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TÍTULOS DE CRÉDITO - PRINCIPIOS E CLASSIFICAÇÃO

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TÍTULOS DE CRÉDITO
Princípio da Abstração
De acordo com o Princípio da Abstração, o título de crédito se desvincula do negócio jurídico que o originou a partir do momento em que for colocado em circulação, através de endosso. 
 
Assim, se um título é endossado, o negócio original não pode ser invocado para opor o pagamento a esse endossatário.
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Na jurisprudência, vários são os julgados que mencionam a abstração dos títulos, impossibilitando que após a circulação a causa de origem seja invocada. Porém, não tendo havido circulação, poderá ser buscada a acusa de origem.
Há uma situação particular, porém, que esse princípio sofre mitigações (flexibilizações). Tal exceção tem origem nas práticas bancárias.
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É comum, na prática bancária, a exigência da assinatura de nota promissória como garantia acessória aos contratos de abertura de crédito.
Nesse caso específico, a jurisprudência reconhece a falta de abstração dessa nota promissória, permanecendo vinculada ao contrato de abertura de crédito, ou seja, se ela for executada, o devedor poderá sim argumentar sobre a causa de origem para se opor ou questionar aspectos do pagamento
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De tão recorrente o tema, o STJ sumulou o assunto na Súmula nº 258: “A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de autonomia em razão da iliquidez do título que a originou."
Não se pode, porém, generalizar a situação. Observemos que a súmula se refere tão somente à nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito e não a toda e qualquer nota promissória que esteja sendo utilizada para o pagamento de um contrato.
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Princípio da Autonomia
De acordo com o Princípio da Autonomia das relações cambiárias, cada relação jurídica existente no título é autônoma uma da outra.
Isso quer dizer que o possível vício em uma relação não contamina as demais. Cada relação, portanto, será vista separadamente, como se formassem obrigações e direitos separados.
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O título de crédito circulante pode envolver diversas pessoas, como endossantes e avalistas. De acordo com a autonomia, cada participante só poderá opor exceções a outros que sejam de caráter pessoal e diretamente ligada à sua relação, ou seja, o devedor de dívida representada por título de crédito só pode opor ao terceiro de boa-fé as exceções que tiver contra este e as fundadas nos aspectos formais do título.
 
Uma situação que terá implicações práticas importantes é a autonomia no caso do avalista do título. Esse princípio faz com que o avalista seja obrigado a pagar a obrigação ainda que seu avalizado tenha motivos para se recusar a fazê-lo.
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Princípio da Incorporação ou cartularidade
De acordo com o princípio da incorporação ou carturalidade, para ser título de crédito, a obrigação deve estar representada por um documento cartular, ou seja, um papel em que se especifica a obrigação.
Destarte, resume-se o crédito a termo. Tal cártula deve ser independente de qualquer outro documento, não pode estar, por exemplo, escrita no meio de um contrato. Deve ter a mobilidade necessária para a circulação do crédito.
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O credor do título de crédito deve provar que se encontra de posse do documento para exercer o direito nele mencionado, o que se conclui é que, no regime jurídico-cambial a presença do documento no aspecto físico é essencial para que se tenha direito à titularidade do crédito e que possa transferir o título exercendo a negociabilidade.
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A posse da cártula também garante a executividade, pois só com a existência de um título é que se pode entrar diretamente com o processo de execução.
 
Não se trata de um princípio absoluto que está sendo transformado pela tecnologia. Trata-se das duplicatas virtuais. Em virtude da necessidade de celeridade nos tratos negociais que envolve a duplicata, ela começou a ser feita em computador, não se tendo mais o documento cartular. 
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Princípio da Literalidade
Este princípio preconiza que para qualquer obrigação ou direito ser válido tem que estar escrito na cártula.
Observar que as garantias e direitos serão exclusivamente as que estão presentes no conteúdo do título. O valor descrito não pode ser ultrapassado, e mesmo que o valor devido seja menor do que o do título, todo o montante registrado no mesmo deverá ser pago.
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A literalidade firma todas as obrigações das pessoas que assinaram a cambial, permitindo posteriormente, cobrar a totalidade do devedor pelo fato do crédito poder ser transacionado. 
 Esse princípio garante a facilidade da circulação do crédito incorporado ao título.
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Uma consequência prática que se pode destacar do princípio da literalidade é o caso de alguém fazer um pagamento parcial da obrigação do título. 
 
Nesse caso, o devedor deve se atentar para o fato de que o recibo do pagamento parcial deve ser feito no próprio título, ou seja, deve estar escrito em algum lugar do título que naquele dia foi realizado parte do pagamento.
 
Isso porque, mesmo já estando vencido, o título ainda pode circular e uma pessoa que venha a recebê-lo precisa ter conhecimento que o crédito não é do valor integral.
 
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Quanto ao conteúdo da declaração cartular
Até a entrada em vigor do Código Civil de 2002, os títulos de crédito tinham suas leis específicas e somente poderiam ser criados de acordo com elas. 
Porém, o Código Civil criou uma teoria geral para os títulos de crédito, permitindo que se crie documentos que, desde que sigam as regras gerais de formalidade, poderão ser classificados como títulos de crédito.
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Sendo assim, se a declaração contida na cartular seguir uma lei específica, diz-se que o título será típico e se não tiver estaremos diante de um título atípico.
Os títulos típicos continuarão a seguir seu regulamento próprio e os títulos atípicos irão seguir o que dispõe o Código Civil.
 
São títulos típicos: letra de câmbio, nota promissória, duplicata e cheque.
São títulos atípicos: cédula de crédito, conhecimento de transporte, debêntures.
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Quanto à prova da causa de emissão
 
Ponto pacífico é que os títulos derivam sempre de um negócio jurídico. Não há como o título surgir "do nada", então vai haver sempre algum negócio que foi responsável pela sua emissão.
No entanto haverá títulos em que esse negócio precisa ser comprovado para que o título tenha existência válida. 
Já outros títulos podem ser criados com base em qualquer tipo de negócio, sendo totalmente desnecessário fazer prova de qualquer ato para o título ter validade.
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De acordo com essa classificação, os títulos serão divididos em abstratos e causais.
 
O título causal mais conhecido é a duplicata. A duplicata somente pode ser emitida se tiver um negócio de compra e venda mercantil ou uma prestação de serviços que a origine. Não se pode, por exemplo, emitir uma duplicataa partir de uma doação. 
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Também é título causal a cédula de crédito bancária. Para ser emitida ela precisa de uma operação de crédito realizada junto a uma instituição financeira. Nos dois casos, se ficar provado que não houve a causa de origem específica, os títulos poderão ser considerados nulos.
Já o cheque a nota promissória são títulos abstratos. Podem ser emitidos por qualquer motivo, sem que se precise fazer prova de absolutamente nada.
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Quanto à circulação
Não necessariamente o título precisa indicar quem é o seu credor, o beneficiário do crédito. Nesse caso estaremos diante de um título ao portador, que tem como característica o fato de quem estiver portando a cártula e a apresentar ao devedor será o legítimo credor.
Porém, haverá situações em que o título indica, nominalmente, quem é o seu beneficiário, o credor da obrigação cambiária. Trata- se do título nominal. Nesse caso será necessário um requisito um pouco mais formal para que o título possa circular.
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O título nominal ainda irá se subdividir em título nominal "à ordem" e título nominal "não à ordem". 
No primeiro caso, a circulação do crédito se dará através do endosso do título e no segundo o título somente poderá circular através da cessão comum de crédito, prevista no direito civil.
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Quanto à pessoa do emitente
O emitente normalmente é o devedor principal do título, aquele que quando cumprir sua obrigação não existirá mais o título.
Se esse emitente for uma pessoa física ou uma pessoa jurídica de direito privado, fala-se que o título será privado, mas se o emitente for um órgão público, público também será o título.
 
Essa classificação traz consequências importantes quando se fala na sua execução. A competência será diferente, os meios de execução e a constrição de bens, dentre outros detalhes.
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Quanto ao prazo
O elemento tempo sempre vai estar presente no título de crédito, tendo em vista que sem ele não há crédito. Porém, esse tempo poderá ser variado.
 
Se não houver diferença entre a data de emissão e a data de vencimento, o título será classificado como título à vista, mas se houver diferença entre as duas datas, o título será a prazo.
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No entanto, mesmo o título à vista haverá um mínimo de tempo. É o caso do cheque, por exemplo. No cheque há apenas uma data, que é a mesma para a emissão e para o vencimento. Porém, quando alguém recebe um cheque não há satisfação da obrigação até que o banco faça o desconto do mesmo. Dessa forma, haverá crédito, pois há o tempo entre o recebimento do cheque e seu desconto.
Já títulos como a duplicata e a letra de câmbio são títulos a prazo, pois precisam de uma diferença entre a data de emissão e a data de vencimento.
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