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Riscos Jurídicos na Mineração

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WILLIAM FREIRE
RISCOS JURÍDICOS
NA MINERAÇÃO
WILLIAM FREIRE é advogado 
formado pela UFMG. Autor de 
diversos livros de Direito Minerário 
e Direito Ambiental. Professor de 
Direito Minerário em vários cursos 
de pós-graduação. Fundador do 
Instituto Brasileiro do Direito da 
Mineração — IBDM. Árbitro da 
Câmara de Mediação e Arbitragem 
Empresarial Brasil – CAMARB. 
Diretor do Departamento do Direito 
da Mineração do Instituto dos 
Advogados de Minas Gerais.
RISCOS JURÍDICOS 
NA MINERAÇÃO
BELO HORIZONTE
2019
WILLIAM FREIRE
RISCOS JURÍDICOS 
NA MINERAÇÃO
2019
Todos os direitos reservados 
Editora Jurídica 
Rua Paraíba, 476, sala 402 
CEP: 30130-141, Belo Horizonte, MG
Copyright © William Freire 
Copyright © Editora Jurídica 
Todos os direitos reservados
Capa: Ludmila Andrade Rennó
SUMÁRIO
PREFÁCIO ...................................................................................................................9
PESQUISA ..................................................................................................................13
FASE DE PESQUISA MINERAL ...........................................................................15
PESQUISA EM ÁREA DEGRADADA ............................................................................................... 15
RESISTÊNCIA DO PROPRIETÁRIO OU POSSUIDOR DO IMÓVEL .................................. 15
PROCEDIMENTO JUDICIAL PARA AVALIAÇÃO DE RENDAS E DANOS ......................17
NECESSIDADE DE OCUPAR IMÓVEL VIZINHO PARA A PESQUISA ..............................17
NECESSIDADE DE ADICIONAR OU ALTERAR SUBSTÂNCIA ........................................... 18
TAXA ANUAL POR HECTARE (TAH) ............................................................................................. 18
PRORROGAÇÃO DO PRAZO DO ALVARÁ DE PESQUISA .................................................. 19
CONTINUIDADE DOS TRABALHOS DE PESQUISA 
APÓS A ENTREGA DO RFP ...............................................................................................................20
ANÁLISE DO RELATÓRIO FINAL DE PESQUISA ..................................................................... 21
MUDANÇA DE REGIME ...................................................................................................................... 22
GUIA DE UTILIZAÇÃO — GU .............................................................................. 23
INFOGRÁFICO I ...................................................................................................24
RISCOS NA FASE DE PESQUISA .........................................................................24
LAVRA ....................................................................................................................... 27
FASE DE REQUERIMENTO DE LAVRA .............................................................29
PRORROGAÇÃO DO PRAZO PARA REQUERER A LAVRA ................................................29
CUMPRIMENTO DE EXIGÊNCIAS .................................................................................................29
INTERAÇÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO MINERÁRIO E AMBIENTAL ........30
INÉRCIA DOS ÓRGÃOS AMBIENTAIS .......................................................................................... 31
ATUALIZAÇÃO DO PAE ANTES DA OUTORGA DA CONCESSÃO DE LAVRA .......... 31
SERVIDÃO MINERAL APÓS APRESENTAÇÃO 
DO REQUERIMENTO DE LAVRA ................................................................................................... 32
SERVIDÃO MINERAL ANTES DA CONCESSÃO DE LAVRA .............................................. 33
DESAPROPRIAÇÃO DE IMÓVEL EM FAVOR DO 
EMPREENDIMENTO MINERAL ...................................................................................................... 33
FASE DE LAVRA .................................................................................................34
PRORROGAÇÃO DO PRAZO PARA INICIAR A LAVRA ........................................................ 34
CUMPRIMENTO DO PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÔMICO (PAE) ............. 34
SUSPENSÃO DA LAVRA ..................................................................................................................... 35
CUMPRIMENTO DAS NORMAS REGULADORAS DE MINERAÇÃO – NRM ..............36
NECESSIDADE DE ÁREA DE SERVIDÃO MINERAL APÓS O INÍCIO DA LAVRA .....36
RISCOS NA RELAÇÃO COM O SUPERFICIÁRIO ......................................................................37
APROVEITAMENTO DE ESTÉREIS E REJEITOS .....................................................................38
REQUERIMENTO DE TERCEIRO SOBRE PILHAS 
DE ESTÉRIL E BARRAGENS DE REJEITO DO MINERADOR .............................................38
CONTRATO DE ARRENDAMENTO............................................................................................... 39
RISCOS COMO ARRENDANTE ....................................................................................................... 39
RISCOS COMO ARRENDATÁRIO .................................................................................................. 40
INFOGRÁFICO II ...................................................................................................41
RISCOS NA FASE DE LAVRA ................................................................................41
REGIME DE LICENCIAMENTO MINERAL ...............................................................45
CONTRATO COM O PROPRIETÁRIO DO IMÓVEL ................................................................46
PRORROGAÇÃO DO TÍTULO ..........................................................................................................46
RISCOS RELACIONADOS À EXTRAÇÃO .................................................................................... 47
ALTERAÇÃO DE REGIME ................................................................................................................... 47
INFOGRÁFICO III .................................................................................................48
RISCOS NO LICENCIAMENTO MINERAL ...........................................................48
RISCOS COMUNS ......................................................................................................51
RISCOS COMUNS AOS DIVERSOS REGIMES 
DE EXPLORAÇÃO MINERAL ............................................................................. 53
SIGILO DOS PROCESSOS MINERÁRIOS .................................................................................... 53
INÉRCIA DA AGÊNCIA NACIONAL DA MINERAÇÃO – ANM ............................................ 54
DISPUTA POR PRIORIDADE ............................................................................................................. 54
INVASÃO DE ÁREAS DE DIREITOS MINERÁRIOS ................................................................. 55
BARRAGENS DE REJEITOS ..............................................................................................................56
INTERFERÊNCIA COM UNIDADE DE CONSERVAÇÃO .......................................................57
INTERFERÊNCIA COM TERRAS INDÍGENAS............................................................................57
CONFLITOS COM OUTROS EMPREENDIMENTOS DE INTERESSE PÚBLICO ....... 58
PRAZOS NA LEGISLAÇÃO MINERAL .......................................................................................... 58
GESTÃO FUNDIÁRIA............................................................................................................................ 59
DISPONIBILIDADE ............................................................................................................................... 60
RELATÓRIO ANUAL DE LAVRA — RAL ...................................................................................... 60
CADASTRO DE TITULARES DE DIREITOS MINERÁRIOS – CTDM ................................. 61
DISPENSA DE TÍTULO MINERÁRIO ..............................................................................................61
DIREITO MINERÁRIO EM FAIXA DE FRONTEIRA ................................................................. 62
RESPONSABILIDADE DO MINERADOR EM MATÉRIA DE 
TRANSPORTE DE CARGAS EM RODOVIAS .............................................................................63
AUSÊNCIA DE GESTÃO ESTRATÉGICA DO PATRIMÔNIO MINERAL ..........................63
TRIBUTÁRIO .............................................................................................................65
OPORTUNIDADES EM RELAÇÃO À TRIBUTAÇÃO ..........................................67
PENAL...................................................................................................................... 69
RISCOS EM MATÉRIA PENAL ............................................................................71
CRIME DE USURPAÇÃO ...................................................................................................................... 71
CRIMES AMBIENTAIS ........................................................................................................................... 71
POSFÁCIO ................................................................................................................. 73
ANEXOS .................................................................................................................... 77
CÓDIGO DE MINERAÇÃO ..................................................................................79
REGULAMENTO DO CÓDIGO DE MINERAÇÃO ..............................................114
PREFÁCIO
11
A atuação no setor mineral é, sem dúvida, grande desafio. A legislação 
mineral, desatualizada e, em grande medida, desorganizada, é fonte de 
parte dos problemas.
As dificuldades aumentam sempre que novas normas surgem. 
Recentemente, entraram em vigor a Lei 13.540/2017, que alterou a 
Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais – CFEM, 
e a Lei 13.575/2017, que criou a Agência Nacional de Mineração — ANM.
Foi publicado o Decreto nº 9.587/2018, que instalou a ANM e, como 
consequência, iniciou a vigência do novo Regulamento do Código de 
Mineração — Decreto nº 9.406/2018. A ANM vem publicando suas 
Resoluções, atualizando as normas do Departamento Nacional de 
Produção Mineral – DNPM, o qual substituiu.
Além das mudanças normativas, que por si só causam necessidade de 
adaptações nas empresas, a mineração está sujeita a riscos específicos da 
atividade.
Embora os problemas sejam inúmeros e muitas vezes bem específicos, 
os mais de 25 anos de atuação na área do Direito da Mineração nos 
permitiram compreender as situações vividas pelos mineradores.
A partir dessa experiência, preparamos este livro com a relação dos riscos 
(e algumas oportunidades) mais comuns para as empresas de mineração 
e sua cadeia produtiva. O texto está acompanhado, ao final, de esquemas 
ilustrativos (infográficos), com indicação de riscos nas fases do processo 
administrativo minerário.
Embora o conteúdo seja fruto da visão de advogados, pode ser lido e 
compreendido pelos diversos profissionais da mineração.
12
Não é o objetivo do livro apresentar as soluções para todos os casos, uma 
vez que as situações precisam ser analisadas em sua singularidade. Apesar 
disso, entendemos que ele poderá contribuir com o primeiro passo 
necessário para evitar qualquer problema: a identificação do risco.
William Freire
Belo Horizonte, janeiro de 2019.
PESQUISA
15
FASE DE PESQUISA MINERAL
PESQUISA EM ÁREA DEGRADADA
Ao se decidir realizar a pesquisa mineral, o minerador poderá se deparar 
com uma área sem indícios de atividades anteriores ou poderá encontrar 
a área já degradada (por atividade mineral ou não).
Nesse segundo cenário, é importante que o minerador adote medidas 
preventivas para evitar que a responsabilidade pelos danos recaia sobre 
ele.
O registro prévio dessa situação, de forma profissional, e a tomada de 
providências imediatas evitam futura responsabilização.
RESISTÊNCIA DO PROPRIETÁRIO OU POSSUIDOR DO IMÓVEL
A Constituição brasileira estabelece a divisão da propriedade do imóvel 
e dos recursos minerais e confere à União a propriedade sobre esses 
recursos.
A União dá ao minerador o consentimento para realizar pesquisa ou lavra 
nos vários regimes, sendo que, em regra1, não precisará da anuência do 
superficiário (proprietário ou possuidor do imóvel) para executá-la.
Muitas vezes o superficiário opõe resistência contra a mineração, 
impedindo o acesso à área ou, em alguns casos, até constituindo unidade 
1 Como será tratado adiante, no regime de Licenciamento Mineral, a legislação exige que o titular 
seja proprietário do imóvel ou tenha autorização expressa do proprietário.
16
de conservação ambiental ou reserva legal sobre seu imóvel. Nesses casos 
em que é oferecido algum tipo de resistência, há alternativas legais para 
superá-la. Em boa parte das vezes, a melhor opção é realizar acordos com 
os superficiários, que precisam ser bem formulados, para não se tornarem 
fontes de problemas futuros.
O Novo Regulamento do Código de Mineração acrescentou ainda mais 
importância para esses acordos. Antes da sua vigência, salvo raríssimas 
exceções, o minerador estava autorizado somente a realizar atividades 
de pesquisa durante o prazo do Alvará de Pesquisa ou após a publicação 
da Portaria de Lavra. Então, era comum que a vigência dos acordos fosse 
estabelecida com base no prazo do Alvará.
O Regulamento admite a continuidade das pesquisas em determinadas 
situações (fora do período originalmente estabelecido no Alvará de 
Pesquisa), como nas hipóteses de pedido de prorrogação tempestivamente 
formulado e após a entrega tempestiva do Relatório Final de Pesquisa. 
É importante, portanto, que sejam bem definidos os direitos e as obrigações 
das partes nesses períodos. Com isso em vista, a abrangência do objeto do 
acordo com os superficiários, entre outras coisas, pode envolver:
• Acordo para pesquisa simples;
• Acordo com previsão de atividades após o Relatório Final de Pesquisa;
• Acordo com previsão de Guia de Utilização;
• Acordo com previsão de prorrogação da Autorização de Pesquisa;
• Acordo com previsão de Servidão Mineral.
A melhor opção deve ser definida com base nas particularidades do caso 
concreto.
17
PROCEDIMENTO JUDICIAL PARA AVALIAÇÃO DE RENDAS E 
DANOS
A principal forma de vencer a resistência do superficiário na fase de 
pesquisa é o processo judicial de avaliação de rendas e danos, em que 
se busca decisão judicial de imissão de posse do minerador na área a ser 
pesquisada e, também, a quantificação do valor a ser pago ao superficiário.
O Código de Mineração estabelece que, na ausência de acordo com 
os proprietários ou posseiros do imóvel, a ANM enviará ofício ao Juiz 
da Comarca onde está situada a jazida para iniciar o procedimento de 
avaliação de rendas e danos. 
Entretanto, o minerador pode, voluntariamente, iniciar esse procedimento. 
Assim, estrategicamente, levando em conta os riscos e oportunidades 
de uma outra alternativa, deve decidir se inicia o procedimento por sua 
própria conta ou se aguarda o envio do ofício pela ANM.
De aparência simples, o procedimento de avaliação judicial de rendas e 
danos contém especificidades que, se forem ignoradas, podem levar ao 
insucesso do processo judicial.
A consequência de um procedimento judicial malconduzido é o atraso no 
ingresso no imóvel, o que gera a necessidade de requerer a prorrogação 
do prazo do Alvará de Pesquisa e, em casos críticos, pode colocar o direito 
minerário em risco.
NECESSIDADE DE OCUPAR IMÓVEL VIZINHO PARA A PESQUISA
De maneira geral, os trabalhos de pesquisa são realizados dentro do 
polígono da Autorização de Pesquisa. Entretanto, em caso de necessidade, 
18
é possível ocupar, também, imóveis vizinhos. Nessa hipótese, é necessário 
verificar a melhor forma, se por acordo com os superficiários ou se por 
procedimento judicial. 
É preciso avaliar eventual risco de conduzir um procedimento judicial para 
acessar essas áreas e aguardá-lopara iniciar as pesquisas. Isso porque há o 
risco da ANM não considerar a demora desse procedimento fundamento 
suficiente para a prorrogação do Alvará de Pesquisa, o que pode gerar a 
perda do direito minerário.
NECESSIDADE DE ADICIONAR OU ALTERAR SUBSTÂNCIA
Embora o requerimento de pesquisa tenha a indicação da substância a ser 
pesquisada, o minerador não está vinculado a ela, podendo adicionar ou 
alterar a substância do seu processo minerário.
Entretanto, é necessário que isso seja feito observando as exigências 
legais, com a comunicação à ANM. O descumprimento dessa exigência é 
fundamento para a aplicação de multas pela ANM.
TAXA ANUAL POR HECTARE (TAH)
O titular do Alvará de Pesquisa é obrigado a pagar a Taxa Anual por Hectare 
(TAH) por cada ano em que estiver vigente o seu Alvará. O pagamento 
atrasado da TAH acarreta multa e o seu não pagamento após a imposição 
da multa é hipótese de perda da Autorização de Pesquisa.
No caso de renúncia da Autorização de Pesquisa, o titular ficará 
desobrigado de pagar a TAH dos anos seguintes. Entretanto, é preciso 
que a renúncia seja protocolizada na ANM antes que o Alvará complete 
um ano de vigência. Exemplo: Se o Alvará tem validade de 05/05/2018 
19
a 05/05/2021, para não pagar a TAH referente aos dois últimos anos, o 
titular deve protocolizar a renúncia, no máximo, até 04/05/2019. É preciso 
que o minerador fique atento a esses prazos, para que não tenha despesa 
adicional desnecessária.
Possibilidades que devem ser avaliadas pelo minerador a fim de 
reduzir as despesas com pagamento de TAH são a desistência parcial 
do requerimento de pesquisa e a renúncia parcial da Autorização de 
Pesquisa. Nos casos em que o minerador consegue perceber, antes ou 
depois de obter o Alvará de Pesquisa, que somente parte da poligonal 
tem relevância, pode apresentar desistência parcial (se estiver na fase de 
requerimento) ou renúncia parcial (se estiver na fase de Autorização de 
Pesquisa) de modo a pagar apenas a TAH referente à área de interesse. 
PRORROGAÇÃO DO PRAZO DO ALVARÁ DE PESQUISA
O requerimento de prorrogação do prazo do Alvará de Pesquisa deve ser 
realizado em até 60 dias antes do fim do prazo e deve ser fundamentado 
em alguma das hipóteses legais.
O novo Regulamento do Código de Mineração dispõe que é possível 
apenas uma prorrogação com base na avaliação do desenvolvimento dos 
trabalhos de pesquisa.
Admite-se mais de uma prorrogação somente nas hipóteses de 
impedimento de acesso à área ou falta de assentimento ou licença do 
órgão ambiental, desde que o minerador demonstre comportamento 
diligente e ausência de culpa na demora do processo judicial de avaliação 
de rendas e danos ou do processo ambiental.
20
Essa limitação aumenta a necessidade de boa gestão na realização da 
pesquisa mineral e acrescenta o risco de perda do direito para os processos 
minerários com primeira prorrogação já concedida.
Outro foco de risco relacionado ao pedido de prorrogação do Alvará de 
Pesquisa é o Relatório Parcial de Pesquisa (RPP).
O Código de Mineração determina que o pedido de prorrogação deve 
ser instruído com esse relatório. Especialmente nas situações em que o 
minerador não conseguiu iniciar as pesquisas ou obteve acesso tardio à 
área, existem questões importantes a serem avaliadas, com o objetivo 
de minimizar o risco de indeferimento do requerimento de prorrogação: 
(I) a quantidade de trabalho a ser demonstrada (II) se, considerando a 
impossibilidade fática da realização da pesquisa (pela impossibilidade de 
acesso ou por ausência de licença ambiental), seria possível requerer a 
prorrogação do prazo da autorização de pesquisa sem apresentar o RPP 
(apesar da disposição do Código de Mineração); e (III) as alternativas para 
os casos em que não há tempo para preparar o RPP.
CONTINUIDADE DOS TRABALHOS DE PESQUISA APÓS A 
ENTREGA DO RFP
É comum o minerador precisar realizar trabalhos adicionais de pesquisa 
mesmo após a entrega do Relatório Final de Pesquisa.
O novo Regulamento do Código de Mineração trouxe modificações muito 
relevantes nesse aspecto. De acordo com a norma, é possível realizar a 
pesquisa após a entrega do RFP, mediante simples comunicação à ANM, 
desde que o objetivo seja o melhor detalhamento da jazida e a conversão 
de recursos em reservas para a instrução do Plano de Aproveitamento 
Econômico ou para o planejamento adequado do empreendimento.
21
Ainda não está claro, porém, quais atividades estão autorizadas e se o 
novo sistema conviverá com a antiga Autorização Especial de Pesquisa
Essa indefinição gera risco considerável. Isso porque é possível que, após 
a realização da pesquisa, entenda-se que os trabalhos foram realizados 
sem autorização legal, o que poderia gerar, inclusive, responsabilização 
criminal.
É importante entender bem a aplicação dessa regra, para maior celeridade 
do processo minerário e redução dos custos do projeto.
ANÁLISE DO RELATÓRIO FINAL DE PESQUISA
A ANM, ao analisar o Relatório Final de Pesquisa (RFP), pode proferir 
quatro tipos de decisões, a depender do relatório:
a) aprovação (quando o RFP, bem elaborado, concluir pela existência de 
jazida);
b) não aprovação (quando entender que os trabalhos realizados foram 
insuficientes ou que o relatório possui deficiência técnica); 
c) arquivamento (quando o RFP, bem elaborado, concluir pela inexistência 
de jazida); e
d) sobrestamento da decisão (quando ficar caracterizada a impossibilidade 
temporária da exequibilidade técnico-econômica da lavra).
Antes de tomar a decisão, se for o caso, poderá formular exigências para 
melhor instrução do RFP. Essas exigências podem ser fonte de risco, por 
exemplo, por ausência de prazo hábil ou impossibilidade de cumprimento 
(exigência indevida).
22
Além disso, a decisão de não aprovação do RFP costuma gerar muitos 
problemas. Isso porque não há parâmetro claro e objetivo para definir a 
suficiência/insuficiência dos trabalhos ou a qualidade/deficiência técnica 
do relatório, havendo situações em que o julgamento realizado pelo 
técnico responsável pela análise do RFP pode ser questionado. Nesses 
casos, não é raro que, dentro da própria ANM, haja divergência de 
entendimento sobre o julgamento adequado.
Para evitar que tenha o seu RFP não aprovado (e, consequentemente, 
perca a área), além de cuidar para que a pesquisa seja bem realizada e 
os dados adequadamente apresentados à ANM, é importante que o 
minerador avalie os fundamentos da decisão proferida, a fim de adotar as 
medidas na forma e prazo adequados.
MUDANÇA DE REGIME
As normas minerárias admitem a mudança de regime mineral de 
Autorização de Pesquisa para Licenciamento (Registro de Licença) ou 
Permissão de Lavra Garimpeira (PLG) ou vice-versa.
Considerando que os regimes de Licenciamento e PLG possibilitam o início 
da lavra de forma mais célere, nos casos em que o minerador cumpre os 
requisitos para a mudança de regime e tenha bem avaliado as questões 
relacionadas à segurança jurídica do regime para o qual pretende migrar, a 
mudança de regime pode representar uma oportunidade.
23
GUIA DE UTILIZAÇÃO — GU
A Guia de Utilização (GU) é o instrumento pelo qual a ANM dá ao minerador 
o consentimento para realizar extração de substâncias minerais antes da 
outorga da Concessão de Lavra.
Vários são os pontos de risco relacionados à GU, como os períodos de 
validade em caso de prorrogações sucessivas (é comum que o minerador 
desconsidere eventual lacuna e tenha a lavra considerada irregular no 
período); a contagem do volume lavrado em caso de prorrogação; o 
licenciamento ambiental; a dificuldade para ingressar em imóvel de terceiro 
para realizar a lavra; a necessidade de vender o estoque do minério após 
o vencimento da GU; a relação contratual com o superficiário; a eventual 
necessidade de servidão mineral, entre outros. 
O novo Regulamento adicionou novas situações de risco, uma vez que 
trouxe grandes restrições à outorga da GU, se comparado com o regime 
anterior. As novas regras estabelecemque as GU serão emitidas apenas 
uma vez, pelo prazo de 1 a 3 anos, admitida apenas uma prorrogação.
A principal questão, ainda sem resposta, é como serão aplicadas essas 
novas regras aos processos em curso. Na hipótese da ANM entender 
que deve aplicar as novas regras imediatamente para todos os casos, é 
possível, por exemplo, que empreendimentos planejados totalmente 
com base na possibilidade de obtenção da GU e respectivas prorrogações 
sejam inviabilizados. 
24
INFOGRÁFICO I
Clique na imagem para ampliar e visualizar na web.
RISCOS NA FASE DE PESQUISA
 � Requerimento
1 ê Demora para publicar a autorização de pesquisa
2 ê Disputa por prioridade com terceiros
3 ê Requerimento em área com proteção ambiental
4 ê Exigências
https://williamfreire.com.br/wp-content/uploads/2019/03/InfoGraficos_Cor-01.jpg
https://williamfreire.com.br/wp-content/uploads/2019/03/InfoGraficos_Cor-01.jpg
25
5 ê Indeferimento do requerimento de pesquisa
6 ê Conflito com outros empreendimentos de utilidade pública
 � Autorização de pesquisa
7 ê Sigilo do processo administrativo
8 ê Pesquisa em área degradada
9 ê Resistência do proprrietário ou possuidor
10 ê Resistência da comunidade
11 ê Resistência do prefeito e pressões políticas
12 ê Necessidade de ocupar imóvel vizinho da autorização na fase 
de pesquisa
13 ê Procedimento judicial de avaliação de rendas e danos
14 ê Necessidade de adicionar ou alterar a substância
15 ê Necessidade de guia de utilização
16 ê Licença ambiental para Guia de Utilização - GU
17 ê Demora da ANM em analisar e publicar a GU
 � Guia de utilização
18 ê Dúvida no pagamento da CFEM na GU
26
19 ê Participação do proprietário no resultado da lavra na GU
20 ê Necessidade de prorrogar Guia de Utilização
21 ê Necessidade de prorrogar a autorização de pesquisa
 � Requerimento de prorrogação do prazo da autorização de pesquisa
22 ê Demora da ANM em analisar o pedido de prorrogação da 
autorização de pesquisa
 � Prorrogação da autorização de pesquisa
 � Protocolo do relatório final de pesquisa
23 ê Necessidade de continuar os trabalhos de pesquisa após o 
relatório final
24 ê Necessidade de autorização especial de pesquisa
25 ê Alteração de regime
26 ê Suspensão da análise do relatório final de pesquisa em razão 
de fatores técnicos ou econômicos
27 ê Exigências no relatório final de pesquisa.Exigências descabidas
28 ê Indeferimento do relatório final de pesquisa. Necessidade de 
recursos
 � Aprovação do relatório final de pesquisa
LAVRA
29
FASE DE REQUERIMENTO DE 
LAVRA
PRORROGAÇÃO DO PRAZO PARA REQUERER A LAVRA
O prazo para requerer a lavra é de um ano, a contar da aprovação do 
Relatório Final de Pesquisa. Antes do fim do prazo, o minerador pode 
requerer sua prorrogação por igual período. 
O pedido de prorrogação deverá ser muito bem fundamentado, sob 
pena de caducidade do direito de requerer a lavra. A necessidade de 
prorrogar o prazo, portanto, pode colocar o direito minerário em risco. 
Por isso, é necessário definir a melhor forma de apresentar os dados e os 
fundamentos que justificam a prorrogação.
CUMPRIMENTO DE EXIGÊNCIAS
Exigências podem ser feitas em várias fases do processo administrativo 
minerário: para melhor instrução do requerimento (de pesquisa, 
licenciamento, permissão de lavra garimpeira), para correção de deficiência 
no Relatório Final de Pesquisa, para melhor instrução do Requerimento de 
Lavra etc. 
No que se refere especificamente às exigências para a melhor instrução do 
Requerimento de Lavra, o Novo Regulamento traz regras importantes. De 
acordo com a norma, o requerente terá o prazo de 60 dias para cumprir 
eventuais exigências formuladas, podendo o prazo ser prorrogado, em 
regra, apenas uma vez, por igual período. 
30
Quando intimado, o minerador terá 6 meses para provar que iniciou 
o processo de licenciamento ambiental e deverá demonstrar à ANM, 
espontaneamente, a cada 6 meses, o andamento do licenciamento 
ambiental, até que a licença seja apresentada.
O não cumprimento das exigências ou a não comprovação do início e 
desenvolvimento do licenciamento ambiental ocasiona o indeferimento 
do requerimento de lavra e o encaminhamento da área para procedimento 
de disponibilidade. Portanto, deve ser objeto de bastante atenção.
Algumas situações são especialmente críticas, como nos casos de 
exigências indevidas e de prazo insuficiente (ainda que considerada 
a prorrogação admitida). Caso a caso, devem ser objeto de prévia e 
minuciosa avaliação de riscos.
INTERAÇÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO MINERÁRIO E 
AMBIENTAL
Para que possa dar início ao empreendimento mineiro, o minerador 
necessita de consentimentos dos órgãos regulatórios (ANM e MME) e dos 
órgãos ambientais. Os processos para obtenção desses consentimentos, 
entretanto, tramitam de forma separada.
É preciso que o minerador conduza ambos os processos de forma 
diligente e integrada, cumprindo todos os prazos e realizando as devidas 
comunicações dos eventos do processo ambiental à ANM. Ponto relevante 
de atenção é o fato de que a outorga da Concessão de Lavra está vinculada 
à obtenção da Licença Ambiental de Instalação pelo minerador.
31
O Regulamento do Código de Mineração determina que, enquanto não 
obtém a referida licença, o minerador deve comunicar à ANM, de seis em 
seis meses, o andamento do processo ambiental.
O minerador deve ter atenção para que, enquanto cuida do licenciamento 
ambiental, não se descuide do processo minerário, uma vez que isso pode 
gerar o indeferimento do requerimento de lavra (portanto, a perda do 
direito minerário).
INÉRCIA DOS ÓRGÃOS AMBIENTAIS
A demora na análise dos processos administrativos ambientais é um dos 
grandes fatores de prejuízo para o minerador.
Os órgãos ambientais têm prazo legal curto para analisar os processos 
administrativos. Em alguns casos, pode ser aconselhável adotar medidas 
judiciais para provocar a análise dos processos.
ATUALIZAÇÃO DO PAE ANTES DA OUTORGA DA CONCESSÃO DE 
LAVRA
O processo minerário está estruturado, inicialmente, para que o 
minerador apresente o Plano de Aproveitamento Econômico, obtenha 
a sua aprovação, consiga a Licença Ambiental e, enfim, seja outorgada a 
Concessão de Lavra.
Não é raro que, em virtude da enorme demora da ANM em analisar o 
Plano de Aproveitamento Econômico (PAE) e por razões técnicas ou 
econômicas, o minerador tenha a necessidade de alterá-lo antes de ser 
publicada a Portaria de Lavra. Essa alteração, antes ou depois da análise 
e aprovação do PAE, é possível, mas deve ser feita de maneira adequada, 
32
sob pena de grande atraso no processo minerário e comprometimento 
do projeto.
Na hipótese do novo PAE ser apresentado enquanto pendente a obrigação 
de comprovação (a cada seis meses) de andamento do processo de 
licenciamento ambiental, é preciso que o minerador avalie se mantém 
a comunicação a respeito do licenciamento ou se deixa de cumprir essa 
obrigação, em virtude da sua incompatibilidade com a pretensão de 
aprovação do novo PAE.
SERVIDÃO MINERAL APÓS APRESENTAÇÃO DO 
REQUERIMENTO DE LAVRA
A servidão mineral é o instrumento jurídico que possibilita ao minerador ter 
acesso à área de terceiro, para a execução de empreendimento minerário. 
A constituição da servidão é possível tanto no polígono do direito minerário 
como nas áreas externas que forem necessárias ao empreendimento.
O procedimento de servidão possui duas fases: uma administrativa e outra 
judicial. Ao final da fase administrativa, a ANM emite o Laudo de Servidão, 
reconhecendo a necessidade e adequação do tamanho da área requerida. 
Posteriormente, esse laudo instruirá processo judicial para que ocorra a 
constituição da servidão sobre o imóvel.
O requerimento administrativo de servidão pode ser realizado a partir 
da apresentação do PAE até o fim do empreendimento. A forma e o 
momento de requerer a servidão mineral demandam decisão estratégica, 
devendo, entre outras coisas, serem analisados o melhor momento para o 
requerimento, a real necessidade,os custos envolvidos e a celeridade de 
cada alternativa.
33
SERVIDÃO MINERAL ANTES DA CONCESSÃO DE LAVRA
É comum situação em que o órgão ambiental exige o consentimento do 
proprietário do imóvel para emitir a Licença Ambiental de Instalação, o 
que é essencial para que o minerador obtenha a Concessão de Lavra.
Nesse caso, é possível ocorrer um grande entrave: o minerador não 
consegue a LI porque não possui o consentimento do superficiário. Sem 
a LI não consegue a Concessão de Lavra e sem a Concessão de Lavra, 
pelo procedimento tradicional, não consegue a servidão mineral. Nessa 
situação, pode-se buscar a antecipação da servidão mineral pela ANM.
DESAPROPRIAÇÃO DE IMÓVEL EM FAVOR DO 
EMPREENDIMENTO MINERAL
A lei que criou a ANM (Lei nº 13.575/2017) e o Novo Regulamento do 
Código de Mineração estabeleceram a possibilidade de a Agência declarar 
imóvel de terceiro como de utilidade pública para fins de desapropriação. 
Ainda há diversas dúvidas sobre a utilização do instituto, mas, com certeza, 
trata-se de oportunidade que poderá ser aproveitada pelos mineradores
FASE DE LAVRA
PRORROGAÇÃO DO PRAZO PARA INICIAR A LAVRA
O Código de Mineração estabelece prazo de 6 meses para o minerador 
iniciar os trabalhos de lavra após a publicação da Portaria de Lavra. Esse 
prazo, porém, pode ser prorrogado. 
O requerimento de prorrogação do início da lavra deve ser bem justificado, 
sob pena de ser indeferido e, como consequência, o minerador ser 
obrigado a iniciar a lavra em momento inoportuno ou colocar o direito 
minerário em risco ( já que o descumprimento dos prazos de início da lavra 
é hipótese de perda da Concessão).
CUMPRIMENTO DO PLANO DE APROVEITAMENTO ECONÔMICO 
(PAE)
O Plano de Aproveitamento Econômico (PAE) é o guia do empreendimento 
minerário. O seu descumprimento sujeita o minerador a variados riscos.
A lavra exercida em desconformidade com o PAE pode ser considerada 
ambiciosa, hipótese de multa e de caducidade (perda) da Concessão de 
Lavra.
É comum que alguns mineradores lavrem em quantidades bem inferiores 
ao previsto no PAE, quando, por razões técnicas e/ou econômicas, a 
lavra está inviável, mas não querem requerer a suspensão da lavra. Essa 
lavra é considerada simbólica e também sujeita o minerador a multa por 
descumprimento do PAE e, em situações extremas, à perda do direito 
minerário.
35
Outra situação de risco relacionada ao PAE está na hipótese contrária: a 
realização de lavra acima do limite estabelecido. Essa situação, em alguns 
casos, pode gerar responsabilização administrativa, civil e criminal.
Para minimizar esses riscos, é importante que o minerador esteja sempre 
atento à necessidade de alterar o seu PAE. Deverá, para tanto, levar 
em consideração o grande tempo que a ANM costuma demorar para 
aprovar as alterações no plano, requerendo as alterações com a máxima 
antecedência possível. 
São muito relevantes as alterações promovidas pela Portaria DNPM 
nº 70.507/2018, que admite que determinadas modificações no 
empreendimento sejam realizadas sem prévia aprovação da ANM, 
mediante apresentação de Projeto Executivo.
Dessa forma, o minerador deverá sempre ter em mente quais alterações 
no plano de lavra demandam a elaboração e a aprovação de um novo PAE 
e quando é possível a simples apresentação de um Projeto Executivo para 
implementar as modificações.
SUSPENSÃO DA LAVRA
O exercício da lavra, além de um direito decorrente da Concessão de Lavra, 
também é um dever de seu titular. Portanto, o minerador somente poderá 
suspender a lavra nas hipóteses legalmente estabelecidas.
O Código de Mineração exige requerimento fundamentado e instruído 
com relatório contendo: a) os trabalhos efetuados; b) o estado da mina e 
suas possibilidades futuras. O novo Regulamento do Código de Mineração 
trouxe a novidade de autorizar a suspensão da lavra enquanto o minerador 
aguarda a decisão do requerimento de suspensão pela ANM. 
36
A suspensão da lavra sem a formalização do requerimento é passível, 
inicialmente, de multa e, posteriormente, pode gerar a caducidade do 
direito minerário.
Além dos cuidados prévios para a suspensão, é importante que o 
minerador também se atente para as normas a respeito da retomada da 
lavra, a fim de que sua atividade não seja considerada irregular.
CUMPRIMENTO DAS NORMAS REGULADORAS DE MINERAÇÃO 
– NRM
A atividade de mineração é regida, entre outras normas, pelas chamadas 
Normas Reguladoras de Mineração – NRM, que estabelecem várias regras 
para a lavra, beneficiamento, disposição de estéreis e rejeitos, suspensão e 
retomada da lavra, proteção ao trabalhador, fechamento de mina e outras.
O descumprimento de qualquer dessas regras pode gerar a aplicação de 
multa pela ANM. Em alguns casos, servidores da Agência têm sustentado 
a aplicação de várias multas, com base no descumprimento de diversos 
dispositivos das NRM decorrentes da prática de apenas um ato, fazendo 
com que o valor total das multas torne-se bastante considerável.
NECESSIDADE DE ÁREA DE SERVIDÃO MINERAL APÓS O INÍCIO 
DA LAVRA
Muitas vezes o minerador obtém a Concessão de Lavra sem a necessidade 
de constituir servidão mineral mas, com o desenvolvimento do projeto, 
passa a ter necessidade de expandir as áreas de servidão que possuía.
A forma e o momento de requerer a servidão mineral demandam decisão 
estratégica, devendo, entre outras coisas, serem analisados o melhor 
37
momento para o requerimento, a real necessidade, os custos envolvidos e 
a celeridade de cada alternativa.
RISCOS NA RELAÇÃO COM O SUPERFICIÁRIO
O minerador que não é proprietário do(s) imóvel(is) necessário(s) ao seu 
empreendimento possui algumas alternativas para executar o seu projeto. 
Uma delas é a constituição judicial de servidão mineral. Entretanto, muitas 
vezes a melhor solução é celebrar contrato(s) com o(s) superficiário(s).
Esses contratos costumam ser fontes de problemas. Vários são os modelos 
de contratos possíveis e o minerador deve estar atento às possibilidades 
para que celebre o contrato adequado às suas necessidades e inclua 
cláusulas que minimize os riscos.
Alguns exemplos de situações que costumam gerar problemas:
• Imóvel em inventário ou com mais de um proprietário;
• Imóvel invadido;
• Área de utilização do imóvel mal dimensionada;
• Valores estabelecidos com base em cenário econômico favorável que, 
posteriormente, tornam-se muito onerosos para o minerador;
• Pagamento incorreto de CFEM e, como consequência, da Participação 
do Proprietário no Resultado da Lavra – PPRL, que pode gerar crédito 
(se a CFEM foi paga a maior) ou débito (se a CFEM foi paga a menor) 
para o minerador em relação ao superficiário.
É preciso atenção para as áreas que são utilizadas sem acordo com 
o superficiário, uma vez que existe a possibilidade do minerador ser 
futuramente executado pelo superficiário.
38
APROVEITAMENTO DE ESTÉREIS E REJEITOS
É comum em alguns empreendimentos que, por razões técnicas ou 
econômicas, aquilo que era considerado estéril ou rejeito passe a ter valor 
econômico e o minerador deseje realizar o seu aproveitamento.
O aproveitamento realizado sem a observância das normas minerárias 
é passível de grave responsabilização nas esferas administrativa, cível e 
criminal. 
O Novo Regulamento indica que o procedimento para o aproveitamento 
de estéreis e rejeitos de mineração será simplificado em futura Resolução 
da ANM.
Atualmente, porém, o procedimento é bastante demorado, uma vez que 
exige elaboração e aprovação de relatório de reavaliação de reservas e de 
novo PAE.
REQUERIMENTO DE TERCEIRO SOBRE PILHAS DE ESTÉRIL E 
BARRAGENS DE REJEITO DO MINERADOR
As pilhas de estéril e as barragens de rejeito, especialmente quando 
localizadas fora do polígono do direito minerário, costumam ser visadas 
por terceiros, que requerem direito minerário sobre essas áreas, muitas 
vezes com fins especulativos.
A ANM entende que o aproveitamento do rejeito e do estéril, enquanto 
perdurar a atividade de lavra, ainda que suspensa, é direitodo titular do 
direito minerário, mesmo que esses materiais estejam alocados fora de 
sua poligonal. Portanto, rejeito e estéril não podem ser aproveitados por 
terceiros.
39
Apesar disso, há risco de outorga de direito minerário sobre essas áreas, já 
que em grande parte das vezes a ANM não terá e não buscará a informação 
a respeito da existência de estéril ou rejeito sobre a área requerida.
Assim, é importante fazer boa gestão sobre essas áreas, para evitar que 
algum processo de terceiro avance e tenha direito minerário outorgado 
sobre elas.
CONTRATO DE ARRENDAMENTO
O arrendamento é o instrumento por meio do qual o titular do direito 
minerário transfere temporariamente a terceiro o direito de exploração da 
jazida, sem que haja a transferência do título minerário. 
O arrendamento pode ser realizado total ou parcialmente. É cabível apenas 
nos títulos de Concessão de Lavra e de Manifesto de Mina, e demanda 
anuência e averbação do contrato na ANM. Há riscos relacionados 
ao contrato de arrendamento tanto para o arrendante como para o 
arrendatário.
RISCOS COMO ARRENDANTE
Apesar de não exercer diretamente a exploração da jazida mineral, a 
ANM entende que o arrendante (titular do direito minerário) responde 
solidariamente com o arrendatário (aquele que recebe o direito de 
explorar a jazida durante o prazo do contrato) por todas as obrigações.
Em razão disso, o arrendante deverá gerir de forma atenta o contrato 
de arrendamento, assim como acompanhar o desenvolvimento dos 
processos administrativos minerário e ambiental, com o intuito de inibir 
comportamentos do arrendatário que possam gerar sanções cíveis, 
40
penais e administrativos, bem como aqueles que possam gerar a perda do 
direito minerário.
Deve também acompanhar o cumprimento das obrigações relacionadas 
à CFEM e à relação com os superficiários, já que o pagamento incorreto, 
nessas situações, pode gerar débito ao arrendante.
RISCOS COMO ARRENDATÁRIO
O arrendatário responde solidariamente com o arrendante por todas as 
obrigações minerárias. Além disso, só poderá iniciar as atividades de lavra 
após a averbação do contrato de arrendamento.
É comum que os contratos de arrendamento prevejam sanções adicionais 
aos arrendatários pelo descumprimento de obrigações legais e eventual 
responsabilização do arrendante, o que aumenta a necessidade de boa 
gestão da operação e da condução do processo minerário.
Na gestão do contrato, algumas situações devem ser analisadas pelo 
arrendatário, como a eventual alteração na relação negocial entre as partes 
(o que pode demandar a celebração de termo aditivo) e a manutenção do 
equilíbrio econômico-financeiro do contrato, que pode ser impactado, por 
exemplo, por alterações no cenário econômico.
41
INFOGRÁFICO II
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RISCOS NA FASE DE LAVRA
1 ê Sigilo do processo administrativo
2 ê Necessidade de prorrogar prazo para requerer a lavra
3 ê Conflito com outro empreendimento de utilidade pública
 � Requerimento de lavra
4 ê Demora da ANM em analisar o Plano de Aproveitamento 
Econômico (PAE)
https://williamfreire.com.br/wp-content/uploads/2019/03/InfoGraficos_Cor-02.jpg
42
5 ê Necessidade de alterar o PAE antes de sua análise
6 ê Dificuldade de acordo com o proprietário do imóvel
7 ê Atraso na licença ambiental
8 ê Cumprimento de exigências
9 ê Requerimento de servidão mineral antes ou após aprovação 
do PAE
10 ê Necessidade de alterar o PAE já aprovado antes da concessão 
de lavra
 � Concessão de lavra
11 ê Antecipação da publicação da servidão mineral antes da 
concessão de lavra
12 ê Necessidade de Prorrogar o prazo para iniciar a lavra
13 ê Resistência do proprietário do imóvel
14 ê Dúvida no pagamento da CFEM
15 ê Pagamento da participação do proprietário no resultado da 
lavra - PPRL
16 ê Necessidade de servidão mineral sobre imóvel de terceiro
17 ê Necessidade de servidão mineral sobre direito minerário de 
terceiro
18 ê Desapropriação de imóvel em favor da lavra
43
19 ê Conflito com empreendimentos imobiliários
20 ê Aproximação de núcleos urbanos
21 ê Criação de restrição ambiental sobre o direito minerário
22 ê Interferências políticas sobre a mineração
23 ê Cumprimento das obrigações relacionadas às barragens
24 ê Renovação da licença ambiental
25 ê Aproveitamento de estéreis e rejeitos
26 ê Requerimento de terceiro sobre pilha de estéril e barragem de 
rejeitos do minerador
27 ê Riscos dos contratos de cessão total ou parcial
28 ê Demora da ANM em averbar o contrato de cessão
29 ê Riscos em contratos de arrendamento total ou parcial
30 ê Demora da ANM em averbar o contrato de arrendamento
31 ê Contrato de arrendamento extremamente oneroso que 
necessita revisão
32 ê Problemas com arrendatário
 � Renovação das licenças ambientais
33 ê Necessidade de suspender atividades
44
34 ê Descumprimento do PAE e riscos para o direito minerário
35 ê Necessidade de alterar o método de lavra
36 ê Lavra abaixo ou acima do limite do PAE
37 ê Aditamento de substância
38 ê Demora da anm em analisar o aditamento da substância
39 ê Ampliação do empreendimento
40 ê Demora da anm em analisar o novo pae da ampliação
41 ê Necessidade de alterar ou ampliar servidão
42 ê Risco de terceiro requerer servidão mineral sobre direito 
minerário da empresa
43 ê Necessidade de revisão do contrato de servidão
44 ê Lavra fora dos limites da concessão de lavra
45 ê Risco de crime de usurpação
46 ê Risco de crime ambiental
 � Exaustão da jazida
47 ê Cuidados com o descomissionamento da mina
48 ê Necessidade de monitoramento pós-fechamento da mina
 � Extinção do processo administrativo
 � Baixa no licenciamento ambiental
REGIME DE
LICENCIAMENTO
MINERAL
46
O regime de Licenciamento Mineral (ou Registro de Licença) possui muitas 
particularidades. A sua outorga está condicionada à obtenção de Licença 
Municipal (pela autoridade competente do Município onde está localizada 
a jazida) e à autorização do proprietário do imóvel.
Essas particularidades geram riscos relevantes para os direitos minerários 
nesse regime, além de vários daqueles mencionados acima, referentes à 
fase de lavra.
CONTRATO COM O PROPRIETÁRIO DO IMÓVEL
Considerando que a autorização do proprietário do imóvel é requisito 
para a validade do direito minerário, algumas situações geram riscos 
específicos, tais como: contratos por prazo indeterminado; contratos 
com possibilidade de retomada mediante simples notificação; contratos 
celebrados apenas com parte dos proprietários; contratos não averbados 
no cartório imobiliário; contratos sem cláusula de que o novo adquirente 
deve respeitar o contrato com o minerador.
PRORROGAÇÃO DO TÍTULO
O prazo do Registro de Licença está vinculado ao menor prazo entre aquele 
previsto na Licença Municipal e aquele do contrato com o proprietário 
do imóvel. A ANM exige, antes do vencimento de qualquer desses 
documentos, que o minerador apresente requerimento de prorrogação e 
junte novo documento com prazo vigente.
Dessa forma, eventual dificuldade para obter a renovação da Licença 
Municipal ou da autorização do proprietário do imóvel pode resultar na 
perda do direito minerário. Por isso, é importante que o minerador busque 
a renovação com antecedência razoável, para que possa, no caso de 
47
dificuldades, adotar as medidas necessárias para a preservação do seu 
direito de prioridade.
Em caso de negativa injustificada da autoridade municipal à renovação da 
licença, é possível adotar medidas judiciais.
RISCOS RELACIONADOS À EXTRAÇÃO
O Regime de Licenciamento está restrito ao aproveitamento das 
substâncias minerais elencadas na Lei nº 6.567/1978. A lavra de 
substância não incluída no referido rol gera risco de responsabilização civil, 
administrativa e criminal. Também gera risco de responsabilização a venda 
do minério extraído sob esse regime para fins industriais.
ALTERAÇÃO DE REGIME
A mudança do Regime de Licenciamento para o Regime de Autorização 
de Pesquisaé admitida. Essa mudança, porém, pode ter alguns riscos 
para o minerador, especialmente considerando a relação existente entre 
o titular do direito e o proprietário do imóvel no regime de licenciamento.
O titular do licenciamento, se continuar cumprindo os requisitos legais 
desse regime, poderá manter a lavra até obter a Concessão de Lavra, 
possibilitando que a mudança do regime ocorra sem que as atividades 
sejam suspensas.
Entretanto, se a pesquisa for conduzida sem acordo com o proprietário do 
imóvel, há grande risco de suspensão. Na hipótese de contrato com prazo 
determinado, por exemplo, o superficiário poderá se negar a prorrogar o 
contrato.
48
Além disso, é possível que o proprietário do imóvel intervenha no 
processo administrativo minerário visando à manutenção do regime de 
licenciamento, que lhe pode ser mais favorável.
INFOGRÁFICO III
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RISCOS NO LICENCIAMENTO MINERAL
1 ê Recusa do município em outorgar a licença mineral
2 ê Especificidades do contrato com o proprietário do imóvel
3 ê Contrato por prazo indeterminado e risco de retomada
https://williamfreire.com.br/wp-content/uploads/2019/03/InfoGraficos_Cor-03.jpg
49
 � Requerimento de licenciamento na ANM
4 ê Disputa por prioridade
5 ê Demora da anm em analisar o requerimento de licenciamento 
mineral
6 ê Dificuldade para obter a licença ambiental
 � Registro da licença pela ANM
7 ê Sigilo do processo administrativo
8 ê Morte do proprietário. vários herdeiros. condomínio.
9 ê Dúvida no pagamento da cfem
10 ê Pagamento da participação do proprietário nos resultados da 
lavra?
 � Alteração de regime
11 ê Relação com o proprietário após alteração de regime
12 ê Substância extraída como de emprego imediato na 
construção civil, mas vendida como minério industrial
13 ê Extração muito abaixo da possibilidade da mina e demanda de 
mercado
14 ê Lavra paralisada
15 ê Conflito com outro empreendimento de utilidade pública
16 ê Conflito com empreendimento imobiliário
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17 ê Aproximação de núcleos urbanos
18 ê Interferências políticas sobre a mineração
19 ê Criação de restrições ambientais
20 ê Dúvida no pagamento da CFEM
 � Prorrogação do licenciemento
21 ê Dúvida no pagamento de tributos
22 ê Indeferimento da prorrogação
23 ê Necessidade de utilizar imóvel vizinho (do mesmo ou de outro 
proprietário)
24 ê Descumprimento do título minerário e riscos perante a ANM
25 ê Descumprimento do título minerário e riscos ambientais
26 ê Necessidade de revisão do contrato com o proprietário
27 ê Descumprimento do título minerário e riscos penais
28 ê Vencimento do prazo contratual
29 ê Caducidade do licenciamento mineral
 � Exaustão de jazida
30 ê Descomissionamento da mina
31 ê Necessidade de monitoramentos
 � Baixa no processo administrativo
 � Baixa no licenciamento ambiental
RISCOS
COMUNS
53
RISCOS COMUNS AOS 
DIVERSOS REGIMES DE 
EXPLORAÇÃO MINERAL
SIGILO DOS PROCESSOS MINERÁRIOS
Até janeiro de 2019, o acesso ao processo administrativo perante a Agência 
Nacional de Mineração — considerado sigiloso — era permitido somente a 
quem tinha procuração do titular ou comprovasse a condição de terceiro 
interessado (o que ocorria em casos muito específicos).
Entretanto, a ANM publicou, em 31/01/2019, a Resolução 01/2019, que 
trata do fim do sigilo dos processos administrativos minerários. A partir de 
então, qualquer pessoa poderá examinar os processos minerários sem ser 
titular ou comprovar a condição de terceiro interessado.
A Resolução dispõe sobre o sigilo de alguns documentos, tais como o 
Relatório de Pesquisa, o Relatório de Reavaliação de Reservas, o Plano de 
Aproveitamento Econômico e o Relatório Anual de Lavra. Essa disposição 
é insuficiente para proteger o minerador porque: (i) não está claro na 
norma que o sigilo sobre esses documentos básicos será automático; e (ii) 
no processo administrativo há muitas outras informações que não devem 
ser vistas por concorrentes e especuladores.
A Norma dispõe que é possível requerer sigilo de outros documentos e 
relatórios, mediante requerimento fundamentado.
54
Essa disposição abre oportunidade para a empresa colocar sob sigilo 
outros documentos e informações. Cada processo é diferente e cada 
documento é distinto do outro. Em razão disso, cada processo deverá ser 
examinado individualmente, sob pena de a ANM indeferir o requerimento 
de sigilo feito de forma padronizada.
INÉRCIA DA AGÊNCIA NACIONAL DA MINERAÇÃO – ANM
Um dos problemas mais graves do processo administrativo minerário é a 
demora no andamento dos processos na ANM, em razão de sua estrutura 
deficitária atual. O atraso na análise dos processos administrativos é um 
dos fatores que mais geram riscos e prejuízos para os mineradores.
Os exemplos de possibilidade de prejuízo para o minerador são diversos: 
demora para outorgar direitos minerários, averbar cessões, analisar 
documentos etc. Essas situações, muitas vezes, geram risco de perda de 
oportunidade econômica.
A ANM tem prazo legal curto para analisar os processos administrativos. 
Nesses casos de demora, o Poder Judiciário tem respondido com razoável 
eficiência, obrigando a ANM a dar solução para o processo em trinta 
dias. Não há notícia de retaliação por parte da Agência, que tem agido de 
maneira correta e profissional.
DISPUTA POR PRIORIDADE
O direito de prioridade é a garantia ao minerador que primeiro apresentar 
requerimento, sobre área livre, instruído com a documentação exigida, de 
obtenção do título minerário.
55
A verificação do requerimento prioritário pode ter várias discussões, 
envolvendo, por exemplo, o momento em que a área ficou livre, 
o cumprimento dos requisitos por outro requerente, a retirada de 
interferências com as áreas oneradas etc.
Essas questões podem fazer com que a ANM defina a prioridade de forma 
indevida. Portanto, deve ser foco de atenção, seja para o titular de novo 
requerimento ou para o titular de requerimento ou direito minerário 
anterior. No caso de incorreção da definição da prioridade, poderão ser 
adotadas medidas administrativas e/ou judiciais.
INVASÃO DE ÁREAS DE DIREITOS MINERÁRIOS
É bastante comum o minerador, ao examinar a área para a qual tem 
requerimento ou direito minerário de qualquer regime, deparar-se com 
invasão. Para qualquer tipo de invasão, há possibilidade de desocupar o 
imóvel, seja por ação dos órgãos administrativos, seja por determinação 
judicial.
Em casos de constatação de invasão, é recomendável tomar providências 
imediatamente, o que evita que a culpa pela invasão recaia sobre o 
minerador.
Quanto mais demorarem as providências do minerador, maior a chance 
de o número de invasores aumentar, mais consolidada se torna a situação 
dos invasores, mais difícil a obtenção de decisão liminar para retomada da 
posse e maiores os danos ambientais gerados pelos invasores.
56
BARRAGENS DE REJEITOS
Há várias normas que regulam as barragens de mineração. São muitas as 
situações que comportam riscos relevantes. Citamos alguns exemplos 
que devem ser verificados pelos mineradores que possuem barragens:
• Barragens com algum grau de insegurança ou instabilidade.
• Não preenchimento/atualização do Sistema Integrado de Gestão 
de Barragens de Mineração – SIGBM ou prestação de informações 
incorretas.
• Não elaboração do Plano de Segurança de Barragens – PSB, o Projeto 
“como construído” – “as built” ou o Projeto “como está” – e “as is”, nos 
prazos estabelecidos pela Portaria ANM nº 70.389/2017.
• Não elaboração do Mapa de Inundação para auxílio na classificação 
referente ao dano potencial associado no prazo estabelecido.
• Não implementação do Sistema de Monitoramento de Segurança de 
Barragem no prazo estabelecido.
• Não realização de revisões e inspeções observando a periodicidade 
mínima determinada pela legislação.
• Não preenchimento e/ou não apresentação da documentação 
necessária após cada vistoria.
• Não cumprimento das determinações e/ou recomendações contidasnos Relatórios de Inspeção e Revisão Periódica de Segurança.
• Não elaboração do PAEBM nos casos determinados.
• Não cumprimento das obrigações estabelecidas para as barragens que 
possuem PAEBM.
57
INTERFERÊNCIA COM UNIDADE DE CONSERVAÇÃO
As Unidades de Conservação são espaços territoriais protegidos pelo 
Poder Público, em decorrência de características ambientais relevantes, 
em que se define um regime especial de administração e proteção.
Nas Unidades de Conservação de Proteção Integral e nas Reservas 
Extrativistas e Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN), é 
completamente vedada a atividade de mineração, enquanto nas demais 
Unidades de Conservação, de Uso Sustentável, é, em regra, permitida, 
desde que atendidas às restrições e condicionantes.
A ANM possui entendimento de que os requerimentos que interferem 
com as unidades em que a mineração é proibida devem ser indeferidos e os 
direitos minerários vigentes devem passar por processo de “decaimento” 
(extinção do direito).
Portanto, sempre que é criada nova UC sobre áreas oneradas, há o risco de 
perda dos direitos minerários interferentes. É importante que o minerador 
fique atento à criação dessas unidades, para que possa adotar as medidas 
necessárias, seja para manter o seu direito, seja para requerer a devida 
indenização. A criação de unidades de conservação pelos Municípios 
demanda atenção ainda maior, uma vez que não é possível identificar a 
existência dessas unidades na base de dados da ANM.
INTERFERÊNCIA COM TERRAS INDÍGENAS
Atualmente, a mineração é proibida em terras indígenas, por ausência de 
regulação da atividade pelo Congresso Nacional.
58
De modo semelhante ao que ocorre com as Unidades de Conservação 
(tratado no tópico anterior), a ANM entende que os requerimentos que 
interferem com terras indígenas devem ser indeferidos e que os direitos 
minerários vigentes devem passar por processo de “decaimento” (extinção 
do direito). Portanto, também é preciso atenção a eventual interferência 
com essas áreas.
CONFLITOS COM OUTROS EMPREENDIMENTOS DE INTERESSE 
PÚBLICO
Há a possibilidade, em determinadas áreas, de conflito da mineração 
com outra atividade de interesse público, como empreendimentos para 
geração e transmissão de energia elétrica.
Nessa hipótese, a ANM, caso constate a inviabilidade de coexistência, 
deverá ponderar qual atividade melhor atende ao interesse público. 
Se considerar que o interesse público na outra atividade é superior ao 
da mineração, no caso analisado, poderá bloquear a área do processo 
minerário.
Portanto, é preciso que o minerador atente-se à existência de outros 
empreendimentos de interesse público, que poderão atingir seu direito 
minerário e de eventual requerimento de bloqueio sobre a área, para que 
possa defender o seu direito e/ou requerer a devida indenização.
PRAZOS NA LEGISLAÇÃO MINERAL
A legislação mineral estabelece diversos prazos para as manifestações 
nos processos minerários. As normas, no entanto, não são completas, 
deixando, em determinadas situações, de prever o prazo e a forma de 
contagem.
59
Em razão dessas peculiaridades, para o cumprimento tempestivo de suas 
obrigações, é necessário que o minerador atente-se ao prazo específico 
de cada manifestação ou evento de seu processo minerário.
Na hipótese de perda de prazo, deve observar também se todas as 
questões formais foram observadas, especialmente relacionadas à 
regularidade da intimação, uma vez que eventual nulidade pode ser 
fundamento para o questionamento de sanção e para a manutenção do 
direito minerário.
GESTÃO FUNDIÁRIA
Em muitos casos, o minerador adota várias medidas para a condução dos 
processos administrativos minerários e ambientais, mas não se preocupa 
com a situação dos imóveis próprios ou de terceiros que serão utilizados 
pelo empreendimento.
A falta de boa gestão dessas áreas, ainda antes do ingresso nos imóveis, 
gera o risco de atraso na implantação do projeto. Algumas medidas que 
devem ser adotadas:
• Regularização da documentação do imóvel para que não haja 
empecilho para o licenciamento ambiental ou a lavra.
• Análise da documentação do imóvel rural e dos atos constitutivos do 
empreendedor para confirmar eventual empecilho à aquisição, no 
caso de empresas brasileiras equiparadas às estrangeiras, examinando 
as alternativas existentes.
• Prevenção contra invasões e adoção de medidas para desocupação 
dos imóveis invadidos.
60
• Prevenção contra aproximação de núcleos urbanos, o que causará 
problemas para a mineração a curto e longo prazos.
DISPONIBILIDADE
O novo Regulamento do Código de Mineração modificou o critério de 
julgamento dos procedimentos de disponibilidade. Antes, o vencedor era 
definido com base na melhor proposta técnica apresentada. Agora, será 
realizado leilão eletrônico, vencendo aquele que apresentar o maior valor.
Ainda há dúvida a respeito do andamento dos procedimentos de 
disponibilidade iniciados antes da vigência da nova regra. É preciso atenção 
para que eventual aplicação das novas regras não atinja direitos adquiridos 
e atos jurídicos consolidados.
Algumas questões devem ser verificadas nos procedimentos de 
disponibilidade, a fim de vencê-los ou evitar que algum concorrente vença 
de forma indevida: cumprimento dos requisitos exigidos para a habilitação, 
valoração das propostas (para os procedimentos antigos), cumprimento 
da proposta técnica (para os procedimentos antigos) ou o pagamento do 
valor ofertado (para os procedimentos novos).
RELATÓRIO ANUAL DE LAVRA — RAL
O Relatório Anual de Lavra (RAL) é obrigatório para todos os titulares 
ou arrendatários de títulos de lavra e, também, para os que têm Guia de 
Utilização, e deve ser apresentado anualmente à ANM, com base nas 
atividades desenvolvidas no ano anterior.
A não apresentação do RAL ou sua apresentação intempestiva, assim 
como o seu preenchimento com ausência ou manipulação de informações 
61
ou dados exigidos por lei ou por Resolução da ANM, sujeitam o minerador 
a multa.
Situações comuns, que podem gerar responsabilização administrativa e 
criminal, são o preenchimento do RAL com informações incorretas e o 
lançamento de produção de um direito minerário em outro.
CADASTRO DE TITULARES DE DIREITOS MINERÁRIOS – CTDM
Os requerentes ou titulares de direito minerário na ANM são obrigados 
a possuir e manter atualizado cadastro eletrônico (denominado Cadastro 
de Titulares de Direitos Minerários – CTDM) na ANM, que tem registradas 
as suas informações básicas, como nome, razão social, endereço e 
representação.
Embora o cumprimento dessa obrigação seja relativamente simples, 
deve ser objeto de muita atenção. Isso porque, além do descumprimento 
acarretar multa, é possível, por exemplo, que o minerador não seja 
intimado para cumprir determinada exigência no processo minerário, por 
estar com o endereço desatualizado no cadastro e, como consequência, 
sofra alguma sanção ou perca o direito minerário.
DISPENSA DE TÍTULO MINERÁRIO
O Código de Mineração estabelece, como hipótese que não depende da 
obtenção de título minerário, a realização dos trabalhos de movimentação 
de terras e de desmonte de materiais in natura, necessários à abertura de 
vias de transporte, obras gerais de terraplanagem e de edificações, desde 
que o material seja utilizado na própria obra e que não haja comercialização.
62
A ANM possui entendimento restritivo em relação a aplicação dessa 
hipótese, considerando, por exemplo, que se houver oferta de material no 
mercado regional, não é possível a dispensa de título. Portanto, mesmo 
nos casos de movimentação de areia, cascalho ou argila, por exemplo, há 
risco de responsabilização, nas esferas civil, administrativa e criminal, se o 
responsável não tiver título minerário para a referida substância.
Essa hipótese de dispensa de título possui outro risco relacionado: 
a possibilidade de incidir sobre áreas oneradas. É importante que o 
minerador atente-se para a atividade de terceiros em sua área com basenessa hipótese, seja para impedir a atividade ou delimitar a sua extensão.
DIREITO MINERÁRIO EM FAIXA DE FRONTEIRA
A faixa de fronteira é a faixa interna paralela à linha divisória do território 
nacional com extensão de 150 quilômetros de largura. O exercício da 
mineração nessa área, devido à importância que assume para a segurança 
nacional, encontra restrições.
É preciso o minerador obtenha o assentimento prévio do Conselho 
de Defesa Nacional (CDN), para o qual deverá demonstrar que possui 
a) ao menos 51% do capital social pertencente a brasileiros; b) 2/3 de 
trabalhadores brasileiros; e c) gerência e administração conduzida por 
maioria de brasileiros, com poderes predominantes.
Esses requisitos devem ser observados também nas operações de cessão 
e arrendamento do título minerário, já que o cessionário e o arrendatário 
devem atender a essas condições. 
63
É importante, portanto, que os interessados em requerer ou adquirir título 
minerário cuja poligonal interfira com a faixa de fronteira verifiquem se 
essas restrições podem atingi-los.
RESPONSABILIDADE DO MINERADOR EM MATÉRIA DE 
TRANSPORTE DE CARGAS EM RODOVIAS
Há inúmeras ações judiciais que objetivam responsabilizar o minerador 
pelo transporte de cargas com excesso de peso nas rodovias do país. 
Nessas ações, o Ministério Público costuma pleitear o pagamento de altos 
valores de indenização por danos materiais e morais.
O risco de responsabilização nesses casos pode e deve ser evitado com 
a defesa adequada dos interesses das empresas de mineração nessas 
ações.
AUSÊNCIA DE GESTÃO ESTRATÉGICA DO PATRIMÔNIO MINERAL
A gestão estratégica do patrimônio mineral é o sistema de análise, 
planejamento e condução da atividade mineral, considerando os múltiplos 
riscos, imediatos ou futuros.
Muitas vezes o minerador trata suas áreas isoladamente, sem qualquer 
estratégia de curto, médio e longo prazos. Decisões em cima da hora, 
sempre urgentes, oneram a atividade, geram estresse, comprometem a 
qualidade da análise e colocam em risco o direito minerário.
Quanto mais tarde a gestão estratégica for iniciada, mais riscos o minerador 
terá corrido desnecessariamente.
64
A gestão estratégica evita muitos riscos e economiza tempo e dinheiro. 
Além das várias medidas já indicadas nesse material, são recomendações 
para uma boa gestão estratégica:
• Requerer o sigilo dos documentos e informações estratégicas da 
empresa presentes nos processos minerários.
• Verificar sobreposição de outros direitos minerários.
• Analisar a razão pela qual um terceiro teria protocolizado um 
requerimento sobre a poligonal do seu direito minerário.
• Verificar a existência de lacunas entre as poligonais dos direitos 
minerários.
• Conduzir os procedimentos para constituição das servidões minerais, 
com a antecedência necessária.
• Analisar eventuais requerimentos de servidão mineral sobre seu direito 
minerário por terceiros.
• Analisar conveniência de bloqueio de direito minerário de terceiro.
• Realizar due diligence periódica nos direitos minerários, tanto no 
processo administrativo quanto no processo de licenciamento 
ambiental.
TRIBUTÁRIO
67
OPORTUNIDADES EM 
RELAÇÃO À TRIBUTAÇÃO
A tributação de empresas de mineração é repleta de detalhes e 
peculiaridades. Seguem alguns entendimentos jurídicos que podem gerar 
oportunidades econômicas para os mineradores:
i. Inconstitucionalidade da incidência da CFEM sobre frete e seguro.
ii. Inexigibilidade do Imposto Territorial Rural — ITR sobre área com 
direito minerário.
iii. Existência de direito a crédito de Compensação Financeira pela 
Exploração de Recursos Minerais — CFEM decorrente de reajuste 
retroativo do preço de commodities.
iv. Não incidência de PIS/COFINS e IRPJ/CSLL sobre benefícios fiscais 
(subvenção para investimento e custeio).
v. Possibilidade de dedução das despesas com capatazia no imposto 
de importação.
vi. Invalidade da alíquota de 10% sobre FGTS.
vii. Inconstitucionalidade e ilegalidade do Decreto 6.957/2009, na 
parte que majorou as alíquotas da contribuição ao RAT.
viii. Ilegalidade da cobrança da alíquota adicional do RAT, por exposição 
do segurado a ruído.
ix. Inconstitucionalidade da redução do REINTEGRA de 3% para 2%, 
em 2018.
68
PENAL
71
RISCOS EM MATÉRIA PENAL
CRIME DE USURPAÇÃO
O crime de usurpação pode ocorrer de várias maneiras. Os exemplos mais 
comuns são a extração de bens minerais sem título minerário e acima do 
limite do título outorgado, inclusive acima dos limites da Guia de Utilização.
Frequentemente ocorrem, no dia a dia da mineração, avanço da lavra fora 
dos limites da poligonal de forma não intencional e outras situações que 
colocam as pessoas físicas envolvidas em risco. Prevenir e remediar 
o mais rapidamente possível, caso ocorra uma falha na operação, são 
providências de extrema relevância.
CRIMES AMBIENTAIS
A Lei de Crimes Ambientais traz extenso rol de tipificações que podem 
ser classificadas como crimes ambientais. No ramo da mineração, duas 
chamam a atenção:
Art. 55. Executar a pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem 
título minerário ou em desacordo com ele.
Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar 
estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores, sem 
licença ambiental ou contrariando as normas legais ou regulamentares.
Os tipos são bem abertos e o menor descuido pode causar problemas 
na esfera criminal à empresa, e aos diretores e gerentes. Devem ser 
adotadas medidas de prevenção e, quando identificado caso que possa 
se enquadrar em algum dos tipos penais, devem ser adotadas medidas 
imediatas para a defesa.
POSFÁCIO
75
Os riscos que envolvem a mineração são imensos e podem gerar sérios 
prejuízos para o minerador, se não houver gerenciamento estratégico 
deles.
A experiência na atuação diária com a mineração revela que grande parte 
dos problemas decorrem da ausência de conhecimento e prevenção.
Em muitos casos, projetos enormes são comprometidos pela falta de 
adoção de medidas simples na gestão dos processos minerários. 
O desenvolvimento da mineração depende daqueles que, apesar de todas 
as dificuldades, perseveram. O objetivo é auxiliar os mineradores a superar 
as dificuldades desse árduo caminho.
76
ANEXOS
79
CÓDIGO DE MINERAÇÃO
DECRETO-LEI Nº 227, DE 28 DE FEVEREIRO DE 1967
Dá nova redação ao Decreto-lei nº 1.985, de 29 de janeiro 
de 1940. (Código de Minas)
O Presidente da República  no uso da atribuição que lhe confere o artigo 9º, § 2º, do Ato 
Institucional nº 4, de 7 de dezembro de 1966 e  (Redação dada pelo Decreto-lei nº 318, de 
1967)
CONSIDERANDO, que da experiência de vinte e sete anos de aplicação do atual Código de 
Minas foram colhidos ensinamentos qual impende aproveitar; (Redação dada pelo Decreto-lei 
nº 318, de 1967)
CONSIDERANDO que a notória evolução da ciência e da tecnologia, nos anos após a 2ª Guerra 
Mundial, introduziram alterações profundas na utilização das substâncias minerais; (Redação 
dada pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)
CONSIDERANDO que cumpre atualizar as disposições legais salvaguarda dos superiores 
interesses nacionais, que evoluem com o tempo; (Redação dada pelo Decreto-lei nº 318, de 
1967)
CONSIDERANDO que ao Estado incumbe adaptar as normas que regulam atividades 
especializadas à evolução da técnica, a fim de proteger a capacidade competitiva do País nos 
mercados internacionais; (Redação dada pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)
CONSIDERANDO que, na colimação desses objetivos, é oportuno adaptar o direito de 
mineração à conjuntura; (Redação dada pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)
80
CONSIDERANDO, mais, quanto consta da Exposição de Motivos número 6-67-GB, de 20 de 
fevereiro de 1967, dos Senhores Ministros das Minas e Energia, Fazenda e Planejamento e 
Coordenação Econômica, (Redação dada pelo Decreto-lei nº 318, de 1967)
DECRETA:
CÓDIGO DE MINERAÇÃO
CAPÍTULO I 
Das Disposições Preliminares
Art. 1º Compete à União administraros recursos minerais, a indústria de produção mineral 
e a distribuição, o comércio e o consumo de produtos minerais.
Art. 2º Os regimes de aproveitamento das substâncias minerais, para efeito deste Código, 
são: (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
I - regime de concessão, quando depender de portaria de concessão do Ministro 
de Estado de Minas e Energia; (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
II - regime de autorização, quando depender de expedição de alvará de 
autorização do Diretor-Geral do Departamento Nacional de Produção Mineral 
- DNPM; (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
III - regime de licenciamento, quando depender de licença expedida em 
obediência a regulamentos administrativos locais e de registro da licença no 
Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM;  (Redação dada pela 
Lei nº 9.314, de 1996)
IV - regime de permissão de lavra garimpeira, quando depender de portaria de 
permissão do Diretor-Geral do Departamento Nacional de Produção Mineral 
- DNPM; (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
V - regime de monopolização, quando, em virtude de lei especial, depender de 
execução direta ou indireta do Governo Federal. (Incluído pela Lei nº 9.314, de 
1996)
 Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos órgãos da administração 
direta e autárquica da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
sendo-lhes permitida a extração de substâncias minerais de emprego imediato 
81
na construção civil, definidas em Portaria do Ministério de Minas e Energia, para 
uso exclusivo em obras públicas por eles executadas diretamente, respeitados 
os direitos minerários em vigor nas áreas onde devam ser executadas as obras e 
vedada a comercialização.(Redação dada pela Lei nº 9.827, de 1999)
Art. 3º Este Código regula:
I - os direitos sobre as massas individualizadas de substâncias minerais ou 
fósseis, encontradas na superfície ou no interior da terra formando os 
recursos minerais do País;
II - o regime de seu aproveitamento, e
III - a fiscalização pelo Governo Federal, da pesquisa, da lavra e de outros aspectos 
da indústria mineral.
§1º Não estão sujeitos aos preceitos deste Código os trabalhos de movimentação 
de terras e de desmonte de materiais  in natura, que se fizerem necessários 
à abertura de vias de transporte, obras gerais de terraplenagem e de 
edificações, desde que não haja comercialização das terras e dos materiais 
resultantes dos referidos trabalhos e ficando o seu aproveitamento restrito à 
utilização na própria obra. (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)
§2º Compete ao Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM a 
execução deste Código e dos diplomas legais complementares. (Renumerado 
do Parágrafo único para § 2º  pela Lei nº 9.314, de 1996)
Art. 4º Considera-se jazida toda massa individualizada de substância mineral ou fóssil, 
aflorando à superfície ou existente no interior da terra, e que tenha valor econômico; 
e mina, a jazida em lavra, ainda que suspensa.
Art. 6º Classificam-se as minas, segundo a forma representativa do direito de lavra, em 
duas categorias: (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
I - mina manifestada, a em lavra, ainda que transitoriamente suspensa a 16 de 
julho de 1934 e que tenha sido manifestada na conformidade do art. 10 do 
Decreto nº 24.642, de 10 de julho de 1934, e da Lei nº 94, de 10 de dezembro 
de 1935;(Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)
II - mina concedida, quando o direito de lavra é outorgado pelo Ministro de 
Estado de Minas e Energia. (Incluído pela Lei nº 9.314, de 1996)
 Parágrafo único. Consideram-se partes integrantes da mina:
82
a) edifícios, construções, máquinas, aparelhos e instrumentos destinados à 
mineração e ao beneficiamento do produto da lavra, desde que este seja 
realizado na área de concessão da mina;
b) servidões indispensáveis ao exercício da lavra;
c) animais e veículos empregados no serviço;
d) materiais necessários aos trabalhos da lavra, quando dentro da área concedida; 
e,
e) provisões necessárias aos trabalhos da lavra, para um período de 120 (cento e 
vinte) dias.
Art. 7º O aproveitamento das jazidas depende de alvará de autorização de pesquisa, do 
Diretor-Geral do DNPM, e de concessão de lavra, outorgada pelo Ministro de Estado 
de Minas e Energia. (Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
 Parágrafo único. Independe de concessão do Governo Federal o aproveitamento 
de minas manifestadas e registradas, as quais, no entanto, são sujeitas às condições 
que este Código estabelece para a lavra, tributação e fiscalização das minas 
concedidas.(Redação dada pela Lei nº 9.314, de 1996)
Art. 9º Far-se-á pelo regime de matrícula o aproveitamento definido e caracterizado como 
garimpagem, faiscação ou cata.
Art. 10 Reger-se-ão por Leis especiais:
I - as jazidas de substâncias minerais que constituem monopólio estatal;
II - as substâncias minerais ou fósseis de interesse arqueológico;
III - os espécimes minerais ou fósseis, destinados a Museus, Estabelecimentos de 
Ensino e outros fins científicos;
IV - as águas minerais em fase de lavra; e
V - as jazidas de águas subterrâneas.
Art. 11 Serão respeitados na aplicação dos regimes de Autorização, Licenciamento e 
Concessão:(Redação dada pela Lei nº 6.403, de 1976)
a) o direito de prioridade à obtenção da autorização de pesquisa ou de registro 
de licença, atribuído ao interessado cujo requerimento tenha por objeto área 
considerada livre, para a finalidade pretendida, à data da protocolização do 
pedido no Departamento Nacional da Produção Mineral (D.N.P.M), atendidos 
os demais requisitos cabíveis, estabelecidos neste Código; e  (Redação dada 
pela Lei nº 6.403, de 1976)
83
b) o direito à participação do proprietário do solo nos resultados da 
lavra. (Redação dada pela Lei nº 8.901, de 1994)
§1º A participação de que trata a alínea b do caput deste artigo será de cinquenta 
por cento do valor total devido aos Estados, Distrito Federal, Municípios e 
órgãos da administração direta da União, a título de compensação financeira 
pela exploração de recursos minerais, conforme previsto no caput do art. 6º 
da Lei nº 7.990, de 29/12/89 e no art. 2º da Lei nº 8.001, de 13/03/90. (Incluído 
pela Lei nº 8.901, de 1994)
§2º O pagamento da participação do proprietário do solo nos resultados da lavra 
de recursos minerais será efetuado mensalmente, até o último dia útil do mês 
subsequente ao do fato gerador, devidamente corrigido pela taxa de juros de 
referência, ou outro parâmetro que venha a substituí-la. (Incluído pela Lei nº 
8.901, de 1994)
§3º O não cumprimento do prazo estabelecido no parágrafo anterior implicará 
correção do débito pela variação diária da taxa de juros de referência, ou outro 
parâmetro que venha a substituí-la, juros de mora de um por cento ao mês e 
multa de dez por cento aplicada sobre o montante apurado. (Incluído pela Lei 
nº 8.901, de 1994)
Art. 12 O direito de participação de que trata o artigo anterior não poderá ser objeto de 
transferência ou caução separadamente do imóvel a que corresponder, mas o 
proprietário deste poderá:
I - transferir ou caucionar o direito ao recebimento de determinadas prestações 
futuras;
II - renunciar ao direito.
 Parágrafo único Os atos enumerados neste artigo somente valerão contra terceiros 
a partir da sua inscrição no Registro de Imóveis.
Art. 13 As pessoas naturais ou jurídicas que exerçam atividades de pesquisa, lavra, 
beneficiamento, distribuição, consumo ou industrialização de reservas minerais, são 
obrigadas a facilitar aos agentes do Departamento Nacional da Produção Mineral 
a inspeção de instalações, equipamentos e trabalhos, bem como a fornecer-lhes 
informações sobre:
I - volume da produção e características qualitativas dos produtos;
II - condições técnicas e econômicas da execução dos serviços ou da exploração 
das atividades mencionadas no “caput” deste artigo;
III - mercados e preços de venda;
84
IV - quantidade e condições técnicas e econômicas

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