, criado em junho de 2005 pela Portaria nº 
7243/05. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 22 
 
C - ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA 
 
Os membros da cúpula do Tribunal de Justiça e as Secretarias 
encontram-se sediadas na cidade de São Paulo. 
As Secretarias são responsáveis em oferecer o suporte necessário ao 
funcionamento da instituição. São elas: 
Secretaria Judiciária – S.J. 
Secretaria de Orçamento e Finanças - SOF 
Secretaria de Administração - SAD 
Secretaria de Recursos Humanos - SRH 
Secretaria de Tecnologia e Informática – STI 
Secretaria de Primeira Instância - SPI 
A seguir, apresentamos o organograma da instituição: 
 
 
 
 
 23 
 
Escola Paulista da 
Magistra tura
 
P residência da Seção de 
D ire ito Público
 
Decano
 
Presidência da Seção de 
D ire ito P rivado
 
Corregedoria
 
Pres idência da 
Seção C rim ina l
 
V ice Pres idência
 
PRESIDÊNCIA
 
Assessoria 
P lanejamento 
Gestão
 
Assessoria de 
Comunicação 
Institucional
 
Gabinete C rim ina l
 
Gabinete C ivil
 
Cerimonia l e 
Relações Públicas
 
Ouvidoria
 
Juízes na 
P residência
 
Apoio aos 
Desembargadores
 
D ire toria de Execuções 
de Precatórios
 
D iretoria da 
Magistratura
 
Secretaria de O rçamentos e 
F inanças
 
Secretaria
Judiciária
Secretaria de 
Adm in is tração
 
Secretaria de Tecnolog ia 
de In formação
 
Secretaria de Recursos 
Humanos
 
Secretaria de Primeira 
Instância
 
Juízes Assessores
 
Juízes Auxiliares
 
 
Núcleo de Apoio 
P rofissional de Serviço 
Socia l e Psicologia
 
CEJA I
 
 24 
Segundo as lições de Cintra, Grinover e Dinamarco (2007), o território 
do Estado de São Paulo está dividido em comarcas. 
 
Cada comarca abrange um ou mais municípios e distritos. A comarca da 
Capital é dividida em foro central e 15 foros regionais. As comarcas do interior estão 
divididas em circunscrições judiciárias, constituída, cada uma delas da reunião das 
comarcas contíguas da mesma região, uma das quais será a sua sede. 
(Cintra, Grinover e Dinamarco, 2007, p.205) 
 
O Estado de São Paulo é composto por 56 Circunscrições e 338 
comarcas e, segundo os autores acima citados, as comarcas são 
classificadas em 3 entrâncias: entrância inicial, entrância intermediária e 
entrância final. 
A capital é classificada em entrância final, bem como as comarcas mais 
importantes do interior [...]. A classificação é feita segundo os critérios do movimento 
forense, população, número de eleitores e receita tributária, levando-se em conta 
ainda as condições de auto-suficiência e de bem-estar necessárias para a moradia 
de juízes e demais servidores da justiça [...]. 
Atualmente são vinte-e-sete as comarcas de entrância final, cinqüenta-e-oito 
as de entrância intermediária e duzentas-e-cinquenta-e-três as de entrância inicial 
(Cintra, Grinover e Dinamarco, 2007, p.206) 
 
Os assistentes sociais e psicólogos do judiciário paulista estão 
distribuídos em diversas comarcas, que se vinculam a comarca sede de 
circunscrição. Essa vinculação delimita a área que o profissional pode atuar. 
 
No Tribunal de Justiça não há na organização um setor em que 
Serviço Social e a Psicologia estejam, em termos das questões técnico-
operacionais, diretamente vinculados ou subordinados. 
 Desde agosto de 2005, o Núcleo de Apoio Profissional de Serviço 
Social e Psicologia, criado pela Portaria 7243/2005, tem procurado assessorar 
assistentes sociais, psicólogos e magistrados em questões atinentes a área 
técnica. Além de normatizar e padronizar os procedimentos técnicos. 
 
 
 
 25 
 
D - FUNÇÃO DOS PROFISSIONAIS QUE ATUAM EM PRIMEIRA INSTÂNCIA 
 
 
D 1 - DO JUIZ 
 
 
Os juízes de direito que atuam em primeira instância são os de 
primeiro grau. A Constituição Federal regula o ingresso dos magistrados por 
meio de concurso público, tendo cada Tribunal autonomia para a realização 
de concurso em seu Estado. 
Aprovado no concurso, o Juiz de Direito investe-se do cargo o qual 
lhe confere a função de conhecer e julgar o processo. Ele somente poderá 
decidir sobre o que lhe é trazido a conhecimento, uma vez que o judiciário é 
inerte, não sendo possível, ele próprio, provocar ações para resolução de 
determinado conflito. 
O magistrado busca aproximar-se da verdade dos fatos e deve 
sopesar todos os ângulos da questão trazida e, à luz da doutrina do Direito, 
encontrar a melhor alternativa ao conflito. 
O juiz de direito preside o processo, cabe a ele a supervisão, a 
instrução processual, o acompanhamento dos passos e dos atos de 
desdobramento. No decorrer do andamento do processo, ele manifesta-se 
para ordenar o processo, definindo datas, mandando juntar documentos, 
petições. Esses atos são denominados de despachos de mero 
expediente. 
O processo pode ter algumas questões que se definem antes do 
julgamento final. A esse ato diz-se que o juiz chegou a uma decisão. A 
sentença ocorre quando há o julgamento do processo, concretizando o 
encerramento deste. 
O juiz de uma Vara também é o Corregedor Permanente. Ele tem a 
atribuição de acompanhar os procedimentos que estão sendo empregados e 
a lisura destes, sempre em conformidade com as Normas da Corregedoria, 
com os Provimentos e Portarias que definem a conduta a ser adotada. 
No caso de serem verificadas incorreções, cabe ao juiz empreender 
ações que as corrija, podendo até aplicar sansõesno caso de se tratar de 
conduta do servidor. As correições podem ocorrer a qualquer tempo ou 
 26 
previamente agendadas. A elas correspondem atas específicas que ficam 
registradas em livros próprios. 
 
 
 
D 2 - DAS PARTES 
 
 
 
De modo geral, as ações são ajuizadas por promotores de justiça, 
advogados e defensores públicos que representam as partes. 
Importante assinalar que a Constituição Federal estabelece ao 
Ministério Público autonomia funcional e administrativa, não sendo este 
órgão pertencente ao Poder Judiciário. 
Portanto, os promotores de justiça não fazem parte da magistratura. 
É reconhecido como essencial à função jurisdicional do Estado, cabendo a ele 
a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e 
individuais indisponíveis. (art° 127 da Constituição Federal). 
O Ministério Público tem a responsabilidade de acompanhar o 
processo, possuindo o papel fundamental de fiscal da lei. Mais adiante será 
detalhada a função que o promotor assume na área da infância e juventude. 
Aos advogados cabe representar as partes por meio de 
manifestações como petição inicial, contestação, requerimentos, etc. É o 
profissional legalmente habilitado a, segundo Cintra, Grinover e Dinamarco 
(2007), “orientar, aconselhar e representar seus clientes, bem como a 
defender-lhes os direitos e interesses em juízo ou fora dele” (p. 237). 
Também se identifica na área da Infância e Juventude os Conselhos 
Tutelares, que são regulados no Titulo V, capítulos I e II, do Estatuto da 
Criança e do Adolescente. 
Os Conselhos Tutelares mantêm uma interface com a justiça da 
infância e são responsáveis por encaminhar os casos que exigem a 
interferência judicial (artº 136 § V, do E.C.A.). 
 
 
 27 
 
 D 3 - DOS AUXILIARES DO JUÍZO 
 
O Cartório constitui-se em uma equipe que é coordenada pelo 
Diretor/Escrivão. Os cartorários, em sua maioria, são escreventes e 
responsáveis pela formação, guarda e o cumprimento de atos determinados 
pelo juiz. 
Um rigoroso sistema deve ocorrer de forma a garantir que os 
processos sejam guardados, seguindo os prazos que acompanham o 
andamento processual. 
Cabe aos funcionários do cartório a manutenção de um livro de carga 
que evidenciará a saída e a devolução do processo, apontando o registro do 
recebedor. 
O oficial de justiça faz parte do quadro de profissionais que auxiliam 
o juiz. Ele tem a responsabilidade da execução de atos que ocorrem fora do 
recinto cartorário, cumprindo mandados, como intimação, citações, busca e 
apreensão, etc. Alguns juízos da infância e juventude contam com um corpo 
de voluntários que também colaboram no cumprimento de algumas medidas. 
Os assistentes sociais e psicólogos também compõem os serviços 
auxiliares da justiça. Eles são responsáveis por oferecer, além de parecer em 
audiência, subsídios ao magistrado através de estudos específicos. 
Estes estudos são transformados em relatórios/laudos e irão compor 
o processo. Ressalta-se que não é atribuição deles a entrega de intimação ou 
citação, sendo reservada apenas a convocação para entrevistas, quando se 
tratar de ato específico do setor. 
 
 E - DOS PROCESSOS 
 
Do ponto de vista etimológico, processo significa “marcha avante ou 
caminhada” (do latim, procedere= seguir adiante). Por isso, ele foi, segundo 
Cintra, Dinamarco e Grinover (2007), confundido com a simples sucessão de 
atos processuais (procedimento). 
 28 
Ainda pelos autores citados, o processo é indispensável à função 
jurisdicional, objetivando eliminar conflitos e fazer justiça mediante a atuação 
da vontade concreta da lei, sendo, por definição, o instrumento através do 
qual a jurisdição opera. 
Terminológicamente é muito comum a confusão entre processo, 
procedimento e autos. Assim, tomamos emprestadas as explicações dadas 
por Bueno (2007): Ele afirma que processo é o método de atuação do Estado 
com vistas à exteriorização de sua vontade, procedimento é a organização 
dos atos processuais de acordo com as normas jurídicas e autos é a 
documentação em papel dos atos do processo e do próprio processo. 
O processo tem quatro fases distintas: 
• Postulação (pedidos da parte) 
• saneamento ( limpeza do processo, eliminando irregularidades) 
• instrução ( coleta de provas) 
• julgamento ( sentença) 
 
As fases de um processo não se apresentam estanques, sendo 
comum que, ao postular um direito, o autor ofereça também provas. Cabe ao 
juiz garantir o contraditório, preservando o direito das demais partes de 
apresentarem suas provas e de serem ouvidas. Preserva-se que todos 
tenham conhecimento das provas oferecidas e das alegações feitas por 
todos. 
Os atos praticados dentro de um processo são denominados como 
atos processuais e realizados pelo juiz, escrivão, partes (inclui-se o 
advogado), Ministério Público e perito. 
De modo geral, os atos são encontrados por escrito. Os orais são 
reduzidos a termos, transformados na forma escrita como o que ocorre na 
audiência com o depoimento de uma testemunha. 
Conforme mencionado anteriormente, as decisões e as sentenças 
prolatadas pelos juizes de primeira instância podem sofrer contestação por 
meio de recursos denominada agravos no caso das decisões e por 
apelação, no caso da sentença. 
 29 
Um processo judicial envolve custas e emolumentos que são 
recolhidos pelas partes no decorrer do trâmite processual. As partes devem 
sempre ser representadas por advogados constituídos ou nomeados pelo juiz. 
A ausência de um advogado provoca a nulidade processual. 
No Juízo da Infância e Juventude não há custas processuais, estando 
isso evidenciado no artº 141 § 2° do ECA. No mesmo artigo há a garantia de 
acesso à justiça a toda criança ou adolescente à defensoria pública, ao 
Ministério Público e ao Poder Judiciário por qualquer de seus órgãos. 
O direito à assistência judiciária integral é gratuito e prestado pelos 
defensores públicos da Defensoria Pública do Estado ou advogados 
conveniados por ela. 
 
 
 F - DA ESPECIFICIDADE DAS VARAS DE INFÂNCIA E JUVENTUDE 
 
De modo geral, nas comarcas do interior do Estado, os processos na 
área da infância têm sido iniciados por meio de advogados e dos Conselhos 
Tutelares. 
Na capital isso difere. No plantão das Varas da Infância e Juventude, 
o profissional, ao identificar uma situação necessária de intervenção judicial, 
orienta as partes sobre como proceder e, se for o caso, inicia o atendimento 
que redundará em informação ou em relatório, podendo já emitir um parecer, 
o que implica que o juiz aprecie aplicação de medida judicial. 
O relatório é encaminhado ao cartório, levado ao Ministério Público 
para que este ofereça a manifestação. Após é encaminhado ao juiz para as 
determinações, inclusive o de autuação do processo. Em alguns casos, esse 
trâmite ocorre no mesmo dia. Também é comum, nessa situação, que 
ocorram discussões multiprofissionais preliminares com o objetivo de definir a 
competência e de buscar um melhor encaminhamento. Isso supõe um bom 
entrosamento entre todos os agentes. 
Independente de quem deu início ao processo, o ECA evidencia o 
direito à proteção da criança e do adolescente. Portanto, a perspectiva é de 
se verificar o que é mais interessante para a criança e o adolescente. Não 
está em jogo o interesse de adultos ou conflitos de disputa, mas a 
 30 
necessidade de proteção para quem se encontra em situação de risco, em 
vulnerabilidade social. 
Clara é a necessidade do procurador se fazer presente nas situações 
em que exista o contraditório, assim como nas questões que envolvam 
adolescentes em conflito com a lei. 
Como exemplo, cita-se um processo cuja criança esteja em situação 
de abrigo. Ao se identificar por meio de estudos técnicos a possibilidadeda 
criança em ser desabrigada pela família de origem ou por terceiro ligado a 
ela, entende-se não haver necessidade de que isto seja expresso por um 
procurador, desde que o caso seja devidamente analisado por profissionais 
que ofereceram parecer no processo. 
Diferente será se houver oposição dos genitores, quando então será 
necessário um procedimento próprio, formulada por advogado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 31 
BIBLIOGRAFIA (referente ao capítulo Nº 1) 
 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, 1988. 
 
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente, 1990. 
 
BUENO, Cássio Scarpinella. Curso sistematizado de direito processual civil. 
São Paulo: Saraiva 2007. 
 
CINTRA, Antonio Carlos de A.; GRINOVER, Ada P.; DINAMARCO, Cândido R. 
Teoria geral do processo. 23ª ed., 2007. 
 
DALLARI, Dalmo. O Poder dos juízes. São Paulo: Saraiva 1996. 
 
NORMAS DE SERVIÇO DA CORREGEDORIA GERAL DA JUSTIÇA. 
Disponível em http://www.tj.sp.gov.br/, acesso em 15/09/07. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 32 
 
CAPÍTULO 2 
 
OS ASSISTENTES SOCIAIS E PSICÓLOGOS NO TRIBUNAL DE 
JUSTIÇA DE SÃO PAULO 
 
A - CONSIDERAÇÕES INICIAIS: 
 
Para tratar do ingresso dos profissionais de Serviço Social e 
Psicólogos no judiciário paulista tem-se que recuperar, ainda que de maneira 
breve, a instalação do Juizado de MenoreNa comarca de São Paulo, em 
resposta a necessidade2 de se ter uma atenção diferenciada aos “menores”, é 
instalado, em 1925, o Juizado Privativo de Menores. 
O Decreto que regulamentou a Lei nº 2.059 apontava que o juízo 
deveria contar com a contribuição de médico nos casos em que o juiz deveria 
decidir sobre menores delinqüentes. Ele realizaria os exames, as 
observações e a perícia dos menores e de suas famílias (Davidovich, 1991, 
p.46). 
O primeiro Código de Menores3 instituído, em 1927, e apelidado de 
Código Mello Matos, nasceu sob a forte influência de um magistrado do 
mesmo nome, vigorou por 52 anos. O encaminhamento dos casos ao juiz se 
dava por meio dos Comissários de Vigilância, posteriormente denominados 
de Comissário de Menores. 
O Comissariado era formado por pessoas dispostas a auxiliar no 
trabalho junto aos menores abandonados, infratores e com aqueles que o 
procuravam. Os casos eram levados ao conhecimento do juiz para apreciação 
e decisão (Fávero, 1995, p.32). 
O Código de Mello Matos foi substituído, em 1979, por outro que 
consagra a Doutrina da Situação Irregular, segundo a qual os menores são 
 
2
 Refere-se ao agravamento das questões sociais decorrentes de mudanças sócio-
econômicas, processos migratórios europeus, que foram motivados a vir para o Brasil para 
melhorar sua condição de vida, mas que na verdade encontraram um sistema de trabalho 
perverso, de quase escravidão e sem garantias. Para maior aprofundamento do assunto 
sugere-se, Fausto (1995), Fávero (1995), Rizzini (1997). 
3
 Obra do Juiz de Menores José Candido de Albuquerque Mello Matos. . 
 33 
objeto de direito, quando se encontrarem em estado de patologia social 
definido legalmente. 
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) entrou em vigor, em 
1990, e transformou os menores em sujeitos de direitos, reforçando a 
necessidade da atuação de equipes interprofisssionais nos Juízos da Infância 
e da Juventude. 
Segundo Soares da Silva (2005), o Estatuto surgiu do anseio de 
movimentos, entidades e organizações de proteção à infância. No entanto, 
apesar de consideradas cidadãs, há que se ter claro que cidadania implica 
numa condição ativa. “O exercício da cidadania exige a prática da 
reivindicação, da apropriação de espaços [...] pressupõe uma consciência 
crítica libertária e a efetiva participação social com a ocupação dos espaços 
decisórios.” (p.72). 
 
 
 
 
B - INSERÇÃO DOS PROFISSIONAIS NAS VARAS DA INFÂNCIA E 
JUVENTUDE E FAMÍLIA 
 
 
 
 
B 1 - O SERVIÇO SOCIAL 
 
 
 
A primeira Escola de Serviço Social surgiu, em 1936, em São Paulo, 
e, logo em seguida, assistentes sociais e estagiários de Serviço Social 
passaram a integrar o quadro de comissários do judiciário como voluntários. A 
primeira contratação ao que tudo indica foi de uma aluna de Serviço Social 
que ocorreu em 19374. (Fávero, 1995, p.32/33). 
Iamamoto identificou que o Decreto Estadual nº 9.744 de 1938 
reorganiza o Serviço Social de Menores, em que fica determinado que cargos, 
como de subdiretor de vigilância, de comissários de menores e de monitores 
 
4
 Segundo Fávero não há registros sobre como se organizou essa atuação. (Fávero,1995, p.34) 
 34 
de educação passam a ser privativos dos Assistentes Sociais (apud Matias, 
2002, p. 90). Não obstante, o Serviço Social, somente em 1948, começou a 
fazer parte do quadro funcional do Judiciário. 
Em 1949, foi criado o Serviço de Colocação Familiar, com o objetivo 
de evitar a internação de menores. Esse Programa era de responsabilidade 
dos assistentes sociais, sendo o diretor nomeado à época, o assistente social 
José Pinheiro Cortez (1950 a 1979). 
Entre 1948 e 1958 vários serviços de atendimento à criança e ao 
adolescente passaram a ser centralizado no Juizado de Menores. Com isso, 
várias frentes de trabalho foram abertas para os assistentes sociais que 
atuavam no Juizado, principalmente a partir de 1956, com o juiz de menores, 
Dr. Aldo de Assis Dias (Fávero, 1995). 
Vários assistentes sociais assumiram postos de chefia nos 
estabelecimentos que eram de responsabilidade do Juizado de Menores. A 
exemplo cita-se o Recolhimento Provisório de Menores e a Casa de Plantão, 
dentre outros. Somente em 1975 é que esses serviços foram transferidos 
para o Poder Executivo e com eles os profissionais que atuavam. 
Os assistentes sociais que desenvolviam suas práticas junto ao 
gabinete, no intuito de oferecer subsídios para as decisões judiciais, se 
mantiveram. 
É em 1957 que os assistentes sociais começam a atuar nas Varas de 
Família, atendendo ao dispositivo do Código Civil no que tange a 
possibilidade do juiz nomear um perito para que lhe forneça subsídios à 
decisão. 
Com a intensificação da solicitação de estudos nesse campo, o 
Tribunal de Justiça designou profissionais específicos. Entretanto, isso foi 
revogado na década de 80, sendo que apenas no Fórum Central (capital) é 
que se manteve a divisão de equipes. 
O primeiro concurso para assistentes sociais do Poder Judiciário 
paulista ocorreu em 1967, o segundo em 1979, o terceiro em 1985, o quarto 
em 1990 e o último em 2005. Os dois últimos concursos destinaram-se a 
suprir a capital e as comarcas do interior. 
 
 
 
 
 35 
B 2 - A PSICOLOGIA 
 
Um levantamento realizado por Bernardi (1999) indica que, em 1981, 
os psicólogos já prestavam serviços voluntários no Tribunal de Justiça, as 
agências de colocação familiar (Lei Estadual nº 560 de 1949), com uma 
atuação de caráter terapêutico e de intervenção clínica junto às famílias. 
O ingresso foi através de um estágio, na Fundação Estadual do Bem 
Estar do Menor, para dar início a um trabalho que, mais tarde, seria 
sedimentado no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. 
A entrada do Psicólogo se deu oficialmente nas Varas de Menores 
(atuais Varas de Infância e Juventude), local em que as questões atinentes à 
menoridade deveriam ser estudadas. Posteriormente, surgiu a entrada nas 
Varas de Família e Sucessões. 
Pode-se dizer que esta inserção foi fundamentada na necessidade de 
se oferecer aos Juízes uma assessoria especializada, sempre que um direito 
da criança e do adolescente fosse ameaçado ou violado. 
 A finalidade era apresentar subsídiosverbais e escritos sobre a 
natureza e as causas de uma dada situação envolvendo todo o grupo familiar, 
contribuindo para a reflexão e análise sobre a melhor medida legal a ser 
aplicada ao caso concreto, bem como as conseqüências desta aplicação. O 
foco sempre foi à convivência familiar, possibilitando uma intervenção ativa na 
família, ao desenvolver um serviço de diagnóstico situacional, orientação e 
aconselhamento. 
A contribuição desse campo da ciência, aos operadores de Direito, 
estava amparada legalmente, já que o Código de Menores de 1979 
estabelecia a diferenciação dos atendimentos realizados pela Promoção 
Social e pelo Judiciário. 
Em 1980, os psicólogos passam a atuar nas chamadas audiências 
interprofissionais, propostas por Camargo (1982), que se constituíam numa 
forma de atendimento dos casos em juízo, por meio da prévia apuração da 
equipe técnica, composta por Assistente Social e Psicólogo. Tais profissionais 
tinham como dever não só apresentar as medidas cabíveis dentro de suas 
respectivas áreas, mas também, confeccionarem relatórios circunstanciados 
visando à decisão do processo. 
Esta proposta constituiu-se num verdadeiro marco para a entrada 
definitiva do psicólogo nos quadros da instituição jurídica, sendo que em 1981 
 36 
os psicólogos foram legalmente contratados, passando a integrar 
praticamente todas as Varas de Infância e Juventude da capital. 
Em 1985 ocorreu o primeiro concurso público para o ingresso de 
psicólogos nos quadros do Tribunal de Justiça de São Paulo com a criação de 
65 cargos efetivos e mais 16 cargos de chefia. 
 
 
B 3 - DO SERVIÇO SOCIAL E DA PSICOLOGIA 
 
 
O Provimento CXVI, do Conselho Superior da Magistratura, de 
17/04/1980, normatizou a atuação dos assistentes sociais nas Varas de 
Família e Sucessões e em 12 Varas Distritais da Comarca de São Paulo. 
Em 1985, o Provimento nº 236/85 do Conselho Superior da 
Magistratura, retomou alguns pontos do anterior e incluiu a atuação dos 
Psicólogos, dispondo também sobre a organização dos Setores Técnicos 
(Serviço Social e Psicologia). Um pouco mais adiante, o Provimento de nº 
6/91 da Corregedoria Geral da Justiça, atualiza a inserção das equipes 
técnicas. 
Hoje, a atuação dos assistentes sociais e psicólogos está 
regulamentada pelos Provimentos do Conselho Superior da Magistratura nº 
838/04 e Corregedoria Geral da Justiça, nº 07/2004 (todos inseridos nas 
Normas de Serviço da Corregedoria Geral – Cap. XI). 
Com a inserção legitimada na instituição, tanto os psicólogos como os 
assistentes sociais, iniciaram uma movimentação, visando sua organização 
mais diferenciada dentro do judiciário. Ocorreram inúmeros seminários, 
encontros, pesquisas, cursos e supervisões, com a proposta de ampliação, 
divulgação e discussão dos papéis profissionais. 
Do ingresso dos psicólogos em 1980 em diante, as chamadas 
equipes técnicas ou interprofissionais foram se qualificando e se integrando, 
sendo aceitas como obrigatórias em todo Brasil, também por força de Lei 
Federal nº 8.069/90, que implanta o Estatuto da Criança e do Adolescente. 
O texto legal ressalta a autonomia dos profissionais, que deverão ter 
total liberdade para expressar suas conclusões e sugestões técnicas, por 
meio de documentos que auxiliarão o juiz na resolução do caso. 
 37 
As atribuições dos assistentes sociais e psicólogos do Tribunal de 
Justiça de São Paulo foram construídas por meio de intensas discussões dos 
profissionais do judiciário. Essas atribuições foram normatizadas pela 
Secretaria de Recursos Humanos (antigo Departamento Técnico de Recursos 
Humanos) e após aprovação da Presidência do Tribunal de Justiça de São 
Paulo, publicadas. O Comunicado nº 308/2004 (D.O.J. de 12/03/2003) versa 
sobre as atribuições dos assistentes sociais e o de nº 345/2004 (D.O.J. de 
26/05/2004) sobre as atribuições dos psicólogos. 
As alterações nos dispositivos legais e as mudanças na política de 
atendimento à criança e aos adolescentes têm possibilitado a redefinição de 
funções entre o Judiciário e Executivo. 
Ressalta-se que, diante da compreensão da incompletude 
institucional há necessidade de um novo posicionamento para o trato das 
questões do campo sócio-jurídico. 
Pode-se citar alguns fatores que vem modificando a atuação 
profissional dos Assistentes Sociais e Psicólogos Judiciários no Tribunal de 
Justiça, contribuindo também para a ampliação do quadro funcional como: 
• a necessidade de democratização e acesso a Justiça; 
• a implementação dos Conselhos Municipais de Direito da 
Criança e do Adolescente e Conselhos Tutelares; 
• a Criação do Conselho Nacional de Justiça instituído em 2004, 
presidido pelo Supremo Tribunal Federal; 
• o Plano Nacional de Convivência Familiar e Comunitária; 
• a criação em 2006 do SINASE – Sistema Nacional de 
Atendimento Sócio Educativo. 
Cabe ainda mencionar que recentemente o Conselho Nacional de 
Justiça (Emenda Constitucional nº 45/2004) mostrou-se sensível à 
importância inquestionável da atuação do psicólogo e assistente social junto 
às questões que se apresentam no âmbito do Poder Judiciário, e editou a 
Recomendação nº 2, em 25 de abril de 2.006. 
Essa medida recomenda que os Tribunais de Justiça dos Estados 
adotem as providências necessárias à implantação de equipes 
interprofissionais, próprias ou mediante convênios com instituições 
universitárias, que possam dar atendimento às comarcas dos Estados nas 
causas relacionadas à família, crianças e adolescentes, a exemplo das que 
versam sobre perda e suspensão do poder familiar, guarda, adoção e tutela, 
 38 
além da aplicação de medidas sócio-educativas, devendo, no prazo de seis 
meses, informar ao Conselho sobre as providências adotadas. 
No Estado de São Paulo, os profissionais estão distribuídos nos 
fóruns da capital – Fórum Central (Vara de Infância e Juventude e Varas de 
Família e Sucessões), 10 Fóruns Regionais (Vara de Infância e Varas de 
Família e Sucessões) e 4 Varas Especiais, e em 56 Circunscrições 
Judiciárias, compostas por Comarcas e Fóruns Distritais, nas diversas regiões 
do Estado de São Paulo, totalizando, na atualidade, cerca de 1166 
profissionais no corpo técnico. 
Cabe ainda ressaltar que os Assistentes Sociais e Psicólogos também 
estão inseridos em diversas Unidades de Departamentos para responder a 
uma demanda interna institucional, com o objetivo de melhorar as relações do 
indivíduo no trabalho e trazendo maior qualidade e resultados 
organizacionais. 
Atualmente além de exercerem suas funções nos Serviços para 
atendimento a usuários das Varas da Infância e da Juventude, Varas 
Especiais e Varas de Família e Sucessões, o Serviço Social e a Psicologia 
também atuam em áreas administrativas como: 
� Seção de Concessão e Controle do Auxílio Creche-Escola, da 
DIRETORIA DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS, onde há assistentes 
sociais atuando desde 1982, no sentido de planejar e desenvolver ações, 
visando à administração de benefícios; 
� Na DIRETORIA DE DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS 
HUMANOS, em uma Diretoria de gestão de capacitação, responsável pelo 
Treinamento e Desenvolvimento dos funcionários em geral, trabalho iniciado 
em 1991 e reestruturado através da Portaria 7.254/2005, publicada em 1º de 
agosto de 2005; 
� GRUPO DE APOIO TÉCNICO E ADMINISTRATIVO AOS 
JUÍZES CORREGEDORES NA PRIMEIRA VICE-PRESIDÊNCIA, trabalho 
iniciado em 1993, desenvolvendo assessoria nos processos administrativos 
de funcionários; 
� SERVIÇO DE ATENDIMENTO PSICOSSOCIAL AOS 
MAGISTRADOS E FUNCIONÁRIOS DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO 
ESTADO DE SÃO PAULO, criado em 1995, Portaria nº 2.839/95, contando 
com seis unidades no interior, com objetivo de intervir e fornecer atenção 
 39 
apropriada aos aspectos humanos do trabalhador, já afetados em sua 
organização mental e emocional; 
� SERVIÇO PSICOSSOCIALVOCACIONAL AOS 
MAGISTRADOS E FUNCIONÁRIOS DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO 
ESTADO DE SÃO PAULO existe desde 1998 e tem como função precípua a 
avaliação psicossocial dos candidatos à Magistratura; o acompanhamento e 
reavaliação psicossocial dos juízes em estágio probatório. Além disso, 
desenvolve programas de orientação profissional aos filhos, netos e outros 
dependentes dos servidores do Tribunal de Justiça de São Paulo; 
� Na DIRETORIA DA ÁREA MÉDICA E ODONTOLÓGICA, foi 
criada a Seção Especial de Acompanhamento Psicossocial e Readaptação, 
objetivando o acompanhamento dos servidores em licença saúde afastados 
há mais de 6 meses, com intervenções visando o restabelecimento da saúde 
e conseqüente retorno ao trabalho, atividade iniciada em 1998; 
� Na COMISSÃO JUDICIÁRIA DE ADOÇÃO INTERNACIONAL, 
desde 2002, elaborando instrumentos de registro e controle das adoções 
realizadas, atendimento e orientação aos assistentes sociais e psicólogos 
judiciários em matérias relativas ao CEJAI, bem como manifestações nos 
autos de habilitação de pretendentes à adoção internacional. 
Em 09 de junho de 2005 surge o Núcleo de Apoio Profissional de 
Serviço Social e Psicologia do Tribunal de Justiça de São Paulo criado pela 
Portaria n.º 7243/2005 e subordinado diretamente à Corregedoria Geral da 
Justiça. 
O Núcleo foi criado tendo em vista a necessidade de assessoramento 
técnico aos profissionais e a padronização das rotinas existentes; a 
normatização e centralização de diretrizes de trabalho de ordem técnica e 
administrativa, a orientação e acompanhamento de profissionais (de Serviço 
Social e Psicologia) no exercício de suas funções interdisciplinares. Com 
pouco mais de dois anos de existência, vem avaliando e qualificando também, 
projetos profissionais que trazem uma substancial melhoria na atuação de 
ambas as áreas dentro do judiciário paulista. 
 
 
 
 
 40 
B 4 - A SUBORDINAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SERVIÇO SOCIAL E 
PSICOLOGIA 
 
O Tribunal de Justiça definiu que nos fóruns onde há Vara 
Especializada da Infância e Juventude, os profissionais devem ficar lotados 
nesse juízo e respondem disciplinarmente ao Juiz Corregedor Permanente da 
Vara. Comum é o assistente social e psicólogo que atua em processos que 
tramitam em outras Varas. Isso significa dizer que os profissionais respondem 
diretamente pelos trabalhos que desenvolvem para cada um dos juizes 
dessas Varas, ou seja, para o Juiz do Feito (NSGC Cap.XI, seção IV, artº 
24.2). 
Nos locais onde não há Vara Especializada da Infância e da 
Juventude a lotação dos assistentes sociais e psicólogos se dá na Secretaria 
do Fórum, o que equivale dizer que o Juiz Diretor do Fórum é o superior 
hierárquico desses profissionais. 
Abaixo apresentamos um organograma para dar maior clareza à 
subordinação do Assistente Social e do Psicólogo atuantes nas áreas 
técnicas do Tribunal de Justiça de São Paulo. 
 
 
 
 41 
 
 
 
 
 
 42 
É importante a compreensão de que os assistentes sociais e 
psicólogos são subordinados hierarquicamente ao juiz. Ao Diretor 
administrativo caberá o trato das questões relativas à esfera administrativa. 
Como providenciar os recursos necessários para os profissionais 
desenvolverem suas ações, assegurar o uso da viatura, encaminhar 
freqüência e férias. 
Os profissionais devem manter informado o juiz a quem é 
subordinado sobre a necessidade de comparecer em atividades extra-fórum 
como reuniões, visitas a recursos da comunidade e outras, próprias da prática 
dos assistentes sociais e psicólogos. Sugere-se que preferencialmente faça a 
informação por escrito, e as anexe. No caso de, por exemplo, ter um recebido 
convite, recomenda-se que se possível, despache diretamente com o 
magistrado. 
A assinatura do ponto dos profissionais deve ocorrer diariamente nas 
Varas, Diretorias ou Setores em que estiverem lotados. Nas Varas da Capital, 
onde existe designação de chefia, o controle do ponto é de responsabilidade 
direta dessa chefia (NSGC, Cap. XI), assim como a designação do processo 
(quando o processo não vem com prévia designação), escala de Plantão 
Diário, do uso da viatura, escala de férias, dentre outras atividades relativas à 
gestão, supervisão, etc.5 
Não há regulamentação de chefia técnica para as equipes do interior, 
o que pode representar algumas dificuldades na organização e 
gerenciamento do setor em equipes com vários profissionais. Como forma de 
proporcionar um melhor funcionamento dos setores tem sido comum, que um 
profissional de cada área assuma a coordenação técnica. Notadamente os 
juizes têm reconhecido à importância da coordenação, pois sem dúvida isso 
contribui para uma maior eficiência no trabalho. 
 
 
 
 
 
5
 No período de 1996-1999 o Departamento Pessoal (DEPE), hoje S.R.H., coordenou o 
grupo de chefias da capital, contando com 33 participantes. Esse grupo discutiu as funções 
específicas do cargo elaborando documentos. Atualmente o Núcleo de Apoio Profissional de 
Serviço Social e Psicologia da Corregedoria Geral da Justiça vem coordenando uma 
Comissão de Chefias da Capital, sendo um dos propósitos a discussão das funções. 
 43 
BIBLIOGRAFIA (referente ao capítulo Nº 2) 
 
 
BERNARDI, Dayse C.F. Histórico da Inserção do Profissional Psicólogo no 
Tribunal de Justiça do Estado de S.Paulo – Uma Capítulo da Psicologia 
Jurídica no Brasil. In: BRITO, L.M.T.(org.) Temas de Psicologia Jurídica. Rio 
de Janeiro: Relume Dumará,1999. 
 
CAMARGO, Antonio Luis Chaves (org.) O Menor e seus Direitos: Audiências 
Interprofissionais. São Paulo: Lex, 1982. 
 
CERQUEIRA, M.A.P.S - e FERREIRA, R.M. Histórico do serviço de 
psicologia no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. In: Manual do 
curso de iniciação funcional para Assistentes Sociais e Psicólogos judiciários. 
PINTO, Ana Célia R.G; ALONSO, Denise Helena de Freitas;ANDERSON, 
Maria Celeste (orgs.) – Convênio Tribunal/FCBIA – São Paulo, 1991/1992. 
 
DAVIDOVICH, Terezinha Z. Histórico do serviço social no Tribunal de Justiça 
de São Paulo. In: Manual do curso de iniciação funcional para Assistentes 
Sociais e Psicólogos judiciários. PINTO, Ana Célia R.G; ALONSO, Denise 
Helena de Freitas;ANDERSON, Maria Celeste (orgs.) – Convênio 
Tribunal/FCBIA – São Paulo, 1991/1992. 
 
FÁVERO, Eunice T, MELÃO, Magda Jorge Ribeiro e JORGE, Maria Rachel 
Tolosa (orgs.). O Serviço Social e a Psicologia no judiciário: construindo 
saberes, conquistando direitos.São Paulo: Cortez, 2005. 
 
FÁVERO, Eunice Terezinha. Serviço Social, Práticas Judiciárias, Poder: 
Trajetória do Serviço Social no Juizado de Menores de São Paulo de 1948 a 
1958. In Cadernos do NCA nº 2 – PUC/SP, out.:1995. 
 
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: EDUSP-Fundação do 
Desenvolvimento da Educação, 1995. 
GUEIROS, Dalva Azevedo e GIACOMINI, Mônica (coord.). O Serviço Social e 
a Psicologia no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. In: Caderno dos 
Grupos de Estudos – Serviço Social e Psicologia Judiciários. ALONSO, 
 44 
Denise Helena de Freitas (org). Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, 
Gráfica do TJ/ DAPRE, Edição nº 1, São Paulo: 2004. 
 
 
LAROUSSE CULTURAL. Grande Dicionário da Língua Portuguesa. São 
Paulo: Nova Cultural, 1999. 
 
MATIAS, Dilza Silvestre Galha Matias. Crises, Demandas e Respostas Fora 
de Lugar. Programa de Pós-Graduação em Serviço Social – PUC/SP - 
Dissertação de Mestrado, 2002. 
 
RIZZINI, Irene. O Século Perdido: raízes históricas das políticas públicas para 
a infância no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Universitária Santa Úrsula 1997 
 
SILVA, Evani Zambon Marques da. Reflexões sobre a avaliação psicológica 
no âmbito do judiciário" In : A diversidade da avaliação psicológica. 
Consideraçõesteóricas e práticas. João Pessoa (PB) : idéia, 2001. 
 
______ Psicologia Jurídica: Um caminho em evolução. In: Revista da 
Academia Paulista dos Magistrados, ano II, nº 2, 2002. 
 
SOARES DA SILVA, Cláudio R. A Utopia da infância cidadã. In: TRINDADE, 
Jorge(org.) Direito da criança e do adolescente:uma abordagem 
multidisciplinar. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2005. 
 
TRAVIESO, Pilar I. O Sujeito no Discurso Jurídico das Varas de Infância e 
Juventude: Pedido de Providências. Dissertação de Mestrado, IP-USP, 2001. 
 
 
 
 
 
 
 
 45 
Capítulo 3 
 
 
O QUE É PRECISO SABER 
ADMINISTRATIVAMENTE PARA ATUAR NAS VARAS DE 
INFÂNCIA E JUVENTUDE 
 
 
A - CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 
 
A instituição é tradicionalmente reconhecida pelo grande volume de 
papéis que circulam e pela concentração de processos, ofícios e livros. 
Essa é uma realidade que deverá perdurar por muito tempo, apesar 
de o Tribunal de Justiça de S Paulo nos últimos anos ter empreendido 
esforços para informatizar todas as unidades de trabalho do Estado e, até, já 
ter começado uma experiência inovadora de Fóruns inteiramente 
digitalizados. 
Em meio a essa realidade, é importante que o Serviço Social e a 
Psicologia do judiciário paulista se organizem para garantir a visibilidade de 
seus atos. 
Assim, existe a necessidade de padronizar os registros de forma a 
contemplar um padrão mínimo de atuação, respeitadas as peculiaridades de 
cada local de trabalho. 
 
 
B - REGISTROS EM LIVROS 
 
Os livros devem seguir a organização estabelecida pelas Normas da 
Corregedoria. 
Chama-se atenção para que sejam evitados erros, rasuras, omissões, 
borrões ou entrelinhas. Caso seja necessário, poderá ser utilizado o termo 
 46 
“sem efeito”, que deverá estar datado e autenticado com a assinatura ou 
rubrica de quem a lançou. 
Há necessidade de se manter os Livros em bom estado de 
conservação e , quando for o caso, devem ser encadernados, 
classificados ou catalogados (cap.II, art°42). 
 Os Livros de Carga e outros papéis que por dois anos não sofrerem 
nenhum registro poderão ser inutilizados. Mas, para tanto, deve ser solicitada 
autorização ao Juiz Corregedor Permanente (Cap. II, artº 42.1). 
Os assistentes sociais e psicólogos devem manter livros de registros 
específicos às suas seções. Quais sejam: 
 
 
B 1 - LIVRO PONTO 
 
 
Nos locais onde não há Vara Especializada da Infância e Juventude, 
os profissionais assinam o ponto em Livro que fica na Administração do 
Fórum. 
Já nos Fóruns em que há Vara Especializada, e que as equipes de 
Serviço Social e Psicologia possuem chefia, o Livro Ponto deve ficar sob sua 
responsabilidade (Cap. XI, Normas da Corregedoria). 
 
Esse livro deverá conter uma folha para cada servidor, descriminando 
nome, matrícula, cargo. Os dias do mês devem estar devidamente 
assinalados, assim como os finais de semana, feriados e ponto facultativo. 
 O livro Ponto deverá ser assinado diariamente, consignando-se a 
entrada e a saída. A chefia da seção ou seu substituto deverá vistar o livro 
todos os dias e, em caso de ausência ou afastamento do profissional, deverão 
ser feitas as anotações correspondentes, consignando o motivo do 
afastamento ou a natureza da falta. (Cap. II, art° 8 das Normas da 
Corregedoria) . 
As normas estabelecem a proibição no livro ponto de rubricas e do 
emprego de tinta que não seja azul ou preta, assim como não poderá haver 
rasuras. 
 
 
 47 
B 2 - LIVRO DE CONTROLE DE REGISTRO DE PROCESSO: 
RECEBIMENTO DE PROCESSO E DEVOLUÇÃO DE PROCESSO 
 
É de responsabilidade de cada seção técnica manter um Livro de 
Controle de Registro de Processo. Ele tem por objetivo acompanhar a entrada 
e saída do processo da seção. 
Quem está com o processo é o seu guardião, devendo a qualquer 
tempo, se necessário, prestar contas do mesmo. Ainda que o profissional 
atue sozinho em uma comarca, ele deve manter o Livro de Controle de 
Registro de Processo, devendo ser providenciado um Livro para os 
processos da Infância e Juventude e outro para processos da Vara de Família 
e Sucessões/Cível. 
Recomenda-se o maior rigor no devido preenchimento do livro. O 
Cartório ao encaminhar para a seção de Serviço Social ou de Psicologia um 
processo, solicita do profissional que o recebe uma rubrica no Livro de Carga 
do Cartório. Esse ato consigna que o processo deixou de estar na 
responsabilidade do Cartório e passou para a responsabilidade do setor 
técnico. 
Cabe a cada seção fazer as devidas anotações no Livro de Controle 
de Registro de Processo da Seção, preferencialmente, no mesmo dia. 
Recomenda-se que o livro tenha espaço para as seguintes anotações: 
 
N° do Processo 
Nome da Criança 
Data da Entrada na Seção 
Assistente Social Designado ou Psicólogo Designado 
Data da Saída da Seção 
Recebimento Cartório (data) 
Identificação de quem recebeu 
Outras informações ( a critério) 
 
Importante ressaltar que a data de recebimento do processo deverá 
também estar assinalada no livro, assim como a da devolução. Essas são 
garantias de que o trabalho foi realizado e de que o processo não ficou 
parado no setor. 
Se por qualquer motivo o cartório solicitar um processo que se 
encontra na seção técnica, o profissional deverá solicitar a baixa no Livro de 
 48 
Carga. Dessa forma, assegura-se que a seção deixou de ser responsável 
pelo processo. Ademais, vamos dizer que o processo que foi retirado 
estivesse com visita domiciliar programada, mas com a saída (do processo) 
isso ficou inviabilizado. Nesse caso um novo prazo passa a vigorar quando do 
retorno do processo para a seção. Evidente que sempre deverá ser 
observado pelo profissional a urgência que o caso requer. 
Caso venha ocorrer de um advogado comparecer no juízo para 
consultar determinado processo, e este processo se encontrar na seção 
técnica, o cartório deverá retirá-lo da seção técnica e esta por sua vez 
procederá a anotação no livro de carga. De acordo com as Normas da 
Corregedoria o advogado deve ver o processo em cartório, que volta a ser o 
seu guardião. 
 As Normas da Corregedoria não especificam o Livro para as seções 
técnicas. Entretanto, afirma-se como de fundamental importância sua 
existência pelos aspectos acima elencados. Identifica-se nas Normas que o 
Juiz Corregedor Permanente deverá manter controle sobre os Livros de 
Carga em geral, o que se pode deduzir que isso engloba os das seções 
técnicas. Ele, portanto, deverá vistar esse livro até o décimo dia útil de cada 
mês, o qual se incumbirá de coibir eventuais abusos ou excessos em geral. 
(cap.II, art° 21). 
Existe a perspectiva de que os livros de carga sejam abolidos com a 
instalação do Sistema de carga de processos assinada eletronicamente.6 
 
 
B 3 - LIVRO DE REGISTRO DE PESSOAS INTERESSADAS NA ADOÇÃO 
(CPA) 
 
 
O ECA estabelece em seu artº 50 a necessidade de manter, em cada 
comarca ou foro regional, um registro de crianças e adolescentes que estão 
em condições de serem adotados e outro de pessoas interessadas em 
adoção. 
As Normas da Corregedoria definiram que esse livro é de 
responsabilidade dos setores técnicos, a quem compete o registro dos dados. 
 
6
 Prov. CGJ 38/99. 
 49 
As anotações desse livro deverão obedecer à ordem de habilitação 
dos pretendentes, que somente ocorre após o trânsito em julgado da 
sentença judicial. 
Recomenda-se que os seguintes dados devem constar do registro do 
CPA: 
Nº de ordem 
Nº do CPA 
Nome dos Pretendentes 
Telefone(s)/ Endereço 
Data da Sentença 
Características da Criança pretendida (sexo, idade, etnia) 
Tempo até a colocação da criança 
Datada colocação da criança 
Datas que foram chamados 
Nome da Criança 
Datas das reavaliações 
Elementos das reavaliações 
Observações 
 
 
 
 
B 4 - LIVRO: REGISTRO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM 
CONDIÇÕES DE SEREM ADOTADAS 
 
 
É de responsabilidade dos Setores Técnicos a feitura do livro de 
crianças e adolescentes que se encontram em condições para adoção. Isso 
significa que houve a destituição do poder familiar, a entrega voluntária pelos 
genitores ou reconhecida dificuldade e determinação judicial para inscrição da 
criança/adolescente em livro próprio (NGC Cap.XI, Seção II,artº 6.1). 
 
Recomenda-se que para cada criança/adolescente seja reservada 
uma página do Livro. Devendo constar os seguintes dados: 
 
 
 50 
 
Número................................ 
Data da Sentença D.P.P. 
Data da renúncia do poder familiar (se o caso) 
Data do falecimento dos genitores (se o caso) 
Nome da Criança/ Adolescente 
Data de Nascimento 
Local de Nascimento 
Genitores 
Filiação ignorada (se o caso) 
Breve Histórico 
Saúde Física/Mental 
Local onde a criança se encontra 
 
Colocação em família substituta: 
Modalidade (guarda, Tulela, Adoção) 
Guardião (ães): 
Início do Estágio de Convivência 
Data da Sentença/Medida judicial 
Observações: 
 
 
B 5 - LIVRO DE REGISTROS DAS PESSOAS ATENDIDAS SEM 
PROCESSO 
 
 
Comumente os profissionais, sobretudo os assistentes sociais, ao 
realizarem o Plantão Social, atendem quem procura a instituição por 
diferentes motivos. Isso pode representar considerável tempo de trabalho. 
Nesse atendimento, o profissional identifica a demanda, realiza 
orientações e encaminhamentos. 
Porém, pelo fato desse atendimento não ser concretizado em 
processo, não se tem idéia da incidência da procura, do motivo da procura, 
onde residem, e se foram encaminhados por outros. 
Um livro que tenha a preocupação de assinalar essa demanda poderá 
demonstrar o volume de atendimentos, os principais motivos da procura, se a 
incidência de local de moradia, por vezes por motivos semelhantes, e quais 
os locais que mais encaminham. 
 51 
Esses dados podem ser objetivados como: 
� Se tem ocorrido incidência da procura da mesma região; 
� Motivos das demandas; 
� Quais instituições encaminham equivocadamente para o fórum. 
Com isso, deve-se levar ao conhecimento do juiz, oferecendo 
encaminhamentos para superação do que foi identificado. Isso pode resultar 
na articulação entre os diferentes serviços para melhor responder a demanda 
que não é judicial. 
 
 
 
C - FICHAS DE CONTROLE DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES 
ABRIGADOS 
 
 
 
Como meio das Varas da Infância e Juventude manterem um controle 
das crianças e adolescentes abrigados, foram criadas duas fichas, sendo uma 
da responsabilidade do Cartório e outra do Setor Técnico. 
O Diretor do Cartório deve manter fichário nominal das crianças e 
adolescentes abrigados e desabrigados a partir de 1° de janeiro de 2006, 
conforme modelos próprios. 
Essas Fichas devem ser abertas imediatamente, após determinação 
judicial, e devem seguir a ordem cronológica. Outras especificações podem 
ser encontradas nas NSCG – Capítulo XI, artº 76. 
Tão logo o cartório tenha cumprido a ordem de abrigamento ou 
desabrigamento, deverá remeter os autos imediatamente ao Setor Técnico 
que terá 24 horas para abrir as fichas individuais das crianças e adolescentes, 
seguindo modelo próprio. 
Essas fichas devem permanecer arquivadas no Setor Técnico, sendo 
de responsabilidade dos profissionais que acompanham o processo 
manterem atualizados os dados referentes à situação das 
crianças/adolescentes. 
 
 
 
 52 
D - DA PLANILHA DO MOVIMENTO JUDICIÁRIO DOS SETORES 
TÉCNICOS – REGISTRO ESTATÍSTICO 
 
 
Uma planilha específica para o Serviço Social e a Psicologia desde 
janeiro de 2006 foi implantada. A concepção é de que os profissionais por 
meio de um instrumental próprio tenham condições de mensurar o trabalho 
desenvolvido, oferecendo visibilidade dos procedimentos técnicos utilizados, 
bem como as situações que atuam. 
Os objetivos gerais da planilha são: 
� Normatizar a coleta de informações que constituem as 
estatísticas dos trabalhos realizados pelas Seções Técnicas de Serviço Social 
e Psicologia; 
� Facilitar a elaboração de relatórios dos Setores Técnicos 
mediante a padronização dos procedimentos metodológicos; 
� Desvelar à realidade local, propiciando uma visão mais 
abrangente e de totalidade, o que dará indicativos que facilitem a interlocução 
com o Poder Executivo e sociedade civil, favorecendo a construção de 
políticas públicas. 
 
 
 
E - DO RELATÓRIO ANUAL 
 
 
As Normas da Corregedoria asseguraram a necessidade dos setores 
técnicos de Serviço Social e de Psicologia apresentarem anualmente ao seu 
Juiz Corregedor Permanente o relatório de suas atividades, com avaliação do 
trabalho realizado e proposta de medidas complementares. 
Esse relatório é um importante instrumento para a instituição como 
um todo, já que fica consignada a atividade desenvolvida pelos setores. 
 
Recomenda-se que apresente os seguintes aspectos: 
• Quadro de Profissionais na seção 
• Quantidade de processos que foram atendidos no ano 
• Tipos de Processo 
 53 
• Natureza das Ações 
• Número de Entrevistas que foram realizadas 
• Número de Visitas domiciliares realizadas 
• Demais procedimentos técnicos que se mostrarem significativos. 
• A produção de relatórios e laudos 
• Média mensal dos atendimentos 
• Reuniões de equipe 
• Reuniões externas 
• Participação em eventos 
• Participação em grupos de estudos institucional 
• outros 
Esse relatório além do aspecto quantitativo deve tecer uma análise do 
que os números permitem perceber, aliando-se o conhecimento da prática 
cotidiana a uma leitura qualitativa do cotidiano profissional. 
Caso seja possível, alguns resultados poderão ser apresentados em 
tabelas e gráficos. 
Outras atividades em que houve a participação dos profissionais, seja 
interna ou externa também deverão ser computadas, bem como os resultados 
alcançados. 
Os registros estatísticos podem, via de regra, apontar as principais 
motivações que geraram a intervenção judicial. Isso poderá dar visibilidade a 
uma situação que mereça atenção especial, e que, portanto, deverá ser 
pensada em respostas que envolvam vários serviços. 
Como exemplo pode-se citar o problema da evasão escolar, que 
acaba culminando com a intervenção judicial. Se essa for uma questão 
expressiva, ela pode ser um indicativo da necessidade de um trabalho 
articulado, um trabalho que deve ser enfrentado por uma rede social. E os 
profissionais do Judiciário devem se engajar na construção dessa rede, como 
meio de encontrar respostas mais eficientes aos problemas que são 
provocados pela vulnerabilidade social. 
Por fim, o relatório pode apresentar alguns indicativos dos trabalhos 
que devem ou podem ser desencadeados a partir do próximo ano e as 
necessidades de recursos humanos e materiais para o desenvolvimento das 
atividades concernentes à esfera judicial. Poderá ainda evidenciar algo 
significativo em relação ao Planejamento das Atividades do Setor para o ano 
vindouro, com o estabelecimento de metas. 
 54 
Como o Relatório Anual significa o resgate de todo o trabalho 
desenvolvido em um ano, recomenda-se registrar as informações 
diariamente/mensalmente. Muito embora se reconheça isso como trabalhoso, 
é importante que seja incorporado dentre as atividades profissionais. Não 
fazê-lo implica em sério risco de não se conseguir resgatar o trabalho 
realizado no ano. 
Como conseqüência do acima citado, apresentação do relatório não 
transmitirá a veracidade do que se faz e pouco contribuirá para as reflexões 
da prática diária. 
 
 
 
F -

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