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Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG Unidade João Monlevade SÉRGIO SILVA JÚNIOR ADLER ELIOTÉRIO DANIEL SILVA COSSO GOMES FILIPE NERI FLÁVIA BRITO MARINA DE MORAIS TRABALHO DE DIREITO MINERAL COM ÊNFASE EM LEGISLAÇÃO AMBIENTAL – REGIME DE AUTORIZAÇÃO E CONCESSÃO DE PESQUISA MINERAL João Monlevade 2018 SÉRGIO SILVA JÚNIOR ADLER ELIOTÉRIO DANIEL SILVA COSSO GOMES FILIPE NERI FLÁVIA BRITO MARINA DE MORAIS TRABALHO DE DIREITO MINERAL COM ÊNFASE EM LEGISLAÇÃO AMBIENTAL – REGIME DE AUTORIZAÇÃO E CONCESSÃO DE PESQUISA MINERAL Trabalho apresentado como requisito parcial para aprovação na matéria de Direito Mineral com ênfase em legislação ambiental - Universidade do Estado de Minas Gerais, Unidade João Monlevade. Professor: DIOGO LUNA MOUREIRA João Monlevade 2018 Do regime de autorização e concessão O artigo 176, parágrafo 1° da constituição da República anuncia que a pesquisa e a lavra de recursos minerais somente poderão ser efetuados mediante autorização e concessão da União, no interesse nacional, por brasileiros ou empresas constituídas sob as leis brasileiras e que tenha a sua sede e administração no País. Portanto nenhum estrangeiro poderá realizar pesquisa ou lavra dos recursos minerais, incluindo os portugueses; A concessão envolve todos os tipos de direitos minerários, sob qualquer regime de aproveitamento dos recursos minerais; Regime de autorização de pesquisa e regime e regime de concessão de lavra. O regime de autorização e concessão de lavra nasceu com o Código de Mineração que determina: A realização de pesquisa mineral sob o “regime de pesquisa” objetiva a comprovação da jazida, para então, permitir a lavra dessa jazida, sob regime de “concessão de lavra”. (Em alguns regimes, admitem a execução imediata da lavra sem a necessidade de pesquisa mineral prévia, mas permitem somente determinado tipos de substância minerais sob condições especiais) Da autorização de pesquisa O título de autorização de pesquisa permite a seu titular a realização de pesquisas na área titulada para a comprovação de jazidas minerais bem como seu aproveitamento econômico. Essa pesquisa compreende: Trabalhos de campo e laboratório; Levantamentos geológicos, Estudos dos afloramentos; Levantamentos geoquímicos e geofísicos; Execução de escavações; Coletas de amostras; Beneficiamento das substâncias minerais úteis. Instrução do requerimento de autorização de pesquisa O regime de autorização e concessão pode ser requerido por pessoas física ou jurídica. Um requerimento dirigido ao Diretor-Geral do DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral). Deverá conter os seguintes dados: Nome, nacionalidade, estado civil, profissão, domicílio e CPF ou CNPJ; Prova de recolhimento de emolumentos no valor de R$ 420,28; Designação da substância a pesquisar; Dimensões da área objetivada em hectares; Planta da situação da área pretendida e memorial descritivo; Plano, cronograma e orçamento do trabalho de pesquisa. (Para o exercício de atividades minerárias, os serviços técnicos habilitáveis são indispensáveis) Pagamentos sob autorização de pesquisa O titular da autorização de pesquisa deverá pagar emolumentos e Taxas Anual por hectare, e custear vistorias pelo DNPM na área titulada, em especial aquela do relatório dos trabalhos de pesquisa. (O valor da Taxa Anual por hectare é de R$ 1,55/há (um real e cinquenta e cinco centavos por hectare). Outorga e condições de autorização de pesquisa Estando devidamente instruído o requerimento de autorização de pesquisa a autarquia deverá outorgar o título de autorização de pesquisa (alvará de pesquisa) a seu requerente. Sua publicação no DOU anunciará o nome do titular, a localização, a definição e a extensão em hectares da área autorizada para pesquisa, a(s) substância(s), mineral(is) titulada(s) e o prazo de validade do título outorgado. São condições do título de autorização de pesquisa: Possibilidade da sua cessão ou transferência; Possibilidade de renúncia ao título; Prazo de validade variável entre um e três anos, admitindo-se sua prorrogação, a critério do DNPM; Responsabilidade exclusiva do titular por danos causados a terceiros pelos trabalhos de pesquisa executados, direta ou indiretamente. Renúncia á autorização de pesquisa: admissão e efeitos É admitida a renúncia ao título de autorização de pesquisa, sem prejuízo das obrigações dele decorrentes, podendo, excepcionalmente, ser dispensada a apresentação do relatório dos trabalhos de pesquisa. A dispensa do relatório dos trabalhos de pesquisa será admitida quando a formalização da renúncia ocorrer antes de transcorrido um terço do prazo de validade do alvará de pesquisa, ou a qualquer tempo, quando não houver acordo com o proprietário do solo para ingresso na área autorizada e realização da pesquisa. Prazo de validade do título de autorização de pesquisa O prazo de validade do alvará de pesquisa variará entre 1 (um) e 3 (três) anos, admitida sua prorrogação, a critério do DNPM. Prorrogação do prazo da autorização de pesquisa A prorrogação do prazo de validade do título de autorização de pesquisa poderá ser concedida, desde que requerida em até 60(sessenta) dias antes do término do prazo da autorização vigente, e terá por base avaliação do DNPM. A instrução do requerimento de prorrogação do prazo de validade do título de autorização de pesquisa deverá conter relatório dos trabalhos efetuados e justificativa técnica do prosseguimento dos trabalhos de pesquisa. Relatório de pesquisa: conteúdo, obrigatoriedade e dispensa É obrigatória a apresentação do relatório dos trabalhos de pesquisa ao DNPM dentro do prazo de validade do título de autorização, inicial ou prorrogado, quaisquer que sejam os resultados desses trabalhos. A não-apresentação tempestiva deste relatório sujeita o titular á sanção de multa, incidente sobre a área titulada, no valor de R$ 1,55/ha. O relatório dos trabalhos de pesquisa, elaborado por profissional legalmente habilitado, acompanhado da respectiva ART, deverá conter: Situação da área pesquisada e suas vias de acesso e de comunicação; Levantamento geológico da área pesquisada; Qualidade da substância mineral útil e definição do corpo mineral; Gênese da jazida, sua classificação e comparação com outras da mesma natureza; Relatório dos ensaios de beneficiamento; Demonstração da exequibilidade técnico-econômica da lavra da jazida; Tabulação das espessuras, áreas, volumes e teores necessários aos cálculos das reservas medida, indicada e inferida. Ilegal liberação da área autorizada para pesquisa O regulamento do código de mineração anuncia que será determinada a baixa na transcrição do título de autorização de pesquisa, ficando a área livre, quando: Findar o prazo de validade do título, ou de sua renovação, sem que seja apresentado o relatório dos trabalhos de pesquisa realizados; Não forem satisfeitas as exigências formuladas para complementação do relatório de pesquisa tempestivamente apresentado. Custeio da vistoria do relatório de pesquisa Caso o DNPM decida fazer vistoria em In loco dos relatórios do trabalho de pesquisa o titular de deverá custear as despesas o titular receberá, no ato da vistoria uma Guia de Recolhimento da União GRU (boleto bancário). Extração na fase de pesquisa: GUIA DE UTILIZAÇÃO A extração só é feita mediante a expedição da guia pelo DNPM, até que seja outorgada concessão de lavra. Deve estar de acordo com a legislação ambiental pertinente É um caso atípico que só poderá ocorrer se estiver esgotado o prazo de validade do alvará de pesquisa Tem nenhum título nominado de direito minerário em vigência. Deverá apresentar projeto técnico para área onde será realizada extração descrevendo as operações mínimas (decapeamento, desmonte, carregamento, transporte, beneficiamento, medidas de controle ambiental, etc). Em geral as obrigações do titular da autorização de pesquisa portador da Guia de Utilização assemelham aquelas impostas ao concessionário de lavra Atividade Aferição da viabilidade técnico econômica da lavra. Realização de ensaios industriais. Comercialização de substancia minerais extraídas para custear até 50% do trabalho de pesquisa. Expedição sucessiva de guias de utilização Não há informações claras quanto a expedições sucessivas de guias. A portaria DNPM 367/03, informa que poderão ser concedidas até duas guias com validade de um ano e uma terceira poderá ser pelo mesmo caso. Um dos fatores de continuidade é a necessidade de o minério reabastecer o mercado. Áreas máximas admitidas na autorização da pesquisa As autorizações de pesquisa são restritas ás áreas máximas de: 2000 hectares para minerais metálicos, fertilizantes, carvão, diamante e rocha betuminosa. 10000 hectares para as substancias anteriores citadas e além do caulim. 50 hectares para agua mineral e potável, areia de uso industrial, feldspato, gemas, (exceto diamante) e pedras decorativas de coleção e mica. 1000 hectares para rochas de revestimentos entres os restantes das demais substâncias. Ação judicial de renda e indenização ao proprietário do solo O titular deve juntar ao processo em até 3 dias prova de acordo com o proprietário do solo para execução dos trabalhos de pesquisa. Esse acordo é uma indenização que poderão causar ao solo e essa indenização não poderá exceder o valor venal. Até 8 dias após feita avaliação o titular será intimado a depositar o valor. Feito o deposito o juiz intimará o proprietário a permitirem os trabalhos no solo e às autoridades policias devem garantir a execução dos trabalhos. Caso seja prorrogado o tempo de pesquisa o deverá ser feito outro deposito para dar continuidade aos trabalhos Ação Judicial de renda e indenização ao proprietário do solo: instauração, critérios de avaliação e rito. (Código de mineração, art. 27) Caso o titular da autorização de pesquisa não juntar ao processo até 3 (três) dias após a transcrição do título, prova de acordo com o(s) proprietário(s) e/ou posseiro(s) do solo acerca da renda pela ocupação do terreno para a execução indenização dos danos e prejuízos que tais trabalhos poderão causar ao solo, o DNPM enviará cópia do título ao Juiz da Comarca de situação da área, visando a instauração da competente ação judicial de avaliação e de pagamento de renda e de indenização a esse(s) proprietário(s) e/ou posseiro(s). Obrigações do titular da pesquisa (Código de Mineração, art.29) São obrigações do titular da autorização de pesquisa: Iniciar os trabalhos de pesquisa dentro do prazo de 60 (sessenta) dias; Não interromper esses trabalhos, uma vez iniciados, por mais de três meses consecutivos ou por mais de cento e vinte dias acumulados; Comunicar ao DNPM o início, o reinício e as interrupções dos trabalhos de pesquisa, bem como a ocorrência, na área titulada, de substância mineral útil e não incluída no título; Decisão sobre o relatório de pesquisa: despachos (Código de Mineração, art.30) O DNPM proferirá um dos seguintes despachos sobre o relatório dos trabalhos de pesquisa: Aprovação; Não aprovação; Arquivamento; Sobrestamento da decisão sobre o relatório; Sobrestamento da decisão sobre o relatório de pesquisa (Código de Mineração, art. 30 §§ 1º a 3º, e Portaria DNPM 201/05) Quando for sobrestada a decisão sobre o relatório de pesquisa, o titular terá o prazo de 3(três) anos para apresentar um novo estudo de exequibilidade técnico-econômica da lavra, sob pena de arquivamento do relatório. Requerimento de Pesquisa Área Livre: A área objetivada em requerimento de Autorização de Pesquisa será considerada livre, desde que não se enquadre em qualquer das hipóteses previstas no Artigo 18 do Código de Mineração. É aconselhável que esta condição seja verificada no DNPM, antes do requerimento. A partir de 28 de setembro de 2005, foi instituído o pré-requerimento eletrônico de direitos minerários, para fins de obtenção de Alvará de Pesquisa (Artigos 10 a 13 da Consolidação Normativa do DNPM). Requerente: Pessoa física ou pessoa jurídica. Documentação e Procedimentos (Artigo 16 do Código de Mineração): No caso de pessoa física: nome, indicação da nacionalidade, do estado civil, da profissão, do domicílio, e do número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda do requerente; Em se tratando de pessoa jurídica: razão social, número do registro de seus atos constitutivos no Órgão de Registro de Comércio competente, endereço e número de inscrição no Cadastro Geral dos Contribuintes do Ministério da Fazenda; Prova de recolhimento de emolumentos fixados no Artigo 20 da Consolidação Normativa do DNPM; Designação das substâncias a pesquisar; Indicação da extensão superficial da área objetivada, em hectares, e do Município e Estado em que se situa; Memorial descritivo da área pretendida, conforme definido nos Artigos 38 a 40 da Consolidação Normativa do DNPM; Planta de situação, cuja configuração e elementos de informação estão estabelecidos nos Artigo 41 da Consolidação Normativa do DNPM; Plano dos trabalhos de pesquisa, acompanhado do orçamento e cronograma previstos para a sua execução; além da Anotação de responsabilidade técnica – ART do técnico responsável por sua elaboração. Reserva Mineral Lavrável O regulamento do Código de Mineração define as categorias de reservas passíveis de serem bloqueadas como resultado dos trabalhos de pesquisa. As reservas são geralmente classificadas pelos técnicos do DNPM como: Reserva Medida. (3 Dimensões - Erro Inferior a 20% - Reserva “Provada”). Reserva indicada. (2 Dimensões – Reserva “Provável”). Reserva Inferida. (1 Dimensão – Reserva “Possível”). O DNPM não aprovará relatórios de trabalhos de pesquisa que não comprovarem a existência de reserva medida na área pesquisada, embora a legislação minerária seja omissa a esse respeito. Não sendo demonstrada a presença de reserva medida, a Autarquia considerará insuficientes os trabalhos de pesquisa realizados para a definição da jazida e não aprovará o relatório, fundamentando sua decisão no art. 30, II, do Código de Mineração. Admite-se uma única exceção no caso da pesquisa de minerais de distribuição errática realizada em pegmatitos (Instrução Normativa DNPM 1/83, 16.10). Para que as reserva indicada e/ou inferida mereça consideração, deverá estar vinculada à reserva medida. Outro procedimento importante adotado pelo DNPM, que também não é previsto na legislação, é o de somente admitir a lavra da reserva medida, considerando, portanto, ser esta a única reserva lavrável. Embora as reservas indicadas e inferidas não possam ser lavradas, salvo em casos excepcionais, a comprovação das mesmas, ou, pelo menos, de uma delas, poderá ser de suma importância para “segurar” a área a ser concedida para Lavra. Direito de requerer a lavra Ao aprovar o relatório dos trabalhos de pesquisa, o DNPM reconhece que ficou demonstrada a presença de jazidas ou de substâncias minerais técnica e economicamente aproveitável na área autorizada. O titular disporá de prazo de um ano para requerer o título de concessão de Lavra dessas jazidas ou para negociar seu direito de requere-lo. Esse prazo pode ser prorrogado por igual período, caso, antes do esgotamento do prazo Inicial ou da prorrogação em curso, isto lhe for solicitado. Se o(s) prazo(s) se esgotar sem que o título de concessão de Lavra seja requerido, o direito de requerê-lo caducará, devendo o DNPM declarar a disponibilidade da jazida pesquisada para fins de requerimento do título de concessão de Lavra, mediante edital publicado no DOU. Plano e relatório únicos de pesquisa O plano único de pesquisa poderá instruir vários requerimentos de pesquisa apresentados por um mesmo requerente, tratando-se da mesma substância mineral e de áreas contíguas ou próximas, mas não poderá instruir requerimento de pesquisa apresentados por diferentes requerentes. Quanto ao relatório único de pesquisa, este poderá ser apresentado tanto por um mesmo titular como por diferentes titulares de autorizações de pesquisa, desde que seu objeto seja a mesma substância mineral e sejam contíguas ou próximas às áreas pesquisadas. Permissão de reconhecimento geológico O reconhecimento geológico consistirá da tomada de fotografias aéreas e a utilização de equipamentos geofísicos, ou adequados aos diversos métodos de prospecção aérea, e a Interpretação das informações assim obtidas, realizada por técnicos legalmente habilitados, visando identificar indícios de mineralizações. A permissão de reconhecimento geológico terá prazo de validade improrrogável de 90 dias, contados a partir da data de publicação de sua outorga no DOU. Pesquisa e Lavra em reserva nacional ou em áreas sob monopólio O governo poderá autorizar a pesquisa ou Lavra de quaisquer substâncias minerais em zona declarada reserva Nacional de determinada substância mineral ou em áreas objeto de pesquisa ou Lavra sobre Regime de monopólio, desde que os trabalhos a serem autorizados sejam compatíveis Independentes com aqueles referentes a substância da reserva ou do monopólio, mediante condições especiais, em atendimento aos interesses da União e da economia nacional. Declaração de investimento em pesquisa mineral - DIPEM Os titulares de autorização de pesquisa deverão apresentar ao DNPM, em formulário disponível no site http:/www.dbpm.gov.br/dipem, até 30 de abril de cada ano, a declaração de investimento em pesquisa mineral - DIPEM no exercício anterior, contemplando áreas objeto de alvarás de pesquisa, mesmo quando o desenvolvimento das pesquisas abranger somente parte do ano-base, sob pena da aplicação das sanções previstas no art. 63 do código de mineração.
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